O Aluno e o Sabe
O Aluno e o Sabe
O Aluno e o Sabe
RESUMO: É preciso considerar a escola, em todos os seus níveis de ensino, como um lugar
onde cabem formas diferentes de compreender o mundo, onde conhecer é aprender a vida e
seus infinitos aspectos, onde cada professor deve construir conhecimentos teóricos que lhe
permitam uma visão não fragmentada do ato de educar. A prática da inclusão de alunos com
necessidades educativas especiais em todos os níveis de ensino é hoje uma política educacional
garantida pela legislação, tanto para a rede pública quanto privada em nosso país, apesar de
serem, ainda, poucas as experiências bem sucedidas que foram cientificamente estudadas e
divulgadas, gerando uma demanda para a realização de pesquisas sobre o tema. Partindo desse
pressuposto, o presente trabalho propõe investigar, através de um estudo bibliográfico, como a
inclusão educacional vem ocorrendo no cotidiano das Instituições de Ensino desde a Educação
Infantil até ao Ensino Superior de nosso país, visando identificar os benefícios e as dificuldades
referentes à implementação desta proposta educacional para a comunidade escolar como um
todo.
Palavras-chave: Educação. Inclusão. Diversidade. Qualidade.
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1 - INTRODUÇÃO
Este trabalho visa esclarecer que a Educação Inclusiva é mais do que criar condições
para qualquer aluno com necessidades educacionais especiais, a inclusão é um desafio que
implica mudar a escola como um todo, no projeto pedagógico, na postura diante dos alunos, na
filosofia, valorizar as peculiaridades de cada aluno, atender a todos, incorporar a diversidade,
sem nenhum tipo de distinção.
Com isso não se trata apenas de admitir a matrícula desse aluno, isso nada mais é do
que cumprir a lei. Portanto sua integração é fundamental, sendo importante o envolvimento da
família e da sociedade.
A educação inclusiva é um meio privilegiado para alcançar a inclusão social, embora
não seja o único. O governo e a sociedade não devem se manter alheios, pois a inclusão não se
faz apenas no âmbito educativo, mas também em todo contexto social.
A inclusão, no decorrer deste processo inclusivo que é norteado por leis que visam à
qualidade de ensino, deve-se apoiar em novos paradigmas educacionais desenvolvendo assim
as competências e habilidade dos educandos e educadores por uma inclusão e interação
abrangente na diversidade social.
A importância de discutir o tema justifica pelo fato de que, para os deficientes, ainda
hoje a inclusão não é realidade em algumas escolas, sejam públicas ou privadas. A compreensão
desta complexidade na realidade educacional requer um olhar inovador e tem um papel
relevante frente a esses desafios.
Espera-se que este estudo conduza transformações nas instituições escolares, que
ocorra mudanças de atitudes com relação aos alunos com necessidades educacionais especiais.
Mudanças que ocorram na efetivação de uma política de uma educação inclusiva, onde
todos os envolvidos possam cumprir com seus deveres trabalhando a diversidade e valorizando
o direito de todos à educação.
2 - REFERENCIAL TEÓRICO
A educação inclusiva é uma educação voltada para a cidadania global, plena, sem
preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças.
Para o autor Gomes (2007, p. 44) a inclusão envolve:
[...] uma filosofia que valoriza diversidade de força, habilidades e necessidades
[do ser humano] como natural e desejável, trazendo para cada comunidade a
oportunidade de responder de forma que conduza à aprendizagem e do
crescimento da comunidade como um todo, e dando a cada membro desta
comunidade um papel de valor.
Percebe se que a escola trabalha baseada na defesa de princípios, valores éticos na
influência dos ideais de cidadania e justiça a uma proposta que aponta a divulgação de práticas
pedagógicas valorizando o aluno, individualmente, em sua maneira especial durante o processo
envolvendo aprendizagem, com empenho compromisso, a comunidade escolar.
Considera se educação inclusiva através da socialização, interação e a própria
construção do conhecimento. A perspectiva educacional, deverá conceder momentos
(MITLER, 2003, p.25)
No campo da educação, a inclusão envolve um processo de reforma e de reestruturação
das escolas como um todo, com o objetivo de assegurar que todos os alunos possam ter acesso
a todas as gamas de oportunidades educacionais e sociais oferecidas pela escola.
A inclusão é um processo que inclui criatividade e atividade, se resume em
“cooperação/solidariedade, respeito as diferenças, comunidade, valorização das diferenças,
melhora para todos, pesquisa reflexiva (SANTOS, 1999, p. 91 ) .
