PROCESSO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA

COMARCA DE GOIÂNIA DO ESTADO DE GOIÁS

WILLIAN FERREIRA MIRANDA, BRASILEIRO, SOLTEIRO, ENGENHEIRO ELETRICISTA,


titular do documento de identificação RG 5377074, e inscrita no CPF 035.121.641-
37, nascido aos 14 de março de 1992, filho de ANDREIA DAS DORES SANTOS
MIRANDA e DONIZETE FERREIRA MIRANDA, titular do endereço eletrônico
[email protected], residente e domiciliada rua 408, QUADRA A, LOTE
8-16, APTO. 1101-4, CONDOMÍNIO CLUBE PORTAL DAS FLORES, SETOR NEGRÃO DE
LIMA, GOIÂNIA, GOIÁS, por meio de seu procurador que esta subscreve, in
fine assinado, vem à presença de V. Ex. Propor:

AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C COM TUTELA PROVISÓRIA DE


URGÊNCIA

Em face da empresa, BANCO SANTANDER (BRASIL), inscrita no CNPJ


90.400.888/0001-42, Endereço AV. JUCELINO KUBITSCHECK, 2235, VL.
OLIMPIA, SÃO PAULO, SP, CEP: 04543 -011, pela prática danosa, motivos de
fato e direitos a seguir expostos:

FATOS

No dia 16 de maio do ano de 2021, o Autor recebeu em seu e-mail, um


comunicado da empresa SERASA EXPERIAN, informando que a empresa
SANTANDER havia solicitado a inclusão do seguinte débito em seu nome nas bases
de dados dos serviços de proteção ao crédito Serasa Experian, Boa Vista SCPC e
controlCred, assim como comprova através do Anexo 1 abaixo, de uma suposta
dívida atrasada que o Autor havia com o banco SANTANDER, “dívida” essa, no
valor de R$ 324,77 (trezentos e vinte e quatro reais e setenta e sete centavos).
Anexo 1: comunicado recebido pelo Autor da empresa SERASA EXPERIAN.

No dia 16 de março de 2021, o Autor recebeu a fatura de seu cartão de crédito


da empresa SANTANDER, fatura essa referente ao mês de março, no valor de R$
301,93 (trezentos e um reais e noventa e três centavos), assim como se comprova
pelo Anexo 2 abaixo.
Anexo 2: Fatura do cartão de crédito referente ao mês de março de 2021.

No dia 1 de abril de 2021, o Autor pagou a fatura do cartão de crédito emitido


pela empresa Ré SANTANDER, assim como se comprova o extrato bancário do
Anexo 3.

Anexo 3: comprovante do extrato bancário de pagamento da fatura referente ao mês


de março de 2021.
No dia 16 de abril de 2021, o Autor recebeu uma nova fatura da empresa Ré, no
valor de R$ 22,84 (vinte dois reais e oitenta e quatro centavos), assim como se
comprova pelo Anexo 4.

Anexo 4: Fatura do cartão de crédito referente ao mês de abril de 2021.

No dia 20 de abril de 2021, o Autor pagou a fatura do cartão de crédito emitido


pela empresa Ré SANTANDER, assim como se comprova o extrato bancário do
Anexo 5.

Anexo 5: comprovante do extrato bancário de pagamento da fatura referente ao mês


de abril de 2021.
Mesmo o Autor tendo pagado as duas faturas de cartão de crédito dos meses de
março e abril, assim como comprovado claramente através do anexo 3 e 5, a
empresa Ré SANTANDER, através de uma conduta extremamente irresponsável e
lesiva, solicitou indevidamente a empresa SERASA EXPERIAN a inclusão do CPF e
nome do Autor nas bases de dados dos serviços de proteção ao crédito Serasa
Experian, Boa Vista SCPC e controlCred, assim como se comprova pelo Anexo 6.

Anexo 6: imagem retirada do próprio aplicativo da empresa SERASA EXPERIAN dos débitos
negativados indevidamente.

