Caderno de Questoes R1 2019 (Ginecologia)
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Caderno de Questoes R1 2019 (Ginecologia)
de Questões
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Sumário
1 Questões para treinamento – Ginecologia....................................................................................5
2 Gabarito comentado....................................................................................................................................29
1
QUESTÕES PARA TREINAMENTO
Ginecologia
c) atender seu pedido após receber cópia de a) Candida glabrata, antifúngico, manutenção do
boletim de ocorrência do estupro e termo de DIU
aprovação de interrupção da gestação assina- b) Clamydia trachomatis, antibioticoterapia, ma-
do por 3 profissionais de saúde nutenção do DIU
d) atender o pedido mediante relatório médico e c) Actinomyces israelli, antiparasitário, retirada
termo de aprovação de interrupção da gesta- imediata do DIU
ção assinado por 3 profissionais de saúde d) Mycoplasma hominis, antibioticoterapia, reti-
e) rejeitar a solicitação pela impossibilidade de rada do DIU
se comprovar o estupro devido a atividade pro- e) vaginose bacteriana, antiparasitário, retirada
fissional da paciente do DIU
a) SUS-SP – 2019
50. No rastreamento de sífilis, o encontro de VDRL
negativo associado a dois testes treponêmi-
cos positivos, pode indicar:
a) negativo para sífilis recente
b) neurossífilis
c) sífilis tratada
d) falso positivo para sífilis
e) sífilis latente
UNCISAL – 2019
51. Mulher de 27 anos queixa-se de um odor de
peixe e de secreção vaginal. O exame de espé-
b) culo revela uma vagina eritematosa e bolhas
na cérvice. Qual o diagnóstico mais provável?
a) vaginite por cândida
b) vaginite por trichomonas
c) vaginose bacteriana
d) papiloma vírus humano
e) herpes vírus simples
UFT – 2019
52. Na patogênese das vulvovaginites há que
se considerar o papel da microbiota vaginal
como primeira linha de defesa eliminando os
microrganismos patogênicos. Em relação à
Vaginose bacteriana, assinale a alternativa IN-
CORRETA:
a) ocorre diminuição da flora de lactobacilos pro-
dutores de peróxido de hidrogênio (H2O2)
b) ocorre diminuição do PH em função da trans-
c) formação do glicogênio celular em ácido láctico
c) ocorre a formação de biofilmes epiteliais bac-
terianos que dificultam o tratamento
d) ocorre aumento da flora bacteriana vaginal
anaeróbica
e) ocorre uma disbiose com liberação de aminas
voláteis que levam ao odor fétido do corrimento
UFSC – 2019
53. Quanto à tricomoníase vaginal, assinale a al-
d) ternativa CORRETA:
a) os recém-nascidos de mães infectadas podem
contrair infecção durante o parto e apresenta-
rem febre e corrimento vaginal
b) pode ser uma doença sexualmente transmiti-
da, mas o parceiro deve ser tratado apenas se
for sintomático
c) o Tricomonas vaginalis se desenvolve melhor
no meio vaginal básico (pH entre 7 e 8), o que
ajuda o diagnóstico
d) devido ao tamanho do protozoário, a resposta
terapêutica é melhor com a aplicação tópica
do que com a administração oral do metroni-
dazol
e) a maioria das mulheres infectadas são sinto-
máticas e a principal queixa é o prurido
a) a conização pode ser um tratamento para o É correto afirmar sobre o seguimento destas
carcinoma no estádio Ib1, se houver desejo de pacientes, segundo as Diretrizes para Rastre-
manter a fertilidade amento do Câncer de colo do útero INCA-2016:
b) a sobrevida em 5 anos após tratamento de cân- a) Ana e Daniela deverão repetir o exame em 6
cer do colo uterino estádio I é em torno de 50% meses, Beatriz poderá repetir o exame com
c) todas as mulheres com laudo citopatológico intervalo de 3 anos, Cláudia deverá ser enca-
de ASC-H (Células escamosas atípicas de sig- minhadas para colposcopia
nificado indeterminado, quando não se pode b) Ana deverá repetir o exame em 6 meses, Bea-
excluir lesão intraepitelial de alto grau) devem triz precisa manter o controle com intervalo
ser encaminhadas para realização de histe- anual, Cláudia e Daniela deverão ser encami-
rectomia nhadas para colposcopia
d) a recorrência do câncer, após tratamento ade- c) Ana deverá repetir o exame em 6 meses, Bea-
quado, ocorre na maioria das vezes nos pri- triz poderá repetir o exame com intervalo de 3
meiros 2-3 anos de seguimento anos, Cláudia e Daniela deverão ser encami-
e) diante de um resultado de exame citopatológi- nhadas para colposcopia
co de LSIL (Lesão intraepitelial escamosa de d) Beatriz poderá repetir o exame com intervalo
baixo grau) a conduta na mulher com 30 anos de 3 anos, Ana, Cláudia e Daniela deverão ser
ou mais será a repetição desse exame num encaminhadas para colposcopia
e) Ana deverá repetir o exame em 12 meses,
UNITAU – 2019 Beatriz poderá repetir o exame com intervalo
69. Paciente, 25 anos, traz o resultado de seu pri- de 3 anos, Cláudia e Daniela deverão ser en-
meiro exame de preventivo: LSIL. Qual a con- caminhadas para colposcopia
duta mais adequada, conforme as diretrizes?
a) colposcopia SUS-SP – 2019
b) biópsia de colo 72. Mulher de 50 anos de idade, com carcinoma
c) teste para o HPV espinocelular de colo do útero que atinge o
d) repetir a citologia em 6 meses terço inferior da vagina, refere sangramento
e) colher nova citologia vaginal pequeno e diário. Não apresenta ou-
tras comorbidades e não é obesa. O tratamen-
UNIFESP – 2019 to indicado é:
70. Mulher, 27 anos de idade, retorna na UBS com a) radioterapia
resultado de citologia oncótica cervicovagi-
b) hormonioterapia e quimioterapia neoadjuvante
nal: ASCUS. Qual é a conduta adequada?
c) histerectomia total com colpectomia e linfade-
a) repetir a citologia após um ano
nectomia pélvica
b) realizar colposcopia
d) cirurgia de Werthein-Meigs
c) realizar biópsia de colo uterino
e) histerectomia ampliada, salpingooforectomia
d) fazer exérese da zona de transformação
bilateral, linfadenectomia pélvica e periaórtica
e) prescrever creme vaginal com antibiótico
Santa Casa-SP – 2019
UNESC – 2019
73. Uma paciente de trinta anos de idade, com o
71. Avalie os resultados de exames colpocitológi-
diagnóstico de carcinoma espinocelular do
cos do colo das pacientes abaixo:
colo uterino estádio 1A2, realizou cirurgia e
retornou no pós-operatório para avaliação de
Ana, 35 anos = Atipias em células escamosas radioterapia. Nessa situação hipotética, não é
de significado indeterminado – ASC-US (1a ci- indicação de radioterapia a presença de:
tologia alterada).
