D - Curso 302349 Aula 10 52ac Simplificado
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Autor:
Equipe Direito Constitucional
Estratégia Concursos
03 de Junho de 2024
Equipe Direito Constitucional Estratégia Concursos
Aula 10
Índice
1) Forma de Governo e Sistema de Governo
..............................................................................................................................................................................................3
4) Impedimento e Vacância
..............................................................................................................................................................................................9
5) Substituição e Sucessão
..............................................................................................................................................................................................
10
absolutismo, contexto em que não havia qualquer limitação ao poder do soberano. Todavia, do
século XVIII em diante, houve o surgimento das monarquias constitucionais, em que incidem
limitações jurídicas ao exercício do poder do monarca.
A república, por sua vez, reúne as seguintes características fundamentais: temporariedade (chefe
de governo cumpre um mandato temporário), eletividade (há eleição para a escolha do chefe de
governo) e responsabilidade (chefe de governo deve prestar contas). A forma republicana melhor
favorece o exercício da democracia, tendo em vista que a realização de eleições e a
obrigatoriedade de prestação de contas são aspectos que viabilizam uma participação popular
mais presente do que na forma de governo monárquica. Lembre-se de que, etimologicamente,
república significa "coisa pública" (res = coisa; publica = pública).
O Brasil, como se sabe, é uma república federativa, em que sua forma de Estado é a federação e
a sua forma de governo é a republicana.
Como veremos mais à frente, há dois sistemas de governo: presidencialismo e parlamentarismo.
Nosso país optou por ter um sistema de governo presidencialista.
1
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado, 28ª edição, Ed. Saraiva, São Paulo, 2009.
O Poder Executivo, assim como os demais Poderes do Estado, possui funções típicas e funções
atípicas. A função típica do Poder Executivo é a função executiva, que abrange atividades de
Chefia de Governo, Chefia de Estado e de Chefia da Administração Pública.1 O Poder Executivo
é, afinal, o responsável por impulsionar e dirigir a ação estatal, seja no plano interno ou no plano
internacional.2
É importante pontuar que as chefias de governo e de Estado podem ser exercidas por pessoas
diferentes. Por exemplo, na Inglaterra temos o primeiro-ministro (chefe de governo) e a rainha
(chefe de Estado), cada qual com atribuições bem distintas entre si. No caso brasileiro, ambas as
funções são exercidas pela mesma pessoa (Presidente da República).
A chefia de Estado tem atribuições simbólicas e mais relacionadas a aspectos diplomáticos, na
medida em que um Estado soberano é representado no plano internacional pelo seu respectivo
chefe. Já a chefia de governo evidencia a formulação e a condução das políticas públicas
internas, bem como o funcionamento das instituições e dos demais órgãos do país. Em regimes
parlamentaristas, o chefe de governo é também o chefe do Poder Legislativo. Já em regimes
republicanos, o chefe de governo é o chefe do Poder Executivo.
A doutrina considera que a função executiva subdivide-se em duas: i) função de governo
(atribuições de decisão política) e; ii) função administrativa (atribuições relacionadas à prestação
de serviço público).3
O Poder Executivo também exerce funções atípicas: função legislativa (quando edita medidas
provisórias, leis delegadas e decretos autônomos) e função de julgamento (no âmbito do
contencioso administrativo, como, por exemplo, quando decide um processo administrativo
disciplinar). Cabe destacar que a doutrina majoritária entende que o Poder Executivo não exerce
função jurisdicional.
Segundo o Prof. Gilmar Mendes, a realidade política brasileira demonstra uma
hiperpotencialização do Poder Executivo, centrado na figura do Presidente da República; nesse
sentido, é perceptível, em nosso modelo político, a proeminência do Poder Executivo sobre os
demais Poderes.4
1
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 35ª edição, Ed. Malheiros, São Paulo, 2012.
2
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9ª edição. São Paulo
Editora Atlas: 2010, pp. 1228.
3
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito
Constitucional, 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 2010, pp. 935
4
Op Cit. Pp. 935.
No Brasil, o Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros
de Estado. Para que um indivíduo possa ocupar o cargo de Presidente, ele deverá cumprir os
seguintes requisitos constitucionais:
a) Ser brasileiro nato (art. 12, § 3º, CF/88).
b) Possuir alistamento eleitoral.
c) Estar no pleno gozo dos direitos políticos.
d) Ter mais de 35 anos. Destaque-se que essa idade deve ser comprovada na data da
posse.
e) Não se enquadrar em nenhuma das inelegibilidades previstas na Constituição.
f) Possuir filiação partidária.
A eleição do Presidente e do Vice-Presidente ocorre, simultaneamente, no primeiro domingo de
outubro (em primeiro turno) e no último domingo de outubro (em segundo turno, se houver) do
ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. Os dois cargos são eleitos em
conjunto, ou seja, ao eleger o Presidente, a população automaticamente elege o Vice.1
A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República é feita pelo sistema majoritário de
dois turnos. Por esse sistema, considera-se eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos
votos válidos (não computados, portanto, os votos em branco e os nulos).
Caso não obtenha essa maioria na primeira votação, realiza-se um novo turno de votações, no
qual concorrem os dois candidatos mais votados no primeiro turno. Havendo empate em
segundo lugar, qualifica-se o mais idoso para disputar o segundo turno. Por fim, no segundo
turno, considera-se eleito aquele que obteve a maioria dos votos válidos.
Se, antes de realizado o segundo turno, ocorre morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convoca-se, dentre os remanescentes, o de maior votação. Cuidado! Não se convoca
o Vice do candidato que faleceu, desistiu ou foi impedido, mas sim o candidato que ficou na
terceira posição no primeiro turno. Caso ocorra empate entre os remanescentes, qualifica-se o
mais idoso.
