Onodc TDR VBG Unodc - 08052024

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO PÚBLICO
PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA
UNIDADE DE GÉNERO

TERMOS DE REFERÊNCIA

CICLO DE MESAS REDONDAS

MECANISMOS DA JUSTIÇA PENAL MAIS EFICIENTES PARA A PREVENÇÃO E


COMBATE DA VIOLÊNCIA BASEADA NO GÉNERO

Maputo, Maio de 2024

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1. IDENTIFICAÇÃO DA ACÇÃO

Designação Ciclo de Mesas Redondas sobre os Mecanismos da Justiça Penal


mais Eficientes para a Prevenção e Combate à Violência
Baseada no Género em Maputo e Cabo Delgado
Área Temática Violência Baseada no Género
Período de realização Maio e Julho de 2024
Destinatários Procuradoria-Geral da República, PGR:
1. Unidade de Género;
2. Gabinete Central de Combate à Criminalidade
Organizada e Transnacional;
3. Departamento Especializado Para a Área Criminal;
4. Departamento Especializado Para a Área Civil e
Comercial, Laboral e de Família e Menores;
5. Juiz de Secção Criminal;
6. Juiz de Secção Cível e de Famílias e Menores;
7. Ordem dos Advogados de Moçambique;
8. Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica;
9. SERNIC;
10. SERNAP;
11. Ministério do Interior;
12. MISAU – Direcção/Departamento/Repartição de
Assistência Médica e/ou de Saúde Pública;
13. Serviço Nacional de Medicina Legal (médicos legistas
e/ou peritos ocasionais);
14. Jornalistas;
15. Agências da ONU (UNICEF, ONU MULHERES,
UNODC)
16. Sociedade civil (Save The Children);
17. Liga dos Direitos Humanos;
18. MULEIDE;
19. AMODEFA;
20. Organizações de Base Comunitária;
21. Parlamento Juvenil e outras Organizações Juvenis;
22. Líderes Comunitários e Religiosos;
23. Centros de Acolhimento e de Assistência Integrada;
24. Provedoria da Justiça;
25. Comissão Nacional dos Direitos Humanos.

Local Maputo e Cabo Delgado

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2. INTRODUÇÃO

Em Moçambique, a violência contra as mulheres e raparigas tem sido um fenómeno que


preocupa a sociedade, sobretudo, devido aos impactos negativos associados.
Ela se manifesta por diversas formas, sendo as mais comuns a agressão física, a violência sexual,
as uniões forçadas de raparigas, vulgarmente conhecidas por “casamentos prematuros”, violência
psicológica, violência patrimonial, e outras práticas discriminatórias que atentam contra as mais
elementares liberdades e garantias fundamentais.
No dia 22 de Julho de 2019, o Ministério da Saúde, procedeu ao lançamento do Plano Nacional
de Acção Contra a Violência Baseada no Género como um instrumento para reduzir os níveis de
violência baseada no género e violência contra a mulher e criança. No âmbito de lançamento do
referido plano o sector, reconheceu o aumento de casos de violência baseada no género (VBG) e
de violência contra a mulher e criança.

O governo moçambicano, reconhecendo os níveis preocupantes deste tipo de violência, através


da Assembleia da República adoptou vários instrumentos legislativos, dentre os quais:
 Lei n.º 6/2008, Lei de prevenção e combate ao tráfico de pessoas;
 Lei n.º 22/2019, Lei da Família;
 Lei n.º 23/2019, Lei das Sucessões;
 Lei n.º 29/2009, de Violência doméstica;
 Lei n.º 19/2019, de 22 de Outubro, Lei de Prevenção e Combate às Uniões
Prematuras, que estabelece o regime jurídico aplicável à proibição, prevenção,
mitigação das uniões prematuras e penalização dos seus autores e cúmplices, bem
como a protecção das crianças que se encontrem ou se encontravam nessas uniões.

O País conta hoje, com um conjunto de legislação e de políticas públicas que são instrumentos de
prevenção e repressão das diversas formas de violência baseada no género. No entanto, a sua
aplicação não se tem mostrado eficaz para mitigar o fenómeno, na medida em que se constata a
prevalência de casos deste tipo de ilicitudes.

Nestes sentido, com vista a dar resposta a esta preocupação da sociedade hodierna, no âmbito da
prossecução dos objectivos dos Planos Nacionais sectoriais, e da mais variada legislação sobre a
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matéria no âmbito da Prevenção e Combate à Criminalidade Organizada relacionada com a
VBG, serão realizados ciclos de mesas redondas como forma de convergir e fazer seguimento às
acções desenvolvidas pelo Estado em parceria com organizações não-governamentais, com vista
à discussão da temática.

