Autismo Descoberta Tardia Importancia Da Terapia C

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 22

REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO

CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

AUTISMO: DESCOBERTA TARDIA, IMPORTÂNCIA DA TERAPIA


COGNITIVO COMPORTAMENTAL NA INTERVENÇÃO
PSICOTERAPÊUTICA

ARTIGO DE REVISÃO

LOBATO, Makatiney De Farias 1

MARTINS, Maria das Graças Teles 2

LOBATO, Makatiney De Farias. MARTINS, Maria das Graças Teles.


Autismo: Descoberta tardia, importância da terapia cognitivo comportamental
na intervenção psicoterapêutica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento. Ano 05, Ed. 12, Vol. 02, pp. 88-105. Dezembro de 2020. ISSN: 2448-
0959, Link de acesso:https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-
categoria/descoberta-tardia

RESUMO

Introdução: O transtorno do Espectro Autista (TEA) tem início precoce e de curso


crônico com um conjunto de distúrbios da socialização. Manifesta-se antes dos três
anos de idade sendo considerado por anomalias que atingem as esferas da interação
social, comunicação e comportamento que se apresenta restrito e repetitivo.
Diferentes literaturas explicitam que o diagnóstico e a aplicação precoce de
intervenções terapêuticas são essenciais para a reabilitação global e a promoção de

1 Bacharel em Psicologia.
2 Orientadora. Formação em Psicologia - Centro Universitário de João Pessoa UNIPÊ
(2000), Especialização em Psicologia da Saúde Desenvolvimento e Hospitalização
(UFRN-2003/2004), especialização em sexualidade humana (UFPB-2001/2002).
Mestrado em Ciências da Educação - Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias - ULHT- Portugal (2005), reconhecido pela UFBA (28.10.2009). Mestrado
em Saúde Coletiva - UNIFESP (2010).

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

uma qualidade de vida da pessoa autista. Objetivo: Compreender o Transtorno do


Espectro Autista (TEA), história, características, prejuízos e diagnóstico tardio e
apresentar as contribuições interventivas da Terapia Cognitivo Comportamental no
tratamento psicoterapêutico. Problema: Como a Terapia Cognitivo Comportamental
contribui no tratamento interventivo psicoterapêutico de pacientes autistas com
diagnostico tardio? Metodologia: A pesquisa é de cunho bibliográfica exploratória,
baseada em revisões literárias retirados de sites e livros que abordam essa temática.
Resultados: A Terapia Cognitivo Comportamental é uma das terapias mais bem
desenvolvida, confiável e eficaz no atendimento da pessoa com autismo, justamente
porque tem uma abordagem flexível, adaptável às mudanças que ocorrem no nível de
desenvolvimento, promovendo um modelo específico de tratamento terapêutico, o
qual consiste em: aquisição, fluência, manutenção, generalização e adaptação, e
assim, cada item pode ser adequado para atender as finalidades do grau de
aprendizagem do autista, salienta-se que esta abordagem é feita de maneira
responsável e direcionada é possível que o comportamento da pessoa diagnosticada
tardiamente com autismo obtenha mudanças ainda que mínimas mas que se
configuram como um grande passo para a melhoria na qualidade de vida da pessoa
com TEA, proporcionando assim uma melhor adaptação na sociedade e estímulo para
o desenvolvimento da comunicação, visando a autonomia e independência desses
indivíduos.

Palavras-Chaves: Transtorno do Espectro Autista, terapia cognitivo comportamental,


diagnóstico tardio.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo do presente estudo é compreender o Transtorno do Espectro Autista (TEA),


história, características, prejuízos e diagnóstico tardio em adultos e apresentar as
contribuições interventivas da Terapia Cognitivo Comportamental no tratamento
psicoterapêutico.

O transtorno do Espectro Autista (TEA) tem início precoce e de curso crônico com um
conjunto de distúrbios da socialização. Manifesta-se antes dos três anos de idade

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

sendo considerado por anomalias que atingem as esferas da interação social,


comunicação e comportamento que se apresenta restrito e repetitivo. Diferentes
literaturas explicitam que o diagnóstico e a aplicação precoce de intervenções
terapêuticas são essenciais para a reabilitação global e a promoção de uma qualidade
de vida da pessoa autista.

As motivações que conduziram a este tema partiram do princípio em compreender de


que maneira o autismo tem agravado a vida de pessoas adultas que não foram
diagnosticados precocemente e de que maneira a psicologia tem trabalhado com
essas pessoas intuindo amenizar o comprometimento das principais áreas do
desenvolvimento humano.

Este estudo se justifica em razão de ser um tema no qual ainda existem poucas
produções uma vez que grande parte das literaturas abordam o autismo na infância,
enquanto que o autismo diagnosticado tardiamente não tem sido muito discutido
apesar de causar um comprometimento mais acentuado na vida desses indivíduos
na fase adulta, nesse segmento entende-se que a terapia cognitivo comportamental
pode trazer benefícios no auxílio ao tratamento dessas pessoas visto que a TCC é
flexível e pode ser usada para os mais diversos tratamentos, dentre eles o Autismo
tardio.