A partir da promulgação da Emenda Constitucional nº 111, de 28 de setembro de 2021, tem-se
que o Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão conjunta do
1
Nem sempre foi assim na História brasileira. A Constituição de 1946 dispunha que o Presidente e o
Vice-Presidente seriam eleitos separadamente. Como resultado disso, tivemos, por vezes, eleição de
candidatos com posições políticas antagônicas, como, por exemplo, Jânio Quadros (eleito presidente em 1960)
e João Goulart (Vice-Presidente). Quando Jânio Quadros renunciou, houve forte rejeição a João Goulart. A
solução para o impasse político foi instaurar um sistema parlamentarista no Brasil.
Contudo, a nova data de posse somente terá efeito prático a partir das eleições de 2026. Isso
==14b95d==
significa que o Presidente eleito nas eleições de 2022 tomou posse em 1º de janeiro de 2023,
sendo que o seu mandato durará até a posse de seu sucessor, em 5 de janeiro de 2027.
É permitida a reeleição para um único período subsequente. No entanto, é plenamente possível
que um indivíduo seja eleito para mais de 2 mandatos presidenciais, desde que não sejam
consecutivos. O maior número de mandatos presidenciais consecutivos que alguém pode
cumprir são dois.
Impedimento e Vacância
Qual a diferença entre impedimento e vacância do Presidente da República?
Impedimento é o afastamento temporário. É o que ocorre, por exemplo, quando o Presidente se
afasta do País. Nesse caso, há sua substituição pelo Vice-Presidente.
A vacância do cargo de Presidente da República, por sua vez, representa seu afastamento
definitivo, com consequente sucessão pelo Vice-Presidente. Está configurada nas seguintes
hipóteses:
a) Não comparecimento dentro de 10 dias da data fixada para a posse, exceto por motivo
de força maior;
b) Morte, renúncia, perda ou suspensão dos direitos políticos e perda da nacionalidade
brasileira:
==14b95d==
O Presidente pode ausentar-se do País por mais de 15 dias, mas, para isso,
precisa de autorização do Congresso Nacional.
No caso de Governadores e Vice-Governadores, o STF entende que a exigência
de autorização de Assembleia Legislativa só pode constar da Constituição
estadual se reproduzir o modelo federal, ou seja, quando a ausência se der por
mais de quinze dias. Desse modo, é inconstitucional norma estadual que exige
prévia licença da Assembleia Legislativa para que o governador e o
vice-governador possam-se ausentar do País por qualquer prazo. 1
1
STF, ADI 738 Rel. Min. Maurício Corrêa. 13.11.2002
Substituição e Sucessão
Do art. 79, extrai-se que o substituto natural do Presidente da República é o Vice-Presidente, nas
hipóteses de impedimento ou de vacância do cargo. Entretanto, caso ele esteja impossibilitado
de assumir o cargo de Chefe do Executivo, outras autoridades poderão fazê-lo, respeitada a linha
sucessória prevista no art. 80 da Constituição.
Desse modo, serão chamados ao exercício da Presidência, nesta ordem: i) o Presidente da
Câmara dos Deputados; ii) o Presidente do Senado Federal e; iii) o Presidente do STF. Todavia,
apenas o Vice-Presidente poderá suceder o Presidente em caráter definitivo.
Por isso, caso os dois mais altos cargos do Executivo (de Presidente e de Vice-Presidente) fiquem
vagos (“dupla vacância”), é necessária a convocação de novas eleições, obedecidas as regras a
seguir:
a) Se a dupla vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato presidencial, serão
feitas eleições 90 (noventa) dias depois de aberta a última vaga. Trata-se, nesse caso, de
eleições diretas.
b) Se a dupla vacância ocorrer nos dois últimos anos do mandato presidencial, a eleição
para ambos os cargos será feita 30 (trinta) dias depois da última vaga, pelo Congresso
Nacional. Serão feitas, portanto, eleições indiretas.
Aqueles que forem eleitos dessa maneira deverão apenas completar o mandato dos seus
antecessores. É o que se chama de “mandato-tampão”.
Nas esferas estadual e municipal, o STF reconhece a autonomia dos entes federativos para
disciplinar os procedimentos no caso de “dupla vacância”.
(TCE-RJ – 2022) Caso o presidente da República faleça no início do terceiro ano do mandato e,
por conta disso, o vice-presidente renuncie ao cargo logo em seguida, deverá ser organizada
nova eleição direta em até noventa dias depois de aberta a última vaga.
Comentários:
Como a vaga surgiu nos dois últimos anos de mandato, a eleição será indireta, feita pelo
Congresso Nacional, na forma da lei, por força do art. 81, § 1º, da Constituição Federal. Questão
errada. ==14b95d==
Os Ministros de Estado são os auxiliares diretos do Presidente, sendo por ele nomeados e
exonerados. Trata-se de cargos de livre nomeação e exoneração.
No inciso IV, está prevista a competência do Presidente da República para expedir decretos e
regulamentos para a fiel execução das leis. São os chamados decretos executivos, atos
normativos secundários (infralegais). Sua edição traduz o exercício do poder regulamentar.
No inciso VI, expressa-se a competência do Presidente da República para editar os chamados
“decretos autônomos”. Trata-se de atos normativos primários, de mesma hierarquia que as leis
formais, cujo fundamento de validade é extraído diretamente do texto constitucional. Podem
dispor sobre as seguintes matérias:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento
de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Perceba que a criação ou extinção de órgão público não poderá ser objeto de decreto
autônomo: haverá necessidade de lei formal para fazê-lo. Da mesma maneira, é necessário lei
formal para tratar da organização e funcionamento de administração federal quando houver
1
A divisão nesses grupos de funções se baseia na doutrina do Prof. Gilmar Mendes.
aumento de despesa, bem como para prever a extinção de funções ou cargos públicos
ocupados.
