Manual Gestão Do Risco

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ESCOLA PRÁTICA DE INFANTARIA

DIRECÇÃO DE ESTUDOS E INSTRUÇÃO

Texto de Apoio
Avaliação e Gestão do Risco
ESCOLA PRÁTICA DE INFANTARIA

1. A publicação “ Gestão do Risco”, resultante da tradução parcial do FM 3-100.12,


RISK MANAGEMENT, passa a constituir um auxiliar para os alunos do Curso de
Promoção a Capitão fornecendo-lhes a ferramenta necessária à gestão do risco
durante o planeamento, preparação e execução de operações militares, e que,
por sua vez, deve ser utilizada durante o processo de decisão militar.

2. É uma publicação não classificada e não registada.

3. Podem ser feitos extractos desta publicação sem autorização da entidade


promulgadora.

4. Todos os comentários, sugestões e possíveis correcções devem ser enviadas à


Escola Prática de Infantaria.

5. Esta publicação entra em vigor na data da aprovação.

Aprovo para utilização nos cursos,

Mafra 19 de Novembro de 2002

O COMANDANTE,

ANTÓNIO NOÉ PEREIRA AGOSTINHO


Cor Inf
Avaliação e Gestão do Risco

1. INTRODUÇÃO

As operações militares são inerentemente complexas, dinâmicas,


perigosas e por conseguinte, envolvem a aceitação de riscos. Porque o
risco está frequentemente relacionado com a vitória, os comandantes
geralmente assumem os riscos que consideram necessários, tendo em
conta os benefícios que poderão resultar da operação.
O bom senso do comandante traduz-se em colocar nos pratos da
balança, as necessidades para o sucesso da missão e todos os seus
riscos inerentes. É claro que desde sempre os comandantes têm vindo
a aplicar a gestão do risco no processo de tomada de decisão; no
entanto a relação gestão do risco versus grau de sucesso, varia
dependentemente do nível de treino, julgamento e experiência dos
comandantes.
Quando se faz a avaliação do risco o comandante deve ter em conta
dois tipos de risco, o risco por acidentes e o risco táctico.

2. DEFINIÇÕES

A Avaliação do Risco é um processo que apoia os decisores (através


de uma sistematização na identificação, avaliação e controlo do risco
resultante de factores operacionais) na tomada de decisões que à
partida implicam elevados riscos comparativamente aos benefícios
para a missão.
Risco é a expressão de uma possível perda ou impacto negativo na
missão expressa em termos de probabilidade e perigosidade.
Para o propósito desta publicação, ameaça é definida como uma fonte
de perigo – qualquer força opositora, condição, fonte ou circunstância
com potencialidade de ter um impacto negativo no cumprimento da
missão e/ou degrade as capacidades de cumprimento da missão.
Risco táctico está associado aos perigos resultantes da presença do
In no Campo de Batalha (CB). As consequências deste risco pode
assumir duas formas. A primeira relaciona-se com as acções do In
numa área onde o comandante aceitou riscos, como por exemplo numa
área onde o comandante aceitou economizar forças para que possa
aplicar o princípio da massa noutro local do CB. A segunda relaciona-
se com as perdas de oportunidade, por exemplo se o comandante
decidir movimentar a sua força por um terreno classificado de
impeditivo para ganhar surpresa e não consegue por isso mesmo
aplicar a massa dos seus fogos directos porque o terreno não permite a
formação adequada.
Risco por acidentes inclui todos os riscos para além dos tácticos que
não são causados pelo In. Causados por exemplo pela falta de aptidão
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Avaliação e Gestão do Risco

e treino do pessoal, falhas no equipamento e pelas condições


ambientais que causam degradação no cumprimento da missão, como
por exemplo a visibilidade limitada, excesso de calor ou frio.
Perigo é qualquer condição que pode causar danos ou perdas no
equipamento e no pessoal; degradação no cumprimento da missão.
Condição é o estado de prontidão do pessoal e equipamento de
acordo com as condições de ambiente operacional do CB durante o
planeamento, preparação e execução da missão. Um abaixamento da
condição a possibilidade de erros humanos, falha de materiais e
equipamentos que causa acidentes e degradação no cumprimento da
missão.
Exposição é a frequência e a duração da exposição do pessoal e
equipamento ao perigo.
Severidade é o grau de danos que podem ocorrer na presença do
perigo.
Controlos são as acções tomadas para diminuir ou eliminar os perigos
e reduzir os riscos.
Risco residual é o grau de risco remanescente após a escolha dos
controlos.
Avaliação do risco é a identificação e avaliação dos perigos.
Corresponde aos dois primeiros passos do processo.

