Geografia I - MODULO1

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Geografia I

1.1 Espaço geográfico: objeto de estudo da Geografia


Sobre o Espaço Geográfico, o objeto de estudo da Geografia

Durante o seu dia a dia, observando a sua realidade, que objetos e fenômenos naturais (vegetação, água, ventos,
chuva, relevo, movimentos do mares, dos rios, ação do sol e da lua, entre outros) ou produzidos pelos seres
humanos (casas, equipamentos de trabalho, espaços de produção, templos religiosos, praças, ruas, pontes, meios
de comunicação, meios de transporte, entre outros) poderiam ser descritos? Em que medida esses objetos e
fenômenos fazem parte e influenciam as vidas que aí habitam?

O objeto de estudo/ensino da Geografia é o Espaço Geográfico. Mas, o que é esse espaço? Você respondeu as
perguntas realizadas no parágrafo anterior? Tudo que você descreveu faz parte do Espaço Geográfico, um espaço
composto por objetos (naturais e culturais) e ações (as realizadas pelos seres humanos).

Você, ao se apropriar da natureza, seja para o desenvolvimento da pesca ou da aquicultura, quer suprir uma
necessidade humana. Nesta ação, você pode realizar todo o trabalho de forma a garantir respeito ao tempo da
natureza, para que ela possa se renovar, ou ainda, pode utilizar de objetos elaborados e construídos pelos
humanos, acelerando e/ou conduzindo um sistema produtivo predatório, e que pode colocar em risco a soberania
da natureza que você precisa para o trabalho. Você já parou para refletir sobre isso?

Cabe dizer que nem todos os objetos presentes no espaço são feitos por nós, no lugar em que vivemos. Alguns
deles são elaborados e construídos por pessoas que estão muito longe. Você consegue observar algo assim? Entre
os atores que podem estar produzindo espaços de longe de nossas realidades, podemos destacar a ação dos
governos (federal, estaduais e municipais), empresas nacionais ou internacionais, organizações não
governamentais, centros de pesquisa, entre outros.
1.2 Dialogando sobre os conceitos geográficos

Os principais conceitos geográficos

Diante da complexidade de nosso debate sobre o Espaço Geográfico, torna-se necessário avançar em nossos
estudos sobre os conceitos geográficos. Leia atentamente os itens a seguir:

 Paisagem: é aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volume, mas também de cores,
movimentos, odores, sons etc. É a materialidade formada por “objetos materiais (naturais e culturais)
e não materiais (cultural-simbólico)” (SANTOS, 1996). Exemplo: Um rio, a vegetação e os animais do
entorno, juntos, podem configurar uma paisagem, assim como uma vila cheia de casas, ruas, praças e
igrejas, entre outros elementos.
 Lugar: é o espaço mais próximo de nós, é no lugar que temos maior possibilidade de intervenção
espacial. É o espaço onde o particular, o histórico, o étnico, o cultural e a identidade se manifestam, onde
se revelam as especificidades do local. Nesse sentido, o lugar “pode ser entendido como parte do Espaço
Geográfico efetivamente apropriado para a vida, área onde se desenvolvem as atividades cotidianas
ligadas à sobrevivência e às diversas relações estabelecidas” pelos seres humanos. Considerando o
conceito de lugar, quais são os seus lugares? Que significados esses lugares possuem para você?
 Território: expressa a relação entre espaço e poder. Trata-se de um espaço ocupado e delimitado
(fronteiras) pelo ser humano ou por entidades (Estado, empresas, ONGs, entre outros), a partir das
relações de poder estabelecidas por diferentes agentes que ocupam e usam o espaço. Para sua
compreensão deve ser considerado o sentido dado ao espaço, que pode revelar interesses econômicos,
valores morais e culturais, necessidades naturais e fundamentais à sobrevivência, entre outros.
Considerando o conceito de território, o que dizer sobre a existência de diferentes territórios no lugar
onde você vive?
 Região: A região nasce do ato de regionalizar. Regionalizar significa, basicamente, realizar um corte em
um espaço maior, cuja composição, seja por objetos naturais e/ou culturais, que possui características
semelhantes. Um espaço pode ser regionalizado de acordo com diferentes critérios e interesses, podendo
ser realizada, quando necessário, uma sobreposição de regiões. É assim que descobrimos, por exemplo,
que, em nosso município, parte de um Estado da federação brasileira apresenta regiões industriais,
habitacionais, pesqueiras, seguras ou violentas, entre outras características.
 Redes: As redes geográficas se formam na medida em que os lugares ou territórios são compostos por
um conjunto de objetos que se interligam, dando as condições necessárias para o fluxo de pessoas,
mercadorias, recursos financeiros e informações. Essa formação pode se dar apenas no lugar ou região
em que vivemos, pode permitir uma relação entre diferentes regiões, podendo alcançar o meio
internacional, ou seja, relações globais. Ao ligarmos a televisão, nos ligamos a uma rede nacional e/ou
internacional de telecomunicações, podendo acessar programações que estão dispostas para nosso
consumo. A produção de uma determinada mercadoria pode ser realizada em um lugar específico, porém,
até essa mercadoria chegar ao consumidor, ela passará por diferentes situações e objetos espaciais
interligados (transporte, armazenamento, comércio), ou seja, por uma rede geográfica comercial. Nós, de
alguma forma, fazemos parte de redes geográficas. Você já percebeu de quais redes você participa? No
Brasil, que redes geográficas poderiam ser exemplificadas? Pensando em escala global, que redes
podemos elencar?

