Apostila - Introdução À Microbiologia

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Curso de Microbiologia Clínica

Introdução a Microbiologia

Mônica Lubarino Soares - [email protected] - CPF: 056.561.155-00


Os primeiros passos do que conhecemos como Microbiologia: o que a
história tem a nos dizer?

A palavra Microbiologia deriva do grego: mikros (“pequeno”), bios


(“vida”), e logos(“ciência”). Esta Ciência estuda os organismos
microscópicos e suas atividades biológicas, isto é, verificam as diversas
formas, estruturas, reprodução, aspectos bioquímico-fisiológicos, e seu
relacionamento entre si e com o hospedeiro, podendo ser benéficos e
prejudiciais. A Microbiologia trata os organismos microscópicos
unicelulares, onde todos os processos vitais são realizados numa única
célula. A Célula é menor unidade funcional de um organismo e
independente da complexidade que o mesmo apresente, é através das
células que todas as funções vitais são realizadas. Todas as células vivas são
basicamente compostas de: membrana plasmática, citoplasma e núcleo,
além de organelas que exercem diversas funções do metabolismo celular.
De forma geral, todos os sistemas biológicos possuem as seguintes
características comuns:

● Habilidade de reprodução.
● Capacidade de ingestão ou assimilação de substâncias alimentares,
visando a obtenção de energia e de crescimento.
● Cabilidade de excreção de produtos tóxicos.
● Capacidade de reagir ou se adaptar às alterações do meio ambiente.
● Susceptibilidade a mutações.

De acordo com tais características supracitadas, os


micro-organismos podem ser classificados por diferença de complexidade.
Portanto, o estudo dos micro-organismos pode ser dividido em
Microbiologia e Parasitologia. A parasitologia é a ciência que estuda os
parasitos, ou seja, micro-organismos que sempre atuam de forma
parasitária ao hospedeiro. E é por esse motivo, que compreender a relação
que há entre o homem e os microrganismos é tão importante, a relação

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parasita-hospedeiro. Já a Microbiologia médica é dividida em 3 grandes
grupos: Bactérias, Vírus e Fungos (pode-se considerar as Algas em algumas
aplicabilidades médicas). Os vírus são acelulares, possuem apenas um tipo
de material genético DNA ou RNA, não possuem metabolismo próprio, são
incapazes de se reproduzir sozinhos e são considerados parasitas
intracelulares obrigatórios. Os Fungos são eucariontes, unicelulares e
pluricelulares, grandes agentes decompositores (heterotróficos), são
bastantes utilizados em diversas atividades humanas como alimentos,
medicamentos, biocombustíveis e etc.
As bactérias são microrganismos procariontes (não possuem
carioteca), possuem o núcleo disperso no citoplasma, o que contribui para
alta mutagenicidade das mesmas. Podem viver isoladamente ou em
colônias. Algumas bactérias apresentam um DNA extra, que é chamado de
plasmídeo. Ele não é essencial à vida, mas apresenta características
vantajosas para o organismo, como por exemplo a resistência bacteriana.
Embora na maioria das vezes os microrganismos são considerados
nocivos para os hospedeiros, existem diversos microrganismos que
exercem funções produtivas ao hospedeiro. Portanto, os micro-organismos
podem ser classificados como Comensais (não causam prejuízo ao
hospedeiro) e Patogênicos (são capazes de causar doenças). O grupo de
microrganismos comensais que são encontrados nos hospedeiros são
denominados microbiota normal.
Historicamente falando, convém dizer que desde a antiguidade
havia a suspeita de que deveriam existir organismos menores do que
aqueles que se podia observar. Alguns se aventuravam a dizer que nas
costas de um animal maior existia um menor, e neste menor existia um
ainda menor e assim sucessivamente. Havia também a ideia de que as
doenças se propagavam por sementes. Mas quem pela primeira vez,
convenceu o mundo de que os microrganismos existiam foi Antony Van
Leeuwenhoek, considerado o pai da Microbiologia.
A Microbiologia é uma ciência que foi impulsionada com a
descoberta do microscópio por Leeuwenhoek (1632 – 1723). A partir da

