Direito Penal

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TEORIAS SOBRE A FUNÇÃO DO DIREITO PENAL

FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO - ROXIN - FUNÇÃO DO DIREITO PENAL É PROTEÇÃO


DOS BENS JURÍDICOS (majoritariamente adotada)
FUNCIONALISMO SISTÊMICO – JAKOBS - ASSEGURAR A APLICAÇÃO DA NORMA -
DIREITO PENAL DO INIMIGO.
A norma penal em branco invertida (aquela que necessita de complemento no preceito
secundário do tipo penal incriminador, na parte em que o legislador comina a pena em
razão do descumprimento do preceito primário, na parte que descreve a conduta proibida
ou mandamental) é admissível, desde que homogênea (leia-se: desde que o complemento
seja uma outra lei, em respeito ao princípio da legalidade, lastreado no Código Penal - Art.
1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.).
O exemplo mais citado é do crime previsto no art. 1º da Lei nº 2.889/56 (crime de
genocídio), cujas penas encontram-se no Código Penal.

Normas penais em branco – normas que precisam ser complementadas por outras. Podem
ser heterogêneas ou homogêneas. Assim são divididas porque as normas penais estão
sempre na lei em sentido estrito, de acordo com o princípio da reserva legal, de maneira
que seu complemento determina a classificação.
-Heterogêneas (ou normas penais em sentido estrito): Aquelas que serão complementadas
por normas que não estão em leis em sentido estrito. Ex.: lei + decreto/ regulamento/
portaria, etc.
São constitucionais? Sim, porque o tipo penal está na lei, mas o legislador
sabe que não pode pormenorizar todas as hipóteses. Não é o complemento
que prevê o tipo, mas a norma prevista na lei em sentido estrito.
-Homogêneas: Aquelas que serão complementadas por outras leis em sentido estrito.
O Se subdividem em 02 grupos:
§Homovitelinas: aquela cujo complemento está previsto na mesma lei.
·Art. 229 ECA – complemento no próprio ECA.
·304 CP.
§Heterovitelinas: aquela cujo complemento está previsto em outra lei.
·Ex.: art. 236 CP – complementado pelo CC.
·Art. 9 Lei 8137 – vender mercadoria impropria para o consumo,
complementado pelo CDC.
- Norma penal em branco as avessas, ou invertida: É aquela em que o preceito secundário
(ou sancionatório) nos remete a uma outra norma penal incriminadora. Ex.: genocídio – art. 1 lei
2889/56; uso de documento falso – art. 304 CP.
O Essas normas jamais podem ser heterogêneas, sendo sempre homogêneas,
porque a pena só pode estar em lei em sentido estrito.
-Norma penal em branco incompleta:aquela em que não consta o preceito secundário.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

§Só pode punir condutas se houver a previsão expressa em lei.

§Direito de 1ª Geração/Dimensão.

§É cláusula pétrea.

§Divide-se em 3 subprincípios: Reserva Legal, Anterioridade e Taxatividade.

1.Reserva Legal ou Estrita Legalidade:

–Somente lei ordinária ou lei complementar podem criar crimes ou agravar penas.

–Leis delegadas, medidas provisórias e tratados internacionais não podem criar


crimes.

–Não é permitida a analogia in malam partem no Direito Penal, tampouco o uso de


costumes para criar infrações penais.

–É igualmente aplicável às contravenções penais (“crime” deve ser interpretado como


infração penal) e às medidas de segurança (“pena” deve ser interpretada como sanção
penal).

§Entretanto, o STF tem admitido medidas provisórias que versem sobre direito penal favorável
ao réu (RHC 117.566/SP, julgado em 24/09/2013)

2.Anterioridade:

–Para ser crime a conduta deve ser anterior a lei que esteja em vigor.

–Fato praticado quando a lei está no período de vacatio legis não será considerado
crime.

3.Taxatividade:

–Os tipos penais devem ser claros, precisos e taxativos. A proibição da previsão de tipos
penais vagos, imprecisos e indeterminados decorre do princípio da taxatividade.

Bagatela própria = princípio da insignificância ➥ Excludente de TIPICIDADE material


Bagatela imprópria = Perdão Judicial ➥ causa supralegal de exclusão de PUNIBILIDADE

Bagatela Própria
•Conceito: Aplicação do princípio da insignificância devido à mínima ofensividade da conduta,
que exclui a tipicidade do ato por não representar lesão significativa ao bem jurídico protegido.
•Critérios:
•Mínima ofensividade da conduta.
•Ausência de periculosidade social.
•Baixo grau de reprovabilidade.
•Inexpressividade da lesão jurídica.
•Resultado: Exclusão da tipicidade. A conduta não é considerada crime.
•Sendo o novo posicionamento do STJ : O entendimento mais recente do STJ é de que há a necessidade
de análise dos antecedentes e da reincidência, de modo a “não se criar um verdadeiro incentivo ao
descumprimento da norma legal ou de se estimular a prática reiterada de furtos de pequeno valor,
mormente aqueles que fazem da criminalidade um meio de vida” (HC 253.360).
STJ - Bem de pequeno valor não se confunde com insignificante
“No caso de furto, para efeito da aplicação do princípio da insignificância, é imprescindível a distinção
entre ínfimo (ninharia) e pequeno valor. Este implica eventualmente, furto privilegiado; aquele,
atipicidade (dada a mínima gravidade)”.

Bagatela Imprópria
•Conceito: Mesmo que a conduta se enquadre em um tipo penal, considera-se o contexto do
agente (situação econômica, social, etc.) e as circunstâncias do fato (valor do objeto,
consequências da ação, etc.) para excluir a culpabilidade ou a aplicação da pena.
•Critérios:
•Conduta formalmente típica (enquadra-se na descrição de um crime).
•Avaliação das circunstâncias pessoais do agente e do fato.
•Consideração de aspectos como desproporcionalidade da pena em relação ao fato.
•Resultado: Não se exclui a tipicidade da conduta, mas pode-se excluir a culpabilidade ou
não aplicar pena, baseando-se em uma avaliação de proporcionalidade e justiça.

Comparação
•Bagatela Própria: Foca na inofensividade e na irrelevância da conduta, levando à não
caracterização do fato como crime.
•Bagatela Imprópria: Reconhece a conduta como crime, mas entende que, dadas as
circunstâncias, a aplicação da pena seria desproporcional ou injusta, levando à possibilidade de
não punição.

Princípio da Individualização da Pena


De acordo com o princípio da individualização da pena, eventual condenação deve ser
proferida observando-se as peculiaridades do caso concreto.
•É importante dizer que a individualização da pena deve ser observado em três
momentos.
--> Elaboração dos crimes e cominação de penas
Aqui, temos a fase abstrata. Trata-se do momento no qual o legislador elabora os tipos
penais incriminadores (crimes), estabelecendo o limite mínimo e máximo de pena para
cada delito.
--> Aplicação de pena na condenação
Aqui, temos a fase judicial. Trata-se do momento no qual o Juiz escolherá, dentre os
patamares mínimo e máximo, a pena que será aplicada no caso concreto .
--> Execução da pena
Aqui, temos a fase de execução. Trata-se do momento no qual o Juiz responsável pela
execução da pena (execução penal) determina o cumprimento da pena aplicada pelo
magistrado que proferiu a condenação.
•Pelo principio da individualização da pena tem-se 3 viés :
-Legislativo
-Judicial
-Administrativo

Súmula 718 do STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não
constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido
segundo a pena aplicada.

O princípio do direito penal que obsta (IMPEDE) a padronização da sanção penal e


preconiza a variação da pena de acordo com a personalidade e os meios de execução do
agente é o princípio da individualização da pena

O princípio da insignificância é aplicável aos tributos de todos os entes federativos,


desde que haja norma estadual ou municipal estabelecendo os parâmetros de
aferição, desconsiderados os juros e a multa

GÊNERO: Princípio da Intervenção Mínima.


ESPÉCIES:
- Princípio da Subsidiariedade: (Direito Penal só intervém de forma subsidiária, quando
os outros direitos não conseguirem resolver a situação, ou seja, no último caso).
- Princípio da Fragmentariedade: (Direito Penal só intervém nas ofensas mais graves e
relevantes).
Princípio da lesividade: A conduta deve lesar o bem jurídico ou expor o bem jurídico a
perigo de relevante lesão. Uma das funções do princípio da ofensividade ou lesividade é
a proibição da incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio
autor, como, por exemplo, não se pune a autolesão corporal e a tentativa de suicídio.
Princípio da alteridade: Não se deve punir condutas que não ultrapassam a esfera interna
do agente, ou seja, a proibição da intervenção penal à conduta puramente subjetiva do
agente, sem a efetiva lesão ao bem jurídico.
Princípio da Culpabilidade
A pessoa somente pode ser apenada por fato o qual seja reprovada.
Teoria finalista do delito: essa reprovabilidade funciona como principal fundamento e
critério de medida da pena.
Características
Não há responsabilidade objetiva pelo simples resultado;
A responsabilidade penal é pelo fato e não pelo autor;
A culpabilidade é a medida da pena.
Obs.: não confundir princípio da culpabilidade com a culpabilidade elemento do crime,
este se refere ao estado do autor do crime, aquele diz respeito ao fato cometido com
dolo/culpa.

Triplo sentido ao conceito de culpabilidade:


1 – culpabilidade como fundamento da pena.
Análise dos requisitos — capacidade de culpabilidade, consciência da ilicitude e
exigibilidade da conduta.
2 - culpabilidade como elemento da determinação ou medição da pena.
O limite e a medida da pena imposta devem ser proporcionais à gravidade do fato
realizado, aliado, é claro, a determinados critérios de política criminal, relacionados com a
finalidade da pena.
3 – culpabilidade como conceito contrário à responsabilidade objetiva.
Impede a atribuição da responsabilidade penal objetiva. Ninguém responderá por um
resultado absolutamente imprevisível se não houver obrado, pelo menos, com dolo ou
culpa.
Conforme entendimento do STF e do STJ, é possível a responsabilização penal da
pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização
concomitante da pessoa física que agia em seu nome.

Sobre a medida de segurança:

Há três posicionamentos atuais:


A - O CP, que afirma não haver limite temporal para o cumprimento da medida de
segurança. Para tanto, veja-se o teor do artigo 97, 1º, do CP.
B - O STJ, por intermédio do enunciado 527, da sua súmula, entende que o tempo de
cumprimento da medida de segurança deve ser aquele previsto no limite máximo da
pena em abstrato, prevista para o tipo penal em questão.
C - Já o STF, afirma que o tempo máximo de cumprimento da medida de segurança
deve ser de 40 anos (mudança decorrente da nova legislação - pacote anticrime).
STJ, Súmula nº 527. O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o
limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.

O princípio da adequação social, considerado como causa supralegal de exclusão da


tipicidade, por ausência de tipicidade material, serve de parâmetro fundamental ao
legislador.

INTEPRETAÇÃO ANALÓGICA:
•É admitida no Direito Penal.
•Ocorre quando a norma penal traz uma fórmula casuística (mediante paga ou promessa de
recompensa) seguida de uma fórmula genérica (outro motivo, outro meio, outro recurso).
•Pode ser usada para beneficiar ou prejudicar o réu.

ANALOGIA (INTEGRAÇÃO ANALÓGICA, APLICAÇÃO ANALÓGICA):


•Forma de integração do direito.
•A analogia busca uma lacuna legal (vácuo legislativo).
•Admite analogia beneficiar o réu (in bonam partem), mas não admite analogia para
prejudicar o réu (in malam partem).

ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
A) QUANTO AO SUJEITO (ORIGEM):
•Autêntica/legislativa: dada pela própria lei, ou seja, realizada pelo legislador, que edita uma lei
com a finalidade de explicar o significado de outra norma. É de aplicação obrigatória e
RETROAGE, mesmo que em prejuízo do réu, vez que não cria novo crime ou comina pena,
apenas interpreta (só não se aplica fatos transitados em julgado). Ex: art. 327 do CP - conceito de
funcionário público. Divide-se em contextual (quando a norma interpretativa é editada no
momento da norma interpretada) e posterior (quando é criada depois da norma
interpretada).
•Doutrinária ou científica:dada pelos estudiosos, doutrinadores do direito penal. Ex: exposição
de motivos do Código Penal, vez que dada pelos doutrinadores que elaboraram o projeto. (Obs.:
a do CPP é autêntica).
•Judicial ou Jurisprudencial: realizada pelos magistrados na decisão das causas que lhes são
submetidas ou fruto das decisões reiteradas dos tribunais, como regra não vinculantes.
Exceção: sentença de caso concreto após o trânsito em julgado e súmulas vinculantes
editadas pelo STF.
B) QUANTO AO MODO ou MEIOS E MÉTODOS:
•Literal ou gramatical: considera o sentido literal das palavras;
•Lógica ou Teleológica: considera à vontade ou intenção objetivada na lei, sua finalidade,
utilizando-se de vários elementos, como históricos, direito comparado, etc. (É a sugerida pelo
artigo 5º da LINDB).
•Histórica: busca a origem da lei, o fundamento de sua criação.
•Sistemática: conjunto da legislação e dos princípios gerais de direito, sistema em que a
norma está inserida como um todo.
•Progressiva: a lei é interpretada de acordo com o progresso da ciência que está progredindo.

C) QUANTO AO RESULTADO:
•Declarativa: a letra da lei corresponde aquilo que o legislador quis dizer.
•Extensiva: amplia-se o alcance das palavras da lei para corresponder ao alcance/vontade do
texto. Corrige a lei tímida. A lei disse menos do que gostaria.
•Restritiva: reduz-se o alcance das palavras da lei para corresponder ao alcance/vontade do
texto. A lei disse mais do que desejava.
•Progressiva/adaptativa/evolutiva: busca amoldar a lei à realidade atual, evitando
constantes reformas legislativas.

