Bruna Vieira Santos Oliveira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA – DECO

BRUNA VIEIRA DOS SANTOS OLIVEIRA

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS EM LABORATÓRIO


PARA ESTUDO DO CUPIM
Nasutitermes corniger (Blattodea: Termitidae)

São Cristóvão
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA – DECO

BRUNA VIEIRA DOS SANTOS OLIVEIRA

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS EM LABORATÓRIO


PARA ESTUDO DO CUPIM
Nasutitermes corniger (Blattodea: Termitidae)

Orientadora
Prof.a Dr.a Ana Paula Albano Araújo
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Departamento de Ecologia da Universidade
Federal de Sergipe como parte dos requisitos
para obtenção do título de Bacharel em
Ecologia.

São Cristóvão
2019
9
i

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Sergipe pela oportunidade, por todo aprendizado e vivência


nessa instituição.
À professora Dr.ª Ana Paula Albano Araújo pela orientação, por toda paciência,
disponibilidade e confiança.
À equipe de estagiários do Laboratório de Interações Ecológicas: Dani, Josy,Jorge e
Amanda, e os que já passaram por esse laboratório: Léo, Dina, Paulinho e Lucineide, pela
parceria e paciência de sempre. Vocês são mais que uma equipe de trabalho, são verdadeiros
amigos!
Às pessoas que me acompanharam durante a graduação e que de alguma forma
contribuíram com o meu crescimento tanto acadêmico quanto pessoal; principalmente
Helberson, Susi, Karine, Luane e Neto.
À minha família pelo apoio e compreensão; especialmente à minha tia Caetana e minha
prima Laiz.
À minha família do coração por ter me ajudado quando mais precisei, em especial
Fabíolla e Isabella por todas as conversas e conselhos.
Ao meu namorado Breno pelo apoio e paciência por ter mim ajudado e segurado minha
mão na fase mais difícil do curso.
À minha mãe e meu pai por tudo! Por me fazer ser quem eu sou e me apoiar nas minhas
decisões! Por me dar meios de estudar e me incentivar a isso! Obrigado pelo seu amor!
Não poderia esquecer dos meus amigos Vivi, Matheus, Michelle. Como também
Alisson, Lucymara e Carol que mesmo de logo me apoiaram, que nossa amizade seja eterna.
A todos, enfim, que de alguma forma contribuíram para a minha formação e que me
apoiaram, muito obrigado!
ii

SUMARIO
Agradecimentos............................................................................................................... i
Sumario .......................................................................................................................... ii
Lista de figuras .............................................................................................................. iii
Resumo .......................................................................................................................... iv
1 Introdução ................................................................................................................... 2
2 Material & métodos..................................................................................................... 6
2.1 Coleta dos cupins ..................................................................................................... 6
2.2 Bioensaios de sobrevivência de N. corniger em condições experimentais de
laboratório ............................................................................................................... 6

2.2.1 Umidade do substrato ........................................................................................................ 7


2.2.2 Tamanho do grupo ................................................................................................ 7

2.2.3 Tipo de substrato ............................................................................................................... 8


2.2.4 Marcação dos indivíduos ...................................................................................... 8
3 RESULTADOS ........................................................................................................... 9
4 Discussão................................................................................................................... 14
6 Referencias ................................................................................................................ 17
iii

LISTA DE FIGURAS

Fig. 1. Proporção de indivíduos do cupim Nasutitermes corniger mortos ao longo do tempo,


mantidos em placas com adição de 0, 1 e 2ml de água................................................................8

Fig. 2. Tempo médio gasto para mortalidade do cupim Nasutitermes corniger, em grupos com
diferentes números de indivíduos.................................................................................................9

Fig. 3. Número médio de antenações/indivíduo do cupim Nasutitermes corniger, em grupos


com diferentes números de indivíduos..........................................................................................9

Fig. 4. Proporção de indivíduos do cupim Nasutitermes corniger mortos ao longo do tempo,


mantidos em placas controle (sem substrato), cobertas com o substrato papel filtro ou ninho
peneirado......................................................................................................................................11

Fig. 5. Proporção de indivíduos do cupim Nasutitermes corniger mortos ao longo do tempo,


marcados com diferentes tratamentos (com cola; tinta branca mais cola; tinta vermelha mais
cola; tinta vermelha ou tinta branca) e controle (não-marcados).................................................11
iv

RESUMO

OLIVEIRA, Bruna Vieira dos Santos. Procedimentos metodológicos em laboratório


para estudo do cupim Nasutitermes corniger (Blattodea: Termitidae). São
Cristovão: UFS, 2019. 25p. (Monografia – Bacharelado em Ecologia).

