Trabalho Carta de Atenas

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INTRODUÇÃO

o nosso trabalho traz uma abordagem sobre a carta de Atenas sendo um documento que constitui uma grande
conquista para o urbanismo, pois dela pode-se saber como era o comportamento das cidades, quais os problemas
enfrentados e destas analises ter directrizes de como planear as cidades futuras. A criação deste documento foi muito
importante, já que serviu de base para promover o rápido crescimento urbanístico de toda Europa, assim como também a
rápida reforma da cidade depois da guerra Nesta carta se podem apreciar os traços para a reestruturação e urbanização dos
edificios e residências, assim como de cidades inteiras.

A cidade foi concebida com a mesma abordagem que as áreas mais remotas, puramente funcionais, como um
espaço livre, de modo que o cidadão deve estar equipado com um milagroso instinto para ser capaz de se localizar e
reconhecer. Essa mudança foi muito significativa por tratar da análise de experiências individuais como formas de
opiniões e câmbio de conhecimentos para a partir dai traçar, objectivamente, requisitos que poderiam ser aplicados em
geral.

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OBJECTIVOS GERAIS

1- ordenar plano de desenvolvimento das funções sociais da cidade

1- formular o problema da arquitectura contemporânea

2-zelar pela solução do problema da arquitectura

3-apresentar e defender a ideia da arquitectura moderna

4-fazer essa ideia penetrar nos círculos técnicos económicos e sociais

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A carta de Atenas

O CIAM ocorreu em 1933, nos meses de Julho e Agosto, a bordo do navio Patris , que fez um cruzeiro de
Marselha a Atenas, convocado com o tema cidade funcional, com um cenário fantástico de tirar o fôlego do cruzeiro no
Mediterrâneo, longe da tensa situação política na Europa e totalmente separado da realidade da Europa industrial. Os
participantes ponderaram sobre critérios de Le Corbusier e do grupo de arquitectos franceses.

A liderança dos arquitectos alemães que tinham realizado as rédeas dos congressos anteriores, congresso foi
dedicada ao exame de trinta e três cidades : Amsterdã, Atenas, Bruxelas, Baltimore, Bandung, Budapeste, Berlim,
Barcelona, Charleroi, Colónia, Como, em Dalat , Detroit, Dessau, Frankfurt, Genebra, Génova, La Hague, em Los
Angeles, Littoria, Londres, Madrid, Oslo, Paris, Praga, Roma, Roterdã, Estocolmo, Utrecht, Verona, Varsóvia, Zagreb,
Zurique;

A análise foi realizada através da aplicação dos mesmos critérios e a mesma terminologia utilizada desde os
preparativos para esta conferência. Era abordar a experiência individual e concreta de trinta e três arquitectos. Foi até
aquele momento o congresso mais abrangente do ponto de vista urbanístico.

Do congresso resulta um manifesto urbanístico que expressa o pensamento sobre o meio urbano na época: a Carta de
Atenas

• Trata-se as cidades sob o ponto de vista de arquitectos, que reunidos, buscam responder aos problemas urbanísticos
causados pelo rápido crescimento das cidades.

•A Carta, de modo geral, analisa o estado atual e crítico das cidades, propondo aspectos que deveriam ser respeitados para
a melhoria da estrutura urbana.

Inclui-se, pela primeira vez, a ideia de que a educação desde sua infância e juventude, para compreender o significado da
arquitectura da cidade, conjuntos e do interesse económico na protecção dos depoimentos de todas as civilizações

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Princípios Gerais

A Conferência ouviu a exposição dos principios gerais e doutrinas relativas à protecção de monumentos.Qualquer
que seja a diversidade dos casos específicos, em que cada um possa comportar uma solução, constatou que, nos diversos
Estados representados, predomina uma tendência geral para abandonar as recontituições integrais e evitar os seus riscos,
pela instituição de uma manutenção regular e permanente, adequada a assegurar a conservação dos edificios.
Hoje, muitas delas têm sido revitalizadas pelo princípio de criar espaços para atividades diversi ficadas, e as novas cidades
são feitas segundo o enfoque mais global de projetar-se cidades completas interagindo com o sistema de transportes
colectivos de âmbito regional, como preconizado pelo Novo Urbanismo. A leitura dos 27 princípios da Carta do Novo
Urbanismo permite a compreensão da maneira ho-lística de ver a realidade segundo seus signatários.
Os princípios são claros e auto-explicativos, por isto os transcrevemos de maneira completa. Os princípios de 1 a 9
contemplam a região: metrópole, a cidade grande e média , e a pequena ; os de 10 a 17 referem-se ao bairro, ao distrito,
sector caracterizado por uma centralidade, por exemplo, área histórica, portuária, cidade universitária, etc. e ao corredor;
os princípios de 18 a 27 são relativos às quadras, ruas e edifícios.

