Apostila Desenho Tecnico PDF
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MMA - BÁSICO
CAPÍTULO 2
2-1
A sua principal finalidade é mostrar o re- aeronave. Ele mostra as medidas necessárias
lacionamento das várias partes. Um desenho de para a localização de peças específicas, com re-
conjunto é, normalmente, mais complexo que lação às outras peças e dimensões de referên-
um desenho detalhado e, é freqüentemente, cias, que são de ajuda em posterior trabalho na
acompanhado de desenhos detalhados de várias oficina. (Veja desenho de montagem na da figu-
partes. ra 2-1.)
BLOCO DE TÍTULOS
2-2
Em uma aeronave, muitas peças do lado
esquerdo se parecem com peças do lado direito,
porém invertidas. As peças do lado esquerdo
são sempre mostradas no desenho. As peças
direitas são identificadas no campo título. Aci-
ma do campo título se encontrará uma anotação;
tal como: 470204-1 LH, é o mostrado; 470204-
2RH é o oposto. Estas partes têm o mesmo nú-
Figura 2-2. Bloco de Títulos. mero, mas a peça referida é classificada pelo
número de referência.
1. Um número do desenho, para identificar a Algumas plantas têm números ímpares
planta para fins de arquivo, e para evitar para peças esquerdas, e números pares para pe-
confusão dela com outra planta; ças direitas.
2. O nome da peça ou conjunto; Sistema de numeração universal
3. A escala;
4. A data; O sistema de numeração universal, dá os
meios de identificação de desenhos do tamanho
5. O nome da firma; e
padrão. Nesse sistema cada desenho consiste de
6. O nome do desenhista, do revisor e da pes- 6 ou 7 dígitos. O primeiro é sempre 1, 2, 4 ou 5
soa que aprovou o desenho. (figura 2-3), e indica o tamanho do desenho. Os
demais dígitos identificam o desenho. Muitas
Números de desenhos ou de plantas firmas têm modificado este sistema básico para
acomodá-lo às suas necessidades particulares.
Todas as plantas são identificadas por As letras podem ser usadas em lugar dos
um número, que aparece no canto inferior direi- números. A letra ou número representando o
to do bloco de título. Ele pode também aparecer tamanho do desenho padrão pode prefixar o
noutros lugares; tais como o canto superior di- número, separando-o por um traço.Outros sis-
reito ou no verso da planta. Em ambas as extre- temas de numeração proporcionam um campo
midades o número aparecerá quando a planta separado, antes do número do desenho, para
estiver dobrada ou enrolada. identificar o tamanho do mesmo. Em outras
A finalidade da numeração é a rápida i- modificações deste sistema, o PN do conjunto
dentificação da planta. Caso uma planta tenha descrito é usado como o número do desenho.
mais de uma folha, e todas tenham o mesmo
número, esta informação é incluída no bloco de
números indicando o número da página e o nú-
mero total de páginas.
Referências e extensões
2-3
de material necessário e a origem da peça ou
material.
Em desenhos, que não dão lista de mate-
rial, a informação pode ser observada direta-
mente no desenho.
Em desenhos de montagem, cada item é Figura 2-5 Bloco de revisão.
identificado por um número em um círculo, ou
em um quadrado. Uma seta ligando o número ao Notas
item, ajuda a localização na lista de materiais.
Notas são acrescentadas aos desenhos por várias
razões. Algumas dessas notas referem-se aos
métodos de montagem ou de construção. Outras
dão alternativas, para que o desenho possa ser
usado em diferentes estilos do mesmo objeto.
Ainda outras, enumeram as modificações que
estão disponíveis.
As notas podem ser encontradas ao lado
do item, ao qual elas se referem. Se as notas fo-
rem muito longas, podem ser colocadas em ou-
tros lugares do desenho e identificadas por le-
tras ou números. As notas são usadas, quando a
Figura 2-4 Lista de material. informação não pode ser transmitida, na manei-
ra convencional, ou quando é desejável evitar o
enchimento do desenho. A figura 2-1 ilustra um
OUTRAS INFORMAÇÕES método de apresentação de notas.
