Direito Penal
Direito Penal
Direito Penal
Normas penais em branco – normas que precisam ser complementadas por outras. Podem
ser heterogêneas ou homogêneas. Assim são divididas porque as normas penais estão
sempre na lei em sentido estrito, de acordo com o princípio da reserva legal, de maneira
que seu complemento determina a classificação.
-Heterogêneas (ou normas penais em sentido estrito): Aquelas que serão complementadas
por normas que não estão em leis em sentido estrito. Ex.: lei + decreto/ regulamento/
portaria, etc.
São constitucionais? Sim, porque o tipo penal está na lei, mas o legislador
sabe que não pode pormenorizar todas as hipóteses. Não é o complemento
que prevê o tipo, mas a norma prevista na lei em sentido estrito.
-Homogêneas: Aquelas que serão complementadas por outras leis em sentido estrito.
O Se subdividem em 02 grupos:
§Homovitelinas: aquela cujo complemento está previsto na mesma lei.
·Art. 229 ECA – complemento no próprio ECA.
·304 CP.
§Heterovitelinas: aquela cujo complemento está previsto em outra lei.
·Ex.: art. 236 CP – complementado pelo CC.
·Art. 9 Lei 8137 – vender mercadoria impropria para o consumo,
complementado pelo CDC.
- Norma penal em branco as avessas, ou invertida: É aquela em que o preceito secundário
(ou sancionatório) nos remete a uma outra norma penal incriminadora. Ex.: genocídio – art. 1 lei
2889/56; uso de documento falso – art. 304 CP.
O Essas normas jamais podem ser heterogêneas, sendo sempre homogêneas,
porque a pena só pode estar em lei em sentido estrito.
-Norma penal em branco incompleta:aquela em que não consta o preceito secundário.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
§Direito de 1ª Geração/Dimensão.
§É cláusula pétrea.
–Somente lei ordinária ou lei complementar podem criar crimes ou agravar penas.
§Entretanto, o STF tem admitido medidas provisórias que versem sobre direito penal favorável
ao réu (RHC 117.566/SP, julgado em 24/09/2013)
2.Anterioridade:
–Para ser crime a conduta deve ser anterior a lei que esteja em vigor.
–Fato praticado quando a lei está no período de vacatio legis não será considerado
crime.
3.Taxatividade:
–Os tipos penais devem ser claros, precisos e taxativos. A proibição da previsão de tipos
penais vagos, imprecisos e indeterminados decorre do princípio da taxatividade.
Bagatela Própria
•Conceito: Aplicação do princípio da insignificância devido à mínima ofensividade da conduta,
que exclui a tipicidade do ato por não representar lesão significativa ao bem jurídico protegido.
•Critérios:
•Mínima ofensividade da conduta.
•Ausência de periculosidade social.
•Baixo grau de reprovabilidade.
•Inexpressividade da lesão jurídica.
•Resultado: Exclusão da tipicidade. A conduta não é considerada crime.
•Sendo o novo posicionamento do STJ : O entendimento mais recente do STJ é de que há a necessidade
de análise dos antecedentes e da reincidência, de modo a “não se criar um verdadeiro incentivo ao
descumprimento da norma legal ou de se estimular a prática reiterada de furtos de pequeno valor,
mormente aqueles que fazem da criminalidade um meio de vida” (HC 253.360).
STJ - Bem de pequeno valor não se confunde com insignificante
“No caso de furto, para efeito da aplicação do princípio da insignificância, é imprescindível a distinção
entre ínfimo (ninharia) e pequeno valor. Este implica eventualmente, furto privilegiado; aquele,
atipicidade (dada a mínima gravidade)”.
Bagatela Imprópria
•Conceito: Mesmo que a conduta se enquadre em um tipo penal, considera-se o contexto do
agente (situação econômica, social, etc.) e as circunstâncias do fato (valor do objeto,
consequências da ação, etc.) para excluir a culpabilidade ou a aplicação da pena.
•Critérios:
•Conduta formalmente típica (enquadra-se na descrição de um crime).
•Avaliação das circunstâncias pessoais do agente e do fato.
•Consideração de aspectos como desproporcionalidade da pena em relação ao fato.
•Resultado: Não se exclui a tipicidade da conduta, mas pode-se excluir a culpabilidade ou
não aplicar pena, baseando-se em uma avaliação de proporcionalidade e justiça.
Comparação
•Bagatela Própria: Foca na inofensividade e na irrelevância da conduta, levando à não
caracterização do fato como crime.
•Bagatela Imprópria: Reconhece a conduta como crime, mas entende que, dadas as
circunstâncias, a aplicação da pena seria desproporcional ou injusta, levando à possibilidade de
não punição.
Súmula 718 do STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não
constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido
segundo a pena aplicada.
INTEPRETAÇÃO ANALÓGICA:
•É admitida no Direito Penal.
•Ocorre quando a norma penal traz uma fórmula casuística (mediante paga ou promessa de
recompensa) seguida de uma fórmula genérica (outro motivo, outro meio, outro recurso).
•Pode ser usada para beneficiar ou prejudicar o réu.
ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
A) QUANTO AO SUJEITO (ORIGEM):
•Autêntica/legislativa: dada pela própria lei, ou seja, realizada pelo legislador, que edita uma lei
com a finalidade de explicar o significado de outra norma. É de aplicação obrigatória e
RETROAGE, mesmo que em prejuízo do réu, vez que não cria novo crime ou comina pena,
apenas interpreta (só não se aplica fatos transitados em julgado). Ex: art. 327 do CP - conceito de
funcionário público. Divide-se em contextual (quando a norma interpretativa é editada no
momento da norma interpretada) e posterior (quando é criada depois da norma
interpretada).
•Doutrinária ou científica:dada pelos estudiosos, doutrinadores do direito penal. Ex: exposição
de motivos do Código Penal, vez que dada pelos doutrinadores que elaboraram o projeto. (Obs.:
a do CPP é autêntica).
