Missões - Uma Visão Panorâmica
Missões - Uma Visão Panorâmica
Missões - Uma Visão Panorâmica
O propósito deste artigo é transmitir noções básicas acerca de Missões a fim de que haja uma melhor
compreensão e envolvimento nessa tarefa. A relevância do assunto é demonstrada nas páginas das Escrituras e é
tão clara na mente dos mais conceituados teólogos. Posso citar John Wesley, Jonatan Edwards, Francis Schaeffer,
Lewis Chafer, James Packer, John stott, Russel Shedd, Charles Ryrie, Carlos Osvaldo e tantos outros. Na verdade,
é impossível ser um profundo conhecedor das Escrituras e não se preocupar com Missões. Se o indivíduo é um
profundo conhecedor das Escrituras, é também interessado na obra missionária, pois Missões
“borbulham” nas páginas da Bíblia.
Comecemos pensando na definição do termo “missionário”. Há duas definições principais para a palavra
“missionário”, uma é específica e outra geral. No sentido mais específico, o missionário é aquele que é enviado
para proclamar o Evangelho à um povo de outra cultura. No sentido geral, todo crente é um missionário, pois foi
enviado por Jesus Cristo ao mundo para refletir seu caráter e proclamar o Evangelho.
Pensemos, primeiro, na definição mais específica, o “missionário transcultural”. Em Mateus 28:19,
encontramos as palavras de Jesus “Vão e façam discípulos de todas as nações (etnias)” e em Atos 1:8 “... e serão
minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da Terra”. Estes e outros textos
bíblicos mostram que a tarefa missionária envolve a evangelização do mundo inteiro. Logo, o envio de
missionários deve abranger grupos de povo de todas as culturas possíveis. É bom lembrar que temos uma dívida
para com os não alcançados, pois somos salvos porque alguém pensou em nós, veio até o Brasil e evangelizou.
Há biografias emocionantes dessa categoria de missionários. Um exemplo é Hudson Taylor, um inglês que
não mediu esforços para aprender chinês e adaptar-se à uma cultura tão diferente da sua, visando a salvação desse
povo. David Livingstone é outro modelo de marcante. Ele saía desbravando o interior da África, sem mapa, a fim
de encontrar povos ainda não alcançados com o Evangelho. Robert Morrison, outro herói dessa galeria, orava para
que Deus o enviasse para o lugar onde as dificuldades fossem maiores e praticamente insuperáveis do ponto de
vista humano. Ele desenvolveu a penosa tarefa de traduzir a Bíblia para o chinês. Por que não mencionar nome
como William Carey, que abriu mão de uma vida rica e confortável para trabalhar na Índia, Charlie Studd,
missionário para a China, Índia e África, Daniel Berg e Gunnar Vingren, fundadores da Assembléia de Deus no
Brasil... São modelos impressionantes.
Há uma diversidade de frentes de ministério para esses missionários, como implantação de igrejas, tradução
da Bíblia, distribuição de literatura evangélica (livros e bíblias), evangelismo de rua e eventos de impacto,
treinamento de líderes, ministração em escolas de ensino secular com uma proposta evangelística,
desenvolvimento de trabalhos sociais (creches, orfanatos, asilos, hospitais etc.), grupos de estudos bíblicos nos
lares, pastoreio e apoio às igrejas por meio da música, pregação, aconselhamento, aulas, discipulado etc.
Como ajudar esses missionários? Dentre outros modos, pode-se ajudá-los orando por eles, mantendo contato
por meio de carta, e-mail ou telefone, dando apoio moral, contribuindo financeiramente (se não posso ir, posso
enviar alguém) e, para aqueles que se sentem vocacionados à evangelização de grupos de povo de outras culturas,
cabe a responsabilidade de ir ao campo missionário.
Com relação ao sentido mais geral do termo “missionário”, no Evangelho de João 17:18 encontramos Jesus
dizendo que como o Pai Celestial o enviara ao mundo, ele também envia seus seguidores. O apóstolo Pedro
também enfatizou a responsabilidade missionária de cada indivíduo que compõe a igreja, dizendo: “Vocês,
porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas
daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Portanto, como já disse anteriormente, no
sentido geral, todo crente é um missionário, pois foi enviado por Jesus Cristo ao mundo para refletir seu caráter e
proclamar o Evangelho. Tendo em vista que a palavra “Evangelho” significa “boas novas” e está relacionada à
salvação, “evangelizar” é comunicar o plano da salvação ao pecador. Enquanto eu não comunicar o plano da
salvação à uma pessoa, não posso dizer que a evangelizei. Se eu apenas convidá-la pra vir à igreja, mas não
comunicar o plano da salvação, não a evangelizei! Nesse sentido, há muitas pessoas não evangelizadas em nossa
cidade.
Diante disso, surge uma pergunta, a saber: Como começar um diálogo sobre Jesus com alguém? Existem
vários métodos, mas um bem simples e muito usado é o das quatro leis espirituais. Basta dizer à pessoa que todo
ser humano está debaixo de quatro leis espirituais: 1) Deus o ama e oferece um plano maravilhoso para sua vida
(Jo 3:16; 10:10); 2) O homem é pecador e devido a isso está separado de Deus (Rm 3:23); 3) Jesus Cristo é a
única solução para o problema do pecado do homem (Rm 5:8; 1 Co 15:36); 4) Temos de receber Jesus Cristo
como nosso único Salvador e Senhor e, só assim desfrutaremos do plano maravilhoso de Deus para nossa vida (Jo
1:12; Ef 2:8-9).
Se levarmos em conta essas considerações, cumpriremos o papel missionário da igreja, levando o Evangelho à
“Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da Terra”.
Adarlei Martins
(Diretor do Seminário Teológico de Guarulhos)