Poder Judiciário

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CAPÍTULO III

DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;


Q2130469

I-A - o Conselho Nacional de Justiça;


II - o Superior Tribunal de Justiça;

II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;


III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes
Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito


Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho


Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na
Capital Federal.

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais


Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo


Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura,
observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de
juiz substituto, mediante concurso público de provas e
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do
Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
II - promoção de entrância para entrância,
alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas
as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por


três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de
merecimento;

b) a promoção por merecimento pressupõe dois


anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a
primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se
não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;

c) aferição do merecimento conforme o


desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e
presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e
aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de
aperfeiçoamento;
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente
poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado
de dois terços de seus membros, conforme procedimento
próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a
votação até fixar-se a indicação;
e) não será promovido o juiz que,
injustificadamente, retiver autos em seu poder além do
prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o
devido despacho ou decisão;
III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-
á por antigüidade e merecimento, alternadamente,
apurados na última ou única entrância;
IV - previsão de cursos oficiais de preparação,
aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo
etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a
participação em curso oficial ou reconhecido por escola
nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais
Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do
subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo
Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados
serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura
judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por
cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do
subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores,
obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e
39, § 4º;
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão
de seus dependentes observarão o disposto no art. 40;

VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca,


salvo autorização do tribunal;

VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do


magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão
por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
(Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

VIII-A - a remoção a pedido de magistrados de


comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao
disposto nas alíneas "a", "b", "c" e "e" do inciso II do caput
deste artigo e no art. 94 desta Constituição; (Inciso
acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, e
com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº
130, de 2023)

VIII-B - a permuta de magistrados de comarca de


igual entrância, quando for o caso, e dentro do mesmo
segmento de justiça, inclusive entre os juízes de segundo
grau, vinculados a diferentes tribunais, na esfera da justiça
estadual, federal ou do trabalho, atenderá, no que couber,
ao disposto nas alíneas "a", "b", "c" e "e" do inciso II do
caput deste artigo e no art. 94 desta Constituição; (Inciso
acrescido pela Emenda Constitucional nº 130, de 2023)

IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder


Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais
a preservação do direito à intimidade do interessado no
sigilo não prejudique o interesse público à informação;

X - as decisões administrativas dos tribunais serão


motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;

XI - nos tribunais com número superior a vinte e


cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial,
com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco
membros, para o exercício das atribuições administrativas
e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal
pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a
outra metade por eleição pelo tribunal pleno;

XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta,


sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de
segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver
expediente forense normal, juízes em plantão permanente;
XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional
será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva
população;
XIV - os servidores receberão delegação para a
prática de atos de administração e atos de mero expediente
sem caráter decisório;

XV - a distribuição de processos será imediata, em


todos os graus de jurisdição.

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais


Regionais Federais, dos tribunais dos Estados, e do Distrito
Federal e Territórios será composto de membros do
Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada,
com mais de dez anos de efetiva atividade profissional,
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o


tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um
de seus integrantes para nomeação.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será


adquirida após dois anos de exercício, dependendo a
perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a
que o juiz estiver vinculado e, nos demais casos, de
sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse


público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o
disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I.

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro


cargo ou função, salvo uma de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou


participação em processo;

III - dedicar-se a atividade político-partidária.

IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios


ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;

V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual


se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento
do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus


regimentos internos, com observância das normas de
processo e das garantias processuais das partes, dispondo
sobre a competência e o funcionamento dos respectivos
órgãos jurisdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e


os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo
exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os


cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de


provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169,
parágrafo único, os cargos necessários à administração da
justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a


seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem
imediatamente vinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais


Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

a) a alteração do número de membros dos tribunais


inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a


remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de
seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais
inferiores, onde houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão


judiciárias;

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes


estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os
membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de


seus membros ou dos membros do respectivo órgão
especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder
público.

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos


Territórios, e os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados,


ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o
julgamento e a execução de causas cíveis de menor
complexidade e infrações penais de menor potencial
ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro
grau;

II - justiça de paz, remunerada, composta de


cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com
mandato de quatro anos e competência para, na forma da
lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de
impugnação apresentada, o processo de habilitação e
exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional,
além de outras previstas na legislação.