Quando a nota se refere a uma peça es-
Bloco de revisão pecífica, traça-se uma seta da nota até a peça. Se
a nota se aplica a mais de uma peça, ela deve ser
Revisões em um desenho são necessárias explícita, a fim de que não deixe dúvidas quanto
para mudança de dimensões, modelo ou materi- as peças nas quais ela se aplica. Quando existi-
ais. rem muitas notas, normalmente elas deverão ser
As mudanças são normalmente listadas mantidas juntas e numeradas consecutivamente.
em colunas adjacentes ao bloco de título, ou em
um canto do desenho. Zoneamento
Todas as mudanças aprovadas para um
desenho devem ser cuidadosamente anotadas, O zoneamento em desenho, é semelhante
em todas as plantas existentes daquele desenho. aos números e letras impressos nas bordas de
Quando o desenho contém correções, as um mapa. Eles estão ali, para auxiliar a locali-
mudanças são classificadas por letras ou núme- zação de um determinado ponto. Para encontrar
ros; e listadas, após estes símbolos, em um blo- um ponto, mentalmente trace uma linha hori-
co de revisão (figura 2-5). zontal e uma vertical, partindo dos números e
O bloco de revisão, contém o símbolo de letras especificados. O ponto de intercessão é a
identificação (letra ou número), a data, a nature- área procurada.
za da revisão; quem autorizou a mudança, e o Use o mesmo método para localizar par-
nome do desenhista, que efetuou a mudança. tes, seções e vistas em desenhos grandes, parti-
Para diferenciar o desenho corrigido de cularmente desenhos de conjuntos. Peças nume-
sua versão original, muitas firmas estão inclu- radas no bloco de títulos podem ser localizadas
indo, como parte do bloco de título; um espaço nos desenhos, procurando-se os números nos
para colocar o símbolo apropriado, para esclare- quadrados ao longo da borda inferior. Os núme-
cer que o desenho foi mudado ou revisado. ros de zoneamento são lidos da direita para a
esquerda.
2-4
Números de estação que a peça será aceitável se não for .0025 maior
do que a dimensão dada .225, ou não mais do
Um sistema de numeração é usado em que .0005 menor do que a dimensão .225. A to-
grandes conjuntos da aeronave para localizar es- lerância neste exemplo, é de .0030 (.0025 max +
tações como as cavernas da fuselagem. Caverna .005 min).
da estação da fuselagem 185 (Fuselage Frame - Se as tolerâncias a mais ou a menos fo-
Sta 185) indica que a caverna está a 185 polega- rem iguais, você as encontrará assim: .224 +
das do ponto de referência da aeronave. A medi- .0025. A tolerância seria então .0050. A tole-
ção é normalmente tirada a partir do nariz ou rância pode ser indicada de forma fracionária ou
estação zero; mas em alguns casos, pode ser ti- decimal. Quando forem necessárias dimensões
rada da parede de fogo, ou algum outro ponto muito precisas, serão usados decimais. Tolerân-
escolhido pelo fabricante. cias em fração são suficientes quando não são
O mesmo sistema de numeração de esta- necessárias dimensões precisas. Tolerâncias pa-
ção é usado para asas e estabilizadores. A medi- drão de -.010 ou -1/32 podem ser dadas no blo-
da é tirada da linha de centro ou estação zero da co título de muitos desenhos, para aplicação nos
aeronave. mesmos.
Marcas de acabamento
MÉTODOS DE ILUSTRAÇÃO
Marcas de acabamento são usadas para
indicar as superfícies que devem ter um acaba-
mento por máquina. As superfícies acabadas Inúmeros métodos são usados para ilus-
têm uma aparência melhor e permitem um en- trar objetos graficamente. Os mais comuns são
caixe mais justo com outras peças. Durante o desenhos, projeções ortográficas e diagramas.
processo de acabamento, os limites e tolerâncias
requeridos devem ser observados. Não confun- Desenhos pictoriais
dir "acabamento por máquina" com aqueles "por
pintura, esmalte, cromagem e coberturas seme- Um desenho pictorial (fig 2-6), é similar
lhantes". a uma fotografia. Mostra o objeto como ele apa-
rece aos olhos, mas não é satisfatório para mos-
trar formas e formatos complexos. Desenhos
pictoriais são úteis para mostrar a aparência de
um objeto, e são muito usados com projeções
ortográficas. Desenhos pictoriais são usados em
manutenção, revisões gerais e número de partes
(P/N).
