Adm 1
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➢Autarquias
➢Fundações Públicas
➢Empresas Públicas
As autarquias são:
Pessoas jurídicas de direito público,
Criadas por lei, com autonomia administrativa, orçamentária e técnica
(capacidade de autoadministração), e capital exclusivamente público, para o
desempenho de atividades típicas do Estado.
O Decreto-Lei nº 200/67 define autarquia, nos termos do art. 5º, inc. I, da seguinte
forma:
Art. 5º Para os fins desta lei considera-se:
I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica,
patrimônio e receitas próprias, para executar atividades típicas da Administração
Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada. Numa visão bem simplista, podemos dizer que as
autarquias representam uma parcela do Estado no exercício indireto de sua função
administrativa (gestão administrativa descentralizada), por meio de um órgão a que
se atribuiu vida própria.
É possível identificar as seguintes características nas autarquias. Leve estas
informações basilares à sua prova, pois caso surjam questões relacionadas à
autarquia, será sobre este assunto:
A criação é sempre por lei;
São dotadas de personalidade jurídica de direito público;
Gozam de autonomia administrativa, orçamentária e técnica;
São criadas para especialização dos fins ou atividades;
Sujeitam-se ao controle de tutela. Significa que não estão subordinadas ao ente
que as criou, mas apenas vinculada aos fins para os quais foi criada (supervisão
ministerial).
As autarquias são sempre criadas por lei.
Apenas a Lei (em sentido estrito) pode criar uma Autarquia. Esta mesma lei que
definirá sua estrutura, sua atividade, ou seja, seus contornos.
A partir do início da vigência da lei criadora, tem a entidade seu surgimento (seu
nascimento), sem qualquer necessidade de averbação de seus atos institucionais
em órgãos destinados a tanto, pois seu delineamento está todo contido na norma
criadora.
Logo, por observância do princípio da simetria (paralelismo das formas), a extinção
também deverá ser procedida por meio de lei.
Conclui-se que, se somente por lei específica é possível à criação, então, somente
por lei poderá ocorrer à extinção de uma Autarquia.
De acordo com a doutrina majoritária costuma-se dividir as autarquias em
institucionais e territoriais.
As autarquias territoriais surgem por desmembramento geográfico do Estado,
criando-se um ente, ao qual se outorga prerrogativas de forma geral funções
administrativas e até mesmo de ordem política, a exemplo dos territórios que são
autarquias territoriais de natureza política integrantes da União.
As autarquias institucionais são pessoas administrativas criadas por lei, com
objetivo específico, sem qualquer espécie de delegação política, pois recebem, por
outorga, a titularidade de uma atividade típica do Estado. Exemplo: Instituto
Nacional do Seguro Social – INSS.
De outra vertente, classificam-se, ainda, as autarquias quanto ao objeto, quando
temos as autarquias em regime comum e as em regime especial.
As autarquias em regime especial são autarquias dotadas de maiores
prerrogativas, tal qual maior autonomia administrativa, poder normativo técnico e,
ainda, algumas gozando de mandato fixo para os seus dirigentes. Ex.:
Universidades (Lei nº 5.540/68), BACEN e as denominadas agências reguladoras
(ex.: ANATEL, ANA, ANEEL, ANP, ANVISA, etc.).
Quanto à estrutura, temos as autarquias corporativas e as fundacionais.
As autarquias corporativas são aquelas que têm a prerrogativa de fiscalizar e
controlar o exercício de certas profissões. Ex.: CRECI, CRM, CREA, CRC, ou seja,
os conselhos profissionais.
Nesse aspecto, cabe destacar que o Supremo Tribunal Federal tem entendimento
de que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) não integra a Administração
Pública, realizando, pois, serviço público de forma independente, e, por isso, não
se submete ao regime jurídico-administrativo (não sendo obrigada a realizar
concurso para ingresso de pessoal), tampouco a controle Estatal de suas
finalidades ou mesmo do Tribunal de Contas da União no tocante aos seus
recursos e gastos.
Percebe-se que apesar de os conselhos de profissões sejam autarquias
corporativas, e, por isso, se submetem a controle do Tribunal de Contas da União,
além de terem o dever de licitar e realizar concursos públicos, a OAB estaria
excluída dessas sujeições na medida em que não integra a Administração Pública,
conforme entendimento do STF.