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados


especiais no âmbito da Justiça Federal.

§ 2º As custas e emolumentos serão destinados


exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às
atividades específicas da Justiça.

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada


autonomia administrativa e financeira.

§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas


orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes
orçamentárias.

§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os


outros tribunais interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do


Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com
a aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal


e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com
a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não


encaminharem as respectivas propostas orçamentárias
dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes
orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores
aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo
com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata


este artigo forem encaminhadas em desacordo com os
limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo
procederá aos ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual.

§ 5º Durante a execução orçamentária do


exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a
assunção de obrigações que extrapolem os limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se
previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas


Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em
virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na
ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos
créditos adicionais abertos para este fim.

§ 1º Os débitos de natureza alimentícia


compreendem aqueles decorrentes de salários,
vencimentos, proventos, pensões e suas
complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em
responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial
transitada em julgado, e serão pagos com preferência
sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles
referidos no § 2º deste artigo.

§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos


titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença
grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na
forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os
demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em
lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante
será pago na ordem cronológica de apresentação do
precatório.

§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente


à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos
de obrigações definidas em leis como de pequeno valor
que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de
sentença judicial transitada em julgado.

§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser


fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de
direito público, segundo as diferentes capacidades
econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior
benefício do regime geral de previdência social.
Q2144094
§ 5º É obrigatória a inclusão no orçamento das
entidades de direito público de verba necessária ao
pagamento de seus débitos oriundos de sentenças
transitadas em julgado constantes de precatórios judiciários
apresentados até 2 de abril, fazendo-se o pagamento até o
final do exercício seguinte, quando terão seus valores
atualizados monetariamente. (Parágrafo com redação dada
pela Emenda Constitucional nº 114, de 2021, em vigor a
partir de 2022)

§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos


abertos serão consignados diretamente ao Poder
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a
decisão exequenda determinar o pagamento integral e
autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para
os casos de preterimento de seu direito de precedência ou
de não alocação orçamentária do valor necessário à
satisfação do seu débito, o sequestro da quantia
respectiva.

§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por


ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de
responsabilidade e responderá, também, perante o
Conselho Nacional de Justiça.

§ 8º É vedada a expedição de precatórios


complementares ou suplementares de valor pago, bem
como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da
execução para fins de enquadramento de parcela do total
ao que dispõe o § 3º deste artigo.

§ 9º Sem que haja interrupção no pagamento do


precatório e mediante comunicação da Fazenda Pública ao
Tribunal, o valor correspondente aos eventuais débitos
inscritos em dívida ativa contra o credor do requisitório e
seus substituídos deverá ser depositado à conta do juízo
responsável pela ação de cobrança, que decidirá pelo seu
destino definitivo.

§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o


Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para
resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do
direito de abatimento, informação sobre os débitos que
preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os
fins nele previstos.

§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido


em lei do ente federativo devedor, com autoaplicabilidade
para a União, a oferta de créditos líquidos e certos que
originalmente lhe são próprios ou adquiridos de terceiros
reconhecidos pelo ente federativo ou por decisão judicial
transitada em julgado para:

I - quitação de débitos parcelados ou débitos


inscritos em dívida ativa do ente federativo devedor,
inclusive em transação resolutiva de litígio, e,
subsidiariamente, débitos com a administração autárquica
e fundacional do mesmo ente; (Inciso acrescido pela
Emenda Constitucional nº 113, de 2021)
Q2304640

II - compra de imóveis públicos de propriedade do


mesmo ente disponibilizados para venda; (Inciso acrescido
pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

III - pagamento de outorga de delegações de


serviços públicos e demais espécies de concessão
negocial promovidas pelo mesmo ente; (Inciso acrescido
pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

IV - aquisição, inclusive minoritária, de participação


societária, disponibilizada para venda, do respectivo ente
federativo; ou (Inciso acrescido pela Emenda
Constitucional nº 113, de 2021)
V - compra de direitos, disponibilizados para
cessão, do respectivo ente federativo, inclusive, no caso da
União, da antecipação de valores a serem recebidos a
título do excedente em óleo em contratos de partilha de
petróleo. (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº
113, de 2021)

§ 12. A partir da promulgação desta Emenda


Constitucional, a atualização de valores de requisitórios,
após sua expedição, até o efetivo pagamento,
independentemente de sua natureza, será feita pelo índice
oficial de remuneração básica da caderneta de poupança,
e, para fins de compensação da mora, incidirão juros
simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a
caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de
juros compensatórios.