Antes que o nome do Autor fosse incluído nos diversos órgãos de proteção a
crédito indevidamente, este tratou de fazer contato via telefonema junto a
empresa Ré SANTANDER, afim de “barrar” que seu nome não fosse incluído
injustamente nos órgãos de proteção a crédito, assim como se comprova pelo
Anexo 7.

As ligações foram infrutíferas, mesmo o Autor informando que havia realizado


todos os pagamentos das faturas anteriores, a empresa Ré SANTANDER, de forma
indevida, ilegal e irresponsável, determinou que o CPF do cliente fosse colocado
na lista de “mal pagadores” nos sistemas de proteção ao crédito, quase 1 mês
depois do cliente ter realizado os pagamentos das duas faturas.

Ao todo, o Autor realizou 17 (dezessete) ligações a empresa Ré SANTANDER


apenas no dia 21 de maio, onde permaneceu entre a primeira e a última ligação,
aproximadamente 150 (cinto e cinquenta) minutos no telefone tentando resolver
seu problema junto a empresa Ré SANTANDER, assim como comprova o Anexo 7
abaixo.
Anexo 7: registro de ligações realizadas a empresa Ré SANTANDER.

Antes do Autor ter seu CPF incluído nos órgãos de proteção ao crédito
indevidamente, este possuía uma pontuação de SCORE de crédito equivalente a
982 (novecentos e oitenta e dois) pontos, junto a empresa SERASA EXEPERIAN,
assim como se comprova pelo Anexo 8. O SCORE de crédito é um dos itens
avaliados na concessão de empréstimos, financiamentos e cartões.

Anexo 8: SCORE de crédito antes da inclusão do CPF do Autor junto aos órgãos de
proteção ao crédito.
Após ter seu CPF incluído indevidamente junto a todos os órgãos de proteção de
crédito do país, o SCORE de crédito do Autor, caiu para a pontuação de 178
(cento e setenta e oito) pontos, assim como se comprova pelo Anexo 9.

Anexo 9: SCORE de crédito depois da inclusão do CPF do Autor junto aos órgãos de
proteção ao crédito.

Não fosse suficiente todo o desgaste emocional diante dessa situação


humilhante e injusta que o Autor fora submetido indevidamente, este agora não
poderá solicitar cartões de crédito, empréstimo, crédito de qualquer natureza
junto a qualquer instituição financeira do país, entre outros diversos serviços, visto
que seu nome se encontra restrito junto a todos os órgãos de proteção de crédito
do Brasil.

Assim como se comprova pelo Anexo 10, o valor de R$ 324,77 (trezentos e vinte
quatro reais e setenta e sete centavos), resulta do soma das faturas já pagas no
mês de março no valor de R$ 301,93 (trezentos e um reais e noventa e três
centavos) e abril R$ 22,84 (vinte dois reais e oitenta e quatro centavos) de 2021
pelo Autor, mas que estão sendo cobradas novamente pela empresa Ré
SANTANDER.

Anexo 10: soma das faturas já pagas do mês de março e abril de 2021 e que estão
sendo cobradas novamente pela empresa Ré SANTANDER, valor esse que deu origem
ao comunicado inclusão do CPF do Autor junto a empresa SERASA EXPERIAN.
O Autor tinha planos de nas próximas 3 (três) semanas financiar um veículo, mas
por ter seu SCORE de crédito reduzido por culpa exclusiva da empresa Ré
SANTANDER, esse desejo do Autor de adquirir um veículo, não será mais possível
de se realizar.

DO DIREITO E DANO MORAL

É de se registrar que tal NEGATIVAÇÃO do nome do AUTOR, foi perpetrada ao


arrepio da lei, sendo certo que não precedido da necessária notificação escrita
ao REQUERENTE, que mesmo ciente que NÃO DEVE e os pagamentos das faturas
de cartão de crédito já foram PAGAS imediatamente após seu recebimento,
inclusive, tem-se violado o disposto no Art. 43 §2 do CDC:

“Art.43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às


informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e
de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas
fontes.”

§ “2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de


consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando
não solicitado por ele.”