A despeito da grande importância econômica e ecológica dos cupins, o estudo da


ecologia desses insetos muitas vezes é dificultado em condições de campo devido ao
seu hábito críptico. Dessa forma, muitas pesquisas requerem o desenvolvimento de
protocolos experimentais em laboratório. Para isso, é de suma importância o
conhecimento dos fatores ecológicos e biológicos que limitam a sobrevivência e
comportamento dos cupins, a fim de garantir que os experimentos manipulativos em
laboratório reflitam o comportamento natural desses organismos. Nesse estudo,
analisamos como variações na umidade, tamanho do grupo, tipo de substrato e
marcação dos indivíduos de Nasutitermes corniger podem interferir na sobrevivência
dos mesmos em condições de laboratório. Para analisar o efeito da umidade, grupos de
dez cupins foram mantidos a 26oC na ausência ou com adição de 1 ou 2ml de água/7g
de substrato do ninho. O efeito do tamanho do grupo na sobrevivência dos indivíduos
foi testado variando o tamanho do grupo de 1 a 300 indivíduos/placa, em 16 diferentes
tratamentos. Esses grupos foram filmados por 2 min a fim de contabilizar o número
médio de comportamentos coletivos executados por cada indivíduo nos diferentes
tamanhos de grupo. Para verificar o efeito do substrato na sobrevivência, os indivíduos
foram mantidos em placas de Petri com os substratos: papel filtro, ninho peneirado ou
controle (sem substrato). Para avaliar se a marcação dos indivíduos interfere na sua
sobrevivência, os indivíduos foram marcados com tinta guache, cola e mistura de tinta e
cola. Em todos os bioensaios, a mortalidade dos indivíduos foi contabilizada ao longo
do tempo e os dados foram analisados através de análise de sobrevivência, no software
R. Nossos resultados mostram que o aumento da umidade, tamanho do grupo e a
presença de substrato do ninho podem aumentar a longevidade de N. corniger.
Indivíduos em grupos maiores executaram, em média, maior número de antenações.
Indivíduos marcados tiveram a sobrevivência reduzida em relação ao controle; o que
reforça a necessidade de pré-testes específicos para uso de marcadores com diferentes
espécies de cupins. Esse estudo pode ser útil para a padronização de trabalhos futuros
desenvolvidos em condições de laboratório com N. corniger.
Palavras-chave: comportamento, sobrevivência, tamanho do grupo, térmitas.
1

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS EM LABORATÓRIO


PARA ESTUDO DO CUPIM
Nasutitermes corniger (Blattodea: Termidae)

Bruna Vieira dos Santos Oliveira, Daniella Lúcio Santana, Amanda Teixeira dos
Santos, Jailton Jorge Marques, Joseane Santos Cruz & Ana Paula Albano Araújo

Universidade Federal de Sergipe. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. Depto.


de Ecologia. Lab. Interações Ecológicas.
2

1 INTRODUÇÃO

Cupins são insetos considerados os mais importantes macrodetritívoros das regiões

neotropicais por modificarem a estrutura química e física do solo devido ao hábito de

alimentarem de matéria orgânica morta e construírem túneis subterrâneos (Jones et al.

1994, Dangerfield et al. 1998). Devido ao seu hábito de forrageio e construção de ninhos,

esses organismos promovem maior heterogeneidade na paisagem, com consequente maior

manutenção da biodiversidade local (Jouquet et al. 2006, 2011, Davies et al. 2015). Por

outro lado, o hábito alimentar dos cupins também pode gerar perdas em ambientes urbanos

e agrícolas, sendo estimado que 10% das espécies podem ser consideradas pragas

(Constantino 2002, Cancello 2014). Assim, o entendimento dos mecanismos responsáveis

pela exploração do habitat por esses organismos pode ter importantes implicações. No

entanto, apesar da elevada abundância de cupins nas regiões tropicais, o hábito críptico

desses insetos, muitas vezes dificulta a execução de estudos diretamente no campo,

exigindo observações comportamentais em condições de laboratório. O entendimento dos

aspectos ecológicos relacionados às limitações fisiológicas e ao comportamento dos cupins

são essenciais para garantir que os resultados obtidos em condições de laboratório possam

refletir, com maior fidelidade, aqueles que ocorrem naturalmente no ambiente.