3. OBJECTIVO

O comandante pode ter de aceitar um elevado risco por acidentes em


detrimento da diminuição do risco táctico porque por vezes são
diametralmente opostos. O objectivo principal da avaliação e gestão
do risco é aumentar as capacidades operacionais e contribuir para
o cumprimento da missão com o mínimo de perdas aceitável. Os
factores principais que contribuem para essas perdas incluem:
• Rápida mudança do ambiente operacional;
• Operações de elevado ritmo (momentum da operação), longa duração
e grande quantidade de efectivos;
• Falha dos meios e falha nos apoios;
• Factores humanos.
O processo da avaliação e gestão do risco proporciona-nos um método
que apoia quem decide na identificação da melhor modalidade de
acção, devendo ser totalmente integrado no planeamento, preparação
e execução das tarefas.

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Avaliação e Gestão do Risco

4. ASPECTOS CHAVE

Em operações militares, os comandantes são os responsáveis pela


aplicação do processo de gestão do risco.

a. A avaliação e gestão do risco apoia o comandante na medida em


que:

(1) Exponencia o sucesso da missão;


(2) Apoia a implementação de uma modalidade de acção;
(3) Fornece ferramentas de avaliação para operações de apoio;
(4) Aumenta a perícia da tomada de decisão, baseada num processo
racional e repetitivo;
(5) Permite o aumento de confiança nas capacidades das unidades.
Uma adequada avaliação do risco fornece uma clara visão do
estado de prontidão das unidades;
(6) Preserva e salvaguarda o pessoal, sistemas de armas e meios de
apoio e em simultâneo evita riscos desnecessários;
(7) Permite o contínuo feedback durante o planeamento, preparação
e execução das fases de uma operação militar;
(8) Identifica medidas de controlo eficazes e fiáveis onde não
existem medidas padrão e/ou estandardizadas.

b. No entanto, a avaliação e gestão do risco:

(1) Não substitui o processo de tomada de decisão, integra-se nele


(ver Anexo A);
(2) Não inibe a flexibilidade, iniciativa ou responsabilidade do
comandante;
(3) Não elimina o risco totalmente, nem apoia uma ideia fixa de zero
defeitos.
(4) Não reduz a necessidade de treinos.

5. PRINCÍPIOS

Os princípios básicos que asseguram um enquadramento para a


implementação do processo da avaliação e gestão do risco são:

a. Não aceitar riscos desnecessários. Um risco desnecessário é


qualquer risco que, se tomado, não irá contribuir significativamente
para o cumprimento da missão ou irá colocar desnecessariamente

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Avaliação e Gestão do Risco

em perigo, vidas ou meios. Intencionalmente, ninguém assume


riscos desnecessários. A escolha mais lógica para o cumprimento da
missão é aquela que tem em conta todas as necessidades da
missão e, em simultâneo, expõe os meios ao mínimo risco aceitável.
Todas as operações militares envolvem riscos. O processo de
avaliação e gestão do risco identifica a ameaça que de outra forma
não o seria, e determina as ferramentas para reduzir ou compensar
o risco tomado. O corolário deste princípio é “aceitar riscos
necessários” que permitam o cumprimento da missão.

b. Tomar decisões de tomada de risco a um Escalão Apropriado.