Novatio Legis incriminadora: Criminaliza uma conduta que antes era lícita. –Não
retroage em prejuízo.
Novatio legis in pejus:agrava, de alguma forma, a situação do acusado. – Não
retroage.
Novatio legis in mellius: beneficia, de alguma forma, a situação do acusado. –
Retroage em benefício.
Completude lógica é a ausência de lacuna, ou seja, à presença de todas as normas
jurídicas, na qual não podem ser internamente contraditórias entre si, embora
pontualmente ela possa ser afastada por meio de mecanismos de controle de
constitucionalidade.
Por dogmática penal entende-se disciplina que se ocupa da interpretação,
sistematização e desenvolvimento dos dispositivos legais e das opiniões científicas no
âmbito do Direito Penal. Visando a interpretar e aplicar o Direito Penal, busca a dogmática
penal elaborar um sistema de modo lógico e racional, mas aliada à política criminal.
No Conflitos de Leis Penais no Tempo (ou Sucessão) nós temos:
•Novation Legis incriminadora = nova lei que criminaliza uma conduta que não era crime;
•Novation Legis in prejus = a conduta já era crime, veio uma nova lei agravando a situação;
•Novation Legis in mellius = nova lei penal benéfica, que traz benefício para o agente;
•Abolition Criminis = provoca a descriminalização da conduta
A lei nova que proíba a extradição por determinada infração penal será retroativa.
Como os tratados e leis que disciplinem a extradição não tipificam crimes ou cominam
penas, não haverá óbice para que se apliquem retroativamente.
Efeito penal:
1°primário é a execução da pena.
2°secundário é a reincidência e mau antecedente.
3°extrapenal é no ambito civil ex: reparação do dano
Abolitio criminis extingue os efeitos 1° e 2°.
Anistia extingue os efeitos 1° e 2°.
Indulto/graça extingue somente efeito 1°.
Perdão juducial extingue os efeitos 1° e 2°
PRESCRIÇÃO EXTINGUE OS EFEITOS 1°, 2° E 3° .
obs:
Reincidência tem duração de 5 anos após o cumprimento da pena, depois de decorrido
os 5 anos fala-se ,então, de maus antecedentes.
A lei intermediária (ou intermédia) é aquela que deverá ser aplicada porque benéfica ao
réu, muito embora não fosse a lei vigente ao tempo do fato, tampouco seja a lei vigente
no momento do julgamento. É possível notar que a lei penal intermediária é dotada de
duplo efeito, possuindo a retroatividade em relação ao tempo da ação ou missão e
ultra-atividade em relação ao tempo do julgamento.

Continuidade Normativo-típica = Revogação formal, não havendo revogação material


Abolitio Criminis = Renovação formal + Revogação Material
Princípio da continuidade normativa-típica: ocorre quando uma norma penal é
revogada, mas a mesma conduta continua sendo crime no tipo penal revogador, ou
seja, a infração penal continua tipificada em outro dispositivo, ainda que topologicamente
ou normativamente diverso do originário.
Segundo José Frederico Marques, por ter sido elaborada em função de acontecimentos
anormais, ou em razão de uma eficácia previamente limitada no tempo, não se pode
esquecer que a própria tipicidade dos fatos cometidos sob seu império, inclui o fator
temporal como pressuposto da ilicitude punível ou agravamento de sua sanção.

O crime permanente é aquele cujo a consumação prolonga-se no tempo, atraindo a


aplicação da lei penal vigente ao término da Consumação.
A Consumação prolonga-se no tempo. Cuidado com pegadinhas afirmando que é o
resultado.
Uma dica para prazos (via de regra):
•Prazo penal => inclui o primeiro e não conta o último (caso da questão); Ideia de não
deixar o cara preso 1 dia a mais que seja.
•Prazo processual => não inclui o primeiro e inclui o último; Ideia de ter mais tempo
para "enrolar" no serviço. Pense no cartório.
•Prazo da LC 95/98 (vacatio legis) => inclui o primeiro E o último; por algum motivo que
ser o "diferentão".

Ainda que se trate de tentativa delituosa, considera-se lugar do crime não só aquele
onde o agente tiver praticado atos executórios, mas também aquele onde deveria
produzir-se o resultado.

Princípio da consunção
Para a aplicação do princípio da consunção, é irrelevante a comparação entre as penas
das infrações penais, de modo que o crime absorvido pode ter pena maior do que a do
crime continente.
O princípio da consunção é um princípio de resolução de conflito aparente de normas
penais, sem previsão expressa na parte geral do Código Penal brasileiro.

Consunção: Sequência de fatoS. Fato + Grave absorve o - Grave. Este atua como meio
normal de preparação e execução daquele, ou ainda como seu mero exaurimento.
Alternatividade: A aplicação de uma norma a um fato exclui a aplicação de outra (doutrina
não aceita)
Subsidiariedade: Lei primária tem prevalência sobre a lei subsidiária. Na
subsidiariedade não existem elementos especializantes, mas descrição típica do fato (1
Fato só)+ Abrangente e + Grave. Ex: Roubo (+ Abrangente) e Furto.
Especialidade: Lei especial prevalece sobre lei geral. Ex: Diferença entre Contrabando x
Tráfico de Drogas. Aquele que importa, clandestinamente, qualquer produto, incidirá na
regra geral, prevista no CP; de sua vez, se o produto importado for alguma droga, o crime
será o de tráfico internacional de drogas, tipificado na lei extravagante.
ESPECIALIDADE: havendo uma lei especial, usa-se ela. Não tendo, vai de lei geral,
independente se a pena é mais branda ou não.
Ex.: Homicídio (lei geral) X Infanticídio (lei especial)
___
SUBSIDIARIEDADE: se ocorreu uma parada mais grave, usa-se a norma mais grave e não a
menos grave.
Ex.: crime de dano (destruir coisa alheia) X crime de explosão ou de incêndio. Botou fogo
na casa da ex...é crime de dano, mas tem um artigo falando sobre o crime de incêndio que
caracteriza bem o fato e é mais grave ( tem uma pena maior).
___
CONSUNÇÃO: as etapas de um crime vão se consumindo, até o crime fim pretendido.
Ex.: o homicídio consome a etapa de lesão corporal. O crime meio (pode ser até mais
grave), mas vai ser consumido pelo crime fim.
A competência para julgar crimes ocorridos dentro de embaixadas estrangeiras
situadas em Brasília é, em princípio, da justiça brasileira.
Apesar da existência das regras de imunidade diplomática e consular, estas só têm
validade com relação às pessoas, e não com os lugares. Dessa forma, a competência
para julgar os fatos é brasileira. A título de esclarecimento, confira a decisão que trata
da competência da Justiça Estadual na hipótese de um crime de invasão da
embaixada americana: AgRg no CC 133.092-RS, Rel. min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 23.4.2014.
A homologação depende:

Reparação do dano
>> requer APENAS PEDIDO DA PARTE INTERESSADA.

Medida de segurança
>> requer TRATADO DE EXTRADIÇÃO ou requisição do MJ.
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação brasileira que seja pública --->
Territorialidade!
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação brasileira que esteja a serviço do
governo--->Territorialidade!
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação brasileira MERCANTES ou
PRIVADAS, no BR ---> Territorialidade!
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação brasileira MERCANTES ou
PRIVADAS, em alto mar ---> Territorialidade!
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação estrangeira, no BR
--->Territorialidade!
Crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação brasileira, MERCANTES
ou PRIVADAS, em território estrangeiro E ali não for julgado! ---> Princípio da
representação ou bandeira!
Resumindo
Publica; Governo; Mercante/Privada + Brasileira + No BR/Alto mar --->Territorialidade!
Mercante/Privada + Brasileira + No Estrangeiro ---> Representação ou bandeira!

A Zona Econômica Exclusiva não se encontra no mar territorial do Brasil.


CONCEITO DE CRIME
Material: comportamento humano, causador de uma lesão ou ameaça de lesão ao bem
jurídico tutelado pelo Estado;
Formal: conduta descrita em uma norma penal incriminadora;
Analítico (Tripartite): Crime é fato típico, ilícito e culpável.
Excluindo o:
1. Fato típico - Exclui o crime;
2. Ilicitude - Exclui o crime;
3. Culpabilidade - Não exclui o crime, apenas a pena.
Crime = TIC.

T (Tipicidade): 4 vertentes: CO NE TI RE que são conduta, nexo de causalidade,


tipicidade e resultado.

I (Ilicitude ou antijuridicidade)

C (Culpabilidade): 3 vertentes: IM PO EXI que são Imputabilidade, Potencial


consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.
EXCEÇÃO AO P. DO NON BIS IN IDEM(que veda a dupla investigação, duplo
processamento e dupla aplicação de pena.):
•Julgamento no exterior NÃO ter sido realizado de modo justo e legítimo- existe precedente
da Corte Interamericana de Direitos Humanos;
•Todas as hipóteses de extraterritorialidade, exceto a condicionada no caso de crimes
praticados em aeronaves/embarcações brasileiras privadas em território estrangeiro (não
podem ter sido lá processadas);
•OBS> todas as outras hipóteses de extraterritorialidade
condicionada/hipercondicionada: não pode ter ocorrido o cumprimento da
pena/absolvição/extinção da punibilidade.

-Se o Brasil participa como lugar do crime, aplica-se a territorialidade e o crime seria
punido aqui também, atenuando a pena imposta lá.
-Se o crime é cometido apenas lá, aplica-se a Extraterritorialidade condicionada, caso
em que o Brasil atua não por ter relação direta, mas por ter se comprometido a
combater, como é o caso do tráfico internacional... Só que nesse caso, a pena ou
absolvição lá implica na impossibilidade de punir aqui também pelo mesmo fato.
A)Modelo significativo de ação(teoria da ação significativa): foi desenvolvida por Vives
Antón, a partir da filosofia da linguagem (Wittgenstein) e das teorias da ação comunicativa
e do discurso (Habermas), como uma forma de crítica ao finalismo (Welzel) e a sua
estrutura ontológica. Parte do pressuposto de que as ações não são meros
acontecimentos, elas possuem um sentido (significado), por isso não basta descrevê-las, é
preciso interpretá-las. Destarte, sustenta que os fatos humanos somente podem ser
compreendidos por meio das normas, que, por serem preexistentes, lhe conferem
significado. Para a imputação de responsabilidade penal a alguém, segundo o esquema da
teoria significativa do delito, procede-se primeiramente mediante a comprovação da uma
pretensão de relevância e de uma pretensão de ilicitude. Em seguida, investiga-se a
pretensão de reprovabilidade e, finalmente, se analisa a pretensão de punibilidade.
B)Modelo causal de ação (teoria clássica, mecanicista ou causal): idealizada por Liszt,
Beling e Radbruch, conduta é o comportamento humano voluntário que produz
modificação no mundo exterior. Não distingue a conduta dolosa da conduta culposa.
Igualmente, não explica os crimes omissivos próprios, nem os formais nem os de mera
conduta.
C) Modelo finalista de ação (teoria final): criada por Welzel, conduta é o comportamento
humano, consciente e voluntária, dirigido a um fim. Teve o mérito de migrar dolo e culpa,
que na teoria clássica residiam na culpabilidade, para o interior da conduta (fato típico).
D) Modelo social de ação: concebida por Johannes Wessels, conduta é entendida como o
comportamento humano com transcendência social. Não basta a realização dos
elementos do tipo penal para a prática da infração penal, é preciso também a intenção de
produzir um resultado socialmente relevante.
E) Modelo funcionalista de ação: i. funcionalismo teleológico, C. Roxin (Escola de Munique),
a função do D. Penal é a proteção de bens jurídicos. ii. Funcionalismo radical, G. Jakobs
(Escola de Bonn), a função do D. Penal e a proteção da norma; iii. Funcionalismo da Escola
de Frankfurt, dirigida por Windried Hassemer, sustenta a redução do Direito Penal ao que
qualifica como direito penal nuclear, ficando uma zona intermediária entre este direito e as
contravenções, denominada direito de intervenção, que se situa nas vizinhanças do direito
administrativo sancionador (Direito Penal nuclear x Direito de intervenção)
O rol legal de hipóteses com base no qual o agente deve agir para evitar o resultado,
assumindo a posição de garantidor, é taxativo. é exemplificativo.

No omissivo próprio (omissão de um dever de agir imposto legalmente), o fato de não


fazer já imputa o agente ao crime tipificado em lei como, por exemplo, omissão de socorro
(art. 135, CP), crime de abandono material (art. 244, CP) e crime de omissão de cautela do
Estatuto do Desarmamento.
Por outro lado, nos omissivos impróprios (dever de agir para evitar o resultado), é
preciso que o garantidor realmente tenha esse "poder" de evitar o resultado naturalístico e
se omita.
Nos crimes omissivos impróprios, a relação de causalidade somente será constituída
se, com base em elementos empíricos, for possível concluir, com alto grau de
probabilidade, que o resultado não ocorreria caso a ação devida fosse efetivamente
realizada.
Crimes omissivos impróprios
1.A tipicidade é aberta (conduta do agente não se enquadra de forma direta e
imediata no tipo penal)
2.Há necessidade de uma análise aprofundada das circunstâncias do caso concreto
3.Deve ser observada a relação de causalidade entre a omissão do agente e o
resultado produzido.
4.Subsunção indireta da conduta do agente (verificar se a omissão do agente
configurou uma violação ao dever jurídico de agir, e se essa omissão foi a causa
efetiva do resultado produzido)