•Judicial ou Jurisprudencial: realizada pelos magistrados na decisão das causas que lhes são
submetidas ou fruto das decisões reiteradas dos tribunais, como regra não vinculantes.
Exceção: sentença de caso concreto após o trânsito em julgado e súmulas vinculantes
editadas pelo STF.
B) QUANTO AO MODO ou MEIOS E MÉTODOS:
•Literal ou gramatical: considera o sentido literal das palavras;
•Lógica ou Teleológica: considera à vontade ou intenção objetivada na lei, sua finalidade,
utilizando-se de vários elementos, como históricos, direito comparado, etc. (É a sugerida pelo
artigo 5º da LINDB).
•Histórica: busca a origem da lei, o fundamento de sua criação.
•Sistemática: conjunto da legislação e dos princípios gerais de direito, sistema em que a
norma está inserida como um todo.
•Progressiva: a lei é interpretada de acordo com o progresso da ciência que está progredindo.
C) QUANTO AO RESULTADO:
•Declarativa: a letra da lei corresponde aquilo que o legislador quis dizer.
•Extensiva: amplia-se o alcance das palavras da lei para corresponder ao alcance/vontade do
texto. Corrige a lei tímida. A lei disse menos do que gostaria.
•Restritiva: reduz-se o alcance das palavras da lei para corresponder ao alcance/vontade do
texto. A lei disse mais do que desejava.
•Progressiva/adaptativa/evolutiva: busca amoldar a lei à realidade atual, evitando
constantes reformas legislativas.
Novatio Legis incriminadora: Criminaliza uma conduta que antes era lícita. –Não
retroage em prejuízo.
Novatio legis in pejus:agrava, de alguma forma, a situação do acusado. – Não
retroage.
Novatio legis in mellius: beneficia, de alguma forma, a situação do acusado. –
Retroage em benefício.
Completude lógica é a ausência de lacuna, ou seja, à presença de todas as normas
jurídicas, na qual não podem ser internamente contraditórias entre si, embora
pontualmente ela possa ser afastada por meio de mecanismos de controle de
constitucionalidade.
Por dogmática penal entende-se disciplina que se ocupa da interpretação,
sistematização e desenvolvimento dos dispositivos legais e das opiniões científicas no
âmbito do Direito Penal. Visando a interpretar e aplicar o Direito Penal, busca a dogmática
penal elaborar um sistema de modo lógico e racional, mas aliada à política criminal.
No Conflitos de Leis Penais no Tempo (ou Sucessão) nós temos:
•Novation Legis incriminadora = nova lei que criminaliza uma conduta que não era crime;
•Novation Legis in prejus = a conduta já era crime, veio uma nova lei agravando a situação;
•Novation Legis in mellius = nova lei penal benéfica, que traz benefício para o agente;
•Abolition Criminis = provoca a descriminalização da conduta
A lei nova que proíba a extradição por determinada infração penal será retroativa.
Como os tratados e leis que disciplinem a extradição não tipificam crimes ou cominam
penas, não haverá óbice para que se apliquem retroativamente.
Efeito penal:
1°primário é a execução da pena.
2°secundário é a reincidência e mau antecedente.
3°extrapenal é no ambito civil ex: reparação do dano
Abolitio criminis extingue os efeitos 1° e 2°.
Anistia extingue os efeitos 1° e 2°.
Indulto/graça extingue somente efeito 1°.
Perdão juducial extingue os efeitos 1° e 2°
PRESCRIÇÃO EXTINGUE OS EFEITOS 1°, 2° E 3° .
obs:
Reincidência tem duração de 5 anos após o cumprimento da pena, depois de decorrido
os 5 anos fala-se ,então, de maus antecedentes.
A lei intermediária (ou intermédia) é aquela que deverá ser aplicada porque benéfica ao
réu, muito embora não fosse a lei vigente ao tempo do fato, tampouco seja a lei vigente
no momento do julgamento. É possível notar que a lei penal intermediária é dotada de
duplo efeito, possuindo a retroatividade em relação ao tempo da ação ou missão e
ultra-atividade em relação ao tempo do julgamento.
Ainda que se trate de tentativa delituosa, considera-se lugar do crime não só aquele
onde o agente tiver praticado atos executórios, mas também aquele onde deveria
produzir-se o resultado.
Princípio da consunção
Para a aplicação do princípio da consunção, é irrelevante a comparação entre as penas
das infrações penais, de modo que o crime absorvido pode ter pena maior do que a do
crime continente.
O princípio da consunção é um princípio de resolução de conflito aparente de normas
penais, sem previsão expressa na parte geral do Código Penal brasileiro.
Consunção: Sequência de fatoS. Fato + Grave absorve o - Grave. Este atua como meio
normal de preparação e execução daquele, ou ainda como seu mero exaurimento.
Alternatividade: A aplicação de uma norma a um fato exclui a aplicação de outra (doutrina
não aceita)
Subsidiariedade: Lei primária tem prevalência sobre a lei subsidiária. Na
subsidiariedade não existem elementos especializantes, mas descrição típica do fato (1
Fato só)+ Abrangente e + Grave. Ex: Roubo (+ Abrangente) e Furto.
Especialidade: Lei especial prevalece sobre lei geral. Ex: Diferença entre Contrabando x
Tráfico de Drogas. Aquele que importa, clandestinamente, qualquer produto, incidirá na
regra geral, prevista no CP; de sua vez, se o produto importado for alguma droga, o crime
será o de tráfico internacional de drogas, tipificado na lei extravagante.
ESPECIALIDADE: havendo uma lei especial, usa-se ela. Não tendo, vai de lei geral,
independente se a pena é mais branda ou não.
Ex.: Homicídio (lei geral) X Infanticídio (lei especial)
___
SUBSIDIARIEDADE: se ocorreu uma parada mais grave, usa-se a norma mais grave e não a
menos grave.
Ex.: crime de dano (destruir coisa alheia) X crime de explosão ou de incêndio. Botou fogo
na casa da ex...é crime de dano, mas tem um artigo falando sobre o crime de incêndio que
caracteriza bem o fato e é mais grave ( tem uma pena maior).