Este ciclo de mesas redondas iniciar-se-á em Maputo para definição de directrizes estratégicas ao
nível nacional, realizando-se subsequentemente uma mesa redonda na província de Cabo
Delgado, considerando a situação complexa de VBG enfrentada nessas regiões associada à
deslocação interna massiva e o conflito armado. As reuniões ao nível provincial terão, portanto,
como objectivo discutir com os vários intervenientes a implementação prática destas directrizes
emanadas ao nível central.

3. FINALIDADE

As acções previstas nos presentes TDR, tem como finalidade trazer uma visão geral sobre a
actual realidade do fenómeno da violência baseada no género no país, bem como analisar as suas
tendências, e trazer contribuições para o desenho de estratégias/matrizes que se mostrem mais
adequadas e ajustadas à sua prevenção e combate.

4. OBJECTIVOS

4.1. Objectivo Geral


Como objectivo geral, pretende-se contribuir para o reforço da capacidade de resposta
multissectorial do sistema de justiça criminal e dos actores intervenientes na prevenção e
combate à violência baseada no género, através da definição de mecanismos de coordenação
mais eficazes/aprimorarão dos já existentes entre as instituições com mandato legal e estatutário
sobre a matéria com vista ao aumento significativo da taxa de sucesso nos esforços para a
prevenção contra a VBG.

A primeira mesa-redonda, a realizar em Maputo, reunirá representantes das principais


instituições envolvidas na prevenção e luta contra a VBG ao nível central, para definição de
directrizes de cariz centralizado. Após esta primeira mesa redonda, duas mesas redondas serão

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realizadas em Cabo Delgado – dada a situação particularmente complexa enfrentada pelas
autoridades nessas províncias anteriormente relatada – para operacionalizar as directrizes com
dois públicos-alvos distintos por forma a abranger o maior número de entidades e actores
possíveis.

4.2. Objectivos Específicos

Para a prossecução do objectivo geral acima definido, constituem objectivos específicos:


 Divulgar os locais de maior foco de ocorrência de casos de violência baseada no género;
 Divulgar as competências dos diversos actores envolvidos na prevenção e repressão da
criminalidade e da Violência Baseada no Género/VBG;
 Divulgar a os conceitos legais, mecanismos processuais de referenciamento de casos de
criminalidade e VBG;
 Reflectir sobre os procedimentos legais para prevenção e repressão da VBG, bem como a
sua convergência com a criminalidade organizada e transnacional;
 Divulgar os mecanismos legais de protecção e tratamento das Vítimas de Violência
Baseada no Género;
 Explorar as oportunidades de abordagens integradas na prevenção e resposta a VBG;
 Discutir formas de melhoria de assistência as vitimas de VBG, incluindo
aconselhamento, assistência jurídica e cuidados de saúde;
 Reflectir sobre os fatores sócio-culturais que influenciam a VBG e como abordá-los com
sensibilidade;
 Divulgar a importância da coordenação interinstitucional ou complementaridade das
acções dos diversos órgãos de administração da justiça;
 Partilhar as melhores formas e mecanismos de coordenação com as distintas instituições
envolvidas na salvaguarda do direito da mulher e rapariga.
 Reforçar as redes de cooperação multissectorial existentes sobre a VBG;

5. Resultados

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O resultado esperado da mesa redonda em Maputo será:
 Elaboração de relatório contendo recomendações e directrizes para implementação em
cascata a nível provincial de mecanismos de cooperação a iniciar ou aprimorar (no caso
dos já existentes)

Os resultados esperados das mesas redondas em Cabo Delgado serão:


 Desenvolvimento de um plano de acção com base nas discussões
 Elaboração de matriz de responsabilidades por instituição interveniente nos respectivos
mecanismos de cooperação intersectorial
 Criação de uma rede de pontos focais ao nível provincial

6. ABORDAGENS METODOLÓGICAS E COORDENAÇÃO DOS CICLOS DAS


MESAS REDONDAS

Os ciclos das mesas redondas serão essencialmente de cariz prático-jurídico e serão abordadas
questões de direito substantivo e adjectivo, sem descurar questões de natureza consuetudinária,
pois estas, vezes há que influem, grandemente, tanto para determinar a acção do infractor, como
também devem ser consideradas pelo aplicador da lei na decisão de um caso concreto.

Em termos de abordagem metodológica, a mesma traduzir-se-á na interactividade entre os


facilitadores/oradores e dos demais participantes.

A PGR/SECTOR DA UNIDADE DE GĖNERO, será responsável pela coordenação das


presentes acções, bem como pela organização e assistência administrativa, sendo que a UNODC
será responsável pelo financiamento das mesmas.