a) um tamanho tumoral acima de 5 cm, apenas
b) margens cirúrgicas comprometidas
Beatriz, 30 anos = Dentro dos limites da nor- c) invasão linfonodal
malidade no material examinado (fez o exame d) invasão de paramétrio
anualmente nos últimos 4 anos, sempre com e) invasão angiolinfática associada à invasão es-
este mesmo resultado). tromal de 2/3
d) o dispositivo intrauterino com cobre frequente- a) método contraceptivo reversível de longa du-
mente reduz o fluxo menstrual em duração e ração, pelo menos 3 anos, como o implante
quantidade subdérmico, dispositivo intrauterino ou siste-
e) estudos epidemiológicos identificaram um au- ma intrauterino liberador de levonorgestrel
mento do risco de tromboembolismo venoso b) método contraceptivo reversível de longa
em usuários de contraceptivos com progestá- ação acima de 5 anos, ou definitivo, como a
geno isolado laqueadura tubária e a vasectomia
c) método contraceptivo reversível não oral, como
UFT – 2019 adesivo e o anel vaginal, com pelo menos
101. A infertilidade é uma doença complexa com 3 anos de longa duração de uso
d) método contraceptivo oral reversível de uso
importantes implicações médicas, psicosso-
contínuo de longa duração, por pelo menos 5
ciais, demográficas e econômicas. A infertili-
anos de duração
dade tem sido considerada pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) como um problema
UFG – 2019
de saúde pública. Sobre a investigação do ca- 104. São complicações relacionadas ao uso do dis-
sal infértil, assinale a alternativa CORRETA: positivo intrauterino:
a) a histeroscopia é o exame padrão ouro para a) gestação múltipla e hiperplasia endometrial
avaliação da permeabilidade tubária b) gestação ectópica e miomas uterinos
b) FSH acima de 25 mUI/mL no terceiro dia do c) hiperplasia endometrial e doença inflamatória
ciclo menstrual é indicativo de uma adequada pélvica
reserva ovariano d) gestação ectópica e doença inflamatória pélvica
c) ovários policísticos no exame de ultrassono-
grafia em pacientes com ciclos regulares fecha Santa Casa-SP – 2019
o diagnóstico de fator ovariano de infertilidade 105. Um casal procurou o serviço de endocrino-
d) uma concentração de 3 milhões/ml de esper- logia ginecológica com queixa de infertilida-
matozoides em uma amostra seminal exclui de primária há um ano. Ela, com 35 anos de
fator masculino de infertilidade idade, queixava-se de irregularidade mens-
e) valores do hormônio antimüleriano inferiores a trual, negava doenças, era nuligesta e não ti-
1,0 ng/mL são altamente preditivos de baixa nha antecedentes familiares relevantes. Trou-
reserva ovariana xe ultrassonografia transvaginal com o útero
em anteversoflexão, ovário direito e esquerdo
UFT – 2019 com os volumes, respectivamente, de 15 mL e
102. Paciente de 21 anos, primípara, refere parto 16 mL, e múltiplos folículos antrais, sem pre-
normal há 01 mês, nega comorbidades, em
sença de folículo dominante. Mostrou histe-
amamentação exclusiva, deseja orientação de
rossalpingografia sem alterações. Além disso,
método contraceptivo hormonal oral. Segun-
apresentou exames de sangue com os seguin-
do o caso clínico, a conduta CORRETA é:
tes resultados: TSH, testosterona total, sulfato
a) indicar método hormonal oral somente com
de dehidroepiandrostenediona e 17 hidroxi-
progestágenos, podendo iniciar imediatamente
b) indicar método hormonal oral combinado, po- progesterona normais e FSH de 6 mUi/dl (nor-
dendo iniciar imediatamente mal até 12 mUI/dL). O exame de progesterona
c) indicar método hormonal oral somente com era compatível com fase folicular do ciclo. Ele,
progestágenos, devendo ser iniciado após 06 com 38 anos de idade, sem queixas, negou do-
semanas após o parto enças e antecedentes familiares e mostrou es-
d) indicar método hormonal oral combinado, de- permograma sem alterações. O médico, após
vendo ser iniciado após 06 semanas após o avaliação dos exames, realizou a prescrição
parto de citrato de clomifeno.
e) devido à amamentação exclusiva, paciente
não deve fazer uso de nenhum método hor- Com base nesse caso hipotético, assinale a
monal oral até 6 meses pós-parto alternativa CORRETA:
a) o uso do citrato de clomifeno na paciente é as-
FAMERP – 2019 sociado a um risco elevado de hiperestímulo
103. Paciente de 25 anos procura ambulatório de ovariano
planejamento familiar para orientação contra- b) trata-se de um modulador seletivo dos recep-
ceptiva com LARCs, pois não consegue aderir tores de estrogênio que cursa com o aumento
ao tratamento com os outros métodos, e dese- do FSH ao causar a diminuição da pulsatilida-
ja um método eficaz. Diante do exposto, o que de do GnRH, devido ao bloqueio do feedback
significa método contraceptivo LARC? negativo hipotalâmico do estrogênio circulante
c) a eficácia do uso do citrato de clomifeno é se- de menstruação há três anos; ciclos anterio-
melhante à do uso de gonadotropina na pa- res com duração de 35-45 dias. Sem outras
ciente, entretanto o citrato de clomifeno possui queixas. Exame físico e ginecológico: sem al-
um maior risco de gestações gemelares terações. Os exames a serem solicitados são:
d) classicamente, utiliza‐se o remédio durante a) FSH e LH
cinco dias, do 10º ao 14º ciclo menstrual b) LH e Prolactina
e) as taxas de sucesso do tratamento com o ci- c) FSH e Prolactina
trato de clomifeno são inferiores quando a pa- d) FSH e Testosterona total
ciente é obesa
UNICAMP – 2019
Santa Casa-SP – 2019 109. Mulher, 35a, G1P1, vem encaminhada pelo se-
106. Uma paciente de trinta anos de idade, em trata- tor de Oncologia do hospital para orientação
mento de mola invasora, com persistência de de método contraceptivo. Antecedentes Pes-
valores elevados de beta-hCG, solicitou acon- soais: carcinoma ductal invasivo da mama,
selhamento de contracepção. Considerando tratado há 3 meses com quadrantectomia, sem
essa situação hipotética, assinale a alternativa necessidade de linfadenectomia axilar ou qui-
correta quanto às opções e contraindicações mioterapia. O método contraceptivo indicado é:
para a paciente: a) anticoncepcional oral combinado
a) a melhor opção seria o uso do dispositivo in- b) acetato de medroxiprogesterona injetável a
trauterino medicado com cobre, visto que não cada 90 dias
apresenta hormônios c) DIU de cobre
b) o sistema intrauterino medicado com levonor- d) DIU de levonorgestrel
gestrel seria a melhor opção, pois auxilia no
controle do sangramento uterino UNIFESP – 2019
c) apenas métodos de barreira estão indicados, 110. Mulher, 24 anos de idade, 3 filhos vivos, viúva,
sendo os hormonais contraindicados procurou o Serviço de Planejamento Familiar
d) todos os métodos que contenham hormônio para solicitar laqueadura tubária. Refere que
poderão ser utilizados teve 3 partos cesáreas, sendo a idade dos fi-
e) pílulas combinadas ou que contenham apenas lhos de 7 anos, 3 anos e 1 ano. Não preten-
progestógenos podem ser utilizadas de ter novo relacionamento. Qual alternativa
apresenta a melhor conduta segundo a lei
UNESC – 2019 9263 referente ao Planejamento Familiar?