Qualquer indivíduo pode tomar uma decisão que tenha um
determinado risco inerente. No entanto, o escalão apropriado para o
fazer é aquele que pode, também, tomar decisões para eliminar ou
reduzir a ameaça, implementar controlos para reduzir o risco ou até,
aceitar o risco. Os comandantes, a todos os níveis, devem
assegurar que os seus subordinados conheçam os riscos que
podem aceitar e quando reportar a decisão para o escalão superior.
Deve assegurar-se que as decisões de tomada de risco são
tomadas a um nível apropriado e estabelecem claras
responsabilidades, que devem por sua vez ser levadas em conta
durante o processo de avaliação e gestão do risco. Se o
comandante responsável pelo cumprimento da missão chegar à
conclusão que os controlos que tem disponíveis não irão reduzir o
risco a um nível aceitável, deve informar da decisão tomada para o
escalão superior.

c. Aceitar o risco quando os benefícios pesam mais do que o


custo. O processo de avaliar o risco em função das oportunidades e
benefícios, maximiza o sucesso da missão. Contrabalançar custos e
benefícios é um processo subjectivo e deve-se entender como uma
decisão do comandante.

d. Antecipar e gerir os riscos através do planeamento. Integrar a


avaliação e gestão do risco no planeamento a todos os níveis. Os
comandantes devem dedicar tempo e meios para aplicar
eficientemente a avaliação e gestão do risco no processo de
planeamento, que é quando os riscos podem ser melhor avaliados e
geridos. Integrar a gestão do risco no planeamento o mais cedo
possível, garante ao comandante uma excelente oportunidade de
tomar decisões esclarecidas e implementar controlos efectivos do
risco. Durante a fase de execução de uma operação, o processo de
gestão do risco deve ser aplicado de forma a guiar-nos até riscos
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Avaliação e Gestão do Risco

não identificados anteriormente, e simultaneamente avaliar a


eficiência dos controlos existentes ou altera-los se necessário.

6. NÍVEIS DE APLICAÇÃO

O processo de avaliação e gestão do risco tem dois níveis de


aplicação: Imediato ou acção de crise e deliberado. O tempo é o
factor principal que contribui para a selecção do nível de aplicação
usado.

a. Imediato ou Acção de crise. Avaliação e gestão Imediata do risco


é uma revisão mental ou verbal continua da situação, usando o
processo básico de avaliação e gestão do risco, e é empregue em
situações em que o tempo disponível para a tomada de decisões é
escasso. Este nível é adoptado durante a fase de execução dos
treinos ou operações assim como no planeamento e execução de
resposta a crises. É particularmente útil na escolha de modalidades
de acção quando algum evento não planeado ocorre.

b. Deliberado. Gestão deliberada do risco é a aplicação completa do


processo quando o factor tempo não é crítico. Inicialmente faz uso
da experiência e ‘brainstorming’ para identificar as ameaças e
desenvolver controlos, sendo mais eficiente quando realizado em
grupo. Como exemplos temos o planeamento de operações futuras,
revisão e criação de NEP, manutenção, treinos, desenvolvimento de
controlos de danos colaterais ou planos de resposta a desastres.

7. APLICAÇÃO DO PROCESSO

Vamos agora abordar a avaliação e gestão do risco como um processo


cíclico (ver Anexo B) que apoia os decisores na redução dos riscos e
identifica o objectivo, aspectos chave e conceito principal. Irão ser
expostas as linhas gerais de aplicação do processo e será dada uma
visão geral do mesmo:
• Identificação das ameaças
• Avaliação das ameaças para determinar os riscos
• Desenvolvimento de controlos e tomada de decisões
• Implementação dos controlos
• Supervisão e revisão

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Avaliação e Gestão do Risco

7.1. Identificar as Ameaças

Analisar a missão → Listar as ameaças → Listar as causas

7.1.1. Uma ameaça é uma fonte de perigo,


− Força opositora
− Condição
− Circunstância

com impacto negativo no cumprimento da missão ou que


degrade a capacidade da força.

7.1.2. Risco é a probabilidade do perigo ou ameaça afectarem o


pessoal, material ou missão.

È expresso em termos de severidade e probabilidade.