•Crimes omissivos próprios


1.O próprio tipo penal descreve a conduta (conduta negativa)
2.Ocorre omissão de um dever de agir imposto pela norma
3.Dispensa, em regra, observação do nexo causal (relação de causalidade
naturalística, delitos de mera conduta).
OMISSIVO PRÓPRIO: Crimes formais – Não dependem do resultado naturalístico para sua
consumação - Não admitem tentativa.
•OMISSIVO IMPRÓPRIO: Crimes materiais - Dependem do resultado naturalístico para sua
consumação - Admitem tentativa.
Teoria Finalista
 Origem: década de 1920.
 Teóricos: HANS WELZEL. É o maior expoente da teoria finalista. Um dos penalistas mais
importantes do séc. XX.
 Dolo e culpa foram retirados da culpabilidade. E passaram a integrar o fato típico.
 Finalidade não se confunde com dolo. No dizer de Fernando A. N. Galvão da Rocha
(Direito penal: curso completo — parte geral, 2. ed., Belo Horizonte: Del Rey, 2007, p. 141),
“a vontade finalista que orienta a ação é verificada no sentido natural, sem a necessária
incidência da valoração jurídica. O dolo, por sua vez, é conceito jurídico relacionado com o
tipo legal e retrata valoração do legislador sobre a vontade natural”.
 Duas teorias surgiram no Brasil:
a) teoria finalista tripartida: a culpabilidade é requisito do crime;
b) teoria finalista bipartida: culpabilidade não é requisito do crime, mas pressuposto de
aplicação da pena.
Sem dúvida foi a teoria que encontrou mais acolhida na doutrina e jurisprudência do
Brasil, principalmente após a reforma da Parte Geral do Código Penal (1984).
Dever de Ação: Geraldo, como médico, tinha um dever de agir para salvar vidas e fornecer
tratamento médico adequado. Ele tinha a responsabilidade de tomar decisões médicas
com base no melhor interesse de seus pacientes.
Dever de Omissão: Por outro lado, existe o conceito de "dever de omissão", que se refere
ao dever de não prejudicar os outros por meio da omissão de ações necessárias. Em
algumas jurisdições, os profissionais de saúde podem ter o dever de não retirar recursos
médicos essenciais de um paciente, especialmente quando essa ação resulta na morte do
paciente.
No caso apresentado, Geraldo se recusou a retirar Tadeu do respirador artificial para
fornecê-lo a Jeferson, mesmo que isso pudesse salvar a vida deste último. Aqui, o dever de
omissão de Geraldo prevaleceu sobre o dever de ação, como médico.
Embora sirva de norte para o legislador, que deverá ter a sensibilidade de distinguir as
condutas consideradas socialmente adequadas daquelas que estão a merecer a
reprimenda do direito penal, o princípio da adequação social, por si só, não tem o
condão de revogar tipos penais incriminadores.
Portanto, o fato atípico em razão do princípio da adequação social não suprime a
tipicidade material.
1)OMISSÃO PRÓPRIA --->NÃO existe agente garantidor e o resultado não é atribuído ao
omitente.
O mesmo responde por crime omissivo.
Ex: Art 136, CP - OMISSÃO DE SOCORRO;
Neste delito, não se admite tentativa.
2) OMISSÃO IMPRÓPRIA OU COMISSIVO POR OMISSÃO---> É realizado pelos AGENTES
GARANTIDORES, os quais estão descritos no Código Penal em seu Art 13, § 2º- "A omissão é
penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado.
ATENÇÃO COM PEGADINHAS AFIRMANDO SER OMISSIVO POR COMISSÃO.
O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Em se tratando de omissão imprópria, o agente responde pelo delito consumado, ou seja,
ao agente é imputado o resultado.
A tentativa é possível.

Três são as principais teorias que buscam explicar a conduta: Teoria causal-
naturalística (ou clássica), finalista e social.
•Teoria causal-naturalística: conduta é a ação humana
•Teoria finalista:conduta = vontade + ação ou omissão. Adotada no Brasil.
É necessária, portanto, a conjugação do aspecto objetivo (ação ou omissão) e do
aspecto subjetivo (vontade).
•Teoria social: a conduta é a ação humana, voluntária e que é dotada de
alguma relevância social

O dolo de segundo grau ou de consequências necessárias é a vontade do agente dirigida a


determinado resultado, efetivamente desejado, em que a utilização dos meios para
alcançá-lo inclui, obrigatoriamente, efeitos colaterais de verificação praticamente
certa.
O agente não deseja imediatamente os efeitos colaterais, mas tem por certa a sua
superveniência, caso se concretize o resultado pretendido.

Exemplo:
João deseja matar Pedro.
Sabendo que Pedro voará no Boeing 720, João instala uma bomba no avião.
DOLO DE 1º GRAU: matar Pedro.
DOLO DE 2º GRAU: matar todos os demais passageiros presentes no voo.

A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP) é compatível com o homicídio
praticado com dolo eventual? SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o
resultado morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado
por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o
motivo que ensejou a conduta.
STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012.
STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017.

O Dolo eventual é incompatível com o TED: Traição, Emboscada e Dissimulação.


Teoria Causalista, Naturalista, Clássica, Causal ou Mecanicista: Conduta: movimento
corporal voluntário que produz uma modificação no mundo exterior perceptível pelos
sentidos.
Teoria Neokantista, Neoclássica ou Causal-Valorativa: - Conduta: comportamento
humano voluntário, causador de modificação no mundo exterior.
Teoria Finalista ADOTADA: - Conduta: comportamento humano voluntário,
psiquicamente dirigido a um fim.
Teoria da Ação Social: - Conduta: comportamento humano voluntário, psiquicamente
dirigido a um fim socialmente reprovável.
Teoria Funcionalista Moderada, Teleológica : Missão do Direito Penal: proteção de bens
jurídicos.
Teoria Funcionalista Sistêmica, Radical ou Monista: Missão do Direito Penal: assegurar a
vigência do sistema. Imperio da norma.
ELEMENTOS DO DOLO
Teoria Finalista (dolo natural) → Consciência + Vontade
Teoria Clássica (dolo normativo)-> Consciência + Vontade + Potencial Consciência da
Ilicitude (este, na teoria finalista, é elemento da culpabilidade, e não do dolo)

FATO TÍPICO: EXCLUI O CRIME

1.Conduta(art. 18 CP);
2.Nexo Causal (art. 13 CP);
3.Tipicidade(art. 01 CP);
4.Resultado;
EXCLUSÃO da CONDUTA:
- Atos reflexos
- Estados de inconsciência
- Coação FÍSICA irresistível
- Caso fortuito e força maior
EXCLUSÃO da TIPICIDADE:
- Desistência voluntária
- Arrependimento eficaz

ILICITUDE-EXCLUI O CRIME
1. Legitima Defesa; agressão injusta, atual ou iminente, uso moderado dos meios
em sua própria defesa ou de outrem.
2. Estado de Necessidade; para salvar-se de perigo atual, que não provocou por
sua vontade nem podia evitar, cujo sacrifício não era razoável exigir.
3. Estrito cumprimento do dever legal; é a ação realizada pelo agente público,
atua em um dever(obrigação) derivado da lei. Ex: realizou lesões corporais na
prisão em flagrante.
Prevalece na doutrina que a excludente de ilicitude do estrito cumprimento do dever legal
é incompatível com os crimes culposos, na medida em que o ordenamento jurídico não
obriga o agente público a agir com imprudência, negligência ou imperícia
4. Exercício Regular do Direito; é a ação realizada pelo particular, o agir ou não
está facultado ao agente, é autorizada por lei. Ex: lesões corporais resultantes
de uma luta de boxe.
Ofendículos são objetos ou instrumentos colocados, geralmente nos muros das casas,
na intenção de evitar que malfeitores adentrem à residência como: caco de vidro,
pregos, arame farpado, cerca elétrica...A doutrina que prevalece classifica esse tipo
de situação como uma LEGITIMA DEFESA PREORDENADA, uma vez que o dono da
propriedade usa os ofendículos para preordenadamente DEFENDER DE UMA INJUSTA
AGRESSÃO. No entanto, para ser legítima, ela deve ser moderada e adequada a
legislação local.
Obs: para caracterizar a antijuridicidade é necessário que esteja à vista ou descrito em
algum local como aviso.

CULPABILIDADE-ISENTA DE PENA

1. Imputabilidade;
2. Potencial consciência da Ilicitude;
3. Exigibilidade de conduta diversa.

EXCLUSÃO da CULPABILIDADE:
- Coação MORAL irresistível
- Obediência hierárquica (baseada na inexigibilidade de conduta diversa)
Atenção!! Caso o agente cumpra ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram
determinados, a conduta é culpável.
- Erro por proibição ESCUSÁVEL
- Menoridade
- Desenvolvimento mental incompleto ou retardado
- Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior

DOUTRINA (ERRO DO TIPO ESSENCIAL):


Escusável, Inevitável, Desculpável: Exclui o dolo e a culpa.
Inescusável, Evitável, Indesculpável: Exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo (Culpa Imprópria). Não confundir com o desconhecimento da lei que é
inescusável
Culpa imprópria é aquela em que o agente, por erro evitável, cria certa situação de
fato, acreditando estar sob a proteção de uma excludente da ilicitude, e, por isso,
provoca intencionalmente o resultado ilícito; nesse caso, portanto, a ação é dolosa,
mas o agente responde por culpa, em razão de política criminal.
Há dolo alternativo quando a vontade do sujeito se dirige a um ou outro resultado. Ex.: o
agente desfere golpes de faca na vítima com intenção alternativa: ferir ou matar
Faria sentido falar em dolo alternativo se fosse, por exemplo:
•Dolo alternativo: é aquele que o agente deseja, indistintamente, um ou outro
resultado possível de acontecer. É o caso do agente que atira contra a vítima com o
proposito de matar ou ferir. Dolo eventual: é aquele que o agente não quer o
resultado por ele previsto, mas assume o risco de produzi-lo.

► Erro de tipo
- também chamado de "Erro sobre a existência fática de um dos elementos que
compõem o tipo penal"
- é a representação errônea da realidade
- previsto nos arts. 20, caput e §1º

- divide-se em:
•Erro de tipo essencial

•Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
•falsa percepção da realidade
•Escusável (invencível ou inevitável) => exclui o dolo e a culpa
•Inescusável (vencível ou evitável) => exclui o dolo, mas não a culpa (se prevista)

•Erro de tipo permissivo

•Art. 20. §1º: É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena
quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

•falsa percepção da realidade

•é o erro sobre os pressupostos objetivos de uma causa de justificação (excludente de


ilicitude)
•Ex.: José atira contra seu filho, de madrugada, pois acreditava tratar-se de um ladrão
(acreditava que as circunstâncias fáticas autorizariam agir em legítima defesa)
•no caso acima, a excludente de ilicitude teria realmente ocorrido se fosse contra o ladrão
•refere-se a uma causa de justificação (excludente de ilicitude)

► Erro de proibição
- representa perfeitamente a realidade, mas acredita que a conduta é lícita
•Erro de proibição direto

•Agente comete o fato criminoso POR ACHAR QUE A CONDUTA NÃO É PROIBIDA
•o agente incorre em erro sobre a existência ou limites de uma norma penal incriminadora
•erro sobre a ilicitude do fato
•o erro recai sobre o conteúdo proibitivo de uma norma penal (ou seja, sobre a norma
penal)
•Ex: Um cidadão do interior que acha um relógio e fica para si, por considerar que "achado
não é roubado". Ele sabe o que está fazendo (apropriar de um relógio alheio), mas pensa
que essa conduta não é proibida.
•Ex: um cidadão de um interior que pilota sua moto pelas rodovias sem uso de capacete,
sem CNH, etc... Ele sabe o que está fazendo (conduzir a moto sem capacete etc.), mas acha
que não é proibido.
•Escusável (inevitável ou invencível) => isenta de pena
•Inescusável (evitável ou vencível) => diminui de 1/6 a 1/3
•Erro de proibição indireto

•o agente atua acreditando que existe uma causa de justificação que o ampare.
•o erro recai na falsa suposição de existência de uma permissão legal
•erro sobre a ilicitude do fato (previsto no art. 21)
•Trata-se de erro sobre a existência e/ou limites de uma causa de justificação (exclud. de
ilic.) em abstrato
•refere-se a uma causa de justificação (excludente de ilicitude)
•Ex: Em uma situação de estado de necessidade, o agente sacrifica um bem de maior valor.
(achou que isso fosse permitido em um estado de necessidade)
•Escusável (inevitável ou invencível) => isenta de pena
•Inescusável (evitável ou vencível) => diminui de 1/6 a 1/3

ERRO DE PROIBIÇÃO
• O agente atua com o dolo;
• Pensa que a conduta não é criminosa;

ERRO DO TIPO
• Atua como dolo, mas por meio de erro;
• Não sabe que está cometendo uma conduta é criminosa;

Para a teoria da equivalencia (Adotada), o agente responderá pelo resultado


efetivamente querido e produzido, quando os bens jurídicos são equivalentes. Por
exemplo, A, querendo matar B, atinge mortalmente C. Como as vidas humanas são
equivalentes, A responderá por homicídio doloso consumado apenas em relação a C.
Na teoria da concretização, o agente não responde pelo resultado querido e produzido,
responde pelo resultado produzido, efetivamente concretizado, sem se lavar em
consideração a equivalencia dos bens. No caso anterior, A responderia por homicídio
tentado em relação a B e homicídio culposo em relação a C. Veja, é como se a vida de C
valesse menos que a vida de B, já que sua morte será menos severamente punida.
Erro de tipo -> o agente não sabe o que faz, se soubesse não faria
Erro de proibição-> a pessoa sabe perfeitamente o que faz, mas não sabe que é ilícito
(não sabe que é proibido)

Tipicidade conglobante: O juízo de tipicidade deve considerar o sistema normativo em


sua globalidade.
Consequência dessa teoria:
Estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito afastam a
TIPICIDADE, pois são figuras incentivadas pelo direito, inexistindo contrariedade à ordem
normativa.
O erro sobre a pessoa não é igual ao erro sobre a execução, também chamado de aberratio
ictus. Vejamos:
•ERRO SOBRE A PESSOA (ERROR IN PERSONA) – Aqui o agente pratica o ato contra
pessoa diversa da pessoa visada, por confundi-la com a pessoa que deveria ser o alvo do
delito. Neste caso, o erro é irrelevante, pois o agente responde como se tivesse praticado o
crime CONTRA A PESSOA VISADA. Essa previsão está no art. 20, §3° do CP;
•ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS) – Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela
que fora visada, mas não por confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE PRATICAR O
DELITO. Imagine que o agente, tentando acertar “A”, erro o tiro e acaba acertando “B”. No
erro sobre a pessoa o agente não “erra o alvo”, ele “acerta o alvo”, mas o alvo foi
confundido.
Normas de extensão são admitidas no Direito Penal brasileiro.
Acontece quando a conduta humana não encaixa perfeitamente na hipótese prevista pela
lei penal. Isso ocorre
•no crime omissivo impróprio (dispositivo correspondente do crime previsto na lei + art.
13, 2º);
•na tentativa (dispositivo + art. 14 do CP) e
•na participação (dispositivo + art. 29, caput).