Cupins são insetos eussociais, caracterizados pela vida em colônia, com a presença

de um ou poucos pares reprodutores e centenas a milhares de indivíduos estéreis que

apresentam sobreposição de geração e divisão de tarefas (Costa-Leonardo, 2002,

Constatino, 2015). Tais colônias podem se abrigar dentro do próprio recurso (ex. espécies

mais basais) ou construírem seu próprio ninho (ex. espécies mais derivadas). Os ninhos dos

cupins mantêm a homeostase da colônia, uma vez que estabilizam as condições abióticas

como temperatura e umidade, independentemente das condições externas do meio (Jones

& Oldroyd 2006). Este aspecto é de vital importância, uma vez que os cupins são
3

organismos altamente sensíveis à dessecação por possuírem cutícula externa pouco

esclerotizada (Noirot & Darlington, 2000). Os indivíduos das espécies que necessitam sair

do ninho para forragear (ex. forrageadores intermediários e de sítio central), normalmente

o fazem protegidos por túneis (cosntruídos abaixo do solo), galerias (contruídas acima do

solo) ou realizam forrageio noturno. Esse hábito críptico é o principal fator que limita

observações diretas do comportamento dos cupins em condições de campo. Ao mesmo

tempo, estudos em laboratório lidam com a dificuldade em simular as condições artificiais

(ex. temperatura e umidade) apropriadas à sobrevivência desses organismos.

Além da manutenção das condições abióticas adequadas, a atividade e

comportamento dos cupins são altamente dependentes da integridade do grupo. Cada

indivíduo da colônia apresenta um repertório comportamental simples, mediado

principalmente, por sinais de odores e de vibração. As decisões das colônias são realizadas

de forma coletiva, através do esforço de vários indivíduos que interagem entre si (Sasaki &

Pratt 2012), permitindo a execução de tarefas complexas. A vida em grupo pode promover

a facilitação social, fenômeno conhecido pelo aumento do ritmo e frequência de algum

padrão na presença de outros indivíduos conspecíficos (Wilson 1980). Em cupins, a

facilitação social pode minimizar o stress dos indivíduos, aumentando a resistência dos

mesmos às infecções (Rosengaus et al. 1998) e ao efeito de inseticidas (Santos et al. 2004).

Além disso, foi verificado que o tamanho do grupo pode interferir na frequência de

comportamentos interindividuais, tendo consequências na longevidade dos mesmos

(Miramontes & DeSouza 1996). Muitas dessas interações podem envolver tanto o contato

físico (ex. antenação, allogrooming), como também a percepção de pistas químicas que

consistem em misturas de odores (ex. hidrocarbonetos cuticulares) específicas à cada

colônia. Dessa forma, a transferência dos cupins para condições manipuladas deve também
4

levar em consideração o tamanho do grupo, assim como a manutenção de odores que

simulem seu ambiente natural (ex. odor do ninho).

Adicionalmente, estudos comportamentais muitas vezes exigem a marcação dos

indivíduos. Marcadores ideais devem ser atóxicos, facilmente identificáveis e de longa

duração e, principalmente, não devem modificar o comportamento e a sobrevivência dos

indivíduos. Alguns marcadores comumente utilizados para estudos de cupins (ex. Sudan

Red 7B, Nile Blue A, Neutral Red) são adicionados no alimento e podem ser visíveis após

ingestão devido à baixa esclerotização do corpo desses organismos (Su et al. 1991; Evans,

1997; Nobre et al. 2006). No entanto, tal técnica nem sempre é eficiente, seja por

demandar tempo, causar elevada mortalidade dos indivíduos, por nem sempre permitir um

bom contraste visual (Brunow et al. 2005), ou ainda por limitar o desenvolvimento de

estudos que exijam estarvação dos indivíduos. Outros estudos têm sugerido que o uso de

tintas pode ser uma estratégia viável (Loreto et al. 2009), porém a toxicidade das mesmas

pode variar dependendo do tipo de tinta e da espécie em questão.