7.1.3. Modelo de análise – MITM-TC

a) Análise de missão
1) – Analisar a Ordem de Operações do escalão superior
2) – Definir as necessidades e as condições no cumprimento de
tarefas
3) – Dividir a operação em partes/fases

b) Listar as ameaças
– Listar as ameaças e os factores que podem gerar ameaças
– Limitar a lista ás “grandes ameaças”
– Examinar os centros de gravidade para identificar
vulnerabilidades

c) Listar as causas
– Elaborar uma lista associada a cada causa

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Avaliação e Gestão do Risco

7.1.4. Exemplo: Situação de Ataque


Identificar Ameaças

Passo nº 1 – Análise de Missão


Tarefas explícitas
- Efectuar passagem de linha
- Conquistar região A
- Destruir o inimigo na ZA
- Apoiar o ataque do Agr x
Tarefas implícitas
- Movimentar de ZRn para ZRn Av
- Ocupar ZRn Av
Essenciais

Passo nº 2 – Listagem de Ameaças Ameaças baseadas na analise dos


1- Fratricídio padrões de decisão.
2- Engano no acesso á ZRn acção MITM-TC
3- In controlar o EAprox A ↓
4- In ocupar o Ponto Importante nº8 Missão
5- In ter potencial superior a 1 Inimigo
CAtMec na região X Terreno e Cond meteo
6- In detectar ataque principal Meios disponíveis (orgânicos e apoio)
7- Infiltração do Pel Rec ser Tempo
detectada Considerações de âmbito Civil
n- Os refugiados interferem na
manobra do Agr

Passo nº 3 – Listagem de Causas

Ameaça Causas
Provocado pelo desconhecimento dos sinais Identificadores na passagem
1 de linha
Provocado pela semelhança entre o T-72 e o CCM-60 a partir dos 2000m
... ...
3 In detectou que o Atq principal se ia deslocar pelo EAprox A
Os refugiados deslocam-se para a zona controlada pelos NT

Os refugiados utilizam a EN 55 que é a estrada onde se apoia o EAprox A


n

Os refugiados concentram-se na Zona A que é o nosso objectivo e é


controlado pelas forças In

Nota: Se não é possível listar uma causa, então provavelmente a ameaça foi mal
levantada.

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Avaliação e Gestão do Risco

7.2. Avaliar as Ameaças

Cada ameaça é avaliada quanto a sua severidade e probabilidade


de ocorrência. São classificados tendo em conta o impacto na
operação (cumprimento da missão)

Avaliar a → Avaliar a probabilidade → Completar a


Severidade de ocorrência avaliação do risco

7.2.1. A perigosidade é classificada do seguinte modo:

Catastrófico → Impossibilidade de cumprir a missão


I → Perda da maior parte do material crítico
→ Grandes estragos no ambiente
→ Danos colaterais inaceitáveis

Crítico → Degradação significativa no cumprimento da missão,


II eficiência da unidade.
( Danos colaterais significativos
( Degradação significativa do material
( Falha na segurança

Marginal → Degradação do cumprimento da missão


III → Baixo dano no pessoal ou material, ambiente
→ Ferimentos ou doença no pessoal

Desprezível → Pouco impacto ou nenhum no cumprimento da missão


IV → Primeiros socorros para o pessoal
→ Embora com danos o material funciona
→ Pouco ou nenhum impacto no ambiente

7.2.2. Classificação da probabilidade

Frequente Ocorre muitas vezes ou continuamente durante a


A missão

Provável Ocorre algumas vezes. Espera-se que ocorra durante


B a missão.

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Avaliação e Gestão do Risco

Ocasional Ocorre por vezes. Pode ocorrer ou não durante a


C missão. É esporádico

Raramente Raramente ocorre durante a missão. Por vezes pode


D ocorrer.

Improvável Pode assumir-se que não ocorre mas não é impossível


E de ocorrer.

A conjugação da severidade e da probabilidade faz-se numa tabela


tipo matriz, a MATRIZ DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL DO RISCO
(Anexo C)

7.3. Desenvolver Controlos e Tomar Decisões

Desenvolver controlos e determinar riscos residuais → Tomar

Decisões

Depois de avaliar a ameaça é necessário desenvolver os controlos


necessários para eliminar a ameaça ou reduzir o risco. Para cada
ameaça é desenvolvido pelo menos um controlo.

