12 BJD 21-11 Doi 270
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ISSN: 2525-8761
DOI:10.34117/bjdv8n11-270
RESUMO
Nos últimos anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) consolidou-se para contemplar ações
de saúde integrais para promover a assistência terapêutica integral, incluindo os
medicamentos. As campanhas de ajuda medicamentosa são importantes porque promovem
o uso racional de medicamentos, garante os parâmetros nas ações de saúde. Algumas
iniciativas foram importantes como a criação da Política Nacional de Medicamentos e
Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Neste sentido, o objetivo geral deste
trabalho é descrever as principais ações farmacêuticas no processo de promoção da saúde
e do seu papel no SUS, tendo em vista a valorização do seu papel frente a sua atuação no
órgão. A metodologia utilizada neste trabalho foi a revisão de literatura integrativa. Para
escolha dos artigos foi utilizado a base de dados da SCIELO, Google acadêmico e Pubmed.
O período dos artigos pesquisados foram os trabalhos publicados entre 2017 e 2022, sem
restrições de acessibilidade, ou seja, os pagos e publicados no idioma português e inglês.
A busca resultou em um total de 74 artigos na base de dados selecionada, dos quais 58
artigos foram removidos por não atenderem aos critérios de inclusão do estudo. Como
resultado, 16 artigos foram incluídos na revisão. Pode-se concluir que o engajamento de
farmacêuticos na melhoria da gestão de assistência farmacêutica é importante,
principalmente porque são os principais atores envolvidos em negociações com o governo.
É o profissional que tem conhecimento aprofundado sobre medicamentos os quais são
essenciais para recuperação da saúde do paciente.
ABSTRACT
In recent years, the Unified Health System (SUS) has been consolidated to include
comprehensive health actions to promote comprehensive therapeutic care, including
medications. Drug help campaigns are important because they promote the rational use of
medicines, guarantee the parameters in health actions. Some initiatives were important,
such as the creation of the National Medicines Policy and the National Pharmaceutical
Assistance Policy. In this sense, the general objective of this work is to describe the main
pharmaceutical actions in the health promotion process and its role in the SUS, with a view
to valuing its role in the face of its performance in the organ. The methodology used in
this work was the integrative literature review. To choose the articles, the SCIELO, Google
academic and Pubmed databases were used. The period of researched articles was the
works published between 2017 and 2022, without accessibility restrictions, that is, paid
and published in Portuguese and English. The search resulted in a total of 74 articles in the
selected database, of which 58 articles were removed for not meeting the inclusion criteria
of the study. As a result, 16 articles were included in the review. It can be concluded that
the engagement of pharmacists in improving pharmaceutical care management is
important, mainly because they are the main actors involved in negotiations with the
government. It is the professional who has in-depth knowledge about medicines which are
essential for the recovery of the patient's health.
1 INTRODUÇÃO
Com mais de 20 anos de existência, o Sistema Único de Saúde (SUS) apresenta
problemas como falta de leitos em hospitais, falta de profissionais no interior do Brasil,
má qualificação destes profissionais e má remuneração. Neste contexto também entra a
assistência farmacêutica como um grande desafio, no intuito de fortalecer ações e
consolidar a assistência como uma prática real e inovadora.
O acesso a medicamentos é um dos itens principais para as ações do SUS. Garantir
que a população brasileira tenha um tratamento adequado através do uso racional de
medicamentos é tarefa essencial para manutenção da saúde. O uso de medicamentos deve
ser orientado por um profissional habilitado, pois um uso de maneira inadequada pode
trazer sérias consequências para o paciente.
É necessário que se entenda a importância da assistência farmacêutica nesse
contexto e a sua participação em equipes multidisciplinares acrescentando valores aos
serviços e colaborando para a promoção da saúde, pois o mesmo possui ferramentas como
a assistência farmacêutica e atenção farmacêutica que o possibilita realizar seu trabalho
ativo junto à sociedade de forma que o paciente esteja sempre o principal beneficiário.
O que os governos têm feito nas três esferas é uma grande preocupação e o
governo federal é o principal articulador das ações de gestão da assistência farmacêutica,
pois para melhorar o acesso de população a medicamentos e outras ações inerentes, deve
haver uma assistência farmacêutica estruturada e organizada.
usuários, e, apesar dos esforços, dão evidências de uma má gestão (BERMUDEZ et al.,
2018).
É de caráter essencial que as coordenações ou gerências dos estados tenham a
responsabilidade de ordenar as atividades referentes ao ciclo da assistência farmacêutica,
que envolve a programação, seleção, armazenamento, obtenção, distribuição e
dispensação de medicamentos, além do acompanhamento das avaliações e de
supervisionar as ações (ENDRINGER; CARDOSO).