107. Paciente 22 anos, puérpera, primípara, 22 a) a paciente não apresenta condições para so-
dias pós-parto cesárea (apresentação pélvi- licitar a esterilização definitiva pois a idade
ca e útero bicorno), em aleitamento materno mínima para pleitear a laqueadura tubária é
exclusivo. Ausência de patologias clínicas. de 25 anos, devendo se indicar outro método
Comparece na unidade de saúde para receber contraceptivo reversível
orientações sobre contracepção. Avalie as in- b) a paciente não apresenta condições para so-
formações abaixo: licitar a esterilização definitiva pois não tem
relacionamento estável; por ser viúva e sem
I. O DIU de cobre está indicado para esta pa- desejo de novo relacionamento, não se deve
ciente e pode ser inserido 42 dias após o parto. indicar outros métodos contraceptivos
II. Pílulas só de progesterona podem ser ofere- c) a paciente apresenta condições para solicitar
cidas para esta paciente. a esterilização definitiva, porém cabe à equipe
III. A lei brasileira permite oferecer a ligadura de saúde multidisciplinar apresentar todos os
tubárea a esta paciente, desde que realizada métodos contraceptivos reversíveis, e indicá-
60 dias após o parto. -los como alternativa à laqueadura tubária
IV. Anticoncepcionais hormonais orais com- d) a paciente apresenta condições para solicitar
binados não devem ser oferecidos a esta pa- a esterilização definitiva, porém deve aguardar
ciente durante o período de aleitamento. completar os 25 anos para realizar o procedi-
É CORRETO o que se afirma em: mento cirúrgico, e utilizar outro método rever-
a) II apenas sível até lá
b) II e IV apenas e) a paciente não apresenta as condições para
c) IV apenas solicitar a esterilização definitiva e não se deve
d) I, II e IV apenas indicar o dispositivo intrauterino pois teve 3 ce-
e) II, III e IV apenas sáreas e maior risco de perfuração uterina
oleosa e dificuldade em perder peso. Recebe cas sexuais femininas normais (mamas e pili-
indicação para uso de contraceptivo hormonal ficação estágio 5 de Marshall e Tanner), hímen
oral combinado e apresenta melhora da acne. de aspecto normal e íntegro e cavidade vagi-
Qual efeito do contraceptivo é associável à nal aparentemente normal à exploração com
melhora da ACNE? o swab. No exame de ultrassonografia pélvica
a) elevação na aromatização de precursores an- não foi visualizado útero ou ovários. O carióti-
drogênicos po é 46 XY. Qual o diagnóstico?
b) efeito contínuo do progestagênio a) disforia de gênero
c) redução nos níveis sistêmicos de estradiol b) agenesia mulleriana
(E2) c) deficiência de 17-alfa-hidroxilase
d) aumento da globulina carreadora de hormônio d) síndrome de insensibilidade androgênica
sexual (SHBG) e) síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser
UFT – 2019
UNITAU – 2019
123. A terapia hormonal na menopausa está indi-
127. A tabela a seguir representa avaliação através
cada quando a mulher apresenta sintomas
vasomotores moderados a intensos, risco au- do POP-Q de uma mulher com 52 anos, G2 P2
mentado para desenvolver osteoporose, Sín- A0 (1 parto normal e 1 cesariana).
drome geniturinária do climatério (atrofia geni-
tal) e menopausa precoce (antes dos 40 anos). Aa -1 Ap 0 C -6
Consideram-se contraindicações para o uso HG 4 CP 1 CVT 7
de terapia hormonal no climatério, EXCETO: Ba -3 Bp -3 D -7
a) história pessoal de tromboembolismo
b) história pessoal de câncer de mama Após análise da tabela POP-Q, é CORRETO
c) história pessoal de IAM (Infarto agudo do mio-
afirmar que a paciente apresenta distopia:
cárdio)
a) anterior, estágio 1
d) história pessoal de AVC (Acidente Vascular
b) posterior, estágio 1
Cerebral)
c) apical, estágio 1
e) história pessoal de Câncer de cólon.
d) anterior, estágio 2
UNITAU – 2019 e) posterior, estágio 2
124. Na pós-menopausa, sabidamente, há mudan-
ças hormonais importantes no organismo da UNIFESP – 2019
mulher. Por exemplo, o estado de hipoestroge- 128. Mulher, 50 anos de idade, refere fogachos e
nismo, nessa fase, aumenta os riscos de: irregularidade menstrual há 3 meses. Que hor-
a) câncer de mama e osteoporose mônio deve ser avaliado e seu respectivo nível
b) hiperplasia do endométrio e atrofia urogenital sérico para confirmar o diagnóstico de transi-
c) osteoporose e displasia cervical ção menopausal?
d) atrofia urogenital e osteoporose a) hormônio antimulleriano – elevado
e) displasia mamária e hiperplasia do endométrio b) FSH – elevado
c) inibina – diminuído
USP-SP – 2019 d) prolactina – diminuído
125. Mulher, 55 anos de idade, três partos vaginais e) progesterona – diminuído
anteriores, sem comorbidades, menopausa há
cinco anos sem terapia hormonal. Refere perda UNIFESP – 2019
urinária. O exame ginecológico identifica pro- 129. Mulher, 45 anos de idade, refere perda urinária
cidência da parede vaginal anterior. O estudo involuntária contínua após 2 semanas de his-
urodinâmico mostrou fluxo normal, sensibilida- terectomia total abdominal por mioma uterino.
de vesical aumentada, presença de contrações
Refere que tem urinado menos vezes. Qual o
involuntárias, complacência diminuída e perfil
provável diagnóstico?
de pressão uretral normal, sem volume residu-
a) divertículo uretral
al. Qual é o tratamento adequado?
