Artigo Métodos Quant.
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JUAZEIRO (BA)
2023
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RESUMO
ABSTRACT
This article is based on experiences and data collection provided in studies on the relationship
between ethnicity and work, and how the Brazilian labor market and its characteristics in the
current context relate to the professional trajectory of Brazilians. Therefore, the objective is
to provide a more accurate perception of what was built on the racial issue in the country and
its direct relationship with the professional trajectory of ethnicities, and its relationship with
the Brazilian job market, demonstrating through its impacts, development and expansion at
the national level.
O distanciamento desse novo regime fez com que as pessoas negras no Brasil, embora
libertas e senhoras de si mesmas, se tornassem moralmente e socialmente excluídas, sem os
devidos meios de sobrevivência e liberdade sobre si próprias, o mercado de trabalho
brasileiro na época colonial e industrial se tornava um grande espaço para competitividade,
fornecendo mais desigualdade social e econômica entre as raças. Com a reformulação de
mercado de trabalho, os donos dos grandes centros empresariais brasileiros (em sua maioria
brancos e imigrantes), monopolizavam e ditavam os novos recortes nesse novo cenário
industrial e comercial do país, fazendo com que os negros fossem marginalizados e fizessem
parte do de uma classe social e econômica inferior, sendo colocados em empregos
considerados inferiores e mais modestos, com os piores salários possíveis, já que boa parte
desses indivíduos não se encaixavam nos padrões da burguesia branca que dominava e ditava
o sucesso profissional de um indivíduo (o que ainda persiste nos tempos atuais).
A partir disto se abriu uma nova vertente sobre a relação de trabalho no Brasil: a
questão dos imigrantes se tornava a nova problemática em relação aos negros e pardos no
país. Enquanto os imigrantes viam no Brasil uma nova chance de um novo estilo de vida,
com oportunidades e condições de vida melhores que de suas originalidades, os negros não
aceitavam as condições e obrigações impostas pelos “patrões” pois se adequar e igualar ao
mesmo nivel dos imigrantes, em termos de tipos de trabalho e mão de obra, acabava sendo
um retrocesso no que se refere a liberdade, e assim como ferir a dignidade humana.
A liberdade dos pretos e pardos habituou essas pessoas a uma falsa sensação de
liberdade, pois embora não estivessem mais ligadas aos seus proprietários de escravos,
passaram a ser obrigados a existir à margem da sociedade, com piores condições de trabalho
devido ao novo formato de profissionalismo da classe branca, que buscava criar mecanismos
para dividir as as raças e modificar status de servidão moderna, tornando assim a separação
social e econômica do país ainda mais severa, criando uma divisão de classes mais
pronunciada e criando instabilidade a nível social, muito atrelado aos seus salários que eram
muito mais baixos quanto as condições pelas quais eram submetidos e forçados a aceitar. Tais
aspectos, no geral, refletem os tempos atuais, em que a raça está altamente atrelada às
condições profissionais a que os indivíduos racializados, de diversas classes, podem estar
submetidos.
Entretanto, antes de percorrer o caminho para responder o questionamento central
“como a raça afeta a ocupação do trabalhador no mercado de trabalho brasileiro?”, faz-se
necessário recapitular seu ponto de partida. Etimologicamente, o termo “trabalho” provém do
latim tripalium, como designação de instrumento de tortura, especificamente um “[...]
instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro
[...]” (ALBORNOZ, 1994, p.10 apud RIBEIRO; LEDA, 2004). Nesse sentido, pode-se notar
o teor negativo que o trabalho pode adquirir, como uma analogia de “dádiva” com o preço a
se pagar, pois por exemplo, existem imigrantes que almejam vir ao Brasil para trabalho, e
para isso precisam de autorizações de residência prévia para que possuam concessão de visto
temporário pelas autoridades consulares brasileiras (Observatório das Migrações
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Internacionais (OBMIGRA), 2019), isto é, dentro do sistema capitalista, torna-se “comum”
abdicar do seu país de origem por melhores condições de trabalho, na qual permite uma nova
possibilidade de vida em outro país, imerso em um contexto totalmente diferente e de
variados aspectos novos para se conhecer, no entanto também ocupa um espaço de
circunstâncias, muitas vezes exploratórias e análogas:
[...] e o trabalho livre era muito menos livre do que se supõe, e, em muitos
casos, aproximou-se da servidão [...] Marcel van der Linden observa que os
“trabalhadores assalariados reais” abordados por Marx – o proletariado
urbano que só possuía sua força de trabalho para vender no mercado – eram
apenas uma das formas que o capitalismo encontrou para transformar força
de trabalho em mercadoria. A história do capitalismo, desde a expansão do
mercado mundial no século XIV, foi sempre a história do trabalho
compulsório, por coerção tanto física quanto econômica. [...] A sua principal
contribuição é colocar em discussão o pensamento teleológico de que
escravidão, servidão por contrato, trabalho autônomo, doméstico, infantil e
de subsistência seriam formas residuais de exploração do trabalhador, não
subordinadas à lógica da mercantilização capitalista e, portanto, fadadas ao
desaparecimento. Uma visão ampliada em escala global permite constatar
que todas essas formas de trabalho são coexistentes e, muitas vezes,
complementares. (GONÇALVES, 2017, p. 310)
METODOLOGIA
Fonte: Elaborado pelo OBMigra, a partir dos dados do Ministério da Economia, Carteira de Trabalho e
Previdência Social, 2019.
TABELA 2. Número de carteiras de trabalho e previdência social emitidas para solicitantes de refúgio e
refugiados, por ano de emissão e sexo, segundo principais países, Brasil, 2010-2018.
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Fonte: Elaborado pelo OBMigra, a partir dos dados do Ministério da Economia, CTPS, 2019.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
RIBEIRO, Carla Vaz dos Santos; LEDA, Denise Bessa. O significado do trabalho em
tempos de reestruturação produtiva. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, dez.
2004. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812004000300006&l
ng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 05 dez. 2023.
http://www.atlasbrasil.org.br/
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