Nolasco Marcosviniciusfloresmiranda M

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

MARCOS VINÍCIUS FLORES MIRANDA NOLASCO

Desenvolvimento e avaliação de filmes a partir de resíduo


integral de cascas de batata (Solanum tuberosum L.).

Development and evaluation of films from whole potato peel


residue (Solanum tuberosum L.).

CAMPINAS
2023
MARCOS VINÍCIUS FLORES MIRANDA NOLASCO

Desenvolvimento e avaliação de filmes a partir de resíduo


integral de cascas de batata (Solanum tuberosum L.).

Development and evaluation of films from whole potato peel


residue (Solanum tuberosum L.).

Dissertação apresentada à Faculdade de


Engenharia de Alimentos da Universidade
Estadual de Campinas como parte dos
requisitos exigidos para a obtenção do
título de Mestre em Tecnologia de
Alimentos.

Dissertation presented to the Faculty of


Food Engineering at the State University
of Campinas as part of the requirements
for obtaining the Master's degree in Food
Technology.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Rodrigues Anjos

ESTE TRABALHO
CORRESPONDE À VERSÃO
FINAL DA DISSERTAÇÃO/TESE
DEFENDIDA PELO ALUNO
MARCOS VINÍCIUS FLORES
MIRANDA NOLASCO, E
ORIENTADA PELO PROF. DR.
CARLOS ALBERTO RODRIGUES
ANJOS

CAMPINAS
2023
BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Carlos Alberto Rodrigues Anjos

Universidade Estadual de Campinas

Dr. Luis Marangoni Júnior

Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL)

Dra. Viviane de Souza Silva

Instituto Federal de Minas Gerais (Sul de Minas) (IFMG)

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no


SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da Unidade.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar aos meus pais: Minha mãe Sirlei por ser o motivo de eu seguir em
frente, ao meu pai Ezequiel que me ama incondicionalmente, e meu “paidrasto” Ricardo
que nunca exitou em me ajudar. Obrigado por acreditarem em mim e me motivarem a
cada dia mais para me tornar alguém melhor, me mostrando um mundo de oportunidades.

Aos meus amigos da cidade natal, Campo Grande – MS, Thaís, Joana, Isadora, Letícia,
Fernanda, Eros, Carlos, entre outros, que mesmo longe, sempre procuraram demonstrar
um amor sem limites e me relembrando o lugar especial aonde eu aprendi o que é afeto.

Meus amigos de Barão Geraldo, Luan, Ana Paula, Raissa, Fabiano, Igor, Sérgio, Gabriel,
Ricardo, e outros que fiz durante essa longa caminhada, que me acolhem diariamente e
tornaram Campinas um novo lar para mim.

Ao professor Carlos Anjos pela orientação durante esse caminho e pela visão sempre
compreensível comigo, me auxiliando no fechamento desta etapa.

À professora Farayde Matta pela a atenção, compreensão e auxilio na elaboração desse


projeto, me mostrando o potencial do meu trabalho e sempre me dando motivos para
querer continuar na área de embalagens biodegradáveis.

À técnica Izilda do laboratório de cereais, sempre muito atenciosa, querida e amiga


quando eu sempre precisava de ajuda no laboratório.

Ao CNPQ pela bolsa concedida, possibilitando a realização do meu sonho.

O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de


Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de financiamento 001.’
RESUMO

As embalagens são utilizadas desde a antiguidade pelo homem para o acondicionamento,


proteção e conservação de alimentos. No decorrer das décadas, os alimentos foram
apresentando mudanças nos níveis nutricionais e sensoriais devido às novas tecnologias
empregadas no seu processamento, e consequentemente, necessitando de novos tipos de
materiais para conte-los. Os polímeros sintéticos, que além de serem de baixo custo para
a produção, possuem boas propriedades de barreira contra umidade, oxigênio e boa
resistência mecânica, entretanto, esses materiais atualmente apresentam problemáticas
quando falamos do impacto no sistema ambiental, pois causam grande acúmulo de
resíduos e a sua degradação quando descartados não corretamente acarretam sérios
problemas ao ecossistema. Desta forma, a indústria tem buscado novos materiais para a
fabricação de embalagens que causem menor impacto ambiental com reduzida geração
de compostos de carbono. Os biopolímeros ganharam notoriedade entre os pesquisadores
para a produção bioplásticos, os quais podem ser feitos de proteína, lipídeos e
carboidratos. A batata inglesa (Solanum tuberosum L.) é um tubérculo consumido
mundialmente, agregando a dieta de diferentes culturas devido ao seu alto valor
nutricional. Entretanto, a batata não é utilizada integralmente, pois a sua casca é
descartada para o preparo do alimento. A casca possui biopolímeros em sua composição
que já vem sendo explorada na forma de subprodutos. Entre as alternativas de reutilização
da casca, destacam-se a produção de filmes biopoliméricos. Esse estudo objetivou a
produção de farinha de casca de batata e sua aplicação em filmes. A casca de batata foi
seca em estufa de circulação e posteriormente trituradas em blender, e por fim, passadas
peneira mesh. A farinha de casca de batata foi avaliada em propriedades de umidade,
índice de solubilidade em água, índice de absorção em água e cor. Os filmes foram feitos
com farinha casca de batata e amido de batata, variando a concentração da farinha da
casca (5, 6 e 7 gramas) e o tipo de plastificante, glicerol e sorbitol. Os filmes foram
produzidos pela técnica de casting. A solução filmogênica foi resfriada em temperatura
ambiente e colocada em placas de petri de polipropileno. As placas foram colocadas para
a secagem em estufa de circulação de ar forçada. Os filmes foram avaliados em
propriedades ópticas, físicas e de interação com a água. A farinha apresentou níveis
umidade, solubilidade e índice de absorção em água consideravelmente boas para
aplicação em produtos de panificação. Todos os filmes apresentaram algum tipo de
irregularidade em sua superfície. A espessura não apresentou diferença estatística, já os
filmes com sorbitol apresentaram maiores resistência a tração e módulo de elasticidade,
indicando filmes mais resistentes e rígidos, ao contrários dos filmes feitos com sorbitol,
que apresetaram valores menores à essas propriedades, e maior valor de alongamento a
ruptura, indicando filmes mais flexíveis. Já a umidade, permeabilidade ao vapor da água
foi maior em nos filmes elaborados com glicerol e uma maior solubilidade nos
tratamentos com sorbitol. Desta forma, conclui-se que os filmes apresentam, em geral,
baixa resistência e interação com a àgua.

Palavras-chave: embalagens; batata; resíduos; propriedades de barreira; propriedades


físicas.
ABSTRACT
Packaging has been used since ancient times by man for the packaging, protection and
conservation of food. Over the decades, foods have been presenting changes in nutritional
and sensory levels due to new technologies employed in their processing, and
consequently, requiring new types of materials to contain them. The synthetic polymers,
which besides being of low cost for production, have good barrier properties against
moisture, oxygen and good mechanical resistance, however, these materials currently
present problems when we talk about the impact on the environmental system, because
they cause great accumulation of waste and their degradation when disposed of
incorrectly causes serious problems to the ecosystem. Thus, the industry has been seeking
new materials for the manufacture of packaging that cause less environmental impact
with reduced generation of carbon compounds. Biopolymers have gained notoriety
among researchers for the production of bioplastics, which can be made of protein, lipids
and carbohydrates. The potato (Solanum tuberosum L.) is a tuber consumed worldwide,
adding to the diet of different cultures due to its high nutritional value. However, the
potato is not fully used, because its peel is discarded for food preparation. The peel has
biopolymers in its composition that are already being explored as by-products. Among
the alternatives for peel reuse, the production of biopolymer films stands out. This study
aimed to produce potato peel flour and its application in films. The potato peel was dried
in a circulating oven and then ground in a blender, and finally, passed through a mesh
sieve. The potato peel flour was evaluated for moisture properties, water solubility index,
water absorption index, and color. The films were made with potato peel flour and potato
starch, varying the concentration of the peel flour (5, 6 and 7 grams) and the type of
plasticizer, glycerol and sorbitol. The films were produced by the casting technique. The
filmogenic solution was cooled at room temperature and placed in polypropylene petri
dishes. The plates were placed for drying in a forced air circulation oven. The films were
evaluated for optical, physical and water interaction properties. The flour presented
moisture levels, solubility and water absorption index considerably good for application
in bakery products. All films presented some kind of irregularity on their surface. The
thickness did not present statistical difference, but the films with sorbitol presented higher
tensile strength and elasticity modulus, indicating more resistant and rigid films, contrary
to the films made with sorbitol, which presented lower values for these properties, and
higher value of elongation at rupture, indicating more flexible films. The humidity and
water vapor permeability were higher in the films made with glycerol, and a greater
solubility in the sorbitol treatments. Thus, it can be concluded that the films present, in
general, low resistance and interaction with water.

Keywords: packaging; potatoes; waste products; barrier properties; physical properties.


LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Estrutura química da amilose e amilopectina...................................................25

Figura 2. Filmes de 5 g de farinha de batata com sorbitol e glicerol.................................49

Figura 3. Filmes de 6 g de farinha de batata com sorbitol e glicerol.................................49

Figura 4. Filmes de 7 g de farinha de batata com sorbitol e glicerol.................................50

Figura 5. Filmes com 5 g e Sorbitol aumentada em 30x...................................................51

Figura 6. Filmes com 5 g de farinha com glicerol em 100x..............................................52

Figura 7. Filmes com 6g de farinha com sorbitol, em 120x e 250x..................................52

Figura 8. Filmes com 6g de farinha com glicerol, em 400x e 100x..................................52

Figura 9. Filmes com 7g com sorbitol em 180x.............................................................53

Figura 10. Filmes com7g de farinha com glicerol, aproximada em 100x e 400x............53
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Teor de amilose e amilopectina de distintos amidos....................................26
Tabela 2 – Filmes biodegradáveis elaborados com amidos de diferentes origens.........27
Tabela 3 – Estudos de reaproveitamento de alimentos....................................................36

Tabela 4 – Estudos de filmes feitos com resíduos alimentares.........................................38

Tabela 5 – Tratamentos e quantidade utilizada de água destilada, amido de batata, farinha


de casca de batata, sorbitol e glicerol................................................................................43
Tabela 6 – Propriedades da farinha de casca de batata...................................................47
Tabela 7– Paramêtros de cor para os filmes feitos com casca de batata, variando a
concentração e o tipo de plastificante...............................................................................50

Tabela 8 – Propriedades físicas dos filmes biodegradáveis feitos com casca de batata,
variando a concentração e o tipo de plastificante.............................................................54

Tabela 9 – Umidade, Atividade de água, Taxa de permeabilidade ao vapor de água


(TPVA) e Solubilidade dos filmes biodegradáveis de casca de batata, variando a
concentração e tipo de plastificante..................................................................................59
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 18
2.1. Objetivo geral .................................................................................................. 18
2.2. Objetivos Específicos ...................................................................................... 18
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 19
3.1. Embalagens Plásticas ....................................................................................... 19
3.2. Materiais Biodegradáveis ................................................................................ 20
3.3. Biopolímeros .................................................................................................... 21
3.3.1. Proteínas ....................................................................................................... 22
3.3.1.1. Proteínas de origem animal ...................................................................... 23
3.3.1.1.1. Gelatina ..................................................................................................... 23
3.3.1.1.2. Caseína ..................................................................................................... 23
3.3.1.1.3. Proteínas de Soro de leite ......................................................................... 24
2.3.1.2 Proteínas de origem vegetal ............................................................................ 25
2.3.1.2.1 Zeína ............................................................................................................ 25
2.3.1.2.2. Glúten.......................................................................................................... 25
2.3.1.2.3. Proteína de soja ........................................................................................... 26
3.3.2. Polissacarídeos ............................................................................................. 27
3.3.2.1. Amido ....................................................................................................... 27
3.3.2.2. Celulose .................................................................................................... 30
2.3.2.3. Quitina e quitosana ................................................................................... 32
2.3.3. Lipídios......................................................................................................... 32
2.4. Caracterização dos Filmes ............................................................................... 33
2.4.1. Espessura .......................................................................................................... 33
2.4.2. Propriedades de barreira ao vapor de água e aos gases ................................ 34
2.4.3. Aspecto visual .............................................................................................. 35
2.4.4. Propriedades Mecânicas ............................................................................... 35
2.4.5. Solubilidade em água ................................................................................... 35
2.4.6. Cor e opacidade ............................................................................................ 36
2.5. Reaprovitamento de frutas e hortaliças ............................................................ 36
2.5.1. Filmes feitos de resíduos alimentares .............................................................. 39
2.5.2. Reaproveitamento da Batata Inglesa ............................................................ 41
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 44
3.1. Material ................................................................................................................ 44
3.2. Produção da farinha de Casca de batata inglesa .................................................. 44
3.3. CARACTERIZAÇÃO DA FARINHA DA CASCA DE BATATA........... 44
3.3.1. Índice de solubilidade em água (ISA) e Índices de absorção de água (IAA) ... 44
3.3.2. Umidade ....................................................................................................... 45
3.3.3. Cor ................................................................................................................ 45
3.3. ELABORAÇÃO DO FILMES BIODEGRADÁVEIS ........................................ 45
3.3.1. Solução filmogênica ......................................................................................... 45
3.4. CARACTERIZAÇÃO DOS FILMES BIODEGRADÁVEIS ........................ 46
3.4.1. Aspecto Visual .................................................................................................. 46
3.4.2. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) .............................................. 46
3.4.3. Espessura ...................................................................................................... 46
3.4.4. Gramatura ..................................................................................................... 46
3.4.5. Solubilidade em água e Teor de água........................................................... 47
3.4.6. Atividade de Água ........................................................................................ 47
3.4.7. Cor ................................................................................................................ 47
3.4.8. Taxa de permeabilidade ao vapor de água ................................................... 47
3.4.9. Propriedades de tração ................................................................................. 48
3.5. Análise Estatística ............................................................................................ 48
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 49
4.1. FARINHA DE CASCA DE BATATA ............................................................... 49
4.1.1. Umidade ............................................................................................................ 49
4.1.2. Indice de solubilidade em água (ISA) e Indice de absorção de água (IAA) ..... 49
4.1.3. Cor .................................................................................................................... 50
4.2. FILMES BIODEGRADÁVEIS ........................................................................... 51
4.2.1. Aspecto Visual .................................................................................................. 51
4.2.2. Cor .................................................................................................................... 52
4.2.3. Microscopia Electronica de Varredura (MEV) ................................................. 53
4.2.4. Propriedades de físicas...................................................................................... 56
4.2.4.1. Espessura ....................................................................................................... 56
4.2.4.2. Gramatura ...................................................................................................... 57
4.2.4.3. Resistência a tração ........................................................................................ 57
4.2.4.4. Alongamento na Ruptura ............................................................................... 59
4.2.4.5. Módulo de Elasticidade ................................................................................. 60
4.2.5. Propriedades de interação com a água .............................................................. 61
4.2.5.1. Umidade e atividade de água ......................................................................... 61
4.2.5.2. Taxa de permeabilidade ao vapor da água ..................................................... 63
4.2.5.3. Solubilidade ................................................................................................... 64
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 66
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 67
15

1. INTRODUÇÃO

A embalagem de alimentos realiza diferentes funções, desde o acondicionamento


do produto até o seu consumo final, mantendo a qualidade do alimento durante seu
transporte, distribuição e armazenamento (HAN et al., 2018). Além disso, a embalagem
incorpora uma série de fatores, incluindo a viabilidade econômica de energia e recursos,
reciclabilidade, sustentabilidade e descartabilidade. Os materiais que farão parte da
embalagem são selecionados a partir das propriedades mecânicas, físico-químicas, como
também as características ópticas, de barreira aos gases e vapores, muitas vezes também
apresentando atividade antimicrobiana ou antioxidante (RAMOS et al., 2013).