___
CONSUNÇÃO: as etapas de um crime vão se consumindo, até o crime fim pretendido.
Ex.: o homicídio consome a etapa de lesão corporal. O crime meio (pode ser até mais
grave), mas vai ser consumido pelo crime fim.
A competência para julgar crimes ocorridos dentro de embaixadas estrangeiras
situadas em Brasília é, em princípio, da justiça brasileira.
Apesar da existência das regras de imunidade diplomática e consular, estas só têm
validade com relação às pessoas, e não com os lugares. Dessa forma, a competência
para julgar os fatos é brasileira. A título de esclarecimento, confira a decisão que trata
da competência da Justiça Estadual na hipótese de um crime de invasão da
embaixada americana: AgRg no CC 133.092-RS, Rel. min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 23.4.2014.
A homologação depende:
Reparação do dano
>> requer APENAS PEDIDO DA PARTE INTERESSADA.
Medida de segurança
>> requer TRATADO DE EXTRADIÇÃO ou requisição do MJ.
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação brasileira que seja pública --->
Territorialidade!
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação brasileira que esteja a serviço do
governo--->Territorialidade!
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação brasileira MERCANTES ou
PRIVADAS, no BR ---> Territorialidade!
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação brasileira MERCANTES ou
PRIVADAS, em alto mar ---> Territorialidade!
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação estrangeira, no BR
--->Territorialidade!
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação brasileira, MERCANTES
ou PRIVADAS, em território estrangeiro E ali não for julgado! ---> Princípio da
representação ou bandeira!
Resumindo
Publica; Governo; Mercante/Privada + Brasileira + No BR/Alto mar --->Territorialidade!
Mercante/Privada + Brasileira + No Estrangeiro ---> Representação ou bandeira!
I (Ilicitude ou antijuridicidade)
Três são as principais teorias que buscam explicar a conduta: Teoria causal-
naturalística (ou clássica), finalista e social.
•Teoria causal-naturalística: conduta é a ação humana
•Teoria finalista:conduta = vontade + ação ou omissão. Adotada no Brasil.
É necessária, portanto, a conjugação do aspecto objetivo (ação ou omissão) e do
aspecto subjetivo (vontade).
•Teoria social: a conduta é a ação humana, voluntária e que é dotada de
alguma relevância social
Exemplo:
João deseja matar Pedro.
Sabendo que Pedro voará no Boeing 720, João instala uma bomba no avião.
DOLO DE 1º GRAU: matar Pedro.
DOLO DE 2º GRAU: matar todos os demais passageiros presentes no voo.
A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP) é compatível com o homicídio
praticado com dolo eventual? SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o
resultado morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado
por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o
motivo que ensejou a conduta.
STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012.
STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017.
1.Conduta(art. 18 CP);
2.Nexo Causal (art. 13 CP);
3.Tipicidade(art. 01 CP);
4.Resultado;
EXCLUSÃO da CONDUTA:
- Atos reflexos
- Estados de inconsciência
- Coação FÍSICA irresistível
- Caso fortuito e força maior
EXCLUSÃO da TIPICIDADE:
- Desistência voluntária
- Arrependimento eficaz
ILICITUDE-EXCLUI O CRIME
1. Legitima Defesa; agressão injusta, atual ou iminente, uso moderado dos meios
em sua própria defesa ou de outrem.
2. Estado de Necessidade; para salvar-se de perigo atual, que não provocou por
sua vontade nem podia evitar, cujo sacrifício não era razoável exigir.
3. Estrito cumprimento do dever legal; é a ação realizada pelo agente público,
atua em um dever(obrigação) derivado da lei. Ex: realizou lesões corporais na
prisão em flagrante.
Prevalece na doutrina que a excludente de ilicitude do estrito cumprimento do dever legal
é incompatível com os crimes culposos, na medida em que o ordenamento jurídico não
obriga o agente público a agir com imprudência, negligência ou imperícia
4. Exercício Regular do Direito; é a ação realizada pelo particular, o agir ou não
está facultado ao agente, é autorizada por lei. Ex: lesões corporais resultantes
de uma luta de boxe.
Ofendículos são objetos ou instrumentos colocados, geralmente nos muros das casas,
na intenção de evitar que malfeitores adentrem à residência como: caco de vidro,
pregos, arame farpado, cerca elétrica...A doutrina que prevalece classifica esse tipo
de situação como uma LEGITIMA DEFESA PREORDENADA, uma vez que o dono da
propriedade usa os ofendículos para preordenadamente DEFENDER DE UMA INJUSTA
AGRESSÃO. No entanto, para ser legítima, ela deve ser moderada e adequada a
legislação local.
Obs: para caracterizar a antijuridicidade é necessário que esteja à vista ou descrito em
algum local como aviso.
CULPABILIDADE-ISENTA DE PENA
1. Imputabilidade;
2. Potencial consciência da Ilicitude;
3. Exigibilidade de conduta diversa.
EXCLUSÃO da CULPABILIDADE:
- Coação MORAL irresistível
- Obediência hierárquica (baseada na inexigibilidade de conduta diversa)
Atenção!! Caso o agente cumpra ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram
determinados, a conduta é culpável.
- Erro por proibição ESCUSÁVEL
- Menoridade
- Desenvolvimento mental incompleto ou retardado
- Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior
► Erro de tipo
- também chamado de "Erro sobre a existência fática de um dos elementos que
compõem o tipo penal"
- é a representação errônea da realidade
- previsto nos arts. 20, caput e §1º
- divide-se em:
•Erro de tipo essencial
•Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
•falsa percepção da realidade
•Escusável (invencível ou inevitável) => exclui o dolo e a culpa
•Inescusável (vencível ou evitável) => exclui o dolo, mas não a culpa (se prevista)
•Art. 20. §1º: É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena
quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
► Erro de proibição
- representa perfeitamente a realidade, mas acredita que a conduta é lícita
•Erro de proibição direto
•Agente comete o fato criminoso POR ACHAR QUE A CONDUTA NÃO É PROIBIDA
•o agente incorre em erro sobre a existência ou limites de uma norma penal incriminadora
•erro sobre a ilicitude do fato
•o erro recai sobre o conteúdo proibitivo de uma norma penal (ou seja, sobre a norma
penal)
•Ex: Um cidadão do interior que acha um relógio e fica para si, por considerar que "achado
não é roubado". Ele sabe o que está fazendo (apropriar de um relógio alheio), mas pensa
que essa conduta não é proibida.