Mediador é o educador responsável pela construção do conhecimento, interação ,
socialização do aluno com NEE, sendo a inclusão considerada uma tentativa de restaurar esse
público, investigando desde os casos mais simples ao mais singelos , afinal educação de
qualidade é um direito de todos.
De acordo com a autora para se realizar os desafios e metas da rede educacional deve se
direcionar, focar-se nos quatro pilares da educação “aprender a conhecer, aprender a fazer,
aprender a viver juntos e aprender a ser” (SANTOS, 1999, p. 92).
Porém é notado que a educação inclusiva se realiza através da socialização e
aprendizado, trabalho em equipe “condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades
educacionais para todos, em um ambiente educacional favorável” (BRASIL, 2006, p.17).
Uma educação de qualidade para todos procura vários fatores e a aceitação como a
valorização das diferenças resgatando valores e o respeito ao aprender e construir conforme a
Declaração de Salamanca (1994, apud BUOSI, 2012, p. 18-19):
[...] as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter
acesso às escolas regulares, que a elas devem se adequar [...] elas constituem
os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, construindo
uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos.
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As ações de cada indivíduo, das instituições e dos órgãos públicos, deve ser pensada e
executada no sentido de divulgar os direitos, a legislação e programar ações que garantam o
acesso de todas as pessoas a todos os seus direitos. Sabe-se que mudar o contexto de uma hora
para outra é impossível.
Desejar uma sociedade acessível e se empenhar pela sua construção não pode significar
o impedimento de acesso das pessoas com deficiência aos serviços atualmente oferecidos, pelo
contrário, deve-se manter o olhar no ideal, mas os pés na realidade.
A inclusão envolve mudanças em todas as pessoas e é um trabalho longo e desafiador.
Igualdade de oportunidades é um desejo de muitas pessoas para um futuro mais inclusivo.
2.3.4 - O Papel do Professor.
O educador inclusivo precisa ter uma clara preocupação do caminho que terá que
percorrer para alcançar seus objetivos.
Se preocupar com a sociedade mais justa e democrática, sabendo que assim ele poderá
obter possibilidades e alternativas para praticar a educação.
Este educador tem que estar ciente que é de extrema importância para o
desenvolvimento humano, as condições para a formação educativa, isto é essencial.
Ele tem que ser responsável para garantir ao indivíduo o direito à educação, não se
preocupando apenas na transmissão de conhecimentos, mas também o afeto, o calor humano e
oferecer uma escola e ensino de qualidade.
É importante se interessar e conhecer os procedimentos pedagógicos atuais para avaliar
as mudanças necessárias de métodos e dos recursos específicos.
Tem que reconhecer ou procurar aprofundar na vida pessoal, no ambiente familiar destes
indivíduos para que possa planejar as tarefas de ensinar, com mais profundidade e atenção, só
assim irá ocorrer a transformação, por menos que seja.
Para que esta transformação se faz necessário que o educador tenha uma boa formação
e procure sempre estudar e pesquisar para melhorá-la.
Este profissional deverá ter noção de ajustamento, correção e reabilitação e para isto é
muito importante que promova sempre que necessário um atendimento multidisciplinar.
O educador deve ter a clara noção que, a partir do momento que escolheu lidar com a
conscientização de seu sentimento de insegurança em relação ao conteúdo a ser trabalhado com
os alunos.
É uma missão, uma tarefa, mas uma grande esperança e isso são o que o educador tem
que ter.
Como afirma Alves (2005) os profissionais devem perceber que eles podem ser o
primeiro fator da inclusão ou não dessa criança.
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A inclusão é uma inovação em favor de uma educação mais humana e democrática, que
implica em um esforço para que as mudanças aconteçam e reestruturem as condições atuais
presentes nas escolas brasileiras, em especial, as de nível básico, a qual se quer chegar, quando
esta assume que as dificuldades presentes no contexto escolar não são apenas dos alunos, mas
resultam em uma grande parte da maneira como o ensino é ministrado, a aprendizagem é
concebida e avaliada.
É necessário mudar essas condições de ensino vigente nas maiorias das escolas, mas as
mesmas enfrentam inúmeros desafios para mudar o ensino nelas ministrado para atender as
especificidades dos educandos que por motivos peculiares não conseguem acompanhar os
colegas da turma.
Ao aproximar os alunos entre si, tratar as disciplinas como meio de conhecer melhor o
mundo e as pessoas que nos rodeiam e ter como parceiras: famílias e comunidades no
cumprimento de seus objetivos, a escola estará se distinguindo em prol de um ensino de
qualidade, ou seja, capaz de formar pessoas, de acordo com os padrões requeridos em uma
sociedade mais evoluída e humanitária.