Por último, cabe destacar que a edição de decretos autônomos é competência delegável do
Presidente da República, que poderá concedê-la aos Ministros de Estado, ao Advogado-Geral da
União ou ao Procurador-Geral da República.
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei;
O indulto é o perdão da pena. Comutação da pena é a substituição de uma pena mais grave por
uma pena menos grave. A concessão de indulto e comutação de penas é competência privativa
do Presidente da República, efetuada mediante decreto executivo que, conforme a prática, é
publicado ao final de todo ano. Cabe destacar que essa é uma competência delegável do
Presidente da República.
O Tribunal de Contas da União (TCU) possui 9 (nove) Ministros, todos nomeados pelo Presidente
da República. Desses, 2/3 são escolhidos pelo Congresso Nacional e 1/3 pelo próprio Presidente.
Nesse último caso (escolha pelo Chefe do Executivo), para serem nomeados, devem ter seu
nome previamente aprovado pelo Senado Federal.
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional;
O Presidente da República pode dar início ao processo legislativo, seja apresentando projeto de
lei de sua iniciativa privativa (art.61, § 1º, CF), seja apresentando projeto de lei de iniciativa geral.
Uma vez aprovado o projeto, ele seguirá para sanção ou veto (total ou parcial) pelo Presidente da
==14b95d==
A iniciativa das leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) é privativa do Presidente da República.
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
Ao editar medidas provisórias, com força de lei, o Presidente da República desempenha função
atípica do Poder Executivo.
Uma vez decretada a calamidade pública, uma série de regras constitucionais passam a ser
flexibilizadas. Passa a viger um regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações.
Atenção: a competência para decretar o estado de calamidade pública é do Congresso Nacional.
Cabe ao Presidente da República propor ao Parlamento a decretação (art. 167-B).
c) Atribuições no plano das relações internacionais (Chefia de Estado)
O Presidente, na condição de Chefe de Estado, representa o Brasil em suas relações
internacionais. Nesse sentido, exerce as seguintes competências:
1
Inq. 672/DF. Rel. Min Celso de Mello, 16.04.1993.
2
ADI 1.634 MC, Rel. Min. Néri da Silveira, j. 17-9-1997.
somente será processado e julgado após autorização da Câmara dos Deputados, por 2/3
dos seus membros, em votação nominal (aberta).
O juízo de admissibilidade político da Câmara dos Deputados também é exigido para a
instauração de processo contra o Vice-Presidente da República (em qualquer caso) e contra os
Ministros de Estado (nos crimes conexos com os do Presidente da República).
O atual entendimento do STF é no sentido de que os Estados não têm competência para editar
normas que condicionem a instauração de ação penal contra Governador, por crime comum, à
prévia autorização da Assembleia Legislativa3. O STJ poderá receber a denúncia contra o
Governador, instaurando a ação penal, independentemente de qualquer autorização do Poder
Legislativo Estadual. Cabe destacar, ainda, que o recebimento da denúncia pelo STJ não implica
em afastamento automático do Governador. O afastamento até pode acontecer, mas caso assim
entenda necessário o STJ, que tem competência para decidir fundamentadamente quanto à
aplicação de medidas cautelares.
...
Agora que já estudamos as imunidades do Presidente, é importante que entendamos o processo
de responsabilização em si.
Há dois tipos de infrações que podem ser cometidas pelo Presidente da República: i) crimes
comuns e; ii) crimes de responsabilidade. Os crimes comuns são as infrações penais comuns,
tipificadas no Código Penal e em outras leis penais especiais. Já os crimes de responsabilidade
são infrações político-administrativas cometidas no exercício do cargo.
Nos crimes comuns, o Presidente da República é processado e julgado perante o STF, após
autorização da Câmara dos Deputados. Assim, a denúncia ou queixa-crime é apresentada ao
STF, mas este só poderá recebê-la após o juízo de admissibilidade político da Câmara dos
Deputados. Assim, uma vez apresentada a denúncia ao STF, este deverá remetê-la à Câmara dos
Deputados.
Não se admite que o STF analise qualquer questão jurídica acerca da denúncia antes do juízo de
admissibilidade político da Câmara dos Deputados.4 A discussão sobre as provas que embasam a
denúncia somente deve acontecer após eventual autorização da Câmara dos Deputados. Em
caso envolvendo o ex-Presidente Michel Temer, o STF se negou a apreciar, antes do juízo de
admissibilidade da Câmara dos Deputados, a validade de acordo de colaboração premiada que
fundamentava a denúncia.
Após a autorização da Câmara dos Deputados, o STF poderá receber a denúncia contra o
Presidente da República, instaurando o processo. Todavia, é possível que, mesmo após essa
autorização, o STF decida rejeitar a denúncia e não instaurar o processo. O recebimento da
denúncia pelo STF é, afinal, ato discricionário da Corte.
Uma vez recebida a denúncia ou queixa-crime pelo STF, o Presidente ficará suspenso das suas
funções. Ele ficará suspenso do exercício da Presidência e só retornará às suas funções caso seja
absolvido ao final do julgamento, ou se decorrerem mais de 180 dias sem que o julgamento
tenha sido concluído. Assim, se o julgamento demorar muito (mais de 180 dias), cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
3
ADI 4764, ADI 4797 e ADI 4798. Rel. Min. Luís Roberto Barroso. 04.05.2017.