b) síndrome da bexiga hiperativa
a) cirurgia de sling uretral
c) infecção do trato urinário
b) agente anticolinérgico
c) agente alfa bloqueador d) incontinência urinária deesforço
d) cirurgia de Burch e) fístula vesicovaginal
b) síndrome da bexiga hiperativa, prescrição de d) a venlafaxina seria uma boa opção para o tra-
anticolinérgico, e caso não haja melhora indi- tamento das ondas de calor
car colpofixação retropúbica e) deve‐se orientar apenas atividade física, pois,
c) prolapso vaginal do compartimento apical, devido ao câncer de mama, está contraindica-
promontofixação via abdominal e prescrição da qualquer terapêutica medicamentosa para
de B1- adrenérgico os fogachos
d) prolapso vaginal dos compartimentos anterior
e posterior, correção sítio-específica e orienta- UFT – 2019
ção quanto a possibilidade de regressão dos 134. A incontinência urinária na mulher menopau-
sintomas urinários no pós-operatório sada é relativamente comum, principalmente
e) incontinência urinária mista, prescrição de al- nas multíparas. A incontinência urinária, na
fa-adrenérgico, e caso não haja melhora indi- maioria dos casos é de diagnóstico relativa-
car correção sítio – específica de parede vagi- mente simples, baseado em anamnese e exa-
nal anterior me físico. Trata-se de exame complementar
avançado de primeira escolha, que auxilie no
UNICAMP – 2019 diagnóstico bem como adjuvante na escolha
131. Mulher, 35a, G1P1A0C0, procura atendimento re- da terapêutica adequada:
ferindo perda urinária aos esforços após parto a) estudo (ou avaliação) urodinâmica
vaginal que ocorreu há 6 meses. Está em ama- b) ressonânciamagnética
mentação exclusiva desde o parto. Exame gine- c) tomografia computadorizada
cológico: ausência de distopias. A conduta é: d) densitometria
a) prescrever estrogênios vaginais e) angioressonância
b) treinamento dos músculos do assoalho pélvico
c) indicar cirurgia de sling UFSC – 2019
d) nenhum tratamento até 12 meses após o parto 135. Uma mulher de 65 anos apresenta queixa de
incontinência urinária, caracterizada pela ur-
SUS-SP – 2019 gência e noctúria. O exame ginecológico está
132. Considera-se causa de incontinência urinária normal para a idade. Ao estudo urodinâmico
aos esforços na mulher: verificamos fluxometria normal e urgência
a) a lesão dos ligamentos uterossacros e redondos miccional com volume inferior a 250 mL. Sem
b) o alargamento do hiato formado pelos múscu- perdas as manobras de esforço. Qual o prová-
los bulbocavernosos vel diagnóstico?
c) a pressão vesical aumentada decorrente de a) fístula vesicovaginal
menor elasticidade vesical b) hiperatividade do detrusor
d) o déficit de inervação colinérgica pelo sistema c) incontinência urinária mista
nervoso autônomo d) hipermobilidade do colo vesical
e) a posição infrapúbica do colo vesical durante o e) deficiência esfincteriana intrínseca.
aumento da pressão abdominal
UFPR – 2019
Santa Casa-SP – 2019 136. Paciente com 62 anos de idade, gesta VII, para
133. Uma mulher de 51 anos de idade procurou o VII, com queixa de sensação de bola na vagina
serviço de ginecologia endócrina com queixas há 10 anos, acompanhada de aumento da fre-
de ondas de calor, principalmente no período quência urinária e desconforto no baixo ventre.
noturno, com impacto sobre a qualidade de Ao exame ginecológico, apresenta deiscência
vida. Ela relatou antecedente pessoal de cân- máxima da parede vaginal anterior e posterior
cer de mama e atualmente faz uso de tamoxi- e prolapso apical, caracterizando um prolapso
feno, G2PN20A, sem antecedentes familiares de órgão pélvico (POP). Com relação à melhor
dignos de nota. Considerando esse caso hi- resposta ao caso clínico, é correto afirmar:
potético, assinale a alternativa que apresenta a) o trauma do músculo ileopsoas durante o se-
a melhor conduta: gundo estágio do trabalho de parto tem envol-
a) a paciente apresenta contraindicação formal vimento na gênese do POP
para a terapia de reposição hormonal, sendo b) anormalidades na anatomia, fisiologia e bio-
a melhor opção para o caso a introdução da logia molecular dos músculos lisos da parede
fluoxetina vaginal não apresentam relação com o POP
b) os estudos demonstram que a droga padrão‐ c) o POP está comumente associado a altera-
ouro para a paciente seria a paroxetina ções geniturinárias, gastrintestinais e muscu-
c) a paciente já iniciou o tratamento do câncer loesqueléticas
de mama. Sendo assim, o uso de terapia de d) o POP deverá sempre ser tratado
reposição hormonal pode ser realizado com a e) o aumento da frequência urinária poderá ser
prescrição de estrogênio e progestógeno causado pela hipoatividade do detrusor
1. O sangramento uterino anormal pode ser dividido LH e 24-36 horas após as concentrações máximas de
em: causas orgânicas (gravidez, doenças sistêmicas, estradiol serem atingidas. Sendo assim, alternativa B
pélvicas e traumas) e disfuncionais (alterações nos está correta. Resposta b.
mecanismos endocrinológicos que controlam a mens-
truação). No menacme, as causas mais comuns são: 3. As principais causas de sangramento pós-meno-
anormalidades da gestação, pólipos, leiomiomas, ade- pausa são: estrogênios exógenos (30%), atrofia (30%),
nomiose, afecções endócrinas, afecções sistêmicas e câncer de endométrio (15%). No caso acima, pacien-
uso de medicamentos. Na perimenopausa são: anovu- te menopausada, sem terapia de reposição hormonal,
lação, pólipos, leiomiomatose, adenomiose e neopla- com múltiplos fatores de riscos para câncer de endo-
sias. Em relação à questão acima, o diagnóstico mais métrio (como obesidade, sedentarismo e tabagismo),
provável é adenomiose, que se manifesta com sangra- é imprescíndivel realizar avaliação endometrial para
mento uterino anormal associado a dismenorreia se- exclusão de neoplasia. A histeroscopia diagnóstica é o
cundária. No exame físico, observa-se útero globoso exame padrão ouro. Sendo assim, alternativa “C” está
e aumentado de volume, devido infiltração do tecido correta. Resposta c.
endometrial no miométrio. Os diagnósticos de câncer
de colo uterino e DIP são pouco prováveis, pois seriam 4. Por alternativa:
encontradas outras alterações no exame físico, como Alternativa “A” está incorreta. Os pólipos endometriais
lesão em colo do útero e dor à mobilização do colo, são projeções glandulares e estromais na superfície da
respectivamente. Resposta b. cavidade uterina. Eles possuem baixo índice de ma-
lignidade no menacme (0,5% aproximadamente), com
2. O ciclo menstrual é regulado pelo eixo hipotálamo- aumento dessa taxa no período pós menopausa.
-hipófise-ovário. Alternativa “B” está incorreta, pois o uso de progestá-
O estrogênio exerce efeito de feedback de alça longa geno de segunda fase não é o melhor tratamento para
sobre o hipotálamo e hipófise anterior, influenciando os leiomioma submucoso.
pulsos de liberação de FSH e LH. Quando os níveis de Alternativa “C” está incorreta, pois um dos principais
estradiol estão baixos, ocorre feedback positivo para sintomas do câncer de colo de útero é o sangramento
liberação de FSH, que atua no ovário para recruta- vaginal.
mento e maturação folicular. À medida que o folículo Alternativa “D” está incorreta, pois a causa mais fre-
dominante cresce, os níveis de estradiol aumentam quente de sangramento uterino anormal na adolescên-
e provocam retroalimentação negativa em relação ao cia é a imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário.