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descoberta do microscópio e a constatação da existência dos
microrganismos, os cientistas começaram a indagar sua origem, surgindo
então, as teorias da abiogênese ou geração espontânea e a biogênese.
Leeuwenhoek era um holandês, comerciante de tecidos. Para não
ser enganado na compra, começou a utilizar lentes para verificar os
produtos que adquiria. Isto despertou o seu interesse na produção destes
instrumentos. Ele passou a produzir lentes com tal acuidade que
permitiam aumentos de até 400 vezes. Com estas lentes começou a
investigar o mundo que o cercava. Como não era um cientista, ele passou a
comunicar suas descobertas através de cartas. Em 1674, escreveu para a
Sociedade Real Inglesa que tinha ficado maravilhado ao descobrir em uma
gotícula uma série de “animálculos”. Ele descreveu com tal precisão o que
tinha observado que hoje é possível identificar os microrganismos
visualizados. No entanto, como não era da área da ciência, não deixou
discípulos. Com a sua morte, a técnica de polimento das lentes foi perdida,
e seu trabalho interrompido.
Antony era um homem comum que possuía um armazém, era
zelador da prefeitura e servia como provador oficial de vinhos para a cidade
de Delft na Holanda. Tinha como hobby polir lentes de vidro, as montava
entre fios nas placas de bronze ou prata para inspecionar fibras e
tecelagem de roupas, flores, folhas e pingos d’água. Na época, era comum
o interesse pelo mundo natural, mas Leeuwenhoek tinha o cuidado de
descrever, detalhadamente, tudo o que fazia e o que observava com suas
lentes. Usando seu precário microscópio, observava águas de rios, infusões
de pimenta, saliva, fezes, etc. Até que verificou nesses materiais, a presença
de um grande número de pequeníssimos objetos móveis e de formas
diferentes, que não poderiam ser vistos sem a ajuda das lentes, e os
chamou de “animálculos” por acreditar que seriam pequenos animais
vivos. Leeuwenhoek fez observações magníficas sobre a estrutura
microscópica das sementes e embriões de vegetais, animais invertebrados,
espermatozoides, sangue, circulação sanguínea etc. Uma dimensão
inteiramente nova enriqueceu a biologia (bio = vida, logia = estudo). Todos

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os tipos principais de microrganismos que hoje conhecemos –
protozoários, algas, fungos e bactérias foram primeiramente descritos por
Leeuwenhoek.
Após Leeuwenhoek, um novo impulso só foi dado na microbiologia
com o desenvolvimento da indústria óptica na Alemanha com a produção
de microscópios compostos. O primeiro período áureo da microbiologia
teve início no final do século XIX, com a derrubada da teoria da abiogênese,
o estabelecimento dos processos de fermentação como produto da
atividade de microrganismos, o estabelecimento da relação de
microrganismos com as doenças e o desenvolvimento da microbiologia
agrícola e ambiental.
A teoria da abiogênese teve origem junto com a humanidade. Ela
era, inclusive, defendida por grandes filósofos. Mas à medida que o
conhecimento sobre biologia evoluía, ela ia paulatinamente sendo
derrubada. O ponto final foi dado por Redi, em 1668, quando demonstrou
que as larvas que surgiam na carne em putrefação eram um estágio da
vida das moscas, e que as mesmas não surgiam na carne se a mesma
estivesse devidamente protegida. No entanto, com a descoberta dos
microrganismos, esta teoria ressurgiu, pois preparados aparentemente
isentos de microrganismos, em pouco tempo, apresentavam abundância
dos mesmos. Logo, duas correntes de pensamento foram estabelecidas: a
da biogênese e a da abiogênese, cada qual produzindo experimentos
tentando provar sua teoria ou derrubar a outra.
Alguns cientistas acreditavam, inclusive Leeuwenhoek, que as
“sementes” destas criaturas microscópicas estão sempre presentes no ar,
de onde ganham acesso aos materiais e ali crescem desde que as
condições sejam adequadas ao seu desenvolvimento. A essa forma de
multiplicação dos microrganismos chamou-se biogênese.
Outros cientistas acreditavam que os microrganismos se formavam
espontaneamente a partir da matéria orgânica em decomposição ou
putrefação, essa forma de multiplicação chamou-se abiogênese. A
abiogênese também ficou conhecida como geração espontânea. A crença

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na geração espontânea de seres vivos teve uma longa existência. A ideia da
geração espontânea teve origem na Grécia Antiga, que acreditava que rãs
e minhocas surgiam, espontaneamente, de um pequeno lago ou lama.
Outros acreditavam que larvas de insetos e moscas eram produzidas a
partir de carne em decomposição. Pouco a pouco, essas ideias foram
perdendo força, por demonstrações científicas como a do médico italiano
Francesco Redi (1626 – 1697), que demonstrou que as larvas encontradas na
carne em putrefação eram larvas de ovos de insetos e não um produto da
geração espontânea.
Convencer os que apoiavam a abiogênese de que um ser não
poderia surgir apenas da matéria orgânica, tornou-se bem mais difícil,
principalmente, a partir do experimento de Heedham em 1749, que
demonstrou que, de muitos tipos diferentes de infusões, invariavelmente,
emergiam criaturas microscópicas (microrganismos), independentemente
do tratamento que receberam, protegidas ou não, fervidas ou não. Hoje,
sabe-se que os experimentos de Heedham foram falhos, pois este não
tomava precauções higiênicas para proteger seus experimentos do ar
circundante, permitindo dessa forma a contaminação de suas infusões.
Os partidários da teoria da biogênese começaram com o
conhecimento de que o calor matava os microrganismos, assim, meios de
cultura submetidos à fervura por longos períodos, mostravam a ausência
de microrganismos. Mas, com o passar do tempo, os microrganismos
surgiam. Logo, eles podiam estar aparecendo de algum lugar e, o mais
lógico, era do ar. Trataram então de aquecer o material em recipientes
fechados e assim o mantinham estéril. Os adeptos da teoria da abiogênese
contra atacaram, argumentando que em ambientes fechados os
microrganismos não teriam acesso ao oxigênio que era considerado, na
época, essencial a todo o tipo de vida. Foi quando entrou em cena Louis
Pasteur. Ele resolveu o problema utilizando um balão de vidro cujo
pescoço fora esticado e encurvado na forma de um pescoço de cisne. O
frasco, contendo no seu interior meio de cultura era, então, aquecido e
fervido. Com esse procedimento, o meio de cultura ficava isento de