•Ex: um cidadão de um interior que pilota sua moto pelas rodovias sem uso de capacete,
sem CNH, etc... Ele sabe o que está fazendo (conduzir a moto sem capacete etc.), mas acha
que não é proibido.
•Escusável (inevitável ou invencível) => isenta de pena
•Inescusável (evitável ou vencível) => diminui de 1/6 a 1/3
•Erro de proibição indireto
•o agente atua acreditando que existe uma causa de justificação que o ampare.
•o erro recai na falsa suposição de existência de uma permissão legal
•erro sobre a ilicitude do fato (previsto no art. 21)
•Trata-se de erro sobre a existência e/ou limites de uma causa de justificação (exclud. de
ilic.) em abstrato
•refere-se a uma causa de justificação (excludente de ilicitude)
•Ex: Em uma situação de estado de necessidade, o agente sacrifica um bem de maior valor.
(achou que isso fosse permitido em um estado de necessidade)
•Escusável (inevitável ou invencível) => isenta de pena
•Inescusável (evitável ou vencível) => diminui de 1/6 a 1/3
ERRO DE PROIBIÇÃO
• O agente atua com o dolo;
• Pensa que a conduta não é criminosa;
ERRO DO TIPO
• Atua como dolo, mas por meio de erro;
• Não sabe que está cometendo uma conduta é criminosa;
•
Legítima defesa e Estado de necessidade afastam a ILICITUDE, porque não são hipóteses
determinadas nem fomentadas pelo Direito, mas apenas toleradas ou suportadas. Fonte:
Manual de direito penal, Jamil Chaim Alves, Juspodivm, página 293.
Os elementos que compõem o tipo penal podem ser objetivos, normativos e subjetivos.
Os elementos objetivos ou descritivos são facilmente constatados pelo sistema sensorial
de cada indivíduo.
Já os elementos normativos, para serem constatados, exigem a aplicação de uma
atividade valorativa, ou seja, um juízo de valor.
Com relação aos elementos subjetivos(vontade e intenção)
gerais: precisa de finalidade especifica Ex: C. prevarição precisa da vontade de satisfazer
interesse pessoal, pois se não tiver será mera falta funcional.
específico: sem finalidade para se concretizar. Ex: homicídio
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo
excesso doloso ou culposo
complementando
Excesso INTENSIVO: agente excede na Intensidade da reação
Excesso EXTENSIVO: decorre do prolongamento da ação defensiva, mesmo após ter
cessado agressão injusta.
Tipo congruente é aquele em que há perfeita coincidência entre a vontade do autor e o fato
descrito na lei penal. O agente realiza aquilo que efetivamente desejava. É o que ocorre nos
crimes dolosos consumados.
Tipo incongruente é aquele em que não há coincidência entre a vontade do autor e o fato
descrito na lei penal, ou seja, a conduta do agente provoca algo diverso do que era por ele
desejado, tal como se dá na tentativa, nos crimes culposos e nos crimes preterdolosos (grifo
nosso).
Tipo simples é o que abriga em seu interior um único núcleo. Define, assim, uma única
conduta típica, caracterizando os crimes de ação única. É o caso do roubo (CP, art. 157), em
que existe apenas o núcleo “subtrair”.
Tipo fundamental ou básico é aquele que retrata a forma mais simples da conduta
criminosa. É denominado crime simples e, em regra, está situado no caput do dispositivo
legal. Exemplo: homicídio simples (CP, art. 121, caput).
Tipo aberto é o que não possui descrição minuciosa da conduta criminosa. Cabe ao Poder
Judiciário, na análise do caso concreto, complementar a tipicidade mediante um juízo
de valor (grifo nosso). É o caso da rixa (CP, art. 137), pois somente na situação prática poderá
se dizer se alguém participou da rixa, ou nela ingressou para separar os contendores.
O tipo penal preventivo, inerente aos crimes-obstáculo, é aquele de que se vale o legislador
para antecipar a tutela do Direito Penal no tocante a determinados bens jurídicos,
incriminando de forma autônoma atos que por si sós representariam a preparação de
outros delitos (grifo nosso).
O CP adotou, como regra, no art. 13, a Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais
(conditio sine qua non). Como exceção, no §1º, adotou a T. da Causalidade Adequada, para
concausas.
Já a T. da Relevância Jurídica, desenvolvida por Mezger, "funda-se na
determinação do nexo de causalidade pela teoria da conditio sine qua non, mas
parte da premissa de que a imputação do resultado deve ser efetivada com lastro
na relevância jurídica verificada na cadeia de causalidade, tomando-se como
parâmetro a finalidade da norma e o sentido do tipo penal." (Fernando Abreu,
Direito Penal para concursos, ed. 2023, p. 288)
A teoria da imputação objetiva modifica a estrutura objetiva do tipo penal, corrigindo as
deficiências apresentadas pelas teorias que buscam explicar e fundamentar o nexo
causal, acrescentando a imputação objetiva ao tripé ação, causalidade e resultado (...)"
Daí se extrai que a T. da Imputação Objetiva não visa a substituir a T. da equivalência dos
antecedentes causais, mas sim complementá-la. Conforme a teoria da imputação objetiva,
afasta-se a tipicidade objetiva da conduta nos casos em que a vítima coloca si mesma em
risco.
Finalidade da teoria da Imputação Objetiva: Limitar o alcance da teoria da
equivalência dos antecedentes causais.
A teoria busca a solução para a causalidade no tipo objetivo, sem perquirir o tipo subjetivo.
Portanto, a teoria busca mais a não imputação.