Espaço-tempo, sociedade-natureza e poder

O Espaço Geográfico, na forma de paisagem, lugar, região ou território, expressa em um determinado espaço-
tempo, as relações de poder que os seres humanos estabelecem entre si e com a natureza, assim como sua cultura.
Talvez essa colocação tenha ficado um tanto filosófica para você, mas, vamos explorar um pouco esse
pensamento inicial?

Observe a figura a seguir.


A figura, basicamente, mostra o desenvolvimento dos petrechos e
sistemas de pesca, ou seja, como a prática da pesca se modificou ao longo
da história da humanidade. Assim, vamos imaginar que, no passado,
muitos eram os lugares em que os pescadores usavam petrechos
primitivos (lanças, flechas, arpões, anzóis, armadilhas fixas e covos),
onde todas as operações eram realizadas manualmente, utilizando
pequenas embarcações a remo ou vela. Em outro tempo, com
a Revolução Industrial e o avanço tecnológico das embarcações e seus
motores, dos sistemas de navegação e de comunicação, a pesca pôde se
Figura 1 - Desenvolvimento dos petrechos e sistemas de pesca
Fonte: Daros (2010)

Perceberam que a Revolução Industrial foi fundamental na transformação das operações de pesca e dos lugares
em que essa atividade era ou é realizada? Basicamente, ela foi o divisor de águas que nos permite afirmar que o
espaço se modifica ao longo da história a partir das relações de poder que os seres humanos estabelecem como o
meio em que se insere.

Na figura acima, os autores permitem evidenciar um pouco do histórico da aquicultura, apresentando a Teoria
das Lagoas Marginais, a Teoria do Capturar e Prender, a Teoria da Concentração e, por fim, a Teoria da
Armadilha e Cultivo. Percebam que no texto há a afirmação que todas as práticas de aquicultura primitiva
presentes nessas teorias diferem das práticas de hoje, mas que uma semelhança é fundamental, a prática do
manejo. O que isso nos permite afirmar? Que nós decidimos, ao longo do tempo de nossa história, os elementos
que permanecem no Espaço Geográfico de nossas vidas e o que vai sendo abandonado.

No caso da pesca, a Revolução Industrial pode ser considerada um marco fundamental, que foi criando as
condições materiais para intensas transformações no espaço. Na aquicultura o destaque foi para coleta,
fertilização e incubação dos gametas, primeiramente em água doce, para depois se expandir às águas marítimas.

1.3 Estudando e compreendendo as paisagens geográficas

Paisagens geográficas: o natural e o cultural ao mesmo tempo

Recordando um pouco sobre os conteúdos da aula anterior, como podemos compreender o que é uma paisagem?
Você já viu, pintou, fotografou ou filmou alguma?

Para aprofundarmos nosso entendimento sobre as paisagens, temos que considerar que estas resultam tanto de
fenômenos e objetos essencialmente oriundos da natureza. Podem ser também consideradas produtos do trabalho
humano produzido a partir das relações que as sociedades estabelecem com a natureza, expressando as condições
econômicas, o poder político e as manifestações culturais do lugar e/ou de um contexto mais global.

