Trabalho Grupo 2 MED L 16 Junho FINAL 2

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 7

2.1.

3 Enquadramento jurídico do exame do local de facto

Em Moçambique os serviços de investigação criminal constituem um serviço policial de


investigação criminal a quem compete coadjuvar as autoridades judiciárias na realização das
finalidades do processo e no exercício das suas actividades, os serviços de investigação criminal
gozam de auxílio dos serviços responsáveis pela medicina legal, arquivo, identificação civil e
registo criminal. (Artigo 61 da Lei n.º 25/2019, de 26 de Dezembro: Lei de revisão do Código de
Processo Penal).

O Decreto n.º 46/2017 que aprova o Estatuto Orgânico e o Organograma do Serviço Nacional de
Investigação Criminal, abreviadamente designado por SERNIC, o artigo 29 define as funções da
Direcção de Técnica Criminalística no âmbito da investigação criminal, sendo uma delas
executar as actividades relativas à pesquisa, revelação, recolha, transporte, registo e tratamento
de vestígios encontrados no local do facto no âmbito do processo penal.

Deste modo, é importante referir que devem ser realizadas uma série de
diligências e tomadas algumas medidas que estão previstas na Lei n.º
25/2019, de 26 de Dezembro: Lei de revisão do Código de Processo
Pena, que faz o enquadramento legal da gestão do local do crime.
Segundo o artigo 206.º da Lei n.º 25/2019, de 26 de Dezembro: Lei de
revisão do Código de Processo Penal, por meio de exames das pessoas,
dos lugares e das coisas, inspeccionam-se os vestígios que possa ter
deixado o crime e todos os indícios relativos ao modo como e ao lugar
onde foi praticado, às pessoas que o cometeram ou sobre as quais foi
cometido.

1
Por fim, ainda quanto ao enquadramento legal da gestão do local do
crime, segundo o n.o 2 artigo 206.º da Lei n.º 25/2019, de 26 de
Dezembro: Lei de revisão do Código de Processo Penal, para que não
seja prejudicada a investigação criminal, logo que houver notícia da
prática de crime, providencia-se para evitar, quando possível, que os
seus vestígios se apaguem ou alterem antes de serem examinados,
proibindo-se, entre outros, a entrada ou o trânsito de pessoas estranhas
no local do crime ou quaisquer outros actos que possam prejudicar a
descoberta da verdade.

Também o artigo 208.º daquela lei, quando existem pessoas presentes no


local do crime e existe suspeição de estarem de alguma forma
envolvidas, a autoridade judiciária ou o órgão de polícia criminal
competentes podem determinar que aquelas pessoas não se afastem do
local do exame e obrigar, se necessário, as que pretenderem afastar-se a
que nele se conservem enquanto o exame não terminar e a sua presença
for indispensável.

Como acima referimos o Decreto n.º 46/2017 que aprova o Estatuto


Orgânico e o Organograma do Serviço Nacional de Investigação
Criminal, abreviadamente designado por SERNIC, no seu artigo 29
define-se as funções da Direcção de Técnica Criminalística no âmbito da
investigação criminal, sendo uma delas executar as actividades relativas

2
à pesquisa, revelação, recolha, transporte, registo e tratamento de
vestígios encontrados no local do facto no âmbito do processo penal.
E como temos estado a apresentar o enquadramento jurídico sobre a
actividade de polícia técnica e ciência forense tem o seu enquadramento
jurídico plasmado na Lei n.º 25/2019, de 26 de Dezembro: Lei de
revisão do Código de Processo Penal nomeadamente nos artigos 206 e
seguintes no que concerne aos procedimentos dos exames.

Já respeitante a perícia médico-legal é deferida aos institutos de medicina legal, aos gabinetes
médico-legais, a médicos contratados para o exercício de funções periciais nas áreas de
jurisdição ou, quando isso não for possível ou conveniente, a quaisquer médicos especialistas ou
técnicos de reconhecida competência para a actividade médico-legal, nos termos da lei. (n. 1 do
artigo 193 da Lei n.º 25/2019, de 26 de Dezembro: Lei de revisão do Código de Processo Penal).

Mas podem também ser realizadas por entidades terceiras que para tanto tenham sido contratadas
por quem as tivesse de realizar, artigo 195, desde que aquelas não tenham qualquer interesse na
decisão a proferir ou ligação com o assistente ou com o arguido.
É fundamental que todos os intervenientes tenham formação específica, para saber qual o seu
papel e quais as suas funções para que, saibam exercer o seu trabalho e preservar as provas da
forma mais correta possível. No local do crime o que importa é a prova, a sua preservação, a sua
recolha e transporte.

No entanto nem todos os órgãos do SERNIC, têm os meios técnicos e


necessários para recolher todo o tipo de provas e por esse motivo
devem-se saber articular com o Departamento da Técnica Criminalística,
e requerer o seu auxílio, ou seja, uma boa cooperação e articulação é
essencial. Assim, deve existir, não apenas uma boa cooperação entre os
diferentes órgãos do SERNIC, para preservação, recolha e análise da
3
prova, mas também uma boa articulação de todas as forças policiais
intervenientes para a preservação da integridade física das vítimas.