§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente,


seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se
aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º.

§ 14. A cessão de precatórios, observado o


disposto no § 9º deste artigo, somente produzirá efeitos
após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao
Tribunal de origem e ao ente federativo devedor.
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009, com nova redação dada pela Emenda Constitucional
nº 113, de 2021)

§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei


complementar a esta Constituição Federal poderá
estabelecer regime especial para pagamento de crédito de
precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios,
dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
forma e prazo de liquidação.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a
União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de
Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os
diretamente.

§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios aferirão mensalmente, em base anual, o
comprometimento de suas respectivas receitas correntes
líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações de
pequeno valor.

§ 18. Entende-se como receita corrente líquida,


para os fins de que trata o § 17, o somatório das receitas
tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de
contribuições e de serviços, de transferências correntes e
outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do
art. 20 da Constituição Federal, verificado no período
compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior
ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes,
excluídas as duplicidades, e deduzidas:

I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao


Distrito Federal e aos Municípios por determinação
constitucional;

II - nos Estados, as parcelas entregues aos


Municípios por determinação constitucional;

III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e


nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio
de seu sistema de previdência e assistência social e as
receitas provenientes da compensação financeira referida
no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.

§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes


de condenações judiciais em precatórios e obrigações de
pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse
a média do comprometimento percentual da receita
corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente
anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá
ser financiada, excetuada dos limites de endividamento de
que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição
Federal e de quaisquer outros limites de endividamento
previstos, não se aplicando a esse financiamento a
vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV do
art. 167 da Constituição Federal.

§ 20. Caso haja precatório com valor superior a


15% (quinze por cento) do montante dos precatórios
apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze
por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final
do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos
cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de
mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos,
perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios,
com redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor
do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não
penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados
os requisitos definidos na regulamentação editada pelo
ente federado.

§ 21. Ficam a União e os demais entes federativos,


nos montantes que lhes são próprios, desde que aceito por
ambas as partes, autorizados a utilizar valores objeto de
sentenças transitadas em julgado devidos a pessoa jurídica
de direito público para amortizar dívidas, vencidas ou
vincendas:

I - nos contratos de refinanciamento cujos créditos


sejam detidos pelo ente federativo que figure como devedor
na sentença de que trata o caput deste artigo;

II - nos contratos em que houve prestação de


garantia a outro ente federativo;
III - nos parcelamentos de tributos ou de
contribuições sociais; e

IV - nas obrigações decorrentes do


descumprimento de prestação de contas ou de desvio de
recursos. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional
nº 113, de 2021)

§ 22. A amortização de que trata o § 21 deste


artigo:

I - nas obrigações vencidas, será imputada


primeiramente às parcelas mais antigas;

II - nas obrigações vincendas, reduzirá


uniformemente o valor de cada parcela devida, mantida a
duração original do respectivo contrato ou parcelamento.
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 113,
de 2021)

Seção II
Do Supremo Tribunal Federal

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se


de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de
trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável
saber jurídico e reputação ilibada. (“Caput” do artigo com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 122, de
2022)

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal


Federal serão nomeados pelo Presidente da República,
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou


ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
Q2144089

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da


República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso
Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da
República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de


responsabilidade, os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e
os chefes de missão diplomática de caráter permanente;

d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das


pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de
segurança e o habeas data contra atos do Presidente da
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
Tribunal Federal;