Quando a natureza predomina na paisagem


Se você observar a sua realidade, talvez encontre paisagens em que a natureza está muito mais presente do que
qualquer elemento ou interferência produzida pelo ser humano. Conseguiu enxergar ou lembrar alguma paisagem
com essa característica?

Vamos observar a paisagem da figura abaixo:


Na paisagem observada, que elementos da natureza estão
presentes? Que fenômenos naturais você acredita ser possível
de acontecer nos ambientes observados e que contribuem
para a existência dessas paisagens?

Figura 1 - Fotografia da baía de Guaraqueçaba, município do estado


do Paraná - Fonte: site Wikipedia

A natureza está contida na paisagem e a interação entre os elementos físicos, químicos e biológicos do ambiente
são fundamentais para que ela tenha a referida forma. Na figura acima, por exemplo, a ação do tempo
atmosférico (sol, ventos e chuvas) e da vegetação do entorno são agentes fundamentais para a existência da
forma atual daquela paisagem. Cabe considerar que a interferência do clima tropical litorâneo (influência da
maresia, alta umidade relativa do ar, ação do sol e das chuvas, entre outros) é fundamental para a existência
da Floresta Atlântica.

O clima tropical litorâneo geralmente é quente e úmido durante o ano. Somente nos meses do meio do ano a
temperatura diminui um pouco. A vegetação típica desse domínio climático é a Floresta Atlântica, um importante
ecossistema brasileiro depois da Floresta Amazônica. Essa cobertura vegetal foi muito devastada em todo o país
por causa do processo de colonização dos litorais e da interiorização da sociedade e, atualmente, se encontra em
unidades de conservação.

A Floresta Atlântica é um dos mais importantes redutos biológicos da humanidade, cobrindo, atualmente, partes
reduzidas do território nacional brasileiro, que se estende do litoral do Rio Grande do Sul ao litoral do Rio
Grande do Norte. Apresenta árvores de copas altas, folhas largas e que não caem durante o ano (são perenes).
Nela encontramos plantas medicinais e ornamentais, a piaçava, os cipós, o caju, animais como o mico-leão-
dourado, a onça-pintada, o bicho-preguiça, o tucano, as araras, entre outros

O Círculo Polar Ártico, localizado no polo do Hemisfério Norte, por exemplo, é marcado por paisagens
compostas por grandes desertos gelados e cobertos de neve durante grande parte do ano. No entanto, quando o
sol aparece por mais tempo, o derretimento da neve faz aparecer uma vegetação rasteira denominada tundra.
Você conseguiu perceber que a paisagem natural se modifica por influência de suas próprias dinâmicas?

A tundra é uma vegetação rasteira (gramínea) que sobrevive a tempos frios e secos e se sustenta de uma pequena
camada de solo fértil coberta de gelo durante grande parte do ano. Podemos encontrar tundras em países que
possuem Clima Polar como Alasca, Groelândia, Noruega, Suécia, entre outros do Norte da Europa.

Assim, podemos dizer que uma paisagem geográfica é natural quando há o predomínio de elementos e
fenômenos da natureza, quando a interferência humana é inexistente ou pouco existente.

As paisagens culturais
As paisagens culturais estão muito presentes em nosso cotidiano, pois onde há presença do ser humano,
dificilmente a natureza deixa de ser transformada. A ação humana sobre a natureza não é realizada
individualmente, pelo contrário, é a sociedade (no coletivo familiar, comunitário, nas cooperativas, nos
sindicatos, nas indústrias, por meio do Estado, entre outros) que modifica a paisagem. Essas modificações,
geralmente, são realizadas com objetivo de suprir algumas necessidades humanas e acabam manifestando
a cultura, as condições e os interesses econômicos, as formas de organização política de uma sociedade.

Para aprofundarmos um pouco mais nossa reflexão, vamos observar atentamente a paisagem:
Observando a paisagem do cultivo de ostras, que elementos
naturais e culturais podem ser observados? Que necessidades estão
sendo supridas? Por que a paisagem é disposta dessa forma e não
de outra? Se fosse outro cultivo, por exemplo, o cultivo de
moluscos ou peixes ou a Pesca Artesanal, ente outras atividades,
como seria organizada a paisagem?

