Chomsky. A Reinvenção Da Linguística
Chomsky. A Reinvenção Da Linguística
Chomsky. A Reinvenção Da Linguística
Prefácio............................................................................................................................................................................. 7
Noam Chomksy
Introdução................................................................................................................................................................ 9
Estruturas sintáticas
e a reinvenção da teoria linguística. ............................................................................ 27
Gabriel de Ávila Othero e Sergio de Moura Menuzzi
O Programa Minimalista...................................................................................................................101
Marcelo Amorim Sibaldo e Adeilson Pinheiro Sedrins
Os cinco problemas para a teoria linguística
O problema de Humboldt...............................................................................................................125
Marcus Vinicius Lunguinho e Mariana Terra Teixeira
O problema de Platão...........................................................................................................................143
Ruth Lopes
O problema de Descartes.................................................................................................................157
Marcus Maia
O problema de Broca............................................................................................................................175
Aniela Improta França
O problema de Wallace-Darwin.............................................................................................197
Vitor A. Nóbrega
Os organizadores....................................................................................................................................217
Os autores.............................................................................................................................................................219
Prefácio
Noam Chomsky
base sólida, tornou-se possível abordar alguns desses desafios de maneira eficaz
(enfatizarei alguns). Esse empreendimento tem sido frequentemente abordado den-
tro do “modelo biolinguístico”, que reconhece a faculdade da linguagem humana
como um componente da mente e, em última instância, do cérebro. Ficou claramente
entendido, pela década de 1950, como um objeto finito (o cérebro) poderia, em
princípio, gerar o conjunto infinito de pensamentos linguisticamente expressáveis
e externalizá-los via algum sistema sensório-motor, tipicamente a fala, embora
outras modalidades também sejam usadas, como no caso das línguas gestuais.
Nos anos que se seguiram, enorme progresso foi feito ao se determinar as
propriedades de línguas da mais ampla variedade tipológica, em um nível de
profundidade que, até então, nunca havia sido concebido; e, mais profundamente,
para se identificar os princípios que determinam as possíveis línguas humanas
e são responsáveis por explicar muitas de suas intrigantes propriedades básicas
(chamadas de “gramática universal”, GU, em trabalho recente, adaptando um termo
tradicional para uma nova abordagem). Progressos substanciais também foram ob-
tidos nas explicações sobre a aquisição do rico conhecimento linguístico que todos
os humanos possuem a partir de dados altamente empobrecidos, na determinação
de como a linguagem é percebida e interpretada, como o uso da linguagem está
implementado no cérebro e, nos últimos anos, como essa propriedade da espécie
pode ter evoluído. Ainda obscura é a questão sobre como a linguagem é produzida
em seu modo criativo normal, um mistério que permanece nos horizontes remotos
da investigação para a ação voluntária geral.
Trabalhos recentes sugerem que os princípios da GU podem ser bastante simples,
produzindo propriedades intricadas das línguas através de interações com princípios
de complexidade computacional que estão dissociados da linguagem – questões
agora nas fronteiras da investigação, juntamente com outras que surgem em todos
os domínios brevemente revisitados.
O estudo da linguagem está, em todos os seus aspectos, em um estágio muito
estimulante, com constantes novas descobertas e ideias frutíferas. As questões
que os estudantes estão explorando hoje não poderiam sequer ter sido formu-
ladas há poucos anos. As perspectivas de investigação são muito atraentes e há
razão para antecipar que elas podem produzir insights perspicazes sobre o tipo
de criaturas que somos.
(Os organizadores agradecem a gentileza de Noam Chomsky ao escrever o prefácio desta obra. Agradecemos
também a Vitor Nóbrega por ter auxiliado na interlocução com Chomsky com relação a nosso livro. A tradução
deste prefácio foi feita pelos organizadores (Eduardo e Gabriel), com o auxílio de Vitor.)
Introdução
Os organizadores