Dica de estudo: Para entender essa teoria você precisa saber primeiro sobre o nexo de
causalidade (Art. 13, CAPUT).
Pra que se estuda o nexo de causalidade? Pois em crimes materiais é necessário
encontrar o elo em que liga a conduta praticada pelo agente ao resultado por ele
produzido. A partir daí, você vai perceber que antes do tiro,porrada e bomba (rsrs) existe
toda uma sequência de condutas anteriores que o agente executou para chegar até o
resultado ou até mesmo concausas que contribuíram para a consumação do crime.
Aí finalmente você vai pra teoria de Roxin, que trabalha com o princípio do risco para
buscar a a não imputação do agente.
1. Diminuição do risco (Ex: Quem convence ladrão a furtar 100 euros, ao invés de 1.000).
2. Criação de um risco juridicamente relevante ou criação de um risco
proibido (Ex:Viagem para Flórida.)
3. Aumento do risco permitido. (Ex: Trânsito)
4. Âmbito de proteção da norma de cuidado ou esfera de proteção da norma como
critério de imputação. (Ex: Da bicicleta).
Crime Impossível
Dica para decorar: teoria subjetiva X teoria objetiva
Teoria SUbjetiva: o que o SUjeito queria: pune-se de acordo com o que era desejo do
agente. (Arma de brinquedo. Ele QUERIA matar. Impossível ocorrer o resultado, mas
responde por tentativa de homicídio.)
Tanto o crime impossível, quanto o crime putativo, jamais ocorre consumação, pois
não há crime.
Crime putativo = praticar um ato acreditando ser crime sem ser.
A doutrina indica a aplicação da fórmula de Frank quando o objetivo for estabelecer a
distinção entre desistência voluntária e tentativa.
Para diferenciar os dois casos, a fórmula de Frank indica que:
•se o agente disser a si mesmo “posso prosseguir, mas não quero”, será o caso de
desistência voluntária
•se o agente disser “quero prosseguir, mas não posso”, estaremos diante de um crime
tentado
Quando a questão trouxer algumas dessas situações como causa da morte da vítima:
BIPE
–BRONCOPNEUMONIA;
–INFECÇÃO HOSPITALAR;
–PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA;
–ERRO MÉDICO,
➽O agente deverá RESPONDER PELO RESULTADO MORTE, por se tratarem de CAUSAS
SUPERVENIETES RELATIVAMENTE INDEPENDENTES que se encontram na linha de
desdobramento natural da conduta do agente, razão pela qual o NEXO CAUSAL NÃO É
QUEBRADO, não havendo por isso a aplicação do art. 13, §1o, CP.
Por sua vez, se a questão trouxer como causa da morte da vítima:
IDA
– INCÊNDIO;
– DESABAMENTO;
– ACIDENTE com a ambulância,
➽Aplicar-se-á o art. 13, §1o CP, onde HAVERÁ O ROMPIMENTO DO NEXO CAUSAL e o agente
responderá pela TENTATIVA.
A cogitação não é punível, pois não há lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico,
diferentemente do que ocorre na fase executória do crime, que é o momento em que o
agente realiza o núcleo do tipo.
No âmbito da tipicidade, o exaurimento não compõe o iter criminis, que se encerra com
a consumação. No entanto, influi na dosimetria da pena, notadamente na aplicação da
pena-base, pois o art. 59, caput, do CP erigiu as consequências do crime à condição de
circunstância judicial.
Arrependimento Eficaz: impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados.
•Arrependimento PosterioR: nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o Recebimento(NÃO É OFERECIMENTO - CARO
CONCURSEIRO) da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.
Além disso, o comportamento do agente deve ser VOLUNTÁRIO, mas não precisa ser
ESPONTÂNEO. Em outras palavras, ele pode desistir seguindo o conselho de outra
pessoa.
Observações:
Tem que ser posterios a execução.
Tem que ser voluntário.
É causa obrigatória de redução de pena (1/3 a 2/3).
Comunica-se aos corréus.
Se a cooperação for dolosamente distinta, não comunica-se.
A recusa da vítima é indiferente.
Se ocorrer depois do recebimento da denúcia ou queixa = atenuante.
Mais afundo:
1- Teoria da cocupabilidade: estado responde em razão da desigualdade social
2- Teoria da cocupabilidade às aversas: crimes de colarinho branco, onde há o
abrandamento da pena para os que tem maior poder aquisitivo. (Ex: extinção da
punibilidade pelo pagamento da dívida nos crimes contra a ordem tributária, ainda que
após trânsito em julgado de sentença condenatória).
> erro de proibição direto = o agente se equivoca quanto ao conteúdo de uma norma
proibitiva, ignorando a sua existência ou o seu conteúdo ou o seu âmbito de incidência
> erro de proibição indireto ou erro de permissão = o agente sabe que a conduta é típica,
mas supõe presente uma norma permissiva (excludente da ilicitude).
> erro de proibição mandamental ou injuntivo = ocorre nos crimes omissivos, próprios
ou impróprios; o equívoco, aqui, recai sobre uma norma mandamental, sobre uma norma
imperativa, a qual manda fazer, e está implícita nos tipos omissivos.
> ***erro de proibição de validade = modalidade de erro de proibição, que o agente crê
que a norma a qual prevê o comportamento típico está amparada em lei que é nula ou
inconstitucional.
> erro de proibição hermenêutico = um erro de interpretação da norma. Para que seja
considerado modalidade de erro, é preciso que afete o conhecimento da ilicitude do ato.
ERRO DE VALIDADE = ERRO DE PROIBIÇÃO
Inevitável: isenta a pena.
Evitável: diminuição da pena em 1/3 a 1/6.
Isento de Pena Redução da pena de 1/3 a 2/3
se o agente, em virtude de doença se o agente, em virtude de perturbação
mental ou desenvolvimento mental de saúde mental ou por
incompleto ou retardado, era, ao tempo desenvolvimento mental incompleto ou
da ação ou da omissão, inteiramente retardado não era inteiramente capaz de
incapaz de entender o caráter ilícito do entender o caráter ilícito do fato ou de
fato ou de determinar-se de acordo com determinar-se de acordo com esse
esse entendimento. entendimento.