Diante do exposto, estabeleceu-se a hipótese de que a pessoa com diagnóstico tardio


teria maiores comprometimentos visto que os mecanismos de desenvolvimento do
cérebro já estão formados, deste modo, presumiu-se que, os resultados a longo prazo
poderiam ser mais complexos. Estimou-se que com a intervenção da Terapia
Cognitivo Comportamental (TCC) poderia haver resultados significativos com a
estimulação através das técnicas intuindo os ganhos no desenvolvimento das
habilidades de socialização e comunicação reduzindo os sintomas e os prejuízos de
desenvolvimento gerados pelo transtorno. Buscou-se, ainda, apresentar o contexto
histórico do autismo, conceito e características, identificar os prejuízos provocados
pelo diagnóstico tardio do TEA em adultos, e descrever as contribuições interventivas
da terapia cognitivo comportamental para o quadro complexo do autismo em adultos.
Na classificação de transtornos mentais e de comportamento proposta pelo código

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

internacional de doenças - CID 10, o autismo é classificado na categoria dos


transtornos invasivos do desenvolvimento (OMS, 1996).

Em consonância com essa instituição, o transtorno do Espectro Autista é assinalado


por anomalias qualitativas em três áreas importantes que são a interação social,
comunicação e comportamento que se mostra restrito e repetitivo. Um outro fator
importante de ser registrado é que a quinta versão do Manual Diagnóstico e Estatístico
de Transtornos Mentais - DSM-V (APA, 2013) esclarece que o diagnóstico do TEA
deve basear-se em acordo com os seguintes critérios: a) déficit persistente na
comunicação e na interação em vários contextos, não relacionados a atraso do
desenvolvimento; b) ausência ou dificuldade na reciprocidade emocional e social; c)
aproximação social anormal, falha na conversação e compartilhamento de interesses
reduzido; d) reprodução de falha na demonstração de emoções e afeto; e) problemas
para iniciar uma interação social.

Sendo assim, este estudo buscou responder a seguinte questão problema: Como a
Terapia Cognitivo Comportamental contribui no tratamento interventivo
psicoterapêutico de pacientes autistas com diagnostico tardio?

Destaca-se que a Terapia Cognitivo Comportamental apresenta estratégias e técnicas


interventivas cognitivas e comportamentais que podem ser aplicadas com os
autistas, dentre elas estão, a intervenção intensiva onde podem ser incluídas
atividades rotineiras caseiras como tomar banho ou alimentar-se e em
comportamentos complexos como aquisição de comportamento de comunicação e
interação social, a automonitoração na qual a pessoa aprende a definir seus próprios
sentimentos e pensamentos e saber comunica-los às pessoas. Possibilita diminuir o
comportamento de frustração, de ansiedade e agressividade.

Espera-se com este estudo evidenciar conhecimentos sobre o autismo e as suas


implicações em casos diagnosticados tardiamente não só apenas no campo da
psicologia, mas também seja de relevância para a sociedade no geral e principalmente
para os adultos autistas que por algum motivo não puderam ser diagnosticados na
infância.

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

2. METODOLOGIA

Este estudo foi amparado no aporte metodológico de revisão da literatura com o


método de pesquisa bibliográfica e exploratória. Gil (2017) demonstra que a pesquisa
bibliográfica é compreendida como sendo a leitura e compressão de trabalhos já
publicado para explicar ou procurar resposta de um problema ou hipótese. Os
materiais utilizados foram: livros, e artigos científicos disponíveis nas plataformas da
Scientific Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca virtual em saúde (BV- Saúde),
Periódicos eletrônicos em Psicologia (Pepsic) publicados no período de 2010 a 2019.

Cervo e Bervian (2013) afirma que a pesquisa exploratória define objetivos e busca
mais informações sobre o assunto estudado e realiza descrições precisas da situação
para descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes. Os critérios
de inclusão e exclusão se relacionam a conteúdos pertinentes ao tema proposto e que
contenham as palavras chaves: Transtorno do Espectro Autista. Terapia cognitivo
comportamental. Diagnóstico tardio. Foram descartados os materiais que não se
enquadram na temática em questão. Concernente a análise crítica dos riscos e
benefícios, em razão deste trabalho ser de cunho bibliográfico não foi utilizado o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

3. CONTEXTO HISTÓRICO SOBRE O AUTISMO, CONCEITO E


CARACTERÍSTICAS

Os primeiros diagnósticos sobre autismo foram feitos há mais de meio século e ainda
hoje, 2020 é uma incógnita para profissionais que buscam respostas e tratamentos
para esse transtorno. O termo autismo foi utilizado pela primeira vez pelo psiquiatra
austríaco Eugen Bleuler em 1911 para se referir a um dos critérios adotados em sua
época para a realização de um diagnóstico de Esquizofrenia, desse modo percebe-se
que antes dos estudos sobre autismo, a pessoa com esse transtorno era tida como
esquizofrênica. (LINHARES, 2012).

Apesar do termo autista ser utilizado por Eugen Bleuler como explicado nos
parágrafos acima supracitados, o diagnóstico de uma pessoa considerada autista se

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

deu pela primeira vez em 1943, sob os cuidados do médico Léo Kanner, no qual
naquela ocasião observou e avaliou 11 crianças (KANNER, 1966, p. 720, apud
ANDRADE, 2018, p. 17).

Nesse exposto Kanner, constatou que a criança autista apresentava características


fora dos padrões consideradas normais visto que não possuíam habilidades
comportamentais concernente as relações sociais, outrossim demonstravam
dificuldades na comunicação e imaginação, características que mais tarde foram
utilizadas como a “tríade” para o diagnóstico do autismo.

