TCC Com Adultos
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Adultos
Aula 1 (7/10)
Avaliação
4 Dimensões:
Teorias da aprendizagem
O desenvolvimento de quadros psicopatológicos resultam de aprendizagem por
condicionamento.
Implicações terapêuticas
Teoria da Autoeficácia
Terapia do comportamento
As terapias usadas até então não surtiram efeito em certas psicopatologias, daí a
emergência das terapias comportamentais, e a ligação entre a teoria e a prática. Há ainda
uma introdução de métodos de avaliação objetivos e técnicas de intervenção em
psicologia clínica.
Terapia Cognitiva
Experiências
- Esquemas
Duração breve
Importância de uma boa relação terapêutica para obter uma terapia eficaz (a
relação terapêutica nunca se esgota, é um espaço continuo e dinâmico ao longo
de toda a terapia)
Envolve a colaboração paciente-terapeuta
Utiliza o método socrático (questionamento reflexivo para alcançar o insight do
paciente)
É estruturada e direta (sabemos como as sessões vão correr, mas não há uma
rigidez, podendo ser adaptada consoante as necessidades do paciente)
Orientada para o problema
Tem por base um modelo educacional (os próprios instrumentos de avaliação já
contribuem para a normalização dos sintomas – “se está no instrumento é porque
muita gente o sente também”)
É um processo dinâmico (o foco do problema pode ter de ser alterado ao longo
da terapia
As TCC têm vindo a adaptar-se às várias perturbações existentes, realizando
investigação em diferentes áreas e na sua intervenção
Exposição direta
» O evitamento de algo que nos cause desconforto aumenta esse
desconforto, e não nos permite desconfirmar as nossas crenças acerca
desse algo
» A exposição é realizada por vários níveis, indo do que causa menos
desconforto até ao que causa maior desconforto (a passagem para cada
nível depende de cada doente, tendo de haver uma avaliação constante)
» É aplicada a realização de uma resposta de relaxamento com a realização
de uma resposta nova
Dessensibilização sistemática
» O objetivo é levar a uma habituação do doente a dada situação, havendo
uma redução da ansiedade
» A hierarquia da dessensibilização passa por: 1) pensar na aranha; 2) ver
aranha ao longe; 3) ver um vídeo com aranhas; 4) ver aranha numa caixa
Relaxamento muscular progressivo
» O objetivo é fazer com que a pessoa lide com a situação temida
» É muito usado em situações ansiosas nas quais não tem que haver
obrigatoriamente psicopatologia
» O relaxamento tem de ser adaptado à capacidade do doente para manter o
foco (ter atenção para não gerar frustração do doente)
» Temos de explicar à pessoa o que vamos fazer, e como funciona o
relaxamento
» É importante gerir as expectativas do doente ao longo do processo (é um
processo gradual, e os resultados não são imediatos)
Slide de paz
» Não tem de haver um guião rigoroso para a realização desta técnica (e.g.,
começar a imaginar imagens a aparecer numa tela de cinema)
» Aqui introduz-se também a respiração
Punição
» Pode ser usada em situações muito específicas e com populações muito
especificas (e.g., num padrão comportamental em que se chega atrasado
à consulta, uma forma de punição é não proceder à consulta)
Controlo do estímulo (e.g., ingestão compulsiva → não ter comida já pronta para
comer → ter de cozinhar tudo para poder comer → controlo do estímulo)
Implicações terapêuticas
Modelamento
1. Racional
Finalidade, sequencia das fases, possível estranheza ou falta de espontaneidade
inicial na prática de novos comportamentos
É importante adaptar a cada doente, estabelecer a relação terapêutica
2. Instruções
Identificar e operacionalizar os comportamentos verbais e não verbais
adequados para cada situação
Hierarquização dos comportamentos em função da complexidade
Doente deve ser instruído a observar as características de desempenho impostos
nos modelos
3. Modelamento
Observação do desempenho comportamental dos modelos na situação-alvo
A hierarquização de comportamentos é importante para não corrermos o risco de
frustrar o doente, confirmando os seus esquemas e podendo haver o risco de