Só não se verificará tal elo de ligação mais forte para a investigação criminal, caso não se tenham
adoptado os procedimentos que são definidos para cada situação em concreto ou por
insuficiência de formação de meios ou até mesmo por mera negligência.

Conforme os artigos 64 e 76 do Decreto n.º 46/2017 que aprova o


Estatuto Orgânico e o Organograma do Serviço Nacional de
Investigação Criminal, abreviadamente designado por SERNIC, as
normas que definem a composição, organização, escalas de serviço do
Piquete Operativo são definidas pelo Diretor-geral do SERNIC.

A nível Provincial o Piquete Operativo é dirigido por um Chefe de


Repartição Provincial, nomeado pelo Diretor-geral do SERNIC, sob
proposta do Director Provincial, já a nível distrital é dirigido por um
Chefe de Secção Distrital, nomeado pelo Diretor-geral do SERNIC, sob
proposta do Director Provincial.

Considerações finais

A revisão da literatura remete para a pertinência do exame do local de


crime para a produção de provas que vinculem o local, a vitima e o autor,
4
recorrendo a métodos e meios científicos. Desta revisao feita pelo grupo,
ficou claro que todas diligências tomadas no processo de gestão do local
do crime devem ser mencionadas e devidamente registadas num relatório
próprio e posteriormente remetido ao Ministério Público ou ao Juíz de
Instrução.
Assim, a revisão da literatura que o grupo fez, aponta para as normas que
definem a composição, organização, escalas de serviço do Piquete
Operativo.
Além disso, a equipa respeitante a perícia médico-legal é deferida aos
institutos de medicina legal, para o exercício de funções periciais nas
áreas de jurisdição ou, quando isso não for possível ou conveniente, a
quaisquer médicos especialistas ou técnicos de reconhecida competência
para a actividade médico-legal, nos termos da lei.
Portanto, o local do crime é crucial para a investigação criminal pois é
neste cenário que ocorreu uma troca de elementos entre o autor do crime
e o local onde este ocorreu

5
Referências Bibliográficas

 Aranha, Adalberto José Q. T. de Camargo. Da Prova no Processo Penal. 3. ed. São


Paulo: Saraiva, 2007.
 Braz, J. Investigação Criminal: A Organização, O Método e A Prova : Os Desafios da
Nova Criminlidade (3ª ed.). Coimbra: Almedina 2013.
 Cacalcanti, Ascendino. Criminalística Básica. 3. ed. Sagra-Luzzatto, 1995.
 Capez, Fernando. Curso de Processo Penal, 11. Ed., Editora Saraiva. 2014.
 Dorea, Luiz Eduardo. Criminalística. 5. ed. Millemmium. 2010.
 França, Genival Veloso de. Medicina Legal. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2004.
 França, Genival Veloso de. Medicina legal. 9. ed. São Paulo: Guanabara, 2011.
 Konvalina-Simas, T., Turvey, B., e Kennedy, D. Criminologia Forense (2ª ed.). Lisboa:
Rei dos Livros 2016.
 Ludwig, Artulino. A Perícia em Local de Crime. Rio Grande do Sul: Ed. da UBRA,
1996.
 Mallmith, D. Local de Crime. Porto Alegre/Rio Grande do Sul: Departamento de
Criminalística 2007
 Mallmith, Décio de Moura. Local de crime. 3.ed. Porto Alegre: Luzes, 2007.
 Martins, R. e braz, J. "A inspeção do local do crime". Polícia e Justiça - Revista de
formação, JAN-JUN, n.º 1-2, Escola de Polícia Judiciária, Loures 1986
 Mirabete, Julio Fabrini. Manual de direito penal: parte geral São Paulo, Atlas, 2010. v.1.
 Nucci, Guilherme. Manual do direito penal. 7. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2010.

6
 Queiroz, Carlos Alberto Marchi de. Manual de polícia judiciária. 3.ed. São Paulo: São
Paulo, 2004.
 Santos, C. Investigação Criminal Especial: Seu Regime no Marco do Estado Democrático
de Direito (Vol. I). Porto Alegre: Nuria Fabris 2013.
 Santos, Seixas. Crime de abuso de autoridade. São Paulo: Led, 1996.
 Silva, Plácido e. Vocabulário jurídico. 31. ed. Brasil: Forense, 2014.
 UNODC. Conscientização sobre o local de crime e as evidências materiais em especial
para pessoal não-forense. Escritórios das Nações Unidas sobre Drogas e Crime/United
Nations Office on Drups and Crime (abril de 2010).
 Lei n.º 25/2019, de 26 de Dezembro: Lei de revisão do Código de Processo Pena

Você também pode gostar