ADEQUAÇÃO TÍPICA MEDIATA = TIPO DA NORMA + NORMA DE EXTENSÃO


ADEQUAÇÃO TÍPICA IMEDIATA = TIPO DA NORMA
A adequação típica pode ser dividida em imediata ou mediata. Será imediata quando o
ajuste entre o fato e a norma penal não depende de dispositivo complementar. Por meio
de um único dispositivo se alcança a subsunção entre a conduta e o tipo penal. Ex.: “A”
matou “B”. O comportamento de “A” se subsume, com perfeição, ao disposto no artigo 121
do Código Penal (“matar alguém”).
Já na adequação típica mediata o ajuste entre o fato e a norma somente se realiza
através da conjugação do tipo penal com uma norma de extensão. A norma de extensão
pode ser:
•a) temporal: a conduta de “tentar matar alguém” somente é punível em razão da norma
descrita no artigo 14, II, do Código Penal. Sem essa norma, a conclusão seria pela
atipicidade do comportamento;
•b) pessoal e espacial: o artigo 29 do Código Penal, que dispõe sobre o concurso de
pessoas, reflete uma norma auxiliar, cuja existência permite a subsunção indireta da
conduta do partícipe (que não realiza o núcleo do tipo, mas, de qualquer modo, concorre
para o delito). Note-se que a conduta de “vigiar o local enquanto alguém realiza o crime de
homicídio” é um fato, a priori, atípico, porque não se encontra previsto em nenhuma
norma penal. Contudo, conjugando o artigo 29 com o artigo 121, ambos do Código Penal, é
possível realizar a adequação típica, punindo aquele que se limitou a vigiar, como
partícipe, a execução de um homicídio;
•c) de extensão causal: insculpida no artigo 13, §2º, do Código Penal, a regra estabelece a
“relevância da omissão”, tornando-a típica (por meio da adequação indireta). Se não fosse
o dispositivo mencionado, a mãe que deixa de amamentar a sua filha até que ela morra
não seria responsabilizada penalmente porque a sua omissão, de fato, não causou a
morte. Graças ao referido dispositivo, por não ter evitado o resultado, a mãe tem sua
conduta equiparada à do causador.


Legítima defesa e Estado de necessidade afastam a ILICITUDE, porque não são hipóteses
determinadas nem fomentadas pelo Direito, mas apenas toleradas ou suportadas. Fonte:
Manual de direito penal, Jamil Chaim Alves, Juspodivm, página 293.
Os elementos que compõem o tipo penal podem ser objetivos, normativos e subjetivos.
Os elementos objetivos ou descritivos são facilmente constatados pelo sistema sensorial
de cada indivíduo.
Já os elementos normativos, para serem constatados, exigem a aplicação de uma
atividade valorativa, ou seja, um juízo de valor.
Com relação aos elementos subjetivos(vontade e intenção)
gerais: precisa de finalidade especifica Ex: C. prevarição precisa da vontade de satisfazer
interesse pessoal, pois se não tiver será mera falta funcional.
específico: sem finalidade para se concretizar. Ex: homicídio

Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo
excesso doloso ou culposo
complementando
Excesso INTENSIVO: agente excede na Intensidade da reação
Excesso EXTENSIVO: decorre do prolongamento da ação defensiva, mesmo após ter
cessado agressão injusta.
Tipo congruente é aquele em que há perfeita coincidência entre a vontade do autor e o fato
descrito na lei penal. O agente realiza aquilo que efetivamente desejava. É o que ocorre nos
crimes dolosos consumados.
Tipo incongruente é aquele em que não há coincidência entre a vontade do autor e o fato
descrito na lei penal, ou seja, a conduta do agente provoca algo diverso do que era por ele
desejado, tal como se dá na tentativa, nos crimes culposos e nos crimes preterdolosos (grifo
nosso).
Tipo simples é o que abriga em seu interior um único núcleo. Define, assim, uma única
conduta típica, caracterizando os crimes de ação única. É o caso do roubo (CP, art. 157), em
que existe apenas o núcleo “subtrair”.
Tipo fundamental ou básico é aquele que retrata a forma mais simples da conduta
criminosa. É denominado crime simples e, em regra, está situado no caput do dispositivo
legal. Exemplo: homicídio simples (CP, art. 121, caput).
Tipo aberto é o que não possui descrição minuciosa da conduta criminosa. Cabe ao Poder
Judiciário, na análise do caso concreto, complementar a tipicidade mediante um juízo
de valor (grifo nosso). É o caso da rixa (CP, art. 137), pois somente na situação prática poderá
se dizer se alguém participou da rixa, ou nela ingressou para separar os contendores.
O tipo penal preventivo, inerente aos crimes-obstáculo, é aquele de que se vale o legislador
para antecipar a tutela do Direito Penal no tocante a determinados bens jurídicos,
incriminando de forma autônoma atos que por si sós representariam a preparação de
outros delitos (grifo nosso).
O CP adotou, como regra, no art. 13, a Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais
(conditio sine qua non). Como exceção, no §1º, adotou a T. da Causalidade Adequada, para
concausas.
Já a T. da Relevância Jurídica, desenvolvida por Mezger, "funda-se na
determinação do nexo de causalidade pela teoria da conditio sine qua non, mas
parte da premissa de que a imputação do resultado deve ser efetivada com lastro
na relevância jurídica verificada na cadeia de causalidade, tomando-se como
parâmetro a finalidade da norma e o sentido do tipo penal." (Fernando Abreu,
Direito Penal para concursos, ed. 2023, p. 288)
A teoria da imputação objetiva modifica a estrutura objetiva do tipo penal, corrigindo as
deficiências apresentadas pelas teorias que buscam explicar e fundamentar o nexo
causal, acrescentando a imputação objetiva ao tripé ação, causalidade e resultado (...)"
Daí se extrai que a T. da Imputação Objetiva não visa a substituir a T. da equivalência dos
antecedentes causais, mas sim complementá-la. Conforme a teoria da imputação objetiva,
afasta-se a tipicidade objetiva da conduta nos casos em que a vítima coloca si mesma em
risco.
Finalidade da teoria da Imputação Objetiva: Limitar o alcance da teoria da
equivalência dos antecedentes causais.
A teoria busca a solução para a causalidade no tipo objetivo, sem perquirir o tipo subjetivo.
Portanto, a teoria busca mais a não imputação.
Dica de estudo: Para entender essa teoria você precisa saber primeiro sobre o nexo de
causalidade (Art. 13, CAPUT).
Pra que se estuda o nexo de causalidade? Pois em crimes materiais é necessário
encontrar o elo em que liga a conduta praticada pelo agente ao resultado por ele
produzido. A partir daí, você vai perceber que antes do tiro,porrada e bomba (rsrs) existe
toda uma sequência de condutas anteriores que o agente executou para chegar até o
resultado ou até mesmo concausas que contribuíram para a consumação do crime.
Aí finalmente você vai pra teoria de Roxin, que trabalha com o princípio do risco para
buscar a a não imputação do agente.
1. Diminuição do risco (Ex: Quem convence ladrão a furtar 100 euros, ao invés de 1.000).
2. Criação de um risco juridicamente relevante ou criação de um risco
proibido (Ex:Viagem para Flórida.)
3. Aumento do risco permitido. (Ex: Trânsito)
4. Âmbito de proteção da norma de cuidado ou esfera de proteção da norma como
critério de imputação. (Ex: Da bicicleta).

Segundo TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA do alemão Claus Roxin para imputar um


crime a alguém, não basta a clássica relação de causalidade (não basta que o agente
tenha agido com dolo ou culpa), é necessário também um necessário também outro
tipo de nexo (chamado de normativo).
Para haver nexo normativo, e consequentemente, para poder imputar um crime a
alguém, deve-se observar se o agente:
•criou ou incrementou um RISCO PROIBIDO ;
•não adotou a conduta para DIMINUIR UM RISCO;
•não aumentou um RISCO PERMITIDO;
•se violou o que realmente a norma protege.
Desta forma, a teoria da imputação objetiva se refere especificamente à relação de
causalidade.
TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA
•Trata-se de teoria também adotada pelo Código Penal, porém, somente em uma hipótese
muito específica. Trata-se da hipótese de concausa superveniente relativamente
independente que, por si só, produz o resultado.

Crime Impossível
Dica para decorar: teoria subjetiva X teoria objetiva

Teoria SUbjetiva: o que o SUjeito queria: pune-se de acordo com o que era desejo do
agente. (Arma de brinquedo. Ele QUERIA matar. Impossível ocorrer o resultado, mas
responde por tentativa de homicídio.)

Teoria OBJETIVA: o que OBJETIVAmente aconteceu: pune-se conforme o ocorrido, não


considerando somente a vontade do agente. (Arma de brinquedo. Ele queria matar.
IMPOSSÍVEL OCORRER o resultado. Não responde por nada.)
(C.1) Teoria objetiva pura: não há tentativa, mesmo que a inidoneidade seja
relativa, considerando-se, neste caso, que não houve conduta capaz de causar
lesão;
(C.2) Teoria objetiva temperada ou intermediária: a ineficácia do meio e a
impropriedade do objeto devem ser absolutas para que não haja punição.
Sendo relativas, pune-se a tentativa. É a teoria adotada pelo Código Penal.

Teoria sintomática: com a sua conduta, demonstra o agente ser perigoso,


razão pela qual deve ser punido, ainda que o crime se mostre impossível de ser
consumado;

Tanto o crime impossível, quanto o crime putativo, jamais ocorre consumação, pois
não há crime.
Crime putativo = praticar um ato acreditando ser crime sem ser.
A doutrina indica a aplicação da fórmula de Frank quando o objetivo for estabelecer a
distinção entre desistência voluntária e tentativa.
Para diferenciar os dois casos, a fórmula de Frank indica que:
•se o agente disser a si mesmo “posso prosseguir, mas não quero”, será o caso de
desistência voluntária
•se o agente disser “quero prosseguir, mas não posso”, estaremos diante de um crime
tentado

Quando a questão trouxer algumas dessas situações como causa da morte da vítima:
BIPE
–BRONCOPNEUMONIA;
–INFECÇÃO HOSPITALAR;
–PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA;
–ERRO MÉDICO,
➽O agente deverá RESPONDER PELO RESULTADO MORTE, por se tratarem de CAUSAS
SUPERVENIETES RELATIVAMENTE INDEPENDENTES que se encontram na linha de
desdobramento natural da conduta do agente, razão pela qual o NEXO CAUSAL NÃO É
QUEBRADO, não havendo por isso a aplicação do art. 13, §1o, CP.
Por sua vez, se a questão trouxer como causa da morte da vítima:
IDA
– INCÊNDIO;
– DESABAMENTO;
– ACIDENTE com a ambulância,
➽Aplicar-se-á o art. 13, §1o CP, onde HAVERÁ O ROMPIMENTO DO NEXO CAUSAL e o agente
responderá pela TENTATIVA.

CONCAUSAS DEPENDENTES - A concausa dependente é aquela que decorre da conduta


do agente, inserindo-se no curso normal do desenvolvimento dos fatos.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A” acerta uma facada em “B”. Por conta da facada, “B” sofre uma
hemorragia interna e morre.
Do exemplo acima, é possível afirmar que a hemorragia é uma concausa dependente da
facada e que contribuiu para o resultado (morte).
Nesse caso mantém-se o nexo de causalidade e ele responde..

CONCAUSAS INDEPENDENTES - A concausa independente é aquela que foge da linha


normal de desdobramento da conduta, ou seja, é algo imprevisível, mas que corrobora
para o resultado. As concausas independentes são classificadas em: ABSOLUTAS e
RELATIVAS.
CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE-A concausa absolutamente independente
tem a característica de romper o nexo causal, tornando-se, portanto, a única responsável
pelo resultado.
Nesse caso não mantém-se o nexo de causalidade, não responde..
CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE -A concausa relativamente independente,
apesar de externa, origina-se da própria conduta do agente. Em regra, por manter um
vínculo com a conduta do agente, a concausa relativamente independente não tem a
aptidão para romper o nexo causal, como ocorre na hipótese de concausa absolutamente
independente. Dessa forma, o agente continua a responder pelo resultado do crime.
Nesse caso mantém-se o nexo de causalidade, ele responde..

CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE SUPERVENIENTE QUE POR SI SÓ


PRODUZIU O RESULTADO- Art. 13, § 1º, do CP – “A superveniência de causa relativamente
independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos
anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou”.
Quando por si só produziu o resultado não mantém-se o nexo de causalidade .
Para afastar a culpabilidade, é necessário dois requisitos:
•doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado;
+
•inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento

Inimputáveis (impulso irresistível)


Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Redução de pena (impulso não resistido)
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
O termo alienação mental está abarcado pelo termo doença mental.
Segundo decidiu o STF, o índio é imputável, como qualquer cidadão, só não o sendo nos
casos de menoridade, doença mental ou embriaguez completa por caso fortuito ou força
maior. Atente que, hoje, a diferenciação que a doutrina fazia entre índio completamente
integrado, índio parcialmente integrado e índio não integrado não subsiste. Não se afasta
imputabilidade no caso de síndrome de dependência física. Por exemplo, um
paraplégico, em regra, é imputável. Se matar alguém, responderá pelo crime, pois
sabe o que está fazendo.
• Teoria da hostilidade ao bem jurídico – atos executórios são aqueles que atacam o bem
jurídico, criando uma situação concreta de perigo. Exemplo: agente armado que se
esconde atrás de uma árvore esperando a sua vítima passar para atacá-la. Esta teoria não é
adotada pelo Direito Penal Brasileiro por ser muito rígida e complicada para ser entendida.
• Teoria objetivo-material – são considerados atos executórios os imediatamente anterio-
res à prática do núcleo do tipo, da perspectiva do terceiro observador. Assim, para um
terceiro observador, o fato de o agente apontar a arma para a vítima já configura crime.
Esta teoria é pouco aceita no Direito Penal Brasileiro.
• Teoria objetivo-individual (ou objetivo-subjetiva) – são considerados atos executórios
ou imediatamente anteriores à prática do núcleo do tipo, da perspectiva do próprio autor.
Nesta teoria, que é aceita pelo Direito Penal Brasileiro, analisa-se a perspectiva do autor,
que é depreendida do caso concreto.
•Teoria objetivo-formal (ou lógico-formal) – compreende-se atos executórios somente a
partir do momento que o agente realiza o verbo núcleo do tipo penal. Esta é a teoria
mais aceita pelo Direito Penal Brasileiro. De acordo com ela, o autor só pode ser preso
por, por exemplo, homicídio quando efetivamente matar a sua vítima. Aliás, esta teoria é
muitas vezes adotada nos crimes de homicídio.
Assim, varia muito a análise do caso concreto para saber se será adotada a teoria obje-
tivo-material, a teoria objetivo-individual ou a teoria objetivo-formal. A teoria da
hostilidade ao bem jurídico não é aceita pela doutrina por antecipar demais o momento do
ato executório.
O iter criminis é o caminho do crime. Suas fases de realização são:
1ª) Fase interna: é a cogitação do crime. Fica limitada ao pensamento do agente;

2ª) Fase externa: composta pela preparação, execução e consumação.

