Roteiro R6

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Prática 6: Sistema massa-mola: Lei de Hooke, movimento sem atrito e sua

energia cinética e potencial, movimento com atrito viscoso.

Anexe a folha com as tabelas de dados que você recebeu à frente do seu relatório, que deve ser
manuscrito em papel almaço. Cada parte do relatório deve ser precedida de uma pequena seção com
um esboço simples ilustrando o experimento de onde os dados vieram e quais os princípios físicos
(equações principais) que baseiam as análises. (Bem simplificado: uma figura e algumas sentenças
– não é pra fazer longas introduções teóricas). As tabelas de dados devem ser desenhadas com régua
e os dados devem ser colocados em colunas com unidades, incertezas e algarismos significativos
corretos. Não faça rascunhos, apresente todas as contas feitas. Não tem problema rasurar. Os
gráficos pedidos devem ser feitos ocupando cada um uma folha inteira de papel e seguindo todas as
instruções prévias de como confeccionar bons gráficos (vasto material no moodle da disciplina). A
discussão dos resultados deve ser feita à medida em que os resultados forem obtidos. Não precisa
repetir tudo em uma seção de conclusão. Considere g = constante = 9,78000000000 m/s² quando for
necessário. A massa do carrinho ligado à mola é m = (181,30 ± 0,01) g. A constante de mola tem
um valor individual para cada estudante, a ser determinado na 1a parte da prática.

1a Parte: Determinação da constante K da mola

Lei de Hooke → força produzida por uma mola → ⃗ F =−K . ⃗Δxx , onde ⃗ F é o vetor força (em
unidades de N), ⃗ Δxx é o vetor deslocamento em relação á posição de equilíbrio da mola (em
unidades de m), K é a constante de mola (em unidades de N/m) e o sinal negativo indica que a força
é sempre contrária ao deslocamento → força restauradora. Para cada massa m o valor de F = mg.
Todos os dados das suas tabelas foram obtidos usando uma mesma mola de constante K
desconhecida. Para determinar o valor de K, foi feito um experimento onde diferentes massas foram
penduradas à mola e anotados os deslocamentos observados (conforme demostrado no
laboratório)→ dados da tabela 1.
Você deve reproduzir a Tab.1 em seu relatório e fazer um gráfico em papel milimetrado de m
vs Δx. x. Ajuste manualmente uma reta a este gráfico e obtenha graficamente estimativas dos valores
dos coeficientes linear e angular deste gráfico (não precisa calcular as incertezas graficamente, mas
não esqueça as unidades dos coeficientes). Seu gráfico deve ficar parecido com o esboçado na
Figura 1.
400
massa vs deslocamento
350

300

250
massa (g)

200

150

100

50

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
deslocamento (mm)

Fig. 1 - esboço de como deve parecer o gráfico


de m vs Δx, e a reta ajustada manualmente.x, e a reta ajustada manualmente.

Mostre, a partir da lei de Hooke, que ao ajustar uma reta média m = a.Δx. x + b aos dados do
experimento, o parâmetro a = K/g e o parâmetro b deve ser nulo. Usando um aplicativo de ajuste
de mínimos quadrados ajuste aos dados da tabela: m = a.Δx. x + b, reproduza em seu relatório os
valores de a, b, suas incertezas com unidades e significativos corretos. Compare os valores obtidos
no app com os valores obtidos graficamente. São equivalentes?
Calcule o valor de K e sua incerteza a partir do ajuste de reta do app e adote este valor de K
para todo o resto do relatório. Indique explicitamente o valor K ± Δx. K em unidades de N/m com
significativos corretos. (Dica: o valor de K obtido deve estar entre 1,5 e 3,0 N/m).

2a Parte: Sistema massa-mola sem atrito

Lei de Hooke na direção x → F = - K.x. Na ausência de atrito → Fresultante = Fmola.


d² d² K
2a Lei de Newton → m x (t)=F res → x(t)=− x (t) . (1)
dt ² dt ² m
A expressão (1) é uma Equação Diferencial Ordinária (EDO) que diz: derivando duas vezes a
função x(t) no tempo obtemos a própria função x(t) multiplicada por uma constante negativa. A
k
solução é do tipo: x (t)= X max cos (ω0 t) , com ω 0=
m
.