FSH e positivo para o LH. O pico de LH no meio do Alternativa “E” está correta, pois é indicado realização
ciclo é estimulado pelo pico e feedback positivo do es- de avaliação endometrial com histeroscopia em toda
tradiol, ocorrendo por consequência a ovulação. Uma paciente com sangramento pós menopausa, devido ao
estimativa razoável e acurada aponta que a ovulação alto risco de câncer de endométrio.
ocorre aproximadamente 10-12 horas após o pico do Resposta e.
30 R1 Extensivo | Gabarito comentado
8. O endométrio é uma membrana que reveste a cavi- 13. Os principais fatores de riscos para câncer de endo-
dade uterina, sendo dividido em três camadas: basal, métrio associam-se aos efeitos proliferativos da expo-
esponjosa e superficial. As alterações cíclicas, indu- sição prolongada ao estrogênio, principalmente quan-
zidas pelos hormônios ovarianos, agem apenas nas do contínua e sem oposição progestogênica. São eles:
camadas esponjosa e superficial, denominadas como idade maior que 60 anos, raça branca, antecedentes
funcional. familiares, síndrome de Lynch tipo II, passado de ano-
vulação crônica, menarca precoce, menopausa tar- -antrais e antrais. Possui boa correlação com a con-
dia, nuliparidade, terapia de reposição hormonal (sem tagem folicular e previsão da resposta do ovário em
progesterona associada), uso de tamoxifeno, tumores mulheres submetida a FIV. Alguns estudos sugerem
ovarianos produtores de estrogênio, obesidade (IMC o AMH como marcador de reserva ovariana, sendo
maior 30), diabetes mellitus, hipertensão arterial sistê- que valores baixos indicam baixa reserva. Porem exis-
mica, história pessoal de irradiação na pelve, hiperpla- tem limitações de padronização e confiabilidade nos
sia endometrial atípica, presença de gene BRCA. ensaios, não estando ainda bem definidos valores de
Os principais fatores de proteção são: multiparidade corte. Resposta b.
(efeitos da progesterona no endométrio durante ges-
tação), uso de anticoncepcional oral combinado (redu- 18. O desenvolvimento embriológico dos ductos Mülle-
ção do número de receptores estrogênicos nas células rianos é um processo que se completa por volta da 12ª
endometriais, supressão da transcrição de oncogenes semana de gestação e compreende o desenvolvimento
estrogênio-mediados), tabagismo (efeito antiestrogêni- e fusão dos ductos paramesonéfricos (ou Müllerianos)
co), uso de dispositivo intrauterino liberador de levo- com reabsorção do septo mediano, dando origem a úte-
norgestrel. Resposta b. ro, trompas uterinas e terço superior de vagina. Falhas
neste processo determinam diversas malformações.
14. A histerectomia total com salpingooforectomia bila- A agenesia mülleriana pode ser parcial ou total (sín-
teral é o tratamento padrão recomendado para câncer drome de Mayer-Rokitansky). A amenorreia resulta da
de endométrio. A exploração minuciosa das cavidades obstrução do trato de saída ou ausência do endomé-
abdominal e pélvica, com coleta de lavado peritoenal trio, nos casos que envolvem agenesia uterina.
e palpação das cadeias linfáticas, é parte obrigatória As pacientes apresentam cariótipo 46 XX e caracteres
do procedimento. A tendência atual é não realizar lin- sexuais secundários normais, uma vez que os ovários
fadenectomia em mulheres com carcinoma em estágio estão presentes e funcionantes, porém não há mens-
inicial. A radioterapia adjuvante também não está indi- truação devido agenesia endometrial. A apresentação
cada na presença de doença em estágio I de baixo ris- clínica típica é amenorreia primária, acompanhada ou
co ou intermediário. Sendo assim, alternativa “E” está não de cólicas cíclicas, em adolescente com caracte-
correta. Resposta e. res sexuais secundários compatíveis com a idade, sem
sinais de virilização. Resposta a.
15. Um dos diagnósticos diferenciais de sangramento
uterino anormal é adenomiose, caracterizada por pre- 19. Aproximadamente 70-80% das pacientes com SOP
sença de glândulas endometriais no miómetrio. O qua- apresentam infertilidade. A mudança do estilo de vida
dro clínico clássico é representado por sangramento com perda de peso é a primeira linha de tratamento,
uterino anormal e dismenorreia secundária. Na ultras- pois a perda de peso melhora os parâmetros metabó-
sonografia, o útero pode apresentar volume normal ou licos, reduz o hiperandrogenismo e melhora as taxas
aumentado, com as seguintes características: junção de ovulação. A metformina está associada a aumento
endométrio-miométrio irregular, assimetria de paredes, do índice de gestação espontânea. Pode ser realizado
presença de cistos anecoicos no miométrio, entre ou- tratamento de baixa complexidade (como indução da
tros. Resposta a. ovulação com clomifeno com coito programado) ou alta
complexidade (como fertilização in vitro). Sendo assim,
16. As principais causas de sangramento pós-meno- alternativa C está correta. Apesar de anticoncepcional
pausa são: estrogênios exógenos (30%), atrofia (30%), oral constituir um dos pilares no tratamento de SOP, ele
câncer de endométrio (15%). Sendo assim, paciente não está indicado nos casos com desejo gestacional.
com sangramento pós menopausa deve ser submeti- Resposta c.
da a avaliação endometrial, para exclusção de neopla-
sia de endométrio. O padrão ouro é a realização da 20. A puberdade precoce é mais frequente no sexo
histeroscopia diagnóstica com visualização direta da feminino, sendo definida como desenvolvimento de
cavidade uterina, mas pode ser realizado amostragem caracteres sexuais secundários em idade inferior a 8
endometrial “às cegas” com curetagem, cureta de no- anos. Geralmente, a telarca é o primeiro sinal do início
vak ou pippele. Não existe indicação de realização de de desenvolvimento puberal feminino.
termoablação. Resposta b. A puberdade precoce central (ou verdadeira) é decor-
rente da ativação precoce do eixo hipotálamo-hipófise-
17. Atualmente, o método mais utilizado para avaliação -ovário, com secreção de GnRH, aumento da síntese
de reserva ovariana é a dosagem hormonal no terceiro de gonadotrofinas e, consequentemente, aumento dos
dia do ciclo, principalmente do FSH. níveis dos esteroides sexuais gonadais.
