Fontes Do Direito

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AGOSTO / 2007

FONTES DO DIREITO

Fonte do Direito é o manancial onde se encontra o Direito. É o lugar de onde emana o Direito.
Para se aplicar e fazer a Justiça, necessário se faz a busca do Direito, na fonte.

São fontes do direito:

FONTES FORMAIS FONTES NÃO FORMAIS


• A Lei • A Doutrina
• A Analogia • A Jurisprudência
• O Costume
• Os Princípios Gerais
do Direito

As fontes formais do Direito

1º) A Lei

No nosso sistema jurídico, a lei é a principal fonte formal do Direito. É na lei que se busca o
Direito em primeiro lugar.
Em sentido amplo, a lei é representada por diversas normas jurídicas, tais como:
• A Constituição, que é a lei maior.
• A lei editada pelo Poder Legislativo, que pode ser complementar ou ordinária.
CENAJUR – ESCOLA DE DIREITO E CIDADANIA

• A lei delegada, editada pelo presidente da República, mediante delegação do


Congresso Nacional.
• A Medida Provisória, com força de lei e editada pelo presidente da República em casos
de relevância e urgência.
• O Decreto, editado pelo presidente da república, governador ou prefeito para aprovar
regulamentos de lei ou para normatizar assuntos internos do Poder Executivo.
• O Regulamento é um conjunto de normas jurídicas que visam explicar a lei para facilitar
o seu cumprimento.
• Portarias, Resoluções etc.

2º) A Analogia

O Art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil estabelece que “quando a lei for omissa, o Juiz
decidirá o caso de acordo com a analogia...”.
Portanto, a analogia é uma forma de integração da norma jurídica, que é aplicada pelo Juiz
diante de uma omissão legislativa, através da comparação com uma outra norma jurídica que
possa ser aplicada em razão da semelhança entre as situações.
Em outras palavras: a analogia ocorre quando o Juiz, diante da omissão da lei “toma
emprestada” uma norma jurídica de uma outra área, para aplicar a uma situação semelhante.

3º) O Costume
Para o ilustre jurista Orlando Gomes, o “costume é o uso geral, constante e notório,
observado na convicção de corresponder a uma necessidade jurídica. Regra de conduta
habitualmente obedecida, na sua força coativa credencia-o como fonte formal do Direito”. O
costume é, em síntese, “um uso juridicamente obrigatório”.
O Costume é importante na história do Direito porque é a origem de muitas leis.
Ainda para Orlando Gomes, o uso, para ser costume, precisa ser “a observância uniforme da
regra pela generalidade dos interessados durante longo tempo”. Em outras palavras: o uso
deve ser constante, prolongado e uniforme, generalizado e contínuo”, concluiu o jurista,
acrescentando ainda que o uso deve corresponder a uma “necessidade jurídica”.
O costume só ganha força como fonte do Direito quando reconhecido pelos Tribunais.
O Art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro estabelece que “Quando a Lei for
omissa, o Juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais
do direito”.
Acrescenta o Art. 5º da mesma lei que “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a
que ela se dirige e às exigências do bem comum”.

Os costumes podem ser:

Segundo legem – é o que está expresso na lei, segundo a lei. É quando a própria lei admite o
uso do costume local para a resolução de litígios.
O Código Civil reconhece o costume como solução de litígios nos artigos 596, 615 e 1297, §
1º.

Praeter legem – é o que complementa as lacunas da lei.


O art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil reconhece no costume uma fonte do Direito
para suprir a omissão da lei.

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AV. ACM, Rua da Polêmica, nº 821, sala 301 – Iguatemi – Salvador/BA
Tel.: (71) 3358-0521 / 3358-0690
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CENAJUR – ESCOLA DE DIREITO E CIDADANIA

O uso do cheque pré-datado é um exemplo de costume Praeter legem, em que ele é aceito,
mesmo sem estar previsto na lei, como ordem de pagamento a prazo e não à vista, como
deveria ser.

Contra legem – é o que é contrário à lei.


Em regra o costume não pode contrariar a lei, visto que a mesma só pode ser revogada por
outra.
Em algumas cidades é aceito a invasão ao sinal vermelho após as 21:00 hs, por questão de
segurança. É um exemplo de costume Contra legem.
Por fim, temos que destacar que o costume tem perdido importância no Direito moderno
devido à grande quantidade de leis regulando a vida dos cidadãos, o que não dá muita
margem para a aplicação do costume. Ademais, o Judiciário não está obrigado a aceitar um
costume para respaldar suas decisões, mas sim a lei, que é a principal fonte do Direito.

4º) Princípios Gerais do Direito.


O Art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil também autoriza o juiz, diante da omissão da
lei, a decidir com respaldo nos Princípios Gerais do Direito.
Os Princípios são normas, normas-princípios, regras genéricas, às vezes não escritas, mas
que servem de vetores de interpretação obrigatória das normas-regras, das leis, por terem, os
princípios, critérios maiores do que os da própria lei.
As leis se alicerçam em princípios, que são normas maiores.

Exemplos de Princípios de Direito:


• Princípio da legalidade.
• Princípio da bagatela ou da insignificância.
• Princípio do duplo grau de jurisdição.
• Princípio do contraditório e da ampla defesa.
• Princípio da inocência presumida.
• Princípio da reserva legal.
• Princípio da proteção ao trabalhador.

As fontes não formais do direito são:

1º) A Doutrina
A Doutrina é a interpretação das leis por parte dos estudiosos. Os Doutrinadores se
manifestam através de livros, manuais, artigos, pareceres, compêndios, teses, palestras,
aulas, comentários à lei etc.
A doutrina não vincula os operadores do Direito nas suas decisões, mas possuem poder de
convencimento na medida do poder persuasivo das teses do doutrinador.
Através dos doutrinadores é possível compreender melhor o sentido das leis e aplicá-las
melhor.

2º) A Jurisprudência
A jurisprudência é a interpretação da lei feita pelos juízes e Tribunais, manifestada em suas
decisões de forma reiterada sobre um mesmo caso.
Através de um conjunto de julgados idênticos, sobre uma mesma questão, forma-se a
jurisprudência.

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A jurisprudência não obriga o julgador a repetir o julgado, mas tem força de convencimento na
medida em que é fruto da reflexão de vários outros juízes.
A jurisprudência dos Tribunais Superiores tem maior força de persuasão sobre os juízos de
primeira instância.

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