Nesse estudo, avaliamos alguns fatores experimentais que podem interferir na

sobrevivência do cupim Nasutitermes corniger em bioensaios de laboratório. Esta espécie

está distribuída na região neotropical, com maior disseminação na América Central, sendo

muito encontrada em matas de galeria e matas secas (Costa-Leonardo 2002). Os indivíduos

desta espécie constroem ninhos arborícolas e são forrageadores de sítio central,

apresentando completa independência entre ninho e alimento. Nesta espécie os soldados

têm papel importante não apenas na defesa da colônia, como também são responsáveis

pelo início do forrageio (Costa-Leonardo 2002). Nasutitermes corniger é considerada uma

praga urbana, pois seus ninhos normalmente se localizam próximo às residências

aumentando assim a probabilidade de ataque em estruturas de madeira (Costa-Leonardo

2002). Aqui, avaliamos como a variação da umidade do substrato, tamanho do grupo, tipo
5

de substrato e a marcação dos indivíduos podem interferir na sobrevivência dos indivíduos

de N. corniger em condições de laboratório.


6

2 MATERIAL & MÉTODOS

2.1 Coleta dos cupins

As coletas foram realizadas entre setembro de 2018 e junho de 2019, no campus da

Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão (10°55’34.9”S e 37°06’02.5”O), nordeste

do Brasil. O clima na região se enquadra no tipo As (clima tropical úmido com seca no

verão), de acordo com a classificação climática de Köppen (Chen 2013), apresentando

estação chuvosa (abril a setembro) e seca bem definidas (outubro e março).

As coletas consistiram na remoção de fragmentos dos ninhos no campo, que foram

levados para laboratório e mantidos em bandejas plásticas por 24 h antes da realização dos

bioensaios. A identificação da espécie foi realizada por comparação com amostras da

coleção de Isoptera, do Lab. de Interações Ecológicas, da Universidade Federal de Sergipe,

onde o material de referência foi depositado.

2.2 Bioensaios de sobrevivência de N. corniger em condições experimentais de

laboratório

Bioensaios independentes foram conduzidos a fim de avaliar a porcentagem de

indivíduos sobreviventes ao longo do tempo, considerando-se os efeitos da umidade do

substrato, tamanho do grupo, tipo de substrato utilizado e marcação dos indivíduos.

Em todos os casos, os indivíduos foram mantidos em placas de Petri (5,2 cm x 1,2

cm de altura), em câmera climatizada tipo B.O.D., sob 26°C, na ausência de luz. As

avaliações dos bioensaios consistiram em contabilizar o número de indivíduos mortos ao

longo do tempo, até a morte do último indivíduo nas placas.


7

2.2.1 Umidade do substrato

Para analisar se a umidade do substrato interfere no tempo de sobrevivência dos

indivíduos de N. corniger em condições de laboratório, grupos de 20 indivíduos (16

operários e 4 soldados) foram mantidos sob os tratamentos: (i) controle (sem adição de

água), (ii) adição de 1 ml ou (iii) 2 ml de água destilada. As placas foram cobertas com 7g

de substrato proveniente da parte central dos seus respectivos ninhos, que foi previamente

macerado em peneira (mesh 6 mm). A água foi adicionada em um pedaço de algodão de

1x1 cm inserido no centro da placa. Foram utilizados indivíduos provenientes de três

ninhos distintos, sendo feitas três repetições/ tratamento para cada ninho, totalizando em 27

placas.

2.2.2 Tamanho do grupo

Nesse bioensaio avaliamos se a quantidade de indivíduos no grupo afeta o tempo de

sobrevivência e o comportamento dos cupins. Para isso foram estabelecidos grupos com

diferentes números de indivíduos/placa (1,5,10,20,30,40,50,60,70,80,90,100,150,200,250 e

300), compreendendo 16 tamanhos de grupo. Em todos os tamanhos de grupo foi mantida

a proporção de 20% de soldados (similar à proporção encontrada naturalmente nas

colônias), com exceção do tratamento com um indivíduo, que consistiu em apenas um

operário. Os indivíduos de cada tratamento foram mantidos em placas de Petri com o

fundo coberto por papel filtro. Para cada tamanho de grupo foram feitas cinco réplicas,

sendo cada réplica um ninho distinto, totalizando 80 placas.