Em decorrência deste incidente, o AUTOR experimentou situação constrangedora,


angustiante, tendo sua moral abalada, face à indevida inscrição de seu nome no
cadastro de inadimplentes com seus reflexos prejudiciais, sendo suficiente a
ensejar danos morais.

O certo é que até o presente momento, o AUTOR permanece com seu nome
registrado no cadastro do SERASA conforme extrato em Anexo 6, por conta de
dois débitos JÁ QUITADOS.

A empresa requerida atualmente está agindo com manifesta negligência e


evidente descaso com o AUTOR, pois jamais poderia ter cobrado a dívida e muito
menos manter o nome do AUTOR junto ao cadastro de inadimplentes.

Sua conduta, sem dúvida, causou danos à imagem, à honra e ao bom nome do
Autor que está nos cadastros do SERASA e de outros diversos órgãos de proteção
de crédito do país, de modo que se encontra com uma imagem de “PÉSSIMO
PAGADOR” perante a sociedade, de forma absolutamente indevida, eis que nada
deve.

Desta forma, não tendo providenciado a retirada do nome do AUTOR dos


cadastros dos serviços de proteção ao crédito, não pode a empresa requerida se
eximir da responsabilidade pela reparação do dano causado, pelo qual responde.

Neste sentido, o TJ-SC já se manifestou conforme segue:


TJ-SC – Agravo de Instrumento AI 84654 SC 2005.008465-4 (TJ-SC)

Data de publicação: 30/09/2005

Ementa: PROCESSUAL CIVIL – TUTELA ANTECIPADA – CADASTRO DE


INADIMPLENTES – MANUTENÇÃO DO NOME DO DEVEDOR POR MAIS
DE CINCO ANOS – ILEGALIDADE – INTELIGÊNCIA DO ART. 43, § 1º, DO
CODECON. É ilegal manter o nome do devedor inscrito em cadastro de
inadimplentes por prazo superior a cinco anos.

Com o mesmo entendimento, o TJ-RS também se manifestou:

TJ-RS – Apelação Cível AC 70054024492 RS (TJ-RS)

Data de publicação: 05/06/2013

Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL. MANUTENÇÃO DE REGISTRO


DO NOME DO DEVEDOR EM CADASTRO DE RESTRIÇÃO DE CRÉDITO POR
PRAZO SUPERIOR A CINCO ANOS. CANCELAMENTO DA ANOTAÇÃO.
PRETENSÃO DE COBRANÇA DA DÍVIDA. PRESCRIÇÃO OCORRENTE. DANO
MORAL. RECURSO CONTRA A DECLARAÇÃO DE ILEGITIMIDADE PASSIVA.
INOVAÇÃO DA CAUSA DE PEDIR. 1. Processual Civil. Ilegitimidade passiva
da CDL declarada com base em não poder a parte responder pela
prescrição do débito. Razões de apelo que suscita falta de notificação
prévia da abertura do cadastro. Ausência de contraposição aos
fundamentos da sentença e inovação da causa de pedir. 2. Caso em
que o devedor obteve liminar em ação no JEC para cancelar o registro.
Julgada improcedente a demanda naquele Juizado, o credor formalizou
nova inscrição pelo mesmo débito, alterando valor e data de
vencimento, quando já decorrido o prazo de prescrição para cobrança
da dívida. Infringência ao art. 206 , § 5º , inc. I do CC combinado com o
art. 43 , § 1º da Lei n.º 8.078 /1990. 3. Dano moral ipso facto. Indenização
em valor módico, observada a existência do débito. Declarada a
prescrição da pretensão de cobrança da dívida. CONHECERAM EM
PARTE A APELAÇÃO E, NA PARTE CONHECIDA, DERAM PROVIMENTO AO
RECURSO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70054024492, Décima Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana,
Julgado em 23/05/2013).