4
Inq 4483 QO/DF, Rel. Min. Edson Fachin, Julgamento: 21.09.2017
Se o STF condenar o Presidente pela prática de crime comum, seus direitos políticos serão
suspensos (conforme art. 15, III) e, consequentemente, ele perderá o mandato presidencial, sem
prejuízo da sanção penal cabível.
O STF também tem competência para julgar o Presidente da República em algumas ações civis,
como o mandado de segurança e o “habeas data”. No caso da ação popular, entretanto, por
falta de previsão constitucional, não é de competência da Corte Suprema o julgamento do
Presidente.
Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República é processado e julgado pelo Senado
Federal, após juízo de admissibilidade político da Câmara dos Deputados. Cabe destacar que, no
processo de impeachment, não se aplicam aos Senadores as regras de impedimento e suspeição
previstas no Código de Processo Penal.5 Isso porque o Senado é um órgão político, não se
submetendo por completo às rígidas normas às quais estão sujeitos os órgãos do Poder
Judiciário.
O art. 85, da CF/88, relaciona alguns atos do Presidente da República que configuram crimes de
responsabilidade:
5
MS 21.623/DF. Rel. Min. Carlos Velloso, Julgamento em 17/12/1992.
6
Súmula Vinculante nº 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.
A denúncia por crime de responsabilidade deve ser apresentada à Câmara dos Deputados. Ela
pode ser feita por qualquer cidadão; trata-se, portanto, de denúncia popular. Caberá, então, à
Câmara dos Deputados realizar o juízo de admissibilidade político: a acusação será admitida ou
rejeitada, autorizando-se ou não a realização do julgamento pelo Senado Federal. Segundo o
STF, é assegurado ao Presidente, ainda nessa fase, o direito à ampla defesa e ao contraditório. 7
Se a acusação for admitida pela Câmara dos Deputados (em votação nominal, por 2/3 dos seus
membros), o processo será remetido ao Senado Federal, a fim de que este órgão processe e
julgue o Presidente. No Senado, haverá novo juízo de admissibilidade da denúncia (por maioria
simples). O Senado Federal possui, dessa forma, discricionariedade para decidir pela instauração
ou não do processo contra o Presidente da República. Em outras palavras, o Senado Federal não
está vinculado ao juízo de admissibilidade da Câmara dos Deputados.8
Admitida a denúncia pelo Senado Federal (por maioria simples), será instaurado o processo
contra o Presidente. O Senado Federal irá, então, atuar como verdadeiro “Tribunal político”9,
sendo presidido pelo Presidente do STF.
Após a instauração do processo pelo Senado Federal, o Presidente ficará suspenso de suas
funções; ele só retornará ao exercício da presidência se absolvido ou se, decorridos 180 dias, o
julgamento não tiver sido concluído. Nesse último caso, cessará o afastamento do Presidente,
sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
7
MS-MC-QO 21.564/DF. Rel. Min. Carlos Velloso. 27.08.1993.
8
ADPF 378. Rel. Min. Luiz Edson Fachin. Julg. 17.12.2015.
9
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inocência Mártires. Curso de Direito
Constitucional, 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 2010, pp. 959.
A condenação do Presidente pelo Senado Federal depende do voto nominal (aberto) de 2/3 dos
seus membros.
Cabe destacar que, segundo o STF, não é cabível recurso contra o mérito da decisão do Senado
Federal no processo de “impeachment”.10 Entretanto, é cabível controle jurisdicional quanto aos
==14b95d==
Foi exatamente isso o que o STF examinou na ADPF nº 402. Na ocasião, foram firmados pela
Corte os seguintes entendimentos:12
a) Aqueles que forem réus em processo-criminal não poderão, em hipótese alguma,
exercer o ofício de Presidente da República. Não será admissível, dessa forma, que réus
em ação penal efetivamente substituam o Presidente da República.
b) O fato de ser réu em processo criminal não impede que o indivíduo exerça a
Presidência da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do STF.
Suponha, então, que o Presidente do Senado Federal torne-se réu em processo penal. Ele
continuará exercendo a Presidência daquela Casa Legislativa, não precisando ser afastado do
cargo. Entretanto, não poderá efetivamente substituir o Presidente da República, uma vez que
esse ofício não pode ser exercido por réus em processo penal.
12
STF. Plenário. ADPF 402 MC-REF/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 7.12.2016
Compete aos Ministros referendar os decretos assinados pelo Presidente da República. Segundo
o STF, o referendo ministerial não se qualifica como requisito indispensável de validade dos
decretos presidenciais.2 Entretanto, como os Ministros são demissíveis “ad nutum” (ocupam
1
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9ª edição. São Paulo
Editora Atlas: 2010, pp. 1219-1220.
2
STF, MS nº 22.706-1- Medida Liminar.05.02.1997.
cargo de livre nomeação e exoneração), o fato de não referendarem ato do Presidente irá
implicar, quase que inevitavelmente, na perda do cargo.
Os Ministros de Estado têm, também, competência para expedir instruções para a execução das
leis, decretos e regulamentos. Trata-se de espécie de poder regulamentar.
Além disso, na condição de auxiliares diretos do Presidente, cabe aos Ministros apresentar
relatório anual de sua gestão e praticar os atos que a eles forem outorgados ou delegados pelo
Presidente.
==14b95d==
(MJSP – 2022) A CF prevê expressamente que compete ao ministro de Estado, entre outras
atribuições, referendar os decretos assinados pelo presidente da República.
Comentários:
É exatamente o que prevê a parte final do art. 87, parágrafo único, inciso I, da CF/88. Questão
correta.
O Conselho de Defesa Nacional, por sua vez, é órgão de consulta do Presidente da República
nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático. Segundo
o art. 91, § 1º, CF/88, são competências do Conselho de Defesa Nacional as seguintes:
a) Opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;
b) Opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção
federal;
c) Propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do
território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas
relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
d) Estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a
independência nacional e a defesa do Estado democrático.