Para avaliar se o número de comportamentos coletivos executados por indivíduo

varia em relação ao tamanho dos grupos, para cada tratamento (grupos de 5 a 300

indivíduos) foram feitas três repetições, totalizando 45 placas. Para essa análise foi

excluído o tratamento contendo apenas um indivíduo. As placas contendo os indivíduos


8

foram filmadas uma hora após o início do experimento, durante 2 min. De cada placa

foram selecionados, aleatoriamente, quatro indivíduos, para os quais foram quantificados

os comportamentos coletivos positivos (trofalaxia bucal, trofalaxia proctodeal,

alogrooming e antenação), comportamentos negativos (mordida e luta) e de vibração.

Posteriormente, foi calculado o número de médio de cada comportamento

executado/indivíduo em cada tamanho de grupo.

2.2.3 Tipo de substrato

Para analisar se o tipo de substrato adicionado no fundo das placas interfere no

tempo de sobrevivência dos indivíduos, foram estabelecidos os tratamentos: placas

forradas com (i) papel filtro, (ii) parede do ninho e (iii) controle (sem substrato). O

substrato 'parede do ninho' consistiu em 7g/placa da parte interna e central da parede do

ninho, que foi macerada com o auxílio de um pilão e peneirada (mesh 6mm). Em cada

placa foram adicionados dez indivíduos de N. corniger, sendo oito operários e dois

soldados. Foram utilizados indivíduos provenientes de cinco ninhos distintos, sendo

realizadas cinco repetições/ninho para cada tipo de subsrato (N = 25), totalizando 75

placas.

2.2.4 Marcação dos indivíduos

Para avaliar se a marcação dos indivíduos interfere na sua sobrevivência dos cupins

foram estabelecidos os tratamentos: indivíduos marcados com (i) tinta branca, (ii) tinta

vermelha, (iii) cola branca, (iv) mistura de tinta branca + cola, (v) mistura de tinta vermelha

+ cola e (vi) controle (sem marcações). Para as marcações foi utilizada tinta guache à base

de água (Acrilex ®) e cola branca atóxica (Cascolar ®). As misturas foram feitas na

proporção de 2 partes de tinta:1 parte de cola. As marcações foram feitas na parte dorsal da
9

metade final do abdômen dos operários de N. corniger, com o uso de um pincel. Após

serem marcados, os indivíduos foram mantidos isolados por 1 min até sua secagem

completa. Cada unidade experimental consistiu em uma placa contendo cinco indivíduos (4

operários e 1 soldado). Os indivíduos utilizados foram provenientes de dez ninhos, sendo

realizadas três repetições/ninho para cada tratamento, totalizando 180 placas.

2.3 Análises Estatísticas

Todas as análises foram realizadas no software R (R Development Core Team 2015)

utilizando-se Análise de Sobrevivência, com distribuição de Weibull, pacote survival. Para

isso, análises independentes foram realizadas para os dados de cada bioensaio a fim de

verificar se a proporção de indivíduos mortos (variável y) variava ao longo do tempo em

função dos diferentes tratamentos: umidade do substrato, tamanho do grupo, tipo de

substrato e tipo de marcação (variáveis x).

Análises de regressão linear foram realizadas, independentemente, para testar se o

tempo médio para morte (obtido através da análise de sobrevivência) e o número médio de

comportamentos executados/indivíduo (variáveis y) são dependentes do tamanho do grupo.

3 RESULTADOS

A sobrevivência dos indivíduos foi influenciada pela umidade do substrato (2 =

239,85, g.l. = 537, P < 0,0001; Fig. 1). No entanto, não houve variação significativa entre

os níveis de umidade 1 e 2 ml de água, os quais apresentaram menor taxa de mortalidade

do que o tratamento controle (0 ml de água) (P = 0,45; Fig. 1).


10

Fig. 1. Proporção de indivíduos do cupim Nasutitermes


corniger mortos ao longo do tempo, mantidos em placas com
adição de 0, 1 e 2ml de água destilada.
11

O tempo médio gasto para a mortalidade dos indivíduos de N. corniger aumentou

significativamente com o aumento do tamanho do grupo (F1,14=140,17; P <0,001; Fig. 2).

Dessa forma, grupos maiores se mantiveram vivos por maior intervalo de tempo.