Outro nome que receberia décadas depois grande notoriedade quanto a seus estudos
com crianças autistas foi Hans Asperger,1944, quando expôs alguns quadros
semelhantes ao autismo, quadros esses que apresentavam perturbações afetivas.
(GUPTA et. al, 2006). Somente nos anos de 1980 é que o trabalho de Asperger foi
traduzido para o inglês possibilitando novas descobertas sobre o transtorno. Contudo
nos estudos de Asperger as crianças que foram estudadas por ele, não apresentaram
a ecolalia como um problema linguístico, mas preferiam o isolamento a interação.
(BAPTISTA e BOSA, 2002).

De acordo com Baptista e Bosa (2002) percebe-se que por muito tempo o autismo foi
considerado como psicose, mas essa compreensão mudou conforme evoluíram os
estudos como pode ser observado:

As primeiras edições do CID não fazem qualquer menção ao autismo. A


oitava edição o traz como uma forma de esquizofrenia, e a norma
agrupa-o como psicose infantil. A partir da década de 80, assiste-se a
uma verdadeira revolução paradigmática no conceito, sendo o autismo
retirado da categoria de psicose no DSM-III e no DSM-III-R, bem como
na CID-10, passando a fazer partes dos transtornos globais do
desenvolvimento (BAPTISTA e BOSA, 2002, p. 28).

Com base na percepção dos autores supracitados, percebe-se o quanto foi complexo
entendimento sobre o autismo para que assim o indivíduo com esse transtorno
pudesse ser assistido de maneira plena, a ausência de estudos mais aprofundados
sobre o autismo por muitos anos permitiram que autistas fossem tidos como pessoas
esquizofrênicas, doentes mentais entre outras atribuições e nomenclaturas.

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

O autismo foi incluído em 1968 no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos


Mentais (DSM-II) na categoria de esquizofrenia de início da infância, mas a partir da
década de 1980 foi retirado da classificação das psicoses e incluído no DSM-III como
distúrbio invasivo do desenvolvimento (DIAS, 2015). No entanto só no DSM-IV, em
1994, o autismo passou a ser considerado parte dos distúrbios globais do
desenvolvimento, juntamente com outros como; a Síndrome de Asperger e a
Síndrome de Rett. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).

Segundo o DSM-V (2014), o autismo está posto como transtorno do espectro autista
em função da imensa variedade de características que os autistas apresentam sendo
diferentes entre si. Via de regra, compreende-se que cada autista é único, portanto,
não se deve dizer que a pessoa com autismo faz isso ou faz aquilo, deste ou daquele
jeito, algumas pessoas com autismo não falam, outras não param de falar. (LOVAAS,
2010). Ainda de acordo com este pesquisador, existem alguns indivíduos que se auto
machucam, ou machucam outras pessoas, ou não machucam ninguém. Assim como,
muitas pessoas autistas são apegadas, de modo extremo, a rotinas rígidas, enquanto
outras não ligam para isso.

NO CID 10, o autismo está classificado nos Transtornos Globais do Desenvolvimento,


enquanto que no, CID 11, que ainda não está em vigência, mas já foi lançado para
que as instituições comecem tomar conhecimento sobre este documento, o autismo
está classificado como “Distúrbio do Desenvolvimento Neurológico” e posto da
seguinte maneira de acordo o site da Organização Pan-Americana de Saúde
(ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2018).

6A02.0 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual


(DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;

6A02.1 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual


(DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;

6A02.2 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual


(DI) e com linguagem funcional prejudicada;

6A02.3 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual


(DI) e com linguagem funcional prejudicada;

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

6A02.4 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual


(DI) e com ausência de linguagem funcional;

6A02.5 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual


(DI) e com ausência de linguagem funcional;

6A02.Y – Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado;

6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado. (CID 10,


p. 246).

Destarte, a nova CID-11 unificou todos os diagnósticos de Transtornos do Espectro


do Autismo, classificando as diferentes formas que o autismo apresenta nos
indivíduos, porém levou em consideração a deficiência intelectual e a linguagem
funcional. O documento teve como base a alteração feita em 2013 na nova versão do
Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, o DSM-5, que reuniu todos os
transtornos que estavam dentro do espectro do autismo num só diagnóstico: TEA.

O autismo se caracteriza pelo desenvolvimento lento ou alterado no qual a pessoa


com esse transtorno apresenta perturbações comportamentais de caráter afetivo,
emocional e cognitivo, tendo prejuízos nas interações sociais, comunicação,
apresentando comportamento focalizado e repetitivo. (BARON COHEN; LAI, 2015). O
Transtorno do Espectro Autista (TEA), popularmente conhecido como autismo, se
caracteriza por um quadro clínico, não há exames específicos como exame de
sangue, mapeamento cerebral ou ressonâncias, que vão diagnosticar o sujeito com
esse tipo de transtorno. (BARON COHEN e LAI, 2015).

Deve-se dizer que os indivíduos com TEA podem apresentar diferenças entre si. O
autismo é um distúrbio muito comum quando levado em consideração as últimas
estatísticas do CDC (Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo dos
EUA, 2014) que apontam um número significativo de diagnósticos de autismo na
atualidade, de acordo com este órgão para cada 59 pessoas uma é diagnosticada
com autismo. Em conformidade com Beck et al., (2014), para que o indivíduo seja
considerado autista é preciso que ele apresente prejuízos em três primordiais áreas
do desenvolvimento humano: comunicação, comportamento e interação social.