A Seguir, na figura 1 é mostrado a Ilustração do ciclo da assistência Farmacêutica.
correta e a maneira de como irá ser guardado, de forma com que não haja a perda da
qualidade do medicamento.
A dispensação correta é um dos componentes primordiais para que ocorra de
forma certa o uso racional de medicamentos, com isso compete ao dispensador o encargo
pelo entendimento do usuário, assegurando assim a utilização correta do medicamento
(PINTO; CASTRO, 2022).
A implantação da atenção farmacêutica é uma tática para que haja garantia de
qualificação e humanização no atendimento aos pacientes. Com isso é possível alegar que
a atenção farmacêutica é uma amostra de prática ampliada no conjunto da assistência
farmacêutica, abrangendo atitudes, valores éticos, comportamentais, aptidões, real
compromisso e corresponsabilidades na vigilância de doenças, melhora da saúde e a sua
promoção, de forma com que haja a integridade da equipe de saúde, e havendo o contato
direto do farmacêutico com o paciente, tendo em vista a farmacoterapia racional e a
obtenção de resultados determinantes, voltados para a melhora na eficácia na qualidade
de vida (LOPES SEGUNDO, 2022).
Outra questão de grande importância para a modernização da Assistência
Farmacêutica foi a criação e implantação do sistema Hórus. O sistema Hórus foi criado
num momento que a quantidade de informações relativas à demanda de medicamentos,
controle de estoque, programação, aquisição era muito reduzida. No entanto, a capacidade
de processamento de informações, o banco de dados e as aplicações do Hórus atingiram
níveis críticos de utilização, acarretando queda na performance, tornando-se necessário
desenvolver uma nova solução tecnológica para atender às necessidades da Assistência
Farmacêutica nacional.
A questão de indicadores é muito importante na formulação de políticas públicas.
A Política Nacional de Medicamentos e a Política Nacional de Assistência Farmacêutica
estão aí para demonstrar o quanto são importantes estas ações políticas (BERMUDEZ et
al., 2018).
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE PESQUISA
O presente trabalho foi um estudo de revisão de literatura integrativa. Este método
de pesquisa consiste na construção de uma vasta análise da literatura, contribuindo para
discussões sobre métodos e resultados de pesquisas (FACHIN, 2017).
Para tanto, foi utilizado como investigação a metodologia científica, visto que está
utiliza técnicas e métodos para realização da investigação com vistas que o conhecimento
4 RESULTADOS
A partir da busca pelos descritores e filtros, foram recuperados 74 artigos.
Daqueles, 49 resultaram da base de dados Scielo e 25 do portal BVS, dos quais 58 artigos
foram removidos por não atenderem aos critérios de inclusão do estudo Da leitura na
íntegra realizada foram selecionados 16 artigos. O período dos artigos pesquisados foram
os trabalhos publicados entre 2017 e 2022.
Dos 16 artigos selecionados, 8 abordaram diretamente aspectos relacionados no
âmbito do sistema único de saúde (SUS). No Quadro 1 estão listadas características gerais
de cada artigo.
5 DISCUSSÃO
Com base nos artigos recuperados na pesquisa, pode-se observar a importância da
atuação do farmacêutico no SUS, dada sua contribuição para a melhoria dos problemas
relacionados a medicamentos (PRM), e segundo Silva et al. (2018), pode-se observar que
as famílias podem ser uma área de atuação para os farmacêuticos abordarem de forma
mais efetiva os problemas de medicação de determinados pacientes, principalmente os
idosos.
Vieira (2017) mencionou que houve um aumento significativo da polifarmácia em
idosos nos últimos anos. Os pacientes desse grupo geralmente apresentam altas taxas de
comorbidades, correm alto risco de prescrever medicamentos potencialmente
inapropriados e são mais propensos a apresentar perda de doses ou erros de medicação
que podem afetar a adesão ao tratamento; o autor também afirma que os serviços de
acompanhamento farmacêutico para desenvolver um plano de cuidados por meio de
aconselhamento, abordar questões relacionadas à medicação e fornecer acompanhamento
oportuno, com foco na aquisição de habilidades e competências para responsabilidade
compartilhada, pode melhorar a adesão à medicação e, portanto, os resultados clínicos.
Sem a devida atenção farmacêutica, pode haver efeitos na saúde do paciente.
Costa et al. (2017) apontaram que a atenção farmacológica como estratégia de
saúde da família pode ser uma alternativa eficaz para alcançar melhores resultados
clínicos e econômicos, melhorando assim a qualidade de vida dos usuários do SUS.