Os indivíduos nos diferentes tamanhos de grupo não executaram comportamentos de

trofalaxia, grooming, mordida e luta. O número médio de vibrações/indivíduo não variou

com o tamanho do grupo (F1,43=0,51, P =0,47). Por outro lado, houve um aumento linear

no número médio de antenações/indivíduo com o tamanho do grupo (F1,43=25,2, P <0,001,

Fig. 3) .

Fig. 2. Tempo médio gasto para mortalidade do cupim


Nasutitermes corniger, em grupos com diferentes números de
indivíduos.

Fig. 3. Número médio de antenações/indivíduo do cupim


Nasutitermes corniger, em grupos com diferentes números
de indivíduos.
12

O tipo de substrato no qual os indivíduos foram mantidos nas placas de Petri também

influenciou significativamente na sobrevivência dos mesmos (2 = 235,51, g.l. = 536, P <

0,0001; Fig. 4). A proporção de indivíduos mortos ao longo do tempo foi semelhante nos

tratamentos controle e papel filtro (P = 0,45; Fig. 4), os quais resultaram em maior

proporção de indivíduos mortos e mais rápida mortalidade quando comparados ao

substrato 'parede do ninho'.

O tipo de marcação dos indivíduos também teve efeito significativo na sobrevivência

dos mesmos (2 = 221,44 , g.l. = 893, P < 0,0001; Fig. 5). A utilização de cola não

mostrou diferenças em relação ao controle, não interferindo na mortalidade dos indivíduos

(P = 0,13; Fig. 5). A adição de tinta branca ou vermelha à cola, resultou em aumento da

mortalidade no tempo em relação ao controle. No entanto, as marcações feitas com tinta

pura resultaram na mais rápida mortalidade dos indivíduos, sendo que os tratamentos tinta

branca e vermelha não diferiram entre si (P = 0,22; Fig. 5).


13

Fig. 4. Proporção de mortalidade de indivíduos do cupim Nasutitermes


corniger ao longo do tempo, mantidos em placas controle (sem
substrato), cobertas com o substrato papel filtro ou ninho peneirado.

Fig. 5. Proporção de indivíduos do cupim Nasutitermes corniger mortos ao


longo do tempo, marcados com diferentes tratamentos (com cola; tinta
branca mais cola; tinta vermelha mais cola; tinta vermelha ou tinta branca)
e controle (não-marcados).
14

4 DISCUSSÃO

A realização de bioensaios comportamentais com cupins em laboratório exige uma

série de procedimentos metodológicos que garantam a sobrevivência por tempo adequado,

assim como a manutenção dos comportamentos mais próximos ao naturalmente executados

pelos indivíduos. Nossos resultados mostraram que a sobrevivência dos cupins é maior na

presença de umidade e do substrato da parede do ninho, e com o aumento do tamanho do

grupo; o que pode estar relacionado à manutenção das condições mais próximas àquelas

dos seus ninhos. Adicionalmente, verificamos que a tinta guache, pode reduzir a

sobrevivência dos indivíduos de N. corniger.

O efeito positivo da umidade sobre os cupins tem sido observado em diferentes

escalas (ex. dentro ou fora do ninho). A distribuição e abundância de cupins nos

ecossistemas revela maior riqueza e densidade em florestas úmidas, quando comparado a

ambientes mais áridos (Couto et al. 2015). O potencial de evapotranspiração, relacionado à

variação da temperatura e umidade, parece ser o principal determinante da maior

ocorrência de cupins em latitudes mais baixas (Cancelo et al. 2014). Já em condições de

laboratório, vários estudos têm demonstrado que a manutenção da umidade é um dos

principais fatores afetando a sobrevivência dos cupins (Gautam and Henderson, 2011;

Wiltz, 2012; Zukowski and Su, 2017). Nosso resultado está de acordo com Ferreira et al.

(2019) que observaram que o cupim Constrictotermes sp., mostrou maior sobrevivência

sob condições de temperatura a 26oC e umidade do substrato em torno de 2-3mL água/ 7g

de substrato. Por possuírem corpo mole e pouco esclerotizado, o aumento da umidade

contribuir para diminuir a dissecação corporal dos cupins (Zukowski & Su 2017, Gautam