A cogitação não é punível, pois não há lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico,
diferentemente do que ocorre na fase executória do crime, que é o momento em que o
agente realiza o núcleo do tipo.

Em regra, é na fase executória que começa a punibilidade.

No âmbito da tipicidade, o exaurimento não compõe o iter criminis, que se encerra com
a consumação. No entanto, influi na dosimetria da pena, notadamente na aplicação da
pena-base, pois o art. 59, caput, do CP erigiu as consequências do crime à condição de
circunstância judicial.
Arrependimento Eficaz: impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados.
•Arrependimento PosterioR: nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o Recebimento(NÃO É OFERECIMENTO - CARO
CONCURSEIRO) da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.

ATENÇÃO!! NÃO há previsão de aplicação do arrependimento posterior APENAS aos


crimes de patrimoniais, o CP diz ser aplicável aos crimes cometidos sem violência ou
grave ameaça à PESSOA.

Além disso, o comportamento do agente deve ser VOLUNTÁRIO, mas não precisa ser
ESPONTÂNEO. Em outras palavras, ele pode desistir seguindo o conselho de outra
pessoa.
Observações:
Tem que ser posterios a execução.
Tem que ser voluntário.
É causa obrigatória de redução de pena (1/3 a 2/3).
Comunica-se aos corréus.
Se a cooperação for dolosamente distinta, não comunica-se.
A recusa da vítima é indiferente.
Se ocorrer depois do recebimento da denúcia ou queixa = atenuante.

O CP apenas se preocupa com IMPUTABILIDADE inclusive lhe dando Tílulo exclusivo


(Da Imputabilidade Penal).
CAPACIDADE e MENORIDADE são assuntos do Direito Civil inclusive com Capítulo
próprio (Da Personalidade e da Capacidade no Título Das Pessoas Naturais).

No erro de proibição a pessoa não tem CONSCIÊNCIA da ILICITUDE da conduta. Se o


erro sobre a ilicitude do fato é:
•INEVITÁVEL (escusável) = ISENTA a pena.
•EVITÁVEL (inescusável) = DIMINUI a pena de 1/6 a 1/3.
Tentativa Branca ou Incruenta→Não acerta o alvo
•Tentativa Vermelha ou Cruenta→Acerta o alvo
•Tentativa Perfeita, Acabada ou Crime Falho→Esgota todos os meios
•Tentativa Imperfeita ou Inacabada→Não utiliza todos os meios
•Tentativa Abandonada ou Qualificada→Desistência Voluntária e Arrependimento
Eficaz
•Tentativa Inidônea, Inadequada, impossível ou Quase Crime→Crime Impossível

Os crimes que admitem tentativa:


•Dolosos/Dolo eventual
•Plurissubsistentes (formais e de mera conduta)
•Omissivos Impróprios/Impuros
•Perigo Concreto
•Permanentes

injusto penal a conduta já valorada como TÍPICA e ilícita.


Teorias da Culpabilidade:
a) Teoria Clássica ou Psicológica: Imputabilidade + Dolo/Culpa
b) Teoria Psicológico-Normativa: Imputabilidade + Dolo ou Culpa + Exigibilidade de
conduta diversa
c) Teoria Normativo Pura: Imputabilidade + Exigibilidade de Conduta Diversa +
Potencial Conhecimento da ilicitude
A) Teoria Psicológica da Culpabilidade:
•Imputabilidade + Dolo/Culpa
•Culpabilidade confunde-se com culpa ou dolo. Bastando haver a culpa para se
caracterizar o crime.
•Críticas → não explica a inexigibilidade de conduta diversa e culpa inconsiente

B) Teoria Psicologica-Normativa:
•Imputabilidade + Dolo ou Culpa + Exigibilidade de conduta diversa
Comentário: Assim, dolo e culpa continuam na culpabilidade.
•Crítica: ainda não explica a culpa inconsiente.

C) Teoria Normativa Pura ou final:


•Ocorre a migração do dolo e culpa para o fato típico.
•Agora a culpa fica apenas com: imputabilidade; potencial consiência da ilicitude;
inexigibilidade de conduta diversa (elementos de natureza normativa)

D) Teoria Limitada da Culpabilidade:


•Doutrina majoritária entende ser a adotada pelo C.P
•A Teoria Limitada da Culpabilidade basicamente considera como elementos da
culpabilidad a imputabilidade, o potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de
conduta diversa.
•Mantém o dolo/culpa no fato típico
•Diverge da anterior no tocante à natureza jurídica das descriminantes putativas (Art. 20
CP, par. 1°), onde, para esta, é erro de tipo, ao passo que para a teoria normativa pura é erro
de proibição.

Mais afundo:
1- Teoria da cocupabilidade: estado responde em razão da desigualdade social
2- Teoria da cocupabilidade às aversas: crimes de colarinho branco, onde há o
abrandamento da pena para os que tem maior poder aquisitivo. (Ex: extinção da
punibilidade pelo pagamento da dívida nos crimes contra a ordem tributária, ainda que
após trânsito em julgado de sentença condenatória).

> erro de proibição direto = o agente se equivoca quanto ao conteúdo de uma norma
proibitiva, ignorando a sua existência ou o seu conteúdo ou o seu âmbito de incidência
> erro de proibição indireto ou erro de permissão = o agente sabe que a conduta é típica,
mas supõe presente uma norma permissiva (excludente da ilicitude).
> erro de proibição mandamental ou injuntivo = ocorre nos crimes omissivos, próprios
ou impróprios; o equívoco, aqui, recai sobre uma norma mandamental, sobre uma norma
imperativa, a qual manda fazer, e está implícita nos tipos omissivos.
> ***erro de proibição de validade = modalidade de erro de proibição, que o agente crê
que a norma a qual prevê o comportamento típico está amparada em lei que é nula ou
inconstitucional.
> erro de proibição hermenêutico = um erro de interpretação da norma. Para que seja
considerado modalidade de erro, é preciso que afete o conhecimento da ilicitude do ato.
ERRO DE VALIDADE = ERRO DE PROIBIÇÃO
Inevitável: isenta a pena.
Evitável: diminuição da pena em 1/3 a 1/6.
Isento de Pena Redução da pena de 1/3 a 2/3
se o agente, em virtude de doença se o agente, em virtude de perturbação
mental ou desenvolvimento mental de saúde mental ou por
incompleto ou retardado, era, ao tempo desenvolvimento mental incompleto ou
da ação ou da omissão, inteiramente retardado não era inteiramente capaz de
incapaz de entender o caráter ilícito do entender o caráter ilícito do fato ou de
fato ou de determinar-se de acordo com determinar-se de acordo com esse
esse entendimento. entendimento.
Inimputáveis: não pode ser punido
São inimputáveis: isento de pena
1. doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado quando
inteiramente INCAPAZ
2. menor de idade (sujeito a legislação especial-ECA)
3. embriaguez completa involuntária
NÃO excluem a imputabilidade (será punido) penal:
1. EMOÇÃO ou a PAIXÃO
2. EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA (vontade própria) ou;
3. EMBRIAGUEZ CULPOSA (imprudência, negligência ou imperícia), pelo álcool ou
substância de efeitos análogos.
Acidental + completa: isenção de pena.
Acidental + incompleta: redução de pena.
Culposa: pena normal.
Voluntária: pena normal.
Pré-ordenada: agravante.
Embriguez fortuita(ACIDENTAL) Completa (inteiramente incapaz) ~> ISENÇÃO de Pena ~>
Exclui a Culpabilidade
Embriguez fortuita (ACIDENTAL) Incompleta (não possuía plena
capacidade)~> REDUÇÃO de Pena ~> Não exclui

Teoria Limitada da Culpabilidade (majoritária)


- Erro de Tipo – erro sobre uma situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
- Erro de Proibição - erro sobre a existência ou limites da causa de justificação

Teoria Extremada da Culpabilidade


- Erro de Proibição - nos dois casos.

O erro de proibição em crime culposo só é admissível nos crimes praticados com culpa
consciente, pois deriva da valoração equivocada da ação negligente quando o agente, em
razão de circunstâncias especiais, acredita ser lícita a sua ação descuidada. Por exemplo:
Sujeito A ao sair de casa percebe que seu pneu está careca, mas acredita sinceramente que
nada irá ocorrer até ele chegar na oficina para ajeitar (culpa consciente) e além disso acha
que por ele está indo a oficina, não é proibido andar com o pneu naquelas condições (erro
de proibição). Se por acaso ele cometer um crime culposo nessas condições, pode-se
aplicar o instituto na situação narrada acima.

Causas supralegais de exclusão da antijuridicidade/ilicitude


1.princípio da adequação social ou ação socialmente adequada;
2.princípio da insignificância, ou crime de bagatela;
3.princípio do balanço dos bens, ou princípio da proporcionalidade; e
4.consentimento do ofendido (deve ser prévio ou concomitante, jamais pode ser
posterior).

A doutrina admite as causas supralegais de exclusão de antijuridicidade (não


elencadas na lei, mas com características conformes o conceito de exclusão de
antijuridicidade).

No entanto, não há no ordenamento jurídico nacional admissibilidade expressa.

Concurso de Pessoas
Em regra, o Direito Penal brasileiro adota a chamada teoria monista ou unitária.
Para essa teoria, ainda que o fato criminoso tenha sido praticado por vários agentes, conserva-se
único e indivisível.
Contudo, excepcionalmente, há previsão no Código Penal da teoria pluralista.
A teoria pluralista é aplicada quando há criação de tipos penais distintos para agentes que
buscam o mesmo resultado criminoso.
Exemplo:
O funcionário público que deixa de coibir, deliberadamente, o descaminho responde pelo art.
334 do Código Penal?
A resposta é NÃO.
Trata-se de uma exceção à teoria monista do concurso de pessoas.
Dessa forma, o particular responde pelo descaminho, ao passo que ao funcionário público
será imputado o crime de facilitação de contrabando ou descaminho (CP, art. 318).
São requisitos cumulativos para configuração do concurso de agentes:
1.Pluralidade de condutas (não importa se inimputável ou não);
2.Relevância causal das condutas;
3.Liame subjetivo; e
4.Identidade de crimes para todos os envolvidos.

O liame subjetivo dos agentes se dá apenas em relação a intenção delitiva, não sendo
necessário que haja, assim, um ajuste prévio entre eles.
Para a caracterização do delito de associação criminosa inserido em contexto societário, é
necessário que a denúncia contenha a descrição da predisposição comum de meios para a
prática de uma série indeterminada de delitos e uma contínua vinculação entre os
associados com essa finalidade.
Teoria Subjetiva ou Unitária: Não faz distinção entre autor e partícipe. Todo aquele
que concorre para o crime é autor.

•Teoria Extensiva: Não faz distinção entre autor e partícipe, porém, reconhece a
existência de graus de responsabilidade.

•Teoria restritiva (objetiva): distingue autores de participes. Autores são os que


realizam a conduta descrita no tipo penal. Partícipe são os que de alguma forma
contribuem para a realização do delito. Ela se divide em:
1.A Teoria Objetiva formal, modelo causalista, preconiza que autor é aquele que
pratica o núcleo do tipo penal e Por sua vez, partícipe é quem de qualquer modo
concorre para o crime, sem praticar o núcleo do tipo, trazendo um conceito mais
restritivo e simplista. Adotada pelo CP.
2.Teoria objetivo-material: autor é quem contribui objetivamente de forma mais
efetiva para a ocorrência do resultado, não necessariamente praticando a ação
nuclear típica. Partícipe, por outro lado, é o concorrente menos relevante para o
desdobramento causal, ainda que sua conduta consista na realização do núcleo do
tipo.
•Teoria do domínio do fato: elaborada por Hans Welzel no final da década de 1930, com
nítidos predicados finalistas, esta teoria surgiu para diferenciar o autor do executor do
crime, conciliando as teorias objetiva e subjetiva. Para essa concepção autor é quem
controla finalisticamente o fato, ou seja, quem decide a sua forma de execução, seu início,
cessação e demais condições. Partícipe, por sua vez, será aquele que, embora colabore
dolosamente para o alcance do resultado, não exerça domínio sobre a ação.
Concurso de pessoas
Tratando-se da participação de menor Se a intenção de algum dos concorrentes
importância, a pena poderá ser diminuída fosse participar de crime menos grave,
de 1/6 a 1/3 ser-lhe-á aplicada a pena deste, a qual
será aumentada até a metade na hipótese
de ter sido previsível o resultado mais
grave.

