Alfa - Módulo 5 - Distribuição Eletrônica de Íons

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Indústria de plástico

História do plástico
“...Você acorda de manhã, bem cedinho, com o cantar do galo. Vai até o banheiro,
escova os dentes com sua escova feita de madeira e cerdas de pelo de animais. Depois de
se arrumar, você vai até a padaria e, além dos pães, compra 100 gramas de margarina e
coloca no pote de vidro que você levou de casa, prevenido que é. Quase chegando de
volta em casa, você ouve aquele tilintar de garrafas de vidro: é o leiteiro que toda manhã
passa em frente a sua casa deixando algumas garrafas cheias e recolhendo as vazias. Já
na escola, você abre sua mochila de pano e retira de lá seu estojo e sua régua, ambos de
madeira, pega seu lápis e começa a fazer seus exercícios de matemática. Quando volta
para casa, você encontra sua mãe preparando panquecas para o almoço. Ela aquece um
pouco de manteiga na panela, coloca a primeira panqueca e o que mais temia acontece:
fica tudo grudado. Será que não tem nada que se possa colocar na panela pra evitar esse
grude todo? Antes de fazer sua lição de casa é hora de lavar a louça, usando uma bucha
vegetal e sabão feito com gordura natural. Você e sua mãe já tinham visto no mercado
um novo tipo de sabão líquido chamado detergente, mas naquele dia não tiveram como
comprar porque não tinham levado uma garrafa de vidro para o transporte...”
Essa pequena história mostra como seria um dia na vida de uma família se não
existisse algo que, por vezes, passa até mesmo despercebido: o plástico. É quase
impossível pensarmos nossa vida cotidiana sem a presença dessa que é, talvez, uma das
mais importantes invenções do século 20.
A história do plástico começou com Alexander Parkes que, em 1862, descobriu um
material orgânico derivado da celulose. Ele buscava um material substituto da borracha,
matéria-prima utilizada em muitos produtos na época. A parkesina, como ficou
conhecida, quando aquecida podia ser moldada e mantinha a mesma forma quando
esfriava. Entretanto, seu elevado custo de produção desestimulou os investidores.
Em 1869, o tipógrafo americano John Wesley Hyatt, para substituir o marfim na
fabricação de bolas de bilhar – esporte tão popular que já ameaçava a população de
elefantes – descobriu um material a base de nitrato de celulose tornava-se um filme sólido
e flexível. A chamada celuloide era formada por uma mistura de fibras de algodão com
ácidos.
E foi há cerca 100 anos que Leo Hendrik Baekeland criou a primeira resina totalmente
sintética: a baquelita. Para criá-la, Baekeland dedicou-se a desenvolver um aparato que
permitia controlar as variações do calor e da pressão na combinação de ácido carbólico
(fenol) com formaldeído. Esses eram os grandes desafios para se fabricar uma resina
plástica.
Desde o início do uso do material plástico nas indústrias, o homem enxergou o seu
potencial e investiu para aperfeiçoá-lo. Ao longo dos anos, pesquisadores identificaram
mais possibilidades na variação das características de cada polímero, diversificando seus
tipos. Atualmente já existem plásticos produzidos até mesmo a partir de matérias-primas
renováveis, como é o caso do chamado “plástico verde”, feito da cana-de-açúcar.
http://www.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2014/07/como-surgiu-o-plastico
Estrutura do plástico
O plástico vem das resinas derivadas do petróleo e pertence ao grupo dos polímeros
(moléculas muito grandes, com características especiais e variadas).
A palavra plástico tem origem grega e significa aquilo que pode ser moldado. Além
disso, uma importante característica do plástico é manter a sua forma após a moldagem.