2-5
Se as linhas do objeto forem desenhadas A vista principal mostra o controle com-
em cada face, e a caixa for aberta como mostra- pleto, enquanto o detalhe é um desenho aumen-
do em (B); quando completamente aberta como tado de uma parte do controle.
em (C); o resultado será uma projeção ortográfi-
ca de seis lados.
Raramente se faz necessário mostrar os
seis lados para descrever um objeto; por isso,
apenas aquelas vistas necessárias para ilustrar as
características requeridas do objeto são dese-
nhadas.
Os desenhos mais comuns são os de
uma face, duas faces e de três faces.
Com qualquer número de faces, o pa-
drão é o mostrado na Fig 2-7, com a vista fron-
tal sendo a principal.
Se a face direita é mostrada, estará à di-
reita da frontal. Se o lado esquerdo é mostrado,
estará à esquerda.
As faces de cima e de baixo, se incluí-
das, serão mostradas nas respectivas posições
em relação à posição frontal.
Desenhos de uma face são comumente
usados para objetos de largura uniforme, como Figura 2-7 Projeção ortográfica.
gaxetas, espaçadores e placas. Uma nota de di-
mensão dá a espessura como mostrado na figura Vista Seccionada
2-8.
Desenhos de uma face são, também, co- Uma secção ou vista seccionada é obtida
muns para peças cilíndricas, esféricas ou qua- cortando parte do objeto para mostrar a forma e
dradas, se todas as dimensões necessárias são a construção no plano cortado. O corte das par-
bem representadas em uma face. tes são mostrados pelo uso de linhas de secção
Quando o espaço é limitado, e for neces- (sombreado).
sário mostrar duas faces, objetos simétricos são Vistas seccionadas são usadas quando a
freqüentemente representados por meias faces, construção interior, ou componentes internos de
como ilustrado na fig 2-9. um objeto não podem ser mostrados claramente
Desenhos de aeronaves raramente mos- por vistas exteriores.
tram mais do que duas vistas principais, ou Por exemplo, na fig 2-11, uma vista sec-
completas de um objeto. cionada de um cabo coaxial mostra a construção
Ao contrário, geralmente haverá uma interna do conector. Isto é conhecido como sec-
vista completa e uma ou mais vistas de detalhes ção cheia.
ou seccionadas. Outros tipos de secções são descritas nos
parágrafos seguintes.
Vista de detalhes Meias Secções
Uma vista de detalhe mostra apenas par- Na meia secção, o plano de corte é feito
te de um objeto, porém bem detalhado e em somente seccionando o objeto pelo meio, - uma
escala maior do que a da vista principal. metade do objeto fica como vista exterior.
A parte mostrada do detalhe é normal-
mente destacada com uma linha escura na vista
principal. A figura 2-10 é um exemplo do uso
de vista de detalhes.
2-6
Figura 2-8 Desenho de uma face.
As meias secções são usadas com vanta- Figura 2-10 Vista de detalhe.
gem em objetos simétricos, para mostrar a parte
interior e exterior.
Secção rebatida
Secção removida
2-7
Figura 2-14 é uma ilustração de seção
removida. A seção A.A. mostra a forma do corte
transversal do objeto cortado pela linha do pla-
no A.A. A seção B.B. mostra a forma do corte
transversal cortado pela linha do plano B.B.
Estas vistas seccionadas são desenhadas na
mesma escala da vista principal; no entanto,
como já mencionado, elas são freqüentemente
desenhadas numa escala maior para destacar de-
talhes pertinentes.