Na autoria colateral ou imprópria dois agentes agem concomitante e coincidentemente


contra a mesma vítima, mas um sem saber da conduta do outro. Significa dizer que não
existe liame subjetivo.
Autoria Incerta – Se na autoria colateral não for possível determinar de qual arma foi
deflagrado o projétil que atingiu fatalmente a vitima. Nessa situação, ambos
responderão pelo crime de homicídio na forma tentada.
Na coautoria, os agentes têm ciência da conduta um do outro, ainda que sem qualquer
ajuste prévio. Ou seja, é necessário um liame subjetivo entre os agentes.
Na autoria incerta ocorre quando duas ou mais pessoas concorrem para o resultado, mas
não é possível afirmar com precisão qual agente produziu o resultado.

a) teoria da acessoriedade mínima: a conduta do autor precisa ser, pelo menos, típica, a
fim de que se puna o partícipe (crítica: se alguém induzir uma pessoa à prática de um
homicídio em legítima defesa, cometerá crime, já que auxiliou moralmente alguém a
realizar um fato penalmente típico);
b) teoria da acessoriedade limitada: exige que a conduta do autor seja típica e ilícita (é a
melhor teoria, em nosso sentir, porquanto não incorre no inconveniente apontado acima e
escapa às críticas inseridas nas teorias seguintes);
c) teoria da acessoriedade extrema: a conduta do autor deve ser típica, ilícita e culpável
(crítica: quando se induz menor a matar, ninguém responde pelo crime – o menor, por ser
inimputável; o partícipe, porque auxiliou uma conduta desprovida de culpabilidade);
d) teoria da hiperacessoriedade: sustenta que o fato deve ser típico, ilícito e culpável,
acrescentando que o partícipe responderá pelas agravantes e atenuantes pessoais do autor.
O Código Penal não adotou expressamente nenhuma dessas teorias. De acordo com a
sua sistemática, porém, devem ser afastadas a acessoriedade mínima e a
hiperacessoriedade.
O intérprete deve optar entre a acessoriedade limitada e a acessoriedade máxima,
dependendo do tratamento dispensado ao instituto da autoria mediata.
E vai aí um conselho: a doutrina nacional tradicionalmente se inclinava pela acessoriedade
limitada, normalmente esquecendo-se de confrontá-la com a autoria mediata. Todavia, em
provas e concursos públicos a acessoriedade máxima afigura-se como a mais coerente, por
ser a autoria mediata aceita de forma praticamente unânime entre os penalistas brasileiros.
Concurso de pessoas: várias pessoas + unidade de desígnio.
-concurso eventual e concurso necessário
-consurso necessário: condutas paralelas; condutas convergentes; e condutas contrapostas.

Há concurso de agentes necessário (cuja realização típica exige mais de um agente)


e os agentes visam à produção do mesmo resultado. Ademais, cabe registrar que as
Paralelas
condutas dos indivíduos devem atuar paralelamente, possibilitando a prática
delitiva. É o caso da associação criminosa.
as condutas dos agentes devem se direcionar uma em direção à outra. Exemplo é o
Convergentes
delito de bigamia.
as condutas dos agentes devem ir de encontro umas às outras, ou seja, se
Contrapostas
contraporem. É assim classificado o crime de rixa.

A conivência ou participação negativa (crimen silenti) ocorre quando o sujeito, sem


ter o dever jurídico de agir, omite-se durante a execução do crime, quando tinha
condições de impedi-lo. A conivência não se insere no nexo causal, como forma de
participação, não sendo punida, salvo se constituir delito autônomo.
Crime omissivo próprio-> Não depende da ocorrência do resultado para a consumação
Crime omissivo impróprio-> Depende da ocorrência do resultado para a consumação

Crimes plurissubjetivos, plurilaterais ou de concurso necessário, são aqueles em que o tipo


penal reclama a pluralidade de agentes, que podem ser coautores ou partícipes, imputáveis
ou não, conhecidos ou desconhecidos, e inclusive pessoas em relação às quais já foi extinta
a punibilidade.

DUAS PESSOAS COMETEM UM CRIME EM CONCURSO


REGRA GERAL - as circunstâncias e as condições de caráter pessoal não se comunicam
(não afetam a outra pessoa).
EXCEÇÃO - e a circunstância ou a condição de caráter pessoal for elementar do crime,
haverá comunicação. Exemplo: FUNCIONÁRIO PÚBLICO É ELEMENTAR PARA
CONFIGURAÇÃO DO CRIME DE PECULATO, por isso, essa circunstância (Ser Funcionário
Público) se comunica.
Regime Fechado - o condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a
isolamento durante o repouso noturno
Regime Aberto - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar,
frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o
período noturno e nos dias de folga.
RECLUSÃO
1.Aberto
2.Semiaberto
3.Fechado
•DETENÇÃO
1.Aberto
2.Semiaberto
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento
similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime


fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8
(oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos , poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.

O Superior Tribunal de Justiça já consolidou o entendimento de que o exame


criminológico não é obrigatório para que o preso tenha direito à progressão de regime
prisional, mas o magistrado pode solicitar a realização desse exame quando
considerar necessário, desde que o pedido seja devidamente fundamentado.

CP, Art. 33, § 2º


•Superior a 8 (oito) anos → deverá começar a cumpri-la em regime fechado.
•Não reincidente + Superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito) → poderá, desde o princípio, cumpri-
la em regime semi-aberto.
•Reincidente + Igual ou inferior a 4 (quatro) anos. → poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-
aberto. (Súmula 269-STJ)
•Não reincidente + Igual ou inferior a 4 (quatro) anos → poderá, desde o início, cumpri-la em regime
aberto.
Caso especial (Quinta Turma do STJ, Recurso Especial 1.750.949/MS):

•Reincidente + Igual ou inferior a 4 (quatro) anos + circunstância judicial desfavorável → poderá começar
a cumpri-la em regime fechado.
Nos casos de condenação por crime contra a administração pública, a progressão do
regime de cumprimento de pena fica condicionada à reparação do dano ou à
devolução do produto do crime.
Eventual redução da pena em face da ocorrência da detração (art. 42, CP) não tem o
condão de alterar a pena aplicada pelo juízo sentenciado, ou seja, ainda que o juízo da
execução aplique a detração para fins de estabelecer novo regime prisional, mostrar-se-ia
incabível a substituição da pena privativa de liberdade anteriormente fixada por pena
restritiva de direitos.

DETRAÇÃO
a internação em hospital de custódia pode ser objeto de detração.
a prisão administrativa pode ser objeto de detração.
a prisão provisória no estrangeiro pode ser objeto de detração.
A internação em casa de saúde, com finalidade terapêutica, deve ser contemplada com a
detração.
Na Detenção, SALVO NECESSIDADE (não é vedada) a transferência para o regime fechado.
Nesse contexto, conseguimos extrair duas características das penas restritivas de direito,
que são:
Autonomia - não podem ser cumuladas com as penas privativas de
liberdade; não são meramente acessórias.

Substitutividade - primeiramente o juiz fixa a pena privativa de liberdade, e


depois, na mesma sentença, substitui pela pena restritiva de direitos.
Em regra a doutrina elenca os seguintes REQUISITOS para a SUBSTITUIÇÃO da pena:
OBJETIVOS:
•aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos (qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo);
•crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa.

SUBJETIVOS:
•réu não for reincidente em crime doloso;
•a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem
como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
A substituição é possível por não ser caso de reincidência especifica.
As penas restritivas de direitos passíveis de aplicação em relação aos crimes de abuso de
autoridade são (Lei 13.869/2019, art. 5º, incisos I e II):

•Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;


•Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6
(seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens.

As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,


quando o réu não for reincidente em crime doloso (CP, art. 44, inciso II). Ademais, se o
condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de
condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se
tenha operado em virtude da prática do mesmo crime (CP, art. 44, § 3º).

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE:


•aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.
•§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir
a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena
privativa de liberdade fixada.
•em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos
congêneres, em programas comunitários ou estatais.
•pode ter como destinatária entidade privada, desde que possua destinação
social
•hora-tarefa: cada hora de tarefa realizada será computada como um dia da condenação

Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado


da condenação.STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/02/2021.
É vedado ao Juízo da Execução alterar a pena restritiva de direitos estabelecida em
sentença condenatória transitada em julgado, sendo-lhe possível apenas alterar a
forma de seu cumprimento adaptando-a às peculiaridades do caso concreto, a fim de
possibilitar o regular cumprimento da medida pelo condenado.

A pena restritiva de direitos poderá ser executada em juízo de execução diverso


daquele do local onde ocorreu a condenação.
REGRA: o condenado que for reincidente em crime doloso, não fará jus à pena restritiva de
direitos (art. 44, II, do CP).

EXCEÇÃO: o juiz poderá conceder a pena restritiva de direitos ao condenado, mesmo ele
sendo reincidente, desde que cumpridos dois requisitos previstos no § 3º do art. 44:
a) a medida (substituição) deve se mostrar socialmente recomendável;
b) a reincidência não pode ocorrer em virtude da prática do mesmo crime (não pode ser
reincidente específico). Art. 44 (...) § 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente
recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.

Art. 43. As penas restritivas de direitos são:


I - prestação pecuniária;
II - perda de bens e valores;
III - limitação de fim de semana.
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos;
VI - limitação de fim de semana.
Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação na
parte especial, em substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade
inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos.
Pagamento da multa
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a
sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode
permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.

Já que é possível a a conversão das penas privativas de liberdade em penas restritivas


de direitos no crime de tráfico ilícito de entorpecentes (equiparado a crime hediondo),
em função Resolução 05/2012 do Senado Federal: É suspensa a execução da expressão
"vedada a conversão em penas restritivas de direitos
Inadimplemento injustificado das parcelas da pena de multa autoriza a regressão de
regime.
Como regra, o inadimplemento deliberado da pena de multa cumulativamente aplicada
ao sentenciado impede a progressão no regime prisional. Em outras palavras, a pessoa só
poderá progredir se pagar a pena de multa.
Exceção: mesmo sem ter pago, pode ser permitida a progressão de regime se ficar
comprovada a absoluta impossibilidade econômica do apenado em quitar a multa, ainda
que parceladamente.
Tratando-se de sentença penal condenatória, o juízo da execução deve se ater ao teor do
referido decisum, no tocante ao quantum de pena, ao regime inicial, bem como ao fato de
ter sido a pena privativa de liberdade substituída ou não por restritivas de direitos . Todavia,
as condições pessoais do paciente, da qual é exemplo a reincidência, devem ser
observadas pelo juízo da execução para concessão de benefícios (progressão de regime,
livramento condicional etc)' (AgRg no REsp 1.642.746/ES, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE
ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 03/08/2017, DJe 14/08/2017)
Súmula 636, STJ: A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a comprovar os
maus antecedentes e a reincidência.
Crime progressivo(dolo anterior ao crime):
•pressupõe um só fato.
•há, desde o início, a vontade de cometer a infração mais grave. (aspecto subjetivo)

Progressão criminosa(dolo durante crime)


•uma pluralidade de fatos cometidos de forma continuada.
•a intenção inicial do agente é praticar um delito menor, e, no mesmo iter criminis, resolve
ele cometer a infração mais grave. (aspecto subjetivo)
O condenado tem direito à unificação de sua pena em 40 (quarenta) anos, como
estipula o § 1º do art. 75 do CP. A unificação, portanto, será realizada apenas e tão somente
para efeito de cumprimento da pena. Por outro lado, quanto aos benefícios (progressão,
livramento condicional, remição etc.), serão todos calculados sobre o total de sua
condenação.

CONCURSO FORMAL: 1 conduta = 2 ou + crimes


Concurso formal PERFEITO (normal, próprio): Sem desígnios autônomos. O agente
produziu dois ou mais resultados criminosos, mas não tinha o desígnio de praticá-los de
forma autônoma.
•Ex1: João atira para matar Maria, acertando-a. Ocorre que, por culpa, atinge também
Pedro, causando-lhe lesões corporais. João não tinha o desígnio de ferir Pedro.
•Ex2: motorista causa acidente e mata 3 pessoas. Não havia o desígnio autônomo de
raticar os diversos homicídios.
Pode ocorrer em duas situações:
•DOLO + CULPA: quando o agente tinha dolo de praticar um crime e os demais delitos
foram praticados por culpa (exemplo 1);
•CULPA + CULPA: quando o agente não tinha a intenção de praticar nenhum dos delitos,
tendo todos eles ocorrido por culpa (exemplo 2).
FIXAÇÃO DA PENA:
Regra geral: exasperação da pena:
•Aplica-se a maior das penas, aumentada de 1/6 até 1/2.
•Para aumentar mais ou menos, o juiz leva em consideração a quantidade de crimes.
Exceção: concurso material benéfico
•O montante da pena para o concurso formal não pode ser maior do que a que seria
aplicada se fosse feito o concurso material de crimes (ou seja, se fossem somados todos os
crimes).
Concurso formal IMPERFEITO (anormal, impróprio): Quando o agente, com uma única
conduta, pratica dois ou mais crimes dolosos, tendo o desígnio de praticar cada um deles
(desígnios autônomos).
• Ex1: Jack quer matar Bill e Paul, seus inimigos. Para tanto, Jack instala uma bomba no
carro utilizado pelos dois, causando a morte de ambos. Jack matou dois coelhos com uma
cajadada só.
• Ex2: Rambo vê seu inimigo andando de mãos dadas com a namorada. Rambo pega seu
fuzil e resolve atirar em seu inimigo. Alguém alerta Rambo: “não atire agora, você poderá
acertar também a namorada”, mas Rambo responde: “eu só quero matá-lo, mas se pegar
nela também tanto faz. Não estou nem aí”. Rambo, então, desfere um único tiro que
perfura o corpo do inimigo e acerta também a namorada. Ambos morrem. Ocorre,
portanto, quando o sujeito age com dolo em relação a todos os crimes produzidos.
Aqui é DOLO + DOLO. Pode ser:
1.Dolo direto + dolo direto (exemplo 1);
2.Dolo direto + dolo eventual (exemplo 2).
FIXAÇÃO DA PENA:
•No caso de concurso formal imperfeito, as penas dos diversos crimes são sempre
SOMADAS. Isso porque o sujeito agiu com desígnios autônomos.

No concurso entre agravantes e atenuantes, a atenuante da confissão espontânea deve


preponderar sobre a agravante da dissimulação, nos termos do art. 67 do Código Penal. STJ.
6ª Turma. HC 557224-PR, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 16/08/2022 (Info
745).
Tem-se reconhecido a existência de crime único quando são apreendidos, no mesmo
contexto fático, mais de uma arma ou munição, tendo em vista a ocorrência de uma única
lesão ao bem jurídico protegido. (HC n. 211.834/SP, Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe
18/9/2013). Portanto, duas armas de fogo de uso permitido, no mesmo contexto fático,
há de se reconhecer um único crime, não havendo falar em concurso.