Tipos de plásticos
Existem muitos tipos de plásticos, e são divididos em dois grupos de acordo com as
suas características de fusão ou derretimento: termoplásticos e termorrígidos.
Os termoplásticos são aqueles que amolecem ao serem aquecidos, podendo ser
moldados, e quando resfriados ficam sólidos e tomam uma nova forma. Esse processo
pode ser repetido várias vezes. Correspondem a 80% dos plásticos consumidos. Ex.:
polipropileno, polietileno.
Os termorrígidos ou termofixos são aqueles que não derretem quando aquecidos, o que
impossibilita a sua reutilização através dos processos convencionais de reciclagem. Ex.:
poliuretano rígido.
Pode-se identificar o tipo do material pelo código correspondente à resina utilizada ou
as preponderantes quando de uma mistura, de acordo com sistema mostrado abaixo:

Setores beneficiados com a descoberta do plástico


Embalagens: As embalagens têm função de acondicionamento, proteção,
preservação do alimento, comunicação e transporte dos produtos. Além disso, garantem
sua qualidade até o momento do consumo. Ao prolongar a vida útil dos alimentos, os
plásticos combatem o desperdício de comida e contribuem para maior segurança
alimentar.
Construção civil: O setor é responsável por cerca de 20% do consumo mundial
de material plástico. Eles estão presentes nas estruturas e complementos de construção;
em tubos e conexões para condução água, esgoto e gás; no isolamento acústico, térmico
e elétrico; nos revestimentos e chapas; em portas e janelas, pisos e nas diversas aplicações
de acabamento. Por sua versatilidade, leveza, boa aparência, resistência, moldabilidade,
maleabilidade e flexibilidade, os plásticos tornaram as construções e arquiteturas, além
de mais eficientes no consumo de energia, também mais leves, baratas, duráveis, seguras
e ambientalmente corretas e sustentáveis
Automotivo: Parte essencial e considerável dos automóveis, os plásticos
correspondem a mais de 50% do volume e menos de 10% do peso total dos veículos
atuais. Leves, porém resistentes, eles tornaram os carros mais seguros, confortáveis e
resistentes à corrosão e a danos de colisão. Cintos de segurança e airbags são itens de
plástico que ajudam a salvar 11 mil vidas por ano no mundo. Automóveis mais leves são
mais eficientes energeticamente e, por isso, têm menor consumo de combustível, gerando
menos resíduos e emissões. Estudos do American Chemistry Council (ACC) demonstram
que 4,7 toneladas de CO2 deixam de ser emitidas por carro, ao longo de sua vida útil, em
função do uso de plástico em sua composição.
Eletroeletrônicos: O setor responde por 5,5% do consumo de plástico. Graças à
versatilidade dos plásticos, foi possível desenvolver tecnologias que favoreceram a
redução do peso e do consumo de energia e a miniaturização de aparelhos. Tudo isso
tornou os eletrônicos mais eficientes, acessíveis e mais fáceis de serem reciclados.
Têxtil: Os materiais plásticos contribuem significativamente com a indústria têxtil
no fornecimento de fibras sintéticas, como o polipropileno, o poliéster e a poliamida.
Essas fibras são mais resistentes à umidade e têm grande resistência química e, por isso,
são menos suscetíveis à manchas, demandando menos esforço e energia para lavar e
passar.
Saúde: As resinas plásticas representaram um grande avanço para a medicina, a
ponto de se tornarem imprescindíveis. Sua principal característica é a segurança no uso,
que se reflete no tratamento, como no uso de descartáveis, reduzindo consideravelmente
a chance de contaminação a um custo extremamente competitivo. Uma das aplicações
mais simples na área de saúde é o uso de compressas estéreis para a cobertura de
ferimentos (curativos), mas as possibilidades vão muito além: bolsas de sangue, cateteres,
seringas, tubos, luvas, próteses, suturas, stents, obturações, lentes de contato, membranas
semipermeáveis para hemodiálise, entre outros. No caso da saúde pública, só a prevenção
à contaminação dos alimentos, por meio de embalagens plásticas, e da água potável, por
meio de cisternas de polietileno, uso de copos descartáveis e tubulações de plásticos, já
representam benefícios indiretos consideráveis.
Agrícola: O setor é atendido com uma ampla gama de produtos plásticos, que
estão presentes em sistemas de irrigação, transformando solos áridos em terras produtivas
e eficientes; na cobertura de silos para armazenagem de grãos, que aumenta a vida útil da
produção, fazendo com que o produtor possa planejar um estoque para períodos de
entressafra; e sistemas de estufa e proteção, que maximizam a produtividade e minimizam
a perda de produtos.
Matéria-prima
As substâncias utilizadas como matéria-prima na preparação de plásticos são
obtidas principalmente a partir do petróleo e são denominadas monômeros.
O petróleo é constituído por uma mistura de compostos orgânicos, principalmente
hidrocarbonetos. Através do processo de destilação fracionada do óleo cru, que ocorre
nas refinarias, são obtidas várias frações (ver figura 5): o gás liquefeito, a nafta, a gasolina,
o querosene, o óleo diesel, as graxas parafínicas, os óleos lubrificantes, o piche. A fração
da qual são obtidos os monômeros é a nafta, que submetida a um processo de
craqueamento térmico (aquecimento na presença de catalisadores), dá origem a várias
substâncias, entre elas, etileno, propileno, butadieno, buteno, isobutileno, denominados
petroquímicos básicos. Estes, por sua vez, são transformados nos chamados
petroquímicos finos, tais como polietileno, polipropileno, policloreto de vinila etc.
http://www.usinaciencia.ufal.br/multimidia/livros-digitais-cadernos-
tematicos/Plasticos_caracteristicas_usos_producao_e_impactos_ambientais.pdf