7.3.1. Critérios para o estabelecimento de controlos

Vantagem – O controlo deve mitigar o risco até um nível aceitável.

Exequível – A unidade pode implementar o controlo.

Aceitável – As vantagens da implementação justificam o custo do


controlo.

Claro – Explicitamente especifica quem, o quê, onde, quando,


porquê e como.

Apoio – Tem de haver pessoal, equipamento, material, etc,


necessário para implementar o controlo.

Standard – Os procedimentos para implementação são claros,


práticos e específicos.

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Avaliação e Gestão do Risco

Liderança – Os Cmdt´s reforçam a implementação.

Individual – O pessoal é suficientemente auto-disciplinado para


implementar o controlo.

7.3.2. Tipos de controlos

Engenharia – Escolha de melhores materiais, novas tecnologias.

Administração – Documentos escritos, programas, NEP.

Educação – Controlos na perícia e conhecimento. Implementação


através de treino individual e colectivo.

Físico – Equipamento de protecção, check-points, segurança


física, etc.

Operacional – Limites, linhas de coordenação, medidas de


controlo de fogos directos e indirectos, ROE,
treinos operacionais,etc.

7.3.3. O Resultado de implementação deve:

Evitar o risco – Não se efectuar uma tarefa por ser demasiado


arriscada.

Retardar uma m/a – Se não há vantagem em executar de imediato a


m/a. Por exemplo esperar até que as condições
meteorológicas não ponham a força em perigo.

Transferir o risco – Transferir tarefas/missões para pessoal ou


unidades mais adequadas.

7.3.4 Determinar o risco residual

Assim que forem desenvolvidos os controlos e aceites pelo


comandante, determina-se o risco residual; aquele que ainda
subsiste e este entra novamente no ciclo da administração do risco.

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Avaliação e Gestão do Risco

7.3.5 Continuação do exemplo anterior

Tome-se como exemplo a ameaça nº 3 – O In detectou o local onde


vamos executar o esforço.
O risco que se corre inicialmente, pela MATRIZ DE AVALIAÇÃO
INDIVIDUAL DE RISCO é H (conjugando o grau de Severidade II e
Probabilidade B).
Como é que podemos controlar essa situação?
a. O movimento da reserva, que segue o Atq principal só se inicia
quando o Atq principal estabelecer contacto pelo fogo com o In.
b. Os meios de Engenharia executam primeiro as operações de brecha
no Eixo do Atq secundário.
c. O ataque secundário inicia-se antes do ataque principal.
d. Mudar o ataque principal para a unidade que inicialmente era o
apoio.
e. …

De seguida durante a análise das m/a vamos verificar se os benefícios


destes possíveis controlos reduzem o risco individual que era elevado. O
risco residual é baixo.
No caso de obedecerem aos critérios que o comandante estabeleceu os
controlos serão implementados durante o passo seguinte.

8. Tomar decisões

Um elemento chave na gestão do risco é determinar se o risco é


justificado.
O Cmdt deve comparar entre o ganho da missão e o risco corrido.
Se o risco é demasiado e o Cmdt não o quer correr então
desenvolve novos controlos.

8.1. Implementação dos controlos

Implementação de Implementação
forma → de → Dar apoio
clara forma responsável

- Forma gráfica, - O Cmdt é o - Pessoal e material


por exemplos responsável necessários
- Visão do estado-final a cada nível - Sustentável desde
- Facilmente o início
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Avaliação e Gestão do Risco

perceptível.

8.3. Continuação do exemplo anterior

Suponha-se que o controlo escolhido era o de 7.3.5 d.


Então no conceito de operação e no Transparente de Apoio à
Decisão eram marcadas as medidas de coordenação para que
através do accionamento de um Ponto de Decisão se transferisse o
esforço, baseado como é lógico no reconhecimento e vigilância.

