Direito Administrativo Prof Lucas Neto: AEPCON Concursos

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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Para que exista desenvoltura na organização da administração pública, tanto direta quanto
indiretamente, isto, somente se dará por meio da atuação de órgãos, entidades públicas e
seus respectivos agentes.

Se analisarmos o teor da Lei 9.784/1999 chegaremos às seguintes conclusões:

 Entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica.

 Órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura


da Administração indireta. Em suma, a diferença básica entre órgão e entidade é que esta
possui personalidade jurídica própria e aquele não. Mas vamos desenvolver mais os
conceitos.

Entidade vem a ser a pessoa jurídica, pública ou privada; nisto enquadra-se tanto as
entidades políticas, que possuem autonomia política, isto é, capacidade de legislar e se auto-
organizar (são pessoas políticas a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios), como
as entidades administrativas, que não possuem autonomia política, ou seja, não podem
legislar, limitando-se a executar as leis editadas pelas pessoas políticas;
Ainda que não tenham autonomia política, as entidades administrativas detêm autonomia
administrativa, isto é, capacidade de gerir os próprios negócios, porém sempre se
subordinando às leis postas pela entidade política (são entidades administrativas as
autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista).

Já o Órgão, por sua vez, é elemento despersonalizado, isto é, não possui personalidade
jurídica, cabendo a este a realização das atividades da entidade a que pertence, através de
seus agentes.

Os órgãos, de acordo com a doutrina majoritária do Direito Administrativo São “centros de


competência” constituídos na estrutura interna de determinada entidade política ou
administrativa (Os maiores exemplos são: Ministérios do Poder Executivo Federal, Secretarias
de Estado, departamentos ou seções de empresas públicas etc.).

QUANDO OCORRE O INSTITUTO DA CENTRALIZAÇÃO?

Uma das mais importantes sistemáticas da organização é a centralização, que ocorre quando
o Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio dos órgãos e agentes
administrativos que compõem sua estrutura funcional.

O que vem a marcar a centralização é o desempenho direto das atividades públicas pelo
Estado, por uma das pessoas políticas (União, Estados, DF e Municípios).

Tal execução centralizada de atividades públicas pelos entes federados vem a se desenvolver
por meio da atuação da respectiva Administração Direta.

QUANDO OCORRE O INSTITUTO DA DESCENTRALIZAÇÃO ?


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No fenômeno da descentralização o Estado distribui algumas de suas atribuições para outras


pessoas, físicas ou jurídicas. O que vem a marcar a descentralização é o desempenho indireto
de atividades públicas. Partimos da prerrogativa da existência de, pelo menos, duas pessoas
distintas: o Estado (a União, um Estado, o DF ou um Município) e a pessoa – física ou jurídica –
que executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição.

Logo, para sua prova, quando se envolverem 2 pessoas jurídicas você lembrará da
descentralização, e não da desconcentração.

A descentralização pode ser política ou administrativa. A descentralização política,


característica dos Estados federados, ocorre na criação de entidades políticas para o exercício
de competências próprias, não provenientes do ente central.

No Brasil é assim que ocorre, há autonomia dos Estados e dos Municípios, entes locais que
detêm competência legislativa própria, conferida diretamente pela Constituição, sendo que
tal competência é originária dos entes locais, e não mera delegação ou concessão do governo
central, a União. Já a descentralização administrativa ocorre quando determinadas atribuições
definidas pelo poder central são exercidas por entidades descentralizadas. Tais atribuições
não provêm da Constituição, e sim das leis editadas pelo ente central.

Por sua vez, a descentralização administrativa ocorre dentro de uma mesma esfera de
governo: a entidade política (União, Estado, DF ou Município) transfere alguma ou algumas de
suas atribuições a entidades que irão compor as suas respectivas administrações indiretas,
criadas especificamente para esse fim, ou, ainda, a pessoas físicas ou jurídicas sem vínculo
anterior com a Administração.

Para a doutrina majoritária, chegaremos à seguinte classificação para a


descentralização administrativa. Em três modalidades:

 Descentralização por serviços, funcional, técnica ou por outorga.

 Descentralização por colaboração ou delegação.

 Descentralização territorial ou geográfica.

A descentralização por serviços, funcional, técnica ou por outorga apresenta-se quando


uma entidade política (União, Estados, DF e Municípios), mediante lei, cria uma pessoa
jurídica de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e a execução de
determinado serviço público.

É exatamente isto que acontece na criação das entidades da administração indireta, ou seja,
das autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

Uma outra vertente da transferência da titularidade é que a entidade descentralizada passa a


desempenhar o serviço com independência em relação à pessoa que a criou.