Formação dos plásticos


As reações que levam à formação dos plásticos são chamadas polimerizações.
Uma polimerização é uma transformação química na qual moléculas pequenas,
denominadas monômeros, juntam-se para formar moléculas gigantes, as macromoléculas.
Para que uma reação de polimerização aconteça é necessário que os compostos de partida,
isto é, os monômeros, possuam no mínimo funcionalidade igual a dois.
Funcionalidade: número de pontos reativos (passíveis de sofrer uma reação em
condições adequadas) presentes em uma molécula.
Nas diferentes reações de polimerização, dois tipos principais de cadeias podem
ser formados: • Cadeias lineares: quando os átomos são encadeados em uma única direção
no espaço.
Um exemplo deste tipo de polímero é o polietileno linear representado acima. •
Cadeias ramificadas: nelas há ramificações de moléculas de monômeros, que ligam-se à
cadeia principal, como galhos de uma árvore.
Quando cadeias poliméricas são ligadas entre si em pontos diferentes das suas
extremidades, dizemos que os polímeros possuem ligações cruzadas. Estas ligações
cruzadas amarram uma cadeia às outras impedindo seu deslizamento e acarretando
grandes variações nas propriedades. São denominados polímeros reticulados.

Quando um polímero é sintetizado a partir de um único tipo de monômero, é


chamado de homopolímero. O polietileno é um exemplo de homopolímero. Quando os
monômeros de partida são diferentes, temos a formação de um copolímero.
Os plásticos são leves se comparados com a madeira, metais e cerâmicas. A
utilização de peças de plástico tornou os automóveis e aviões muito mais leves, portanto,
mais econômicos. Além disso, os plásticos são facilmente processáveis a temperaturas
baixas se comparadas com a temperatura de processamento de outros materiais tais como
o aço e o alumínio. Portanto, o consumo de energia é relativamente baixo, o que se reflete
no custo de fabricação. Muitas outras propriedades tornam o plástico um material versátil:
baixa condutibilidade elétrica e térmica; alta resistência ao ataque químico de substâncias
tais como o oxigênio, ácidos, bases etc. Uma outra vantagem é que as resinas plásticas
podem ser facilmente misturadas com outras substâncias que podem lhes conferir novas
propriedades, sendo possível alterar cor, cheiro, elasticidade, resistência a impactos,
resistência ao calor e à luz etc., ampliando as possibilidades de aplicações. Estas
substâncias são denominadas aditivos. O quadro abaixo mostra os principais aditivos e
sua função:
Polietileno
O polietileno é um polímero de adição que é formado pela reação entre os
monômeros de etileno (eteno)

