Módulo 2 HACCP
Módulo 2 HACCP
Módulo 2 HACCP
1
OBJECTIVO 2
INTRODUÇÃO 3
ORIGENS DO SISTEMA HACCP 4
VOCABULÁRIO ESPECÍFICO 5
TIPO DE PERIGOS 6
PRINCÍPIOS 8
SEQUÊNCIA LÓGICA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO HACCP 9
PRÉ-REQUISITOS 19
VANTAGENS DO SISTEMA HACCP 24
PRINCIPAIS PROBLEMAS OU OBSTÁCULOS A ULTRAPASSAR
NA IMPLEMENTAÇÃO DO HACCP 25
FORMAÇÃO E TREINO 25
MINAS E ARMADILHAS 26
BIBLIOGRAFIA 26
OBJECTIVO
2
INTRODUÇÃO
A sigla HACCP é a abreviatura de Hazard Analysis and Critical Control Point, (Análise
de Perigos e Controlo de Pontos Críticos).
3
ORIGENS DO SISTEMA HACCP
O sistema HACCP foi desenvolvido nos anos 60 pela empresa Pillsbury (EUA), pelos
laboratórios do Exército dos Estados Unidos e pela NASA, com o objectivo de produzir
alimentos seguros para o programa espacial dos Estados Unidos. Em 1971 foi
apresentado pela Pillsbury à American National Conference for Food Protection e a FDA
(Food and Drug Administration) publicou os regulamentos para alimentos enlatados de
baixa acidez e acidificados.
Esta metodologia é recomendada para empresas do sector alimentar, desde 1980, por
organizações como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Comissão Internacional
de Especificações Microbiológicas dos Alimentos (ICMSF) e a Organização das Nações
Unidas para a Agricultura (FAO). O Comité da Higiene dos Alimentos da Comissão do
Codex Alimentarius publicou, em 1993, um Guia para aplicação do Sistema HACCP.
Também em 1993 a União Europeia aprovou a Directiva 93/43 do Conselho de 14 de
Junho, tendo esta sido transposta para o Direito Nacional através do Decreto-Lei n.º
67/98, de 18 de Março.
4
VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
5
PLANO HACCP: Documento escrito, preparado de acordo com os princípios do HACCP
e que refere os procedimentos a serem seguidos, de modo a garantir o
controlo de um processo ou procedimento específico.
PERIGOS
6
Exemplos
Perigos microbiológicos:
• Bactérias – Ex.: Listeria monocytogenes, Salmonella spp, Staphylococcus
aureus, E.coli
• Toxinas – Ex.: toxina estafilocócica; micotoxinas
• Vírus – hepatite A
Perigos Químicos:
• Antibióticos
• Resíduos de pesticidas
• Agentes de limpeza e desinfecção
• Metais pesados
• Lubrificantes
Perigos Físicos:
• Vidro
• Metal
• Plástico
• Tinta/Estuque
• Jóias
• Cabelos, pêlos
• Ossos, espinhas, pele, caroços, sementes, etc.
7
PRINCÍPIOS
Conforme as indicações do Codex Alimentarius(1), o sistema tem por base 7 princípios:
8
Etapa Procedimento HACCP
13 Verificação
9
1- DEFINIR O ÂMBITO DO PLANO HACCP
Deve definir-se, claramente, o âmbito de aplicação – decidir qual a linha do processo,
qual o produto e que tipo de perigos se vão considerar.
O limite do plano também deve ser definido – o produto à saída da fábrica, no ponto de
venda ou no momento de consumo.
10
3- DESCRIÇÃO DO PRODUTO
A equipa HACCP deve reunir um conhecimento o mais detalhado possível sobre o
produto e processo de produção, que deve incluir aspectos como:
• composição, estrutura, processamento, embalagem, condições de
armazenamento e distribuição, tempo de vida e instruções de utilização;
A informação sobre estes aspectos é essencial para a identificação dos perigos
associados ao produto e por isso devem ser levantadas questões como:
• Que ingredientes ou matérias- primas são usadas?
• Existem microrganismos capazes de se alojarem nestas matérias-primas?
Quais?
• Existe algum ingrediente com propriedades tóxicas ou que contém
substâncias tóxicas?
• O pH dos produtos previne ou inactiva o crescimento de patogénicos?
• Pode o produto ser contaminado durante a preparação, processo ou
armazenamento?
• Serão eliminados durante o processo os microrganismos ou substâncias
tóxicas?
• Pode o produto ser contaminado após tratamento térmico?
• Quais as condições de distribuição?