Linhas de centro
Linhas de cota
2-8
contorno do objeto e entre vistas, se mais que
uma vista é mostrada.
Todas as dimensões e letras são coloca-
das de modo que elas sejam lidas da esquerda
para a direita. A dimensão de um ângulo é indi-
cada colocando o grau do ângulo em seu arco.
As dimensões da parte circular são sempre da-
das em termos do diâmetro do círculo e, usual-
mente, com a letra D ou a abreviação DIA, se-
guindo a dimensão.
A dimensão do arco é dada em termos de
seus raios, e é marcada com a letra R após a
dimensão. Linhas de cota paralelas são coloca-
das, de modo que, a maior dimensão esteja mais
afastada da linha de contorno, e a menor dimen-
são esteja mais perto da linha de contorno do
objeto. Num desenho mostrando diversas vistas, Figura 2-15 O significado das linhas.
as linhas de cota serão colocadas sobre cada
vista, para mostrar seus detalhes com um me-
lhor aproveitamento.
No dimensionamento de distâncias entre
furos no objeto, as dimensões são usualmente
dadas, de centro a centro, ao invés da parte ex-
terna à parte externa.
Quando o número de furos de vários ta-
manhos são mostrados, os diâmetros desejados
são dados em uma líder, seguida pelas notas de
identificação das máquinas de operação para Figura 2-16 Correto uso das linhas.
cada furo. Se uma parte tem três furos de igual
tamanho, igualmente espaçados, esta informa-
ção é dada. Para trabalhos de precisão, os tama-
nhos são fornecidos em decimais. Diâmetros e
As meias secções são usadas com vantagem em
objetos simétricos, para mostrar a parte interior
e exterior.
profundidades são fornecidos para furos escari-
ados. Nestes, o ângulo de escariar e o diâmetro
são dados. Estude os exemplos mostrados na
figura 2-17.
As dimensões, dadas para encaixe signi-
ficam a quantidade de folga permitida entre os
pontos móveis.
Uma tolerância positiva permitida é in-
dicada para a parte que é móvel, ou girada sobre
a outra parte. Uma tolerância negativa é um
dado para a força conveniente. Sempre que
possível, a tolerância e as folgas desejadas
devem estar conforme as estabelecidas no Pa-
drão Americano de tolerâncias, Folgas e
Medidores, para encaixes metálicos. As classes Figura 2-17 Dimensionamento de furos.
de encaixe, especificadas nos padrões, devem
ser indicadas nos conjuntos de desenhos.
2-9
Linhas líderes Linhas ponteadas ou interrompidas
Líderes são linhas sólidas, com uma seta Linhas ponteadas (pontos de costura) ou
numa das pontas, e indicam uma parte ou por- interrompidas, ou ainda costuradas, consistem
ção de uma nota, número, ou uma outra referên- de uma série de pequenos traços, espaçados re-
cia. gularmente.
Linhas de ruptura indicam que uma por- Linhas de corte indicam o plano no qual
ção do objeto não é mostrada no desenho. Para uma vista seccional do objeto é tomada. Na fi-
pequenas rupturas as linhas são feitas sólidas, e gura 2-16, a linha de corte A-A indica o plano
à mão livre. no qual a seção A-A foi tomada.
Longas rupturas são feitas com linhas Vista de corte indica o plano do qual
sólidas, com régua e ziguezagues intercalados.. uma superfície é vista.
Eixos, hastes, tubos e outras partes que
têm uma porção de seu comprimento interrom- INTERPRETANDO DESENHOS
pido, têm o final da interrupção como indica a
figura 2-16. Um desenho não pode ser interpretado
todo de uma vez, do mesmo modo que, uma
Linhas fantasmas planta inteira não pode ser interpretada numa
olhadela.
Linhas fantasmas indicam a posição al- Ambos devem ser interpretados uma li-
ternada de partes do objeto, ou da posição rela- nha de cada vez. Interpretar um desenho, efeti-
tiva de uma parte perdida. vamente, segue um procedimento sistemático.