7. PARTICIPANTES

Dos ciclos das mesas redondas participarão os mais diversos actores que participam na
prevenção e combate à violência baseada no género, desde os actores do sector público, nestes,
do sector executivo do Estado e do sector judicial.

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Participarão igualmente, actores das Organizações da Sociedade Civil, e Organizações Não-
Governamentais e Organizações religiosas e de base comunitária.

A participação de organizações e/ou associações que promovem os direitos da mulher e da


criança, considera-se de maior relevância, pois permitirá trazer experiências vividas nas
comunidades locais, nos seus locais de trabalho, o que vai contribuir para uma interacção
bastante activa de todos os actores e participantes.

Aliás, a presença de uma pluralidade de stake holders possibilita a activação do seu potencial de
participação, legitima e consolida o estabelecimento de canais abertos para participação e
controle social. Permite ainda que, pessoas, grupos de pessoas, comunidades locais, OSC e
entidades públicas e privadas relevantes, influenciem o resultado de decisões que vão afectá-las
ou lhes interessam, através da promoção da melhoria da qualidade dos processos de governação,
de elaboração legislativa, permitindo que os interessados possam se apropriar da problemática,
engajando-se e cooperando em direcção às acções de mitigação ou de solução deste mal que é a
violência baseada no género.

De realçar que pretende-se reunir, um total de 30 participantes para cada actividade de mesa
redonda, acrescido do pessoal de apoio designadamente:

CIDADE DE MAPUTO:

1. Responsável da Unidade de Género/PGR/SEDE(COORDENAҪÃO)

2. Técnica da Unidade de Género-PGR/Logística e Secretariado

3. Mestre de Cerimónias/PGR/SEDE

4. Gabinete de Comunicação e Imagem/PGR/SEDE

5. Protocolo/PGR/SEDE

CIDADE DE PEMBA/CABO DELGADO

1. Responsável da Unidade de Género-PGR/SEDE

2. Técnica da Unidade de Género/PGR-SEDE/Logística e Secretariado

3. Gabinete de Comunicação e Imagem/PGR-SEDE

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4. Quadro do Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e
Transnacional/SEDE-PGR

8. TEMAS

Para o alcance do objectivo traçado para as mesas redondas, serão abordados os seguintes
temas:

 Apresentação do arranjo institucional de prevenção e combate à violência baseada no


género;
 Divulgação dos resultados produtos de estudos em matérias de violência baseada no
género;
 Uma abordagem holística para a mitigação dos factores sócio-culturais promotores da
violência baseada no género;
 Aplicabilidade prática dos instrumentos legais de prevenção e combate à violência
baseada no género;
 Protecção da mulher, da rapariga e da criança num contexto da violência gerada pelo
terrorismo, com foco na província de Cabo Delgado e outras províncias que estejam a
receber prisioneiros associados ao terrorismo;
 Os desafios impostos ao juiz da causa na decisão sobre os casos de violência baseada no
género.

9. LOCAL E CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES


As mesas redondas realizar-se-ão em 3 ciclos, sendo um na Cidade de Maputo e duas na Cidade
de Pemba, Província de Cabo Delgado.
Cada mesa redonda terá a duração de 01 (um) dia, conforme o seguinte cronograma:

N/O Data Local Local da reunião


Primeiro ciclo 29 de Maio de 2024 Cidade de A indicar
Maputo
Segundo ciclo 25 de Julho de 2024 Cidade de A indicar
Pemba

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Terceiro ciclo 26 de Julho de 2024 Cidade de A indicar
Pemba

10. SESSĂO DE ABERTURA/CIDADE DE MAPUTO


1. Sua Excelência a Digníssima Procuradora Geral e ou Representante
2. Secretário Geral da Procuradoria Geral da República
3. Dignissima Chefe do Departamento Especializado Para a Área Criminal
3. Representante do UNODC
3. Directores Nacionais/PGR/SEDE

11. SESSĂO DE ABERTURA/CIDADE DE PEMBA


1. Sua Excelência o Secretario de Estado na Província de Cabo Delegado
2. Procurador Chefe na Província de Cabo Delegado
3. Representante do UNODC
4. Representante do Ministério de Género e Accão Social
5. Outras instituições relevantes.

12. ORÇAMENTO
O financiamento dos ciclos de mesas redondas sobre a temática descrita nos presentes TDR serão
financiados pela UNODC.

Maputo, Maio de 2024

A Directora Nacional de Planificação A Coordenadora de Género/PGR

Yolanda Mutisse Ntchumali Elda Homo


(TSAJ) (TSAJ)

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