9. Supervisar e rever

Supervisar → Rever → Feedback

- Monitorizar - Se necessário - Custo vs. benefício


- Mudar se necessário efectuar nova/ o - Lições aprendidas
- Reavaliações ciclo de gestão - Relatórios
do risco

9.1 Continuação do exemplo

Essas medidas iriam agora ser treinadas para verificar a sua


exiquibilidade. Se fossem facilmente executadas estavam em condições
de ser implementadas na Ordem de Operações senão voltava-se ao
passo anterior.
No entanto durante a execução da operação poderiam advir dificuldades
pelo que as acções levantadas durante a análise das m/a para outros
controlos poderiam ser agora aplicados. Não esquecer que este ciclo é
contínuo.

Nota: O nível de risco final não é a média dos riscos corridos.


Basta que 1 risco seja elevado para que o risco que se corra seja
elevado.

ANEXOS:
A – Integração da gestão do risco no processo de decisão.
B – Aplicação contínua da Gestão do Risco.
C – MATRIZ DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL DO RISCO.
D – Exemplo de gestão do risco para a tarefa de execução de
Slide.

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Avaliação e Gestão do Risco

Anexo A – Integração da gestão do risco no processo de decisão.

Desenvolver
Identificar Avaliar Implementar Supervisar e
controlos e
ameaças ameaças controlos Rever
decidir

Receber a
X
Missão

Análise da
X X
Missão

Levantamento
X X X
de m/a

Análise de m/a X X X

Comparação
X
de m/a

Aprovação de
X
m/a

Produção de
X
ordens

Preparação X X

Execução X X

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Avaliação e Gestão do Risco

Anexo B – Aplicação contínua da Gestão do Risco

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Avaliação e Gestão do Risco

Anexo C - MATRIZ DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL DO RISCO

PROBABILIDADE DO PERIGO
Frequente Previsível Ocasional Raramente Improvável
A B C D E
S
E E E H H M
V I
E
R
I II E H H M L
D
A
D III H M M L L
E

IV M L L L L

E – Extremamente elevado – Perda da capacidade de cumprir a


N missão
O H – Elevado - Degrada significativamente a missão tendo como
T referência a missão standard
A M – Moderado – Degrada o cumprimento da missão
L – Baixo – Pouco ou nenhum impacto no cumprimento da missão

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Avaliação e Gestão do Risco

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AVALIAÇÃO
Ameaça: Severidade:
II – Crítico: afecta o cumprimento da missão por baixa no
1. FRATRICÍDIO moral e pelo caos causado na passagem de
Causas linha; dá vantagem ao Inimigo…..
---------- Probabilidade:
---------- B – Provável: a confusão da operação e a sua criticidade
elevam a probabilidade de acontecer.

Risco elevado (Matriz de Avaliação)


II + B Æ H

DESENVOLVIMENTO DE CONTROLOS E
TOMADA DE DECISÕES
- Verifica as áreas de empenhamento das armas da unidade
Risco aceitável ultrapassada
- Estabelecer guias em PPass
- Viat (VBTP/CC/TG) com bandeiras vermelhas
- PPass fora das áreas de empenhamento embora no EAprox
IMPLEMENTAÇÃO menos adequado
Detalhe no anexo de
passagem de linha + treino