A contagem folicular pela ultrassonografia pode ser A adrenarca é o início da produção de desidroepian-
uma opção adicional, porém existem limitações opera- drosterona (DHEA) e de sulfato de DHEA (SDHEA) na
dor e aparelho dependente zona reticular da suprarrenal. O resultado fenotípico da
O hormônio antimulleriano é produzido nas células adrenarca é o desenvolvimento de pelos axilares e pu-
da granulosa dos pequenos folículos, sendo que sua bianos, denominado pubarca, que se inicia nas meni-
concentração sérica reflete o número de folículos pré- nas aproximadamente aos 8 anos de idade.
A adrenarca precoce é definida, portanto, como pre- meses, que geralmente prejudica qualidade de vida. A
sença de pelos pubianos antes dos 8 anos de idade, dor geralmente piora no período menstrual e raramen-
estando ausentes outros sinais de estrogenização. A te são encontradas alterações orgânicas no exame
maioria das meninas apresentará aumento no nível físico. A avaliação deve ser multidisciplinar, incluindo
de SDHEA, sugerindo que a glândula suprarrenal está psicologia e fisioterapia, pois grande parte dos casos
sofrendo maturação precoce. É comum a associação estão relacionados com distúrbios psicológicos. O tra-
de adrenarca precoce e desenvolvimento de síndrome tamento em geral é clinico, com analgésicos, modula-
dos ovários policísticos na adolescência. O tratamento dores de dor, antidepressivos, fisioterapia, acupuntura,
da adrenarca prematura inclui tranquilização e moni- entre outros. O tratamento cirúrgico é reservado aos
toramento de outros sinais de puberdade. Resposta c. casos refratários, com diagnóstico de endometriose
por exemplo. Resposta c.
21. O uso de contraceptivos hormonais é o tratamento
medicamentoso de primeira linha de SOP para as pa- 24. A dismenorreia é um dos problemas ginecológicos
cientes sem desejo gestacional, sendo efetivo no con- mais prevalentes em adolescentes e adultas jovens,
trole do hiperandrogenismo e na interrupção da casca- sendo que afeta até 50% das mulheres em idade repro-
ta fisiopatológica da SOP. O efeito antiandrogênico dos dutiva. Acredita-se que a causa base seja a produção
contraceptivos ocorre por três mecanismos principais: excessiva de prostaglandina uterina, derivada da ativi-
1) inibição da secreção de LH, reduzindo a secreção dade da ciclooxigenase-2. Sendo assim, a inibição da
androgênica pela teca ovariana; 2) bloqueio do recep- produção das prostaglandinas no endométrio, com a uti-
tor androgênico exercido pelo progestagênio (depen- lização de anti-inflamatórios não esteroidais, apresenta-
dendo da similaridade estrutural do progestagênio com -se como tratamento efetivo e racional. Resposta a.
a molécula de testosterona endógena haverá maior ou
menor efeito antiandrogênico); 3) aumento da síntese 25. As imagens correspondem a pólipo endometrial,
hepática da globulina carreadora dos esteroides sexu- definido como projeção glandular e estromal na super-
ais (SHBG) através do metabolismo do etinilestradiol fície da cavidade uterina, com características benignas
no fígado, sendo que este é o efeito antiandrogênico e baixo potencial de malignização. O quadro clínico
mais importante. Assim, os contraceptivos combinados clássico é sangramento uterino anormal e pode ocor-
seriam os mais apropriados para serem utilizados na rer, raramente, dismenorreia secundária. A histerosso-
SOP, desde que respeitados os critérios de elegibilida- nografia é importante, pois o USG transvaginal pode
de da OMS e o desejo da paciente. Resposta a. não identificar perfeitamente o aspecto polipoide, em
virtude da compressão imposta pelas paredes uteri-
22. A paciente possui diagnóstico de falência ovariana nas. Resposta a.
precoce, caracterizada por amenorreia, aumento dos
níveis de gonadotrofinas e deficiência estrogênica, an- 26. O caso acima possui como principal suspeita a
tes dos 40 anos. endometriose, patologia caracterizada por dor (disme-
Alternativa “A” está incorreta. A terapia hormonal está norreia, dispareunia, dor pélvica crônica) associado a
indicada na falência ovariana precoce com objetivo de infertilidade.
minimizar a sintomatologia, prevenir as complicações Alternativa “A” está incorreta. O tratamento clínico de
em curto e longo prazos (como osteoporose). Não infertilidade associado a endometriose não possui be-
existe um tempo limite para o uso, sendo que atual- nefícios, devido ao efeito anovulatório da maioria dos
mente preconiza-se reavaliação do uso aos 50 dias, medicamentos.
idade média que mulheres entram na menopausa. Alternativa “B” está incorreta. Nos casos de endome-
Alternativa “B” está correta. Não há um padrão que triose grave, a melhor abordagem é a fertilização in vi-
anuncie o desenvolvimento da insuficiência ovariana, tro após cirurgia laparoscópica.
sendo que as mulheres podem desenvolver amenor- Alternativa “C” está correta, pois a laparoscopia é uma
reia agudamente ou ter um quadro prolongado de ir- opção terapêutica nos casos de endometriose asso-
regularidade menstrual. Os fogachos estão presentes ciado a infertilidade.
em 75% dos casos e costumam ser mais intensos do Alternativa “D” está incorreta, pois a infertilidade na
que na menopausa em idade habitual. endometriose não está relacionada apenas ao fator
Alternativa “C” está incorreta. Estudos indicam que mu- ovariano.
lheres que tiveram diagnóstico de FOP podem produzir Alternativa “E” está incorreta. A infertilidade associa-
estrogênio de forma intermitente e, em 5-10% dos ca- da a endometriose é atribuída a três mecanismos pri-
sos podem engravidar. mários: distorção da anatomia anexial, dificultando a
Alternativa “D” está incorreta. Mulheres com FOP pos- captação oocitária; interferência no desenvolvimento
suem maior de risco de desenvolver osteroporose, oocitário e na embriogênese precoce; redução da re-
com efeito benéfico da terapia de reposição hormo- ceptividade endometrial.
nal. Resposta b. Resposta c.
23. A dor pélvica crônica é definida como dor em região 27. Afirmativa I está incorreta, pois paciente com co-
pélvica não cíclica, com duração igual ou superior a 6 morbidade controlada é caracterizada como ASA 2.
