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TECNOLOGIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA:

IPTV NA EAD – CONCEITOS E PROPOSTAS

Marcos Jolbert Cáceres Azambuja – [email protected]


Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – USP
Av. Prof Luciano Gualberto, 380, travessa 3, Butantã
CEP 05508-010 – São Paulo – SP
José Aquiles Baesso Grimoni – [email protected]
PEA - Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica – USP
Av. Prof. Luciano Gualberto, 158, travessa 3, Butantã
CEP 05508-900 – São Paulo – SP
Lucilene Cury – [email protected]
Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – ECA – USP
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443
CEP 05508-020 – São Paulo – SP

Resumo: A modalidade de Educação a Distância (EAD) ocupa atualmente um lugar


importante no desenvolvimento e expansão da Educação. A EAD a partir das Tecnologias de
Comunicação e Informação (TIC) teve um grande impulso, principalmente no que envolve a
rede Internet. O uso das tecnologias digitais em espaços educativos permitiu que a
comunicação, interação, armazenamento e distribuição de conteúdos para o processo
educativo, fossem realizados de maneira mais eficiente. Em meio à diversidade de mídias e
tecnologias na atualidade, a Internet Protocol Television (IPTV) surge como uma nova
proposta, um veículo de comunicação e informação interativo que possibilita novas
perspectivas para a modalidade de EAD. Neste contexto, a IPTV torna-se fundamental, pois
possibilita através de seu alto índice de interatividade e qualidade a entrega de conteúdos
síncronos e assíncronos e oferece uma gama cada vez maior de opções para seus usuários. A
presente pesquisa tem como objetivo apresentar elementos visando o uso da IPTV como
modalidade de Educação no sistema a distância, para a entrega de conteúdos no Ensino de
Engenharia, buscando reduzir as distâncias no processo de ensino-aprendizagem. Dessa
forma, são apresentados os benefícios da integração da IPTV e a Educação em Engenharia,
dentro de uma estratégia de Educação a Distância na IPTV.

Palavras-chave: IPTV, EAD, Educação do futuro, Blended learning, Educação em


engenharia

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, uma série de conceitos, padrões e tecnologias surgiram para
modificar a distribuição e o acesso à informação. A indústria da comunicação cada vez mais
atraída para disponibilizar conteúdos nas diversas alternativas de mídias, pretende alcançar o
maior número de consumidores provendo serviços de comunicação, entretenimento e
informação a qualquer hora, em qualquer lugar.
Por outro lado, os avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)
trazem desafios a esta indústria, como, por exemplo, administrar a complexidade crescente da
informação transmitida, que pode assumir vários formatos de mídia. Kozma (1991) afirma
que mídia pode ser definida pela sua tecnologia, pelos seus sistemas e as suas capacidades de
processamento, por exemplo, texto, som, imagem e animação. Surgiram como verdadeiras
extensões do Personal Computer (PC) tradicional, aparelhos como Personal Digital Assistant
(PDA), celulares, smarthphone e tablets, que são em grande parte viabilizados por Internet
Protocol (IP). A existência de formatos, padrões e os esforços do mercado em oferecer novos
produtos possibilitou a combinação de várias mídias e serviços em novas alternativas. É o
caso do serviço da IPTV, que segundo a International Telecommunications Union (ITU,
2006) são serviços multimídias entregues em redes baseadas em IP, meio de difusão do
conteúdo, tais como: notícias, vídeos, música, texto, dados entre outros. O usuário, que a
priori deve ser o grande beneficiado desta revolução das TIC, procura acompanhar as
mudanças e usufruir de suas vantagens, pois o processamento digital da informação encontra-
se praticamente em todos os lugares.
Esta pesquisa encontra-se na fronteira entre as áreas da Engenharia e da Educação. Seu
objetivo é identificar o uso da IPTV como modalidade de Educação para o Ensino em
Engenharia como proposta para a transmissão do conhecimento em ensino-aprendizagem,
centrado no usuário permitindo, desta forma, a redução das distâncias espacial e interativa na
Educação a Distância (EAD).
O artigo está estruturado da seguinte forma: A primeira seção apresenta os aspectos
introdutórios. Na segunda, a abordagem sobre a IPTV (definições, modelos e ofertas de
serviço). Na terceira seção, a IPTV e a Educação em Engenharia. Na quarta, os benefícios da
integração da IPTV e a Educação em Engenharia. E ao final são apresentados os conceitos e
fatores determinantes para o uso da IPTV como modalidade de Educação para a Educação em
Engenharia a distância.