No experimento 2, colocamos um sistema massa-mola sobre um trilho de ar horizontal sem atrito e
(2)

colocamos para oscilar (conforme demonstrado no laboratório e no vídeo de exemplo postado no


moodle). Usamos uma câmera de celular para filmar a oscilação e, usando um video-player com
avanço quadro-a-quadro (uma imagem a cada 1/60 s), registramos as posições observadas em
comparação com uma trena gravada junto com o carrinho com passos de 0,1 s (a cada 6 quadros).
Estes são os dados apresentados na Tabela 2. O valor de x é medido em relação à posição de
equilíbrio da mola (x=0). A tabela contém 21 valores (i = 1, 2, 3, … , 21). Você deve organizar estes
dados em uma nova tabela com 8 colunas verticais: i, t, x, v, 4x, Ep, Ec, Em. As colunas t e x são os
dados recebidos na Tabela 2 e i é o indice dos dados de 1 a 21, conforme explicado. A coluna v é a
velocidade (em unidades de mm/s), e deve ser calculada ponto a ponto, usando a expressão:
x −x x −x
v i= 1+1 i−1 = 1+1 i−1 . Para saber quantos significativos serão usados para colocar os
t i+1−t i−1 0,2 s
valores de v na tabela, você deve propagar as incertezas de x para v. Não esqueça de colocar as
unidades e indicar a incerteza dos valores de v na sua tabela. Na coluna 4x você deve simplesmente
colocar os valores de x multiplicados por 4, mantendo o mesmo num de significativos de x (não
esqueça de propagar a incerteza de x para 4x e indicar isso na tabela).
Em uma mesma folha de papel milimetrado você deve fazer os gráficos de (4x vs t) e de (v
vs t) na mesma escala (4x em unidades de mm e v em unidades de mm/s). A necessidade de
multiplicar x por 4 é para as oscilações de x e v ficarem do mesmo tamanho no gráfico. Seu gráfico
deve ficar com uma aparência similar à Figura 2.
posição (4x) e velocidade versus t
150,0

100,0

50,0
4x (mm) v(mm/s)

0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
-50,0

-100,0

-150,0
tempo (s)

Figura 2 – posição (azul) e velocidade


(vermelho) do sistema massa-mola.

Como os dados foram coletados a partir de um momento inicial aleatório, seu gráfico não precisa
ser exatamente igual à Figura 2 (a fase inicial da oscilação pode ser qualquer), mas deve ter um
pouco mais de uma oscilação completa. Interprete estes gráficos baseando-se no que sabe sobre o
movimento do sistema massa-mola (quais as posições que correspondem aos máximos e minimos
da velocidade). Lembre-se que v=dx/dt. Assim, se x(t) = cos() → v(t) ~ - sen(). Você verifica isso
no seu gráfico de x e v versus t???
1 1
A energia potencial elástica do sistema é E p= Kx ² , e a energia cinética Ec = mv ² . Calcule
2 2
1 1
os valores E p (t i)= K .( x i )² e Ec (t i)= m.( vi )² e preencha as colunas correspondentes da
2 2
sua tabela. Não precisa propagar as incertezas, mas obedeça as regras de algarismos significativos.
Calcule as duas energias em unidades de 10⁻⁶ Joules. Na última coluna de sua tabela você deve Joules. Na última coluna de sua tabela você deve
colocar os valores da energia mecânica Em = Ep + Ec (basta somar Ep e Ec ponto a ponto!), também
em unidades de 10⁻⁶ Joules. Na última coluna de sua tabela você deve J.
Em uma mesma folha de papel milimetrado você deve fazer os gráficos de (E p, Ec e Em)
versus t, usando a mesma escala para todos. O seu gráfico final deve ficar parecido com o esboço
mostrado na Figura 3.
Energias versus tempo
1600,0

1400,0

1200,0
Energia (10 ⁻⁶ J) J)

1000,0

800,0

600,0

400,0

200,0

0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
tempo (s)

Figura 3 – Sistema massa-mola sem atrito – Energias versus tempo.


Ep em vermelho, Ec em azul e Em = (Ep + Ec) em amarelo.