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

Na perspectiva de Fonseca (2009), pessoas autistas poderão apresentar ecolalia, ou


seja, a repetição de algo que alguém acabou de dizer, incluindo palavras, expressões
ou diálogos. De acordo com as literaturas revistas entende-se que apesar de
existirem consensos entre especialistas em relação à presença de possíveis
alterações no sistema nervoso central que levariam a uma desordem no padrão de
desenvolvimento da pessoa autista conforme assegura Mello (2007), não é possível
determinar qualquer aspecto biológico e/ou ambiental que contribua de forma decisiva
para que ocorram as manifestações desse transtorno.

Sendo assim, salienta-se que as causas específicas e definitivas capazes de explicar


o autismo ainda não foram identificadas. Estudos apontam que o transtorno atinge em
predominância o sexo masculino, estimando cerca de três a quatro meninos afetados
para uma menina. No entanto, as meninas tendem a ser mais comprometidas com
seriedade quando afetadas. (SILVA; MULICK, 2009).

Encontrou-se também nas literaturas alguns estudos realizados por Baio et al., (2014)
e Christensen, Baio, Braun, (2016) no qual por meio de investigações estimaram um
aumento drástico de casos, atingindo em média 40 a 60 casos a cada 10.000
nascimentos. Estudos anteriores, realizados em 2012 com crianças de 8 anos de
idade nos Estados Unidos, apontaram uma prevalência global de 14,6 por 1.000 ou 1
em 68 crianças (BAIO et al., 2013).

Conforme pode ser visto, os estudos com crianças são os que prevalecem nas
literaturas, entretanto nas pessoas autistas que não puderam ser diagnosticadas na
infância e se tornaram jovens, adultos no qual suas famílias não puderam saber qual
a causa para o isolamento, falta de comunicação e interação social, o
comprometimento das interações tende a ser maior.

3.1 OS PREJUÍZOS CONCERNENTES AO AUTISMO


DIAGNOSTICADO TARDIAMENTE

Entende-se que o autismo é um transtorno que tem causado muitas especulações


acerca do comprometimento e implicações na vida cotidiana de sujeitos com TEA –

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

Transtorno do Espectro do Autismo. Desse modo, tem sido comum as recomendações


de especialistas e profissionais da área sobre a importância do diagnóstico precoce
para que o tratamento e intervenções possam surtir efeitos positivos na vida de
pessoas autistas.

Todavia, considerando que este é um transtorno relativamente novo no qual as


pesquisas existentes tendem a debruçar-se sobre o transtorno na infância, pouco se
sabe sobre como vivem as pessoas jovens ou adultas com diagnostico tardio. “No
adulto, ao contrário do que tem vindo a acontecer na população infantil, não têm sido
tão extensamente estudadas, o que se reflete em dificuldades no diagnóstico e
tratamento nesta faixa etária” (RAMOS et al., 2014, p. 36).

No entendimento deste autor, com o passar dos anos a pessoa autista pode
apresentar alguns progressos concernentes a convivência social e a comunicação
desde que seja estimulada na infância. Fecteau (2017) argumenta que, a maioria dos
adultos com TEA vive uma vida completamente dependente, sem autonomia alguma.

Em conformidade com os estudos realizados pelos pesquisadores acima citados,


menos de um terço tem emprego regular; a maioria vive com os pais ou vive com
apoio; e aqueles que estão empregados geralmente estão em empregos que pagam
abaixo de um salário digno. Na mesma linha de pesquisa Seltzer (2017) chama a
atenção para o fato em que devido a esses altos níveis de dependência, a maioria dos
indivíduos com TEA precisará de algum tipo de apoio ou intervenção, geralmente em
níveis intensos, durante a adolescência e a idade adulta.

O autor Gádia (2014) esclarece que nos adultos os déficits de linguagem são comuns,
dentre os quais, uma quantidade significativa de autistas permanecem não-verbais.
Deste modo, quanto aos que adquirem habilidades verbais, em suma, podem
demonstrar déficits constantes no ato da conversação, como a falta de reciprocidade,
dificuldades na compreensão das sutilezas de linguagem, piadas ou sarcasmo, assim
como problemas na interpretação de linguagens corporais e expressões faciais.

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

Muitas vezes na infância o autismo passa despercebido, tornando-se mais evidente


no final da infância. Na adolescência e fase adulta as peculiaridades tendem a ter
oscilações, nos relacionamentos há a falta de empatia, não conseguem captar as
emoções de seus respectivos parceiros, causam estranheza nos ambientes em que
fazem parte, são considerados pessoas anti sociais, isoladas em seu ´próprio mundo.
(BRITES, 2019).

Por outro lado, no adulto autista, há uma melhora na adaptação a mudanças, porém
“os interesses restritos persistem, e aqueles com habilidades cognitivas adequadas
tendem a concentrar seus interesses em tópicos limitados, tais como horários de
trens/aviões, mapas ou fatos históricos, etc., os quais dominam suas vidas”
(ROBERTSON, 2015, p.23).

Nos adultos um dos prejuízos que podem ser identificados é o comportamento anti
social, dificuldades de compreender discursos e dar retornos em linguagens não
verbais, dificilmente adultos autistas escondem o que pensam, possuem linguagem
direta, não se preocupando se vão afetar alguém com suas palavras. (GÁDIA, 2014).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. CONTRIBUIÇÕES INTERVENTIVAS DA TERAPIA COGNITIVO


COMPORTAMENTAL EM PESSOAS COM TEA DIGNOSTICADO
TARDIAMENTE

Considerando todas as necessidades específicas do autismo, a psicologia tem


apresentado diversas maneiras que podem corroborar em um melhor desempenho de
pessoas com TEA mesmo na fase adulta. Nesse exposto, tem-se a Terapia Cognitivo
Comportamental, desenvolvida por Aaron Beck no início da década de 1960, uma
forma de psicoterapia cientificamente testada e tida como efetiva em mais de 300
pesquisas clínicas para diversos tipos de transtornos. “É uma terapia voltada para a
resolução de problemas do paciente, geralmente é breve e tem eficácia científica e
experimental” (SANTOS, 2017, p. 30).