As autarquias fundacionais são autarquias criadas em razão de um destacamento
de patrimônio estatal, com o escopo de atuarem desempenhando atividades
ligadas ao desenvolvimento social, tal como saúde, educação ou em proteção aos
direitos e interesses de minorias.
Ex. Fundação Universidade de Brasília (FUB), Fundação Nacional do Índio
(FUNAI) etc.
No entanto, verifica-se que há duas hipóteses de agências: as reguladoras e as
executivas.
As agências reguladoras (autarquias em regime especial) surgiram em
decorrência do plano nacional de desestatização (Lei nº 9.491/97), cujo escopo era
pôr fim ao monopólio estatal de alguns serviços definidos em certos setores e,
principalmente, visando o princípio da especialidade, com papel de disciplinar e
fiscalizar atividades típicas do Estado, cuja execução fora outorgada a particulares.
Essas agências caracterizam-se por três elementos: maior independência,
investidura especial (depende de nomeação pelo Presidente aprovação prévia do
Senado Federal) e mandato, com prazo fixo, conforme lei que cria a pessoa
jurídica.
Quanto ao regime especial, o prof. Carvalho Filho dá especial destaque às
prerrogativas para que se caracterize uma autarquia em regime especial, citando
quatro fatores, sendo:
1º) poder normativo técnico (chamada deslegalização, ou seja, poder de editar
normas técnicas complementares das normas gerais);
2º) autonomia decisória (poder de decidir os conflitos administrativos que envolvem
sua área de atuação);
3º) independência administrativa (seus dirigentes têm investidura por prazo certo);
4º) autonomia econômico-financeira (têm recursos próprios e dotação
orçamentária específica).
Pode-se dizer, portanto, que as agências reguladoras são responsáveis pela
regulamentação (poder regulamentar), controle e fiscalização de serviços públicos,
atividades e bens transferidos ao setor privado e, em suma, englobam as seguintes
atividades:
a) serviços públicos propriamente ditos, tal como ANEEL (Lei nº 9.427/96),
ANATEL (Lei nº 9.472/97), ANTT e ANTAQ (Lei nº 10.233/2001);
b) atividade de fomento e fiscalização de atividade privada (Ancine – MP 2.281-
1/01 – Lei nº 10.454/02);
c) regulação e fiscalização de atividades econômicas (ANP, Lei nº 9.478/97);
d) atividades sociais – exercidas pelo Estado, mas facultadas também ao particular
– (ANVISA, Lei nº 9.782/99; ANS, Lei nº 9.961/00); e,
e) agência reguladora de uso de bens públicos, tal como a ANA, criada pela Lei nº
9.984/00.
Devemos ficar atentos a observar uma série de traços específicos e característicos
dessas entidades quanto a pessoal, regime jurídico, licitações, dentre outros.
Vejamos:
a) Regime de pessoal: A Lei nº 9.986/00 estabelecia a possibilidade de contratação
por meio do regime celetista. Porém, o STF entendeu que não se compatibilizava
o regime de emprego com as atribuições desempenhas pelas agências
reguladoras, firmando, com isso, a necessidade de observar o regime estatutário.
b) Licitação: devem observar as normas da Lei nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02.
Podendo optar por modalidades especificas como o pregão e a consulta, conforme
consta da Lei nº 9.986/00.
As agências executivas, por outro lado, são autarquias ou fundações que por
iniciativa da Administração Direta (Presidente da República), recebem o status de
Agência Executiva, em razão da celebração de um contrato de gestão, que objetiva
uma maior eficiência e redução de custos (Decretos Federais nº 2.487 e 2.488,
ambos de 1998).
Para receber tal qualificação é preciso ter plano estratégico de reestruturação e
desenvolvimento institucional em andamento e celebrar contrato de gestão com o
Ministério supervisor.
São, portanto, autarquias ou fundações qualificadas para melhor desempenho de
suas atividades que firmam contrato de gestão para maior autonomia
administrativa e orçamentária, não estando, portanto, hierarquicamente
subordinadas.