romper a relação terapêutica
6. Prevenção da recaída
É dado o racional das emoções, pois as pessoas não entendem em que é que
estas consistem
Uso de lembretes com coisas que o tenham ajudado ao longo do processo
Distração ativa
Distrair a atenção do doente para outra coisa que não seja a situação que lhe está
a causar ansiedade (a situação tem mesmo de desviar o foco do paciente)
O paciente tem que ter consciência que esta técnica não irá eliminar o que sente
ou mesmo reduzir a sua frequência
Ter cuidado para que a própria técnica não se torne num fator de manutenção da
perturbação
Exposição gradual
Ao vivo:
» exposição às situações reais na presença ou não do terapeuta (em
situações ansiógenas)
» O terapeuta pode modelar a exposição antes do doente passar à
autoexposição
Em imaginação:
» Situações ansiógenas são internas
» Situações ansiógenas não estão disponíveis
» Quando previsível que o doente desenvolva elevados níveis de ansiedade
na exposição ao vivo
USD’s
Registos de automonitorização
Técnica comportamental
Adaptada a cada paciente e ao problema apresentado
Neste registo deve ser apontado o valor de prazer que dada atividade lhe dá e o
grau de mestria (sentimento de eficácia) na realização de dada atividade (escala
de 0-10)
As atividades devem ser propostas preferencialmente pelo paciente e devem ser
discutidas em terapia
O importante é dar ao paciente ferramentas que possa usar no futuro, e que o
capacitem para resolver os problemas por si
Mais do que haver o treino de competências, é importante haver o
distanciamento suficiente para avaliar a situação
Técnicas cognitivas
Distorções cognitivas
Inferência arbitrária
» retirar uma conclusão especifica na ausência de dados que suportam essa
conclusão (ou quando os dados são contrários à conclusão)
Mente completa com informação que não tem (automatização do pensamento)
Abstração seletiva:
» Focar a atenção num detalhe retirado do seu contexto, ignorando outros
aspetos mais salientes da situação, concetualizando toda a situação com
base nesse detalhe (fazer a análise com base nesse único detalhe)
Sobregeneralização:
» Padrão de estabelecer uma regra ou conclusão geral com base num ou
mais acontecimentos isolados e aplicar em geral essa conclusão a
situações relacionadas e não relacionadas
Magnificação/minimização:
» Dar demasiado valor a um acontecimento ou característica, ou o oposto,
minimizar o valor de um acontecimento ou característica
Personalização:
» Tendência da pessoa para relacionar acontecimentos existentes consigo,
quando não existem motivos suficientes para realizar essa ligação
Pensamento dicotómico:
» Tendência para colocar todas as experiências em uma ou duas categorias
opostas (e.g., impecável ou defeituoso, imaculado ou indecente, santo ou
pecador
Modelo ABC
A- Situação
B- Pensamento
C- Emoção ou consequência
Se mudarmos o B, consequentemente iremos mudar o C.
O A é inalterável
Em fases iniciais, o paciente não nos consegue dar o B, pois não entende o que é
um pensamento (é preciso haver treino até que o paciente consiga identificá-lo)
Sentimentos têm maior duração que as emoções
O A pode não ser apenas algo externo, pode ser relacionado com a própria
pessoa (situação interna)
Numa 2º fase podemos considerar o B como pensamento + emoção
O ABC é incorporado nos registos de automonitorização
Terapia cognitiva
Nunca se manda nenhuma tarefa para casa sem antes a ter realizado na sessão
(perceber se ficaram dúvidas)
A identificação das emoções torna-se mais fácil do que a identificação do
pensamento
O A pode ser também um pensamento (pensamento gera pensamento)
“Adivinhar o pensamento”
A emoção é tão intensa ou há uma fusão tão grande que a pessoa não consegue
identificar o pensamento, e se isto ocorrer não há problema, apenas não podemos
frustrar o paciente, e para isso formulamos hipóteses (que pensamentos
poderiam estar associados a esta emoção) mas nunca fazer sugestões
Na terapia cognitiva é valorizada a forma como o doente tem as suas cognições