É fato que a embalagem é uma necessidade, pois a maioria dos produtos no


mercado são acondicionados por uma quantidade restrita de materiais. Geralmente,
vidros, metais, plásticos, celulose ou materiais combinados são usados para vários tipos
de embalagens, sendo elas primárias, secundárias ou terciárias (SONG et al., 2009). As
embalagens plásticas são fabricadas a partir de polímeros sintéticos, os quais consistem
em monômeros ligados por ligações químicas. A estrutura e as características dos
plásticos, de acordo com sua composição, podem ser classificados em três grupos:
termofixos ou termodúricos – os quais não podem ser deformados após a moldagem; os
termoplásticos e os elastômeros – podem ser refundidos para assumirem uma nova forma,
sem alterar significativamente as suas propriedades mecânicas (American Chemistry
Council, 2018). As embalagens poliméricas são amplamente utilizadas para acondicionar
alimentos devido as suas propriedades mecânicas, de barreira aos gases e vapores. Além
disso, promove proteção contra a contaminação por agentes biológicos, que são
responsáveis por provocar deterioração no produto (EBNESAJJAD, 2012).

Os polietilenos pertencem à classe química das poliolefinas e são obtidos por meio
do petróleo. Tratam-se da família de polímeros mais utilizados na indústria de embalagens
alimentícias. Esse polímero e outras formas poliméricas sintéticas são difíceis de
degradação quando descartadas na natureza, resultando em quantidades perigosas de
contaminação (ZHONG et al., 2019). A perda de recursos renováveis, tais como fósseis,
se tornou uma preocupação mundial, pois os mesmos são utilizados para a produção de
polímeros sintéticos que levam milhões de anos para a decomposição, conforme destacam
AL-TAYYAR, YOUSSELF e AL-HINDI (2019).
16

A produção anual de plástico aumentou consideravelmente de 1950 (35 milhões


de toneladas métricas) a 2018 (mais de 350 milhões de toneladas métricas),
mundialmente. Desde 2015, de acordo com a análise global de todos os plásticos
produzidos já fabricados, estimou-se que apenas 9% foram reciclados e 12% incinerados,
sendo o restante destinado aos aterros sanitários ou descartados de maneira inadequada
no ambiente, (AFRIN; UDDIN; RAHMAN, 2020; GEYER; JAMBECK; LAW, 2017; LI
et al., 2020a).

Atualmente, os consumidores estão tomando ciência sobre questões de ética


relacionada ao ambiente, segurança alimentar, qualidade e preço de alimentos. Resultado
disso, os clientes observam os elementos de desenvolvimento sustentável e exigem que
sejam feitos esforços para o desenvolvimento de embalagens provindas de materiais mais
sustentáveis e ou biodegradáveis (YUVARAJ et al., 2021).

Os biopolímeros, são polímeros que ao sofrer a ação de enzimas e/ou


microorganismos transforma-os em CO2, H2O, CH4 e biomassa (LUYT; MALIK, 2019;
FAN et al., 2022). Os plásticos obtidos por meio de biopolímeros começaram a ser
introduzidos no mercado para desempenhar um papel de substituição, total ou parcial, dos
materiais não biodegradáveis. Porém, o seu uso ainda é muito baixo, devido as limitações
desses materiais (LUYT; MALIK, 2019). Desta forma, mais pesquisas são desenvolvidas
para diminuir os impactos ambientais, dentre as alternativas estudadas estão a produção
de biopolímeros com materiais como carboidratos, proteínas, lipídios, entre outros
compostos (BENBETTAÏEB, DEBEAUFORT; KARBOWIAK, 2018).

O amido é um biopolímero já explorado pelos pesquisadores para a produção


de filmes, bioplásticos e coberturas na área alimentícia. O polisscarídeo é totalmente
biodegradável e biossintetizado por plantas como: milho, trigo, batata, ervilha, arroz,
entre outros. Sendo um dos mais abundantes recursos de matéria-prima renovável entre o
reino animal. Caracteriza-se como uma mistura de amilose um polissacarídeo linear e
amilopectina ramificada de alto peso molecular (SAMSUDIN; HANI, 2017). Devido a
sua biodegradabilidade, renovabilidade, fácil disponibilidade e capacidade termoplástica
o amido tem sido amplamente estudado como material para elaboração de plástico
biodegradável. Os filmes e coberturas comestíveis elaborados a partir de amido são
transparentes, apesar de apresentar certa opacidade, possuem boas propriedades de
barreira ao oxigênio, sendo aplicados à fruta, vegetais e outros produtos (ACOSTA et al.,
2015). Filmes feitos a base de amido necessitam plastificantes, que desempenha um papel
17

importante na restrição de perda de água e preservação de firmeza mecânica (NAWAB;


ALAM; HASNAIN, 2017).

As batatas são uma fonte comprovada de carboidratos, proteínas e minerais,


como cálcio, fósforo e potássio, agregando valor à dieta humana (CASANÃS et al.,
2002). De acordo com dados estimados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE, 2020), a batata inglesa apresentou a maior área de plantio no ano, totalizando
cerca de 114 mil hectares cultivados no ano de 2020, e em janeiro e fevereiro de 2022 o
Brasil produziu cerca de 3,7 milhões de toneladas de batata inglesa (IBGE, 2022). O
tubérculo é de origem Sul-Americana, a qual foi acrescentado à alimentação dos europeus
pelos colonoziradores espanhóis. A cultura do plantio e consumo condições
edafoclimáticas da Europa, em seguida, sendo incorporada a região Sulista do Brasil,
onde ganhou popularidade e expandiu-se para outras regiões brasileiras à medida que
novas fronteiras agrícolas foram criadas (FAO, 2008).

Apesar da alta produção de batata-inglesa, também é gerado uma grande


quantidade de resíduos. Estima-se que a quantidade de lixo e subprodutos gerados pelo
processamento é de 12-20% da sua produção total, podendo ser esses resíduos na forma
de casca, polpa e rejeitos (ROGOLS et al., 2003). A produção de féculas, farinhas e
conservas de batata geram, anualmente, entre 70 e 140 mil toneladas de cascas de batata
pelo mundo (HOSSAIN et al., 2015; PATHAK et al., 2018; SCHIEBER, STINTZING;
CARLE, 2002). Esses resíduos são utilizados como ração para animais ou jogados em
aterros sanitários, acarretando em problemática ambiental (CHOHAN et al., 2020;
SCHIEBER; ARANDA, 2009).

TORRES et al. (2020) afirmam que esses resíduos gerados podem ser
explorados, recuperando amido da polpa do tubérculo, antioxidantes das cascas, etc.
Dentre as alternativas de aproveitamento, a produção de filmes biodegradáveis se destaca
pela presença de biopolímeros em sua composição que podem agregar as propriedades
dos bioplásticos.
18

2. OBJETIVOS
2.1.Objetivo geral
Produzir filmes utilizando o resíduo integral da casca de batata inglesa e avaliar
suas propriedades físicas e ópticas

2.2.Objetivos Específicos
Produzir farinha da casca de batata
Caracterizar a farinha
Produzir filmes utilizando a farinha da casca, variando a concentração, junto ao
amido e variar o plastificante
Caracterizar os filmes em propriedades ópticas, físicas e de interação com a água.
19

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1.Embalagens Plásticas

Atuando como uma barreira, a embalagem de alimentos evita danos físicos,


adulteração, deterioração físico-química e microbiana, fazendo com que o produto perca
sua qualidade (LEE, YAM; PIERGIOVANNI, 2008). A embalagem a ser utilizada
depende dos requisitos de proteção do produto e das propriedades do material, a fim de
evitar ou reduzir interações indesejáveis com o alimento, além de apresentar
características de barreira aos gases e vapores necessárias (SANTOS; YOSHIDA, 2011;
TOPUZ; TAMER, 2019).

Na produção de embalagens são utilizados materiais como plásticos, papel,


cartão papelão, folhas metálicas, entre outros (FELLOWS, 2006). As embalagens
plásticas são fabricadas a partir de polímeros. Por definição, o prefixo “poli” significa
muitos e a palavra “mero” é a unidade de repetição no polímero. Polímero é considerado
uma grande molécula composta de unidades menores, sendo considerado um sinônimo
de macromolécula (RUDIN; CHOI, 2013).

As embalagens plásticas são amplamente utilizadas para acondicionar alimentos,


pois oferecem boas propriedades de proteção contra ganho ou perda de gases, vapores e
agentes biológicos que podem deteriorá-los e, ao mesmo tempo fornecendo uma boa
apresentação do produto (EBNESAJJAD, 2012). De acordo com EUROPEAN
PLASTICS (2019), em 2018 foram produzidos cerca de 359 milhões de toneladas de
plásticos no mundo, sendo 40% destinados a embalagens de produtos alimentícios.

Todos os tipos de polímeros apresentam resistência à degradação, uns mais outros


menos (MERCADO et al., 2017). A degradação lenta que somada a grande produção
desses materiais são responsáveis por parte do aumento de resíduos sólidos (KABIR et
al., 2020; GARAVAND et al., 2017). A reciclagem de polímeros oriundos da embalagem,
aplicadas em alimentos, torna-se impraticável economicamente, devido a contaminação
por alimentos e substâncias biológicas, além de que quando descartados incorretamente,
resultam na deposição de partículas no ambiente, como na água, alterando o ambiente e
a saúde populacional (SIRACUSA et al., 2012). Em 2017, diariamente no Brasil, foram
produzidos, aproximadamente 21.000 toneladas de lixo plástico (ABRELPE, 2019).
20

3.2.Materiais Biodegradáveis

A crescente procura de alimentos seguros, de qualidade, maior praticidade,


pequenos volumes e conscientização ambiental estão reforçando a pesquisa por novos
materiais para acondicionamento (GALGANO et al., 2015). Os materiais biodegradáveis
foram introduzidos na década de 80, vindo de encontro à produção de plásticos
pretroquímicos, assim como a redução dos efeitos ambientais devido ao aumento na
quantidade de materiais destinados aos aterros (GIRONI; PIEMONTE, 2010).

De acordo com SOROUDI e JAKUBOWICZ (2013), produtos oriundos de


fontes renováveis apresentam aceitabilidade comercial e ambiental que derivam do
envolvimento de recursos renováveís, capacidade de reciclagem e biodegradabilidade. A
crescente demanda por soluções mais sustentáveis é refletida na crescente capacidade de
fabricação de filmes biodegradáveis. Os bioplásticos podem ser definidos como
polímeros que atendem a critérios de serem de base biológica e biodegradáveis,
(TOKIWA et al., 2009). O termo “bio-based” designa um polimero que é totalmente ou
parcialmente obtido a partir de biomassa, que inclui qualquer tipo de material orgânico
renovável, como residuos (DI BARTOLO; INFURNA; DINTCHEVA; 2021). Já o termo
“biodegradável” refere-se à capacidade do material em se degradar em compostos
naturais (RAHAM; BHOI, 2021).

Os plásticos biodegradáveis poderiam ser utilizados em substituição aos


polímeros tradicionais, entretanto sua resistência mecânica e propriedades de barreira são
limitadas e restringe seu uso, pois há um impacto significativo em vários setores,
(COPPOLA et al. 2021; MOSHOOD et al., 2022). Fibras de carbono e vidro, são
frequentemente utilizadas para fortalecer os biopolímeros, porém, não os tornam
biodegradáveis (YANG et al., 2019). Os estudos para a utilização de biopolímeros, como
polissacarídeos (amido, celulose e quitosana) e proteínas (soja, trigo, caseína, gluten e
gelatina) na produção de películas de embalagens biodegradáveis, comestíveis filme e
materiais de revestimento aumentaram consideravelmente na literature (RHIM; PARK;
HA; 2013).

Entre os tipos de materiais pesquisados para eventual substituição dos plásticos


sintéticos, os filmes biodegradáveis se caracterizam por apresentarem aspecto fino e
atuam como barreira a elementos externos, protegendo o produto acondicionado contra
danos físicos e biológicos, prologando sua vida útil (HENRIQUE; CEREDA;
21

SARMENTO, 2008), garantindo a qualidade por meio do controle de transferência de


umidade, oxigênio, dióxido de carbono e aroma entre os componentes do alimento e
atmosfera que os envolve (BALDWIN; HAGENMAIER; BAI, 2012).

3.3.Biopolímeros

Biopolímeros são definidos como polímeros ou copolímeros produzidos a partir


de fontes renováveis como: milho, cana de açúcar, quitina, entre outros. Esses polímeros
podem ser extraidos diretamente de biomassas, produzidos por microorganismos, ou até
com a participação de bio-intermediários. Devido tais características, o material vem
chamando a atenção da indústria de embalagens, devido ao impacto reduzido quando
descartados após a sua utilização (ASTM D6400-04; MITRUS; WOJTOWICZ;
MOSCIKI, 2009; HALLINAN et al., 2013).

Filmes biopoliméricos pode se decompor em dióxido de carbono (CO2) e água


(H2O) entre 20 e 45 dias em em condições de umidade sucificiente e oxigênio, além de
um número adequado de microrganismos, que podem ser encontrados em aterros naturais
e esterco (GESB, 2011) em coMParação ao plástico convencional que a sua expectativa
de decomposição pode ir de cem a mil anos na natureza, conforme descrito por WANG
et al. (2017) e GHIMIRE et al. (2020).

Embalagens provenientes de biopolímeros exigem conhecimento de


processamento e das propriedades do material. Caso as características dos biopolímeros
não forem necessárias, ou o polímero não seja termoplástico, é necessário realizar a sua
modificação e, muitas vezes, esses materiais passando por modificações, não atendem aos
resquisitos específicos, como baixa permeabilidade aos gases, vapores ou propriedades
mecânicas adequadas (TUIL et al., 2000). Além de que, a seleção desses polímeros devem
apresentar biocompatibilidade, estabilidade e custo acessível, relata DOPPALAPUDI et
al., (2014). A produção de blendas pode ser uma alternativa a elaboração de um novo
material, as propriedadades de superfície melhoradas e a biocompatibilidade podem ser
melhores em comparação com as de um único componente (SIONKOWSKA et al., 2015;
SMITH, 2005). As poliolefinas, produzidas a partir de substâncias econômicas e ricas em
carbono, como carvão, óleo ou gás natural, são as blendas poliméricas mais utilizadas
pela indústria, representando 60% da demanda de termoplásticos produzidos sendo
utilizados para aplicações em áreas como agricultura, embalagens alimentícias, entre
outros, (ATTARAN; HASSAN; WAHIT, 2015).
22

Filmes e revestimentos biopoliméricos ganharam a atenção dos pesquisadores


por demonstrarem boa capacidade para acondicionar alimentos frescos como vegetais
minimamente processados, para controlar a permeabilidade ao vapor de água, aos óleos
e gorduras, oxigênio e dióxido de carbono (FAKHOURI et al., 2015).

Entretanto, os biopolímeros ainda não apresentam total eficiencia para aplicação


em embalagens de alimentos, porque ainda possuem elevado custo de produção pela
complexidade na transformação e problemas de qualidade quando empregados em
situações reais. Em comparação com os plásticos à base de petróleo, os bioplásticos
possuem baixa resistência mecânica e química. Além disso, a fragilidade e as elevadas
permeabilidades ao vapor de água e ao oxigênio de alguns bioplásticos os tornam
inadequados para uso em embalagens para acondicionar muitos tipos de alimentos
(KABIR et al., 2020).