Fundações Públicas
De acordo com o que aduz O Decreto-Lei nº 200/67, em seu art. 5º, inc. IV, o
conceito de fundações é o seguinte: entidade dotada de personalidade jurídica de
direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa,
para o desenvolvimento de atividades que não exigem execução por órgãos ou
entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio
gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por
recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
É bastante importante que guardemos o conceito a seguir. As bancas
organizadoras de Concurso têm cobrado na literalidade, e os concurseiros têm se
confundido bastante no que diz respeito:
A Constituição Federal em seu artigo 37, inc. XIX, aduz que “somente por lei
específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
Ora, a afirmação nos expressa que a criação de fundações públicas depende
sempre de lei específica, ou seja, precisa da lei autorizando a criação, cabendo a
uma lei complementar definir a área de atuação.
A criação, por sua vez, acontecerá através de decreto executivo que aprova o
Estatuto, que por sua vez deverá ser registrado em cartório de registro de pessoas
jurídicas.
Além disso, as Fundações Públicas podem ter a natureza de pessoa jurídica de
direito público, caracterizando uma espécie de autarquia, denominada autarquia
fundacional ou fundação governamental.
As fundações públicas de direito público encontram-se subordinadas a regime
jurídico de direito público, o que determina que seus bens são públicos, o regime
adotado para seu pessoal é o estatutário, pagando suas dívidas por precatórios.
Já as fundações públicas de direito privado, se submetem, em regra, ao regime
jurídico de direito privado, sendo seus bens considerados privados, seus agentes,
como regra, se submetem ao regime celetista.
Mas tenha muito cuidado!!! Não há um absoluto domínio das regras atinentes ao
regime privado, é que por ser entidade pública está submetida a algumas restrições
oriundas do princípio da indisponibilidade do interesse público, ou seja, oriundas
do regime jurídicoadministrativo, tal como obrigatoriedade de licitar, realizar
concurso público, dentre tantas outras implicações do regime público.
Empresas Estatais
São espécies de empresas estatais as sociedades de economia mista e as
empresas públicas, bem como as suas subsidiárias.
A empresa pública, pela análise do Decreto-Lei nº 200/67, é pessoa jurídica de
direito privado composta por capital exclusivamente público, criada para a
prestação de serviços públicos ou exploração de atividades econômicas sob
qualquer modalidade empresarial.
Saliente-se mais uma vez o art. 37, inc. XIX, bem como o art. 173, §1º, inc. II, da
Constituição, que assim dispõe:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I –
sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II – a sujeição ao regime jurídico
próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
Já a sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito privado, criada para
prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica, com capital
misto e na forma de S/ A.
Analisando as semelhanças entre as empresas estatais, entende-se que quanto à
criação, sempre depende de lei, só que a lei (específica) autoriza a instituição (art.
37, XIX, da CF), que dependerá de registro de seus atos constitutivos (decreto de
aprovação do contrato social) no órgão competente [junta comercial].
No que diz respeito à extinção, em observância ao princípio do paralelismo das
formas ou da simetria haveria a necessidade também de lei autorizar, com análise
posterior em cartório.
Por outro lado, destaco que as estatais estão submetidas às disposições da Lei
8.666/93.
Pode, contudo, quando exploradoras da atividade econômica, ter regime especial
por meio de estatuto próprio conforme o art. 173, §1º, III, CF.
Mas olha que importante:, O STF entendeu, em julgamento ainda pendente de
finalização, que a estatal exploradora de atividade econômica em regime
concorrencial pode adotar procedimento simplificado de licitação aprovado por
decreto presencial (caso Petrobras).
No que se refere ao regime tributário, diante da disposição contida no art. 173, §1º,
inc. II, CF/88, em regra, as estatais não têm privilégios tributários, que não sejam
extensíveis à iniciativa privada.
É SIMPLES ENTENDER!!!, somente gozaram de privilégios tributários se forem
extensíveis às entidades do setor privado no ramo em que concorrem.
ENTRETANTO... o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que se prestam
serviços públicos, especialmente em regime de exclusividade, gozam de
prerrogativas de direito público, tal como imunidade tributária em relação aos
seus bens, rendas e serviços e pagamento de seus débitos por precatórios
(Caso ECT).