No que tange ao dano moral vale a pena citar:

“APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – DANOS MORAIS –


PROCEDÊNCIA – DECISÃO CORRETA – NOME INSCRITO NO SPC
INDEVIDAMENTE – ANTECIPAÇÃO CONCEDIDA – PROVA DO PREJUÍZO –
DESNECESSIDADE – ART. 159 CC DE 1916 – VALOR FIXADO COMPATÍVEL
COM A LESÃO – RECURSO IMPROVIDO. A indevida inscrição do nome do
ofendido no SPC autoriza a antecipação da tutela para sua exclusão e
motiva a indenização por dano moral, independentemente da prova
objetiva do prejuízo. A fixação do valor indenizatório deve servir para
amenizar o sofrimento do ofendido e também desestimular a repetição
do ato lesivo. Sentença mantida”. (RAC n. 44349/2003 – Dr. Gerson
Ferreira Paes).
“INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – INJUSTA NEGATIVAÇÃO NO SPC –
DEVER DE INDENIZAR – DESNECESSIDADE DE PROVA DO PREJUÍZO – VALOR
DA INDENIZAÇÃO – RECURSOS IMPROVIDOS. A permanência da inscrição
em órgão de restrição ao crédito, depois de quitada a dívida, acarreta a
responsabilidade pela indenização, independente da prova objetiva do
dano. Na fixação da indenização há que se atentar para a não
configuração do enriquecimento seu causa da vítima”. (RAC n.
18301/2004 – Des. Evandro Estáblie)

É oportuno aqui Excelência, fazer referência à Constituição Federal de 1988, que é


muito clara ao dispor, no seu art. 5º, inciso X, “verbis”:

“X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, o honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo material ou moral
decorrente de sua violação”.

Dessa forma, claro é que a empresa requerida, ao cometer imprudente ato,


afrontou confessada e conscientemente o texto constitucional acima transcrito,
devendo, por isso, ser condenada à respectiva indenização pelo dano moral
sofrido pelo Autor.

A única conclusão a que se pode chegar é a de que a reparabilidade do dano


moral puro não mais se questiona no direito brasileiro, porquanto uma série de
dispositivos, constitucionais e infraconstitucionais, garantem sua tutela legal.

Para que se caracterize o dano moral, é imprescindível que haja:

 Ato ilícito, causado pelo agente, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência;

 Ocorrência de um dano seja ele de ordem patrimonial ou moral;

 Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente.

A presença do nexo de causalidade entre os litigantes está patente, sendo


indiscutível o liame jurídico existente entre eles, pois se não fosse a manutenção do
nome do AUTOR no rol de protestados o mesmo não teria sofrido os danos morais
pleiteados, objeto desta ação.

Evidente, pois, que devem ser acolhidos os danos morais suportados, visto que, em
razão de tal fato, decorrente da culpa única e exclusiva da EMPRESA REQUERIDA,
este teve a sua moral afligida e sofreu constrangimento de ordem moral, o que
inegavelmente consiste em meio vexatório.

Dano moral, frise-se, é o dano causado injustamente a outrem, que


não atinja ou diminua o seu patrimônio; é a dor, a mágoa, a
tristeza infligida injustamente a outrem com reflexo perante a
sociedade.

Neste sentido, pronunciou-se o E. Tribunal de Justiça do Paraná:


“O dano simplesmente moral, sem repercussão no patrimônio, não
há como ser provado. Ele existe tão-somente pela ofensa, e dela é
presumido, sendo bastante para justificar a indenização” (TJPR –
Rel. Wilson Reback – RT 681/163).

Preconiza o artigo 927 do Código Civil:

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo”.

Indubitavelmente, feriu fundo à honra do autor ver seu nome protestado por um
título JÁ QUITADO E PRESCRITO, espalhando por todo e qualquer lugar que fosse a
falsa informação de que é inadimplente.

Em que pese o grau de subjetivismo que envolve o tema da fixação da


reparação, vez que não existem critérios determinados e fixos para a
quantificação do dano moral, a reparação do dano há de ser fixada em
montante que desestimule o ofensor a repetir o cometimento do ilícito.

Bem se vê, à saciedade, ser indiscutível a prática de ato ilícito por parte do
requerido, configurador da responsabilidade de reparação dos danos morais
suportados pelo autor.