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo


internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Território;
Q1864194

f) as causas e os conflitos entre a União e os


Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e
outros, inclusive as respectivas entidades da administração
indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;


i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal
Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade
ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de
crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus


julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua


competência e garantia da autoridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua


competência originária, facultada a delegação de
atribuições para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da


magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e
aquela em que mais da metade dos membros do tribunal
de origem estejam impedidos ou sejam direta ou
indiretamente interessados;
Q2312142

o) os conflitos de competência entre o Superior


Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas


de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da


norma regulamentadora for atribuição do Presidente da
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal, da Mesa de uma dessas
Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal
Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça
e contra o Conselho Nacional do Ministério Público.
Q2144092

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o


habeas data e o mandado de injunção decididos em única
instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a
decisão;

b) o crime político;

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as


causas decididas em única ou última instância, quando a
decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei


federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local


contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei


federal.

§ 1º A argüição de descumprimento de preceito


fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada
pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
Q1879153

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas


pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de
constitucionalidade, produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta,
nas esferas federal, estadual e municipal.
Q1974610

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá


demonstrar a repercussão geral das questões
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim
de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
terços de seus membros.

Art. 103. Podem propor a ação direta de


inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade:

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da


Câmara Legislativa do Distrito Federal;

V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;


VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados


do Brasil;
Q1879153

VIII - partido político com representação no


Congresso Nacional;

IX - confederação sindical ou entidade de classe de


âmbito nacional.
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser
previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e
em todos os processos de competência do Supremo
Tribunal Federal.

§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão


de medida para tornar efetiva norma constitucional, será
dada ciência ao Poder competente para a adoção das
providências necessárias e, em se tratando de órgão
administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar


a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da
União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de


ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços
dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei.
Q1879146
Q2130469

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a


interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca
das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários
ou entre esses e a administração pública que acarrete
grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
processos sobre questão idêntica.
Q1879146

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido


em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
poderá ser provocada por aqueles que podem propor a
ação direta de inconstitucionalidade.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que


contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal
que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou
cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que
outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula,
conforme o caso.
Q1879146
Q1864193

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça


compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2
(dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça,
indicado pelo respectivo tribunal;
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho,
indicado pelo respectivo tribunal;
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça,
indicado pelo Supremo Tribunal Federal

V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo


Tribunal Federal;
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado
pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal
de Justiça;
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho,
indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal
Superior do Trabalho;
X - um membro do Ministério Público da União,
indicado pelo Procurador-Geral da República;
XI - um membro do Ministério Público estadual,
escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os
nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição
estadual;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do
Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e
impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal
Federal.
§ 2º Os demais membros do Conselho serão
nomeados pelo Presidente da República, depois de
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal.
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações
previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo
Tribunal Federal.

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação


administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-
lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas
pelo Estatuto da Magistratura:
Q2144092

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo


cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir
atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de


ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do
Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar
prazo para que se adotem as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do
Tribunal de Contas da União; (Inciso acrescido pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III - receber e conhecer das reclamações contra


membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra
seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores
de serviços notariais e de registro que atuem por delegação
do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional dos tribunais,
podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras
sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (Inciso
acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, e
com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

IV - representar ao Ministério Público, no caso de


crime contra a administração pública ou de abuso de
autoridade;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os
processos disciplinares de juízes e membros de tribunais
julgados há menos de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico
sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da
Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as
providências que julgar necessárias, sobre a situação do
Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o
qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo
Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional,
por ocasião da abertura da sessão legislativa.
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça
exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído
da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe,
além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto
da Magistratura, as seguintes:

I - receber as reclamações e denúncias, de


qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos
serviços judiciários;

II - exercer funções executivas do Conselho, de


inspeção e de correição geral;

III - requisitar e designar magistrados, delegando-


lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou
tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e
Territórios.
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-
Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos
Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para
receber reclamações e denúncias de qualquer interessado
contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra
seus serviços auxiliares, representando diretamente ao
Conselho Nacional de Justiça.