Para a aplicação do princípio da consunção aos crimes de porte ilegal e disparo de arma de
fogo, exige-se a prática dos fatos típicos no mesmo contexto fático, além do nexo de
dependência entre as condutas, considerando-se o porte ilegal crime-meio para a
execução do disparo de arma de fogo, o que não ocorreu na espécie.2. No caso, tendo o
Tribunal a quo concluído, com base no arcabouço probatório, que os delitos de porte ilegal
e de disparo de arma de fogo foram praticados em momentos diversos e com desígnios
autônomos, a inversão do decidido demanda aprofundado reexame fático-probatório,
inviável na via eleita. (...) (AgRg no HC n. 544.206/MS, relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta
Turma, julgado em 12/5/2020, DJe de 28/5/2020.)
Se inviável a aferição do número exato de crimes, o magistrado pode aumentar a pena no
patamar máximo legal de 2/3 com base no longo período de tempo em que tenham sido
praticados os crimes.
A diversidade do modo de execução de crimes de roub afasta a possibilidade de
reconhecimento da continuidade delitiva. É pressuposto a identidade de modus operandi
dos crimes.
O reconhecimento da continuidade delitiva não importa na obrigatoriedade de redução
da pena definitiva fixada em cúmulo material, porquanto há possibilidade de aumento
do delito mais gravoso em até o triplo, nos termos do art. 71, parágrafo único, in fine, do
Código Penal. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 301.882-RJ, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro,
julgado em 19/04/2022 (Info 734).
Há impedimento para que a pena resultante da aplicação da regra do concurso formal
ultrapasse aquela que seria obtida pela sistemática do concurso material.
A fixação da pena de multa não obedece à regra de aumento prevista para as penas
privativas de liberdade nos casos de concurso formal próprio.
Concurso ideal de crimes nada mais é do que outra nomenclatura para o concurso formal.
O STJ entende que, se há vítimas diversas no crime de roubo praticado no mesmo contexto
fático (mais de uma esfera jurídica privada atingida, portanto), tendo o agente pretendido
praticar crime único, não há falar-se em crime único propriamente dito, mas, sim, concurso
formal de crimes, pois, mediante uma única ação, o autor levou a efeito dois ou mais
delitos patrimoniais. Veja-se, por exemplo: RHC 112871.
Todavia, a banca, nesta questão, foi além: apresentou casuística em que o autor possuía
desígnios autônomos, ao perpetrar o roubo contra diversas vítimas em um único evento.
Nesta conjuntura, é evidente que a conduta ativa a norma da 2ª parte, do art. 70, do CP,
caracterizando-se CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO:
Há 2 (duas) distinções básicas entre “confisco-pena” e “confisco-efeito da condenação”:
1.O confisco-efeito destina-se à União, como receita não tributária, enquanto o
confisco-pena destina-se ao Fundo Penitenciário Nacional; e
2.O objeto do confisco-efeito são os instrumentos e produtos do crime (CP, art. 91,
inciso II), enquanto o objeto do confisco-pena é o patrimônio pertencente ao
condenado (CP, art. 45, § 3º).
Confisco é a perda de bens do particular em favor do Estado. Não é qualquer instrumento
utilizado na prática de crime que pode ser confiscado, mas somente aquele cujo porte,
fabrico ou alienação constituam fato ilícito.
Os efeitos extrapenais genéricos (confisco, por exemplo) decorrem de qualquer
condenação criminal e não precisam ser expressamente declarados na sentença.
A perda do cargo público é efeito extrapenal da condenação e decorre de previsão legal
(CP, art. 92, inciso I), de modo que não se faz exigível expresso requerimento do Órgão
Acusador, em denúncia ou alegações finais.

Efeitos primários = sanção penal.


A sanção penal divide-se em:
a) pena (privativa de liberdade, restritiva de direito ou multa);
b) medida de segurança.
----------------------------------------
Efeitos secundários = exemplos
•reincidência (art. 63)
•causa de revogação do sursis (art. 77, I e § 1º)
•causa de revogação do livramento condicional (art. 86)
•causa de conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade (art. 44, § 5º)
•impossibilita a transação penal e concessão de suspensão condicional do processo (arts.
76 e 89 da Lei nº 9.099/95) etc.
----------------------------------------
EXTRAPENAIS
a) Genéricos: art. 91 do CP;
b) Específicos: art. 92 do CP;
c) Previstos em “leis” especiais (exs: art. 15, III, CF; art. 83 da Lei de Licitações; art. 181, da
Lei de Falências).
Súmula 631-STJ: O indulto extingue somente a pena ou medida de segurança, não
interferindo nos efeitos secundários da condenação (penais ou extrapenais).
Independentemente do quantum da pena aplicada, poderá ser decretada a perda de bens
ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem
encontrados ou quando se localizarem no exterior.
Tema 150/STF: Não se aplica ao reconhecimento dos maus antecedentes o prazo
quinquenal de prescrição da reincidência, previsto no art. 64, I, do Código Penal,
podendo o julgador, fundamentada e eventualmente, não promover qualquer incremento
da pena-base em razão de condenações pretéritas, quando as considerar desimportantes,
ou demasiadamente distanciadas no tempo, e, portanto, não necessárias à prevenção e
repressão do crime, nos termos do comando do artigo 59, do Código Penal.

Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for
extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período
de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que
o condenado:

STJ decidiu no sentido de ser aplicável o direito ao esquecimento na seara criminal.


STF decidiu ser inaplicável o direito ao esquecimento ao ordenamento jurídico brasileiro.
De acordo com o art. 97, §3º, do CP, a desinternação ou liberação do agente a
quem foi aplicado medida de segurança será sempre condicional, pois a medida
de segurança poderá ser restabelecida se, no prazo de 1 ano, o agente praticar
algum fato indicativo da manutenção de sua periculosidade, senão vejamos: “A
desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser
restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano,
pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade.”

Súmula 630 do STJ: “A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico


ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando
a mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio”.

REGIME ABERTO: se a pena foi de até 4 anos.


Nesse caso, se o condenado for reincidente, o regime inicial, para esse quantum de
pena, será o semiaberto ou o fechado. O que irá definir isso são as circunstâncias
judiciais:
-Se desfavoráveis, vai para o FECHADO.
-Se favoráveis, vai para o SEMIABERTO.
No entendimento do STF (HC 85.401/RS), em casos excepcionais, admite-se a
substituição da internação por medida de tratamento ambulatorial quando a pena
estabelecida para o tipo é a reclusão, notadamente quando manifesta a desnecessidade
da internação.
Na fixação da medida de segurança – por não se vincular à gravidade do delito
perpetrado, mas à periculosidade do agente –, cabível ao magistrado a opção por
tratamento mais apropriado ao inimputável, independentemente de o fato ser punível
com reclusão ou detenção, em homenagem aos princípios da adequação, da razoabilidade
e da proporcionalidade (art. 26 e 97 do CP)." (STJ, REsp 1.266.225/PI, Rel. Min. Sebastião Reis
Júnior, 6ª Turma, j. 16-08-2012, DJe 03-09-2012).
Na aplicação do art. 97 do CP não deve ser considerada a natureza da pena privativa
de liberdade aplicável, mas sim a periculosidade do agente, cabendo ao julgador a
faculdade de optar pelo tratamento que melhor se adapte ao inimputável
Segundo o art. 97 do CP:
Art. 97. Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia,
o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a
tratamento ambulatorial.
Assim, se fosse adotada a redação literal do art. 97 teríamos o seguinte cenário:
• Se o agente praticou fato punido com RECLUSÃO, ele receberá, obrigatoriamente, a
medida de internação.
• Por outro lado, se o agente praticou fato punido com DETENÇÃO, o juiz, com base na
periculosidade do agente, poderá submetê-lo à medida de internação ou tratamento
ambulatorial.
O STJ, contudo, abrandou a regra legal e construiu a tese de que o art. 97 do CP não deve
ser aplicado de forma isolada, devendo analisar também qual é a medida de segurança
que melhor se ajusta à natureza do tratamento de que necessita o inimputável.
Em outras palavras, o STJ afirmou o seguinte: mesmo que o inimputável tenha praticado
um fato previsto como crime punível com reclusão, ainda assim será possível submetê-lo a
tratamento ambulatorial (não precisando ser internação), desde que fique demonstrado
que essa é a medida de segurança que melhor se ajusta ao caso concreto.
À luz dos princípios da adequação, da razoabilidade e da proporcionalidade, na fixação da
espécie de medida de segurança a ser aplicada não deve ser considerada a natureza da
pena privativa de liberdade aplicável, mas sim a periculosidade do agente, cabendo ao
julgador a faculdade de optar pelo tratamento que melhor se adapte ao inimputável.
Desse modo, mesmo em se tratando de delito punível com reclusão, é facultado ao
magistrado a escolha do tratamento mais adequado ao inimputável.
STJ. 3ª Seção. EREsp 998128-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 27/11/2019 (Info
662).
(⭐) QUANTUM DA PENA PARA LIBERDADE CONDICIONAL:
∟ Não reincidente + bons antecedentes (mais de 1/3);
∟ Não reincidente + maus antecedentes (mais de 1/3);
∟ Reincidente crime culposo (mais de 1/3);
∟ Reincidente crime doloso (mais da 1/2);
∟ Hediondo/equiparados sem reincidência específica (mais de 2/3);
∟ Associação para o tráfico sem reincidência específica (mais de 2/3);
∟ Hediondo/equiparados COM reincidência específica (vedado);
∟ Associação para o tráfico COM reincidência específica (vedado);
∟ Hediondo/equiparados COM RESULTADO MORTE (vedado);
O preceito inscrito no art. 33, § 2º, "b", do Código Penal não obriga o magistrado
sentenciante, mesmo tratando-se de réu sujeito a pena não superior a oito anos de prisão, a
fixar, desde logo, o regime penal semiaberto. A norma legal em questão permite ao juiz
impor ao sentenciado regime penal mais severo, desde que o faça, no entanto, em
decisão suficientemente motivada (Súmula 719). A opção pelo regime menos gravoso,
desse modo, constitui mera faculdade legal reconhecida ao magistrado. [HC 125.589 AgR,
rel. min. Celso de Mello, 2ª T, j. 19-5-2015, DJE 124 de 26-6-2015.]
Falou em Maria da Penha, lembre-se:

É vedado
•suspensão condicional do processo e a transação penal (súmula 536 STJ)
•substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (súmula 588 STJ)
•princípio da insignificância (súmula 589 STJ)
É possível (cumpridos os demais requisitos)
•concessão de suspensão condicional da PENA (STJ: AgRg no REsp 1.691.667/RJ, j.
02/08/2018)

Suspensão condicional da pena (sursis penal) pode ser aplicado em caso de violência
doméstica. Já a suspensão condicional do processo (sursis processual) e transação
penal não são aplicáveis nesse caso.
Atenção!! o artigo 63 do Código Penal, que fala de reincidência, não exige a homologação
pelo STJ: verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por
crime anterior.
•Revogação facultativa da sursis penal:
•condenado descumpre qualquer outra condição imposta; ou
•é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
•Revogação obrigatória da sursis penal:
•é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;
•frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo
justificado, a reparação do dano;
•descumpre a seguinte condição: No primeiro ano do prazo, deverá o condenado
prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de
semana (art. 48).
•Quando o sursis penal é revogado, não se computa o período de prova como de
cumprimento da pena privativa de liberdade. Isso ocorre pois o sursis penal não ostenta a
categorização jurídica de pena, mas de medida alternativa a ela.
•Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período
de prova até o máximo, se este não foi o fixado.
.o STF já consolidou posição no sentido de que não obsta a concessão do "sursis"
condenação anterior à pena de multa (súmula 499).

LIVRAMENTO CONDICIONAL
Requisitos: PPL igual ou superior a 2 anos:

•+ de 1/3 da pena quando primário em crime doloso + bons antecedentes; OU


•+ da metade se reincidente em doloso; OU
•+ 2/3 quando hediondo e afins, se não for reincidente específico (vedado se houver morte);
•Bom comportamento; sem falta grave nos últimos 12 meses; bom desempenho no trabalho; aptidão
para subsistência;
•Reparação do dano, salvo efetiva impossibilidade.
Com violência grave ameaça:concessão subordinada à constatação de condições que façam
presumir que não voltará a delinquir.

•REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA: Condenado a PPL por crime cometido durante ou antes do


livramento.
•REVOGAÇÃO FACULTATIVA:Condenado a pena NÃO PL OU deixar de cumprir suas
obrigações.

MEDIDA PROVISÓRIA
•Não criar crime;
•Não combina pena;
•OBS: no entanto, pode ser usada para beneficiar o réu.

Princípio da reserva legal


1-(=) Princ. da legalidade penal;
2- Só lei em sentido estrito (LO ou LC) pode definir crime ou cominar pena (ou aumentar);
3- medida provisória não pode criar tipos penais
4- Aplica-se de forma absoluta as normas penais incriminadoras (delito ou pena)
5-Princípio da TAXATIVIDADE:a. Proíbe leis vagas;b. Proíbe conteúdo impreciso.
O que poderá ser estendido até o limite do valor do patrimônio transferido é a OBRIGAÇÃO
DE REPARAR O DANO e a DECRETAÇÃO DE PERDIMENTO DE BENS, mas não penas.

A teoria da prevenção geral positiva ou integradora, que diferentemente da prevenção


geral negativa – em que a pena se presta a prevenção de futuros delitos busca, com a
pena, infundir na consciência coletiva o respeito a determinados valores, promovendo a
fidelidade ao direito e o cumprimento das normas, para finalmente, alcançar a
integração social.
Consideram-se absolutas as teorias que concebem a pena como um fim em si mesma,
ou seja, como uma retribuição pela prática de um crime; consideram-se relativas as
teorias utilitaristas, que concebem e justificam a pena enquanto meio para a
realização do fim utilitário da prevenção de futuros delitos.

Com base em tais regras, a doutrina elenca três FATORES para determinar o regime
INICIAL:

•a reincidência;
•a quantidade de pena;
•as circunstâncias judiciais (artigo 59 do Código Penal).