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

Moniz (2010), assevera que os maiores precursores da prática clínica e educativa


comportamental foram Wolpe (1952), Eysenck (1959,1960) e Skinner (1938). Porém
é a Skinner e seus discípulos Lindsley, e Salamon, (1953) que se deve o termo
modificação do comportamento. White et al., (2013) investigaram o efeito da TCC nas
habilidades sociais em pessoas adultas com TEA e os resultados apontaram êxito
no maior desempenho da comunicação.

Do mesmo modo, o estudo realizado por Hesselmark et al (2013) apontou que a


Terapia Cognitivo Comportamental traz uma configuração de estrutura e
previsibilidade importante para pessoas com TEA. As técnicas de definição de metas,
tarefas de casa e a prática de habilidades sociais, assim como outras técnicas
convencionais da TCC são apontadas como adequadas para o auxílio ao tratamento
dessas pessoas. Lima e Dilascio (2016) explanam como a TCC proporciona ao
indivíduo adulto com TEA uma melhora na consciência social, nas estratégias sociais,
na qualidade de vida e na redução de sintomas psiquiátricos.

Destaca-se que a Terapia Cognitivo Comportamental se concentra em manipulação


de comportamentos e variáveis das pessoas, na crença de que todo comportamento,
tanto os adequados quanto os inadequados são aprendidos. Este mesmo autor, acima
supracitado, afirma que a terapia comportamental entende que o paciente é único, e
seus problemas são produto de uma história particular. “Isso humaniza o processo
de terapia, pois se busca entender cada paciente e cada história, antes de propor
qualquer intervenção”. (SILVEIRA, 2015, p. 19).

Para Bahls e Navolar, (2010), as técnicas e finalidades conceituais da Terapia


Cognitivo Comportamental – TCC, provém de duas principais abordagens: a cognitiva
e a comportamental, as quais são analisadas no contexto do movimento integrador na
psicologia que culminou no que atualmente denominam-se de terapias cognitivo-
comportamentais. A Terapia Comportamental se baseia no behaviorismo, é efetiva
na redução de sintomas e taxas de recorrência, com ou sem medicação, em uma
ampla variedade de transtornos psiquiátricos (KNAPP; BECK, 2011).

Na compreensão de Borges (2013) as técnicas mais usuais para a intervenção são:

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

• Psicoeducação propicia uma maneira de auxiliar o tratamento das doenças


mentais segundo as mudanças comportamentais, sociais e emocionais,
permitindo, assim, a prevenção na saúde. Deste modo, a psicoterapia trata de
um processo com caráter educativo aplicado tanto aos pacientes quanto aos
seus respectivos cuidadores, objetivando ensiná-los a respeito do seu
tratamento psicoterápico, de modo conscientizá-los e prepará-los para lidar
com as mudanças a partir das estratégias de enfrentamento, do fortalecimento
da comunicação e da adaptação (BHATTACHARJEE et al., 2016).
• A psicoeducação é uma das mais relevantes técnicas utilizadas na terapia
cognitivo-comportamental, visto que pode-se potencializar a sua eficácia, por
meio desta intervenção pode-se instrumentalizar o paciente no seu processo
de mudança, nesse viés, quando esta técnica é empregada as chances para
que o paciente possa adquirir autonomia são expressivas dado o processo
terapêutico que com que o paciente sinta-se capaz de identificar e mudar
pensamentos, manejar emoções e quebrar padrões de comportamentos que
não o ajudam. (AGUIAR, 2018).
• ABA (Applied Behavior Analysis), é uma terapiaque se concentra na melhoria
de comportamentos específicos, como habilidades sociais, comunicação,
leitura e habilidades acadêmicas, além de habilidades de aprendizado
adaptável, como destreza motora fina, higiene, cuidados domésticos,
pontualidade e competência profissional. (REICHOW, 2012). Um dos métodos
da ABA consiste no chamado “Treino por Tentativas Discretas”, nesta proposta
a aprendizagem se dá em divisões, ensinados por etapa, uma de cada vez
durante uma série de tentativas. “Este procedimento é repetido várias vezes
até o comportamento ser adquirido e emitido independente da ajuda física”
(BORBA e BARROS 2018, p.13).
• PECS (Picture Exchange Communication System) trata-se de um sistema de
comunicação frequentemente utilizado em indivíduos com autismo e/ou pouca
fala funcional. (MIZAEL, 2013);
• TEACCH (Treatment and Educatin of Autistic and Related) – é um programa
que envolve as esferas de atendimento educacional e clínico, em uma prática
com abordagem psicoeducativa, (KWEE, 2018);

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

• Método Miller – este método busca desenvolver o comportamento funcional por


meio de sistemas lúdicos ao passo em que estimula a linguagem oral
acompanhada pela linguagem de sinais. (SERRA, 2014);
• Realidade Virtual e Estimulação Cognitiva – é a interface entre o usuário e a
simulação computadorizada em um determinado ambiente, oferece interações
através de múltiplos canais sensoriais encontrados em vídeo games, e
computadores no geral, oferecendo ao indivíduo a possiblidade de vivenciar
emoções diversas. (CAIANA, 2016);

Em virtude das diversas técnicas utilizadas pela TCC para o melhor desenvolvimento
do adulto autista percebe-se que esta terapia é considerada por muitos pesquisadores
a mais bem desenvolvida, confiável e eficaz no atendimento da pessoa com autismo,
por se tratar de uma abordagem flexível, adaptável às mudanças que ocorrem no nível
de desenvolvimento. (GAUDERER, 2010).