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microrganismos por longos períodos. Só surgiam microrganismos quando
o gargalo era quebrado ou quando se fazia o líquido vir até a borda do
pescoço e retornar para dentro do frasco. Na realidade, pode-se dizer que
Pasteur teve muita sorte, pois, outro pesquisador, Tyndall, também
realizava experimentos semelhantes, utilizando uma caixa selada. Quando
ele passava através da caixa um raio de luz e verificava que não havia
partículas em suspensão no ar, o meio de cultura permanecia estéril. Seu
experimento foi repetido diversas vezes com sucesso. De repente, o meio
começou a apresentar crescimento. Ao investigar o problema, ele
descobriu que o que estava crescendo era um microrganismo que
produzia endósporos, capazes de resistir a alguns minutos de fervura.
Outra participação de Pasteur foi no estabelecimento dos processos de
fermentação.
Não é possível falar de microbiologia sem mencionar Louis Pasteur
(1822 – 1895). Era um químico francês bastante respeitado na época por
seus inúmeros trabalhos científicos, dedicou seus consideráveis talentos ao
estudo dos microrganismos. Interessou-se pela indústria de vinhos
franceses e pela função dos microrganismos na produção de álcool. Este
interesse incentivou-o a continuar o debate sobre a origem dos
microrganismos, uma vez que ainda persistiam alguns defensores da
geração espontânea ou abiogênese.
Na época de Pasteur, as fermentações foram consideradas reações
químicas. Ao estudar este processo Pasteur descobriu que em boas
produções de vinhos e cervejas, ocorria a presenças de microrganismos
conhecidos, hoje, como leveduras. Sugeriu então que estas leveduras
deveriam ser inoculadas nos mostos ou sucos de uva para a produção de
um bom produto. Mas havia um problema: esses materiais já
apresentavam uma microbiota oriunda do campo, da própria uva, dos
processos de transporte e processamento. Como eliminar estes
organismos, para introduzir somente os microrganismos desejáveis? O
aquecimento eliminava os microrganismos, mas também alterava as
características do produto. Foi quando Pasteur desenvolveu um

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procedimento conhecido por pasteurização. Pasteur deu um grande
impulso na tecnologia de alimentos.
O processo de preservação dos alimentos pela pasteurização foi
criado por esse ilustre cientista, e o nome do processo de pasteurização foi
dado em sua homenagem. Você terá a oportunidade de saber como
funciona a pasteurização na disciplina de Microbiologia dos alimentos.
O procedimento de pasteurização é utilizado até hoje na preservação
de alimentos como sucos, cervejas, leites e ovos. Outro pesquisador que
teve participação destacada no desenvolvimento da microbiologia,
notadamente na área médica, foi Robert Koch. Ele era um médico que
vivia no interior da Alemanha e ganhou de presente de aniversário de sua
esposa um microscópio com o qual começou a pesquisar o mundo
microbiano. Ao investigar a morte de animais por uma doença conhecida
por carbúnculo, verificou que nas lâminas preparadas com esfregaço do
sangue encontrava um microrganismo em forma de bastão.
Assim, ele começou então a relacionar a presença deste
microrganismo ao desenvolvimento da doença. Como provar isso? Parecia
ser fácil. Bastava inocular este microrganismo em um animal sadio e ver se
este desenvolvia a doença. Mas, para isso, era necessário obter esse
organismo em cultura, em uma cultura contendo apenas esse
microrganismo, ou seja, uma cultura pura. Foi necessário, então, o
desenvolvimento de metodologia de isolamento, de cultivo de
microrganismos e de identificação.
A partir daí, Koch elaborou quatro postulados, conhecidos como
Postulados de Koch, que são utilizados até hoje para relacionar doenças ao
seu agente, ou seja:
● O microrganismo deve estar presente em todos os casos da
doença.
● O microrganismo deve ser isolado em uma cultura pura.
● Ao ser inoculado em um organismo sadio e suscetível, esse deve
desenvolver os sintomas da doença.
● O microrganismo deve ser obtido, novamente, em cultura pura.