Linhas fantasmas são compostas de um Na abertura de um desenho, leia o núme-
longo e dois curtos traços, espaçados regular- ro do desenho e a descrição do artigo. Depois
mente. cheque qual é o modelo, a última alteração, e o
próximo conjunto listado. Tendo determinado
Linhas de hachuras que o desenho está correto, prossiga na leitura
das ilustrações.
Linhas de hachuras indicam superfícies Na interpretação de um desenho de mui-
expostas do objeto, na vista seccionada. Elas tas vistas, primeiro pegue a idéia geral da forma
são geralmente finas, cheias, mas devem variar do objeto pela discriminação de todas as vistas,
com a espécie de material mostrado na seção. então selecione uma vista para um estudo mais
As meias secções são usadas com vanta- cuidadoso. Checando a vista adjacente várias
gem em objetos simétricos, para mostrar a parte vezes, será possível determinar o que cada linha
interior e exterior. representa.
Cada linha de uma vista representa uma
Linhas ocultas troca na direção da superfície, mas outra vista
deve ser consultada para determinar qual foi a
Linhas ocultas indicam margens invisí- troca.Por exemplo, um círculo sobre uma vista
veis ou contornos. Linhas ocultas são feitas de pode significar um furo ou uma saliência, como
traços curtos espaçados regularmente e, são fre- na vista superior do objeto na figura 2-18.
qüentemente, classificadas como linhas traceja- Olhando a vista superior, vemos dois
das. círculos; no entanto a outra vista deve ser con-
sultada para determinar o que cada círculo re-
Linhas de contorno ou de arestas visíveis presenta. Uma olhada em outra vista nos infor-
ma que o pequeno círculo representa um furo; e
Linhas de contorno ou de arestas são o grande representa uma saliência. -Do mesmo
usadas em todas as linhas do desenho, represen- modo, a vista superior deve ser consultada para
tando as linhas visíveis do objeto. determinar a forma do furo e da saliência.
2-10
Pode ser visto neste exemplo, que uma mas, ao invés de usar sinais de mais (+) ou me-
pessoa não pode interpretar um desenho com nos (-) para tolerância, fornecem a dimensão
uma simples olhada, quando mais de uma vista completa para ambas as tolerâncias.
é dada. Duas vistas nem sempre descreverão o Por exemplo, se uma dimensão é duas
objeto e, quando três vistas são dadas, todas três polegadas com um mais (+) ou menos (-) tole-
devem ser consultadas para se ter certeza de que rância de 0.01, o desenho deveria mostrar a di-
a forma está sendo interpretada corretamente. mensão total como: 2.01 e 1.99. A tolerância
Após determinar a forma de um objeto, isenta (normalmente achada no bloco de título)
determine seu tamanho. Informação de dimen- é uma tolerância geral que pode ser aplicada
são e tolerância são dadas para se ter certeza para partes onde as dimensões não são críticas.
que o desenho correto será encontrado. Onde a tolerância não é mostrada na linha de
cota, aplica-se a tolerância da planta.
Para completar a interpretação de um
desenho, lê-se as notas gerais e o conteúdo do
bloco de material; cheque e ache as várias modi-
ficações incorporadas, e leia as informações es-
peciais dadas nas, ou próximas das vistas e se-
ções.
DIAGRAMAS
2-11
Figura 2-19 Exemplo do diagrama de uma instalação (Sistema de trava dos comandos).
2-12
Figura 2-20 Esquema de sistema hidráulico de aeronave.
Diagramas esquemáticos desse tipo são Os fluidos escoam para o lado aliviado
usados, principalmente na solução de proble- do sistema, para a válvula de alívio; e, através
mas. Note que cada linha é codificada para faci- da válvula de cheque, a qual manterá a pressão
litar a leitura e seguir o fluxo. que estiver além deste ponto.
Cada componente é identificado pelo nome, e A pressão é então direcionada através de
sua localização no sistema pode ser verificada todas as linhas condutoras para cada válvula
observando-se as linhas que entram e saem da seletora, onde é checado se nenhuma unidade
unidade. está sendo operada.
