Fundamentação Da Prática Da TCC: Celeste Coutinho

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 75

Fundamentação da Prática

da TCC
Celeste Coutinho
Terapia Baseada em Evidência
 A TCC pode ser vista como a “terapia do cujo
tempo é o agora”.
 A transparência na terapia é bastante desejado por
quem as procura, como por exemplo; as metas, a
lógica e os métodos da abordagem sendo
claramente descritos.
 O que também tem impulsionado bastante o
crescimento da TCC é a divulgação e relato de
figuras públicas, falando de seus transtornos
mentais, dificuldades e sofrimentos. A consequência
é maior procura do cidadão comum por ajuda
psicológica.
Terapia Baseada em Evidência
 Importante ressaltar que o fator econômico
tem é levado em conta quando se procura ajuda
psicológica e a TCC é relativamente barata,
demonstra resultados mesuráveis e observáveis
e tende a levar menor taxa de recaída.

 Outro fator de destaque é de que o tempo é


limitado e de que a ênfase está na eficiência e na
efetividade, resultando em soluções práticas e
de curto prazo.
Terapia Baseada em Evidência
 A base da TCC aumentou bastante nos últimos 20 anos.

 O fator final que tem estimulado o desenvolvimento da


terapia cognitiva comportamental é o ritmo rápido da
nossa sociedade.

 É importante salientar que a medida que aumentamos a


nossa prática na TCC continuemos a pesquisar seus
componentes, que estejamos abertos a outras
abordagens eficazes, a proporção que estejam
disponíveis, pois o fato de termos pesquisas e evidências
de sua eficácia, não indicará necessariamente que o
mesmo tratamento seja eficaz na sua prática, ou seja
será bom para o seu paciente.
Introdução a Terapia Cognitivo-
Comportamental
 Teoria estrutural: promove o conceito da
estruturação hierárquica dos processos
cognitivos, com uma ênfase na divisão em
processo de pensamento primário e
secundário.

 Psicologia Cognitiva: integra características


de ambas as teorias. Enfatiza a importância
da cognição no processamento das
informações e na mudança comportamental.
Introdução a Terapia Cognitivo-
Comportamental
 A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) baseia-
se na hipótese de vulnerabilidade cognitiva como um
modelo de transtorno emocional.
 Seu princípio básico, que reflete uma postura
construtivista, é de que nossas representações de
eventos internos e externos, e não um evento em si,
determinam nossas respostas emocionais e
comportamentais.
 Nossas cognições ou interpretações, as quais refletem
formas idiossincráticas de processar informação e
representar o real, constituiriam a base dos
transtornos emocionais, os quais seriam definidos, em
TCC, mais propriamente como transtornos de
processamento de informação.
 Fundamentada no princípio básico da TCC e,
em particular, na hipótese de primazia das
cognições sobre as emoções e
comportamentos, em TCC busca-se a
reestruturação cognitiva, a partir de uma
conceituação cognitiva do paciente e de seus
problemas.

 Inicialmente, objetiva devolver ao paciente a


flexibilidade cognitiva, através da intervenção
sobre as suas cognições, a fim de promover
mudanças nas emoções e comportamentos que
as acompanham.
 Ao longo do processo terapêutico, no
entanto, atua diretamente sobre o sistema
de esquemas e crenças do paciente a fim
de promover sua reestruturação.

 Em paralelo à reestruturação cognitiva, o


terapeuta utiliza ainda uma abordagem de
resolução de problemas
 Conjunto de técnicas:
Corrigir crenças distorcidas.
Aliviar os sintomas depressivos.
Novo modelo explicativo para o desencadeamento e a
manutenção dos sintomas depressivos e seu tratamento.