Inimputáveis: não pode ser punido
São inimputáveis: isento de pena
1. doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado quando
inteiramente INCAPAZ
2. menor de idade (sujeito a legislação especial-ECA)
3. embriaguez completa involuntária
NÃO excluem a imputabilidade (será punido) penal:
1. EMOÇÃO ou a PAIXÃO
2. EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA (vontade própria) ou;
3. EMBRIAGUEZ CULPOSA (imprudência, negligência ou imperícia), pelo álcool ou
substância de efeitos análogos.
Acidental + completa: isenção de pena.
Acidental + incompleta: redução de pena.
Culposa: pena normal.
Voluntária: pena normal.
Pré-ordenada: agravante.
Embriguez fortuita(ACIDENTAL) Completa (inteiramente incapaz) ~> ISENÇÃO de Pena ~>
Exclui a Culpabilidade
Embriguez fortuita (ACIDENTAL) Incompleta (não possuía plena
capacidade)~> REDUÇÃO de Pena ~> Não exclui
O erro de proibição em crime culposo só é admissível nos crimes praticados com culpa
consciente, pois deriva da valoração equivocada da ação negligente quando o agente, em
razão de circunstâncias especiais, acredita ser lícita a sua ação descuidada. Por exemplo:
Sujeito A ao sair de casa percebe que seu pneu está careca, mas acredita sinceramente que
nada irá ocorrer até ele chegar na oficina para ajeitar (culpa consciente) e além disso acha
que por ele está indo a oficina, não é proibido andar com o pneu naquelas condições (erro
de proibição). Se por acaso ele cometer um crime culposo nessas condições, pode-se
aplicar o instituto na situação narrada acima.
Concurso de Pessoas
Em regra, o Direito Penal brasileiro adota a chamada teoria monista ou unitária.
Para essa teoria, ainda que o fato criminoso tenha sido praticado por vários agentes, conserva-se
único e indivisível.
Contudo, excepcionalmente, há previsão no Código Penal da teoria pluralista.
A teoria pluralista é aplicada quando há criação de tipos penais distintos para agentes que
buscam o mesmo resultado criminoso.
Exemplo:
O funcionário público que deixa de coibir, deliberadamente, o descaminho responde pelo art.
334 do Código Penal?
A resposta é NÃO.
Trata-se de uma exceção à teoria monista do concurso de pessoas.
Dessa forma, o particular responde pelo descaminho, ao passo que ao funcionário público
será imputado o crime de facilitação de contrabando ou descaminho (CP, art. 318).
São requisitos cumulativos para configuração do concurso de agentes:
1.Pluralidade de condutas (não importa se inimputável ou não);
2.Relevância causal das condutas;
3.Liame subjetivo; e
4.Identidade de crimes para todos os envolvidos.
O liame subjetivo dos agentes se dá apenas em relação a intenção delitiva, não sendo
necessário que haja, assim, um ajuste prévio entre eles.
Para a caracterização do delito de associação criminosa inserido em contexto societário, é
necessário que a denúncia contenha a descrição da predisposição comum de meios para a
prática de uma série indeterminada de delitos e uma contínua vinculação entre os
associados com essa finalidade.
Teoria Subjetiva ou Unitária: Não faz distinção entre autor e partícipe. Todo aquele
que concorre para o crime é autor.
•Teoria Extensiva: Não faz distinção entre autor e partícipe, porém, reconhece a
existência de graus de responsabilidade.
a) teoria da acessoriedade mínima: a conduta do autor precisa ser, pelo menos, típica, a
fim de que se puna o partícipe (crítica: se alguém induzir uma pessoa à prática de um
homicídio em legítima defesa, cometerá crime, já que auxiliou moralmente alguém a
realizar um fato penalmente típico);
b) teoria da acessoriedade limitada: exige que a conduta do autor seja típica e ilícita (é a
melhor teoria, em nosso sentir, porquanto não incorre no inconveniente apontado acima e
escapa às críticas inseridas nas teorias seguintes);
c) teoria da acessoriedade extrema: a conduta do autor deve ser típica, ilícita e culpável
(crítica: quando se induz menor a matar, ninguém responde pelo crime – o menor, por ser
inimputável; o partícipe, porque auxiliou uma conduta desprovida de culpabilidade);
d) teoria da hiperacessoriedade: sustenta que o fato deve ser típico, ilícito e culpável,
acrescentando que o partícipe responderá pelas agravantes e atenuantes pessoais do autor.
O Código Penal não adotou expressamente nenhuma dessas teorias. De acordo com a
sua sistemática, porém, devem ser afastadas a acessoriedade mínima e a
hiperacessoriedade.
O intérprete deve optar entre a acessoriedade limitada e a acessoriedade máxima,
dependendo do tratamento dispensado ao instituto da autoria mediata.
E vai aí um conselho: a doutrina nacional tradicionalmente se inclinava pela acessoriedade
limitada, normalmente esquecendo-se de confrontá-la com a autoria mediata. Todavia, em
provas e concursos públicos a acessoriedade máxima afigura-se como a mais coerente, por
ser a autoria mediata aceita de forma praticamente unânime entre os penalistas brasileiros.
Concurso de pessoas: várias pessoas + unidade de desígnio.
-concurso eventual e concurso necessário
-consurso necessário: condutas paralelas; condutas convergentes; e condutas contrapostas.
•Reincidente + Igual ou inferior a 4 (quatro) anos + circunstância judicial desfavorável → poderá começar
a cumpri-la em regime fechado.
Nos casos de condenação por crime contra a administração pública, a progressão do
regime de cumprimento de pena fica condicionada à reparação do dano ou à
devolução do produto do crime.
Eventual redução da pena em face da ocorrência da detração (art. 42, CP) não tem o
condão de alterar a pena aplicada pelo juízo sentenciado, ou seja, ainda que o juízo da
execução aplique a detração para fins de estabelecer novo regime prisional, mostrar-se-ia
incabível a substituição da pena privativa de liberdade anteriormente fixada por pena
restritiva de direitos.