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Com estes postulados, em questão de duas décadas (1880 a 1900),
muitas doenças importantes para a espécie humana, incluindo a de outros
animais e as de plantas, tiveram os seus agentes identificados. Isso abriu as
portas para o controle das infecções, possibilitando a prevenção, o
tratamento e a cura. Pasteur participou, ainda, do entendimento do
processo de imunização e desenvolvimento de vacinas. Certa vez, ao tentar
demonstrar que havia identificado o agente causador de uma doença de
aves, verificou que bactérias, quando submetidas ao cultivo continuado,
podiam ficar atenuadas, ou seja, perdiam a capacidade de produzir a
doença, mas não perdiam a capacidade de induzir a imunidade.
Na demonstração, Pasteur inoculou um lote de galinhas com a
bactéria isolada e outro lote permaneceu como testemunha. Para seu
espanto, ambos os lotes permaneceram vivos. Avaliando o que poderia ter
ocorrido, descobriu que a cultura utilizada no experimento era velha, ou
seja, com vários dias de incubação. Ele resolveu, então, repetir o
experimento inoculando um novo lote de galinhas e o lote que tinha sido
inoculado anteriormente. Ao avaliar o experimento, verificou-se que as
galinhas inoculadas com a cultura jovem haviam morrido.
As que receberam a cultura jovem, mas que anteriormente haviam
sido inoculadas com a cultura velha, e as que não foram inoculadas,
continuaram vivas. Desta forma, foi sugerido que a imunidade poderia ser
obtida inoculando-se microrganismos atenuados e deu-se o nome dessa
técnica de vacinação. O termo foi uma homenagem a Jenner, que teria
utilizado material de vacas com varíola para imunizar humanos.
Enquanto a maioria dos microbiologistas da época estava
preocupada com as questões de patogenicidade, em descobrir quem
provoca o que, alguns questionavam: se existem tantos microrganismos no
ambiente, no solo, na água, na superfície de plantas e animais, qual é o
papel destes microrganismos, o que eles fazem? Nessa indagação tiveram
grande participação Winogradsky e Beijerinck. Eles demonstraram a
importância dos microrganismos na ciclagem dos nutrientes e

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descobriram microrganismos quimiolitotróficos e fixadores de nitrogênio.
Nas décadas de 40 e 50, iniciou-se o segundo período áureo da
microbiologia. Os microrganismos são utilizados como modelos, como
ferramentas, na síntese de compostos orgânicos e no desenvolvimento da
genética e tecnologia de DNA recombinante. Esses conhecimentos vieram
a culminar com o desenvolvimento da biotecnologia, ou seja, com o uso de
organismos ou partes destes na obtenção de produtos e serviços.

Anatomia e Fisiologia básica das bactérias


As bactérias são procariontes, enquanto fungos, protozoários e
outros microrganismos são eucariotos. As células eucariotas contêm um
núcleo com membrana nuclear envolvendo vários cromossomos,
enquanto as células procariotas têm um único cromossomo (nucleoide)
não envolto por membrana nuclear. As células eucariotas também têm
várias organelas subcelulares com funções especializadas, inclusive
mitocôndrias (estruturas de respiração aeróbia) e cloroplastos (estruturas
de fotossíntese dos vegetais verdes). Na verdade, essas organelas
subcelulares provavelmente evoluíram a partir dos microrganismos
procariotos, que entraram nas células eucariotas e desenvolveram relações
simbióticas com elas ao longo do tempo, perdendo as funções metabólicas
associadas à vida livre e desenvolvendo características ou atributos que
beneficiaram o organismo “hospedeiro”.

Dimensões e formatos das bactérias


As células bacterianas apresentam ampla variação de tamanho e
forma. Em geral, a maioria das bactérias mede 0,2 a 2,0 μm de diâmetro e 1
a 6 μm de comprimento, embora alguns microrganismos presentes no
ambiente possam medir até 100 μm. Existem quatro morfologias básicas
das bactérias: células esféricas, ou cocos; células em forma de bastão, ou
bacilos; células espiraladas, ou espirilos; e células em forma de vírgula, ou
vibriões. As configurações de cocos em pares, cadeias ou cachos definem

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os grupos de microrganismos conhecidos como diplococos, estreptococos
e estafilococos, respectivamente (Figura 5.1). Os microrganismos em forma
de bastão podem ter morfologia homogênea, ser um pouco mais curtos (i.
e., “cocobacilos“), ou ter formato de clave ou haltere (“corineformes“). Os
microrganismos em forma de vírgula geralmente definem uma
característica básica de determinadas espécies (p. ex., espécies de Vibrio).
O mesmo se aplica a algumas outras bactérias espiraladas (p. ex., espécies
de Campylobacter, Helicobacter, Borrelia e Treponema), nas quais a
formação de espirais pode ser frouxa (cerca de 4 espirais por
microrganismo) ou rígida (14 a 20 espirais por microrganismo).