QUESTÕES COMENTADAS
1. (CEBRASPE/TCE-RJ - 2021) Com relação aos poderes da República, julgue o item a seguir.
As constituições dos estados não podem estender aos governadores a prerrogativa do presidente da
República quanto à impossibilidade de prisão, em crimes comuns, até sentença condenatória transitada
em julgado.
Comentários:
Art. 86 [...] § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da
República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica nesse sentido, conforme se verifica no precedente
citado a seguir:
Orientação desta Corte, no que concerne ao art. 86, §§ 3º e 4º, da Constituição, na ADI 1.028, de referência
à imunidade à prisão cautelar como prerrogativa exclusiva do presidente da República, insuscetível de
estender-se aos governadores dos Estados, que institucionalmente não a possuem. [ADI 1.634 MC, rel. min.
Néri da Silveira, j. 17-9-1997, P, DJ de 8-9-2000.]
2. (CESPE / TJDFT – 2019) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), constitui crime de
responsabilidade ato do presidente da República que atente contra a CF e contra
I o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos poderes
constitucionais das unidades da Federação.
Comentários:
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
VI - a lei orçamentária;
O gabarito é a letra E.
3. (CESPE / TJDFT – 2019) A denúncia contra o presidente da República por crime de responsabilidade,
a) para ser admitida, dependerá de quórum de maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados.
d) uma vez admitida, resultará na suspensão do exercício de suas funções por até três meses.
Comentários:
Letra A: errada. A denúncia contra o presidente da República por crime de responsabilidade deverá ser
admitida por dois terços da Câmara dos Deputados (art. 86, CF).
Letra B: correta. Uma vez admitida a denúncia contra o Presidente da República por crime de
responsabilidade, ele será submetido a julgamento pelo Senado Federal (art. 86, CF).
Letra C: errada. Compete ao Senado Federal julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade
(art. 86, CF).
Letra D: errada. Após a instauração do processo pelo Senado Federal (art. 86, § 1º, II, CF), o Presidente da
República poderá ser suspenso por até cento e oitenta dias (art. 86, § 2º, CF).
Letra E: errada. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (art. 86, § 2º, CF).
O gabarito é a letra B.
Comentários:
O Conselho da República é um órgão colegiado, de natureza consultiva, ao qual cabe se pronunciar sobre
(art. 90, CF):
Questão correta.
c) pelo STF.
Comentários:
No processo referente a crime de responsabilidade cometido pelo Presidente da República, a Carta Magna
exige o prévio juízo de admissibilidade político pela Câmara dos Deputados. Em outras palavras, Presidente
somente será processado e julgado após autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços dos seus
membros, em votação aberta (art. 86, CF). O gabarito é a letra A.
6. (CESPE / MPU – 2018) Caso pratique crime de responsabilidade, o presidente da República ficará
suspenso das suas funções após o Supremo Tribunal Federal receber denúncia originária do Ministério
Público da União.
Comentários:
Caso pratique crime de responsabilidade, o presidente da República ficará suspenso das suas funções após
a instauração do processo pelo Senado Federal (art. 86, § 1º, II, CF). Questão errada.
7. (CESPE/ EMAP – 2018) A Constituição Federal de 1988 prevê que atos do presidente da República
contra probidade na administração são crimes de responsabilidade.
Comentários:
De fato, o art. 85, V, da Carta Magna, dispõe que os atos do Presidente da República que atentem contra a
probidade na Administração são crimes de responsabilidade. Vejamos o que determina o dispositivo:
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
VI - a lei orçamentária;
Questão correta.
Comentários:
A Carta Magna permite que o Presidente da República delegue a concessão de indulto e a comutação de
penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos por lei (art. 84, parágrafo único, CF). Podem ser
delegadas, ainda, a competência para editar decretos autônomos e a de prover e desprover os cargos
públicos. Questão errada.
9. (CESPE / EMAP – 2018) Quando um cargo público federal estiver vago, o presidente da República
poderá extingui-lo por decreto, sem a necessidade de lei.
Comentários:
A Carta Magna admite que o Presidente edite decretos autônomos para tratar de algumas matérias. Trata-
se de atos normativos primários, com “status” de lei ordinária. Por meio desses instrumentos, o Chefe do
Poder Executivo poderá dispor sobre (art. 84, VI, CF):
Questão correta.
10. (CESPE / EMAP – 2018) Situação hipotética: Em julho do último ano do mandato do presidente da
República, cargo então ocupado pelo vice-presidente em razão de vacância, o cargo de presidente vagou
novamente. Assertiva: Nessa situação, o Congresso Nacional terá de realizar a eleição para os cargos de
presidente e vice-presidente da República em trinta dias após a última vacância.
Comentários:
O art. 81, § 1º, da Carta Magna, determina que ocorrendo a vacância dos cargos de Presidente e Vice-
Presidente da República nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será
feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. Serão feitas, nesse caso,
eleições indiretas. Questão correta.
b) privativa do presidente da República, com o auxílio dos ministros de Estado e do Tribunal de Contas da
União.
Comentários:
12. (CESPE / TCM-BA – 2018) No que se refere ao exercício da competência privativa do presidente da
República para dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, assinale a opção
correta.
a) O presidente, como chefe de Estado, pode dispor sobre tal matéria mediante medida provisória nos casos
de relevância e urgência.
b) O presidente, como chefe de governo, pode dispor sobre tal matéria mediante medida provisória se não
houver aumento de despesa.
c) O presidente, como chefe de Estado, pode dispor sobre tal matéria mediante decreto regulamentar de lei
prévia, desde que não extrapole os limites da lei e não haja aumento de despesa.
d) O presidente, como chefe de governo, pode dispor sobre tal matéria mediante decreto autônomo, desde
que não haja aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
e) O presidente, como chefe de governo, pode dispor sobre tal matéria mediante decreto autônomo em caso
de urgência, mesmo que a proposta implique aumento de despesa.