DETRAÇÃO
a internação em hospital de custódia pode ser objeto de detração.
a prisão administrativa pode ser objeto de detração.
a prisão provisória no estrangeiro pode ser objeto de detração.
A internação em casa de saúde, com finalidade terapêutica, deve ser contemplada com a
detração.
Na Detenção, SALVO NECESSIDADE (não é vedada) a transferência para o regime fechado.
Nesse contexto, conseguimos extrair duas características das penas restritivas de direito,
que são:
Autonomia - não podem ser cumuladas com as penas privativas de
liberdade; não são meramente acessórias.
SUBJETIVOS:
•réu não for reincidente em crime doloso;
•a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem
como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
A substituição é possível por não ser caso de reincidência especifica.
As penas restritivas de direitos passíveis de aplicação em relação aos crimes de abuso de
autoridade são (Lei 13.869/2019, art. 5º, incisos I e II):
EXCEÇÃO: o juiz poderá conceder a pena restritiva de direitos ao condenado, mesmo ele
sendo reincidente, desde que cumpridos dois requisitos previstos no § 3º do art. 44:
a) a medida (substituição) deve se mostrar socialmente recomendável;
b) a reincidência não pode ocorrer em virtude da prática do mesmo crime (não pode ser
reincidente específico). Art. 44 (...) § 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente
recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
Para a aplicação do princípio da consunção aos crimes de porte ilegal e disparo de arma de
fogo, exige-se a prática dos fatos típicos no mesmo contexto fático, além do nexo de
dependência entre as condutas, considerando-se o porte ilegal crime-meio para a
execução do disparo de arma de fogo, o que não ocorreu na espécie.2. No caso, tendo o
Tribunal a quo concluído, com base no arcabouço probatório, que os delitos de porte ilegal
e de disparo de arma de fogo foram praticados em momentos diversos e com desígnios
autônomos, a inversão do decidido demanda aprofundado reexame fático-probatório,
inviável na via eleita. (...) (AgRg no HC n. 544.206/MS, relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta
Turma, julgado em 12/5/2020, DJe de 28/5/2020.)
Se inviável a aferição do número exato de crimes, o magistrado pode aumentar a pena no
patamar máximo legal de 2/3 com base no longo período de tempo em que tenham sido
praticados os crimes.
A diversidade do modo de execução de crimes de roub afasta a possibilidade de
reconhecimento da continuidade delitiva. É pressuposto a identidade de modus operandi
dos crimes.
O reconhecimento da continuidade delitiva não importa na obrigatoriedade de redução
da pena definitiva fixada em cúmulo material, porquanto há possibilidade de aumento
do delito mais gravoso em até o triplo, nos termos do art. 71, parágrafo único, in fine, do
Código Penal. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 301.882-RJ, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro,
julgado em 19/04/2022 (Info 734).
Há impedimento para que a pena resultante da aplicação da regra do concurso formal
ultrapasse aquela que seria obtida pela sistemática do concurso material.
A fixação da pena de multa não obedece à regra de aumento prevista para as penas
privativas de liberdade nos casos de concurso formal próprio.
Concurso ideal de crimes nada mais é do que outra nomenclatura para o concurso formal.
O STJ entende que, se há vítimas diversas no crime de roubo praticado no mesmo contexto
fático (mais de uma esfera jurídica privada atingida, portanto), tendo o agente pretendido
praticar crime único, não há falar-se em crime único propriamente dito, mas, sim, concurso
formal de crimes, pois, mediante uma única ação, o autor levou a efeito dois ou mais
delitos patrimoniais. Veja-se, por exemplo: RHC 112871.
Todavia, a banca, nesta questão, foi além: apresentou casuística em que o autor possuía
desígnios autônomos, ao perpetrar o roubo contra diversas vítimas em um único evento.
Nesta conjuntura, é evidente que a conduta ativa a norma da 2ª parte, do art. 70, do CP,
caracterizando-se CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO:
Há 2 (duas) distinções básicas entre “confisco-pena” e “confisco-efeito da condenação”:
1.O confisco-efeito destina-se à União, como receita não tributária, enquanto o
confisco-pena destina-se ao Fundo Penitenciário Nacional; e
2.O objeto do confisco-efeito são os instrumentos e produtos do crime (CP, art. 91,
inciso II), enquanto o objeto do confisco-pena é o patrimônio pertencente ao
condenado (CP, art. 45, § 3º).
Confisco é a perda de bens do particular em favor do Estado. Não é qualquer instrumento
utilizado na prática de crime que pode ser confiscado, mas somente aquele cujo porte,
fabrico ou alienação constituam fato ilícito.
Os efeitos extrapenais genéricos (confisco, por exemplo) decorrem de qualquer
condenação criminal e não precisam ser expressamente declarados na sentença.
A perda do cargo público é efeito extrapenal da condenação e decorre de previsão legal
(CP, art. 92, inciso I), de modo que não se faz exigível expresso requerimento do Órgão
Acusador, em denúncia ou alegações finais.
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for
extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período
de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que
o condenado:
É vedado
•suspensão condicional do processo e a transação penal (súmula 536 STJ)
•substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (súmula 588 STJ)
•princípio da insignificância (súmula 589 STJ)
É possível (cumpridos os demais requisitos)
•concessão de suspensão condicional da PENA (STJ: AgRg no REsp 1.691.667/RJ, j.
02/08/2018)
Suspensão condicional da pena (sursis penal) pode ser aplicado em caso de violência
doméstica. Já a suspensão condicional do processo (sursis processual) e transação
penal não são aplicáveis nesse caso.
Atenção!! o artigo 63 do Código Penal, que fala de reincidência, não exige a homologação
pelo STJ: verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por
crime anterior.