SUPERVISÃO
Treino da operação
Testar anexo

REVISÃO
Rever o Plano Pass Linha
Novos controlos

Risco vs Ganho para a Operação

Risco aceitável Risco não aceitável

Nova M/A ou Adiar Execução


MISSÃO Novo Processo
De Gestão do Risco
EPI Gestão do Risco

Anexo D – Exemplo de gestão do risco para a tarefa de execução de Slide


LISTAR OS
LISTAR AS CAUSAS AVALIAÇÃO CONTROLOS RISCO RESIDUAL OBSERVAÇÕES
PERIGOS
1- QUEDA - CABO PARTIDO - Inspecção do cabo por mais do que 1 pessoa Se o Slide for de baixa altitude
- MÃOS SOLTAM-SE DA ROLDANA - Evitar tensão excessiva L reduz-se a severidade do perigo
- ROLDANA PARTE-SE/DANIFICA-SE - Não usar cabos emendados Mínimo Baixo (perigosidade)
- CABO DE AÇO SOLTA-SE (SERRA-CABOS/ - Pontos de amarração adequados (cerra-cabos + Apoio sanitário presente
AMARRAÇÃO) c ponto de apoio adequado)
- ROLDANA ABRE-SE DURANTE A EXECUÇÃO I + Improvável - Atadura de segurança adequada
- Verificar estado da roldana (fracturas+cordas+fecho)
=M - Segurança no punho
- Instrução adequada
- Segurança ao executante (no cabo) antes de pegar na
roldana
2- ACIDENTE - MATERIAL INDIVIDUAL MAL ACONDICIONADO - Material acondicionado + supervisão Apoio sanitário presente
NA RECEPÇÃO - MAU TRAVAMENTO acondicionamento L
AO SOLO - NÃO APLICAÇÃO DA TÉCNICA ENSINADA - Instrução adequada aos travadores Mínimo Baixo
- FALTA DE ESPAÇO PARA CORRER d - Verificar o bom estado do material para travar
- TRAVADOR (CORDA/BORRACHA) PARTIU-SE II + Raramente - Instrução ao executante
- INCLINAÇÃO DO CABO (ESTICADO) – EXCESSO DE - Espaço suficiente testado pelos instrutores
VELOCIDADE =M - Recepção em terreno preparado
- DEFICIENTE PONTO DE APOIO - Testar a inclinação do cabo
- 2ºs travadores (ex. pneus)
3- FICAR
IMOBILIZADO
- CABO MAL LIMPO
- ROLDANA DEFICIENTE e - Verificar limpeza do cabo e roldana
- Tensão adequada do cabo L Apoio sanitário presente

NO CABO - ROLDANA SUJA IV + Improvável Mínimo Baixo


- INCLINAÇÃO DO CABO “INAPROPRIADO”
=L
4- ACESSO AO - QUEDA DURANTE A SUBIDA (DIFICULDADE DE - Verificação dos pontos de acesso Se acesso por água (rio) uso de
PONTO DE ACESSO) - Escolha adequada do local de lançamento L coletes salva-vidas
PARTIDA
(QUEDA/ACIDE
- ACESSO PERIGOSO (NECESSÁRIO TRAVESSIA DE
RIO)
f - Plataforma segura
- Segurança ao executante (no cabo) antes de pegar na
Mínimo Baixo Apoio sanitário presente

NTE NO - MEIOS DE ACESSO DEFICIENTE (ESCADA III + Improvável roldana


ACESSO AO DEGRADADA, CORDA PODRE,…) =L - Segurança nos acessos difíceis
PONTO DE - PLATAFORMA DE LARGADA
PARTIDA) DEFICIENTE/INEXISTENTE
5- ACIDENTES - PESSOAL NÃO ENQUADRADO - Pessoal sempre enquadrado Apoio sanitário presente
NA MONTAGEM - QUALIFICAÇÃO DO PESSOAL RESPONSÁVEL - Qualificação dos graduados (SecEdFis, Sap) L
- SEQUÊNCIA DAS ACÇÕES DE CMD E CONTROLO
(METEFF)
g - Cartão com sequência de acções
- Garantir sempre distâncias de segurança
Mínimo
- MATERIAL INADEQUADO III + Raramente - Escolha criteriosa do local do exercício
- CHICOTADA – CABO PARTE DURANTE =L
ESTICAMENTO (TENSÃO DO CABO)
- LOCALIZAÇÃO INADEQUADA (EX: LIZANDRO)
6- ACIDENTE - LARGADOR SEM SEGURANÇA - Pessoal enquadrado durante a execução Apoio sanitário presente
COM PESSOAL - TRAVADORES DEBAIXO DO PLANO DE DESCIDA h - Instrução e treino dos travadores L
NO APOIO Á - PROCEDIMENTO INCORRECTO DOS TRAVADORES II + Raramente - Travadores sempre os mesmos Mínimo Baixo
EXECUÇÃO - QUEDA DE MATERIAL EM CIMA DO PESSOAL DE - Só presente o pessoal estritamente necessário
APOIO =M
Conclusão: Com implementação destes controlos, o risco que o Cmdt corre ao cumprir a tarefa/execução de slide, é minímo.

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