2. IPTV

Há muitas definições e visões diferentes sobre o que é um serviço de Internet Protocol


Television (IPTV).
Já para a organização europeia Digital Vídeo Broadcasting (DVB) órgão regulador de
normas técnicas abertas para o fornecimento global de televisão e serviços de dados, a IPTV é
um sistema em que o serviço de televisão digital é entregue pela rede IP (DVB, 2011).
No caso deste trabalho será usada a definição da International Telecommunication
Union (ITU), principal agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para questões das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) que afirma: a IPTV é definida como
serviços multimídia tais quais: televisão, vídeo, áudio, texto, gráficos, dados entregues em
redes baseadas em IP gerenciadas para prover níveis de QoS (Quality of Service) / QoE
(Quality of Experience), segurança, interatividade e confiabilidade de requisitos (ITU, 2006).
Entretanto, a definição da IPTV é bastante abrangente e inclui diversas interpretações.
Caso sejam feitas reflexões sobre estas definições precisamos nos apoiar em um conceito bem
definido. Nesta pesquisa como foi descrito anteriormente a definição que será usada é a da
ITU, que afirma: a IPTV não é justamente a televisão sobre IP, ela é muito mais (VISSER,
2008).

2.1. Motivadores e Desafios


Existem diversos motivadores para se adotar a IPTV pelas operadoras conforme
Thompson (2005):
 Diferenciação da concorrência através da oferta de serviços integrados (vídeo, voz e
dados), alavancando maior potencial de fidelização de clientes existentes e a captura
de novos clientes;
 O serviço da IPTV possui diversos diferenciais em relação aos serviços de TV
existentes. Além de suas funções básicas de TV broadcast e vídeo sob demanda, o
serviço da IPTV oferece o nível de interatividade que seus concorrentes não
conseguem alcançar devido às suas limitações, pois se utiliza de redes banda larga
bidirecionais com grande capacidade de transmissão e canal de retorno;
 Convergência de serviços e redes utilizando IP como viabilizador da convergência é
uma tendência da indústria.

2.2. Oferta de Serviço


Para detalhar uma plataforma que suporta a oferta de IPTV, é necessário compreender
o conjunto de serviços que compõe esta oferta. Como afirma Visser (2008) a IPTV não é
apenas televisão sobre IP. E, complementa Kawamori (2009) a IPTV não é exclusivamente:
vídeo streaming, somente da internet e para Personal Computer (PC). A oferta de IPTV está
muito além dos serviços tradicionais de entrega de vídeo. Traz consigo a interatividade que a
internet proporciona e permite agregar/integrar outros diversos serviços como, por exemplo,
serviços de comunicação, hoje denominado Triple Play, isto é, serviços que reúne: vídeo,
áudio, dados e voz.
Para os autores Heath (2006) e Simpsom (2006), os serviços de oferta de IPTV são
comuns. Na Figura 1 podemos observar uma taxonomia dos serviços da IPTV bem definidos
nas seguintes categorias: vídeo, áudio, comunicação, entretenimento, comércio e utilitários.

Figura 1 – Modelo de Referência dos Serviços da IPTV.


Um dos principais desafios das operadoras de telecomunicações que oferecem serviços
de IPTV é oferecer nível de serviço e de experiência diferenciados aos seus usuários. Este
nível de experiência do usuário e qualidade de serviço necessita em seu contexto igualar-se
aos que já são oferecidos pelas emissoras de TV como, por exemplo, TV a cabo, TV aberta ou
satélite.
Oferecer tal nível de serviço torna-se mais complexo quando se transporta vídeo em
larga escala utilizando a infraestrutura de redes IP onde múltiplos serviços compartilham os
mesmos recursos (ZAPATER, 2007).