Em se tratando de qualidade, é bom afirmar que são espaços educativos de concentração
de personalidades humanas autônomas, críticas, sobre os quais as crianças aprendem a valorizar
as diferenças pela convivência com seus pares: pelos professores, pelo ensino ministrado nas
salas de aula pelo clima sócio afetivo das relações estabelecidas em toda a comunidade escolar,
deixando de lado as tensões competitivas.
Escolas assim concebidas não excluem ninguém de suas classes, de seus programas, de
suas aulas, das atividades do convívio escolar de uma forma mais ampla. São contextos
educacionais onde todos os alunos têm a possibilidade de aprender a aprender, freqüentando
uma mesma turma.
Finalizando, embora possa assustar pelo grande número de mudanças e pelo teor que
cada um influi no processo educacional, a inclusão é uma grande oportunidade para todos os
envolvidos, sejam eles: alunos, pais e professores demonstrar suas competências, habilidades e
responsabilidades diante deste novo âmbito educacional e social. Portanto, a inclusão se faz
vital para melhorar as condições da escola formando gerações preparadas para viver sem
preconceitos e barreiras.
Sendo assim a realização de tais adaptações significativas devem ter uma avaliação
cautelosa do aluno, basear-se na analises do ambiente escolar e familiar do aluno,ter o
envolvimento da equipe escolar durante o estudo e decisões sobre os procedimentos em cada
caso,ter registrado na ficha do aluno todas as decisões e adequações efetuadas e "evitar, sempre,
que as programações individuais sejam definidas, organizadas e realizadas com prejuízo para o
aluno, ou seja, para o seu desempenho, promoção escolar e socialização." (BRASIL, 2006,
p.21)
A Cartilha sobre adaptações alerta que evite adaptações curriculares de grande porte
sem necessidades principalmente a que envolvem a retirada de conteúdos,anulação de
disciplina ou de áreas curriculares complexas.(BRASIL, 2006, p.36)
Tem-se especialidades de Adaptações Curriculares de Grande Porte, definidas pelos
elementos curriculares nos quais se agregam as categorias como adaptações de:
• De acordo com a Cartilha de Pequeno Porte cabe ao professor escolher "a ordem em
que o conteúdo e suas subdivisões são apresentadas"(BRASIL, 2009, p.64) e a
"prioridade" também é de escolha do professor diante das necessidades especiais do
aluno;
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
ensinar. Seus métodos têm o objetivo de levar o aluno a internalizar o conteúdo curricular pré-
estabelecido, atingindo assim o conhecimento.
Embora a legislação brasileira, pautada em todas as resoluções internacionais, tenha
garantido o atendimento de alunos portadores de deficiências, a escola ainda não consegue
atender bem esses alunos. Os especialistas citados aqui sugerem vários fatores como culpados,
dentre eles a má formação dos professores. A legislação assegura essa formação, mas não criou
meios para que ela de fato aconteça.
Por todos esses motivos, a escola inclusiva idealizada nas leis não é uma realidade. Este
artigo mostrou algumas das práticas erradas que ainda são adotadas, tanto pelas escolas quanto
pelos professores. Por outro lado, foram mostradas aqui também algumas práticas que, apesar
de não serem tão novas assim, podem revolucionar a maneira de ensinar os portadores de
deficiência. Dentre elas, podem-se destacar as salas de recursos multifuncionais e o trabalho
especializado oferecido dentro dela.
Conforme as práticas realizadas nas salas de recursos foram explicadas, foi possível
compreender que um aluno deficiente é perfeitamente capaz de aprender. Com os recursos e
métodos corretos, este aluno aprenderá não somente os conteúdos programáticos, mas a ser
cidadão crítico, livre e construtor de seu saber.
BIBLIOGRAFIA
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grande desafio. 2.ed.Rio de Janeiro: Wak, 2005,v.1,cap.8 p.59-60.
GUIMARÃES, Arthur. Inclusão que funciona. Revista Nova Escola, Brasília, v.165,
p.43,set.2003.
MANTOAN, M.T.E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? 2. ed. São Paulo:
Moderna, 2006.
MISÉS, R. A criança Deficiente Mental - uma abordagem dinâmica. Rio de Janeiro: Zahar,
1977.
WERNECK, Claudia. Você é gente? O direito de nunca ser questionado sobre o seu valor
humano. Rio de Janeiro: WVA, 2003.