Figura 2 - Viveiro de ostras - Fonte: blog Perlas Marinhas

Voltando à aula anterior, vimos que o geógrafo Milton Santos escreveu que as paisagens são formadas por
objetos materiais e não materiais. Os questionamentos sobre as figuras não podem ser respondidos apenas a
partir daquilo que você está conseguindo enxergar nas imagens – os objetos materiais – mas também temos que
ousar entender elementos não materiais – o simbólico.

O simbólico está contido na paisagem geográfica, trata-se, sobretudo dos significados que os objetos materiais
possuem para quem vive a paisagem. O simbólico está muito presente no sentimento de pertencimento a que se
tem dos lugares vividos; e das paisagens culturais comunidade, espaços religiosos, por exemplo), em nossas
organizações políticas (o Palácio do Planalto em Brasília, entre outros), e também nas paisagens que revelam as
desigualdades econômicas existentes em diferentes lugares.

1.4 A geografia e a organização do espaço territorial


O território humano

O conceito de território nasce nas ciências biológicas, conceito este muito utilizado por cientistas para analisar
as diferentes manifestações do mundo animal em situações de defesa e ataque em seu habitat, onde o espaço
ocupado, seu território, representa importante fonte de sobrevivência, uma vez que este é composto por diferentes
fontes fundamentais e necessárias para a produção e reprodução da vida.

O termo habitat vem do latim (ele habita); trata-se de um espaço onde as condições naturais e/ou humanas
permitem a produção e reprodução da vida de uma determinada espécie. Um habitat pode ser artificial (criado
pelo ser humano), a exemplo de um criadouro de peixes, moluscos, entre outros, para facilitar e acelerar sua
reprodução.

Como vimos em nossa segunda aula, a ciência geográfica entende o território como resultado das ações humanas
sobre o espaço, somando espaço e poder, pois compreende que o território surge e é organizado como produto
do trabalho humano (a ação humana sobre o Espaço Geográfico), individual e coletivamente, um exercício de
força (poder que expressa os interesses econômicos, políticos, tecnológicos da sociedade, entre outros), ou ainda,
do potencial de transformação da realidade (manual ou com equipamentos tecnológicos).

Nesse sentido, basicamente, na Geografia, o território pode ser considerado um espaço ocupado, delimitado
(fronteiras) e transformado pelos seres humanos a partir das relações de poder, podendo ser um poder
econômico, cultural, político e ambiental.

Para compreendermos melhor esse conceito, vamos ler atentamente parte de uma declaração dada por um
pescador artesanal da Vila de Superagui, Ilha de Superagui, Município de Guaraqueçaba, no Estado do Paraná,
ao serem indagados por pesquisadores de um projeto denominado Nova Cartografia Social dos Povos e
Comunidades Tradicionais do Brasil para falarem sobre seu território:

“Bem, na realidade o pescador artesanal tem toda uma tradição, como são os povos e comunidades tradicionais
ribeirinhas e litorâneas, esses povos existem a mais de duzentos e cinquenta, trezentos anos e de lá para cá seus
descendentes tem toda uma tradição, um meio de vida próprio. A pesca artesanal é diferenciada da pesca
industrial pelo seguinte: a pesca industrial degrada o meio ambiente inteiramente, e a pesca artesanal, que é
tradicional, veio de uma tradição que torna ela ainda, uma pesca que não é predatória [...] Nós ajudamos a
preservar, porque nós temos o meio próprio de pescar, tem nosso tempo que a gente pesca, depende da lua,
depende da maré, depende do tempo bom. Como a gente vive na costa litorânea, aqui se pesca uma boa parte do
ano [...] A partir do momento que tá pescando artesanalmente, que não tem todo um aparelho sofisticado, faz
uma diferença muito grande da pesca industrial, isso torna a gente assim, preservadores do meio ambiente, aquilo
que é diferente do que a gente tem sido colocado hoje, principalmente pelo órgão ambiental que considera a
gente criminoso do meio ambiente (Pescador Artesanal: Samuel Dina).”