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Princípio 1
A região metropolitana é uma unidade econômica fundamental no mundo contemporâneo. Cooperação do governo,
política pública, planejamento físico, e estratégias econômicas devem refletir essa nova realidade.
Princípio 2
Regiões metropolitanas são lugares finitos, limitados por divisas geográficas derivadas da topografia, nascentes
(watersheds), faixas costeiras, fazendas, parques regionais e bacias de rios. A metrópole é feita de múltiplos centros, que
são as cidades grandes, as pequenas e as vilas, com seu centro bem identificado e seus limites.
Princípio 3
A metrópole tem uma necessária e frágil relação com a área rural e a paisagem natural. A relação é ambiental, econômica,
e cultural. As terras agrícolas e a natureza estão para a metrópole assim como o jardim está para a casa.
Princípio 4
Os padrões (patterns) de desenvolvimento não devem tornar imprecisos os limites da região metropolitana. O
desenvolvimento localizado dentro de áreas existentes conserva os recursos ambientais, investimentos econômicos e a
trama social, na medida em que façam uso de áreas marginais ou abandonadas. As regiões metropolitanas poderão
estabelecer estratégias para encorajar esse tipo de desenvolvimento nas expansões periféricas.

Princípio 5
Quando apropriado, a ocupação nova contígua aos limites urbanos poderá ser organizada como vizinhanças e distritos
(bairros), e ficar integrada com o tecido urbano existente. O crescimento não contíguo poderá ser organizado com base em
pequenas cidades (towns) e vilas com seu próprio perímetro urbano, e ser planejado para ter equilíbrio entre residências e
empregos, e não ser apenas um subúrbio de dormir.
Princípio 6
O desenvolvimento e redesenvolvimento das peque-nas e grandes cidades deve respeitar o legado histórico (padrões
históricos), precedentes e limites (da urbanização).
Princípio 7
As cidades (cities) grandes e as médias (towns) devem apresentar uma larga oferta de serviços públicos e privados como
apoio à economia regional, que beneficie pessoas de todas as faixas de renda. Habitação de interesse social deve ser distri-
buída na região para mesclar-se às

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oportunidades de emprego, evitando a concentração da pobreza.
Princípio 8
A organização física da região deve basear-se na infra-estrutura de alternativas para o sistema de transportes. Transportes
coletivos, pedestres e bicicletas poderiam melhorar o acesso e a mobilidade na região, com a redução da dependência do
automóvel.
Princípio 9
Impostos e demais recursos podem ser divididos mais eqüitativamente entre os governos locais para evitar uma
competição negativa no lançamento de impostos e promover a coordenação racional do sistema de transportes, da
recreação, dos serviços públicos, da habitação e das instituições comunitárias.
bairro, setor e corredor
Princípio 10
O bairro, o setor urbano (1) e o corredor são os elementos essenciais para o desenvolvimento ou o redesenvolvimento da
metrópole. Eles formam áreas identificadas que encorajam as pessoas a ter responsabilidade sobre sua manutenção e sua
transformação.
Princípio 11
Os bairros devem ser compactos, acolhedores, para as pessoas simplesmente estarem ou caminharem, e devem ter uso do
solo do tipo misto. Os setores em geral dão ênfase a um tipo de uso principal, mas devem seguir os princípios de projeto
dos 16l Novo urbanismo norte-americano