Dependendo das condições reacionais e do sistema catalítico empregado na


polimerização, cinco tipos diferentes de polietileno podem ser produzidos:
- Polietileno de baixa densidade (PEBD ou LDPE)
- Polietileno de alta densidade (PEAD ou HDPE)
- Polietileno linear de baixa densidade (PELBD ou LLDPE)
- P olietileno de ultra alto peso molecular(PEUAPM ou UHMWPE)
- Polietileno de ultra baixa densidade (PEUBD ou ULDPE)
Polietileno de Baixa Densidade (PEBD ou LDPE)
O processo de produção de PEBD utiliza pressões entre 1000 e 3000 atmosferas
e temperaturas entre 100 e 300 °C. Temperaturas acima de 300 ºC geralmente não são
utilizadas, pois o polímero tende a se degradar. Vários iniciadores (peróxidos orgânicos)
têm sido usados, porém o oxigênio é o principal. A reação é altamente exotérmica e assim
uma das principais dificuldades do processo é a remoção do excesso de calor do meio
reacional. Essa natureza altamente exotérmica da reação a altas pressões conduz a uma
grande quantidade de ramificações de cadeia, as quais têm uma importante relação com
as propriedades do polímero. Polietileno de baixa densidade é um polímero parcialmente
cristalino (50 – 60%), cuja temperatura de fusão (Tm) está na região de 110 a 115 °C. A
espectroscopia na região do infravermelho revelou que o polietileno de baixa densidade
contém cadeias ramificadas. Essas ramificações são de dois tipos distintos:
- Ramificações devido à transferência de cadeia intermolecular. Essas
ramificações são, na maioria das vezes, tão longas quanto à cadeia principal do polímero.
Em geral, contêm algumas dezenas ou centenas de átomos de carbono. Esse tipo de
ramificação tem um efeito acentuado sobre a viscosidade do polímero em solução. Pode
ser identificada pela comparação entre a viscosidade de um polietileno ramificado e a de
um polímero linear de mesmo peso molecular. Além disso, a presença dessas ramificações
determina o grau de cristalização, as temperaturas de transição e afeta parâmetros
cristalográficos tais como tamanho dos cristalitos.
- O segundo mecanismo proposto para a formação de ramificações curtas no
polietileno de baixa densidade (produzido via radicais livres) é a transferência de cadeia
intramolecular. Essas ramificações curtas são principalmente n-butila, porém grupos etila
e n-hexila, em menores proporções, também são formados pela transferência de cadeia
intramolecular. Em relação à estrutura cristalina, o PEBD, quando comparado ao
polietileno linear, apresenta cristalitos menores, menor cristalinidade e maior desordem
cristalina, já que as ramificações longas não podem ser bem acomodadas na rede
cristalina.

PVC
O PVC é preparado a partir do monômero monocloreto de vinila. A reação é a
seguinte:

Como podemos observar acima, o poli (cloreto de vinila) possui átomos de cloro
em sua estrutura. É a presença deste elemento em sua composição química que torna o
PVC um polímero resistente à propagação de chamas. Vários aditivos podem ser
utilizados na preparação de resinas PVC levando à obtenção de materiais com diferentes
propriedades e características, abrindo o leque de possibilidades de utilização. Este
plástico é composto de cloro, carbono e hidrogênio. A porcentagem em massa é de 56,8%
de cloro, 38,4% de carbono e 4,8% de hidrogênio. O monômero utilizado na preparação
do PVC, o monocloreto de vinila, é preparado a partir do dicloroetano, que, por sua vez,
é resultado da cloração do eteno.
O cloro necessário para esta reação química é obtido através da eletrólise de uma
solução aquosa de cloreto de sódio, também denominada salmoura. Em linhas gerais, o
processo consiste na dissolução do cloreto de sódio (sal-gema) em água (a unidade de
extração é atualmente localizada no Bairro do Mutange em Maceió), obtendo-se a
salmoura, que é submetida ao processo de eletrólise. Na eletrólise da salmoura obtém-se
cloro, soda cáustica (solução aquosa de hidróxido de sódio) e hidrogênio. O processo
global pode ser representado pela seguinte reação:

O cloro produzido é levado a reagir com o eteno, para produzir o dicloroetano, o


qual é transformado a seguir no monocloreto de vinila, que é o monômero utilizado na
preparação do PVC:
REFERÊNCIAS
https://www.crq4.org.br/sms/files/manual-plastico.pdf
https://pt.slideshare.net/beneditoalvarengajunior/industriasdeplasticos
http://www.facha.edu.br/pdf/monografias/20062299.pdf
Cartilha Braskem

http://www.usinaciencia.ufal.br/multimidia/livros-digitais-cadernos-
tematicos/Plasticos_caracteristicas_usos_producao_e_impactos_ambientais.pdf

https://clebson-smith.webnode.com/news/cadeia-produtiva-do-pet-polietileno-tereftalato-
no-estado-de-pernambuco/

https://cejarj.cecierj.edu.br/pdf_mod4/CN/Unidade05_Quimica_Modulo4.pdf

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