3.3.1. Proteínas

As protéinas são definidas como macromoléculas de alto peso molecular


constituidadas de aminoácidos unidos por ligação peptídica que forma a chamada
estrutura primária. São distinguidas de acordo com o tamanho do peptídeo. A
macromolécula é capaz de formar agregados moleculares soltos e reversíveis de
geometria especifica. A conformação da proteína afeta diretamente a formação de filmes,
pois a mesma qualifica a capacidade de interação das moléculas proteicas entre si e com
outras moléculas (ZINK et al., 2016).

A combinação de ligação di-sulfeto intermolecular, pontes de hidrogênio,


interações hidrofóbicas e forças eletrostáticas entre cadeias de proteínas normalmente
levam a filmes quebradiços, conforme descreve Sothornvit e Krochta (2001). Além de
que filmes proteicos ainda possuem alta permeabilidade ao vapor de água em relação aos
polímeros sintéticos devido à natureza hidrofílica das proteínas (HERNÁNDEZ-
IZQUIERDO; KROCHTA, 2008).

Entre os plastificantes utilizados, o glicerol que, mesmo caracterizando-se como


uma molécula hidrofílica, pode ser inserido entre as cadeias proteicas, agindo como
plastificante. A distância entre as cadeias proteicas aumenta e as interações diretas são
reduzidas à medida que o glicerol se interpõe entre as redes proteicas, formando assim,
um filme mais flexível (GUO et al., 2014). A literatura também relata a utilização do
23

plastificante sorbitol para a produção de filmes de proteínas (RIVERO; GARCIA;


PINOTTI, 2010; NUNEZ-FLORES et al., 2013; BAKRY; ISA; SARBON, 2017).

Há muitos compostos classificados como proteínas, sendo eles diferenciados de


acordo com a sua origem, consequentemente, apresentam propriedades distintas.

3.3.1.1. Proteínas de origem animal

3.3.1.1.1. Gelatina

A gelatina foi amplamente estudada por sua capacidade de formar filmes, boas
propriedades funcionais e ser útil como barreira externa para proteção de alimentos contra
a secagem, oxigênio e radiação (BAKRY; ISA; SARBON, 2017). Filmes feitos por
gelatina possuem uma alta permeabilidade ao vapor de água (GÓMEZ-ESTACA et al.,
2009a).
A gelatina também ganhou muito interesse por causa de sua excelente
propriedade de formar filmes, (CHAMBI; GROSSO, 2006; FAKHOURI et al., 2015).
Diferentes fontes de gelatina também foram usadas para produzir filmes biodegradáveis.
Por exemplo, gelatina de peixes (PRANOTO; LEE; PARK, 2007; GÓMEZ-ESTACA et
al., 2009b; GHADERI et al., 2019), pele de porco (SOBRAL et al., 2001), osso bovino
(CAO et al., 2009) e pele de galinha (NOR et al. 2017).
Filmes feitos com gelatina, geralmente, apresentam maior resistência à tração e
maior porcentagem de alongamento (FAKHOURI et al., 2013). Para a melhoria da
qualidade do filme, plastificantes são adicionados para intensificar a característica de
flexibilidade (LUKASIK; LUDESCHER, 2006a, 2006b; VANIN et al., 2005).

3.3.1.1.2. Caseína

Entre os materiais biopolímeros estudados para a formação de filmes, temos a


caseína, proteína que compõe cerca de 80% do leite, que possui que formam filmes com
boas propriedades mecânicas, como força de tração e alongamento devido aos íons de
cálcio e íons salinos existentes na estrutura química (CHAMBI; GROSSO, 2006;
SHENDURSE et al., 2018)
Filmes feitos a partir de caseína, além de poderem ser comestíveis, apresentam
boas propriedades de barreira ao oxigênio (TOMASULA et al., 2003). Essa propriedade
permite proteção contra a oxidação. Entretanto, sabe-se que como a maioria dos filmes
proteicos, obtidos apenas com caseína tendem a reduzir as suas dimensões com a remoção
24

de parte da água – secagem, tornando-se frágeis. Para a melhoria das propriedades


mecânicas, são adicionados agentes plastificantes, como o glicerol para aumentar o
volume livre da rede de polímeros e, assim, tornar os filmes de caseína mais flexíveis,
reduzindo a sua temperatura de transição vítrea, descreve ABU DIAK et al., (2007);
GHOSH; ALI; DIAS, (2009) e DANGARAN; COOKE; TOMASULA, (2006).
Algumas pesquisas mostram boas propriedades dos filmes produzidos a partir
de caseína, como o de Sophia e Malar Retna (2018), que elaboraram filmes de
nanopartículas à base de caseína e metacrilato de etila, mostrando boas propriedades
térmicas e mecânicas em comparação aos polímeros convencionais. WU et al., (2020)
elaboraram filmes comestíveis de caseína feitos com a técnica de plasma a frio com
descargas de barreira elétrica, obtendo filmes com excelentes propriedades de tração,
estabilização térmica e melhoria das propriedades de barreira.

3.3.1.1.3. Proteínas de Soro de leite

A proteína de soro de leite é obtida após a precipitação da caseína. O soro de


leite contém vários compostos, como β-Lactoglobulina, α-lactalbumina e peptonas
proteicas (ENUJIUGHA; OYINLOYE, 2019). Após a separação da caseína, o soro é
concentrado, sendo transformado em proteína de soro de leite, com 25-80% de conteúdo
proteico (RAMOS et al., 2013).

Filmes preparados com proteína de soro do leite receberam atenção por serem
comestíveis e biodegradáveis, além de permitir a utilizaçao de um efluente de fabricação
de queijos e possuir certas propriedades mecânicas (GENNADIOS, 2004; KHWALDIA
et al. 2004; RAMOS et al., 2012). As proteínas de soro formam filmes flexíveis, sem
sabor e transparentes. Eles também são úteis como veículos de aditivos alimentares, como
antioxidantes, corantes e agentes antimicrobianos, dentre outros (WAGH et al., 2014;
SABATO et al., 2001).

ABDALRAZEQ et al. (2021) desenvolveram e caracterizaram filmes


antimicrobianos e antioxidantes à base de proteínas do soro incrementados com óleo
essencial de Satureja capitata, que apresentaram filmes homogêneos com boas
propriedades mecânicas e de barreira, além de atividade antioxidante e antimicrobriana
para Enterococcus faecalis e Salmonella enterica subsp. entérica ser. Typhimurium.
RAMOS et al. (2013) mostraram que filmes feitos com proteínas de soro e glicerol
possuem boa resistência mecânica e boas propriedades de elasticidade, além da inibição
25

das bactérias E. coli, L. monocytongenes e S. Typhimurium. SUKHIJA et al. (2016)


elaborou filmes de proteínas de soro incrementados com amido de rizoma de lótus e casca
de psyllium, obtendo filmes com boa resistência a tração e alongamento, baixa
permeabilidade ao vapor de água e solubilidade.

2.3.1.2 Proteínas de origem vegetal

2.3.1.2.1 Zeína

A zeína é uma poliamina e a principal proteína do milho. É um material


hidrofóbico e também termoplástico, brilhante, insolúvel em água, resistente a bactérias
e antioxidantes, (MOHAMED; EL-SAKHAWY; EL-SAKHAWY, 2020). Conforme
DONG et al. (2017) e KASHIRI et al. (2017), a zeína é um biopolímero atraente e com
grande potencial para ser estudado e aplicado em revestimentos de alimentos e,
possivelmente em embalagens. Filmes feitos a partir desse material apresentam
características de excelente plasticidade e biodegradabilidade, (CHEN et al., 2019).
Semelhante aos outros filmes de proteína, aqueles produzidos com zeína também
apresentam alta permeabilidade ao vapor de água e boas propriedades de barreira ao
oxigênio e dióxido de carbono (HAN et al., 2010).
VAHEDIKIA et al. (2019) elaboraram filmes de zeína incorporados com óleo
essencial de canela, obtendo filmes de alta espessura, com boa resistência a tração, baixa
permeabilidade ao vapor de água e filmes ativos com atividade antimicrobiana contra S.
aureus e E. coli, característica antimicrobiana semelhante ao estudo realizado por CUI et
al. (2020). Estes autores produziram filmes de zeína com nanoparticulas de quitosana
encapsuladas com extrato de casca de romã e observaram atividade antimicrobiana frente
ao microorganismo L. monocytogenes.
2.3.1.2.2. Glúten

O glúten é uma proteína proveniente do trigo e outros grãos relacionados, como


centeio e cevada. Essa proteína é composta pela gliadina e glutenina, as quais são unidas
com amido endosperma de muitos grãos de forragem (DOMENEK et al., 2004). A
gliadina é solúvel em álcool e a gluteína solúvel apenas em ácidos diluídos. Como ambos
são insolúveis em água, elas podem ser purificadas lavando o amido ligado. O glúten é
considerado fonte de proteína nos alimentos, sendo adicionada em alimentos com baixos
níveis proteicos. A proteína encontrada no arroz e milho também é chamada de glúten,
porém difere do glúten encontrado no trigo que é uma das alternativas de biopolímeros
26

com potencial para a produção de filmes, pois podem formar um rede de fibras quando
composta com glicerol, resultando em rigidez, flexibilidade e ductilidade no filme, afirma
CHEN et al., (2012).

Estudos como o de KAYSERILIOGLU et al. (2003), combinaram xilano com


glutén de trigo para a produção de filmes biodegradáveis e, analisando as suas
propriedades mecânicas demonstraram alta resistência à tração, baixa tensão na ruptura e
alta elasticidade. CHAVOSHIZADEH, PIRSA e MOHTARAMI, (2020) elaboraram
filmes de nanocompósitos de glúten de trigo adicionados de clorofila e polipirrol,
analisando suas propriedades mecânicas e de barreira obtendo resultados de alta
resistência à tração, baixa espessura, baixa permeabilidade ao vapor de água e reduzido
percentual de umidade.

2.3.1.2.3. Proteína de soja

As proteínas da soja são compostas por uma mistura de albuminas e globulinas


(TIAN et al., 2011). As proteínas isoladas da soja são amplamente utilizadas na indústria
de alimentos como substitutas de carne e como agente emulsificante e de textura para
produtos alimentícios como queijo, creme não lácteo, sobremesas, pães e massas,
(NISHINARI et al., 2018). Apesar dessa proteína possuir a capacidade de formar filmes,
apresentam propriedades limitadas. O isolado de proteína de soja (ISP) contém um grande
número de aminoácidos polares que fornecem características hidrofílicas aos materiais
baseados de ISP, sendo esse efeito refletido na fragilidade do filme em locais úmidos,
consequentemente apresentando baixa resistência química à água e baixas propriedades
mecânicas (SONG et al., 2011).

GONZÁLES et al. (2019) produziram filmes de ISP incrementados com


extratos de Gleditsia triacanthos, obtendo filmes com baixa taxa de permeabilidade ao
vapor de água, nível de umidade e solubilidade reduzidas, indicando que os filmes
apresentam boa resistência química à água. DOS SANTOS PAGLIONE et al. (2019)
elaboraram filmes de proteína concentrada de soja incrementados de óleos essenciais de
orégano livre, obtendo filmes com boas propriedades mecânicas, baixa permeabilidade
ao vapor de água, além de apresentar propriedades antimicrobianas e antioxidantes.
27

3.3.2. Polissacarídeos

Diversos polissacarídeos são utilizados como agentes espessantes ou


estabilizantes em muitos alimentos. Todavia, esse biopolímero pode ser utilizado como
materiais formadores de películas para o desenvolvimento de filmes e revestimentos
comestíveis (PHAN THE et al., 2009). Devido a propriedade coloidal única, boas
propriedades de formação de filmes, permeabilidade moderada ao oxigênio e ao vapor de
água, os filmes feitos com polissacarídeos são particularmente utilizados como
biopolimeros na produção de filmes e revestimentos (KANMANI; RHIM, 2014).

3.3.2.1. Amido

Entre os polissacarídeos de reserva dos vegetais, podem ser encontrados os


amidos ou féculas. O amido é definido como acumulado de partículas insolúveis em água
fria, usado em inúmeros produtos alimentícios devido a sua ambundancia, baixo custo e
propriedades não tóxicas (ZEEMAN, KOSSMANN; SMITH, 2010). Conforme mostrado
na Figura 1, o amido é composto, principalmente, de amilose e amilopectina. A amilose
possui conformação linear enquanto a amilopectina é ramificada e de maior tamanho,
encontrada em maior proporção, (PÉREZ; BERTOFT, 2010).

(a) (b)
Figura 1. Estrutura química da amilose (a) e amilopectina (b).
Fonte: Adaptado de CORRADINI et al. (2006).

A amilose se caracteriza por ser um polímero linear composto por unidades de


D-glicose ligadas por ligações α- (1→4), com grau de polimerização de 200 a 300,
variando de acordo com a fonte do amido. A amilopectina é um polímero altamente
ramificado, com unidades de D-glicose ligadas através de ligações α-(1→4) e
28

ramificações em α-(1→6) (BOBBIO; BOBBIO, 2003). A utilização do amido para a


produção de filmes é baseada nas propriedades químicas, físicas e funcionais da amilose
para a formação de géis e filmes. Pois a linearidade das moléculas de amilose, tendem a
se orientar paralelamente, aproximando-se o suficiente para a formação de pontes de
hidroxilas de polímeros adjacentes após a gelatinização, ocasionando na diminuição de
volume e afinidade do polímero com a água, permitindo que o amido gelatinizado forme
filmes estáveis e flexíveis (WURZBURG, 1986).

O teor de amilose e amilopectina variam de acordo com a fonte do amido,


conforme visto na Tabela 1:

Tabela 1 – Teor de amilose e amilopectina de distintos amidos:

Fonte Amilose (%) Amilopectina (%)


Milho 75 25
Banana 21 79
Batata doce 18 82
Batata 18 82
Mandioca 18 82
Arroz 16 84
Trigo 24 76
Fonte: Adaptado de BOBBIO; BOBBIO, 2003.

A gelatinização é a propriedade de maior importância para a formação de filmes.


Esse processo acontece quando o amido é aquecido em um meio com excesso de água,
ocasionando o inchamento dos grânulos, sendo esse processo irreversível, que destrói a
cristalinidade e a ordem molecular do grânulo, paralelamente com o rompimento das
ligações de hidrogênio (BILCK; GROSSMANN; YAMASHITA, 2010). A temperatura
de gelatinização da maioria dos amidos está entre 60 a 80°C. Inicialmente, a água entra
nas regiões amorfas do grânulo que incham e causam pressão às regiões cristalinas
adjacentes. Após isso, possuindo acesso a outras regiões do grânulo, a água continua a
ser absorvida e provocar inchamento. Simultaneamente, as cadeias lineares de amilose
das regiões amorfas que estavam emaranhadas às duplas-hélices de amilopectina, são
extraídas para fora do grânulo. Macroscopicamente, este fenômeno é caracterizado por
um súbito aumento da viscosidade da solução (JANE, 2009). Este gel formado na
gelatinização, quando desidratado, origina as películas. O amido está entre os principais
29

biopolímeros utilizados para a fabricação de filmes biodegradáveis, e comestíveis, devido


ao seu baixo custo, fácil manuseio e formação de gel, sendo biodegradável (BERGO;
MORAES; SOBRAL, 2012; DE MORAES et al., 2013).