Ao seguir o fluxo do fluido através do A pressão aumenta na linha de
sistema, pode ser visto que as bombas, impulsi- condução para a abertura de controle da válvula
onadas pelo motor, recebem um suprimento de de descarga, e começa a carregar o sistema a-
fluido vindo do reservatório. Uma válvula de cumulador.
cheque unidirecional é instalada em ambas as A pressão para carregar o acumulador do
linhas de pressão das bombas direita e esquerda, freio é conduzida, através da válvula de cheque
de maneira que a falha de uma delas não faça incorporada. Na válvula de alívio térmico; isto
com que a pressão da outra se torne ineficaz.
2-13
impede que a pressão retorne para o sistema Como tal, um esboço deve prover todas
geral. as informações necessárias para aqueles que fa-
bricarão a peça.
O mecânico não precisa ser um artista de
renome. Entretanto, em muitas situações ele
precisará preparar um desenho para apresentar
uma idéia a um novo projeto, uma modificação
ou um método de reparo. O meio termo na con-
fecção do esboço é um excelente meio para con-
seguir isto.
As regras e práticas convencionais para a
confecção de desenhos mecânicos são seguidas,
de forma que, todas as vistas necessárias para
representar um objeto com precisão são mos-
trados em suas devidas proporções.
Também é necessário observar as regras
Figura 2-21 Etapas de um esboço. para o uso correto das linhas (figuras 2-15 e 2-
16) e as dimensões.
Embora o acumulador do sistema geral Para fazer um esboço, primeiro deter-
inicie o carregamento ao mesmo tempo, ele não mine quais as vistas necessárias para representar
carregará tão rápido, porque o fluido passa atra- o objeto; então esboce estas vistas, usando li-
vés de uma válvula limitadora. A pressão do sis- nhas leves de construção.
tema geral sangrará para o sistema de freios,
sempre que a pressão dos mesmos cair abaixo
da do sistema.
Tão logo a pressão alcance o limite da
válvula de alívio, esta abrirá ligeiramente. A
pressão do sistema geral aumenta até alcançar o
valor estabelecido como pressão operacional do
sistema.
Neste ponto, através da linha de condu-
ção para o componente de controle da válvula
de descarga, a pressão manterá a válvula de alí-
vio e descarga completamente aberta.
A pressão armazenada no sistema pela
válvula de cheque unidirecional mantém a vál-
vula aberta para criar um circuito inativo, o qual
prevalecerá até que alguma unidade do sistema
hidráulico seja operada.
Diagramas esquemáticos, como diagra-
mas de instalação, são usados extensivamente
em manuais de aeronaves.
ESBOÇOS DE DESENHO
Figura 2-22 Símbolos dos materiais.
Um esboço é um simples desenho de Em seguida complete os detalhes, escu-
rascunho, que é feito rapidamente e sem muito recendo o contorno do objeto, e esboce as linhas
detalhe. Esboços podem ter muitas formas de uma sim- de extensão e de cota.
ples apresentação fotográfica até uma projeção ortográfi- Complete o desenho adicionando obser-
ca com várias vistas. vações, dimensões, títulos, datas; e, quando ne-
Um esboço é freqüentemente desenhado cessário, o nome de quem fez o esboço. Os pas-
para uso na fabricação de um componente subs- sos na confecção do esboço de um objeto são
tituído. ilustrados na figura 2-21.
2-14
O grau de detalhamento do esboço de-
penderá do uso pretendido. Obviamente, um CUIDADOS COM INSTRUMENTOS DE
esboço usado somente para representar um obje- DESENHO
to pictorialmente não necessita ser dimensio-
nado. Bons instrumentos de desenho são fer-
Se um componente é para ser fabricado a ramentas de precisão caras. Um razoável cui-
partir do esboço, deve-se mostrar todos os deta- dado dispensado a elas durante seu uso e arma-
lhes necessários da construção. zenagem, prolongarão sua vida útil.