DA TUTELA ANTECIPADA

Diante de todos os fatos aqui relatados e documentos juntados, é evidente que


tutela pretendida nesta demanda deverá ser concedida de forma antecipada,
posto que a parte autora preencha os requisitos do artigo 273 do CPC, pois dentre
os documentos juntados se encontram provas suficientes do pagamento das
faturas de cartão de crédito.

Por outro lado, também há fundado receio de dano irreparável, ou de difícil


reparação tendo em vista a negativação do nome do autor gerar na sociedade a
“IMPRESSÃO DE UM MAL PAGADOR” na pessoa do AUTOR.

Portanto, se a tutela for postergada até a sentença final, possivelmente a parte


Autora já terá sofrido danos irreparáveis.

Assim sendo, pelos motivos acima discutidos e demonstrados, desde já, requer seja
concedida a TUTELA ANTECIPADA, onde a empresa Ré, deverá imediatamente
retirar do quadro de devedores o nome do AUTOR, sob pena de agravar-se ainda
mais.
INVERSÃO DO ONUS DA PROVA

Em regra, o ônus da prova incumbe a quem alega o fato gerador do direito


mencionado ou a quem o nega fazendo nascer um fato modificativo, conforme
disciplina o artigo 333, incisos I e II do Código de Processo Civil.

O Código de Defesa do Consumidor, representando uma atualização do direito


vigente e procurando amenizar a diferença de forças existentes entre pólos
processuais onde se tem num ponto, o consumidor, como figura vulnerável e
noutro, o fornecedor, como detentor dos meios de prova que são muitas vezes
buscados pelo primeiro, e às quais este não possui acesso, adotou teoria moderna
onde se admite a inversão do ônus da prova justamente em face desta
problemática.

Havendo uma relação onde está caracterizada a vulnerabilidade entre as partes,


como de fato há, este deve ser agraciado com as normas atinentes na Lei no.
8.078-90, principalmente no que tange aos direitos básicos do consumidor, e a
letra da Lei é clara.

Ressalte-se que se considera relação de consumo a relação jurídica havida entre


fornecedor (artigo 3º da LF 8.078-90), tendo por objeto produto ou serviço, sendo
que nesta esfera cabe a inversão do ônus da prova quando:

“ O CDC permite a inversão do ônus da prova em favor do


consumidor, sempre que foi hipossuficiente ou verossímil sua alegação.
Trata-se de aplicação do princípio constitucional da isonomia, pois o
consumidor, como parte reconhecidamente mais fraca e vulnerável
na relação de consumo (CDC 4º,I), tem de ser tratado de forma
diferente, a fim de que seja alcançada a igualdade real entre os
participes da relação de consumo. O inciso comentado amolda-se
perfeitamente ao princípio constitucional da isonomia, na medida em
que trata desigualmente os desiguais, desigualdade essa reconhecida
pela própria Lei.” (Código de Processo Civil Comentado, Nelson Nery
Júnior et al, Ed. Revista dos Tribunais, 4ª ed.1999, pág. 1805, nota 13).

Diante exposto com fundamento acima pautados, requer o autor a inversão do


ônus da prova, incumbindo o réu à demonstração de todas as provas referente ao
pedido desta peça.

DOS PEDIDOS

1. Seja deferido o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, para que a


empresa reclamada solicite imediatamente a retirada do nome do Autor
do banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito, sob pena de
multa diária a ser arbitrada por este douto juízo;
2. Seja notificada a empresa reclamada para, querendo, contestar a
presente, devendo comparecer nas audiências de conciliação e
instrução/julgamento, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria
de fato, e no final a condenação da empresa no pagamento dos valores
pleiteados, acrescidos de correção monetária, juros de mora;

3. Pleiteia-se, por fim, a concessão do benefício da gratuidade processual,


tendo em vista que neste momento o autor não tem condições de arcar
com as despesas processuais e honorárias;

4. Inversão do ônus da prova.

Atribui a presente ação no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais).

Goiânia, 28 de maio de 2021.

Willian Ferreira Miranda

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