 TC apresentava uma eficácia semelhante à


observada com o uso de antidepressivos no
tratamento da depressão
Base Teórica
 A terapia Cognitivo-Comportamental visa
identificar e corrigir os pensamentos
disfuncionais (distorções cognitivas),
prevalentes nos mais variados transtornos.
 Desta forma, procura-se a melhor maneira
de auxiliar o individuo a observar a maneira
errônea na qual se processa as informações
e as interpretações dos fatos. O paciente
poderá então questionar a veracidade destes
pensamentos e interpretações permitindo
novas possibilidades de pensar e agir.
Base Teórica
 A terapia cognitiva comportamental é
uma abordagem que se baseia em dois
princípios fundamentais:

◦ Nossas cognições têm uma influência controladora sobre nossas


emoções e comportamentos.

◦ A forma como nos comportamos ou agimos pode afetar


profundamente nossos padrões de pensamentos e nossas
emoções.
Base Teórica
 O pensamento disfuncional (influencia o
humor e o pensamento) é comum a
todos os transtornos psicológicos.
Quando o indivíduo aprende a avaliar seu
pensamento de forma mais realista e
adaptativa, este obtém uma melhora no
seu estado emocional e no
comportamento.
 A Terapia Cognitiva difere dos modos
tradicionais da psicoterapia:

“É um processo cooperativo de investigação


empírica, testagem da realidade e resolução de
problemas entre o terapeuta e o paciente”. (BECK;
WEISHAAR, 1986, apud DATTILIO E FREEMAN, 1998)
MODELO COGNITIVO
Pensamento Distorcido ou disfuncional

Humor

Comportamento
A TCC integra técnicas e
conceitos vindos de duas
principais abordagens
psicológicas:

COGNITIVA COMPORTAMENTAL
Fundamentos da prática da Terapia
Cognitivo-Comportamental.
 A terapia comportamental tem como base as
teorias e princípios da aprendizagem que se
desenvolveram a partir do início do século XX,
apoiando-se principalmente nos conceitos de:
 condicionamento clássico (Pavlov),
 condicionamento operante (Skinner) e,
 aprendizagem social (Bandura).
 Sistema de terapia cujo princípio básico é de
que as cognições (pensamentos, crenças,
interpretações) de um indivíduo frente a
situações influenciam suas emoções e
comportamentos. O terapeuta atua sobre as
cognições, a fim de alterar as emoções e
comportamentos que as acompanham.
 Surgiu no final dos anos 50.
 Trabalhos de Albert Ellis.
 Terapia Cognitiva.
 Início dos anos 60.
 Aaron T. Beck que observou a existência de três principais
áreas de distorção cognitiva na depressão (tríade
cognitiva): não realísticos e rígidos
Visão negativa de si mesmo,
Visão negativa do ambiente de vida e
Visão negativa para o futuro.

 Beck propôs o uso de estratégias para corrigir tais


distorções, que se revelaram efetivas. Posteriormente a
terapia cognitiva foi estendida para diversos outros
transtornos.
Os modelos principais de disfunção no
processamento de informações são baseados em:

1. Pensamentos automáticos - são cognições que aparecem


rapidamente em uma determinada situação e não estão sujeitos
à análise racional, relacionados, geralmente, com base em uma
lógica defeituosa (erros cognitivos);
2. Crenças centrais (incorporadas aos esquemas) - incluem
as regras básicas para a seleção e codificação da informação no
ambiente.
3. Esquemas - definidos como estruturas cognitivas que
organizam e processam as informações que chegam ao
indivíduo, são propostos como representações dos padrões de
pensamento adquiridos no início do desenvolvimento do
indivíduo.
 Estas construções organizacionais são
desenvolvidas através da experiência da
infância e influências posteriores.