Soares (2012) afirma que a aplicabilidade do TCC em pacientes com TEA promove
um exemplar específico de tratamento terapêutico que incide na aquisição, na
fluência, na manutenção, na generalização e na adaptação, podendo cada item ser
adequado, a fim de atender os desígnios do grau de aprendizagem do autista.

Além dessas técnicas, a Terapia Cognitivo Comportamental apresenta outras


estratégias que podem ser aplicadas para pessoas com autismo, dentre elas
destacam-se:

• Intervenção intensiva onde podem ser incluídas atividades rotineiras caseiras


como tomar banho ou alimentar-se e em comportamentos complexos como
aquisição de comportamento de comunicação e interação social, vem
ganhando atenção por sua eficácia demonstrada na promoção do engajamento
social em indivíduos com graves deficiências comunicativas. (ZEEDYK et al.,
2010)
• A automonitoração, na qual a pessoa aprende a definir seus próprios
sentimentos e pensamentos e saber comunicá-los às pessoas possibilita
diminuir o comportamento de frustração, de ansiedade e agressividade, a

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

técnica de autoinstrução é empregada para que a pessoa possa orientar seu


próprio comportamento. Sampaio (2005, p. 2), afirma “A técnica consiste em
ensinar a criança como orientar seu próprio comportamento, servindo o
terapeuta como o modelo a ser seguido pela criança no seu aprendizado”.

Nesse modelo, o terapeuta realiza uma atividade relativamente simples, orienta


verbalmente, em voz alta, todos os passos de sua ação. Posteriormente a pessoa é
motivada a realizar a mesma atividade orientada pela fala do terapeuta. Em seguida
a pessoa autista assume a responsabilidade de dirigir sua atividade, falando em voz
alta os passos que deve seguir (autoinstrução). Nesta perspectiva compreende-se que
quando a abordagem é feita de maneira responsável e direcionada é possível que o
comportamento da pessoa diagnosticada tardiamente com autismo obtenha
mudanças ainda que mínimas mas que se configuram como um grande passo para a
melhoria na qualidade de vida da pessoa com TEA, proporcionando assim uma melhor
adaptação na sociedade e estímulo para o desenvolvimento da comunicação, visando
a autonomia e independência dessas pessoas.

Vale ressaltar que a TCC trabalha no contexto do autismo tratando determinados


sintomas, como os de ansiedade, através de uma gradativa exposição aos estímulos
aversivos, onde os pacientes são inibidos de lançar mão de táticas, a fim de reduzir
a ansiedade até que a mesma tenha se diminuído naturalmente (UNG et al., 2015).

5. CONCLUSÃO

Neste estudo buscou-se compreender o Transtorno do Espectro Autista (TEA),


história, características, prejuízos e diagnóstico tardio em adultos e apresentar as
contribuições interventivas da Terapia Cognitivo Comportamental no tratamento
psicoterapêutico.

Observou-se que o autismo é um transtorno que atinge as principais áreas do


desenvolvimento humano, considerou-se relevante compreender quais as principais
características dessa síndrome, e como as pessoas com diagnostico tardio poderiam

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

ser afetadas, e de que forma a Terapia Cognitivo Comportamental, poderia auxilia-los


nesse contexto.

Levando em consideração as análises das literaturas dispostas e utilizadas nesse


trabalho, averiguou-se que o problema da pesquisa foi respondido haja visto que
constou-se que a TCC pode auxiliar as pessoas com diagnostico tardio no sentido de
direciona-los, quanto ao auto cuidado, propiciar funcionalidade social, preparando as
pessoas com autismo para ter autonomia e assim reduzir suas dificuldades, intuindo
a redução de ansiedade e dependência de familiares e cuidadores. Os objetivos
traçados foram alcançados quando por meio de revisões bibliográficas, compreendeu-
se o que é o autismo, quais as implicações na vida da pessoa autista diagnosticada
tardiamente e que existem possiblidades de intervenção da TCC.

Nessa perspectiva, as hipóteses foram confirmadas uma vez que Terapia Cognitivo
Comportamental, pode auxiliar esses sujeitos a terem mais autonomia, controlar suas
ansiedades e conviver melhor na sociedade em que estão inseridos. Observou-se no
decorrer deste estudo que as características das pessoas autistas muitas vezes
podem ser confundidas com outros transtornos, daí a demora no fechamento do
diagnóstico, por isso é importante que as observações sejam perspicaz tendo em vista
que a pessoa com autismo já nasce com esse transtorno e não o adquire ao longo
da vida, as características já são presentes desde a infância, e persistem por toda vida
com quadros que podem mudar quanto ao aspectos sociais e comportamentais
dependendo do estímulo que essas pessoas tem no meio em que vivem.

Conclui-se que há uma enorme variabilidade de sintomas do autismo, cada autista


apresenta um comportamento diferente dependendo das estimulações que
receberam, ora, um autista que foi acompanhado por médicos e equipe
multiprofissional desde a infância, recebendo todos os estímulos, chega a juventude
e fase adulta sem grande comprometimento nos aspectos sociais, de comunicação e
cognição. Dado exposto considera-se que quando o diagnóstico é feito no período
considerado como o mais adequado, os resultados das intervenções de modo geral
tendem a ser mais promissores.