Afirmativa II está incorreta. Em todas as pacientes, -se que a causa base da dismenorreia primaria seja a
devem ser recomendadas medidas gerais para profi- produção excessiva de prostaglandina uterina, deriva-
laxia de TVP no pós-operatório, como: elevação dos da da atividade da ciclo-oxigenase-2. Ela está associa-
membros inferiores, movimentação ativa e passiva dos da a ciclos ovulatórios.
membros, deambulação precoce. Em pacientes de ris- A dismenorreia secundaria está relacionada a patolo-
co moderado (paciente com mais de 40 anos, sem fa- gias como adenomiose, leiomiomatose ou endometrio-
tores clínicos de risco), recomenda-se a prescrição de se. Resposta d.
heparina ou meias elásticas de compressão graduada
ou compressão pneumática. 31. Em mulher com dor pélvica crônica, dispareunia e
Afirmativa III está correta, pois é indicado realização infertilidade, a hipótese diagnóstica mais importante é
de cefazolina na indução anestésica para profilaxia in- endometriose. A prevalência geral de endometriose é
fecciosa. de 10%. Em mulheres com dor pélvica e infertilidade,
Afirmativa IV está incorreta, pois no estádio IA não é é descrita uma prevalência de 90% de endometriose.
necessário realizar radioterapia. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. O manejo
Resposta a. clínico pode ser realizado com anticoncepcionais orais
combinados, progestágenos isolados, danazol, agonis-
28. A endometriose é uma doença crônica, inflamató- tas do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH).
ria, estrogênio-dependente que ocorre durante o perí- Resposta e.
odo reprodutivo da vida da mulher, caracterizando-se
pela presença de tecido endometrial, glândula e/ou 32. O tratamento clínico da endometriose pode ser re-
estroma, fora da cavidade uterina. alizado com os seguintes medicamentos:
No ovário, a lesão característica da endometriose é o Anticoncepcional combinado oral, que causa su-
endometrioma, que se apresenta como estrutura císti- pressão da esteroidogênese e gametogênese ova-
ca com conteúdo líquido espesso e achocolatado cer- riana, além de induzir a decidualização endometrial;
cado de áreas de fibrose. No USG, pode ser visualiza-
Gestrinona, agente antiprogestacional de longa
do o sinal do “vidro moído”. Resposta d.
ação, que inibe a secreção de GnRH;
29. As anomalias uterinas podem ser congênitas ou Análogo de GnRH contínuo, que desensibiliza os
adquiridas e as paciente geralmente se apresentam receptores hipofisários com redução da liberação
com anormalidades menstruais, dor pélvica, infertilida- de gonadotrofinas;
de ou intercorrências obstétricas. Inibidor da aromatase, que inibe a produção ovaria-
A falha no desenvolvimento e alongamento de um dos na e periférica de estrogênios.
ductos de Müller resulta no útero unicorno. É obser- O clomifeno, que é um indutor de ovulação usado na
vado útero funcional, colo uterino normal, ligamento síndrome dos ovários policísticos, não possui indica-
redondo e tuba uterina normais de um lado. Do outro ção no tratamento de endometriose.
lado, as estruturas desenvolvem-se de forma anormal Resposta b.
e identifica-se agenesia ou, mais frequentemente, cor-
no uterino rudimentar. O corno rudimentar pode se co- 33. No diagnóstico diferencial das úlceras genitais, a
municar ou, mais comumente, não se comunicar com o anamnese e exame físico são essenciais. Podem ser
útero unicorno. Além disso, a cavidade endometrial do divididas em dolorosas (herpes, cancro mole) e indolo-
res (sífilis, donovanose e linfogranuloma venéreo).
corno rudimentar pode estar obstruída ou conter endo-
A sífilis, transmitida pelo Treponema pallidum, possui
métrio funcional. A presença de endométrio funcional
alta prevalência, principalmente em países em desen-
em um corno não comunicante pode causar dor uni- volvimento. As formas clínica são: cancro duro (lesão
lateral cíclica. Ao exame físico, o útero geralmente se ulcerada única, indolor, bem delimitada, com fundo lim-
encontra acentuadamente desviado. A histerossalpin- po, acompanhada de adenopatia inguinal, que surge
gografia, ultrassonografia e RNM são exames-chave após uma média de 21 dias do contato sexual), sífilis
para investigação. secundária (roséolas, sifílides, condiloma plano, pla-
O útero unicorno está associado a um mau prognós- cas mucosas, alopecia irregular e madarose), sífilis
tico obstétrico (apresentações anormais, retardo de latente (ausência de sinais ou sintomas), sífilis terciá-
crescimento intrauterino, trabalho de parto prematuro e ria (formação de grunolmas ou gomas). O cancro duro
incompetência cervical). A implantação no corno rudi- corresponde à descrição do caso acima, sendo que o
mentar causa alta incidência de abortamentos e gesta- tratamento preconizado é a penicilina benzatina (dose
ções ectópicas. Resposta a. única na sífilis primária).
O herpes genital, causado por HSV-1 e HSV-2, é res-
30. A dismenorreia e um dos problemas ginecológicos ponsável pela formação de pápulas eritematosas,
mais prevalentes em adolescentes e adultas jovens, seguindo-se de vesículas com conteúdo citrino, dolo-
sendo que afeta até 50% das mulheres em idade repro- rosas, que posteriormente são recobertas por crostas.
dutiva. É caracterizada como dor em cólica na região O tratamento preconizado é realizado com aciclovir.
inferior do abdome no início da menstruação. Acredita- Resposta c.
34. A tricomoníase é a terceira causa mais comum de duvidoso com sêmen, independentemente do período
corrimento vaginal, sendo considerada uma DST. Os do ciclo menstrual ou uso de contracepção, deve re-
fatores de riscos estão relacionados com a prática se- ceber anticoncepção de emergência. Atualmente o le-
xual desprotegida e promiscuidade. O quadro clínica vonorgestrel é o esquema de escolha, por apresentar
é caracterizado por corrimento amarelo-esverdeado, maior eficácia menor incidência de efeitos colaterais.
bolhoso com odor fétido. São frequentes os sinais in- Resposta b.
flamatórios, como ardência, hiperemia e edema. Um
achado altamente específico é a colpite focal ou difusa 38. Por alternativa:
caracterizada por um “colo em framboesa”, que ocorre Alternativa “A” está correta. A vaginose é um conjunto
devido à dilatação capilar e hemorragias puntiformes. de sinais e sintomas resultantes de um desequilíbrio
O tratamento deve ser sistêmico e pode ser realizado da flora vaginal, que culmina com a diminuição dos
com metronizadol ou tinidazol. Sendo assim, alternati- lactobacilos e um crescimento polimicrobiano de bac-
va A está correta. Resposta a. térias anaeróbicas.