 As distorções cognitivas resultam em


comportamentos desajustados e que
causam sofrimento psíquico.
 Distorções Cognitivas, exemplos:
Inferência Arbitrária – concluir ao contrário do que
apontam as evidências;
Abstração Seletiva (Filtro Mental) – concluir
baseando-se apenas em uma pequena parte de dados;
Magnificação ou Minimização – avaliar distorcidamente
a importância relativa dos eventos, para mais ou para
menos;
Personalização – relacionar eventos externos a própria
pessoa quando não há indícios para tanto;
Pensamento Dicotômico – classificar as pessoas ou a si
mesmo em categorias rígidas e estanques;
Pensamento Catastrófico – previsão de um pior
desfecho possível, sem levar em conta as alternativas.
A avaliação realista e a modificação no
pensamento produzem uma melhora no
humor e no comportamento.

A melhora duradoura resulta da


modificação das crenças disfuncionais
básicas do paciente.
OBJETIVO DA TCC
 Seu objetivo é compreender sistematicamente os
processos que mantém a condição do sofrimento
emocional, identificar as ideias, memórias, pensamentos
e comportamentos que prejudicam a pessoa, refletindo
sobre elas e, posteriormente, testando novos
paradigmas de pensamento e comportamento
para que seja possível o desenvolvimento de uma vida
mais saudável e flexível.
Modelo cognitivo
comportamental

AVALIAÇÃO
EVENTO COGNITIVA
(Prepara-se para ir a (Sou desajustado e
uma festa) não sei o que
fazer...)

COMPORTAMENTO EMOÇÃO
(Dá uma desculpa e (Tensão e
não vai a festa) ansiedade)
O PAPEL DO TERAPEUTA
 É importante que o terapeuta se comporte de forma a
minimizar o sofrimento do cliente. Para isso é
necessário que ele apresente-se como uma audiência
não-punitiva e como um agente reforçador, trazendo
um aumento da tolerância do cliente para a exposição
a emoções aversivas e maximizando as chances do
cliente aceitar interpretações, seguir instruções e
atentar quaisquer intervenções que o terapeuta possa
fazer.
“Os homens não se perturbam
pelas coisas que acontecem, mas
sim pelas opiniões sobre as
coisas”(Epíteto)
Na TCC os terapeutas:
 Encorajam o reconhecimento e a
identificação de pensamentos patológicos em
dois níveis de processamento de informações
relativamente autônomos:
 pensamentos automáticos e
 crenças centrais.
 Ensinam os pacientes a utilizar técnicas para
“pensar sobre o pensamento” a fim de atingir a
meta de trazer as cognições autônomas à
atenção e ao controle consciente.
CARACTERÍSTICAS DA TCC
 Constitui um sistema de psicoterapia integrado,
combinando o modelo cognitivo de personalidade e de
psicopatologia a um modelo aplicado, que reúne um
conjunto de princípios, técnicas e estratégias
terapêuticas fundamentado diretamente em seu modelo
teórico.
 Demonstra aplicabilidade eficaz, segundo estudos
controlados, em áreas diversas, por exemplo: educação,
esporte, organizações, tratamento de distúrbios
psíquicos e orgânicos, etc.
 É focal, requerendo uma definição concreta e específica
dos problemas do paciente e das metas terapêuticas.
 Possui um caráter didático, em que o
objetivo não é unicamente ajudar o
paciente com seus problemas, mas dotá-lo
de um novo instrumento cognitivo e
comportamental, a fim de que ele possa
perceber e responder ao real de forma
funcional.
 As sessões, bem como o processo
terapêutico, são semiestruturadas,
envolvendo tarefas entre as sessões.
 É colaborativa, ou seja, reflete um processo em
que ambos, terapeuta e paciente, têm um papel
ativo, ou seja, as intervenções são explícitas,
envolvendo feedback recíproco entre o
terapeuta e o paciente.
 É um processo terapêutico de tempo curto e
limitado, podendo sua aplicação variar entre
aproximadamente de 10 a 20 sessões.
 Mostra-se eficaz para diferentes populações,
independente da cultura e níveis
socioeconômicos ou educacionais.
FASES DA PSICOTERAPIA
Primeira Fase – enfatiza-se a definição da estratégia de
intervenção, ou seja, a conceitualização cognitiva do paciente e
de seus problemas, a definição das metas terapêuticas e do
planejamento do processo de intervenção;
Segunda Fase – o terapeuta objetiva a normalização das
emoções do paciente para promover a motivação do paciente
para o trabalho terapêutico e sua vinculação ao processo.
Terceira Fase – o terapeuta enfatiza a intervenção em nível
estrutural, ou seja, o desafio das crenças e esquemas
disfuncionais, objetivando promover a reestruturação
cognitiva.
Quarta Fase –onde promove-se, através de várias técnicas, a
assimilação e generalização dos ganhos terapêuticos, bem
como a prevenção de recaídas;
Término:
• A terapia em seu formato semanal deve ser encerrada
quando a maioria dos sintomas tiver sua intensidade
reduzida significativamente, causando interferência
mínima na rotina de vida do paciente.
• Nessa fase, faz-se a revisão das técnicas aprendidas e
orienta-se para a prática contínua das mesmas,
visando-se assim, a manutenção da melhora clínica.
• Deve-se também atentar para a recaídas e seus
potenciais desencadeantes.
• Finalmente, as consultas podem ser espaçadas ao longo
de um período, até a alta propriamente dita.
Transtornos indicados
 Depressão
 Transtornos de Ansiedade
 Transtornos Alimentares
 Abuso de Substâncias e de Álcool
 Transtornos de Personalidade