Novamente a fase inicial das oscilações deste esboço é aleatória quando comparada ao seu
gráfico, mas o seu gráfico também deve apresentar mais de duas oscilações de E p e de Ec. Você sabe
explicar porque no mesmo intervalo de tempo x e v apresentam uma oscilação completa enquanto
Ec e Ep apresentam duas? O que mais você pode dizer observando seu gráfico? Qual a relação entre
as fases de Ep e de Ec? E qual a relação entre os valores máximos que Ep e Ec atingem? E o que você
pode dizer sobre Em? Se não existir nenhuma força externa a Em deveria ser uma constante... Em se
conserva no tempo neste MHS? Lembre-se que nossa análise simplificou bastante o cálculo de v,
usando um intervalo de 0,2s, o que é bem grande quando comparado com um intervalo tendendo a
zero, como a definição de derivada verdadeira… isso faz com que nossa velocidade não seja
exatamente igual a velocidade instantânea, mas esteja perto dela… como você acha que isso pode
afetar o cálculo de Ec??? E o de Em???

3a Parte: Sistema massa-mola com atrito viscoso

Repetimos o experimento descrito na 2a parte do roteiro, mas agora fixamos um pedaço de isopor
sobre o carrinho, de modo a adicionar ao sistema uma força de atrito viscoso (proporcional à
velocidade). Neste caso a 2a Lei de Newton fica:

d² d²
m x (t)=F res → m
x (t)=−K x (t )−bv (t ) , onde b é o coeficiente de atrito viscoso,
dt ² dt ²
d² K b d
dado em Ns/m. Isso leva à EDO: x(t)=− x (t )− x (t) (3).
dt ² m m dt
A EDO dada por (3) é mais complicada de resolver que a EDO dada em (1). Mas,
suprimindo alguns detalhes, uma das soluções possíveis (amortecimento subcrítico) também tem
uma componente oscilante, mas agora ela é multiplicada por um termo que decai exponencialmente.
Essa solução de (3) tem o formato: x (t)= X 0 exp (−γtt)cos(ω ' t) , onde γ tem unidades de s⁻¹.
Se considerarmos apenas os pontos em que x(t) atinge os valores máximos (cos()=+1), temos a
expressão:
x máx (t i)=X 0 exp(−γtt i) (4).
Assim, pudemos analisar as imagens no vídeo do experimento., observando o movimento
quadro-a-quadro, e anotamos os valores da amplitude da oscilação e os instantes de tempo em que
ocorreram dez valores sequenciais de máximos da oscilação. Estes dados estão na Tabela 3,
fornecida para a análise individual.
Se aplicarmos log aos dois lados de (4) obtemos:
log(xmáx) = log(x0 exp(-γt)) = log(x0 ) + log(exp(-γt)) →

log(xmáx) = log(x0) – γ.log(e) . t

Se fizermos um gráfico de Y=log(xmáx) versus X=t temos uma reta: Y = A.X + B, com o
coeficiente angular A= – γ.log(e) e o coeficiente linear B = log(x0). Isso é um gráfico conhecido
como monolog.
Copie a Tabela 3 de dados no seu relatório, faça um gráfico, em papel monolog, de xmáx vs
tempo e ajuste manualmente uma reta média aos seus pontos. Você vai precisar de uma folha de
papel mololog com 2 décadas em Y. Seu gráfico deve ficar parecido com o mostrado na Figura 4. A
partir da sua reta ajustada manualmente, obtenha uma estimativa para o valor de γ. Não esqueça das
unidades.
Xmáx vs tempo
100,0
Xmáx (mm)

10,0

1,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
tempo (s)

Figura 4 – Massa-mola com atrito viscoso: amplitude


máxima versus tempo em escala monolog.

Se ao invés de aplicarmos a função log() aos dois lados de (4), aplicarmos a função ln()
obtemos: ln(xmáx) = – γt + ln(x0) . Acrescente mais uma coluna à sua tabela e coloque nesta coluna
os valores de ln(xmáx). Não precisa propagar a incerteza. Coloque os valores de ln() em sua tabela
com 3 casas decimais. Usando um aplicativo de ajuste baseado em mínimos quadrados ajuste a reta:
ln(xmáx) = At + B e obtenha o valor dos parâmetros A e B e suas incertezas. Transcreva os valores
obtidos no app para o seu relatório e coloque as unidades e os significativos corretamente. Qual o
valor de γ e sua incerteza obtido pelo app. Compare estes valores do app com o seu valor de γ
obtido graficamente. São equivalentes?

Se a amplitude da oscilação decai exponencialmente com uma constante de decaimento γ o


que você pode afirmar sobre o que deve acontecer com a energia mecânica E m com o passar do
tempo no sistema massa-mola com atrito viscoso? (Dica: veja como você fez para calcular a E p a
partir de x na parte 2)

Bom trabalho!

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