Réguas "T", esquadros e réguas gradua-
SÍMBOLOS DE DESENHO das, não devem ser usadas ou colocadas onde
suas superfícies ou quinas possam ser danifica-
Os desenhos para um componente con- das.
têm uma grande quantidade de símbolos e con- Use a prancha de desenho somente para
venções, representando sua forma e tipo de ma- os propósitos pretendidos, e não de uma manei-
terial. Os símbolos são a taquigrafia do desenho. ra que danifique a superfície de trabalho.
Eles, graficamente representam as característi- Compassos e canetas proporcionarão
cas do componente com uma quantidade míni- melhores resultados com menos aborrecimentos
ma do desenho. se possuírem forma correta, estiverem afiados e
não forem danificados por manuseio descuida-
Símbolos de material do. Guarde os instrumentos de desenho num
lugar, onde, provavelmente, não serão danifica-
Símbolos de linhas de hachuras mostram dos pelo contato com outras ferramentas ou e-
o tipo de material do qual o componente deverá quipamentos. Proteja as pontas do compasso,
ser construído. inserindo-os num pedaço de borracha macia ou
O material pode não ser indicado simbo- material similar. Nunca guarde as canetas tintei-
licamente quando, sua exata especificação, pre- ro sem primeiro limpá-las ou secá-las por com-
cisar ser mostrada em outro lugar no desenho. pleto.
Neste caso, o símbolo mais fácil para re-
presentar ferro fundido é usado para a secção. A MICROFILME
especificação do material é listada na nota de
materiais ou indicada em uma nota. A prática de gravação de desenhos, de
A figura 2-22 ilustra alguns símbolos catálogos de peças e manutenção de revisão em
padronizados de materiais. microfilmes, foi introduzida nos últimos anos.
O microfilme, é um filme regular de 16
Símbolos das formas ou 35 mm. Uma vez que o filme de 35 mm é
mais largo, ele proporciona uma melhor repro-
Os símbolos podem ser usados com ex- dução do desenho.
celente vantagem, quando se deseja mostrar a Dependendo do tamanho do desenho a
forma de um objeto. Símbolos de formas típicas, ser reproduzido, um número variado de dese-
usados em desenhos de aeronaves, são mos- nhos pode ser fotografado num rolo de filme de
trados na figura 2-23. Símbolos de formas são, 35 mm. Para ler ou ver desenhos, ou manuais
usualmente, mostrados em um desenho como num rolo de filme, você precisa de um projetor
uma seção rebatida ou removida. portátil de 35 mm, uma leitora ou visor de mi-
crofilmes.
Símbolos elétricos A vantagem do microfilme, é que diver-
sos rolos, os quais representam talvez centenas
Símbolos elétricos (figura 2-24), repre- de desenhos, requerem somente um pequeno
sentam vários mecanismos elétricos, ao invés de espaço para armazenagem.
um desenho real das unidades. Após ter-se a- Também, alguém trabalhando numa ae-
prendido os vários símbolos indicados, torna-se ronave, pode precisar se referir a uma área espe-
relativamente simples olhar um diagrama elétri- cífica.
co e determinar o que é cada unidade, qual sua
função, e como é ligada ao sistema.
2-15
Ele pode colocar o rolo do microfilme no
projetor, localizar o desenho ou informação de-
sejada, e pesquisar a referida área.
Se ele tiver que estudar um detalhe do
desenho, ou trabalhar com ele por um longo
tempo, uma reprodução fotográfica ampliada
pode ser feita usando-se o microfilme como um
negativo.
2-16
em favor de uma nova filmagem de todos os Com isto, desenhos de grande tamanho
desenhos relacionados. podem ser reproduzidos em moldes individuais
Um método, o qual permite que as corre- ou slides, e guardados em envelopes de papel
ções sejam feitas facilmente, é fotografar os de- regular mantidos em arquivo comum. Quando
senhos, cortar o filme em slides, colocando-os colocado contra a luz, este largo microfilme
dentro de envelopes e protetores transparentes e, pode ser lido a olho nu.
arrumá-los em sequências, para que os desenhos
desejados possam ser localizados rapidamente.
2-17