 Transtorno Psicótico (Esquizofrenia, transtorno


delirante).
 Transtorno Bipolar
 Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade
 Dor Crônica
Casos não indicados
 Doença mental orgânica, que implique
comprometimento cognitivo (Demência).
 Retardo Mental.
 Pouca capacidade para trabalhar introspectivamente
(incapacidade de identificar pensamentos, emoções,
crenças e expressá-los em palavras).
 Psicose aguda.
 Patologia grave do caráter borderline ou antissocial.
 Ausência de Motivação.
Reestruturação Cognitiva:
 Inicia-se pela identificação e pelo registro de pensamentos
automáticos e crenças disfuncionais.
 Subsequentemente, é feita uma análise dos “erros de lógica”
inerentes às interpretações catastróficas. Para isso, é
importante que o paciente considere tais pensamentos como
meras hipóteses, e não como fatos.
 A forma mais usual de corrigir esses erros de lógica é o
chamado questionamento socrático. Nessa técnica, o paciente,
juntamente com o terapeuta, faz um exame das evidências que
apoiam o seu pensamento e das evidências que são contrárias, a
fim de descobrir formas alternativas de interpretar suas
sensações físicas.
 Após a análise das probabilidades, elaboram-se novas
alternativas, que são chamadas de “lembretes” (por exemplo:
“estou tendo um ataque que não mata nem
enlouquece”.
Pensamentos Automáticos
 É um fluxo de pensamentos que coexistem
com pensamentos mais manifestos.

 Não são peculiares a pessoas com angústia, é


uma experiência comum a todo ser humano,
em geral não estamos cientes deles, contudo
com treinamento, é fácil trazê-lo a
consciência (checagem de realidade)

 Podem estar em forma verbal, visual


(imagem) ou ambas.
Pensamentos Automáticos
 São espontâneos, breves, coexistindo com
nossos fluxos de pensamentos mais
manifestos. Podemos dizer que eles são pré-
conscientes: na maior parte das vezes não os
percebemos, embora possamos fazer isto
com um pouco de treino.

 Os pensamentos automáticos manifestam a


maneira como significamos as situações bem
como as distorções que fazemos da
realidade.
Pensamentos Automáticos
 Parecem surgir espontaneamente e, em
geral, estamos mais cientes da emoção que
sentimos decorrência deles do que do
próprio pensamento.