Seção III
Do Superior Tribunal de Justiça
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se
de, no mínimo, trinta e três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal


de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
setenta anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Parágrafo
único com redação dada pela Emenda Constitucional nº
122, de 2022)

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais


Federais e um terço dentre desembargadores dos
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada
pelo próprio Tribunal;

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e


membros do Ministério Público Federal, Estadual, do
Distrito Federal e dos Territórios, alternadamente, indicados
na forma do art. 94.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos


Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os
dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais
Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério
Público da União que oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data
contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio
Tribunal;
Q2286701

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente


for qualquer das pessoas mencionadas na alínea a, ou
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição,
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército
ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral;

d) os conflitos de competência entre quaisquer


tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, o, bem como
entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes
vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de


seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua


competência e garantia da autoridade de suas decisões;

g) os conflitos de atribuições entre autoridades


administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades
judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do
Distrito Federal, ou entre as deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração


da norma regulamentadora for atribuição de órgão,
entidade ou autoridade federal, da administração direta ou
indireta, excetuados os casos de competência do
Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar,
da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça
Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a
concessão de exequatur às cartas rogatórias;

j) os conflitos entre entes federativos, ou entre


estes e o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços,
relacionados aos tributos previstos nos arts. 156-A e 195,
V; (Alínea acrescida pela Emenda Constitucional nº 132,
de 2023)

II - julgar, em recurso ordinário:

a) os habeas corpus decididos em única ou última


instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única


instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado


estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do
outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no
País;
Q1864194

III - julgar, em recurso especial, as causas


decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
Q2111620

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes


vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em


face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que
lhe haja atribuído outro tribunal.

§ 1º Funcionarão junto ao Superior Tribunal de


Justiça: (Primitivo parágrafo único com redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004, transformado em §
1º pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

I - a Escola Nacional de Formação e


Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre
outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o
ingresso e promoção na carreira;

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe


exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e
orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo
graus, como órgão central do sistema e com poderes
correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
Q2130469

§ 2º No recurso especial, o recorrente deve


demonstrar a relevância das questões de direito federal
infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a
fim de que a admissão do recurso seja examinada pelo
Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer com
base nesse motivo pela manifestação de 2/3 (dois terços)
dos membros do órgão competente para o julgamento.
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 125,
de 2022)

§ 3º Haverá a relevância de que trata o § 2º deste


artigo nos seguintes casos:

I - ações penais;

II - ações de improbidade administrativa;


III - ações cujo valor da causa ultrapasse 500
(quinhentos) salários mínimos;

IV - ações que possam gerar inelegibilidade;

V - hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar


jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça;

VI - outras hipóteses previstas em lei. (Parágrafo


acrescido pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

Seção IV
Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes
Federais

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

I - os Tribunais Regionais Federais;

II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais


compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região e nomeados pelo
Presidente da República dentre brasileiros com mais de
trinta e menos de setenta anos de idade, sendo: (“Caput”
do artigo com redação dada pela Emenda Constitucional nº
122, de 2022)

I - um quinto dentre advogados com mais de dez


anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público Federal com mais de dez anos de
carreira;

II - os demais, mediante promoção de juízes


federais com mais de cinco anos de exercício, por
antiguidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de
juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua
jurisdição e sede.

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a


justiça itinerante, com a realização de audiências e demais
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
públicos e comunitários.

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão


funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais


Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição,


incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos
crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do
Ministério Público da União, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de


julgados seus ou dos juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os habeas data


contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora


for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais


vinculados ao Tribunal;
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas
pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício
da competência federal da área de sua jurisdição.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e


julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica


ou empresa pública federal forem interessadas na condição
de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
Q2144092

II - as causas entre Estado estrangeiro ou


organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada
ou residente no País;
Q1864194

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da


União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;

IV - os crimes políticos e as infrações penais


praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a
competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

V - os crimes previstos em tratado ou convenção


internacional, quando, iniciada a execução no País, o
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
reciprocamente;

V-A - as causas relativas a direitos humanos a que


se refere o § 5º deste artigo;
VI - os crimes contra a organização do trabalho e,
nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro
e a ordem econômico-financeira;

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua


competência ou quando o constrangimento provier de
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a
outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os habeas data


contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de
competência dos tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou


aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular


de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o
exequatur, e de sentença estrangeira, após a
homologação, as causas referentes à nacionalidade,
inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º As causas em que a União for autora serão


aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra
parte.