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bairros, sempre que possível. Os corredores são os conectores regionais dos bairros e dos setores; e eles variam desde os
chamados “boulevards” e linhas férreas até os cursos de água e estradas-parque.
Princípio 12
Muitas atividades do cotidiano podem aconte-cer a uma distancia possível de se percorrer a pé, possibilitando
independência àqueles que não dirigem veículos, especialmente o idoso e o jovem. Uma rede interligada de vias pode ser
projetada para encorajar o caminhar, reduzir o número e a distância das viagens de automóvel, e conservar energia.
Princípio 13
Nos bairros, uma grande variedade de tipos de moradia e preços pode facilitar a interação no dia-a-dia de pessoas de
diversas idades, raças e níveis de renda, reforçando os vínculos pessoais e cívicos, essenciais para o crescimento de uma
autêntica comunidade.
Princípio 14
Corredores de trânsito, quando bem planejados e coordenados, ajudam a organizar a estrutura metropolitana e revitalizam
os centros urbanos. Por sua vez, os corredores das vias expressas não devem desalojar os investimentos dos centros
existentes.
Princípio 15
Densidades adequadas de edificações e do uso do solo podem estar a uma distância possível de ser per-corrida a pé desde
os pontos de parada do sistema de transportes, permitindo que o transporte públi-co seja uma alternativa para o uso do
automóvel.
Princípio 16
A concentração de atividades de interesse público, institucionais e comerciais deve ocorrer nos bairros e nos distritos, e
não em um conjunto específico isolado e monofuncional. As escolas devem ser dimensionadas e implantadas de modo
que as crianças possam chegar a elas a pé ou de bicicleta.
Princípio 17
A vitalidade econômica e a evolução harmoniosa de um bairro, distrito ou corredor pode ser melhorada por meio de
esquemas gráficos de desenho urbano que definam diretrizes para as transformações.
Princípio 18
Uma diversidade de parques, desde as áreas para crianças e os pequenos espaços verdes das vilas residenciais até os
campos de jogos e os jardins comunitários, pode ser distribuída nos bairros. Áreas de preservação e áreas abertas podem
ser usadas para definir e conectar diferentes bairros e distritos.
quadra, rua e edifício
Princípio 19
A primeira tarefa de toda arquitetura urbana e do paisagismo é a definição física das ruas e dos espaços públicos como
lugares de uso comum.
Princípio 20
Projetos de edificações isoladas podem ser perfeitamente ligados a seus vizinhos. Esta questão transcende as razões de
estilo.
Princípio 21
A revitalização de espaços urbanos depende de segu-rança (safety) e de proteção (security). O desenho das ruas e dos
edifícios pode reforçar a segurança dos lugares, mas não em prejuízo da acessibilidade e sentido de abertura.
Princípio 22
Na metrópole contemporânea o desenvolvimento deve acomodar os automóveis de forma adequada. Isto deve ser feito de
modo que se respeitem os pedestres e a forma do espaço público.
Princípio 23
Ruas e praças podem ser seguras, confortáveis, e interessantes para o pedestre. Bem configuradas, elas encorajam o
passeio, permitem aos moradores co-nhecer-se e com isto protegerem sua comunidade.
Princípio 24
O projeto de arquitetura e paisagismo deve desenvolver-se considerando o clima, a topografia, a história e a prática de
construir.

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Princípio 25
Edifícios institucionais e lugares públicos de reunião requerem sítios significativos para reforçar
sua identidade e a cultura da democracia. Eles merecem formas distintas, porque seu papel é
diferente dos outros edifícios e lugares que constituem o tecido urbano da cidade.
Princípio 26
Todos os edifícios devem proporcionar a seu ocupante um claro senso de localização, clima e
tempo. Processos naturais de calefação e ventilação podem ser mais eficientes como economia
de recursos que os sistemas mecânicos.
Princípio 27
A preservação e renovação de edifícios históricos, áreas urbanas significativas (distritos) e
espaços verdes (landscapes) garantem a continuidade e evolução da sociedade urbana.

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Investigando as Funções Sociais da Cidade

Diante deste quadro, como já foi dito, começou a surgir movimentos pela
reforma urbana, que culminaram com proposta de iniciativa popular pela inclusão do capitulo
da Política Urbana na Constituição Federal de 1988. Aprovado, as normas de política urbana,
resumem-se a apenas dois artigos, sete parágrafos e alguns incisos, porém os preceitos nelas
expostos trouxeram enormes consequências no ambiente urbano.