 Assumimos estes pensamentos automáticos


como verdadeiros, porém, quando tomamos
consciência dos mesmos e os ligamos às
nossas crenças centrais, verificamos o
sentido dos mesmos, podendo assim
questionar o seu funcionamento.
Pensamentos Automáticos
Negativos ::: PAN’s
 Situações que podem desencadear os PAN´s
◦ Pequenos acontecimentos
◦ Pensamentos estressantes
◦ Lembranças
◦ Imagem
◦ Emoção
◦ Comportamentos
◦ Sensações físicas
◦ Sensações mentais
PAN’s ::: Exemplos
 Exemplo de Comportamento – Paciente evita pegar
ônibus – PAN =”Eu sou problemática, pessoas normais não
se comportam assim.”
 Exemplo de sensação física – Paciente sente palpitação
no coração – PAN= “Algo sério vai acontecer comigo, acho
que vou ter um infarto”
 Exemplo de sensação mental - Paciente sente pressão na
cabeça – PAN = “ Acho que vou enlouquecer, minha cabeça
vai explodir.

 Lembranças – Paciente lembra de um evento em que se


sentiu feliz – PAN = “ Nunca mais serei feliz como naquela
época”
 Imagens – Pacientes imaginam casamento do filho – PAN =
“Serei abandonada, ficarei sozinha. Ele vai esquecer de mim”.
Setas Descendentes
 É uma técnica usada, com frequência, para
atingirmos uma crença a partir da
identificação de um PA.
Setas Descendentes
 Tem como objetivo identificar as crenças.

 Através da Flecha Descendente, você


conhece as suas próprias crenças e começa
a compreender melhor a si mesmo, e assim,
caminhar em direção a suas realizações!
Setas Descendentes
 Para compreender seu funcionamento
psicológico, você precisa acessar suas crenças.
 Flecha descendente é o nome de uma técnica
simples, porém eficaz na identificação das crenças.
 Nela, você acessa suas crenças, lançando mão de
perguntas acerca do seu discurso.
 Essa técnica consiste em questionar o
pensamento automático inúmeras vezes, através
de perguntas como: “O que isso significa para
mim?” ou “O que isso diz sobre mim mesmo?”.
Exemplo
 Marcelo é um jovem de 18 anos e queixa-
se de seu desempenho social. Segundo
ele, eventos sociais como festas e
ocasiões comemorativas sempre são um
grande desafio, uma vez que se sente
desconfortável pelo alto nível de
ansiedade que relata experimentar. Por
conta disso, Marcelo tem dificuldades de
fazer amizades e de conhecer uma jovem
para namorar.
 A seguir, Marcelo acessa um pensamento
automático próprio, relacionado com uma
situação relatada como altamente
desconfortável para ele: uma festa da
faculdade.
 Pergunta: O que passou pela minha cabeça na última
festa da faculdade que fui? Resposta: Pensei: “As
pessoas a minha volta vão rir de mim quando eu
tentar me aproximar delas”

 Depois, Marcelo acessa as crenças realizando


perguntas típicas da técnica. Pergunta: E o que isso diz
sobre mim? (que as pessoas a volta dele irão rir caso
ele tente se aproximar)? Resposta: Hum... Penso
provavelmente que eu sou motivo de piada por ser
tão esquisito. (Crença central = Eu sou esquisito) E já
que eu sou esquisito, as pessoas irão zombar de mim.
(Regra e suposição que indicam uma crença
intermediária)
 Em outro momento, Marcelo pode realizar outra
pergunta comumente utilizada na técnica, em relação
a outro episódio de sua vida: um encontro ao acaso
com uma jovem que Marcelo gosta. Discurso: Eu
gostaria de ter me aproximado, mas não consegui...
Mas o que me deixou mais triste, foi quando pensei:
“A Manuela jamais vai querer namorar um cara como
eu”. Então fui embora magoado. Pergunta: Supondo
que isso seja verdade, o que isso significaria?
Resposta: Significa que as mulheres são altamente
exigentes (crença central acerca do sexo feminino) e
logo, só vão querer namorar homens ricos e bonitos
(regra e suposição que indica uma crença
intermediária).
Exemplo 2
 Crenças Centrais
“Eu não sou uma pessoa atraente”
 Crenças Intermediárias
Regra:
“Eu deveria ser capaz de enfrentar todos os meus
problemas sem comer doces”
Atitude:
“Ser gorda é o fracasso total”
Suposições:
“Como aparência é fundamental, ninguém gosta de
mim”
“Se eu emagrecer todos os meus problemas irão se
resolver”
“Se eu for magra, as pessoas me respeitarão”
Crenças Centrais e o que
representam
 As chamadas crenças centrais são
conteúdos cognitivos rígidos e profundos,
ideias centrais que a pessoa tem de si
mesma, dos outros e do mundo.