3. IPTV E A EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA

O Ensino de Engenharia tem sido objeto de discussões e reformulações numa escala


sem precedentes. As razões de tal atenção são múltiplas e variadas, devendo-se destacar, no
entanto, o impacto que um conhecimento tecnológico atualizado e dinâmico, que deve ser o
objeto central do Ensino em Engenharia (ANDRADE et al., 2012). Sendo assim, propostas
para uma nova pedagogia e metodologia são sempre o foco em conferências e congressos
nacionais e internacionais de Engenharia, tais como: Congresso Brasileiro de Educação em
Engenharia (COBENGE), World Engineering Education Forum (WEEF) e o International
Conference on Engineering Education and Research (iCEER). Existe um desafio a enfrentar
na construção do conhecimento no Ensino de Engenharia devido à complexidade do curso
(AZAMBUJA, 2013).
Outro desafio como afirma Velasco (2010) que se mostra aos educadores atualmente
não é somente usar computadores nas escolas, mas usá-los para o desenvolvimento e mudança
das relações e dos meios de ensino-aprendizagem.
Ou seja, a construção do conhecimento no Ensino de Engenharia com o uso da
tecnologia precisa levar em conta num caráter imprescindível: a interação professor-aluno.
Esta experiência de interação promove uma parceria e corresponsabilidade na aprendizagem.

3.1. Mídia e Aprendizagem


Para Mill (2010) as tendências mais prováveis no mundo, hoje, indicam uma
convergência das duas modalidades de ensino (presencial e a distância) e sinergias positivas
entre elas, com vantagens para ambas. Essa convergência entre EAD e o estudo em grupo,
permitiu a adoção de métodos construtivistas de aprendizado em colaboração, e a
convergência entre o texto, áudio e vídeo, em uma única plataforma de comunicação (Avena,
2011).
Atualmente as TIC possibilitam inúmeras formas de uso das mídias e cada vez mais
com grandes capacidades de comunicação. Estas novas mídias ampliam o campo de se fazer a
Educação, facilitam a troca de conteúdo e informação. Consequentemente acaba mudando os
formatos e maneiras de transmitir o conhecimento.
A IPTV possui as características de uma mídia completa para ser usada na Educação a
Distância, principalmente no Ensino de Engenharia.

3.2. Educação do Futuro – O potencial da IPTV na Educação em Engenharia


Novas formas de uso e de ferramentas somaram-se à internet nestes últimos tempos.
Registros e reprodução de conteúdos transmitidos por sistemas de comunicação (TV, Rádio,
Impressos, Internet etc), acréscimos de diferentes formas de entretenimento, como jogos on-
line, reprodutores de arquivos audiovisuais, e-commerce. Com a efetivação e aplicação do
serviço da IPTV, ampliam-se as novas formas de uso deste veículo e alcança vários locais
como: indústrias, empresas, universidades, lares, projetos de mediação educacional entre
outros.
Essa forte disseminação da Educação pela internet na sociedade, da EAD, dos MOOC,
somada às funções que a IPTV comporta é, contudo um fator favorável para a Educação em
Engenharia a Distância, pois se aplicam as formas de levar e receber informação em alta
performance.
Neste sentido, destacar esse novo cenário educacional fazendo o uso da IPTV como
modalidade de Educação e as contribuições de Tori (2010), quando descreve o surgimento de
um fenômeno de convergência entre o virtual e o presencial na Educação conhecido como
Blended Learning (BL) serão notáveis.

O Blended Learning apresenta novas possibilidades educacionais, que


proveem não apenas a aplicação de recursos para gerenciamento de
conteúdos e processos de ensino-aprendizagem em educação a distância, mas
também o uso das TIC, na perspectiva de agregar valor a processos de
educação presencial (MACIEL, 2012).

Para Tori (2010) a ajuda das tecnologias interativas, as atividades virtuais estão
conseguindo aumentar a sensação de proximidade percebida pelos aprendizes. Uma
videoconferência pode aproximar aluno e professor. Sendo assim, para o Ensino de
Engenharia o serviço da IPTV pode aproximar o aluno dos grandes projetos extramuros da
universidade, unindo sistemas de Aprendizagem Presencial (AP) com a Aprendizagem
Virtual (AV), gerando o Blended Learning, como afirma Tori (2010) que deverá predominar
no futuro.
As figuras seguintes esquematizam a evolução que culminou com o Blended Learning,
modelo que deve pautar a Educação do Futuro, como afirma (TORI, 2010).
Passado: predomínio da aprendizagem presencial (AP), sistemas totalmente separados
com avanços nas tecnologias interativas, conforme Figura 2.

Figura 2 – Processo de Aprendizagem do Passado.