& Henderson 2011), tornando as condições mais similares à observada dentro dos seus

ninhos.
15

O aumento do tamanho dos grupos mantidos em condições experimentais também

influenciou diretamente na sobrevivência dos cupins. Grupos maiores sobreviveram por

mais tempo e executaram, em média, maior número de antenações/indivíduo do que grupos

menores. Esse resultado está de acordo com estudos que mostram que o aumento do grupo

pode gerar facilitação social, aumentando as chances de sobrevivência via redução do

estresse (Santos et al. 2004; Miramontes & DeSouza 1996). Adicionalmente, a maior

coesão do grupo e a redução do estresse também podem ser as explicações para o efeito

positivo do substrato da parede do ninho na sobrevivência dos cupins. Cruz et al. (2017)

sugeriram que o maior tempo de sobrevivência do cupim inquilino Inquilinitermes sp. em

contato com a parede interna do ninho, pode ser explicada pela percepção de odores da

colônia hospedeira. Sendo assim, esse substrato poderia ser ideal para manutenção dos

cupins em grupos isolados do ninho. Por outro lado, em alguns casos experimentais

específicos, pode ser que a manutenção dos indivíduos no substrato do ninho não permita

contraste suficiente para boa visualização dos mesmos. Nesse casos, o papel filtro poderia

ser utilizado quando se necessite de maior contraste e quando o cupim tenha dificuldade de

caminhar sem a presença de algum substrato. Por outro lado, caso o experimento exija o

não consumo de alimentos (ex. o próprio papel filtro) os indivíduos poderiam ser mantidos

na placa sem substrato. A desvantagem nesses casos, seria que o tempo para execução dos

bioensaios seria reduzido, tendo em vista a maior mortalidade observada nesses

tratamentos em relação ao uso da parede do ninho como substrato.

Outro fator importante para o contraste e discriminação dos indivíduos, consiste no

uso de marcadores. Aqui verificamos que os cupins marcados morreram mais rapidamente

do que o grupo controle ou marcado com cola somente. Apesar do uso de tinta pura ter

causado mais rápida mortalidade, a adição de cola minimizou tal efeito. Desta forma, a

tinta utilizada pode ter penetrado na cutícula dos insetos causando algum tipo de
16

toxicidade, o que foi reduzido com a adição da cola que tornou a mistura mais viscosa e

com menor chance de penetração. Outro estudo utilizando tinta como marcadores também

verificou redução da sobrevivência dos cupins ao longo do tempo, sendo sugerido pelos

autores que a tinta tenha causado morte por ingestão ou erro de aplicação (Brunow et al.

2005). Já Marins et al. (2017) mostraram que a mistura de tinta guache e cola, como

utilizado aqui, obteve a mesma resposta que o controle, não interferindo assim na

sobrevivência do cupim Cornitermes cumulans. Esses resultados divergentes destacam que

a toxicidade de diferentes marcadores pode diferir entre as espécies de cupins, exigindo a

realização de pré-testes específicos.

Concluindo, nosso estudo ressalta que o aumento da umidade, tamanho do grupo e a

presença de substrato do ninho podem aumentar a longevidade de N. corniger em

condições de laboratório. Por outro lado, também reforça a necessidade de pré-testes

específicos para uso de marcadores em estudos com diferentes espécies de cupins. Tais

resultados podem ser uteis para a padronização de trabalhos futuros desenvolvidos com N.

corniger em condições de laboratório.


17

6 REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, A. C., CUNHA, F. M., OLIVEIRA, M. A. P., VEIGA, A. F. S. L.,


LUNA-ALVES LIMA, E.A. Análise de substratos para testes de sobrevivência com
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ALMEIDA, C. S. Efeito da fragmentação de habitats sobre comunidades de cupins
(Insecta: Isoptera). 2014. 32f. Monografia (Ecologia) – Departamento de Ecologia,
Universidade Federal de Sergipe, Sergipe, 2014.
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A., OLIVEIRA, A. P., SANTANA, A. S., RIBEIRO, E. J. M., LIMA, A. P. S.,
BACCI, L., ARAÚJO, A. P. A. Combined foraging strategies and soldier behaviour
in Nasutitermes aff. coxipoensis (Blattodea: Termitoidea: Termitidae). Behavioural
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BANDEIRA, A.G., and VASCONCELLOS, A. Efeitos de perturbações antrópicas sobre
as populações de cupins (Isoptera) do Brejo dos Cavalos, Pernambuco. In: Brejos de
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Cabral; Marcelo Tabarelli, org.). Brasília: Ministério do Meio Ambiente, p. 145-152,
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