11
5- ELABORAÇÃO DO DIAGRAMA DE FLUXO E ESQUEMA DA ÁREA DE FABRICO
O fluxograma deve ser bem legível e de fácil compreensão. Deve incluir todos os
passos do processo em sequência (recepção de matérias-primas, preparação,
processamento, distribuição, retalho, consumidor). Cada ponto do processo deve ser
considerado em detalhe e a informação alargada por forma a incluir todos os dados
relevantes.
12
• informação fidedigna (estudos e artigos técnico-científicos).
13
Para que a árvore de decisão seja uma ferramenta eficaz, na determinação dos PCC’s
a considerar, torna-se necessário a correcta interpretação das quatro questões nela
presentes.
14
Se a resposta à Q2 é SIM então a etapa do processo em análise é um PCC. A
equipa deve identificar com precisão qual o factor que é crítico, isto é, se é um
ingrediente, se é a localização ou a prática/procedimento associada à etapa em
análise, antes de aplicar a árvore de decisão à próxima etapa do processo.
A equipa deve considerar toda informação que possui acerca dos procedimentos
associados a cada etapa do processo, por forma a responder a esta questão.
Nesta questão a equipa deve estar ciente de que apenas uma etapa do processo
pode não permitir o desenvolvimento do perigo para níveis inaceitáveis, mas que
com o conjunto das etapas subsequentes isso se possa verificar devido a factores
cumulativos como o tempo e as temperaturas a que o produto se encontra sujeito
durante o processo de fabrico. Desta forma a equipa deve analisar não apenas a
etapa específica em estudo, mas também o efeito que as etapas seguintes podem
representar.
A equipa deve ter em conta as seguintes considerações:
- Os ingredientes utilizados poderão constituir fonte de perigos em estudo ?
- A etapa do processo desenvolve-se num ambiente que pode constituir uma fonte
de perigo ?
15
- É possível ocorrer a contaminação cruzada de outro produto/ingrediente ?
- É possível ocorrer a contaminação cruzada por parte dos operadores ?
- As condições cumulativas de tempo/temperatura são tais que o perigo irá
aumentar no produto para níveis inaceitáveis ?
Se, após considerar todos os factores associados, a equipa tiver a certeza que a
resposta à Q3 é NÃO, então a etapa em estudo não é um PCC e pode-se aplicar a
árvore de decisão à próxima etapa do processo.
Se a resposta é SIM, então a equipa deve passar à Q4 para a mesma etapa do
processo.
Esta questão só deve ser colocada se a equipa respondeu sim à Q3. Esta deve
então questionar sequencialmente as etapas do processo identificadas no
fluxograma por forma a determinar se existe uma etapa subsequente que elimine o
perigo ou o reduza para níveis aceitáveis. A utilização esperada do produto, por
parte do consumidor, deve ser aqui incluída se estivermos a julgar a segurança do
produto até ao consumo.
Se a resposta à Q4 é NÃO então foi identificado um PCC. Neste caso a equipa deve
especificar qual o factor considerado crítico (ex: a matéria-prima, a etapa do
processo, o local da operação, a prática/procedimento associado à etapa do
processo).
16
9- ESTABELECER LIMITES CRÍTICOS DE CONTROLO (PRINCÍPIO 3)
Devem ser definidos numa base científica (fontes fidedignas) e/ou pela consulta de
legislação existente (caso exista).
O estabelecimento de limites críticos por vezes não é simples, principalmente no caso
de dados subjectivos (como a inspecção visual). Nestes casos os limites críticos devem
conter especificações bem claras, bem como exemplos do que é considerado
inaceitável (ex: fotografias).
Noutros casos, como no processamento térmico, os limites críticos devem ter uma base
científica e os parâmetros a medir devem permitir demonstrar que o PCC está sob
controlo (Ex.: temperatura, tempo, caudal, humidade, pH, cloro disponível, etc.).
17
12- ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO (PRINCÍPIO 6)
Devem assegurar que os PCC’s, procedimentos de monitorização e limites críticos são
apropriados e que as acções correctivas foram executadas correctamente.
Devem ser efectuados no final do estudo HACCP e depois em intervalos predefinidos.
18
os procedimentos de monitorização e registos assinados e datados; €
os relatórios de auditorias ao sistema.
Não é possível implementar um sistema HACCP eficaz numa empresa sem que tenham
sido assegurados requisitos como:
- Requisitos estruturais
- O empenho da Direcção/ Administração
- Formação
- Controlo de pragas
- Procedimentos de higiene
- Plano de limpeza e desinfecção
- Controlo da potabilidade da água
- Saúde do manipulador
REQUISITOS ESTRUTURAIS
Estes dizem respeito aos requisitos físicos e às regras de higiene, exigidos pela legislação
horizontal e vertical, a que estão sujeitas as fases de preparação, transformação, fabrico,
embalagem, armazenagem, transporte, distribuição, manuseamento, venda e colocação
dos géneros alimentícios à disposição do público consumidor.