Entretanto, o processo de plastificação não ocorre sem a presença de plastificantes


devido a temperatura de transição vítrea (Tg) e a temperatura de fusão (Tf) do amido puro
e seco serem menores que sua temperatura de decomposição. Comumente, a água tem
sido o plastificante mais usado no processamento do amido, porém seu uso isolado não
apresenta bons resultados no material final. Desta forma, a utilização de outros
plastificantes como glicóis e açúcares se faz necessário para diminuir a Tg e aumentar a
ductilidade do material, de acordo com o descrito por BRITO et al. (2011).

Devido a essa propriedade de formação de solução, os amidos são estudados com


o intuito de revestir embalagens visando melhorar as propriedades de barreira e assim
substituindo os revestimentos sintéticos, discutem LI et al. (2019). Algumas pesquisas
encontradas em artigos na literatura científica sobre a elaboração de filmes
biodegradáveis de amido, são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 – Filmes biodegradáveis elaborados com amidos de diferentes origens.

Formulação Temperatura de Resultado Autores


Aquecimento
Amido de milho e 80°C/10min Filmes de alta FITCH-VARGAS et al.
Plastificante. resistência a ruptura e (2016).
deformação, com a
TPVA baixa.
Amido de batata e 70°C/30min Filmes com boa OSÉS et al. (2009)
Glicerol permeabilidade a
gases, entretanto,
quanto maior a
quantidade de glicerol
menor a
permeabilidade
Amido de milho 90°C/30min Baixa permeabilidade GUTIÉRREZ et al. (2015)
ceroso e glicerol ao vapor, bom
30

alongamento e boa
resistência térmica.
Amido de arroz, 80°C/20min Boa flexibilidade e THIRATHUMTHAVORN
glutenina e sorbitol alongamento a e THONGUNRUAN
ruptura. (2014)
Amido de mandioca, 90°C/5min Boas propriedades CHINMA et al. (2012)
proteína de soja e mecânicas, sensoriais
glicerol e de barreira.
Amido de mandioca, 85°C/3min Filmes rígidos, sendo CHIUMARELLI e
cera de Carnaúba, a cera não é efetiva HUBINGER, (2014).
ácido esteárico e contra a
glicerol permeabilidade de
oxigênio. O glicerol
aumentou a
solubilidade dos
filmes e reduziu sua
temperatura de fusão.

Apesar do amido ser uma alternativa a ser considerada para a substituição dos
polímeros sintéticos a tecnologia é cara tornando-a inviável muitas vezes, entretanto, o
material pode ser associado com vários polímeros sintéticos e naturais, dando origem a
estruturas de blendas ou multicamadas (MARTIN et al., 2001; CARMONA et al., 2014;
ROSA et al., 2009).

3.3.2.2.Celulose

A celulose é o polímero natural de maior abundancia do planeta


(KARGARZADEH et al., 2018) com alta taxa de regeneração via fotossíntese, sendo o
principal componente estrutural das plantas. O polissacarídeo de forma molecular (C6H10
O5)n é formado pela união das moléculas de B-D-glucopiranose através das ligações β-
1,4-glicosídicas, com característica fibrosa (HOENICH, 2006). A unidade de repetição é
um dímero de glicose conhecido como celobiose com grau de polimerização de
aproximadamente 10000 na madeira (ZHU et al., 2014). Esse polissacarídeo é insolúvel
em água ou na maioria dos solventes orgânicos, que pode ser dissolvido com mistura de
hidróxido de sódio e sulfureto de carbono, obtendo xantato de celulose e depois
31

reformulado numa solução ácida para fazer uma película de celofane, (PEELMAN et al.,
2013). O material tem sido utilizado há muito tempo em diferentes setores da indústria,
como papel, em construções, aditivos, produtos farmacêuticos e em revestimentos,
(KARGARZADEH et al., 2018; HAO et al., 2015; LEE et al., 2014; OKSMAN et al.,
2016). A celulose pode ser produzida a partir de outros recursos além da madeira, como
de resíduos alimentares e algumas bactérias, (KLEMM et al., 2005).

Por ser um biopolímero renovável, a celulose tem sido bastante estudada para
ser utilizada como material potencial para embalagens e outras aplicações devido as suas
características únicas, como biodegradabilidade, boas propriedades mecânicas e de
sustentabilidade (JONOOBI et al. 2015; KLEMM et al., 2005; OUN; RHIM, 2015;
ZHANG et al., 2016).

Estudos como o de ZHAO et al. (2019) isolaram a celulose de cascas de Durião


(Durio zibethinus) para a produção de filmes biodegradáveis e observaram que os filmes
produzidos possuíam alta rigidez e resistência à tração, como também uma superfície
transparente e limpa, sendo completamente degradado em 4 semanas no solo. ZHANG et
al. (2019) investigaram o potencial de filmes obtidos de nanofolhas de óxido de grafeno
(GO) e celulose regenerada, verificando com os filmes possuíam boas propriedades de
barreira à radiação ultravioleta e propriedades mecânicas satisfatórias, concluindo que o
filme poderia ser incrementado em embalagens alimentícias ou até para revestimentos de
materiais eletrônicos.

3.3.2.3. Pectina

A pectina é um biopolímero encontrado em vegetais e frutas como bagaço de


maçã e casca de frutas cítricas (DHANAPAL et al., 2012). É caracterizada como um
polissacarídeo aniônico com uma espinha dorsal estrutural de unidade de ácido α-d-
galacturônico ligada (1→4). É usado como estabilizador, agentes espessantes e
gelificantes em produtos como iogurtes, leite, sorvete e geleias, (ESPITIA et al., 2014).
Esse material apresenta potencial para a produção de embalagens biodegradáveis devido
ao seu caráter atóxico. Além do mais, é apropriado para compor embalagens comestíveis
ou não, embalagens para alimentos, além de inibir a migração de lipídeos
(MONTIBELLER et al., 2016).

GIANCONE et al. (2011) estudaram as propriedades de filmes de pectina


mostrando potencial como embalagens para alguns alimentos pois apresentam excelentes
32

propriedades de barreira contra aos óleos, aromas e ao oxigênio. Entretanto, estes filmes
são limitados em relação a resistência à umidade, baixa característica de alongamento e
são demasiadamente frágeis, porém com a adição de plastificantes eles se tornam mais
flexíveis. AL-ASMAR et al. (2020), elaboraram filmes com pectina incrementados com
nanopartículas de sílica mesoporosa que apresentaram alta resistência a tração e baixo
módulo de elasticidade, além de apresentar boas propriedades de barreira para a
embalagem de morangos.

2.3.2.3. Quitina e quitosana

Depois da celulose, a quitosana é o segundo biopolímero que mais encontrado


na natureza. A quisotana pode ser encontrada no exoesqueleto dos crustáceos, nas paredes
celulares dos fungos e em outros materiais biológicos (MOHAMED; EL-SAKHAWY;
EL-SAKHAWY, 2020). A quitina é formada por unidades de N-acetil-D-glucosamina, e
durante a preparação de quitosanas, a maioria das unidades são desacetiladas para
moléculas de D-glucosamina. Aminas e hidroxilas da quitosana podem ser submetidas a
alteração química, consequentemente, melhorando as propriedades mecânicas, além de
que, a quitosana apresenta caractericas de biodegradabilidade e biocompatibilidade, por
ser um composto catiônico, conforme descrito por DOPPALAPUDI et al. (2014).

Filmes de quitosana são usados como material de embalagem para a proteção de


diversos alimentos, particularmente quando é combinado com outros materiais para
criação de filmes laminados (TRIPATHI; MEHROTRA; DUTTA, 2011). As soluções
filmogênicas de quitosana misturadas com ácidos orgânicos, submetidas a secagem, dão
origem à um mateiral flexível, claro e resistente, com propriedades de barreira ao oxigênio
(AL-NAAMANI; DOBRETSOV; DUTTA, 2016).
2.3.3. Lipídios

Lipídios são ácidos graxos (com número de átomos de carbono variando de 14


a 18) originados de recursos naturais, como animais, insetos e plantas. Os grupos
funcionais são os fosfolipídeos, fosfatídeos, mono, di e tri-glicerídeos, terpenos,
cerebrosídeos, álcool graxo e ácidos graxos (AKOH; MIN, 2008; BELITZ; GROSCH;
SCHIEBERLE, 2009). Recentemente, parte da aplicação dos lipídios vem sendo voltada
para a produção de revestimentos e filmes comestíveis para a preservação de alimentos.
Os lipídios fornecem muitos recursos em filmes, conferindo brilho, minimizam a perda
33

de umidade e a complexibilidade da embalagem, (AKOH; MIN, 2008; EMBUSCADO;


HUBER, 2009).

Devido a abundante disponibilidade e o custo baixo, o grupo de lipídios se


tornaram atraentes para a indústria plástica para a produção de polímeros funcionais e
biopolímeros. Termoplásticos derivados de lipídios mostram características de polímeros
de cadeia longa, isto é, ruptura e rigidez relativamente baixas. Devido a isso, exceto os
derivados de triacilglicerídeos altamente funcionalizados, não é comum ter bioresinas
puras, mas sim misturadas a outras resinas sintéticas ou renováveis (LLIGADAS et al.,
2013).

Na literatura, alguns estudos foram realizados para a avaliar o potencial dos


lipídios como filmes e revestimentos. RODRIGUES et al. (2016), elaboraram filmes de
óleo de palma, obtendo como resultado materiais com resistência à água, boa propriedade
de barreira ao vapor de água, transparentes e com valores de alongamentos favorecidos.
VARGAS, ALBORS e CHIRALT, (2011) utilizaram óleo de girassol como
revestimentos comestíveis em carne de porco para melhoria da qualidade do produto, pois
na carne é importante a oxigenação e uma boa barreira ao vapor de água para evitar
reações indesejáveis. HASSANI et al. (2012) elaboram filmes de óleo de farelo de arroz
para estender a vida útil de kiwis obtendo como resultado frutas conservadas em cor,
firmeza e principalmente em sabor.

2.4. Caracterização dos Filmes

O desempenho de um filme depende muito de suas propriedades mecânicas,


ópticas, térmicas, morfológicas e de transferência de massa, por isso deve ser
caracterizado antes de ser aplicado como material de embalagem, assim como os
bioplásticos que apresentam grande potencial para substituir matérias não biodegradáveis.
A seguir estão descritas algumas características de qualidade essenciais no estudo desses
materiais.

2.4.1. Espessura

A espessura dos filmes deve ser extremamente controlada em relação a sua


uniformidade, repetibilidade entre as medidas e validade das comparações entre as
propriedades dos bioplásticos (GENNADIOS, 2004). Ela deve ser estabelecida levando
em consideração qual produto será acondicionado. O controle da espessura dos filmes
34

leva em consideração sua formulação sendo algo difícil algumas vezes, sobretudo nos
processos de produção do tipo casting, descreve SOBRAL (1999). A espessura influencia
diretamente na permeabilidade ao vapor de água dos filmes devido as mudanças
estruturais ocorrida na matriz hidrofóbica o que afeta a estrutura dos filmes e provoca
tensões, consequentemente influenciando a difusão de vapor de água (PARK;
CHINNAN, 1995).

2.4.2. Propriedades de barreira ao vapor de água e aos gases

Definir e determinar as propriedades de barreira ao vapor de água é imprescindível


para fundamentar as possíveis aplicações dos filmes em materiais de embalagem. Isso é
requerido pois muitos alimentos precisam de embalagens que evitem ganho ou perda de
umidade, já que a migração de água é um dos fatores responsáveis pela alteração de
atributos sensoriais, físico-químicos e microbiológicos (GEORGANTELIS et al., 2007;
LI et al., 2014; ZHANG et al., 2010). Para a determinação da permeabilidade (ao vapor
da água, oxigênio, dióxido de carbono) deve-se estabelecer condições especificas de
temperatura, umidade relativa, espessura e diferença de pressão parcial (MCHUGH;
KROCHTA, 1994; GENNADIOS, 2004). Quando um polímero deixa a desejar com essas
propriedades, aditivos hidrofóbicos, ou alterações químicas descreve GONTARD et. al.,
(1992).
O oxigênio considerado um gás reativo, precisa ter sua permeabilidade controlada
para evitar deterioração precoce dos alimentos, alterando suas características sensoriais e
nutricionais (SOTHORNVIT; KROCHTA, 2001). O gás pode catalisar reações
indesejáveis, interagindo com lipídios e vitaminas, alterando as características
organolépticas (KESTER; FENNEMA, 1986).
Pesquisas para o desenvolvimento de filmes e coberturas comestíveis com
permeabilidade seletiva aos gases é interessante para o controle da respiração de frutas,
promovendo a extensão da sua vida útil, sendo esse processo de controle pode ser
considero como a criação de uma atmosfera modificada, podendo ser obtida de forma
passiva, aonde é definida pelo próprio produto, ou intencionalmente, de forma ativa, com
a adição de gases (GONTARD et al., 1997; CHITARRA; PRADO, 2000). Estudos como
o de COLLAZO-BIGLIARDI, ORTEGA-TORO e CHIRALT (2019), mostraram que
filmes elaborados com amido de milho adicionados de fibras de celulose de arroz e casca
de café apresentam boas propriedades de barreira aos gases e boas propriedades
mecânicas. Filmes feitos de amido de milho incorporados com suco de uva apresentam
35

boa permeabilidade ao oxigênio e alta solubilidade em água sendo interessante para


revestir frutas e vegetais que precisam manter o seu frescor por mais tempo, além de
poderem ser consumidos com os frutos (YILDIRIM-YALÇIN; ŞEKER; SADIKOĞLU,
2019).
2.4.3. Aspecto visual

A aparência do filme pode ser avaliada por observações visuais e tácteis. O filme
deve apresentar uma superfície continua e homogênea, não apresentando fissuras após o
processo de remoção da água necessária – secagem, nem partículas insolúveis ou poros
abertos.
2.4.4. Propriedades Mecânicas

As principais propriedades mecânicas a serem analisadas nos filmes


biodegradáveis são a resistência à tração – expressa a força máxima suportada pelo filme
durante um teste de resistência, a elongação, que é a habilidade de um filme em estender
até a romper e o módulo de elasticidade (módulo de Young) – relação linear entre a tensão
aplicada e deformação sofrida e é determinado pela inclinação da curva de tensão versus
deformação na região elástica (GENNADIOS et al., 1994).
Em filmes biopoliméricos uma alta resistência à tração é desejada, enquanto que
o valor da elongação irá depender da sua aplicação, já que para manter sua integridade e
suas propriedades de barreira, um filme deve tolerar a tensão normal encontrada durante
sua aplicação, além do transporte e manuseio (GUILBERT; GONTARD; CUQ, 1995).
Filmes preparados com polissacarídeos e hidrocolóides apresentam boa resistência
mecânica, enquanto os feitos com lipídios se caracterizam por apresentarem baixa
resistência mecânica (KESTER; FENNEMA, 1986). A resistência, elasticidade e rigidez
do filme é influenciada pela natureza do material que o constituí e pela coesão estrutural
da matriz polimérica, que está relacionada à distribuição e concentração inter e
intramoleculares entre as cadeias na estrutura formadora de filme (CUQ; GONTARD;
GUILBERT, 1998).