Comentários:
A Carta Magna permite que o Presidente da República – como chefe de governo - disponha sobre
organização e o funcionamento da administração federal mediante decreto autônomo, ato normativo
primário com “status” de lei. Nesse sentido, o art. 84, VI, da Carta Magna determina que:
(...)
O gabarito é a letra D.
13. (CESPE / ABIN – 2018) Nos termos da Constituição Federal de 1988, cabe ao Conselho da República,
órgão superior de consulta do presidente da República, pronunciar-se sobre intervenção federal, estado
de sítio e estado de defesa, bem como sobre questões relevantes para a estabilidade das instituições
democráticas.
Comentários:
A Carta Magna dispõe que compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre (art. 90, CF):
Questão correta.
14. (CESPE / ABIN – 2018) De acordo com o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, é vedado
aos estados instituir normas que condicionem à previa autorização da assembleia legislativa a instauração
de ação penal contra governador por crime comum.
Comentários:
O entendimento atual do STF é o de que os Estados não têm competência para editar normas que
condicionem a instauração de ação penal contra Governador, por crime comum, à prévia autorização da
Assembleia Legislativa. O STJ poderá receber a denúncia contra o Governador, instaurando a ação penal,
independentemente de qualquer autorização do Poder Legislativo Estadual. Questão correta.
15. (CESPE / TRF 1a Região – 2017) O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do presidente
da República nos assuntos relacionados à soberania e à defesa do Estado democrático, sendo sua
competência opinar sobre a decretação de estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal.
Comentários:
Segundo o art. 91, CF/88, “o Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República
nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático”. Dentre suas
competências, está a de opinar sobre a decretação de estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal
(art. 91, § 1º, II, CF/88). Questão correta.
II manter relações com Estados estrangeiros, bem como acreditar seus representantes diplomáticos.
III permitir que forças estrangeiras transitem em território nacional ou nele permaneçam.
Comentários:
A primeira assertiva está correta. No sistema presidencialista, adotado pelo Brasil, a chefia do Poder
Executivo é unipessoal. O Presidente da República acumula as funções de Chefe de Governo e de Chefe de
Estado.
A segunda assertiva está correta. É competência privativa do Presidente da República manter relações com
Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos (art. 84, VII).
A terceira assertiva está correta. É competência privativa do Presidente da República permitir, nos casos
previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente.
O gabarito é a letra D.
17. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2017) O sistema constitucional brasileiro só admite que o presidente
e o vice-presidente da República sejam processados no exercício do mandato após prévia autorização do
Congresso Nacional.
Comentários:
Para que o Presidente da República seja processado e julgado, nos crimes comuns ou de responsabilidade,
há um prévio juízo de admissibilidade político pela Câmara dos Deputados, e não pelo Congresso Nacional
(art. 51, I, CF). Questão errada.
18. (CESPE / Agente PC-PE – 2016) Assinale a opção correta no que se refere às responsabilidades do
presidente da República estabelecidas na CF.
a) Acusado da prática de crime comum estranho ao exercício de suas funções, cometido na vigência do
mandato, o presidente da República será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após deixar a função.
b) O afastamento do presidente da República cessará se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o Senado
Federal não tiver concluído o julgamento do processo pela prática de crime de responsabilidade aberto
contra ele; nesse caso, o processo será arquivado.
d) O presidente da República dispõe de imunidade material, sendo inviolável por suas palavras e opiniões no
estrito exercício das funções presidenciais.
e) A decisão do Senado Federal que absolve ou condena o presidente da República em processo pela prática
de crime de responsabilidade não pode ser reformada pelo Poder Judiciário.
Comentários:
Letra A: errada. O Presidente da República goza de uma irresponsabilidade penal relativa, isto é, na vigência
do mandato, somente poderá ser responsabilizado por atos relacionados ao exercício da função presidencial.
Atos estranhos ao exercício da função não geram responsabilização do Presidente durante a vigência do
mandato, mas apenas depois do seu término. Nesse caso, ele será processado e julgado após o término do
mandato, mas já não mais gozará do foro por prerrogativa de função.
Letra B: errada. Quando o Senado Federal instaura o processo por crime de responsabilidade contra o
Presidente da República, ele fica afastado do seu cargo. Se o julgamento não for concluído dentro de 180
dias, o Presidente da República retornará ao exercício de suas funções. Entretanto, o processo não será
arquivado. O processo seguirá o seu curso normalmente, mas com o Presidente exercendo o seu cargo.
Letra C: errada. É possível que o Presidente da República, na vigência do mandato, seja responsabilizado por
crimes comuns relacionados ao exercício da sua função.
Letra D: errada. O Presidente da República não goza de imunidade material. Essa é uma prerrogativa dos
congressistas.
Letra E: correta. Não cabe recurso contra o mérito de decisão do Senado Federal no processo de
impeachment.
O gabarito é a letra E.