 Iniciam-se na infância, a medida que o


indivíduo interage com pessoas
significativas e encontra situações que
confirmem sua crença.
Crenças Centrais e o que
representam
 Não são facilmente acessados (ao contrário
dos pensamentos automáticos)

 São Absolutas “forma como as coisas são”,


rígidas, supergeneralizadas e globais sobre si
e o outro.

 Uma pessoa que desenvolve um esquema


ligado ao abandono, pode desenvolver uma
crença central como “eu não mereço ser
amado”; “não posso confiar em ninguém”;
“os outros irão magoar-me”.
Crenças Centrais e o que
representam
 Essas crenças influenciam como o indivíduo
pensa, sente e se comporta.

 Influenciam o desenvolvimento das crenças


intermediárias.

 As crenças negativas (disfuncionais) podem


ser ativadas em momentos de aflição
psicológica ou situações relacionadas às
vulnerabilidades do individuo.
Crenças Intermediárias
 As crenças intermediárias são o nível
existente entre os Pensamentos
Automáticos e as crenças centrais. As
crenças intermediárias constituem uma
forma de reduzir o sofrimento provocado
pelas crenças centrais, consistindo
basicamente de regras e suposições como
“eu devo”, “eu tenho que”, “se...então”.
Crenças Intermediárias
 São mais maleáveis que as crenças
centrais
 São suposições que ajudam a lidar com a
crença central
 Embora não sejam tão facilmente
modificadas quanto os pensamentos
automáticos, são ainda mais maleáveis que
as crenças centrais.
 São mecanismos de sobrevivência, criados
para adaptação do indivíduo.
Escalas Beck
 Desenvolvida por Beck e seus colegas no
Center for Cognitive Therapy (CCT) da
Universidade da Pensilvania, Estados
Unidos.
KIT
 1 manual
 5 folhas de protocolo de ansiedade - BAI
 5 folhas de protocolo de depressão - BDI
 5 folhas de protocolo de desesperança - BHS
 5 folhas de protocolo de ideação suicida - BSI
 1 crivo
INFORMAÇÕES GERAIS
 INDICAÇÃO:
 17 a 80 anos
 Todos indicados para pacientes psiquiátricos
 BDI - pesquisa e clinica com pacientes não
psiquiátricos e para população geral;
 BHS - pesquisa e clinica com pacientes não
psiquiátricos e para população geral, mais satisfatórios
em sujeitos com patologia;
 BAI - população geral, mas falta subsídios na
interpretação;
 BSI - adultos psiquiátricos
Inventário de depressão (BDI)
 Conceito de depressão
 Inicialmente foi desenvolvido como escala
Sintomática de depressão
 E uma escala de auto-relato
 21 itens
 O escore total classifica o nível da intensidade de
depressão
 E indicado para sujeitos de 17 a 80 anos
 No Brasil foram realizados estudos com sujeitos de 12
a 17 anos e com sujeitos da terceira idade
Inventário de Ansiedade (BAI)

 Criado por Beck,Epstein,Bronw e Steer;


 Conceito de Ansiedade;
 Originalmente uso em pacientes psiquiátricos
 Versão em português;
 21 itens.
Inventário de Ansiedade (BAI)
 Escala de 4 pontos
1- Absolutamente não
2- Levemente: não me incomodou muito
3- Foi muito desagradável, mas pude suportar
4- Gravemente: Dificilmente pude suportar
ESCALA DE DESESPERANÇA (BHS)

 Originalmente foi apresentada como medida da


dimensão do pessimismo ou extensão das
atitudes negativas frente ao futuro.