organizadas e associadas (padrão cognitivo), mais do que cognições isoladas
Cognições superficiais têm cognições mais profundas subjacentes (cognições em
camada)
Técnica semântica
Análise do custo/beneficio
Interpretações alternativas
Aceitação ≠ resignação
Pie-chart/técnica da tarte
Critério duplo
Advogado de defesa
Perturbações depressivas
Características associadas
Prevalência
Prevalência de 12 meses
Entre os 18 e os 29 anos – prevalência 3 vezes superior à encontrada em
indivíduos com 60 ou mais anos (é uma população jovem, e é suposto que as
pessoas estejam ativas)
Sexo feminino com taxas 1,5 a 3 vezes superior (desde o início da adolescência),
comparativamente com o sexo masculino
Interação de diversos fatores (o peso relativo de cada um dos fatores pode variar
de individuo para individuo):
» Biológicos (e.g., alteração de neurotransmissores)
» História pessoal (e.g., perda/negligência dos progenitores,
acontecimentos de vida negativos)
» Ambientais (e.g., situações desencadeadoras de stress)
» Cognitivos (e.g., pobre autoconceito, baixa autoestima)
» Interpessoais (e.g., apoio social pobre, relações interpessoais
disfuncionais)
» Comportamentais (e.g., elevado criticismo e comportamento punitivo
consigo e com os outros, défices de competências sociais, de
recompensa/gratificação e de recompensa/gratificação dos outros, de
contactos sociais, de autocontrolo e de privação de sono)
Porque é que o facto de o individuo ser pouco reforçador em relação aos outros, o
vulnerabiliza?
Porque não vai ter apoio interpessoal e social, se ele não reforçar os outros, os
outros vão ter tendência também a não o reforçar, o que contribui para maior
probabilidade de PDM
Podemos dizer que o criticismo está associado à depressão, mas não provoca
depressão
Eu
PAN
Mundo Futuro
2. Esquemas depressogénicos
Estrutura do aparelho cognitivo, estável no tempo e responsável, quando
ativado, pela produção de um conjunto de produtos cognitivos (de um padrão
cognitivo pessoal e idiossincrático)
Contém a representação de acontecimentos acerca de um domínio específico de
estímulo
Têm como função examinar, selecionar, codificar e analisar os estímulos da
situação de determinado significado das experiências
Este padrão cognitivo estável (estrutura) facilita e orienta o processamento de
informação
Manutenção da depressão
Fatores cognitivos:
Aspetos do meio (família, amigos, patrão, etc.): comportamento de uma
pessoa influencia o das outras pessoas, cuja ação por sua vez, influencia
o individuo
Exemplo:
Avaliação
Instrumentos:
Nota: Apesar do BDI ser um dos instrumentos mais usados, o uso do SCL-90-R permite
despistar certas doenças comórbidas. Assim, pode-se chegar de forma mais eficaz ao
diagnóstico. No entanto, uma das desvantagens é o número de itens (90).
Nota: os pacientes usam muito o “se” e nós podemos fazer o mesmo, é importante
introduzir situações alternativas.
Estratégias compensatórias
Estratégias de evitamento/fuga
Avaliação Comportamental
Avaliação interpessoal
Discussões frequentes
Défice de contatos sociais/de suporte social
Atitudes punitivas e/ou não gratificantes para com os outros
Apresentação pouco cuidada
Ideação suicida
Existência de planos para cometer suicídio
Comportamentos para-suicidas (os para-suicidas não são tentativas de chamar a
atenção de forma exibicionista! É uma comunicação de que não se está bem) –
manifestação de sofrimento para o próprio e para os outros
Medicação
Intervenção
B) Estabelecimento de objetivos:
Operacionalização dos objetivos a atingir a curto, médio e longo prazo
(e.g., minimização do humor depressivo e ansioso, conflitos
interpessoais, estratégias de solução de problemas, etc.)
C) Ativação comportamental:
Plano semanal de atividades a desenvolver e horário do dia da semana
em que serão concretizadas
As tarefas são definidas em função da gravidade da situação, isto é, do
que é avaliado anteriormente (quais são as vantagens de fazer isto;
mostrar à pessoa que ela é capaz; transmitir que o compromisso que está
a assumir em realizar as tarefas é com ele próprio e não com o terapeuta)