Se fosse o contrário, não se justificaria a criação da entidade. Assim, o controle efetuado pelo
ente instituidor sobre as entidades descentralizadas por serviço deve observar os limites
impostos pela lei. Tal controle, de caráter finalístico, denominado de tutela, tem por objetivo
garantir que a entidade não se desvie dos fins para os quais foi instituída. Ademais, não
existe subordinação entre a entidade descentralizada e a pessoa jurídica que a criou, mas
tão-somente vinculação.

Por um outro lado, a descentralização por colaboração ou delegação ocorre quando, por
meio de contrato ou ato unilateral, o Estado transfere a execução de determinado serviço
público a uma pessoa jurídica de direito privado, previamente existente, conservando o Poder
Público a titularidade do serviço.
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Na descentralização por colaboração a entidade “colabora”, ajuda ao Poder Público,


executando o serviço que deveria ser por ele prestado.

Na descentralização por colaboração não é necessária a edição de lei formal, bastando a


formalização de um contrato (concessão ou permissão de serviços públicos) ou de um ato
unilateral (autorização de serviços públicos) da Administração para que se possa transferir a
responsabilidade pela execução do serviço a outra pessoa.

A delegação por contrato é sempre efetivada por prazo determinado. Já na delegação por
ato administrativo, como regra, não há prazo certo, em razão da precariedade típica da
autorização (possibilidade de revogação a qualquer tempo).

Vale a pena salientar que, na descentralização por colaboração (concessão, permissão ou


autorização), delega-se exclusivamente a execução do serviço.

É por nome próprio que a pessoa delegada presta o serviço, por seu nome e por sua conta e
risco, sob a fiscalização do Estado. No entanto, a titularidade do serviço permanece nas mãos
do Poder Público. Essa sistemática lhe permite dispor do serviço de acordo com o interesse
público, podendo alterar unilateralmente as condições de sua execução, aplicar sanções ou
retomar a execução do serviço antes do prazo estabelecido.

Desta feita, considerando que o Poder Público continua a deter a titularidade, o controle que
exerce é muito mais amplo e rígido do que na descentralização por serviço, o que pode, como
dito, resultar inclusive na retomada da execução do serviço a qualquer tempo. Contudo,
tampouco nesse caso há hierarquia entre o Poder Público delegante e a entidade que recebeu
a delegação para executar o serviço público.

Algo importante a se observar é que não há relação de hierarquia em nenhuma forma de


descentralização.

Finalizando, saliente-se que a DESCENTRALIZAÇÃO TERRITORIAL OU GEOGRÁFICA


se verifica no momento em que uma entidade local, geograficamente delimitada, dotada de
personalidade jurídica própria, de direito publico, possui capacidade administrativa genérica
para exercer a totalidade ou a maior parte dos encargos.

DESCONCENTRAÇÃO

No momento em que o ESTADO se organiza por essa via, a entidade se desmembra em


órgãos para melhorar sua organização estrutural. Trata-se de uma distribuição interna de
competências, ou seja, uma distribuição ou organização de competências dentro da mesma
pessoa jurídica.

Na desconcentração criam-se os órgãos.

A desconcentração envolve uma única pessoa jurídica., cujas atribuições são distribuídas
entre várias unidades de competências, os órgãos públicos, uns subordinados a outros dentro
de uma mesma estrutura organizacional.

Os princípios da centralização, desconcentração e descentralização balizam a divisão da


Administração em direta e indireta.

ADMINISTRAÇÃO DIRETA
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Administração Direta vem a ser, no melhor conceito, o conjunto de órgãos que integram as
pessoas políticas do Estado (União, Estados, DF e Municípios), aos quais foi atribuída a
competência para o exercício de atividades administrativas, de forma centralizada. Em outras
palavras, na administração direta “a Administração Pública é, ao mesmo tempo, a titular e a
executora do serviço público.

O princípio da centralização é inerente à Administração Direta. Com efeito, as pessoas


políticas União, Estados, DF e Municípios executam, por si próprias, diversas tarefas internas
e externas. Para tanto, se valem de seus inúmeros órgãos internos, dotados de competência
própria e específica e constituídos por servidores públicos, que representam o elemento
humano dos órgãos.

Quando o Estado executa tarefas diretamente, através de seus órgãos internos, estamos
diante da Administração Direta no desempenho de atividade centralizada.

Questões

1- A criação, por uma universidade federal, de um departamento específico para cursos


de pós-graduação é exemplo de descentralização.

2- Quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço
público, ocorre a descentralização por meio de outorga.

3- Desconcentração administrativa é a distribuição de competências entre órgãos de uma


mesma pessoa jurídica.

1) Errado
2) Certo
3) Certo

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