19
EMPENHO DA DIRECÇÃO / ADMINISTRAÇÃO
O envolvimento e o comprometimento da administração com o sistema HACCP a
implementar é essencial para o sucesso do processo. A Direcção tem um papel
fundamental no envolvimento de todos os colaboradores na filosofia do HACCP.
É a responsável máxima pelo projecto e ainda pela selecção da equipa HACCP, pelo
controlo orçamental e pela disponibilidade de recursos financeiros e humanos.
FORMAÇÃO
A formação e sensibilização dos colaboradores é indispensável para o sucesso do
sistema HACCP. A formação em higiene e segurança alimentar deve ser ministrada a
todos os colaboradores a um nível apropriado às operações que executam. A formação
em HACCP deve ser orientada para a administração, equipa HACCP e pessoal
responsável pela monitorização.
CONTROLO DE PRAGAS
Nos locais onde se manipulam, confeccionam, conservam, armazenam, expõem e
comercializam alimentos, deve efectuar-se o controlo dos insectos e roedores.
Estes são portadores de microrganismos patogénicos e podem contaminar os
alimentos, para além dos prejuízos que provocam nas instalações e equipamentos.
O controlo de pragas deve ser efectuado por pessoal com formação específica e com
uma periodicidade determinada. Devem existir nas instalações da empresa,
documentos comprovativos desse controlo (p. ex.: relatórios de visita, fichas técnicas
dos iscos utilizados, mapa de iscos, entre outros).
PROCEDIMENTOS DE HIGIENE
Todos os alimentos são susceptíveis de ser contaminados, devendo, por isso, ser
adoptados os procedimentos mais correctos na manipulação dos alimentos, para que a
sua segurança não sofra alterações nem coloquem em risco a saúde dos
consumidores.
Assim, devem ser elaborados e adoptados Procedimentos de Higiene específicos para
cada empresa, que devem ser distribuídos e explicados a todos os colaboradores, por
forma a dar cumprimento aos mesmos.
20
PLANO DE LIMPEZA E DESINFECÇÃO
A correcta higienização de instalações e equipamentos tem de ser previamente
assegurada. Para isso deve ser elaborado e posto em prática um Plano de Limpeza e
Desinfecção que contemple todos os produtos, procedimentos e periodicidade
adoptados para cada uma das zonas e equipamentos a higienizar. Na figura 2
apresenta-se, a título de exemplo, um formato para o Plano de Limpeza e Desinfecção
ou Plano de Higienização.
Como forma de comprovar o cumprimento desse plano bem como de responsabilizar os
operadores que executam as operações de higienização deve-se monitorizar essas
operações através do preenchimento de um registo (figura 3).
21
Fonte: FQA, Lda
22
SAÚDE DO MANIPULADOR
No âmbito da segurança alimentar interessa considerar a saúde dos manipuladores, dado
que existem determinadas doenças que podem provocar contaminação nos alimentos e
dar origem a toxinfecções alimentares.
As pessoas que trabalham com alimentos não podem sofrer de qualquer doença infecto-
contagiosa como por exemplo a tuberculose ou a hepatite.
Assim, todas as pessoas que contactam com os alimentos devem efectuar um exame
médico completo no início da sua actividade profissional, que inclua zaragatoa naso-
faringea, microradiografia e análise às fezes, por forma a averiguar a sua aptidão para o
serviço. Devem repetilo periodicamente e sempre que existam razões que justifiquem a
realização de novos exames. O manipulador de alimentos deve comunicar ao seu
responsável sempre que sofra de doenças ou sintomas, tais como:
• Dores abdominais, diarreia, febre, náuseas e vómitos;
• Anginas, tosse ou corrimento nasal;
• Processos inflamatórios da boca, olhos e ouvidos;
• Lesões da pele como erupções, furúnculos e feridas infectadas.
Estas situações podem levar ao afastamento temporário dos manipuladores, por forma a
prevenir a contaminação dos alimentos que manipulam.
23
VANTAGENS DO SISTEMA HACCP
24
PRINCIPAIS PROBLEMAS OU OBSTÁCULOS A ULTRAPASSAR NA
IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA
FORMAÇÃO E TREINO
25
(BPF), devendo-lhes ser incutida a importância que podem e devem
desempenhar para garantir o sucesso da implementação do HACCP.
Deve, também, ser ministrada formação e treino específico aos
operadores/manipuladores que irão desempenhar um papel activo na
monitorização dos PCC’s e na aplicação das medidas correctivas.
MINAS E ARMADILHAS
BIBLIOGRAFIA
26