Constituição da Parede Celular


A parede celular da bactéria assegura rigidez estrutural, confere
forma à célula e cria uma barreira física contra o ambiente externo. O
componente rígido da parede celular de todas as bactérias é composto de
peptideoglicano. O peptidoglicano é encontrado em todas as espécies
bacterianas, exceto micoplasmas e ureaplasmas, cujas paredes celulares
são pouco desenvolvidas. O peptideoglicano consiste em um dissacarídeo

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repetitivo ligado por polipeptídeos para formar uma rede que circunda e
protege toda a célula. A porção dissacarídica é composta por
monossacarídeos, denominados N-acetilglicosamina (NAG), e ácido
N-acetilmurâmico (NAM) (de murus, significando parede), que estão
relacionados à glicose.
Na maioria das bactérias gram-positivas, a parede celular consiste
em muitas camadas de peptideoglicano, formando uma estrutura rígida e
espessa. O espaço entre a parede celular e a membrana plasmática de
uma bactéria gram-positiva é o espaço periplasmático. Ele contém a
camada granular, a qual é composta de ácido lipoteicoico. Além disso, as
paredes celulares das bactérias gram-positivas contêm ácidos teicoicos,
que consistem principalmente em um álcool (como o glicerol ou ribitol) e
fosfato.
As paredes celulares das bactérias gram-negativas consistem em
uma ou poucas camadas de peptideoglicano e uma membrana externa. O
peptideoglicano está ligado a lipoproteínas na membrana externa e está
localizado no periplasma, a região entre a membrana externa e a
membrana plasmática. O periplasma contém uma alta concentração de
enzimas de degradação e proteínas de transporte. As paredes celulares
gram-negativas não contêm ácidos teicoicos.

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A estrutura da parede celular das bactérias tem importância prática
direta para o microbiologista, porque o tipo de estrutura dessa parede é
essencialmente responsável pela reação ao corante de Gram. Essa
coloração diferenciada divide a maioria das bactérias em dois grupos –
gram-positivas e gram-negativas. No procedimento de coloração por Gram,
as células são (1) coradas com violeta cristal; (2) tratadas com iodo para
formar um complexo de violeta cristal e iodo dentro da célula; (3) lavadas
com um solvente orgânico (acetona–álcool); e (4) coradas novamente com
um contracorante vermelho de safranina. Nas bactérias gram-positivas, o
complexo arroxeado formado por violeta cristal e iodo fica retido na célula
depois da lavagem com ácido-álcool, porque a camada espessa de
peptidoglicano não permite que tais complexos sejam removidos da célula
pela lavagem. Nas bactérias gram-negativas, o complexo de violeta cristal e
iodo é removido da célula (i. e., a célula torna-se incolor) em razão do
rompimento da membrana externa rica em lipídios pelo solvente orgânico
de acetona–álcool. Essas células incolores precisam ser coradas pelo

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contracorante safranina para que sejam observáveis à microscopia óptica.
As bactérias gram-positivas têm coloração azul-arroxeada ao microscópio,
enquanto as gram-negativas são coradas em vermelho pelo contracorante
safranina.
Os microrganismos que fazem parte dos gêneros Mycobacterium,
Nocardia e Corynebacterium apresentam uma modificação da parede
celular existente nas bactérias gram-positivas. Nesses microrganismos, os
lipídios representam até 60% do peso seco da parede celular. Esses
microrganismos contêm moléculas conhecidas como ácidos micólicos em
suas paredes celulares. Os ácidos micólicos são ácidos graxos β-hidroxílicos
α-substituídos grandes, que se apresentam na forma de ésteres ligados aos
polissacarídeos da parede celular.
Os microrganismos álcool-acidorresistentes coram-se em vermelho
com o corante básico carbolfucsina e são resistentes à descoloração por
álcool-ácido. Em razão da hidrofobicidade da parede celular das
micobactérias, a penetração do corante na célula é facilitada pelo
tratamento com calor (i. e., método de Ziehl-Neelsen) ou pela incorporação
de um detergente ao corante (i. e., método de Kinyoun). A resistência à
descoloração por ácido-álcool (i. e., “álcool-acidorresistência”) está
associada às moléculas de ácido micólico-arabinogalactano, que
constituem a maior parte dos materiais da parede celular externa ligados à
camada de peptidoglicano.