2.4.5. Solubilidade em água

A solubilidade em água é uma das propriedades mais importantes em filmes


biodegradáveis, tanto nas suas aplicações, como no acondicionamento dos alimentos que
possuem elevado teor de água ou, ainda, quando o filme entra em contato com a água por
36

fatores externos ao produto. A solubilidade está interligada as propriedades de barreira ao


vapor de água dos filmes. Para uma baixa permeabilidade ao vapor de água – numa grande
faixa de umidade relativa, é necessário a utilização de material insolúvel ou pouco solúvel
em água (GONTARD; GUILBERT; CUQ, 1992). Para algumas aplicações de
bioplásticos é exigido que sejam até mesmo insolúveis para manter a integridade do
produto a ser protegido (PEREZ-GAGO; KROCHTA, 2000). Essa propriedade varia de
acordo com os componentes formadores dos filmes. Proteínas com alta massa molecular
geralmente são insolúveis ou pouco solúveis em água. Em virtude disso, essas moléculas
são interessantes para a produção de filmes resistentes à água (CUQ et al., 1995).
2.4.6. Cor e opacidade

Os filmes devem apresentar opacidade e coloração desejáveis e não podem sofrer


alteração em sua cor durante o tempo de armazenamento para que a aceitação do produto
seja contínua durante sua estocagem. Tanto a transparência quanto a opacidade dos filmes
são consequências da morfologia ou da estrutura química (CHEN, 1995). Quando a
transparência é requerida para a aplicação do filme em um determinado produto, o uso de
material lipídico, tais como a cera de carnaúba ou a cera de abelha, deve ser limitado,
conforme descrito por GONTARD; GUILBERT; CUQ (1994).

2.5. Reaprovitamento de frutas e hortaliças

Ao decorrer da evolução humana, a alimentação tem sido uma das principais


preocupações da população, pois métodos de busca, produção e distribuição sofrem
frequentemente alterações (FUNAMI; NAKAUMA, 2022; KUSMAYADI et al., 2021).
Além da sua importância para satisfazer suas necessidades básicas, a alimentação é
fundamental na preservação da saúde e sobrevivência humana (BAILEY et al., 2022;
MULLINS et al., 2022) onde a aquisição de hábitos alimentares saudáveis exerce grande
impacto na aquisição de nutrientes essenciais, que reduzem o risco de doenças (COSTA,
2020).

Frutas e hortaliças são indispensáveis para a composição de uma alimentação


saudável (REHM et al., 2016). O elevado conteúdo nutricional em minerais, vitaminas,
fibras e compostos bioativos (carotenóides, polifenóis e flavonóides), fortalecem a
proteção à saúde, além de serem alimentos com baixa densidade energética, auxiliando a
manutenção adequada da massa corpórea (HARNLY et al., 2006).
37

Por definição, as frutas são precedentes da frutificação de plantas, destinadas ao


consumo, principalmente in natura, e designadas por seus nomes comuns. Já as hortaliças
são plantas herbáceas, das quais uma ou mais partes são utilizadas como alimento na sua
forma natural. O produto é designado verdura quando são utilizadas as partes verdes;
legumes, quando utilizado o furto ou a semente, e raízes, tubérculos e rizomas, quando
são utilizadas as partes subterrâneas, (BRASIL, 2005). A quantidade de componentes
varia em frutas e hortaliças, como carboidratos e fibras, mas a maioria possui baixos
níveis de proteína e quantidades elevadas de ácidos orgânicos que auxiliam no combate
à constipação intestinal (FERREIRA; CHIARA; KUSCHNIR, 2007; LONGO;
NAVARRO, 2002).

A ingestão de frutas e hortaliças tem sido associada a muitos benefícios para a


saúde. A atualização de 2018 do estudo global sobre o papel da dieta, nutrição e atividade
física no aparecimento de diversas doenças, concluiu que havia um forte risco de
desenvolver câncer aerodigestivo se quantidades insuficientes de frutas ou vegetais
fossem consumidas (WCRF, 2018). O maior consumo de frutas e hortaliças também foi
sugestivo de diminuição do risco de ganho de peso, sobrepeso ou obesidade na
atualização de 2018. A obesidade é um fator de risco para muitas doenças não
transmissíveis, incluindo diabetes, câncer e doenças cardíacas. A maior ingestão de frutas
e vegetais também foi associada a risco reduzido de doenças cardioasculares, câncer e
mortalidade por todas as causas, conforme demonstrado em uma recente revisão
sistemática e meta-análise (AUNE et al., 2017).

Devido ao crescimento acelerado da população mundial, obrigou uma maior


disponibilidade de recursos alimentares e energéticos (CHOE et al., 2022). De acordo
com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, 2020), a
cada ano aproximadamente 33% dos alimentos (quase 1,3 bilhão de toneladas) preparados
para nosso consumo são desperdiçados (ou perdidos) em todo o mundo. O desperdício de
alimentos origina e sustenta problemas econômicos, ambientais, éticos e relacionados à
energia, afirma MELIKOGLU et al. (2013). Nas economias desenvolvidas e em
desenvolvimento, o desperdício de comida é um componente importante dos resíduos
sólidos urbanos. Na maioria das vezes, os resíduos alimentícios não são separados, o que
significa que são eliminados juntamente com os outros resíduos sólidos urbanos.
Mundialmente, os resíduos alimentares e orgânicos representam entre 30-45%, peso por
peso, dos resíduos sólidos urbanos (ELKHALIFA et al., 2019) e o desperdício de
38

alimentos é heterogêneo e sua composição varia de acordo com a região aonde é


encontrado (MING et al., 2020).
Há muitas soluções propostas para o problema global de desperdício alimentar,
entretanto, nenhuma foi ainda bem sucedida. A geração de resíduos em qualquer processo
pode ser reduzida aumentando a eficiência do processo e/ou implementando sistema de
reciclagem. Estudos na literatura apontam que a geração de resíduos alimentares
provindas do desperdício irá apenas crescer tanto em quantidade quanto em valor
econômico nas próximas décadas (MELIKOGLU et al., 2013). Trata-se de um problema
visando formas sustentáveis de reciclar/reutilizar os resíduos alimentares como matéria-
prima em diferentes processos, descreve MELIKOGLU, (2020). A utilidade dos resíduos
alimentares pode ser avaliada por sua composição e custo de extração de compostos
valiosos (JÖNSSON; MARTIN, 2016).

Os resíduos mais abundantes são representados por frutas e vegetais, incluindo


raízes e tubérculos, representando cerca de 40-50% do total descartado. Os subprodutos
de frutas e vegetais são descartados em formas de sementes, polpas, cascas ou bagaços,
correspondendo de 10-35% da massa bruta (ANDRADE, FERREIRA; GONÇALVES,
2016; MAJERSKA; MICHALSKA, 2019; RAO; RATHOD, 2019).

Com o objetivo de encontrar destino adequado para as sobras desses alimentos,


o reaproveitamento vem se destacando, aonde a fração comestível é utilizada em receitas
criativas (PLEISSNER, 2018). Dessa forma, muitos estudos visando o reaproveitamento
desses alimentos foram desenvolvidos com o objetivo de solucionar ou amenizar o
problema. A Tabela 3 apresenta alguns estudos de reaproveitamento de alimentos:

Tabela 3 – Estudos de reaproveitamento de alimentos.

Estudo Resultado Referência


Biscoitos com diferentes Alto teor de fibras e boa GARMUS et al. (2009)
concentrações de farinha aceitação sensorial.
de casca de batata.
Cascas e sobras de polpa Verificaram que os doces MIGUEL et al. (2008)
de melão minimamente feitos com cascas
processados para produção apresentaram maiores
de compota, doce e doce teores cinzas, proteína e
glaceado e com sobras de fibra alimentar
39

polpa foram elaboradas


geleias.

Propriedades físico- Aumentou a dureza, ABU-BAKAR; AHMAD;


químicas e avaliação diminuição significativa na JAILANI, (2018)
sensorial de biscoitos de fraturabilidade, leveza,
farinha de casca de banana largura e altura. Boa
aceitação sensorial

Incorporação de farinha de Aumento na capacidade de ZAINI et al. (2020)


casca de Musa balbisiana retenção de água e
em salsichas de frango retardação da oxidação
lipídica.
Farinha de casca de batata Alto teor de fibras, JEDDOU et al. (2017)
aplicada em bolo proteínas e melhoriana
textura.
Pó de casca de toranja Os volumes foram maiores UKOM; EZENWIGBO;
como ingrediente nos bolos, além de maiores UGWUONA, (2022)
funcional na produção de valores de flavonoides
bolos. totais e inibiu crescimento
de leveduras.

2.5.1. Filmes feitos de resíduos alimentares

Entre as alternativas exploradas, há a possibilidade de reutilizar esses materiais


orgânicos para a produção de filmes biodegradáveis na tentativa de, também, colaborar
com a problemática de materiais que contribuem com a poluição do ambiente. Pode-se
dizer, que, em geral, as sobras alimentares apresentam grande potencial para serem
reciclados por serem de fontes naturais de bioativos, tais como carboidratos,
polissacarídeos, ácidos fenólicos, carotenóides, tocoferóis, flavonóides, vitaminas e
compostos aromáticos (KOWALSKA et al., 2017; FERRENTINO; ASADUZZAMAN;
SCAMPICCHIO, 2018). Em estudos realizados por FERREIRA et al. (2013), verificou-
40

se que uma farinha feita com resíduos alimentícios provindos de laranja, maracujá, alface,
abobrinha, cenoura, espinafre, hortelã, taro, pepino e rúcula, apresentou
aproximadamente 84,10% de biopolimeros em sua composição, podendo ser interessante
a sua exploração tecnológica, não apenas para a produção de alimentos mas como também
para a produção de filmes biodegradáveis.

O interesse em reaproveitar esses materiais de processos agroindustriais


(bagaços, cascas, sementes, etc.), somada ao interesse em diminuir o impacto ambiental
pelos polímeros provenientes do petróleo, potencializa o desenvolvimento de polímeros
mais “verdes” e demandas de alternativas para plásticos convencionais por materiais
renováveis e biodegradáveis. Muitos subprodutos de frutas e vegetais estão sendo
propostos para melhorar as propriedades de materiais poliméricos. Os materiais ideais
para os polímeros “verdes” devem ser aqueles que contenham apenas componentes de
qualidade alimentar em sua composição, não se limitando apenas à matriz formadora de
filmes, mas também atuando como plastificantes e/ou qualquer outros aditivos de origem
natural. Poucos resíduos provenientes do processamento de frutas e vegetais são usados
adequadamente conforme afirma DILUCIA et al. (2020).

Resíduos vegetais compostos por pectina, pigmentos, celulose entre outros


componentes funcionais, podem ser utilizados como material para a produção desses
filmes, de acordo com AZEREDO et al. (2012); BARBOSA et al. (2011); PARK; ZHAO,
(2006) e OTONI et al. (2017). Na literatura é possível encontrar filmes feitos a partir de
resíduos alimentícios, como mostrado na Tabela 4:

Tabela 4 – Estudos de filmes feitos com resíduos alimentares.

Material Propriedades Referência


Cascas de banana Boa resistência a tração, MEDEIROS SILVA et al.
(Farinha) com extrato de módulo de elasticidade, (2020)
Eriobotrya japônica. TPVA e atividade
antioxidante.

Proteína de feijão e casca Baixa solubilidade e teor MOGHADAM et al.


de romã (Farinha) de umidade (2020)
41

Gelatina de peixe com Alta atividade JRIDI et al. (2020)


pectina de casca de antimicrobiana e
laranja. antioxidante.
Casca de pomelo Boa TPVA, resistência a WU et al. (2020)
(Farinha). tração e alongamento a
ruptura.
Casca de manga (Extrato) Baixa TPVA e ADILAH et al. (2018)
com gelatina de peixe. solubilidade
Casca de romã (Extrato) Boas propriedades HARINI et al. (2018)
com celulose de casca de mecânicas, transmissão de
noz de castanha de caju e oxigênio e propriedades
amido. antimicrobianas.
Casca de abacaxi (Extrato) Atividade antioxidante, KUMAR et al. (2021)
com amido de milho. alta TPVA e alta
espessura.
Pectina de casca de Baixa TPVA, transmissão GUO et al. (2021)
melancia e glicerol. de oxigênio, resistência
mecânica e alta resistência
a ruptura e densidade.

Os principais componentes dos resíduos alimentares são carboidratos, lipídios


e proteínas (CHEN et al., 2019). Esses biopolimeros são comumente usados como
materiais básicos para embalagens biodegradáveis, são recicláveis e se decompõem em
um curto período de tempo, além de serem atóxicos e ecologicamente corretos (MA;
WANG, 2016; MOHAMMADALINEJHAD et al., 2020; TALUKDER et al., 2020; YAO
et al., 2020).

2.5.2. Reaproveitamento da Batata Inglesa

A batata é um dos produtos agrícolas mais importantes para consumo humano,


junto ao trigo, arroz e milho. A hortaliça é de origem Sul-Americana, a qual foi
acrescentada à alimentação dos europeus pelos colonoziradores espanhóis. A cultura do
plantio e consumo condições edafoclimáticas da Europa (FAO, 2008), em seguida, sendo
incorporada a região Sulista do Brasil, onde ganhou popularidade e expandiu-se para
outras regiões brasileiras à medida que novas fronteiras agrícolas foram criadas. As
42

batatas são uma fonte comprovada de carboidratos, proteínas e minerais, como cálcio,
fósforo e potássio, agregando valor à dieta humana (CASANÃS et al., 2002). As
características de qualidade da batata incluem a firmeza, homogeneidade do tamanho,
ausência de brotos, danos físicos e esverdeamento. Tais características podem mudar de
acordo com o grau de maturidade, período de colheita, variedade e condições de
armazenamento.

Devido a grande produção industrial, a quantidade de resíduos também é


grande, sendo esses resíduos classificados em quatro categorias: (1) cascas de batata; (2)
Produto frito (batatas fritas, massa, crumbles); (3) batatas pequenas e pedaços e (4)
marterial de sistemas de recuperação de efluentes (torta de filtro), sendo a casca de batata
a gerada em maior quantidade (LIANG; MCDONALD, 2014; WU, 2016), e essas
grandes quantidades de casca permanecem como subproduto após o processamento da
batata, porém, o acúmulo é um fardo ambiental (GHOLAMI; RAHIMI, 2021).

Os resíduos alimentares gerados são elevados e causam poluição ambiental e


significativa perda de valor nutricional (THAKUR et al., 2021). A quantidade de casca
gerada pelo descascamento industrial é estimada em faixa de 15% a 40% da biomassa de
batata (GEBRECHISTOS; CHEN, 2018).