Súmula 269, STJ: " É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias
judiciais."
A partir de 23/01/2020 - Em conformidade com a redação dada pela Lei nº 13.964/2019 (Anticrime) ao
Art. 112 da lei 7.210/84 (LEP), a progressão se dará assim:
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para
regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:

V - 40 % - Apenado PRIMÁRIO, condenado por crimes hediondos ou equiparados;

VI - 50 % - Apenado PRIMÁRIO, condenado por crimes hediondos ou equiparados COM resultado


MORTE. Vedado Livramento Condicional;

VII - 60 % - Apenado REINCIDENTE, condenado por crimes hediondos ou equiparados;

VIII - 70 % - Apenado REINCIDENTE, condenado por crimes hediondos ou equiparados COM


resultado MORTE. Vedado Livramento Condicional;

Segundo o artigo 44, a pena ppl deve ser substituída prd quando:
1) não houve violência ou ameaça no cometimento do crime, a pena aplicada
não for maior do que 4 anos, ou para crimes culposos independente da pena;
2) o réu não for reincidente em crime doloso; e
3) o réu não tiver maus antecedentes.

Em regra (importante observar as regras especiais do parágrafos do artigo 44),


a doutrina elenca os seguintes REQUISITOS para a SUBSTITUIÇÃO da pena, e
no caso do enunciado, é possível a substituição:

•OBJETIVOS:
•aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos ou qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo.
•crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa.

•SUBJETIVOS:
•o réu não for reincidente em crime doloso..
•a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem
como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

- se o crime for culposo, o réu terá direito à substituição da pena privativa de liberdade,
ainda que o crime tenha sido cometido com violência à pessoa.
-se o condenado for reincidente o juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade por
pena restritiva de direitos em caso de nova condenação, desde que a medida seja
socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da
prática do mesmo crime.
- a pena privativa de liberdade de réu reincidente em crime culposo poderá ser
substituída por uma pena restritiva de direitos.
A pena de multa deve ser paga no prazo máximo de 10 dias após o trânsito em julgado
da sentença.
O cálculo de uma pena obedece três etapas:

1ª etapa – o juiz fixa a pena-base (definida dentro dos limites entre a pena
mínima e máxima do tipo penal) com base nas circunstâncias judiciais.
2ª etapa – sobre a “pena-base” o juiz aplicará as circunstâncias
atenuantes e agravantes
3ª etapa – serão aplicadas as causas de aumento e diminuição de pena.
Aqui sim a pena poderá ficar fora dos limites previstos no tipo penal.

STJ: 3 seção: "A atenuante da confissão espontânea compensa-se com a agravante da


reincidência".
A existência de condenação transitada em julgado por fatos posteriores ao delito objeto
da ação penal não servem para caracterizar maus antecedentes, tampouco
reincidência.
Há diversas teorias acerca da acessoriedade, formuladas com base em seus graus:
a) acessoriedade mínima: para a punibilidade da participação é suficiente tenha o autor
praticado um fato típico.
b) acessoriedade limitada: é suficiente, para a punição do partícipe, tenha o autor
praticado um fato típico e ilícito.
c) acessoriedade máxima ou extrema: reclama, para a punição do partícipe, tenha sido
o fato típico e ilícito praticado por um agente culpável.
d) hiperacessoriedade: para a punição do participe, é necessário que o autor,
revestido de culpabilidade, pratique um fato típico e ilícito, e seja efetivamente punido
no caso concreto.

Súmula 723 do STF:"Não se admite a suspensão condicional do processo por crime


continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo
de um sexto for superior a um ano".
Súmula 17 do STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade
lesiva, é por este absorvido.
Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e furto, pois
são infrações penais de espécies diferentes e que têm definição legal autônoma.
Precedentes do STF e do STJ.
Nos termos da atual jurisprudência do STF, formada após a Reforma Penal de 1984 (art.
71, parágrafo único, do CP), a circunstância de os delitos praticados atingirem bens
jurídicos personalíssimos de pessoas diversas não impede a continuação delitiva (...)
A anistia destina-se a fatos (e não a um indivíduo determinado).

A anistia, causa de extinção da punibilidade, consiste em ato de clemência cuja concessão


cabe ao CONGRESSO NACIONAL, por meio de LEI (e não decreto), com sanção do
presidente da República.

Assim, é conferida através de LEI ORDINÁRIA, sendo de competência do CONGRESSO


NACIONAL. Em outras palavras, consiste na exclusão, por lei ordinária com efeitos
retroativos, de um ou mais fatos criminosos do campo de incidência do Direito Penal.

Veja o que diz o doutrinador CEZAR ROBERTO BITTENCOURT, in Manual de Direito Penal,
Ed. Saraiva, 2002, pág. 701, litteris:

“A anistia, já se disse, é o esquecimento jurídico e tem por objeto fatos


(não pessoas) definidos como crimes, de regra, políticos, militares, ou
eleitorais, excluindo-se, normalmente, os crimes comuns. A anistia pode ser
concedida antes ou depois da condenação e, como o indulto, pode ser total ou
parcial. A anistia extingue todos os efeitos penais, inclusive, o pressuposto de
reincidência, permanecendo, contudo, a obrigação de indenizar. A graça tem
por objeto crimes comuns e dirige-se a um individuo determinado, condenado
irrecorrivelmente”.

Existem efeitos penais primários (pena) e secundários (exemplo: reincidência). Vale


lembrar que a prescrição em razão da perda de pretensão executória se verifica após o
trânsito em julgado, ou seja, o agente já foi condenado. Assim, apenas a pena (efeito penal
primário) é eliminada, permanecendo os efeitos penais secundários, a exemplo da
reincidência.

A perda do cargo público imposta na sentença penal condenatória, como efeito extrapenal,
possui efeitos permanentes, contudo não implica impossibilidade de investidura em outro
cargo público
Inimputável = juiz determina a INTERNAÇÃO;
•Crime punível com DETENÇÃO = juiz poderá submeter o inimputável à TRATAMENTO
AMBULATORIAL.

Pelo CP o prazo da medida de segurança é INDETERMINADO (devendo ter no mínimo de


1 a 3 anos), e não no mínimo, um ano e, no máximo, três anos.

1) Tratando-se de medida de segurança, o início de cumprimento da sanção interrompe o lapso


prescricional da medida: Tem que suspender a prescrição, caso contrário, o internado ou o preso no
caso de penas iriam se beneficiar cumprindo a medida de segurança ou a pena.
2) extinguindo-se a punibilidade com o decurso do lapso temporal máximo de pena prevista:
Posicionamento do STJ, prazo máximo a ser cumprido é o da própria pena.
3) máximo de tempo de cumprimento de pena: Aqui posição do STF de 30 anos, que agora é de 40,
conforme aprovado recentemente.

nos termos do Código Penal.

4) No cômputo da prescrição, considera-se a atenuante da menoridade relativa, o que reduz pela


metade os prazos prescricionais: aqui é a redução do prazo de prescrição, pela metade, aos menores
de 21 anos.

Na dosimetria da pena, os fatos posteriores ao crime em julgamento não podem ser


utilizados como fundamento para valorar negativa a culpabilidade do réu:

(...) Não podem as instâncias ordinárias valorar negativamente a


culpabilidade, a personalidade e a conduta social tendo como fundamento
condenações por fatos posteriores ao crime em julgamento e, com isso,
agravar a pena-base do paciente. Precedentes. STJ - HABEAS CORPUS HC
189385 RS 2010/0134948-0, 06/03/2014.

Em regra, no concurso de crimes, a pena de multa não segue a regra da aplicação da pena
privativa de liberdade.
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e
integralmente.

Renúncia:
•o ofendido abdica do direito de promover a ação penal
•ocorre na fase pré-processual, no inquérito
•não depende da concordância do ofensor.

Perdão:
•o ofendido abdica do direito de continuar com a ação penal.
•se dá na fase processual.
•é necessária a concordância do ofensor (réu).

Perempção:
•ocorre quando o titular da ação privada (querelante) fica PARADO, fica INERTE
•é causa de extinção de punibilidade EXCLUSIVA da ação penal privada.

RENÚNCIA + PERDÃO + PEREMPÇÃO:


•SOMENTE ação penal PRIVADA
•NÃO CABE em ação penal PRIVADA SUBSIDIÁRIA da PÚBLICA.

A renúncia também será cabível na ação penal pública condicionada no âmbito do


Juizado Especial. A própria CESPE já cobrou isso em uma de suas provas:
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil
competente.
P.Ú - Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de
queixa ou representação.

DECADÊNCIA é a perda do direito de representar nos crimes de ação penal pública


condicionada ou de ajuizar uma ação penal privada.

Em outras palavras, a decadência ocorre antes de instaurada a ação penal privada ou


pública condicionada.

Assim, APÓS o início da ação penal NÃO subsiste a possibilidade de ocorrência da


decadência.
Excludentes de punibilidade
-->Morte do agente;
-->Anistia, graça ou indulto;
-->Retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
( Abolitio Criminis )
--> Prescrição, deca dência ou perempção;
--> Renúncia ou perdão aceito, nos crimes de ação privada;
-->Retratação do agente, nos casos em que a lei a admite

O Código Penal que a prescrição da multa será em 2 (dois) anos, quando a multa for a
única cominada ou aplicada.
única cominada= 2 anos.
multa + PPL= mesmo prazo da PPL.
Em casos de fuga ou de revogação do livramento condicional, a prescrição da pretensão
executória é regulada pelo tempo remanescente da pena.
TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO
Regra geral: momento da consumação.
Casos especiais de Crimes:
•Tentativa: dia em que cessar a atividade criminosa.
• Permanentes: dia em que cessar a permanência.
• Bigamia e Falsificação e alteração de assentamento do Registro Civil: dia em que o fato se
tornou conhecido.
• Dignidade sexual de crianças e adolescentes: data em que a vítima completar 18 anos

Decadência:
• Atinge o direito de ação
• Ação penal privada e ação penal pública condicionada à representação do ofendido
• Ocorre antes da ação penal
Prescrição:
• Atinge o direito de agir (atinge apenas a punibilidade do delito, ou seja, direito do
Estado em punir o agente)
• Ação penal pública condicionada e incondicionada e ação penal privada
• Qualquer momento – até se já transitado
Perempção:
• Atinge o direito de prosseguir com a ação
• Ação penal privada exclusiva e personalíssima
• Após o início da ação penal

A Prescrição pode ocorrer antes da ação penal no caso de prescrição da pretensão


propriamente dita, que considera o prazo entre o dia que ocorreu o crime e o
recebimento da denúncia ou queixa.
Em 30/9/2016, com menos de vinte e um anos de idade, Daniel praticou o crime de
resistência, cuja pena máxima em abstrato é de dois anos. Daniel recusou a transação
penal e o Ministério Público, então, ofereceu denúncia em 9/4/2018, a qual foi recebida
pelo juízo em 30/4/2018. A sentença que condenou Daniel à pena de seis meses de
detenção foi publicada em 31/10/2019. Até a data da condenação, Daniel era primário e
não possuía qualquer outro incidente criminal. Nenhuma das partes recorreu e o trânsito
em julgado ocorreu em 18/11/2019.
Pessoal, para resolvermos a questão, vamos organizar as datas dos fatos:

•Data da prática do crime: 30/9/2016

•Data do recebimento da denúncia: 30/4/2018 → causa interruptiva


Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
•Data da publicação da sentença: 31/10/2019 → causa interruptiva
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis.
•Data do trânsito em julgado: 18/11/2019.

Informações adicionais:

menos de 21 anos -->> prescrição corre pela metade.


Veja primeiro se houve a prescrição da pretensão punitiva abstrata:
Em 30/9/2016 prática do crime de resistência, cuja pena máxima em abstrato é de dois
anos.prescrição começa a contar da data da consumação. Prazo seria de 4 anos, como ele
é menor de 21, é 2 anos.
Em 9/4/2018, MP ofereceu denúncia
Em 30/4/2018, juiz recebeu denúncia recebimento da denúncia interrompe prescrição. Não
deu os 2 anos, então aqui não teve prescrição.
Começa a contar os dois anos de novo.
Em 31/10/2019, publicação da Sentença que condenou Daniel à pena de seis meses de
detenção
Não deu os dois anos , então não prescreveu.
Publicação da sentença também interrompe prescrição.
Em 18/11/2019, trânsito em julgado.
Agora analisa se houve prescrição da pretensão punitiva retroativa.
Como houve condenação à pena de 6 meses de detenção, agora esse é o ponto de partida
para calcular o tempo da prescrição.
Pena inferior a 1 ano = prescrição em 3. Como Daniel é menor de 21, calcula pela metade
novamente: 1 ano e 6 meses.
Conta da decisão condenatória recorrível (31/10/2019) para trás, até o recebimento da
denúncia (30/4/2018).Intervalo maior que 1 ano e 6 meses, então prescreveu.
Contando a prescrição: de 30/04/18 (Recebimento da denúncia) a 31/10/19 (Data da
publicação da sentença) passaram-se 1 ano, 6 meses e 1 dia. Desta forma, há
prescrição da pretensão punitiva.

Lesão Corporal:
REGRA - Ação Penal Pública Incondicionada.
EXCEÇÃO - Lesões leves e culposas será Ação Penal Pública condicionada à representação.
EXCEÇÃO 2 - Lei Maria da Penha será Pública incondicionada a representação ainda que se
trate de lesão leve ou culposa.
A PRESCRIÇÃO está relacionada com o LIMITE DE TEMPO que o ESTADO TEM PARA
PUNIR/EXECUTAR UMA PUNIÇÃO. Em resumo, existem dois tipos de PRESCRIÇÃO:

• o limite temporal para PUNIR – PRESCRIÇÃO PUNITIVA.


• o limite temporal para EXECUTAR A PUNIÇÃO – PRESCRIÇÃO EXECUTÓRIA.

- Súmula 497 (STF): No crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na
sentença, não se computando o acréscimo da continuação
- HC/ES: O acréscimo decorrente do concurso formal NÃO é levado em consideração no
cálculo da prescrição
No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
isoladamente".

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