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

Vale ressaltar que as literaturas que abordam a importância da TCC para o auxílio a
pacientes autistas com diagnostico tardio ainda são escassas sendo necessário que
mais trabalhos articulem a importância da TCC nesse contexto. Dessa forma
propõem-se que mais pesquisas sejam realizadas nessa área intuindo o melhor
desenvolvimento em todas as esferas da pessoa com autismo diagnosticado
tardiamente.

A titulo conclusivo, espera-se que este estudo contribua com profissionais de saúde,
educação e social uma vez que em se tratando do sujeito com TEA, considera-se
importante o dialogo multidisciplinar entre todos os envolvidos no acompanhamento
do portador desse transtorno a fim de proporcionar um processo de adaptação mais
positiva na sociedade. Considera-se importante destacar que a relação dos
profissionais com a família é fundamental no processo de atendimento,
acompanhamento e desenvolvimento do autista pois, podem trazer avanços no campo
social, educação e de inclusão.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Camila Stor. Baralho do modelo cognitivo para adultos: psicoeducação


dos pensamentos, sentimentos e comportamentos. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2018.

ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA. Manual Diagnóstico e Estatístico de


Transtornos Mentais, Quinta Edição (DSM-V):Arlington, VA: Associação Americana
de Psiquiatria, 2013.

ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA. Manual Diagnóstico e Estatístico de


Transtornos Mentais, Quinta Edição (DSM-V). Arlington, VA: Associação
Americana de Psiquiatria, 2013.

BAHLS, S. C. & Navolar, A. B. B. Terapia cognitivo-comportamentais: conceitos e


pressupostos teóricos. Psico UTP Online, nº 04, 2010. Disponível em:
<http://www.utp.br/ psico.utp.online/site4/terapia_cog.pdf >. Acesso em 16 de abril de
2020.

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

BAIO J, Lazarus C, Autry A, Avchen RN, Van Naarden Braun K. Impact of postcensal
versus intercensal population estimates on prevalence of selected
developmental disabilities metropolitan. Atlanta, Georgia, 1991–1996. Am J Ment
Retard 2009;112:462–6.

BAIO, J. et al. Prevalência de Transtorno do Espectro do Autismo entre adultos


e adolescentes - Rede de Monitoramento do Autismo e Deficiências do
Desenvolvimento, Estados Unidos, 2014.

BAPTISTA CLÁUDIO ROBERTO, Cleonice Bosa. Autismo e educação: Reflexões


propostas de intervenção. Porto Alegre, Artmed, 2002.

BARON COHEN, Lai, M. Identificando a geração perdida de adultos com


condições do espectro do autismo. Departamento de Psiquiatria, Universidade de
Cambridge, Cambridge, Reino Unido, 2015.

BECK, J. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed,


2014.

BHATTACHARJEE, D., Rai, A. K., Singh, N. K., Kumar, P., Munda, S. K., & Das, B.
Psychoeducation: A measure to strengthen psychiatric treatment. Delhi
Psychiatric Journal, 14(1),33-39. 2016.

BORBA, M. M. C.; BARROS, R. S. Ele é autista: como posso ajudar na intervenção?


Um guia para profissionais e pais com crianças sob intervenção
analíticocomportamental ao autismo. Cartilha da Associação Brasileira de Psicologia
e Medicina Comportamental (ABPMC), 2018.

BORGES, Manuela e SHINOHARA, Helene. Síndrome de Asperger em paciente


adulto: um estudo de caso. Rev. bras.ter. cogn. 2013, vol.8, n.1, pp. 41- 48. ISSN
1982-3746.

BRITES, Clay. Mentes únicas - São Paulo: Editora Gente, 2019.

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

CAIANA, Fred; REICHOW, Brian; MCPARTLAND, James. Adultos com distúrbios


do espectro do autismo. Nova York, Springer, 2016.

CDC- CENTRO DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS. Departamento de


Saúde e Serviços Humanos dos EUA. Biossegurança em Laboratórios Biomédicos
e de Microbiologia. 15ª edição. Washington. EUA. 2014. Tradução: Ministério da
Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Brasília, DF. 2016.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo: Prentice Hall, 2013.

DIAS SANDRA. Asperguer e sua síndrome em 1944 e na atualidade. Rev. Latino


americana. vol.18 no.2 São Paulo jun. 2015.

FECTEAU S, Mottron L, Berthiaume C, et al. Mudanças no desenvolvimento de


sintomas autistas. Autismo. Setembro de 2017; 7 (3): 255-68.

FONSECA, Maria Elisa Granchi; CIOLA, Juliana de Cássia Baptistella. O programa


TEACCH: estrutura e formas de aplicação na realidade brasileira. Pirassununga, v.1,
2009.

GADIA, Carlos. Aprendizagem e autismo: transtornos da aprendizagem: abordagem


neuropsicológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2014.

GAUDERER, C. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento – Guia Prático Para


Pais e Profissionais. 14º ed. revista e ampliada. Revinter, 2014.

GIL ANTÔNIO CARLOS. Como elaborar projetos de pesquisa, 6º ed. Atlas, 2017.

GUPTA, A. & State, Autismo: genética. Revista Brasileira de Psiquiatria, 28, 29-38,
2006.