A casca de batata apresenta em sua composição 5,56% de proteínas, 1,61% de


lipídeos, 2,22 de fração glicídica, 2,22% de cinzas e 9,72% de umidade de acordo com
FERNANDES, PEREIRA e OIANO-NETO (2008). Devido a essas propriedades, a
farinha de casca de batata vem sendo aplicada em diferentes produtos: A primeira
aplicação da farinha regristada foi por TOMAS et al. (1979) que produziram pães com a
farinha, alegando vantagens frente a farinha de trigo, como teores minerais e fibras
alimentares totais, capacidade de retenção de água e mantendo quantidade de compostos
amiláceos e ausência de fitato, mesmo após sua cocção. CRAWFORD et al. (2019),
elaboraram achatados de quinoa com farinha de casca de batata objetivando reduzir a taxa
de acrilamida, composto tóxico que pode ser formado durante o processamento térmico
de cereais, obtendo teores menores do composto nos pães incrementados com farinha de
casca batata, além do produto apresentar bom conteúdo nutricional e indicado a celíacos.
JEDDOU et al. (2017), incorporaram farinha da casca de batata em bolos, substituindo
parcialmente a farinha de trigo, obtendo bolos mais resistentes e com maiores teores de
elasticidade-extensibilidade além maiores valores de fribra alimentar, fibras insolúveis e
boa aceitação sensorial.
43

Além da aplicação da em produtos de panificação, a farinha da casca de batata


apresentar atividade antioxidante e antimicrobiana: ZIA-UR-REHMAN et al. (2004)
verificaram que extratos da casca de batata possuem atividade antixodiante muito forte,
semelhante sintéticos BHA e BHT, retardando a progressão da oxidação do óleo de soja
em 2 meses. FRANCO et al. (2016), reportaram que óleos enriquecios com extratos de
casca de batata apresentaram menores valores de peróxido e maior estabilidade geral a
oxidação em relação aos controles. JUNEJA et al. (2018) alegram que a farinha de casca
de batara misturada com casca de arroz inibiram o crescimento de Bacillus cereus
submetidos a variação de temperatura.

De acordo com a literatura, filmes de casca de batata são relativamente pobres


em questões de propriedades mecânicas, sendo muitas vezes quebradiços (XIE et al.
2020). Algumas pesquisas já foram com o objetivo de melhorar as propriedades do
biopolímero como material para filmes biodegráveis: KANG et al. (2010) elaboraram
filmes de casca de batata incrementados com lecitina de soja e glicerol, verificando alta
resistência a tração e baixo alongamento a ruptura, como também baixos valores de
permeabilidade ao vapor de água. BORAH et al. (2017), desenvolveram filmes de casca
de batata acrescentados de bagaço de limão doce submetendo a tratamento de ultrassom,
obtendo tratamentos com PVA, absorção de umidade, solubilidade e resistência a quebra
altas e baixa capacidade de alongamento. MILLER et al. (2020) elaboraram filmes de
casca de batata com glicerol e sorbitol, verificando boas propriedades para conter
alimentos secos e oleosos devido sua baixa permeabilidade ao oxigênio. XIE et al. (2020)
desenvolveram filmes de casca de batata incorporados com celulose bacteriana, obtendo
filmes resistentes, com baixa PVA, transmissão de oxigênio e teor de umidade.
44

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Material
Foram utilizados os seguintes materiais:

(i) Cascas de batata inglesa (Solanum tuberosum L.)


(ii) Glicerol (© Dinâmica Química Contemporânea LTDA)
(iii) Sorbitol (© Dinâmica Química Contemporânea LTDA)
(iv) Placas de petri de polipropileno
(v) Amido de Batata (© Yoki)

3.2. Produção da farinha de Casca de batata inglesa

As batatas foram adquiridas de um produtor local. Após a sua obtenção, foram


higienizadas e descascadas. As cascas foram armazenadas em geladeira (10°C) dentro de
potes até sua utilização. Em seguida, foram submetidas a secagem (90°C/24h) em estufa
de circulação de ar e submetidas a moagem em Blender (WARING MX1500). Para o
ajustar a granulometria, a farinha passou por Tamis 60.

3.3. CARACTERIZAÇÃO DA FARINHA DA CASCA DE BATATA

3.3.1. Índice de solubilidade em água (ISA) e Índices de absorção de água (IAA)

A determinação do ISA e IAA foi realizada, em triplicata, conforme a


metodologia proposta por Anderson (1982). Foi pesado 1g da farinha em tubo Falcon
(15mL) previamente tarado e em seguida foram adicionados ao tubo 10 mL de água
destilada. Logo após, os tubos foram agitados mecanicamente em agitador e, em seguida
centrifugados (1597,5 x g por 10 minutos) em centrífuga de bancada (Hettich
ZENTRIFUGEN Rotina 420R). Ao final da centrifugação, o sobrenadante foi transferido
para uma placa de petri e levado em estufa com circulação de ar à 105°C/4h. Ao final, as
placas de petri foram pesadas e o ISA calculado de acordo com a equação1:

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜 (𝑔) (1)


𝐼𝑆𝐴 =
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 (𝑔)

O tubo Falcon com resíduo restante da centrifugação, após a remoção do


sobrenadante, foi pesado, e o IAA foi calculado de acordo com a equação 2:
45

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟í𝑓𝑢𝑔𝑎(𝑔) (2)


𝐼𝐴𝐴 =
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 (𝑔)

3.3.2. Umidade

Secagem em estufa a 105 °C até peso constante, em triplicata, conforme o método


AOAC 925.09 (2000).
3.3.3. Cor

A cor da farinha foi medida, em triplicata, com o colorímetro Hunterlab Color


Quest II, Faifax, EUA. A luminosidade é representada pelo valor L* (0 = preto, 100 =
branco), a posição entre verde e vermelho pelo valor a* (valores negativos = verde,
valores positivos = vermelho) e a posição entre azul e amarelo por o valor b* (valores
negativos = azul, valores positivos = amarelo).

3.3. ELABORAÇÃO DO FILMES BIODEGRADÁVEIS

3.3.1. Solução filmogênica

Para a preparação das soluções filmogênicas (SF) foram preparados 6 tratamentos.


Conforme descritos na Tabela 5.
Tabela 5 – Tratamentos e quantidade de água destilada utilizada, amido de batata, farinha
de casca de batata, sorbitol e glicerol.
Tratamento Água Amido de Farinha de Sorbitol (g) Glicerol (g)
Destilada batata (AB) casca de
(mL) (g) batata
(FCB) (g)
5S 195 5 5 1,5
5G 195 5 5 1,5
6S 194 5 6 1,8
6G 194 5 6 1,8
7G 193 5 7 2,1
7S 193 5 7 2,1
5S= Filmes com 5 gramas de farinha e sorbitol; 5G= Filmes com 5 gramas de farinha e glicerol; 6S= Filmes com 6
gramas de farinha e sorbitol; 6G= Filmes com 6 gramas de farinha e glicerol; 7S = Filmes com 7 gramas de farinha e
sorbitol; 7G = Filmes com 7 gramas de farinha e glicerol.

Considerando a proporção de 30% de plastificante em relação a quantidade de


FCB colocada, inicialmente, foi colocada a FCB e a água destilada em suas respectivas
proporções em um bécker e submetidos a agitação à 95°C/15min. Em seguida,
46

acrescentou-se o AB junto ao respectivo plastificante de seu tratamento, sendo misturados


por mais 7min para a gelatinização do amido. Posteriormente, colocou-se a solução para
resfriamento à temperatura ambiente e, em seguida foram colocadas em placas de
polipropileno e submetidas a secagem em estufa de circulação de ar durante 15 horas a
25°C.

3.4. CARACTERIZAÇÃO DOS FILMES BIODEGRADÁVEIS

3.4.1. Aspecto Visual

Os filmes foram avaliados em aspectos visuais e táteis, com o objetivo de utilizar


apenas aqueles homogêneos quanto à presença de partículas insolúveis e coloração
uniforme, e não apresentassem rupturas ou áreas quebradiças e, também que
possibilitassem o manuseio – facilidade em retirar os filmes do suporte. Os filmes que
não apresentaram tais características foram descartados.
3.4.2. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

Para o preparo da análise, as amostras foram fixadas em stub, e colocadas na


câmara de metalização do equipamento Sputter Coater (EMITECH K450) com a
superfície de interesse direcionada para cima. Realizou-se vácuo na câmara de
metalização até atingir ~1x10-1 mBar, liberou-se Argônio para câmara e realizou-se o
processo de deposição com ouro por ~2,0 min atingindo-se ~18mA de corrente no
processo.
Para obtenção das imagens foi usado o equipamento Microscópio Eletrônico de
Varredura de bancada – Hitachi TM4000Plus, com imagens aproximadas entre 30x à
500x, tensão de aceleração 10KV e imagens BSE.
3.4.3. Espessura

A espessura dos filmes foi determinada utilizando micrômetro digital (Modelo


MDC-25M, Mitutoyo, MFG) com média de 10 medidas.
3.4.4. Gramatura
A gramatura dos filmes foi obtida, em triplicata, pela equação 3:

𝑚 𝑥 10000
𝐺= (3)
𝐴

Em que: G é a gramatura expressa em g/m2, m é a massa da amostra e A é a área (mm2);


47

3.4.5. Solubilidade em água e Teor de água

A solubilidade dos filmes foi determinada de acordo com a metodologia de


GONTARD; GUILBERT, (1994). As amostras, em triplicada, foram preparadas com o
recorte de discos 20 mm de diâmetro. A massa seca inicial foi obtida após a secagem das
mesmas durante 24h à 105°C em estufa de circulação. Após a primeira secagem, as
amostras foram imersas em bécker contendo 50 mL de água destilada e colocadas sob
leve agitação durante 24h. Em seguida, as amostras solubilizadas foram retiradas e secas
à temperatura de 105°C por mais 24h, para a obtenção da massa seca final.
3.4.6. Atividade de Água

A atividade de água (Aw) foi determinada à temperatura ambiente de 25°C,


utilizando o equipamento Aqualab Serie 4TE.

3.4.7. Cor

A cor dos filmes foi medida, em triplicata, com o colorímetro Hunterlab


ColorQuest II, Faifax, EUA, previamente calibrado. O equipamento foi colocado em
diferentes posições dos filmes para obtenção dos resultados. A luminosidade é
representada pelo valor L* (0 = preto, 100 = branco), a posição entre verde e vermelho
pelo valor a* (valores negativos = verde, valores positivos = vermelho) e a posição entre
azul e amarelo por o valor b* (valores negativos = azul, valores positivos = amarelo).

3.4.8. Taxa de permeabilidade ao vapor de água

A taxa de permeabilidade ao vapor d’água (TPVA) foi determinada pelo método


padrão E-96 modificado da ASTM, em triplicata. As células de permeação foram
condicionadas em dessecadores mantidos a 25°C e 75% UR. O vapor de água transferido
através do filme foi determinado pelo ganho de massa do dessecante dióxido de silício,
medido a cada 24 horas durante uma semana, utilizando a equação 4 para o cálculo:
𝑀. 𝐸
𝑇𝑃𝑉𝐴 = (4)
𝑇. 𝐴. ∆𝑃𝑌
Em que: M representa a massa (g); E a espessura (mm); T o tempo (dias); A a àrea (m2);
ΔPy a pressão de vapor de água (KPa).
48

3.4.9. Propriedades de tração

As propriedades de tração foram determinadas de acordo com a norma ASTM


D882 (2018). Corpos de prova com 15 mm de largura foram tracionados em uma máquina
universal de ensaios Instron, modelo 5966-E2, operando com célula de carga de 100 N.
A distância entre as garras de fixação do corpo de prova foi de 50 mm e a velocidade do
ensaio foi de 12,5 mm/min.
O ensaio foi conduzido a 23 °C ± 2 °C e 50 ± 5% de UR, após condicionamento
dos corpos de prova por no mínimo de 48 horas.
3.5. Análise Estatística

O programa SISVAR® 5.8 (DES, UFLA) foi utilizado para calcular as análises
de variança (ANOVA). O teste de Tukey foi usado para determinar diferenças entre as
propriedades das amostras no intervalo de 95% de confiança.
49

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. FARINHA DE CASCA DE BATATA


As propriedades analisadas da farinha são mostrados na Tabela 6.
Tabela 6 – Propriedades da farinha de casca de batata.

Farinha de casca de batata


Umidade Indice de Indice de L* a* b*
Solubilidade Absorção de
em água água

10,18%±1,05 2,42%±0,21 5,08%±0,15 54,34±9,83 8,79±1,43 26,81±14,68

4.1.1. Umidade

O teor de umidade é um fator importante para a conservação de alimentos e


quando em baixa concentração ajuda a aumentar o tempo de vida útil do produto
(MAGALHÃES et al. 2021). A farinha se enquadra na legislação nacional, que estabelece
que os níveis de umidade de farinha não ultrapassem 15% (BRASIL, 2005). O resultado
encontrado foi próximo do relatado por FERNANDES et al. (2008), reportando 9,72%
para farinha de casca de batata. Em relação à outros autores, o valor obtido foi maior:
RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ et al. (2022), relataram 1,04% de umidade para cascas de
batata. ELKAHOUI et al. (2018) encontraram 3,78% para cascas de batatas produzidas
nos EUA, para batatas orgânicas avermelhadas 3,67%, para batata vermelha 4,46%. A
umidade da casca foi maior que a farinha feitas com outros resíduos, FERREIRA et al.
(2020) reportou 5,25% de umidade para farinha de semente de abóbora, ASCHERI et al.
(2013) encontraram 5,19% de água em farinha de casca e albedo do maracujá.

4.1.2. Indice de solubilidade em água (ISA) e Indice de absorção de água (IAA)

O ISA é importante para avaliar o comportamento da farinha em uma fase aquosa


e um critério geral para determinar a qualidade de reconstituição do pó. Para os
consumidores, a reconstituição rápida e completa dos produtos em pó indica qualidade da
farinha (KHA; NGUYEN; ROACH, 2010), além de ser relacionada em propriedades
alimentícias.

A farinha de casca de batata demonstrou baixa solubilidade em água (2,42%),


indicando que o pó apresenta fraca ligação com a água. O valor foi menor do que os
50

encontrados por JEDDOU et al. (2016) que relatou 34,78% em cascas de batata
comerciais, provavelmente pelo processamento industrial. CLEMENTE et al. (2012)
relatou 24% de ISA para resíduos de laranja, SANTANA et al. (2017) relatou ISA de
15% para farinhas de linhaça dourada, 14,00% para feijão branco e para linhaça marrom,
13,00% para a farinha de uva e 10,00% para farinha de maracujá.

O IAA representa a capacidade da farinha em reter água em processos de força de


gravidade centrifuga externa ou compressão, e consiste em: água ligada, água
hidrodinâmica e água fisicamente apriosionada (VÁZQUEZ-OVANDO et al., 2009). A
farinha de casca de batata apresentou 5,08% de IAA. Conhecer o IAA de uma farinha é
importante pois a propriedade é responsável por melhorar a textura e rendimento de
alimentos que requerem hidratação e retenção de umidade em produtos de panificação
(bolos, pães, etc.) e também produtos cárneos (PORTE et al., 2011). O valor encontrado
foi maior do que da farinha de trigo (1,15%), farinha de aveia A (0,85%) e B (1,2%) e
maracujá (4,82%) (SANTANA et al., 2017).

4.1.3. Cor
A luminosidade da farinha de casca de batata é menor e o tom avermelhado e
amarelo é maior do que da farinha de trigo (L*=88,16; a*=0,34; b*=8,8) e da farinha de
trigo integral (L*=68,69; a*= 3,97; b*= 12,24), (FERNANES et al. 2008). A farinha de
casca de batata doce de variedade roxa apresntar menor L* = 37, 13, mais avermelhada
a* = 14,93 e menos amarelada b*=21,6, afirma ARAUJO FOMES, PRIMO e BARBOSA
(2021). RYBKA et al. (2018) verificaram L* = 70,75 e 67,56 para farinha de cascas de
mangas Tommy Atkins e Palmer, respectivamente.
51

4.2. FILMES BIODEGRADÁVEIS

4.2.1. Aspecto Visual

Os filmes apresentados nos tratamentos apresentaram superfície homogênea,


entretanto, alguns filmes continham algumas regiões não solubilizadas totalmente, como
os filmes feitos com 6 e 7 gramas de farinha.