Em sua declaração, o pescador artesanal apresenta elementos espaciais (físicos e naturais) que são tradicionais do
modo de vida da comunidade de pescadores artesanais da Vila de Superagui. Vocês estão percebendo que o
espaço geográfico desses pescadores é fruto do trabalho humano (ação, força, poder) ao longo da história?
Destaque a(s) parte(s) da declaração que demonstra esse fato. E, por fim, que partes da declaração demonstra que
o modo de vida dos pescadores artesanais de Superagui se encontra em conflito (em risco)?

O território do Estado-Nação ou Estado Moderno

Se o território na Ciência Geográfica é fruto do trabalho humano, os países que atualmente compõe o mapa-
múndi são territórios. Esses países são os Estados Nacionais ou também chamados de Estados Modernos.

Para compreendermos a realidade de um Estado-Nacional, um país, temos que levar em consideração que ele é
composto pelo seu solo (os espaços físico-naturais), a nação (etnia, raça, povo) e suas fronteiras (delimitações).
Um conjunto de fatores que garantem ao país o poder político sobre um determinado espaço do Planeta Terra.

Atualmente existem 192 países reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), com diferentes
formas de governo e diferentes características físicas, humanas e de fronteiras.

A ONU é uma instituição internacional formada por 192 Estados Nacionais, fundada após a II Guerra Mundial
para manter a paz e a segurança no mundo, fomentar relações cordiais entre as nações, promover o progresso
social, melhores padrões de vida e direitos humanos.

O Estado
O termo Estado é muito falado, comentado, indagado pelas pessoas que nos rodeiam: “... ora isso é papel do
Estado...”, ou “... o Estado não fez nada para melhorar...”, e tantas outras frases. Mas, o que é o Estado? Qual o
seu papel no contexto de nossas vidas? O que temos a ver com ele?

O Estado é, basicamente, uma instituição política que realiza a gestão (administração) de um determinado
território delimitado por suas fronteiras (nacional, estadual ou municipal). É composto por um conjunto de
instituições, leis e funcionários que, tomados pelos governos e ligados a um partido político, exercem o poder
necessário à organização do espaço territorial (desenvolvem leis e políticas públicas) e o controle social
(fiscalizam as leis) sobre a sociedade. Em Estados Nacionais modernos, principalmente os do mundo ocidental,
como o Brasil, o Estado se divide em três poderes de atuação: o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o
Poder Executivo.

O Poder Legislativo, como exemplo, temos os congressos, parlamentos, câmaras de deputados (federais e
estaduais) e de vereadores, tem por função elaborar as normas de direito que são aplicadas a toda a sociedade.
O Poder Judiciário, a exemplo dos juízes, tem o papel de fiscalizar e julgar as ações da sociedade, de acordo
com as normas elaboradas e instituídas pelo Legislativo. E, por fim, o Poder Executivo, a exemplo dos
ministérios, das secretarias, governos estaduais e municipais, possuem o papel fundamental de governar o povo e
administrar o território, executando ações que são de interesse da sociedade em geral.

Nação, etnia e povo


Quando afirmarmos fazer parte da nação brasileira, estamos dizendo que temos uma consciência coletiva sobre
nossos valores e tradições históricas, ligados às diferentes manifestações culturais, políticas e econômicas da
chamada sociedade brasileira. Nesse sentido, reafirmamos nossa pátria, nossa soberania frente ao mundo, nossa
nacionalidade, o fato de sermos brasileiros. A nacionalidade varia entre os diferentes Estados Nacionais que
compõem o mundo.
Geralmente, a palavra nação é substituída por povo, que também dá ideia de unidade, pois, para o Estado, deve
haver um único povo. Mas, essas expressões acabam escondendo a(s) etnia(s), ou seja, a identidade étnica. A
etnia de um povo é identificada pela identidade cultural do grupo a que pertence; identidade esta, composta,
sobretudo, pelos elementos relacionados à tradição (trabalho, cultura, religião, entre outros) e a linguagem.

Nós, brasileiros, por exemplo, pertencemos à nação brasileira, mas nossas realidades regionais e locais nos
demonstram uma diversidade étnica que pode ser considerada fruto da própria história de miscigenação do povo,
entre as etnias branca, negra e indígena.

Olhando para o lugar onde você mora, que diversidade étnica pode ser encontrada? Reflita sobre que exemplos
poderiam ser citados que revelam a diversidade étnica existente na composição do povo brasileiro?

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