HESSELMARK, Eva, Stephanie e Bejerot, Susanne. Grupo cognitivo terapia


comportamental e atividade recreativa em grupo para adultos com autismo: Um
estudo clínico randomizado preliminar. Autism 2014. Vol. 18 (6) 672-683.

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

KANNER, L. Affective disturbances of affective contact. The Nervous Child, 2, 217


- 250. 1943.

KNAPP, BECK. Princípios fundamentais da terapia cognitiva. Terapia cognitivo-


comportamental na prática psiquiátrica (pp. 19-41). Porto Alegre. Artmed, 2011.

KWEE, Caroline Sianlian; Marinho Tania Maria; Atherino, Ciríaco Cristóvão Tavares.
Autismo: uma avaliação transdisciplinar baseada no programa TEACCH. Rev.
CEFAC, São Paulo, v. 11, supl. 2, p. 217-226, 2018.

LIMA, Maria Cecília & Dilascio. Mariana. Treinamento de habilidades sociais na


Síndrome de Asperger. Rev debates em psiquiatria. Jan/fev 2016. Disponível em <
http://abp.org.br/rdp16/01/RDP_1_201602.pdf> acesso em 14 de Abril 2 de 2020.

LINHARES, M. B. M., Carvalho, A. E. V., Padovani, F. H. P., Bordin, M. B., Martins, I.


M. B., & Martinez, F. E. Compreensão do fator de risco da prematuridade sob a ótica
desenvolvimental. São Paulo, 2012. Casa do Psicólogo.

LOVAAS, O. Ivas; SMITH, Tristam. Una teoria conductual comprehensiva del


autismo como paradigma para investigación y tratamiento. 2010 Disponível em
<http://www.comportamental.com>. Acesso em 23 março de 2020.

MELLO, A.M. S. R. & Vatavuk, M.C. Autismo: Guia Prático. 5 ed. São Paulo: AMA;
Brasília: Corde, 2007.

MIZAEL TÁHCITA MEDRADO; Ana Lúcia Rossito Aiello. Revisão de estudos sobre o
Picture Exchange Communication System (PECS) para o ensino de linguagem a
indivíduos com autismo e outras dificuldades de fala. Rev. bras. educ.
espec. vol.19 no.4 Marília Oct./Dec. 2013.

MONIZ, A. A terapia Cognitivo Comportamental e seus benefícios. Universidade


do Minho; 2007.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Estatística Internacional de


Doenças e Problemas Relacionados à Saúde: CID-10 Décima revisão. Trad. do

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

Centro Colaborador da OMS para a Classificação de Doenças em Português. 3 ed.


São Paulo: EDUSP; 1996.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. OMS divulga nova Classificação


Internacional de Doenças (CID 11). Brasília, DF: OPAS, 2018. Disponível em:
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5702:oms
divulga-nova-classificacao-internacional-de-doencas-cid-11&Itemid=875. Acesso em
15 de setembro de 2020.

RAMOS, J, Xavier, S, Morins. Perturbações do espectro do autismo no adulto e


suas comorbilidades psiquiátricas. Psilogos 10(2): 9-23. American Psychiatric
Association 2014.

REICHOW, B. Overview. Of meta-analyses on early intensive behavioral


intervention for young children with autism spectrum disorders. Journal of
Autism and Development Disorders, 42(4), 512-520, 2012.

ROBERTSON, S. M. Neurodiversity, quality of life, and autistic adults: shifting


research and professional focuses onto real-life challenges. Disability Studies
Quarterly, v. 30, n. 1, 2015.

SAMPAIO. L. Um estudo preliminar sobre a construção da comunicação com


autistas. XII Simpósio Brasileiro Autismo e Seus Desafios. Goiânia, 2005.

SANTOS, Ana Maria Tarcitano. Autismo: desafios na escolarização de adultos


autistas. Centro de Referências em Distúrbios de Aprendizagem. São Paulo: CRDA,
2017.

SELTZER MM, Shattuck P, Abbeduto L, et al. Trajetória de desenvolvimento em


adolescentes e adultos com autismo. Ment Retard Dev Disabil Res Rev. 10 (4):
234-47, 2017.

SERRA, Felipe. Desafios e possibilidades para a pessoa com autismo. São Leopoldo:
Pandorga, 2014.

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

SILVA, Micheline and MULICK, James. Diagnosticando o transtorno


autista: aspectos fundamentais e considerações práticas. Psicol. cienc.
prof. [online]. 2009, vol.29, n.1, pp.116-131. ISSN 1414-9893.

SILVEIRA, José Carlos. Atuação do psicólogo frente aos transtornos globais do


desenvolvimento. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 24, n. 2, June 2015.

SOARES, L. Programa de Apoio Pedagógico e inclusão: um estudo de caso com


autistas. Revista da ABEM, Londrina. v. 20 n. 27, p. 55-64, 2012.

UNG, D., Selles, R., Small, B. J., & Storch, E. A. (2015). A systematic review and
meta-analysis of cognitive-behavioral therapy for anxiety in youth with high-
functioning autism spectrum disorders. Child Psychiatry & Human Development,
46(4), 533-547.

WHIT, Thomas. O desenvolvimento do autismo. São Paulo: M. Books, 2013.

ZEEDYK M. Suzanne, Phoebe Caldwell e Clifford E. Davies. Com que rapidez a


Interação Intensiva promove o engajamento social para adultos com profundas
dificuldades de aprendizagem? European Special Needs Education, 24: 2, 119-137,
2010.

Enviado: Outubro, 2020.

Aprovado: Dezembro, 2020.

RC: 67490
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/descoberta-tardia

Você também pode gostar