Figura 2. Filmes de 5 gramas de farinha de batata com sorbitol e glicerol,


respectivamente.

Figura 3. Filmes de 6 gramas de farinha de batata com sorbitol e glicerol,


respectivamente.
52

Figura 4. Filmes de 7 gramas de farinha de batata com sorbitol e glicerol,


respectivamente.

4.2.2. Cor
Os resultados para os filmes de farinha casca de batata podem ser encontrados na
Tabela 7:

Tabela 7 - Paramêtros de cor para os filmes com 5, 6 e 7 gramas de farinha de batata,


variando o plastificante.

Tratamento L* a* b*

5s 45,27±9,93a 12,55±1,43b 34,04±14,68a

5g 24,14±3,79b 10,27±0,65ab 20,52±1,81a

6s 29,29±2,19b 14,38±0,7ab 22,07±4,91a

6g 29,09±4,10b 14,77±0,65ab 16,63±5,65a

7s 26,11±3,73b 14,99±2,29ab 21,54±7,43a

7g 22,42±1,21b 16,8±0,13a 25,46±5,35a

5S= Filmes com 5 gramas de farinha e sorbitol; 5G= Filmes com 5 gramas de farinha e glicerol; 6S= Filmes com 6
gramas de farinha e sorbitol; 6G= Filmes com 6 gramas de farinha e glicerol; 7S = Filmes com 7 gramas de farinha e
sorbitol; 7G = Filmes com 7 gramas de farinha e glicerol.

As propriedades ópticas dos filmes de farinha de casca de batata são importantes


para a aparência de transparência e, também, para a proteção dos produtos sujeitos a
53

radiação direta, (XIE et al., 2020). Os filmes com sorbitol apresentaram maior
luminosidade em relação aos outros, que apresentaram colorações mais escuras. O
escurecimento pode ter ocorrido devido a presença de açúcares redutores na casca de
batata, de acordo com CHOI et al. (2016) que relatou a presença de frutose na casca de
batata em aproximadamente 683mg/100g além de glucose 732mg/100g e sucrose
333mg/100g. Devido a presença de proteínas na casca em aproximadamente 5,56%,
acabam reagindo entre si, ocasionando não só o escurecimento, como também a coloração
amarela (b*) dos filmes, isso de acordo com a afirmação de FERNANDES et al. 2008;
SUN et al. (2013).

Os resultados obtidos se diferenciam dos filmes de farinha de casca de batata


(3g/100g e 50% de glicerol) feitos por BORAH, DAS e BADWAIK (2017), que foram
mais claros (L*=37,67), menos avermelhados (a*=1,24) e menos amarelados (b*-4,26).
XIE et al. (2020) produziram filmes com farinha de casca de batata (3% de glicerol) e
relataram L* = 34,47, a*=1,53 e b*= 11,22. MILLER et al. (2021) produziu filmes com
sorbitol (5g/100g e 110% de sorbitol), obtendo filmes mais claros (L*= 78), menos
avermelhados (a*=5) e mais amarelados (b*=23).

4.2.3. Microscopia Electronica de Varredura (MEV)

A Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) proporciona alcance de imagem


que possibilita a visualização de possíveis imperfeições dos filmes, como porosidade
estrutura desregular da superfície, (CALLISTER, 1997). As imagens obtidas da
microscopia exibem a estrutura morfológica dos filmes em sua superfície, com aumentos
de 30x à 400x. Todos os tratamentos apresentaram algum tipo de inconformidade, desde
rachaduras até partículas não solubilizadas totalmente.

Figura 5. Filmes com 5 g e Sorbitol aumentada em 30x.


54

Figura 6. Filmes com 5 g de farinha com glicerol em 100x

Figura 7. Filmes com 6g de farinha com sorbitol, em 120x e 250x, respectivamente.

Figura 8. Filmes com 6g de farinha com glicerol, em 400x e 100x, respectivamente.


55

Figura 9. Filmes com 7g e sorbitol em 180x

Figura 10. Filmes com 7g de farinha e glicerol, aproximada em 100x e 400x,


respectivamente.

No tratamento de 5g de farinha com sorbitol e 7g de farinha com glicerol é


possível notar algumas partículas não solubilizadas, que podem ser fibras da casca de
batata que não se homogeneizaram, pois a casca apresenta 1,46% de fibra bruta na sua
composição total (FERNANDES et al., 2008). Pode-se dizer que o tempo de agitação e
aquecimento no preparo das soluções filmogênicas não foi o suficiente para a
homogenização completa, apesar da formação de filmes. Nos tratamentos de 5g de farinha
com glicerol e 7g de farinha com sorbitol, a superfície está mais homogênea, semelhantes
aos de KANG e MIN (2010), que produziram filmes de casca de batata com diferentes
concentrações de glicerol e lectina de soja, apresentando filmes com superfícies regulares.
No tratamento de 6g de farinha com glicerol, nota-se uma estruta com rupturas e forma
irregular, resultado parecido aos que foram preparados por WU et al. (2020), os quais no
tratamento controle de filmes feitos com farinha com cascas de pomelo e água destilada,
que demonstraram uma superfície rugosa e irregular. Um filme homogêneo é um bom
indicador da integridade estrutural, afetando consequentemente sua propriedades de
barreira e mecânicas.
56

Nota-se que em tratamentos como o de 6g de farinha de casca de batata com


sorbitol há partes longas e não solubilizadas, podendo ser acusadas de fibras da casca de
batata, que variam de 1,46% e 4,77% (FERNANDES; PEREIRA; OIANO-NETO, 2008).

4.2.4. Propriedades de físicas

Tabela 8 – Propriedades físicas dos filmes biodegradáveis feitos com casca de batata,
variando a concentração e o tipo de plastificante.

Tratamento Espessura Gramatura Resistência à Alongamento na Módulo de


(mm) (g/m2) tração (MPa) ruptura (%) Elasticidade
(MPa)

5s 0,138±0,01a 217,5±1,14a 2,97±0,53dc 3,73±0,18bc 155,93±27,5c

5g 0,113±0,01a 137,3±3,25c 4,18±0,5bc 4,1±0,71b 249,33±36,6b

6s 0,141±0,04a 115,94±0,71b 4,92±0,97d 3,68±0,38bc 237,55±45b

6g 0,129±0,04a 180,23±0,9b 1,92±0,62de 4,55±0,64b 102,7±35c

7s 0,180±0,009a 223,95±6,49a 6,36±0,72a 2,92±0,14c 364,04±37,8a

7g 0,183±0,04a 145,22±1,51c 0,87±0,26e 7,31±0,38a 30,07±11,5d


5S= Filmes com 5 gramas de farinha e sorbitol; 5G= Filmes com 5 gramas de farinha e glicerol; 6S= Filmes
com 6 gramas de farinha e sorbitol; 6G= Filmes com 6 gramas de farinha e glicerol; 7S = Filmes com 7
gramas de farinha e sorbitol; 7G = Filmes com 7 gramas de farinha e glicerol.

4.2.4.1. Espessura

A espessura não apresentou diferença estatística entre os tratamentos, indicando


que, tanto a adição de farinha de casca de batata como a variação do plastificante não
afetam essa propriedade. O controle da espessura, em geral, é importante para a garantia
de uma maior uniformidade superficial. Entretanto, não é fácil controlar a espessura em
filmes biodegradáveis feitos pela técnica de casting, devido as diferenças estruturais entre
as matrizes poliméricas (DELGADO et al., 2018; JANSSON; THUVANDER, 2004). A
espessura é um importante paramêtro para as propriedades de barreira de filmes, além de
afetar as propriedades mecânicas. Conforme afirmado por LI et al. (2021), as condições
de secagem e os métodos de preparação influenciam na uniformidade e espessura final
dos filmes obtidos.

Os resultados encontrados em filmes com casca de batata, amido de batata e


plastificante foram semelhantes ao estudo de XIE et al. (2020), que relatou a espessura
57

de 0,140mm à 0,160mm para os filmes feitos com casca de batata adicionados de celulose
bacteriana, aonde a espessura aumentava de acordo com a adição de celulose. Já os filmes
de FAKHOURI et al. (2007), com gelatina e amido de batata apresentaram 0,063mm de
espessura. Filmes feitos com casca de banana “prata”, amido de milho e glicerol,
relatando 0,085mm de espessura (DE FARIA ARQUELAU et al., 2020). Porém, filmes
de farinha de casca de batata apresentaram valores menores em relação aos filmes feitos
com pectina extraída de casca de limão siciliano e manga, sem e com sílica, apresentaram
resultados próximos à 0,20mm e 0,28mm, respectivamente, (KARIM et al. 2022).
RIBEIRO SANCHES et al. (2020), elaboraram filmes de farinha de casca de jabuticaba
adicionado de amido e glicerol, obtendo espessura superior aos de filmes de farinha de
casca e amido de batata inglesa, com valores médios de 0,29mm.

4.2.4.2. Gramatura

A gramatura de filmes biodegradaveis é relacionada diretamente com a resistência


mecânica dos filmes, sendo que maiores gramaturas apresentam maior resistência
mecânica, (OLIVEIRA, 1996). Os filmes com 5 e 7 gramas de farinha de casca com
sorbitol apresentaram maior gramatura, indicando maior resistência mecânica. O
resultado foi diferente quando comparado aos estudos com glicerol, que geralmente
apresentam resistência mecânica maior em função da gramatura. DA SILVA et al. (2019)
que verificaram 247,9 g/m2 para filmes feitos à base de pectina e mesocarpo de coco de
babaçu. MALI, GROSSMAN e YAMASHITA (2010), verificaram 224,6 g/m2 em filmes
feitos com amido de mandioca e glicerol. FERNÁNDEZ-MARÍN et al. (2022)
verificaram 56,07 g/m2 em filmes feitos de quitosana/quitina com óleo de curcuma e
antocianinas.

4.2.4.3. Resistência a tração

Por definição, a resistência à tração é a quantidade máxima de tensão que um


material pode suportar antes de sua falha, sendo um dos métodos mais comuns para
avaliar a resistência de polímeros ou outros materiais, (WESTMORELAND
MECHANICAL TESTING AND RESEARCH R, 2020). As propriedades mecânicas de
uma embalagem são importantes para a o cumprimento das suas funções. Essa
propriedade varia de acordo com o tipo de polímero, condições do processamento,
modificação química e misturas, também mudando de acordo com o processamento e
58

armazenamento (BRIASSOULIS; GIANNOULIS, 2018). Filmes feitos com amido


possuem baixa resistência a tração (SHAIKH; YAQOOB; AGGARWAL, 2021).

Os filmes obtidos, em geral, apresentaram baixa resistência à tração. Os


tratamentos feitos com sorbitol tiveram a sua resistência aumentada de acordo com o
aumento de concentração da farinha de casca de batata, porém, o comportamento foi
inversamente proporcional nos filmes feitos com glicerol. Em consideráveis
concentrações de glicerol e biopolímeros, a resistência mecânica diminui devido ao fato
do plastificante reduzir a força intermolecular com a molécula adjacente, aumentando a
distância espacial entre as cadeias poliméricas, pois o plastificante posiciona-se entre as
moléculas poliméricas, no caso da farinha de casca de batata, além de ser um composto
hidrofílico que pode aumentar a porcentagem de alongamento, (SOBRAL et al., 2001;
ZHANG; HAN, 2006).

Os resultados sobre o comportamento dos filmes foram o inverso daqueles


relatados por KANG e MIN, (2010) que constataram o mesmo efeito em filmes feitos
com casca de batata e glicerol usando alta pressão, homogeneização, irradiação e
ultrassom, com valores de 3,99MPa e 5,36MPa em filmes com 3% e 5% de concentração
de farinha de casca batata, aumentando de acordo com a adição de farinha, porém os
resultados foram próximos. MERINO, PAUL e ATANASSIOU (2021) estudaram filmes
biodegradáveis feitos com casca de batata utilizando hidrólise ácida, variando poliglicerol
e glicerol, observando resultados entre 12,7MPa e 1,7MPa, respectivamente. XIE et al.
(2020) relataram 5,08MPa e 7,52MPa, em filmes de casca de batata feitos com 3% e 5%
de farinha de casca de batata elaborados com glicerol. HIDAYATI et al. (2021), estudou
o efeito da concentração de glicerol e carboxi-metil-celulose em filmes feitos com
resíduos de algas marinhas, observando que a resistência a tração maiores do que a
residual de batata, com 123,03MPa à 39,020MPa. SOOD e SAINI, (2022a) elaboraram
filmes de casca do pomelo branco para desenvolvimento de filmes compósitos
biodegradáveis à base de pectina misturados com caseína e clara de ovo, e reportando
15,58MPa à 2,05MPa de resistência a tração. SOOD e SAINI, (2022b) produziram filmes
à base de pectina de casca de pomelo vermelho, observando a resistência a tração de
9,65MPa à 2,04MPa.

Filmes com sorbitol induzem aumento da rigidez, aumentando a sua resistência a


tração, (GAUDIN et al. 2000). Esse comportamento muitas vezes é observado devido a
menor capacidade do sorbitol interagir com as moléculas de amido, devido a semelhança
59

estrutural entre amido e sorbitol, que consequentemente torna as ligações


intermoleculares menos frouxas, contribuindo para um aumento da resistência à tração
maior, (LIM et al., 2020). AGUIRRE, BORNEOA e LEÓNA (2013) verificaram o
aumento da resistência à tração em filmes obtidos com proteína de triticale com a adição
sorbitol (3,34MPa) porém, os resultados obtidos foram opostos aos de MILLER et al.
(2020), que produziram filmes de casca de batata com sorbitol, obtendo resultados 7MPa
à 5MPa em filmes feitos com 100% e 110% de sorbitol, não verificando diferença
estatística.

4.2.4.4. Alongamento na Ruptura

O alongamento na ruptura é denominado como a razão entre o comprimento


alterado e o comprimento inicial, com o objetivo de medir até que ponto o material pode
esticar ou alongar sem quebrar, indicando o quão dúctil é um polímero (PLASTIC
MATERIAL, 2020). É medido em porcentagem e quanto maior o valor, mais forte é o
polímero. Geralmente, filmes biopoliméricos apresentam baixo percentual de
alongamento (SHAIKH; YAQOOB; AGGARWAL, 2021). Na Tabela 8, é possível
observar que os filmes de farinha de casca de batata adicionados de glicerol tiveram
maiores valores de alongamento na ruptura, apontando maior força em relação aos
elaborados com sorbitol. Com a adição de glicerol, o alongamento aumenta
proporcionalmente com maiores concentrações de farinha de casca de batata. Esse
comportamento ocorreu devido a inserção do plastificante na matriz polimérica dos
filmes, que consequentemente melhorou a flexibilidade dos filmes, tornando-os menos
rígidos (TEIXEIRA et al., 2021).

O efeito do glicerol é visto em estudos anteriores, como o de GHERIBI et al.