19. (CESPE / TJ-AM – 2016) Assinale a opção correta acerca do Poder Executivo, considerando o
disposto na CF e a doutrina.
b) Admitida a acusação contra o presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele
suspenso de suas funções e submetido a julgamento perante o Senado Federal, nos casos de crimes de
responsabilidade.
c) No texto constitucional, a afirmação de que o Poder Executivo é exercido pelo presidente da República,
auxiliado pelos ministros de Estado, indica que a função é compartilhada, caracterizando-se o Poder
Executivo como colegial, dependendo o seu chefe da confiança do Congresso Nacional para permanecer no
cargo.
d) Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o presidente ou o vice-presidente eleitos, salvo motivo
de força maior, não tiverem assumido o cargo, este será declarado vago, sendo a declaração de vacância ato
político feito pelo TSE.
e) A competência privativa do presidente da República para nomear os ministros do STF e dos tribunais
superiores, o procurador-geral da República, o presidente e os diretores do Banco Central do Brasil é
classificada como função básica de chefia do Estado.
Comentários:
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas
de processo e julgamento.
Letra B: errada. Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República será afastado quando for
instaurado o processo pelo Senado Federal.
Letra C: errada. No presidencialismo, o Chefe do Poder Executivo não depende da confiança do Poder
Legislativo para se manter no poder. Essa é uma característica típica do sistema parlamentarista.
Letra D: errada. A declaração de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente não é de competência
do TSE, mas sim do Congresso Nacional.
Letra E: errada. Essas competências do Presidente da República evidenciam sua atuação como Chefe de
Governo.
O gabarito é a letra A.
20. (CESPE / TRE-PI – 2016) Compete privativamente ao presidente da República sancionar, promulgar
e fazer publicar as leis, e aos ministros de Estado expedir decretos para a regulamentação das leis.
Comentários:
Os Ministros de Estado não têm competência para expedir decretos. É o Presidente da República que tem
competência para expedir decretos e regulamentos para a fiel execução das leis (art. 84, IV, CF/88). Questão
errada.
21. (CESPE / DPU – 2016) No presidencialismo brasileiro, a chefia de Estado é exercida pelo presidente
da República, enquanto a chefia de governo fica a cargo dos ministros de Estado.
Comentários:
22. (CESPE / DPU – 2016) Cargos públicos vagos podem ser extintos por meio de decreto presidencial,
sendo dispensável a edição de lei em sentido estrito.
Comentários:
O Presidente da República pode, mediante decreto autônomo, extinguir funções ou cargos públicos vagos.
Questão correta.
23. (CESPE / TRE-PI – 2016) Compete privativamente ao presidente da República determinar, mediante
decreto, a criação de cargos públicos remunerados.
Comentários:
A criação de cargos públicos depende da edição de lei. O Presidente da República não pode criar cargos
públicos mediante decreto. Questão errada.
24. (CESPE / DPU – 2016) No caso de o presidente da República, na vigência do mandato, praticar crime
comum não relacionado às funções do cargo, sua responsabilização perante o Supremo Tribunal Federal
estará condicionada à admissibilidade da acusação por dois terços dos membros da Câmara dos
Deputados.
Comentários:
O Presidente da República não poderá ser responsabilizado pela prática de crimes comuns que não estejam
relacionados ao exercício do mandato. Logo, não há que se falar em autorização da Câmara para a
responsabilização do Presidente. Questão errada.
25. (CESPE / TCE-PR – 2016) O presidente da República será julgado, pela prática de crimes comuns, no
STF, devendo ser afastado de suas funções desde o recebimento da denúncia até o término do processo
criminal.
Comentários:
Nos crimes comuns, o Presidente da República é julgado pelo STF. Ele será afastado do cargo desde o
recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo STF, só retornando ao cargo se for absolvido ou se,
decorridos 180 dias, o julgamento não tiver sido concluído. Questão errada.
26. (CESPE / TRE-PI – 2016) O presidente da República pode delegar ao procurador-geral da República
a atribuição de prover e extinguir cargo público na administração pública federal.
Comentários:
O Presidente da República não pode delegar a atribuição de extinguir cargos públicos na forma da lei. É
atribuição delegável “prover e desprover cargos públicos”. Questão errada.
27. (CESPE / TRE-PI – 2016) Ofenderia a CF decreto presidencial que tivesse por objeto a extinção de
cargos públicos vagos, pois trata-se de matéria de reserva legal.
Comentários:
A extinção de funções ou cargos públicos vagos poderá ser feita mediante decreto autônomo. Não se trata,
portanto, de matéria sujeita à reserva legal. Questão errada.
LISTA DE QUESTÕES
1. (CEBRASPE/TCE-RJ - 2021) Com relação aos poderes da República, julgue o item a seguir.
As constituições dos estados não podem estender aos governadores a prerrogativa do presidente da
República quanto à impossibilidade de prisão, em crimes comuns, até sentença condenatória transitada
em julgado.
2. (CESPE / TJDFT – 2019) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), constitui crime de
responsabilidade ato do presidente da República que atente contra a CF e contra
I o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos poderes
constitucionais das unidades da Federação.
3. (CESPE / TJDFT – 2019) A denúncia contra o presidente da República por crime de responsabilidade,
a) para ser admitida, dependerá de quórum de maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados.
d) uma vez admitida, resultará na suspensão do exercício de suas funções por até três meses.
c) pelo STF.
6. (CESPE / MPU – 2018) Caso pratique crime de responsabilidade, o presidente da República ficará
suspenso das suas funções após o Supremo Tribunal Federal receber denúncia originária do Ministério
Público da União.
7. (CESPE/ EMAP – 2018) A Constituição Federal de 1988 prevê que atos do presidente da República
contra probidade na administração são crimes de responsabilidade.
9. (CESPE / EMAP – 2018) Quando um cargo público federal estiver vago, o presidente da República
poderá extingui-lo por decreto, sem a necessidade de lei.
