Arquivo Sobre Inclusão
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Arcelita Koscheck[1]
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Resumo:O presente artigo trata da inclusão, sob a perspectiva histórica e, também sobre
as mudanças ocorridos na atualidade em relação a educação inclusiva e os impactos
trazidos para a escola.. Assim, a escola tem um papel fundamental na inserção de
portadores e não portadores em salas de aulas comuns. A presença do portador de
necessidades educativas especiais na escola regular, inclusive nas classes comuns é um
verdadeiro desafio para a escola brasileira em relação à qualificação de recursos
humanos, que atendam às necessidades educacionais desses alunos, em qualidade e
acesso. Precisamos trabalhar a educação, para que a escola construa um mundo melhor
para todos e que inclua no seu convívio todos, independentemente de padrões de
normalidade. Para que a escola seja base para uma verdadeira cultura de paz.
Palavras-chave: inclusão, escola, educação inclusiva.
INTRODUÇÃO
Pensar uma escola inclusiva é pensar uma escola justa e democrática, que inclua
a todos, sem discriminação, e a cada um, com suas diferenças, independentemente de
sexo, idade, religião, origem étnica, raça, deficiência.
Uma sociedade não apenas aberta e acessível a todos os grupos, mas que
estimula a participação; uma sociedade que abrigue e aprecie a diversidade humana; uma
sociedade cuja meta principal é oferecer oportunidades iguais para que todos
desenvolvam seu potencial.
A escola comum se torna inclusiva quando reconhece as diferenças dos alunos diante do
processo educativo e pela busca da participação e o progresso de todos, adotando novas
práticas pedagógicas. Sabemos que não é fácil e imediata a adoção dessas novas
práticas, pois ela depende de mudanças que vão além da escola e da sala de aula.
O objetivo geral deste estudo é perceber que a inclusão hoje ainda está
caminhando lentamente, mas essa transformação do sistema educacional brasileiro é
necessária para que todos tenham acesso à educação.
A escola inclusiva não é um processo fácil, e as mudanças estão ocorrendo
gradativamente e aos poucos acompanham a legislação da educação. Neste contexto o
trabalho a seguir evidencia dois momentos. O primeiro momento uma breve reflexão em
relação a algumas concepções e aspectos históricos sobre a escola inclusiva, e no
segundo momento um estudo direcionado ao papel da escola para que a inclusão seja
concreta.
A escola inclusiva é um desafio, pois a inclusão exige modificações profundas, que
demandam ousadia, prudência, política efetiva, oferecendo as crianças com deficiência
educação de qualidade para que seja uma escola única e democrática.
Percebe-se que a inclusão social ou escolar tem se tornado foco nas escolas, pois
cada vez mais pessoas com deficiências têm a consciência de seu direito ao acesso aos
bens públicos e à garantia de uma educação de qualidade que respeite e atenda a sua
formação plena. Segundo Mantoan (2003, p.5) “educar é empenhar-se por fazer o outro
crescer, desenvolver-se, evoluir”.
SOBRE A INCLUSÃO: CONCEPÇÕES E ASPECTOS HISTÓRICOS
Quando falamos sobre escola inclusiva, é possível perceber a diversidade de
significados e de diferentes aspectos que a cerca, tornando-a uma palavra utilizada por
todos, sendo tratados no senso comum sem saber o seu significado. Para Ferreira (2010,
p. 93) “[...] incluir é o mesmo que compreender, que por sua vez, quer dizer entender,
alcançar com a inteligência ”. JÁ, de acordo com Mantoan (2005, p. 96):
Inclusão é a nossa capacidade de entender e receber o outro e, assim,
ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas deferentes de
nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. È
para o estudante com deficiência, física, para os que têm
comportamento mental, para os superdotados, e para toda criança que
é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar
junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com
pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com
outro.
A escola inclusiva se caracteriza com uma política de justiça social que alcança
alunos com necessidades especiais, tomando-se aqui o conceito mais amplo, que é o da
Declaração de Salamanca (1994, p. 17- 18):
O princípio fundamental desta linha de Ação é de que as escolas
devem acolher todas as crianças independentemente de suas
condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou
outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem-
dotadas, crianças que vivem nas ruas e que trabalham, crianças de
minorias linguística, étnicas ou culturais e crianças e crianças de outros
grupos ou zonas desfavoráveis ou marginalizadas.
A educação especial surgiu por meio de muitas lutas, organizações e leis
favoráveis as pessoas com deficiência e a educação inclusiva começou a ganhar força a
partir da Declaração de Salamanca (1994), a partir da aprovação da constituição de 1988
e da LDB 1996.
Historicamente, a educação especial tem sido considerada como educação de
pessoas com deficiência, seja ela mental, auditiva, visual, motora, física múltipla ou
decorrente de distúrbios evasivos do desenvolvimento, além das pessoas superdotadas
que também têm integrado o alunado da educação especial. Morin (2011, p. 49-50)
apresenta de forma belíssima esse princípio: