Alimentos 4
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Rafaela Franqueto
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Introdução
Olá, caro estudante! Nesta unidade, vamos estudar as ferramentas utilizadas para o controle de qualidade.
Você conhece alguma ferramenta para uso de controle de qualidade em alimentos? Nesse caso, a legislação
brasileira segue a tendência mundial em relação à preocupação com a qualidade dos alimentos
comercializados no país. Você tem ideia dos objetivos específicos da legislação?
Pois bem, o objetivo de todas as normas e leis elaboradas e fiscalizadas pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) é oferecer a máxima segurança alimentar aos consumidores, tentando evitar os acidentes
registrados recentemente e que deixaram sequelas a muitos, inclusive a morte (SILVA JR, 2006). Em relação às
ferramentas para controle de qualidade, você sabia dizer pelo menos uma delas? Bom, as Boas Práticas de
Fabricação (BPF) e a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) podem ser consideradas
ferramentas para tal fim. Ambas se referem a um conjunto de requisitos e análises críticas do ambiente de
produção, que se estende por toda a cadeia de fornecimento até o consumidor final, objetivando a redução dos
perigos de infecção e intoxicação alimentar, seja aguda ou crô nica (JUCENE, 2011).
O avanço da medicina disseminou o conhecimento de diversas causas de doenças que estão associadas à
ingestão de alimentos contaminados. Desta forma, as agências reguladoras ajudam a estabelecer os padrõ es de
segurança para alimentos e que agora passam também a preocupar as naçõ es em desenvolvimento –
principalmente aquelas que são exportadoras de alimentos in natura ou processados, como é o caso do Brasil.
Vamos começar? Bons estudos!
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4.2.1 Histórico
A empresa norte-americana Pillsbury Company iniciou a aplicação do APPCC para produção de alimentos
devido à cooperação, na década de 1960, entre National Aeronautic and Space Administration (NASA), Natick
Laboratories of the U.S. Army e U.S. Air Force Space Laboratory Project Group, no contexto do início dos voos
espaciais tripulados. Uma das aplicaçõ es desse sistema foi exatamente para o desenvolvimento de alimentos
para o programa espacial dos Estados Unidos (RIBEIRO-FURTINI; ABREU, 2006).
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Esse programa buscava 100% de garantia contra a contaminação por micro-organismos patogênicos e vírus,
toxinas e riscos químicos e físicos que poderiam causar doenças ou ferimentos nos astronautas. O programa
estabeleceu testes para o produto final, objetivando a segurança dos alimentos, além de promover um sistema
preventivo para a produção segura de alimentos, com aplicação universal (JAY, 1992; RIBEIRO-FURTINI;
ABREU, 2006).
VOCÊ SABIA?
A implantaçã o do programa APPCC na indú stria alimentícia vem ao encontro da
satisfaçã o das exigê ncias da legislaçã o, uma vez que se trata de programa que tem
como filosofia a prevençã o da contaminaçã o. Por trabalhar junto a outros já
utilizados, busca també m nã o desperdiçar pré -investimentos, aproveitando os
investimentos feitos em outros programas. A implantaçã o do APPCC satisfaz tanto
a legislaçã o nacional quanto a internacional, oferecendo segurança e abrindo
caminhos para a exportaçã o. Entretanto, no Brasil, ainda existem algumas
dificuldades para que este programa seja totalmente difundido e fiscalizado
(RIBEIRO-FURTINI; ABREU, 2006).
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No início da década de 1970, o conceito APPCC, antigo HACCP (Hazard Analisys and Critical Control Points),
tornou-se pú blico durante a National Conference on Food Protection. Nos anos seguintes, a U.S. Food and Drug
Administration (FDA) iniciou o treinamento de seus inspetores e processadores de alimentos da baixa acidez
com base nos seus princípios (CORLETT, 1989). Até 1971, o sistema APPCC era composto de três partes:
análise de riscos, determinação de pontos críticos de controle (PCCs) e monitoramento de PCCs (BRYAN,
1992). O sistema tem passado por consideráveis análises, refinamentos e exames. No quadro 1, apresentamos
um resumo sobre o desenvolvimento do programa.
Em meados da década de 1980, mais precisamente no ano de 1985, a National Academy of Science americana
recomendou aos estabelecimentos que processam alimentos que adotassem o sistema como forma de garantir
a segurança dos produtos alimentícios (CORLETT, 1989).
Em geral, o APPCC tem sido amplamente recomendado por ó rgãos de fiscalização e utilizado em toda cadeia
produtiva de alimentos, por ter como filosofia a prevenção, a racionalidade e a especificidade para o controle
dos riscos que um alimento pode oferecer, principalmente no que diz respeito à qualidade sanitária
(CORLETT, 1989; FONSECA; SOUZA FILHO, 2012).
As observaçõ es verificadas no setor de produção de alimentos, somados às ameaças decorrentes nas ú ltimas
décadas de doenças antes desconhecidas ou até mesmo raras, mas já constatadas em vários países, como o
mal da vaca louca e as gripes suína e aviária, convenceram os pró prios governos a determinarem a aplicação
do programa HACCP ou APPCC (RIBEIRO-FURTINI; ABREU, 2006).
Existem distintos fatores que devem ser considerados na caracterização de perigo, os quais estão relacionados
tanto aos micro-organismos quanto aos hospedeiros humanos. Em relação aos micro-organismos
contaminantes, clique nas abas abaixo e conheça os fatores mais importantes de acordo com o Códex
Alimentarius (2006):
•
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Já a Portaria n. 46/1998 (BRASIL, 1998), emitida pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento (MAPA),
instituiu o mesmo sistema para ser implantado gradativamente nas indú strias alimentícias com origem
animal, sob regime do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
A CNI (Confederação Nacional da Indú stria), o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o Sebrae
(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em concordância com as açõ es do MAPA,
desenvolveram e executam o Projeto APPCC e BPF, buscando difundir o sistema para o setor produtivo de
alimentos e empresarial. As instituiçõ es ainda propiciam a formação de consultores especializados no
sistema e o treinamento de técnicos das empresas que aderirem ao projeto.
Em geral, o programa APPCC é uma abordagem científica e sistemática elaborada para prevenir a ocorrência de
problemas, buscando assegurar que os controles sejam aplicados em determinadas etapas no setor
alimentício (BRASIL, 2006). Vale ressaltar que todo o programa é capaz de adaptar-se às mudanças, como os
progressos do desenho de equipamentos ou em procedimentos de elaboração ou inovaçõ es tecnoló gicas.
Alimento seguro
Análise de perigos
Relacionado à identificação e à avaliação de potenciais perigos (físico, química, bioló gica) que
apresentem riscos à saú de do consumidor.
Árvore decisória
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É o diagrama que representa a sequência de questõ es para a determinação dos Pontos Críticos de
Controle (PCCs).
Critérios
Requisitos que orientam a tomada de decisão em cada PCC. Podem ser empregados os seguintes
parâmetros: tempo, temperatura, pH, teor de sal, ensaios microbioló gicos, avaliação sensorial,
dentre outros.
Desvios
Limite crítico
Valor estabelecido que não pode ser excedido no controle do ponto crítico. Quando o limite não é
atendido, significa que o alimento não apresenta garantia de segurança.
Limite de segurança
Medida de controle
Ação que pode ser utilizada para prevenir e/ou eliminar um perigo à segurança do consumidor.
Monitoração
Sequência planejada de verificaçõ es para assegurar que um PCC esteja em controle, identificando
possíveis desvios dos limites críticos. Pode ser continua ou intermitente.
Perigo
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Possibilidade de uma contaminação inaceitável que pode causar danos à saú de do consumidor.
Relacionado a fragmentos (metal, vidro, madeira, pedra) que podem cortar a boca, quebrar dentes,
causar choques ou até mesmo perfurar o trato gastrointestinal.
Relacionado a pesticidas, produtos de limpeza, antibió ticos, metal pesado, tinta, ó leo lubrificante.
Perigo significativo
Perigo de ocorrência possível e/ou com potencial para resultar em risco inaceitável.
Etapa no qual uma medida de controle pode ser aplicada e um perigo pode ser eliminado, prevenido
ou reduzido.
Risco
Severidade
Magnitude do perigo ou o grau de consequência. Pode ser classificado em: alta, média ou baixa.
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Verificação
O APPCC é considerado uma técnica não-tradicional de inspeção que se concentra na prevenção e solução de
problemas por parte também do produtor. O sistema pode afastar o que é genérico, focalizando no específico,
como um produto ou uma matéria-prima.
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Para determinação dos Pontos Críticos (PC) e dos PCC, é preciso utilizar um diagrama decisó rio (árvore de
decisão) com perguntas básicas para orientar a análise. O diagrama decisó rio, recomendado pelo Códex
Alimentarius, inclusive, deve ser flexível para adequação ao tipo de operação a analisar. Nesse sentido, para
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orientar o trabalho, todo o processo deve ser examinado e várias perguntas podem ser feitas em relação ao
produto (LOPES, 2007):
• Quais são os ingredientes que fazem parte da formulação?
• Qual o perfil microbiológico das matérias-primas?
• São usados conservantes? Quais?
• Qual o pH?
• Qual o valor da atividade da água (Aa)?
• Quais são as técnicas de conservação utilizadas (pasteurização,
esterilização, desidratação, refrigeração, congelamento,
fermentação etc.)?
• Quais as condições para distribuição e uso?
• O produto deve ser mantido em temperatura ambiente,
congelado, sob refrigeração ou aquecido?
• A embalagem é adequada para manter a estabilidade do
produto?
• Qual o tempo de vida de prateleira pretendido? Considerar os
prazos para distribuição, armazenamento/exposição e em poder
do consumidor;
• Quais são as falhas que podem ocorrer durante a comercialização
ou nas mãos do consumidor?
• O produto será consumido por uma população sensível (crianças,
idosos ou pessoas enfermas)?
Em relação ao registro, podemos citar como exemplos: descrição da equipe; responsabilidades individuais;
tipo de produto; fluxograma de processo; análise de perigos; limites críticos; procedimentos de monitoração;
açõ es corretivas nos PCC; registros e procedimentos de verificação; treinamento de funcionários (LOPES,
2007).
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CASO
Os limites precisam ser associados a medidas de parâ metros importantes para o
controle dos PCC (temperatura, tempo, pH, atividade de á gua, acidez titulável, teor de
substâ ncias químicas). No processo de conservaçã o do leite por aplicaçã o de calor, por
exemplo, o limite crítico será : “mínimo de 73º C/15 segundos”, se for utilizada a
té cnica de pasteurizaçã o.
Em relação à verificação (Princípio 7) podemos citar alguns exemplos: elaboração de cronograma de revisão
do APPCC; revisão dos registros de monitoração; revisão dos limites críticos; calibração de instrumentos de
medição de variáveis críticas (BERTOLINO, 2010).
A diferença entre ISO e APPCC é de que a ISO 9000 atua como suporte para a implementação da APPCC e,
juntos, são fundamentais para promover o sucesso da indú stria de alimentos, pois suas recomendaçõ es se
complementam. Outra diferença é de que a APPCC é utilizada para identificar os PCCs, enquanto a ISO 9000 é
empregada no controle e monitoramento dos aspectos críticos para a qualidade (FIGUEIREDO; COSTA NETO,
2001).
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É de fácil percepção que o APPCC apresenta várias etapas de planejamento, como as citadas anteriormente, e os
sete princípios da implantação do sistema. Entretanto, para realizar a avaliação da implantação, é necessário
verificar o pó s-implantação (BERTOLINO, 2010).
No pó s-implantação do sistema APPCC, a auditoria pode ocorrer de forma interna ou externa. Entretanto, é de
fundamental importância ter consigo uma equipe na empresa preparada para a sua implantação, auditoria e
fiscalização. Outro item importante pó s-implantação é o plano resumo, que tem como objetivo fornecer uma
visão geral dos sete princípios do sistema e apresentar, resumidamente, um formulário ú nico. A revisão do
plano é uma etapa determinante nas alteraçõ es ou atualizaçõ es do plano, representando, desta forma, o início
de uma nova implantação ou nova versão do sistema APPCC (BERTOLINO, 2010; GOMES et al, 2011).
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A árvore de decisão (figura a seguir) demonstra os cuidados e o conhecimento do processo para tomada de
decisão. Outro fator em destaque é que o PCC predomina quando a etapa ou processo é o ú ltimo para realizar o
controle do perigo (CRUZ; CENCI; MAIA, 2006).
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Fonte: BRASIL, 1998.
Não existe um limite para o nú mero de PCC, dependendo do processo e do tipo de produto. Mas uma
quantidade muito elevada pode significar condição insatisfató ria de implantação de BPF, instalaçõ es precárias,
entre outros.
Antes de preencher o quadro, é necessário descrever o diagrama de fluxo de produção. Muito importante
lembrar que embalagem de vidro pode trazer fragmentos no seu interior ou pode se quebrar no momento do
envase. Desta forma, é necessário um controle rigoroso na recepção de material (embalagem) e no
envasamento ou embalamento.
Os perigos microbioló gicos são os que envolvem os micro-organismos patogênicos, assim como a produção
das toxinas. Entretanto, alguns micro-organismos podem apresentar benefícios na produção de alimentos,
como por exemplo os Bacillus na produção de iogurte.
Em relação ao perigo do tipo bioló gico, este envolve os agentes que apresentam particularidades, formas de
sobrevivência e medidas preventivas especificas. Nesse caso, para cada agente bioló gico é construída uma
estratégia de prevenção, controle e monitoramento do perigo.
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VOCÊ SABIA?
Os vírus da Hepatite A, Rotavírus e Norwalk estã o presentes na maté ria fecal de
pessoas infectadas e podem contaminar alimentos de forma direta (esquema
fecal-oral) ou de forma indireta (esgotos que contaminam plantações e peixes).
A seguir, vamos conhecer alguns exemplos de agentes de bactérias, fungos e parasitas. Clique e acompanhe:
Bactérias Salmonella sp, Staphylococcus aureus, Bacillus, Escherichia coli, Bacillus cereus.
Podemos citar Aspergillus flavus, que pode ser transmitido por cereais, amendoim,
Fungos
grãos de café, tabaco e presunto curado.
Vale lembrar da Giardia e da Taenia. Para o caso da Giardia, a forma mais comum de
Parasitas contaminação se dá quando o indivíduo ingere carne crua ou malpassada
contaminada e algumas folhosas contaminados.
A figura abaixo apresenta um exemplo de planilha que pode ser utilizada para controle de perigos bioló gicos.
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Os perigos químicos se referem a substâncias que ocasionam danos à saú de do consumidor. Geralmente, estão
presentes naturalmente nos alimentos (micotoxinas, histamina, ciquatoxina), podem ser originados de
matéria-prima (metais pesados, resíduos de agrotó xicos, antibió ticos) ou adição de produtos químicos
(conservantes, nitrosaminas, agentes de limpeza). A figura abaixo apresenta um exemplo de planilha para
controle dos perigos químicos.
Importante ressaltar que quando o perigo químico é originado na pró pria matéria-prima, como, por exemplo,
na presença de agrotó xicos acima do permitido, esse fato implica em dificuldade no seu controle. Portanto,
não existe possibilidade de eliminá-los quando se encontram no interior do produto.
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Perigo biológico
No perigo bioló gico, geralmente a higienização é o básico para minimização dos riscos de
contaminação e, como medidas preventivas, podem-se adotar as Boas Práticas de Fabricação
(BPF).
Perigo físico
Em relação ao perigo físico, é preciso realizar uma análise do tipo de material estranho. Sendo
metal, pode ser instalado um imã para prevenção. Para prevenção de presença de fragmentos de
vidro, por exemplo, é possível lavar todas as embalagens antes do envase, no momento da
recepção do material. Essa tarefa exige uma rotina de procedimentos para todo lote de material.
Perigo químico
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Quando se remete à perigo químico, pode-se escolher uma auditoria na empresa fornecedora
para atender a um padrão de produção que nos dê a matéria-prima adequada, como, por
exemplo, o agrotó xico (BERTOLINO, 2010).