10. (CESPE / EMAP – 2018) Situação hipotética: Em julho do último ano do mandato do presidente da
República, cargo então ocupado pelo vice-presidente em razão de vacância, o cargo de presidente vagou
novamente. Assertiva: Nessa situação, o Congresso Nacional terá de realizar a eleição para os cargos de
presidente e vice-presidente da República em trinta dias após a última vacância.
b) privativa do presidente da República, com o auxílio dos ministros de Estado e do Tribunal de Contas da
União.
c) comum do presidente da República, com o auxílio direto do Tribunal de Contas da União.
12. (CESPE / TCM-BA – 2018) No que se refere ao exercício da competência privativa do presidente da
República para dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, assinale a opção
correta.
a) O presidente, como chefe de Estado, pode dispor sobre tal matéria mediante medida provisória nos casos
de relevância e urgência.
b) O presidente, como chefe de governo, pode dispor sobre tal matéria mediante medida provisória se não
houver aumento de despesa.
c) O presidente, como chefe de Estado, pode dispor sobre tal matéria mediante decreto regulamentar de lei
prévia, desde que não extrapole os limites da lei e não haja aumento de despesa.
d) O presidente, como chefe de governo, pode dispor sobre tal matéria mediante decreto autônomo, desde
que não haja aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
e) O presidente, como chefe de governo, pode dispor sobre tal matéria mediante decreto autônomo em caso
de urgência, mesmo que a proposta implique aumento de despesa.
13. (CESPE / ABIN – 2018) Nos termos da Constituição Federal de 1988, cabe ao Conselho da República,
órgão superior de consulta do presidente da República, pronunciar-se sobre intervenção federal, estado
==14b95d==
de sítio e estado de defesa, bem como sobre questões relevantes para a estabilidade das instituições
democráticas.
14. (CESPE / ABIN – 2018) De acordo com o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, é vedado
aos estados instituir normas que condicionem à previa autorização da assembleia legislativa a instauração
de ação penal contra governador por crime comum.
15. (CESPE / TRF 1a Região – 2017) O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do presidente
da República nos assuntos relacionados à soberania e à defesa do Estado democrático, sendo sua
competência opinar sobre a decretação de estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal.
II manter relações com Estados estrangeiros, bem como acreditar seus representantes diplomáticos.
III permitir que forças estrangeiras transitem em território nacional ou nele permaneçam.
17. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2017) O sistema constitucional brasileiro só admite que o presidente
e o vice-presidente da República sejam processados no exercício do mandato após prévia autorização do
Congresso Nacional.
18. (CESPE / Agente PC-PE – 2016) Assinale a opção correta no que se refere às responsabilidades do
presidente da República estabelecidas na CF.
a) Acusado da prática de crime comum estranho ao exercício de suas funções, cometido na vigência do
mandato, o presidente da República será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após deixar a função.
b) O afastamento do presidente da República cessará se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o Senado
Federal não tiver concluído o julgamento do processo pela prática de crime de responsabilidade aberto
contra ele; nesse caso, o processo será arquivado.
d) O presidente da República dispõe de imunidade material, sendo inviolável por suas palavras e opiniões no
estrito exercício das funções presidenciais.
e) A decisão do Senado Federal que absolve ou condena o presidente da República em processo pela prática
de crime de responsabilidade não pode ser reformada pelo Poder Judiciário.
19. (CESPE / TJ-AM – 2016) Assinale a opção correta acerca do Poder Executivo, considerando o
disposto na CF e a doutrina.
b) Admitida a acusação contra o presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele
suspenso de suas funções e submetido a julgamento perante o Senado Federal, nos casos de crimes de
responsabilidade.
c) No texto constitucional, a afirmação de que o Poder Executivo é exercido pelo presidente da República,
auxiliado pelos ministros de Estado, indica que a função é compartilhada, caracterizando-se o Poder
Executivo como colegial, dependendo o seu chefe da confiança do Congresso Nacional para permanecer no
cargo.
d) Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o presidente ou o vice-presidente eleitos, salvo motivo
de força maior, não tiverem assumido o cargo, este será declarado vago, sendo a declaração de vacância ato
político feito pelo TSE.
e) A competência privativa do presidente da República para nomear os ministros do STF e dos tribunais
superiores, o procurador-geral da República, o presidente e os diretores do Banco Central do Brasil é
classificada como função básica de chefia do Estado.
20. (CESPE / TRE-PI – 2016) Compete privativamente ao presidente da República sancionar, promulgar
e fazer publicar as leis, e aos ministros de Estado expedir decretos para a regulamentação das leis.
21. (CESPE / DPU – 2016) No presidencialismo brasileiro, a chefia de Estado é exercida pelo presidente
da República, enquanto a chefia de governo fica a cargo dos ministros de Estado.
22. (CESPE / DPU – 2016) Cargos públicos vagos podem ser extintos por meio de decreto presidencial,
sendo dispensável a edição de lei em sentido estrito.
23. (CESPE / TRE-PI – 2016) Compete privativamente ao presidente da República determinar, mediante
decreto, a criação de cargos públicos remunerados.
24. (CESPE / DPU – 2016) No caso de o presidente da República, na vigência do mandato, praticar crime
comum não relacionado às funções do cargo, sua responsabilização perante o Supremo Tribunal Federal
estará condicionada à admissibilidade da acusação por dois terços dos membros da Câmara dos
Deputados.
25. (CESPE / TCE-PR – 2016) O presidente da República será julgado, pela prática de crimes comuns, no
STF, devendo ser afastado de suas funções desde o recebimento da denúncia até o término do processo
criminal.
26. (CESPE / TRE-PI – 2016) O presidente da República pode delegar ao procurador-geral da República
a atribuição de prover e extinguir cargo público na administração pública federal.
27. (CESPE / TRE-PI – 2016) Ofenderia a CF decreto presidencial que tivesse por objeto a extinção de
cargos públicos vagos, pois trata-se de matéria de reserva legal.
GABARITO