§ 2º As causas intentadas contra a União poderão


ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o
autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu
origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou,
ainda, no Distrito Federal.

§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de


competência da Justiça Federal em que forem parte
instituição de previdência social e segurado possam ser
processadas e julgadas na justiça estadual quando a
comarca do domicílio do segurado não for sede de vara
federal. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso


cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na
área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos


humanos, o Procurador-Geral da República, com a
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos
dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito
ou processo, incidente de deslocamento de competência
para a Justiça Federal.
Q2144086

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito


Federal, constituirá uma seção judiciária, que terá por sede
a respectiva capital, e varas localizadas segundo o
estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a


jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais
caberão aos juízes da Justiça local, na forma da lei.

Seção VI
Dos Tribunais e Juízes Eleitorais

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I - o Tribunal Superior Eleitoral;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
III - os juízes eleitorais;
IV - as Juntas Eleitorais.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á,
no mínimo, de sete membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) três juízes dentre os Ministros do Supremo


Tribunal Federal;

b) dois juízes dentre os Ministros do Superior


Tribunal de Justiça;

II - por nomeação do Presidente da República, dois


juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal
Federal.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral


elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o corregedor
eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de
Justiça.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na


capital de cada Estado e no Distrito Federal.

§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-


ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) de dois juízes dentre os desembargadores do


Tribunal de Justiça;

b) de dois juízes, dentre juízes de direito,


escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com
sede na capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não
havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo
Tribunal Regional Federal respectivo;

III - por nomeação, pelo Presidente da República,


de dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
Justiça.

§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu


Presidente e o Vice-Presidente dentre os
desembargadores.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a


organização e competência dos Tribunais, dos juízes de
direito e das Juntas Eleitorais.

§ 1º Os membros dos Tribunais, os juízes de direito


e os integrantes das Juntas Eleitorais, no exercício de suas
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas
garantias e serão inamovíveis.

§ 2º Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo


justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por
mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em
número igual para cada categoria.

§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal


Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou
mandado de segurança.

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais


Eleitorais somente caberá recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa
desta Constituição ou de lei;

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre


dois ou mais Tribunais Eleitorais;

III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de


diplomas nas eleições federais ou estaduais;
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de
mandatos eletivos federais ou estaduais;

V - denegarem habeas corpus, mandado de


segurança, habeas data ou mandado de injunção.

Seção VII
Dos Tribunais e Juízes Militares

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:

I - o Superior Tribunal Militar;

II - os Tribunais e juízes militares instituídos por lei.

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de


quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da
República, depois de aprovada a indicação pelo Senado
Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha,
quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre
oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto
mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.

Parágrafo único. Os Ministros civis serão


escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de
idade, sendo: (Parágrafo único com redação dada pela
Emenda Constitucional nº 122, de 2022)
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e
conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional;

II - dois, por escolha paritária, dentre juízes-


auditores e membros do Ministério Público da Justiça
Militar.

Art. 124. À Justiça Militar compete processar e


julgar os crimes militares definidos em lei.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização,


o funcionamento e a competência da Justiça Militar.

Seção VIII
Dos Tribunais e Juízes dos Estados

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça,


observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º A competência dos tribunais será definida na


Constituição do Estado, sendo a lei de organização
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
Q2286703

§ 2º Cabe aos Estados a instituição de


representação de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais ou municipais em face da
Constituição estadual, vedada a atribuição da legitimação
para agir a um único órgão.
Q1960703
Q1879153
Q1864192

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta


do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual,
constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e
pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo
próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça
Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a
vinte mil integrantes.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e
julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
definidos em lei e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente
decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e
da graduação das praças.
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar
processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça,
sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os
demais crimes militares.
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
em todas as fases do processo.
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça
itinerante, com a realização de audiências e demais
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
públicos e comunitários.

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal


de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
competência exclusiva para questões agrárias.
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do
litígio.

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