•Revogação facultativa da sursis penal:
•condenado descumpre qualquer outra condição imposta; ou
•é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
•Revogação obrigatória da sursis penal:
•é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;
•frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo
justificado, a reparação do dano;
•descumpre a seguinte condição: No primeiro ano do prazo, deverá o condenado
prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de
semana (art. 48).
•Quando o sursis penal é revogado, não se computa o período de prova como de
cumprimento da pena privativa de liberdade. Isso ocorre pois o sursis penal não ostenta a
categorização jurídica de pena, mas de medida alternativa a ela.
•Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período
de prova até o máximo, se este não foi o fixado.
.o STF já consolidou posição no sentido de que não obsta a concessão do "sursis"
condenação anterior à pena de multa (súmula 499).
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Requisitos: PPL igual ou superior a 2 anos:
MEDIDA PROVISÓRIA
•Não criar crime;
•Não combina pena;
•OBS: no entanto, pode ser usada para beneficiar o réu.
Com base em tais regras, a doutrina elenca três FATORES para determinar o regime
INICIAL:
•a reincidência;
•a quantidade de pena;
•as circunstâncias judiciais (artigo 59 do Código Penal).
Súmula 269, STJ: " É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias
judiciais."
A partir de 23/01/2020 - Em conformidade com a redação dada pela Lei nº 13.964/2019 (Anticrime) ao
Art. 112 da lei 7.210/84 (LEP), a progressão se dará assim:
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para
regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
Segundo o artigo 44, a pena ppl deve ser substituída prd quando:
1) não houve violência ou ameaça no cometimento do crime, a pena aplicada
não for maior do que 4 anos, ou para crimes culposos independente da pena;
2) o réu não for reincidente em crime doloso; e
3) o réu não tiver maus antecedentes.
•OBJETIVOS:
•aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos ou qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo.
•crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa.
•SUBJETIVOS:
•o réu não for reincidente em crime doloso..
•a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem
como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
- se o crime for culposo, o réu terá direito à substituição da pena privativa de liberdade,
ainda que o crime tenha sido cometido com violência à pessoa.
-se o condenado for reincidente o juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade por
pena restritiva de direitos em caso de nova condenação, desde que a medida seja
socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da
prática do mesmo crime.
- a pena privativa de liberdade de réu reincidente em crime culposo poderá ser
substituída por uma pena restritiva de direitos.
A pena de multa deve ser paga no prazo máximo de 10 dias após o trânsito em julgado
da sentença.
O cálculo de uma pena obedece três etapas:
1ª etapa – o juiz fixa a pena-base (definida dentro dos limites entre a pena
mínima e máxima do tipo penal) com base nas circunstâncias judiciais.
2ª etapa – sobre a “pena-base” o juiz aplicará as circunstâncias
atenuantes e agravantes
3ª etapa – serão aplicadas as causas de aumento e diminuição de pena.
Aqui sim a pena poderá ficar fora dos limites previstos no tipo penal.
Veja o que diz o doutrinador CEZAR ROBERTO BITTENCOURT, in Manual de Direito Penal,
Ed. Saraiva, 2002, pág. 701, litteris:
A perda do cargo público imposta na sentença penal condenatória, como efeito extrapenal,
possui efeitos permanentes, contudo não implica impossibilidade de investidura em outro
cargo público
Inimputável = juiz determina a INTERNAÇÃO;
•Crime punível com DETENÇÃO = juiz poderá submeter o inimputável à TRATAMENTO
AMBULATORIAL.
Em regra, no concurso de crimes, a pena de multa não segue a regra da aplicação da pena
privativa de liberdade.
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e
integralmente.
Renúncia:
•o ofendido abdica do direito de promover a ação penal
•ocorre na fase pré-processual, no inquérito
•não depende da concordância do ofensor.
•
Perdão:
•o ofendido abdica do direito de continuar com a ação penal.
•se dá na fase processual.
•é necessária a concordância do ofensor (réu).
•
Perempção:
•ocorre quando o titular da ação privada (querelante) fica PARADO, fica INERTE
•é causa de extinção de punibilidade EXCLUSIVA da ação penal privada.
O Código Penal que a prescrição da multa será em 2 (dois) anos, quando a multa for a
única cominada ou aplicada.
única cominada= 2 anos.
multa + PPL= mesmo prazo da PPL.
Em casos de fuga ou de revogação do livramento condicional, a prescrição da pretensão
executória é regulada pelo tempo remanescente da pena.
TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO
Regra geral: momento da consumação.
Casos especiais de Crimes:
•Tentativa: dia em que cessar a atividade criminosa.
• Permanentes: dia em que cessar a permanência.
• Bigamia e Falsificação e alteração de assentamento do Registro Civil: dia em que o fato se
tornou conhecido.
• Dignidade sexual de crianças e adolescentes: data em que a vítima completar 18 anos
Decadência:
• Atinge o direito de ação
• Ação penal privada e ação penal pública condicionada à representação do ofendido
• Ocorre antes da ação penal
Prescrição:
• Atinge o direito de agir (atinge apenas a punibilidade do delito, ou seja, direito do
Estado em punir o agente)
• Ação penal pública condicionada e incondicionada e ação penal privada
• Qualquer momento – até se já transitado
Perempção:
• Atinge o direito de prosseguir com a ação
• Ação penal privada exclusiva e personalíssima
• Após o início da ação penal
Informações adicionais:
Lesão Corporal:
REGRA - Ação Penal Pública Incondicionada.
EXCEÇÃO - Lesões leves e culposas será Ação Penal Pública condicionada à representação.
EXCEÇÃO 2 - Lei Maria da Penha será Pública incondicionada a representação ainda que se
trate de lesão leve ou culposa.
A PRESCRIÇÃO está relacionada com o LIMITE DE TEMPO que o ESTADO TEM PARA
PUNIR/EXECUTAR UMA PUNIÇÃO. Em resumo, existem dois tipos de PRESCRIÇÃO:
- Súmula 497 (STF): No crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na
sentença, não se computando o acréscimo da continuação
- HC/ES: O acréscimo decorrente do concurso formal NÃO é levado em consideração no
cálculo da prescrição
No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
isoladamente".