Endospóros bacterianos
Endósporos são estruturas esféricas ou ovais formadas dentro de
algumas espécies de bactérias, que representam um estágio dormente ou
de “repouso” do ciclo de crescimento do microrganismo. Entre as bactérias
clinicamente significativas, os endósporos são produzidos pelos bacilos
gram-positivos que pertencem ao gênero Bacillus e outros gêneros
relacionados, assim como pelos bacilos gram-positivos anaeróbios do
gênero Clostridium. Nesses gêneros, os endósporos são produzidos em
resposta à privação de nutrientes dentro da célula bacteriana vegetativa.

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Esses endósporos são altamente resistentes aos efeitos deletérios de calor,
ressecamento, pressão e alguns desinfetantes químicos. As temperaturas
de esterilização (i. e., 120°C por 15 a 20 minutos) são necessárias para
destruir os esporos. Os endósporos podem ser esféricos, subesféricos ou
ovais, podem diferir quanto à localização na célula (i. e., centrais, terminais
ou subterminais) e podem ou não distender a célula. Em geral, os
endósporos não se coram com as técnicas de coloração rotineira (p. ex.,
Gram) e aparecem como corpúsculos incolores refráteis nos esfregaços
corados.

Estruturas da superfície das bactérias


Cápsulas
Algumas bactérias têm uma cápsula externa à camada mais exterior
da parede celular. A cápsula pode ser espessa ou fina, e pode estar firme
ou frouxamente associada à superfície externa da parede celular. O
material capsular levemente associado também pode ser descrito como
uma camada viscosa ou glicocálix. Em geral, o material capsular é
composto de polissacarídeos, que podem formar polímeros de
monossacarídeos simples (glicanos, dextranos, levanos) ou
heteropolissacarídeos contendo os açúcares hexose e pentose, mais ribitol,
glicerol ou outros álcoois de açúcares. Os fosfatos também são
encontrados comumente. Na maioria dos casos, a cápsula é sintetizada na
membrana celular; seus componentes são sintetizados e exportados para
fora da célula por um sistema “carreador” de lipídios isoprenoides, no qual
os componentes precisam estar ligados ao material capsular “preparatório”
já presente na superfície da célula. Em alguns casos, assim como a cápsula
de glicana de Streptococcus mutans, a cápsula é sintetizada por um grupo
de enzimas extracelulares e também associadas à parede celular, que são
conhecidas como glicosiltransferases.
A cápsula bacteriana desempenha várias funções. Ela protege a
célula da desidratação e dos materiais tóxicos presentes no ambiente (p.
ex., íons de metais pesados, radicais livres) e facilita a concentração dos

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nutrientes na superfície da célula bacteriana, em razão de sua composição
polianiônica. Além disso, a cápsula também desempenha um papel
importante na aderência das bactérias às células e às superfícies das
mucosas. Essa aderência é necessária para que muitos microrganismos
causem infecções nos hospedeiros apropriados. Algumas cápsulas
bacterianas têm a função de proteger as células contra a fagocitose
(quando não há anticorpos anticapsulares) pelos leucócitos
polimorfonucleares.

Flagelos
Flagelos bacterianos são apêndices filamentosos longos, que se
originam da membrana citoplasmática e estendem-se através da parede
celular até o meio circundante. Essas estruturas são responsáveis pela
mobilidade das bactérias. Em geral, os flagelos são encontrados nas
bactérias gram-negativas em forma de bastão, embora os bastonetes (p.
ex., espécies de Listeria) e os cocos (algumas espécies de Enterococcus e
Vagococcus) gram-positivos também tenham essas estruturas. Os flagelos
diferem em quantidade e distribuição nas células. As bactérias com um
único flagelo polar são conhecidas como monotríquias; as que têm dois ou
mais flagelos originados de um polo ou ponto são lofotríquias; as que
apresentam um único flagelo localizado em dois pontos ou pólos
diferentes são chamadas de anfitríquias; e as que têm dois ou mais flagelos
(um tufo) em dois pontos ou pólos da célula são as chamadas
anfilofotríquias. Os microrganismos que apresentam flagelos distribuídos
por toda a superfície da célula são conhecidos como peritríquios.

Fímbrias/Pili
As fímbrias, ou pili, são apêndices menores encontrados na superfície
de muitas bactérias gram negativas e de algumas gram-positivas. Embora
os termos pili ou fímbrias tenham sido utilizados como sinônimos, hoje em
dia esse último termo é aplicado para descrever quaisquer apêndices
piliformes não flagelares, enquanto o primeiro é usado para indicar as

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fímbrias das bactérias gram-negativas, que funcionam especificamente na
transferência do DNA de uma célula para outra durante o processo de
conjugação (i. e., pili sexuais). As fímbrias são compostas de uma proteína
conhecida como fimbrilina (ou pilina), medem 3 a 25 nm de diâmetro e 10
a 20 nm de comprimento. As fímbrias também atuam como organelas
celulares para a fixação nas células e/ou nas superfícies mucosas; as
fímbrias que desempenham essa função de fixação são conhecidas
comumente como adesinas.