A atenção farmacêutica agrega valor à dispensação, necessária para complementar
os serviços de medicação que dão suporte e potencializam os resultados do tratamento,
ao mesmo tempo em que contribuem para atributos presentes na atenção básica (AB), e,
como tal, dispensação e cuidado com medicamentos passam a ser considerados essenciais
para os representantes momentos críticos de interação com os usuários dos serviços de
saúde são significativos (VIEIRA, 2017).
Segundo estudo realizado por Araújo et al. (2017), observou-se um pequeno
número de farmacêuticos envolvidos em atividades educativas e de promoção da saúde
nos serviços de atenção primária, sugerindo que esse profissional ainda não está bem
integrado à equipe de saúde e que o atendimento na farmácia permanece um pouco
segregado.
Jaques et al. (2017) observou que a efetividade da Enfermagem Farmacêutica
(AP) foi apontada como um dos desafios da integração do SUS, e um dos aspectos que
levaram ao problema, estava diretamente relacionado ao desenvolvimento de sua gestão
no SUS, pré-requisito para garantia de acesso a medicamentos e tratamento integral. A
gestão da atenção farmacêutica é amparada por um arcabouço jurídico e político que deve
orientar e contribuir para a melhoria da assistência farmacêutica na atenção básica do
SUS.
Costa et al. (2017) observaram em estudo que o baixo percentual de conceitos de
AF associados ao cuidado integrado como parte da Pesquisa Nacional de Acesso, Uso e
Promoção do Uso Racional de Medicamentos sugere que a distância entre AF e outras
ações de saúde é permanente, os entrevistados tinham pouca compreensão da AF como
parte integrante do SUS e integral à integralidade da atenção à saúde. Os autores ainda
expressam avanços na área da política de medicamentos da atenção básica do SUS, mas
permanecem desafios, como o acesso equitativo aos medicamentos, a estruturação dos
serviços de medicamentos, melhorias na logística e gestão e a implementação de ações
voltadas para a atenção aos medicamentos em saúde. Por outro lado, ainda há necessidade
de melhorar as atividades relacionadas à gestão e logística de medicamentos e insumos.
Os farmacêuticos devem sair de trás do balcão e começar a atender o público,
prestando atendimento e não apenas comprimidos. O simples ato de entregar
medicamentos não tem futuro. Essa atividade pode e será feita via internet, máquinas e/ou
técnicos treinados. O fato de um farmacêutico ter formação acadêmica e atuar como
profissional de saúde o obriga a atender a comunidade de uma forma melhor do que
atualmente (SANTOS, 2017).
6 CONCLUSÃO
Pode-se dizer que desde a implantação do SUS, o governo tem criado políticas
públicas para aumentar a resolubilidade do sistema de saúde. A assistência farmacêutica
também tem sido contemplada nas políticas públicas com o intuito de melhorar a
qualidade dos serviços. O engajamento de farmacêuticos na melhoria da gestão de
assistência farmacêutica é importante, principalmente porque são os principais atores
envolvidos em negociações com o governo. É o profissional que tem conhecimento
aprofundado sobre medicamentos os quais são essenciais para recuperação da saúde do
paciente.
Nas farmácias, ele desempenha o papel de atenção farmacêutica, orientando o
paciente acerca do uso racional de medicamentos; que é uma das maiores preocupações
acerca da saúde, pois quando a fórmula é utilizada de forma inadequada, pode agravar a
doença e até levar a morte. As ações governamentais estão muito presentes no segmento
farmacêutico, intensificando e melhorando a gestão da assistência farmacêutica no país.
O Departamento de Assistência Farmacêutica, assim como o Ministério da Saúde, tem
papel fundamental no processo.
No entanto, ainda existem alguns obstáculos a serem superados para que essa
prática se generalize. Com a inserção do farmacêutico no SUS e, consequentemente,
novas práticas de saúde, será possível promover uma assistência qualificada e uso racional
de medicamentos para a população.
REFERÊNCIAS
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I. A.; ÁLVARES, J. Atividades farmacêuticas de natureza clínica na atenção básica no
Brasil. Rev. Saúde Pública, v. 51, n. 2, p. 6-21, 2017.
BARROS, R. D.; COSTA, E. A.; SANTOS, D. B.; SOUZA, G. S.; ÁLVARES, J.,
GUERRA, A. A.; JR ACURCIO, F. A.; GUIBU, I. A.; COSTA, K. S.; KARNIKOWSKI,
M. G. O.; LEITE, S. N. Acesso a medicamentos: relações com a institucionalização da
assistência farmacêutica. Revista de Saúde Pública, v. 51, n.2, p. 251-259, 2017.
GIL, A. C. Como elaborar projeto de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.