 Década de 60: surgimento do construto


desesperança na literatura psicanalítica.

 Desesperança como elemento-chame para


formular a teoria do comportamento suicida.
Escala de Ideação Suicida (BSI)
 Versão de alto relato;
 Observações, historias e obras de suicidologia;
 Não prevê um eventual suicídio;
 Não identifica simulação ou confusão;
 Não é substituto de avaliação clinica.
Avaliação Inicial
 Início da coleta acerca do paciente.
Estrutura
 Estabelecer agenda de forma implícita.
 Fazer avaliação do humor do paciente (
aplicar as escalas).
 Pedir uma descrição da queixa principal
(discutindo diagnóstico).
 Orientar o paciente com relação a seu
problema.
 Pesquisar, de forma ativa, as diversas áreas
de desenvolvimento do paciente.
Estrutura
 Áreas:
 Familiar – origem, dinâmica, constituição.
 Social – O que gosta de fazer, grupo de
amigos, hobby, facilidade/dificuldade para
fazer amigos.
 Saúde – Cirurgia, medicação atual,
doenças. Importante verificar uso
adequado da medicação, se há uso de
drogas ilícitas, uso de anabolizantes.
Estrutura
 Acadêmicos
 Profissional – área de atuação, interesse.
 Conjugal – resolução de conflitos,
interesse em comum, planos futuros,
afetivo/sexual.
 Auto conceito – qualidade, defeito, o que
gostaria de mudar, imagem.
 Sempre pedir feedback ao final das
sessões.
Estrutura
 Orientar o paciente quanto ao modelo
cognitivo (psicoeducação). Importante
pegar um exemplo do paciente para que
mesmo tenha mais facilidade de
compreensão.
 Falar da eficácia, estudos comprovados,
duração do tratamento e da importância
da participação do mesmo no seu
processo de evolução/melhora.
Estrutura
 Obter informações sobre expectativa do
paciente com relação a terapia.
 Resumo da sessão.
 Solicitar feedback
 Deixar claro o contrato.
ATENÇÃO
 A PRIMEIRA SESSÃO JÁ COMEÇA A
SER CONSTRUIDA A ALIANÇA
TERAPEUTICA, QUE É FUNDAMENTAL
PARA O PROCESSO TERAPEUTICO.
Problemas e Metas
“Se pudermos reorientar nossos
pensamentos e emoções e reorganizar
nosso comportamento, então poderemos
não só aprender a lidar com o sofrimento
mais facilmente, mas, sobretudo e em
primeiro lugar, evitar que muito dele surja”
Dalai Lama (1999)
Referências
BECK, J. S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Tradução Sandra
Costa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

FREEMAN, A; DATILIO, F. Compreendendo a terapia cognitiva.


Campinas: Editorial Psy, 1998. KNAPP, P. A terapia cognitivo-
comportamental no tratamento dos transtornos mentais. Rev. Bras.
Psiquiatr. v. 30. (Supl II). p. 51-53. 2008.

WRIGHT, J. H.; BASCO, M. R.; THASE, M. E. Aprendendo a terapia


cognitivocomportamental: um guia ilustrado. Tradução Mônica
Giglio Armando. Porto Alegre: Artmed, 2008.

DOBSON, D; DOBSON,K.S. A terapia cognitivo-comportamental


baseada em evidências. Tradução Vinícius Duarte Figueira. São Paulo:
Artmed, 2011.

Você também pode gostar