O pleno desenvolvimento quer dizer o desenvolvimento total, em todos os aspectos. A


questão é descobrir quais as funções sociais da cidade, ao estabelecer as directrizes gerais para o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana aponta, mesmo
que indirectamente, quais seriam algumas das funções sociais da cidade: “garantia do direito a
cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento
ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer,
para as presentes e futuras gerações. Para efeito deste estudo, ao investigar as funções da cidade
procurou-se classificá-las em três grandes grupos. No primeiro encontram-se as funções
urbanísticas, estabelecidas pelos membros do CIAM, e que têm influenciado o panejamento, a
política e a legislação urbana há décadas. No segundo grupo estão as funções chamadas de
cidadania, que se constituem em direitos sociais. E no terceiro encontram-se as funções de
gestão, ou seja, envolvem todas as práticas de gestão que objectivam garantir o bem-estar dos
habitantes no meio urbano.

Quadro 1- funções sociais da cidade

Funções urbanísticas Funções de cidadania Funções de gestão


Habitação Educação Prestação de Serviços
Trabalho Saúde Panejamento
Lazer Segurança Preservação do Património
Cultural e Natural
Mobilidade Protecção Sustentabilidade Urbana

As funções denominadas de urbanísticas são as quatro sistematizadas e definidas na


Carta de Atenas: trabalho, habitação, recreação e circulação. Numa actualização terminológica,
recreação passa a ser denominada de lazer e circulação é substituída por mobilidade urbana,
pela amplitude conceitual que os novos termos contêm. O trabalho, o ambiente de trabalho, a
indústria, o comércio, e os serviços, são actividades fundamentais para a sustentabilidade
económica de uma cidade. Sem a possibilidade de trabalho que mantenha a cidade viva,
funcionando, ela definha, desaparece. Portanto, o trabalho sempre será uma função primordial
da vida urbana. A forma como o trabalho se organiza, é distribuído no ambiente urbano e pode
mudar de tempos em tempos.
.
A habitação é o principal refúgio do núcleo familiar. É fundamental na caracterização e
conceituação da cidade. Sem habitantes, a cidade não existe. Não havendo moradias fixas, não
há cidade. Pode haver um acampamento, porém a existência de prédios para a habitação é uma

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das características principais do ambiente urbano, desde tempos imemoriais. O alto custo da
terra urbana, fruto da especulação imobiliária, é um dos factores que tem dificultado o acesso
das pessoas de menor renda à moradia. A função social habitação se concretiza com o acesso a
moradia digna a todos os habitantes.

A função social habitação se concretiza quando o Poder Público possui políticas para
que as populações de menor renda tenham acesso a moradia e a áreas urbanizadas. E também
quando ele atua no sentido de minimizar os problemas das áreas ocupadas por assentamento
humano precários, através da institucionalização no Plano Director de Zonas Especiais de
Interesse Social, destinadas a regularizar estas áreas do tecido urbano e dar acesso a moradias
para as populações marginalizadas.

Conclusão

Conclui-se que as funções sociais da cidade tem-se uma norma Constitucional aberta,
que pode e deve ser desvendada e transformada em princípios orientadores ao Poder Público,
para o planejar e implementar os direitos fundamentais. A cidade é uma obra em construção,
bem como a maneira como é vista e estudada, que deve ser preservada, como de resto toda a
natureza, para as gerações futuras.
Na situação em que um restauro surja como indispensável, como consequência de degradação
ou de destruição, recomenda o respeito pela obra histórica e artistica do passado sem banir o
estilo de nenhuma época.

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Recomendação final

A Conferência recomenda que se mantenha a ocupação dos monumentos, que se


assegure a continuidade da sua vida consagrando-os contudo a utilizações que respeitem o seu
carácter histórico ou artístico. Finalmente, a Carta reflecte uma ideia fundamental para o
desenvolvimento do urbanismo, o que foi exposto enfaticamente por Otto Wagner nas sessões
da conferência:
. era urgente que cada cidade definisse um programa de desenvolvimento e criasse uma
legislação, como entendimento de que a expansão das cidades não poderia ser deixada à própria
sorte.

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. O Estado torna-se o elemento regulador no sentido de garantir a supremacia dos interesses
colectivos sobre os interesses individuais.

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Referências bibliográficas

.WEBER, M. La ciudad. Madri: La Piqueta, 1987.


.Benevolo, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. Perspectiva, 2012.
.FRAMPTON, Kenneth. História critica da arquitetura moderna. Martins Fontes, 2000.

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