Metabolismo Bacteriano
As bactérias podem ser divididas em dois grandes grupos com base
em sua necessidade de carbono – as bactérias litotróficas (ou autotróficas)
e as organotróficas (ou heterotróficas). As bactérias litotróficas podem usar
dióxido de carbono como fonte única de carbono e sintetizá-lo a partir dos
“esqueletos” de carbono de todos os seus metabólitos orgânicos. Essas
bactérias necessitam apenas de água, sais inorgânicos e CO2 para seu
crescimento e sua energia é originada da luz (bactérias fotolitotróficas) ou
da oxidação de uma ou mais substâncias inorgânicas (bactérias
quimiolitotróficas). As bactérias organotróficas não conseguem usar CO2
como única fonte de carbono, mas necessitam também de moléculas
orgânicas como a glicose. Para essas bactérias heterotróficas, uma parte do
composto orgânico que serve como fonte de energia também é usada
para sintetizar os compostos orgânicos necessários ao microrganismo.
Algumas bactérias podem usar dióxido de carbono atmosférico
como fonte principal de carbono para as reações de biossíntese. A energia
para catalisar essa utilização pode ser energia solar (bactérias
fotolitotróficas) ou da oxidação de moléculas inorgânicas (bactérias
quimiolitotróficas). Os microrganismos que necessitam de fonte orgânica
de carbono também necessitam de algum CO2 para sintetizar algumas
macromoléculas, inclusive para a biossíntese dos ácidos graxos. O dióxido
de carbono para essas reações geralmente é obtido da decomposição de

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substratos orgânicos, a qual ocorre ao mesmo tempo que as reações de
biossíntese.
A necessidade de oxigênio de uma bactéria específica reflete seu
mecanismo usado para obter energia. Com base nas suas necessidades de
oxigênio, as bactérias podem ser divididas em cinco grupos. Os anaeróbios
obrigatórios crescem apenas em condições de intensidade redutora alta e
o oxigênio é tóxico para eles. Os anaeróbios aerotolerantes são bactérias
anaeróbias não são mortas pela exposição ao oxigênio. Os anaeróbios
facultativos conseguem crescer em condições aeróbias e anaeróbias. Os
aeróbios obrigatórios têm necessidade absoluta de oxigênio para proliferar.
Os microrganismos microaerófilos crescem melhor em condições com
concentrações baixas de oxigênio; as pressões de oxigênio mais altas
podem ser inibitórias. Entre os aeróbios
obrigatórios e facultativos, a assimilação de glicose resulta na
produção terminal do radial livre superóxido (O2–). O superóxido é reduzido
pela enzima superóxido-dismutase em gás oxigênio (O2) e peróxido de
hidrogênio (H2O2). Em seguida, o peróxido de hidrogênio tóxico produzido
por essa reação é convertido em água e gás oxigênio pela enzima catalase
(presente nas bactérias aeróbias e facultativas) ou por várias peroxidases
(encontradas em muitos anaeróbios aerotolerantes).

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Os átomos de nitrogênio das biomoléculas importantes (i. e.,
aminoácidos, purinas, pirimidinas) provêm dos íons amônio (NH4+). A
produção de íons amônio começa com a redução do N2 atmosférico em
NH4+ (íon amônio ou amônia, NH3). Em seguida, o NH4+ é incorporado às
macromoléculas mais complexas por meio dos compostos essenciais
glutamato e glutamina. Algumas espécies de bactérias (espécies de
Rhizobium e Azobacter) e as algas verde-azuladas conseguem realizar essa
conversão ou “fixar” N2 atmosférico em um composto orgânico mais
prontamente utilizável. Em razão da força das ligações triplas do N2, a
fixação de nitrogênio requer energia celular na forma de ATP e um agente
redutor potente. O processo é catalisado por um sistema complexo com
várias enzimas, conhecido como complexo da nitrogenase.

Fatores de Crescimento
Esses fatores promovem o crescimento do microrganismo e são
fornecidos por vários líquidos e tecidos corporais in vivo e na forma de
extratos de leveduras e sangue e/ou produtos sanguíneos in vitro. Entre
esses fatores estão as vitaminas do complexo B, os sais minerais, alguns
aminoácidos, purinas e pirimidinas. As vitaminas do complexo B podem
desempenhar um papel catalítico no interior da célula, atuando como
componentes das coenzimas ou como grupos prostéticos das enzimas. Os
microrganismos que não necessitam de uma fonte exógena de
determinado fator de crescimento, porque conseguem sintetizar seu
próprio fator, são conhecidos como prototróficos. Os microrganismos
autótrofos requerem o acréscimo do fator de crescimento ao meio de
cultura, antes que possam crescer. Quantidades diminutas de alguns íons
inorgânicos também são necessárias a todas as bactérias. Além do
nitrogênio, do enxofre e do fósforo – que estão presentes como
constituintes dos compostos biológicos importantes – potássio, magnésio
e cálcio comumente estão associados funcionalmente a determinados
polímeros aniônicos. Os cátions bivalentes do magnésio estabilizam os
ribossomos, as membranas celulares, a parede celular e os ácidos