(2018) que desenvolveram filmes comestíveis plastificados da mucilagem de Opuntia
ficus-indica, com 65% e 60% de alongação na ruptura em filmes feitos com glicerol e
sorbitol, respectivamente. BALLESTEROS-MÁRTINEZ, PÉREZ-CERVERA e
ANDRADE-PIZARRO (2020), desenvolveram filmes de amido de batata doce com
sorbitol e glicerol em 30% em relação a proporção do biopolímero, obtendo 11,24% e
6,49% de alongamento de ruptura, respectivamente. ROMMI et al. (2016), elaboraram
filmes variados com casca de batata, amido de casca de batata e amido de batata,
incrementados de glicerol (10% da proporção do biopolímero), 2%, 3% e 6%,
respectivamente. MILLER et al. (2020), obtiveram alongamento na ruptura 25% para
glicerol e 23% para sorbitol.
60

4.2.4.5. Módulo de Elasticidade

O módulo de elasticidade ou módulo de Young, é a medida fundamental da rigidez


de um filme. Quanto maior for o valor, maior é a rigidez do material, (MALI et al., 2005).
Os maiores valores de módulo de elasticidade ocorreram em filmes feitos com sorbitol,
aumentando de acordo com a proporção da farinha de casca de batata e a concentração
do plastificante (Tabela 8), indicando que são filmes mais rígidos. Já para os filmes feitos
com glicerol os valores de módulo de elasticidade diminuram de acordo com o aumento
da farinha em sua composição. Como citado anteriormente, os filmes obtidos com
glicerol, os valores das ligações de hidrogênio são reduzidos, afetando as propriedades
mecanicas, consequentemente apresentando valores baixos do módulo de elasticidade
pois, o plastificante, melhora a flexibilidade e extensibilidade (ROMMI et al., 2016).
AGUIRRE, BORNEO e LEÒN (2013) relatam que em filmes de sorbitol que apresentam
alta resistência à tração e módulo de elasticidade isso ocorre devido à antiplastificação do
biopolímero, ou também pela diferença de peso molecular ou do número de grupos
hidroxila em sua estrutura química.

Os resultados obtidos na pesquisa, foram inferiores àqueles encontrados por


MERINO, PAUL e ATHANASSIOU (2021) que produziram filmes de casca de batata
com 30% de glicerol em relação à massa total, relatando 17,6MPa de módulo de
elasticidade, valor menor em todos os filmes feitos com farinha de casca de batata e
glicerol, sendo mais próximo do filme com 7 gramas de farinha. RAMOS et al. (2013)
elaboraram filmes de proteína de soro de leite e glicerol e obtiveram menores valores de
módulo de elasticidade nos filmes com a adição do plastificante (0,1 MPa). LI, TANG e
HE (2021), elaboraram filmes à base de quitosana e gelatina de pele de peixe
incrementados de óleo essencial da casca de laranja (Citrus sinensis L.), e relataram
menores valores de módulo de elasticidade (151,97MPa) em filmes com maior
concentração de glicerol.
61

4.2.5. Propriedades de interação com a água


Tabela 9 – Umidade, Atividade de água, Taxa de permeabilidade ao vapor de água
(TPVA) e solubilidade dos filmes biodegradáveis de casca de batata, variando a
concentração e tipo de plastificante.

Tratamento Umidade Atividade de água TPVA Solubilidade


(%) (Aa) (g.mm/kPa. dia.m2) (%)

5s 8,59±0,23d 0,520±0,011a 3,37±0,66b 32,66±0,005b


5g 21,64±2,3a 0,517±0,005a 4,06±1,03b 27±0,12c

6s 11,63±0,1c 0,516±0,003a 2,36±0,78b 35,33±0,01a


6g 16,89±0,29b 0,542±0,002a 8,7±1,54a 27,66±5,65c

7s 11,67±0,58c 0,525±0,001a 4,01±0,83b 35±0,003a

7g 23,57±0,22a 0,539±0,035a 5,1±0,9b 28±0,002c


5S= Filmes com 5 gramas de farinha e sorbitol; 5G= Filmes com 5 gramas de farinha e glicerol; 6S= Filmes
com 6 gramas de farinha e sorbitol; 6G= Filmes com 6 gramas de farinha e glicerol; 7S = Filmes com 7
gramas de farinha e sorbitol; 7G = Filmes com 7 gramas de farinha e glicerol.

4.2.5.1. Umidade e atividade de água

Os filmes apresentaram baixo nível de umidade (tabela 9), variando de 8,59% à


23,57%. Controlar a umidade dos alimentos é importante e vital para manter o sabor,
textura e qualidade desses produtos acondicionados. Geralmente, dependendo do produto,
níveis altos de umidade podem reduzir a sua estabilidade, (SARWAR et al., 2018). Nos
filmes com sorbitol, a umidade aumentou com a maior adição de farinha de casca de
batata, como também nos filmes com 7g e glicerol. Isso pode ser influenciado pela taxa
de absorção de água (5,08%) da casca de batata, que afeta diretamente a propriedade que
junto ao plastificante pode aumentar a retenção de água.

XIE et al. (2020), verificaram aumento da umidade em filmes com maior


concentração de farinha de casca de batata, sendo 0,195% em filmes 3% de farinha e
0,238% em filmes com 5%. Os resultados obtidos foram menores em relação aos obtidos
por MERINO, PAUL e ATHANASSIOU (2021), que elaboraram filmes de casca de
batata, variando as concentrações de glicerol e poliglicerol, que obveram resultados
32,6% em filmes com 20% de glicerol. MILLER et al. (2020) encontraram maiores
valores de umidade em filmes feitos com casca de batata e sorbitol, verificando 80% de
teor de água no filme. JIANG et al. (2020), encontraram resultados semelhantes em filmes
62

carboximetilcelulose/amido e batata doce roxa (Ipomoe batatas (L.) lam), com o valor de
22,41% à 13,91% de conteúdo aquoso total, como também com os resultados de PAJĄK
et al. (2020), que produziram filmes a partir de amido de abóbora, lentilha e quinoa,
constatando umidades de 15,08% a 17,73%.

A composição da materia-prima durante a preparação do filme pode alterar a


umidade e a Aa, por exemplo, a quantidade de plastificante (SOTHORNVIT;
KROCHTA, 2001; GODBILLOT et al., 2006), devido à natureza hidrofílica, que pode
colaborar na absorção de água no filmes e, indiretamente o nível de água (MALI et al.,
2004; OLUWASINA et al., 2019). Esse comportamento foi observado nos filmes que
foram incrementados com glicerol, que aumentaram a umidade dos filmes com a
interação junto ao biopolímero. O glicerol, além de afetar as propriedades de mecanicas
dos filmes, pode também alterar a taxa de permeabilidade ao vapor da água e aos gases,
pois é demasiadamente hidrofílico e higroscópico (SOTHORNVIT e KROCHTA, 2001).
Esse comportamento já foi observado em outros estudos, como o de CHO e RHEE (2002),
que verificaram os efeitos da composição dos plastificantes (glicerol, sorbitol e mistura
1:1 de glicerol e sorbitol) nas características de aborção de umidade de filmes feitos com
proteína isoladas de soja, oberservando que o nível de sorção de umidade e a taxa de
adsorção inicial, foi elevada em filmes com a aplicação glicerol. CHIUMARELLI e
HUBINGER (2014), estudaram filmes de fécula de mandioca, glicerol, cera de carnaúba
e ácido esteárico, e notaram que os filmes com maiores concentrações de glicerol foram
mais sensíveis à água.

A Aa não apresentou diferença estatística, variando entre 0,516 e 0,542, sendo


consideravelmente baixas. Materiais com Aa menor estão menos sujeitos à degração por
microrganismos e às alterações físico-quimicas (MÜLLER et al., 2008). A casca de batata
contém em média 2% de celulose em sua composição (TAWALI; OMER; GAD, 2008) e
isso afeta diretamente as propriedades de água dos filmes. Em média, filmes de amido
contendo celulose apresentam uma variação de Aa de 0,46 a 0,63, nos quais, maiores
valores de celulose apresentam menores atividades de água, relata DA SILVA et al.
(2012).

Os valores obtidos nos experimentos foram inferiores àqueles obtidos por


DANTAS et al. (2014) que produziram filmes de amido de mandioca, incorporados com
polpa de manga, acerola e seringuela, obtendo resultados entre 0,66 e 0,7 de Aa.
VESPUCCI et al. (2022), encontraram valores próximos de 0,68 para Aa para filmes
63

feitos com polvilho, glicerina e canela. DA SILVA et al. (2012) desenvolveram filmes de
amido de mandioca com nanocelulose, obtendo valores de atividade de água de 0,46 a
0,63, com menor valor para os filmes com nanocelulose.

4.2.5.2. Taxa de permeabilidade ao vapor da água

A quantidade de vapor de água que passa por unidade de área e tempo do material
da embalagem é denominado de taxa permeabilidade ao vapor de água (AURAS et al.,
2006). Alguns produtos alimentícios são susceptíveis a alterações devido à presença da
umidade, podendo se degradar mais rapidamente. A taxa de permeabilidade ao vapor
d’água é um fator importante ao selecionar o material para compor a embalagem de
produtos alimentícios, (FLAIR FLEXIBLE PACKAGING CORPORATION, 2020).

Os filmes obtidos e estudados não apresentaram diferença estatística, com exceção


daquele feito com 6 gramas e glicerol que apresentou maior permeabilidade e a menor
nos filmes com 6 gramas e sorbitol. Conclui-se que o aumento da farinha e variação do
plastificante não tiveram efeitos na propriedade, o que condiz com o fato da espessura
também não ter apresentado diferença estatística. Alguns biopolímeros apresentam
resultados semelhantes: amido de milho (7,78-9 g.mm/Kpa.dia.m2), Poliglicosídeo (10
g.mm/Kpa.dia.m2), celulose (4,59-9 g.mm/Kpa.dia.m2), proteína de soja (4,45-5,19
g.mm/Kpa.dia.m2), e etc. (SHAIK; YAQOOB; AGGARWAL, 2021).

Os outros estudos feitos com farinha de casca de batata apresentaram resultados


semelhantes: FAKHOURI et al. (2007) reportaram 4,22 g.mm/Kpa.dia.m2 de TPVA em
filmes feitos com amido de batata, gelatina e sorbitol. KANG e MIN, (2010) encontrou
2,99 g.mm/Kpa.h.m2 e 3,17 g.mm/Kpa.h.m2 para filmes feitos com 3% e 5% de farinha
de casca de batata e glicerol; XIE et al. (2020), relatou resultados próximos à 1,8
g.mm/Kpa.h.m2 para filmes feitos com 3% de farinha de casca de batata e próximo à 1,6
g.mm/Kpa.h.m2 para com concentração de 5% elaborados com glicerol. CHARLES,
MOTSA e ABDILLAH (2022) encontraram resultados menores em filmes feitos com
amido extraído de casca de batata, apresentando 0,260-0,050g.mm/Kpa.dia.m2 com a
PVA diminuindo de acordo com o incremento do amido. BALLESTEROS-MÁRTINEZ,
PÉREZ-CERVERA e ANDRADE-PIZARRO, (2020) elaboraram filmes biodegradáveis
com amido de batata doce variando glicerol e sorbitol, reportando 4,08-9.59×10−10 g/m2.
s. Pa e 3,7-6,95×10−10 g/m2.s. Pa, respectivamente.
64

4.2.5.3. Solubilidade

A solubilidade em filmes é uma característica muito importante pois indica a


integridade do material em meio aquoso no qual um filme com maior resistência à água
apresentará um valor de solubilidade menor. Esse parâmetro é fundamental na definição
de filmes compostos de biopolímeros (JIANG et al., 2016).

Certas aplicações, como embalagens alimentícias ao acondicionar alguns produtos


pode-se exigir baixa solubilidade em água para manter a qualidade do alimento, entretanto
em outras aplicações, como para embalagens de doces, encapsulamento, etc., exigem
materiais com maiores índices de solubilidade, (TRAVALINI et al., 2019).

Os filmes feitos com glicerol não mostraram diferença estatística mesmo com o
aumento da concentração da farinha de casca de batata, indicando que o biopolimero não
teve efeito direto nessa propriedade. As alterações de interação com água ao adicionar
plastificante em um filme depende da hidrofilicidade do material de biopolímero usado
em comparação com o plastificante usado. No caso da menor taxa de solubilidade em
filmes feitos com glicerol, pode ser explicada pela incapacidade de incorporar/liberar
mais moléculas de água na matriz polimérica (TALJA et al., 2007; RACHTANAPUN;
TONGDEESOONTORN, 2009; SHAW et al., 2002). Já em relação ao sorbitol, o
plastificante pode ter aumentado a solubilidade devido a redução das interações nas
cadeias dos biopolímeros, pois o sorbitol pode causar uma modificação na rede molecular
entre a farinha de casca de batata e diminuir a densidade de interação da rede de amido
por perturbar a rede com ligações de hidrogênio, aumentando a solubilidade
(SOTHORNVIT; KROCHTA, 2000; SABERI et al., 2015).

Por ser um filme feito pela técnica de casting, após a gelatinização do amido de
batata, para formar estruturas mais ordenadas, as cadeias se reassociam, esse processo é
chamado de retrogradação. A reassociação das cadeias de amilose e amilopectina afetam
a permeabilidade, solubilidade e as propriedades mecânicas dos filmes feitos a base de
amido, (THAKUR et al., 2019). O alto nível de amilose no amido pode induzir uma maior
sensibilidade à água, relata THAKUR et al. (2016), o que reflete baixa solubulidade nos
filmes produzidos com amido de batata, que apresentam cerca de 21% de amilose, afirma
CHARLES et al. (2005).

Os resultados obtidos foram semelhantes com o de JIANG et al. (2016), que


elaboraram filmes feitos com nanocompostos de amido de batata, variando sua
65

concentração, observando valores próximos de 35% a 25%, na proporção de que quanto


maior a concentração dos nanocompostos, menor era sua solubilidade. XIU et al. (2020)
apresentaram valores de solubilidade em filmes feitos com farinha de casca de batata com
glicerol, mostrando 33,5% em filmes feitos com 3% da concentração de casca de batata
e 37,1% com 5% de concentração. Porém, os valores encontrados por SANTOS et al.
(2021), foram de 9,6% em filmes ativos de alginato de sódio funcionalizados com extrato
de casca de cebola roxa (Allium cepa). YUN et al. (2021), produziram filmes de quitosana
incorporados com extrato com extrato de casca de rambutan (Nephelium lappaceum L.),
obtendo solubilidade de 54,17% à 46,07%, que diminuía de acordo com a maior
concentração do extrato.
66

5. CONCLUSÃO

Os filmes feitos com farinha de casca de batata apresentaram homogeneidade,


com exceção dos filmes de 6 gramas e glicerol/sorbitol, que tanto superficialmente como
em MEV não estavam homogeneizados adequadamente, aprensentando possíveis fibras
da casca. O filme elaborado com 5 gramas e glicerol foi o melhor tratamento em aspecto
visual, como também um maior facilidade de trabalho para a formação de filmes.

Em geral, apresentaram baixa resistência mecânica. Foi possível observar que a


concentração da farinha afetava diretamente as propriedades mecânicas. Os filmes feitos
com sorbitol apresentaram maior resistência e mais rigidez em relação aos elaborados
com glicerol, que apresentou maior elasticidade. O comportamento distinto entre os
filmes foi devido a interação dos plastificantes com a farinha em maiores quantidades,
podendo ser causada pela diferença de peso molecular entre o sorbitol e o glicerol.

Em relação as propriedades de interação com à água, os filmes podem ser


indicados para acondicionar alimentos secos, já que a taxa de permeabilidade ao vapor de
água foi consideravelmente baixa em todos os tratamentos e caracterização dos filmes,
como também a umidade e atividade de água que não permitem o proliferalmento de
microrganismos deterioradores. A farinha de casca de batata pode apresentar bom
potencial para a aplicação em panificação devido a sua capacidade de reter água,
melhorando a textura e hidratação do produto, agregando qualidade necessitando, para
isso, pesquisas em panificação.
67

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