Fonte: Adaptado de Tori (2010).
Presente: expansão dos sistemas de aprendizagem virtual, aproximação entre
aprendizagem presencial (AP) e aprendizagem virtual (AV), observa-se o Blended Learning
(BL) em crescente expansão, conforme Figura 3.

Figura 3 – Processo de Aprendizagem do Presente.


Fonte: Adaptado de Tori (2010).

Futuro: predomínio do Blended Learning, novas tecnologias interativas aumentam a


sensação de presença e imersão, conforme Figura 4.

Figura 4 – Processo de Aprendizagem do Futuro.


Fonte: Adaptado de Tori (2010).

Tori (2010) demonstra a partir das figuras 2, 3 e 4 a evolução dos sistemas de


aprendizagem virtual (AV) e convergência com a aprendizagem presencial (AP), gerando o
Blended Learning (BL), que deverá predominar no futuro.
Graham (2005) cita que a American Society for Training and Development identifica
que o blended learning emerge entre as dez maiores tendências da indústria do conhecimento.
Com a portaria do MEC nº 2.253, de 18 de outubro de 2001, permitiu aos cursos superiores a
conversão de até 20% de sua carga presencial para atividades a distância, com isto abriu-se o
caminho para a aceleração do Blended Learning no Brasil (BRASIL, 2001).
Desta forma, pode-se considerar a IPTV dentre as ferramentas educacionais on-line
como uma das tecnologias mais apropriadas para fins educacionais na Educação em
Engenharia, pois ela integra os recursos de mídia de massa, tornando-se uma ferramenta e
serviço de grande potencial e apropriada aos processos de ensino-aprendizagem. A partir
destes dados, a Educação em Engenharia pode valer-se da IPTV para complementar de forma
eficaz o ensino e para aproximar a academia dos trabalhos profissionais externos ou vice-
versa, como por exemplo:

 Aproximar os estudos de projetos externos (indústria, instituições, empresas e


organizações governamentais);
 Compartilhar pesquisas em andamento de outras universidades;
 Aproximar a realidade do “chão de fábrica” ao aluno; e
 Trazer a realidade extramuros para dentro da academia.

A interatividade proporcionada pela IPTV permite o desenvolvimento de criatividade,


debates, participação ativa e autonomia na produção de conhecimentos dentro do ensino em
Engenharia. Neste contexto, os alunos e professores necessitam apropriar-se da linguagem
dessa nova mídia que é a IPTV.

4. BENEFÍCIOS DA INTEGRAÇÃO DA IPTV E A EDUCAÇÃO EM


ENGENHARIA

A IPTV ao ser usada como EAD na Educação em Engenharia pode promover esta
forma interessante de aprendizagem afirmado por Tori (2010) devido as suas características,
permitindo obter um bom desempenho do aluno/professor na sua efetiva utilização. Por
exemplo:

 Palestras, seminários e aulas podem ser transmitidos ao vivo permitindo interação


audiovisual ou em texto entre várias instituições, campi, salas, etc;
 A gravação audiovisual das palestras, seminários, aulas, sincronizados com os
respectivos slides de apresentação poderão ser disponibilizados aos alunos, via serviço
on Demand;
 Criação de nichos de discussão através de fóruns, áudio e vídeo conferência, por
disciplina, por área, período e por projetos. Apoiando o conceito cooperativo e
colaborativo entre aluno-professor, aluno-aluno e aluno-conteúdo;
 Oferecer monitoria on-line para o aluno como já acontece na EAD;
 Oferecer ao aluno e professor, conta de acesso restrito via web, espaço de disco virtual
para conteúdo colaborativo;
 Acesso à rede de bibliotecas digitais ou virtuais das grandes universidades e
periódicos;
 O professor pode deixar arquivada sua aula após a transmissão ao vivo;
 Durante a transmissão de uma aula/palestra a IPTV permite comunicação entre alunos
e professores, reduzindo assim as distâncias espacial/interativa;
 Permitir o uso integrado com outras ferramentas do AVA, como por exemplo, o uso de
enquetes ou avaliações em tempo real sobre os temas e conteúdos abordados;
 Permitir a integração de outras ferramentas e recursos, como: AVA (Moodle, Teleduc,
Tidia-AE, comunidades de relacionamentos (Facebook, e-Groups), Chat,
Merchandising (Twitter) entre outros;
 Estudos de temas de Engenharia como: Smart Grids, fontes renováveis, sistemas
complexos podem ser transmitidos por profissionais/professores de qualquer lugar
onde eles estejam, basta uma conexão de internet;
 Com o advento dos grandes eventos no Brasil como: Copa do Mundo e Olimpíadas, a
transmissão do conhecimento e informação através da IPTV por profissionais ou
professores envolvidos nestes grandes projetos, será de grande ajuda para o meio
acadêmico quanto para a pesquisa.
 Incentivar os alunos a produzirem conteúdos audiovisuais através de dispositivos
móveis ou filmadoras digitais e compartilharem em espaço restrito no ambiente da
IPTV para análise e avaliação coletiva; e
 No ambiente o usuário poderá contar com uma série de conteúdos audiovisuais, textos
e livros digitais armazenados em vários servidores de compartilhamento de
instituições de ensino e redes de universidades.