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VOCÊ O CONHECE?
Joseph M. Juran é considerado o “Pai da Qualidade”. Juran, por meio de diversas
té cnicas e medidas de gestã o, conseguiu desenvolver estudos que até hoje servem de
base para grandes empresas e entusiastas da qualidade, definindo-a por pesquisa de
mercado, concepçã o do produto e especificações do projeto. Estabeleceu que a
qualidade é feita de planejamento, controle e melhoria (SLACK et al. 1999).
Armand Vallin Feigenbaum, em 1951, lançou o livro “Total Quality Control”, que relata um sistema de
qualidade total que exige implementação completa dos procedimentos em toda empresa, além da atuação
apenas do setor de Gestão da Qualidade. Relaciona-se com o trabalho de todos os processos na organização e
afirma que não é possível fabricar produtos de alta qualidade se a área de produção trabalha isolada.
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Na década de 1960, Philip Crosby desenvolveu o programa “Zero Defeito”, afirmando que os processos devem
proporcionar soluçõ es às necessidades não só dos clientes, mas também dos fornecedores, funcionários e
acionistas (CHIAVENATO, 2003; JOAQUIM, 2009).
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Em geral, os produtos que são obtidos a partir do processamento somente devem ser
comercializados quando estiverem de acordo com os padrõ es de identidade e qualidade (PIQ)
estabelecidos pela legislação sanitária federal.
Todo alimento deve ser produzido de acordo com o Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) ou
Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ).
Em caso de produtos sem PIQ ou RTIQ, a empresa precisa apresentar uma proposta de PIQ ou
RTIQ, anexando referências internacionais, na seguinte ordem de prioridade: Códex Alimentarius,
blocos econô micos, FDA/USA, legislaçõ es de outros países, ou atender às diretrizes de avaliação
de risco e segurança de uso estabelecidas em Regulamento Técnico específico.
O Brasil, como um dos integrantes do Mercado Comum do Sul (Mercosul), obedece aos
Regulamentos Técnicos Mercosul de Identidade e Qualidade dos Alimentos, assegurando um
tratamento equivalente no que diz respeito à sua identificação e classificação para fins de
comercialização e, ainda, contribuindo para preservar a saú de dos consumidores, ao eliminar
barreiras técnicas não tarifárias e prevenir fraudes e práticas desleais ao comércio (ALMEIDA,
2000).
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A certificação é processo de terceira parte, de verificação de conformidade da produção com normas e padrõ es
técnicos preestabelecidos, privados ou pú blicos de países importadores e conhecidos como có digos de
conduta (NEVES, 2005). A certificação abrange todas as fases de produção, do campo ao mercado final,
permitindo rastrear a cadeia produtiva e fidelização do consumidor pelas garantias de qualidade e procedência
daquele produto (LIMA; MOURA; SILVA, 2011).
A certificação de origem também pode ser aplicada a produtos de origens vegetal e animal. Diferencia o
produto tanto para o produtor quanto para o consumidor e comprova a qualidade e a origem desses produtos
(VIETTI; GIASSI, 2005). A opção por determinado tipo de certificação pode ser realizada de acordo com a
solicitação do mercado de destino e as exigências do comprador.
A certificação orgânica tem sido mais utilizada na produção de hortaliças. As certificaçõ es aplicáveis às frutas
no Brasil podem ser classificadas em três grandes grupos: orgânicas, de Boas Práticas Agrícolas (BPA) e
socioambientais (JULIÃ O; VIANA, 2011).
A certificação socioambiental ainda é pouco aplicada no Brasil. São consideradas como nova geração de
certificaçõ es de alimentos aquelas que têm como objetivo a produção sustentável que combine práticas
preocupadas com o ambiente e a sociedade, além dos aspectos econô micos.
Conclusão
Chegamos ao final desta unidade e você pô de compreender a influência das ferramentas de controle de
qualidade na produção de alimentos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Bibliografia
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ALMEIDA, C. R. O sistema HACCP como instrumento para garantir a inocuidade dos alimentos. 2000.
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