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nucleicos, sendo também necessários às atividades de algumas enzimas.
O potássio também é necessário à atividade de algumas enzimas e, nas
bactérias gram-negativas, a concentração intracelular do potássio é
afetada pelo teor de ácidos teicoicos da parede celular. A maioria dos
microrganismos também requer zinco, ferro, manganês, cobre e cobalto.
Alguns requisitos físicos para o crescimento incluem temperatura, pH e
potencial de oxidação/redução ideais.

Velocidade do Crescimento Microbiano


Durante o crescimento em meios de cultura líquidos, as bactérias
demonstram uma curva de crescimento homogênea expressa em
números logarítmicos de bactérias ao longo do tempo. A fase de latência é
um período de adaptação fisiológica e preparação celular, durante o qual a
bactéria sintetiza enzimas, cofatores e intermediários metabólitos novos e
constitui as reservas intracelulares de nutrientes. Durante a fase de
crescimento ativo, a proliferação da bactéria começa à medida que as
taxas das reações enzimáticas começam a aproximar-se de suas taxas de
equilíbrio. Durante a fase de crescimento exponencial ou logarítmico, o
índice de crescimento e de divisão das bactérias ocorre em taxas máximas.
Essas taxas são afetadas por temperatura, tipo de fonte de carbono
utilizado, concentrações limitantes de vários nutrientes essenciais, tipos de
nutrientes disponíveis e pressão de oxigênio ou potencial redox. Durante a
fase de crescimento declinante, a proliferação finalmente cessa, porque
todos os nutrientes essenciais do meio foram esgotados ou substâncias
inibitórias ou tóxicas se acumularam. Durante a fase estacionária, a
quantidade de células viáveis estabiliza, e as contagens de microrganismos
novos formados são iguais aos números de células que morrem em razão
da escassez de nutrientes. Durante a fase de morte, as bactérias começam
a desintegrar-se e morrem.

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Cinética do Crescimento Bacteriano

Geração de Energia pelas Bactérias em Geral


Fermentação
O metabolismo bacteriano é um equilíbrio dinâmico entre
biossíntese (reações anabólicas) e decomposição (reações catabólicas).
Além de fornecer blocos de construção menores para os processos de
biossíntese subsequente, as reações catabólicas proporcionam a energia
necessária às reações biossintéticas. Com esses processos, a energia
fornecida pela hidrólise das ligações químicas é capturada pelas ligações
de fosfato de alta energia do ATP. Essas ligações mantêm a ativação e a
continuação das outras reações bioquímicas. Com o uso dessa energia, a
bactéria sintetiza sua parede celular, suas proteínas, os ácidos nucleicos e
outras macromoléculas estruturais e regulatórias. A utilização dos
carboidratos pelas bactérias e as condições nas quais esse uso ocorre são
características fundamentais à caracterização das bactérias em grupos
gerais. Em geral, alguns testes realizados no laboratório de microbiologia
clínica consistem em detectar subprodutos do metabolismo bacteriano na
cultura líquida depois de períodos de incubação suficientes, seja através de

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indicadores de pH no meio ou por cromatografia líquido/gasosa. A
capacidade demonstrada por determinado microrganismo de produzir
ácidos a partir de vários carboidratos (p. ex., maltose, sacarose, manitol,
manose etc.) reflete seus recursos enzimáticos para converter inicialmente
esses carboidratos em glicose, que é o ponto de partida para o catabolismo
aeróbio e anaeróbio desses compostos orgânicos.
A utilização da glicose em condições de anaerobiose é conhecida
como fermentação. A fermentação ocorre por meio da glicólise (também
conhecida como reação do difosfato de hexose e via de
Embden-Meyerhof-Parnas) e o produto final é ácido pirúvico ou piruvato.
A seguir, segue um esquema com as principais formas de
fermentação com a utilização do piruvato.

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Referências
Boas Práticas em Microbiologia Clínica, 2008. Laboratório Central do
Hospital Universitário São Paula da Universidade Federal de São Paulo.

KONEMAN, E. W. et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico: Texto e Atlas.


7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R; CASE, Christine L. Microbiologia. 12ª


ed. Porto Alegre: Artmed, 2017

MARTINKO, J. M.; MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 14ª ed. Porto


Alegre: Artmed, 2016.

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