Enfim, desta forma, entende-se que a IPTV com estas características, tem um grande
potencial para o processo de ensino-aprendizagem, pois suas condições propiciam uma
Educação efetiva e colaborativa para o meio acadêmico, principalmente na Educação em
Engenharia.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A internet é um dos meios de comunicação de grande alcance mundialmente, tendo


ainda um valor pela capacidade de levar a informação aos locais mais remotos. O avanço das
TIC mudou a concepção de uso das tecnologias educativas, propiciando mais qualidade nos
conteúdos e experiência interativa, reduzindo a sensação de distância espacial, temporal e
interativa entre o aluno-professor. É perfeitamente possível ao aprendiz se sentir próximo do
professor, ou presente em uma atividade de aprendizagem, mesmo se encontrando afastado
geograficamente, apontado por Tori (2010).
Ao longo da história das tecnologias educativas, inúmeras mídias têm sido utilizadas
para servir de meio de comunicação entre os participantes nos cursos a distância. Utilizando-
se desde a mídia papel, até a internet, a modalidade de Educação a Distância está cada vez
mais presente e tem permitido que diversas pessoas no mundo tenham o acesso ao
conhecimento. Contudo, a EAD propicia outra possibilidade de ensino-aprendizagem e
proporciona um apoio às aulas presenciais.
A IPTV surge neste cenário como um serviço promissor, não somente por
compartilhar com as características básicas da EAD ou de um Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA), mas por agregar novos serviços multimídia, como: vídeo, áudio,
dados, gráficos, interatividade com segurança e qualidade de serviço e de experiência em
transmissões ao vivo ou em conteúdos sob demanda.
Mais que uma nova tecnologia, a IPTV, com toda sua dimensão de interação de
qualidade de serviço e experiência, é candidata como mídia eficaz para a entrega de conteúdos
de ensino-aprendizagem na Educação em Engenharia.
O presente trabalho contribui com diversas formas de debate acerca do uso da IPTV
como modalidade de Educação especificamente na Educação a Distância em Engenharia.
O cenário desta pesquisa criou o desafio científico do desenvolvimento futuro de um
protótipo de uma interface de IPTV para a Educação a Distância de Engenharia, que se
constituirá num modelo conceitual de aplicativo de EAD na IPTV.

6. REFERÊNCIAS / CITAÇÕES

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de São Paulo, São Paulo, 2007.
DIGITAL TECHNOLOGIES FOR EDUCATION IN ENGINEERING:
IPTV IN DL - CONCEPTS AND PROPOSALS

Abstract: Distance Education (DE) plays an important role nowadays on the development
and expansion of education in Brazil. Due to new technologies, DE had a great propulsion,
mainly on those which involve the Internet. The use of digital technologies in educational
spaces allowed that communication, interaction, storage and distribution of content became
more efficient. In between the diversity of medias and technologies, IPTV arises as a new
proposal; an interactive communication tool which enables new perspectives for DE. In this
context, IPTV is paramount, since its high rates of interaction and synchronous and
asynchronous content delivery quality enables a great range of options for its users. This
work aims at presenting elements of IPTV use as a modality of DE in the content delivering
for Engineering Teaching and Learning, focusing the reduction of distances in the teaching
and learning process. Thus, it is presented benefits of the integration between IPTV and
Engineering Education through a strategy of DE in IPTV.

Key-words: IPTV, DL, Education of the future, Blended learning, Education in engineering

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