Um dos assuntos mais cobrados em concursos, no que diz respeito às empresas
estatais versa acerca do regime jurídicos destas, vejamos:
Em razão de já estarem submetidas ao regime de direito privado, ocupam emprego
público, seguindo o regime da CLT. Entretanto, são considerados agentes públicos
(servidores públicos lato sensu), em razão de algumas regras: concurso público,
teto remuneratório, acumulação, remédios constitucionais, fins penais,
improbidade administrativa, etc.
No que faz relação aos bens, são bens privados, logo, são passíveis de penhora,
exceto se a empresa for prestadora de serviços públicos e o bem estiver
diretamente ligado a eles, de modo que por força do princípio da continuidade o
bem não poderá sofrer constrição.
As empresas públicas podem assumir qualquer forma societária/empresarial, ou
seja, podem ser S/A, Limitada, Comandita.
No entanto, as de economia mista só podem assumir a forma de S/A.
As empresas públicas federais têm suas demandas julgadas na Justiça Federal
(art. 109, inc. I, da CF/88), enquanto que as sociedades de economia mista terão
suas causas decididas na Justiça Estadual.
EXERCÍCIOS
1) O Estado, em sua organização, atua por meio de órgãos, agentes e pessoas
jurídicas, para exercer suas atividades, com vistas a atender ao interesse público.
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo,
descentralização é:
A) o processo segundo o qual o Estado desmembra órgãos, criando um ou mais
novos órgãos, para propiciar melhoria na sua organização estrutural;
A) delegação.
B) outorga.
C) permissão.
D) hierarquia.
E) distribuição.
3) Com relação à descentralização administrativa, analise as afirmativas a seguir.
Assinale:
A) instituição de uma autarquia, cuja criação deve ser devidamente autorizada por
lei e cuja gestão pode admitir o regime jurídico de direito privado conforme o escopo
de sua atuação, a exemplo do caso descrito.
C) instituição de uma empresa estatal, cujo regime jurídico é próprio das empresas
privadas, fazendo constar da finalidade institucional as atividades pretendidas pela
Administração.
D) criação, por lei, de uma autarquia que, em razão de sua natureza jurídica de
direito público, terá atuação regida pelo direito público, ainda que seu escopo seja
típico de atuação da iniciativa privada, como pretendido pela Administração
pública.
5) No que diz respeito ao órgão público, está correto o que se afirma em:
A) as Empresas Públicas.
B) as Autarquias.
D) os Municípios.
E) os Territórios Federais
A) É uma entidade administrativa sem autonomia, criada por lei especifica com
personalidade jurídica de direito público, sem patrimônio próprio e atribuições
estatais indeterminadas.
B) É uma entidade pública, criada por lei especifica com personalidade jurídica de
direito privado, patrimônio público, atribuída a uma finalidade especifica não
lucrativa.
E) É uma entidade privada, criada por lei específica com personalidade jurídica de
direito público, patrimônio público, atribuída a uma finalidade especifica do Estado,
sem intuito de lucro.
10) Das afirmativas a seguir, apenas uma está correta. Assinale-a
Assinale:
A) I, II e IV.
B) I e III.
C) I e IV.
D) II e III.
E) III e IV.
14) As autarquias possuem determinados privilégios que lhes são conferidos pelo
direito administrativo, sendo dois exemplos os seguintes:
III. É uma sociedade por ações em que o setor público deve ter, no mínimo, 51%
das ações.
A) I;
B) II;
C) III;
D) I e II;
E) I e III.
19) Quanto à estrutura organizacional da Administração Pública é correto afirmar
que:
A) Na empresa pública predomina o capital público.
A) administrativa;
B) agência executiva;
C) agência reguladora;
D) regional;
E) universitária.
A) autarquia corporativa
C) empresa pública.
D) autarquia institucional
E) fundação privada.
C) são pessoas jurídicas de direito público e somente por lei específica podem ser
criadas;
GABARITO
1) D 14) E
2) B 15) E
3) C 16) C
4) C 17) C
5) D 18) A
6) A 19) D
7) A 20) C
8) D 21) C
9) D 22) C
10) B 23) D
11) E 24) A
12) C 25) D
13) B