Alternativa “B” está incorreta, pois na vaginose ocorre
35. Os principais fatores de riscos são: gravidez, uso elevação do PH vaginal, geralmente acima de 4,5.
de contraceptivos orais com altas doses de estrogênio, Alternativa “C” está incorreta. O exame de Papanicolau
terapia de reposição hormonal somente com estrogê- não é confiável para diagnóstico, pois a maioria dos mi-
nio, diabetes mellitus, uso de DIU, tireoidopatias, obe- croorganismos fazem parte da flora vaginal. O diagnós-
sidade, uso de antibióticos, corticoides ou imunossu- tico baseia-se na presença de três dos quatros critérios
pressores, hábitos de higiene e vestuário inadequados de Amsel: corrimento branco-acinzentado, homogêneo
(diminuem ventilação e aumentam a umidade e calor e fino; PH vaginal > 4,5; testes das aminas ou Whiff-test
local), contato com substências alérgenas e/ou irritan- positivo; visualização de clue-cells no exame a fresco.
tes, alterações na resposta imunológica (imunodefici- Alternativa “D” está incorreta, pois é indicado tratar
ência, estresse). apenas paciente sintomáticas.
A gravidez, uso de estrogênio e o diabetes propiciam Resposta a.
aumento na concentração de glicogênio vaginal, com
consequente acidificação do meio e proliferação de 39. A doença inflamatória pélvica (DIP) é definida como
levedura. O uso de antibióticos determina redução da infecção polimicrobiana do trato genital. A virulência
flora bacteriana vaginal normal, particularmente os ba- dos germes e a resposta imune definem a progressão:
cilos de Doderlein, diminuindo a competição por nu- endometrite, salpingite, pelviperitonite, ooforite, peri-
trientes e facilitando a proliferação da Candida sp.
-hepatite (síndrome de Fitz-Hugh-Curtis), abscesso
A via sexual não é a principal forma de transmissão da
tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas. Os
candidíase, pois a Candida sp. faz parte da flora vaginal
patógenos são sexualmente transmissíveis (clamídia,
normal. Sendo assim, não está relacionada com núme-
ros de parceiros ou frequência de coito. Resposta d. gonococo, micoplasma, entre outros). A doença tubá-
ria está relacionada com o germe Proteus species. A
36. A candidíase é uma infecção da vulva e vagina, ca- prevalência é subestimada, pois a maioria dos casos é
racterizada por: prurido vulvovaginal, corrimento bran- subclínica (> 60%). A maior prevalência é em mulheres
co grumoso e inodoro, hiperemia e edema vulvar, dor sexualmente ativas entre 15-24 anos de idade.
à micção, queimação vulvovaginal, fissuras e macera- Os sintomas sugestivos são: dor em baixo ventre ou
ções da vulva. Aproximadamente 85% dos casos são na região lombossacral; sintomas genitourinários,
atribuídos à espécie Candida albicans e 10-15% dos por exemplo, corrimento, sangramento vaginal, dis-
casos a outras espécies não albicans (Candida glabra- pareunia e disúria; febre; dor no hipocôndrio direito e
ta, Candida tropicalis). náuseas ou vômitos sugerem peri-hepatite (15% dos
As mulheres com quatro ou mais infecções durante um casos). No exame físico pode ser encontrado: tempe-
ano são classificadas como portadoras de candidíase ratura axilar > 38 °C; dor à palpação e descompressão
recorrente ou complicada. O tratamento primário é re- brusca dolorosa no baixo ventre; dor à mobilização do
alizado com fluconazol oral, 100-200 mg/semana por colo uterino e dos anexos; palpação de tumor anexial
6 meses. Deve ser realizado cultura para confirmação doloroso (abscesso tubo-ovariano); canal cervical com
diagnóstica. As espécies de Candida não albicans não corrimento brancacento ou amarelado de odor fétido. O
são responsivas à terapia tópica com azois. Sendo as- tratamento é antibioticoterapia sistêmica. Resposta d.
sim, para infecção recorrente por Candida não albicans
o tratamento mais eficaz é o ácido bórico. 40. Para o diagnóstico de herpes, o citodiagnóstico de
Tendo em vista o exposto acima, a alternativa C está Tzanck pode ser útil como método auxiliar, permitindo
correta, sendo necessário realizar o tratamento primá- o achado de células multinucleadas e os corpúsculos
rio com fluconazol por 6 meses e coleta de cultura para de inclusão intranucleares. Em relação às demais al-
descartar Candida não albicans. Resposta c. ternativas: as hifas são sugestivas de infecção fúngica
como candidíase; clue cells são encontradas na vagi-
37. Toda mulher no menacme submetida a violência se- nose; e os corpúsculos de Donovan são característicos
xual e exposta à gravidez, por meio de contato certo ou da donovanose. Resposta c.
41. Quando a violência sexual resultar em gravidez, o mucopurulento, febre e leucocitose. A Clamydia tra-
abortamento é permitido por lei e poderá ser realizado chomatis e a Neisseria gonorrhoeae são os principais
pelo SUS. O Código Penal não exige qualquer docu- patógenos e respondem por 90% dos casos. A despei-
mento judicial ou boletim de ocorrência. A palavra da to do evento inicial por esses patógenos, a microbio-
mulher que busca o serviço de saúde afirmando ter logia é polimicrobiana, sendo descrita a participação
sofrido violência deve ter credibilidade, devendo ser re- de vários agentes. Em paciente com DIU, é frequente
cebida como presunção de veracidade. Sendo assim, a presença de Actinomyces. O tratamento é a antibio-
é necessário, apenas, consentimento por escrito da ticoterapia sistêmica, não sendo necessário a retirada
mulher e relatório médico com assinatura dos profis- do DIU. Resposta b.
sionais da saúde. A portaria do Ministério da Saúde
inclui 5 termos: termo de consentimento livre e escla- 46. Para mulheres gestantes, o esquema antirretroviral
recido, termo de responsabilidade, termo de relato cir- preferencial para profilaxia pós exposição (PEP) deve
cunstanciado, parecer técnico, termo de aprovação de ser composto por tenofovir, lamivudina e raltegravir a
procedimento de interrupção. Resposta d. partir da 14ª semana de gestação. Os critérios para
indicação de PEP para essa população são os mes-
42. A candidíase é uma infecção vulvovaginal causada mos aplicados a qualquer outra pessoa que tenha sido
por um fungo do gênero Candida. A Candida é capaz exposta ao HIV. O dolutegravir não deve ser indicado
de se proliferar em ambiente ácido, apesar da ação dos na gestação, devido risco de malformação congênita.
lactobacilos. O quadro clínico é caracterizado por: pru- Resposta b.
rido; corrimento branco, gumoso e inodoro; queimação
vulvovaginal; dor à micção; hiperemia e edema vulvar. 47. A sífilis, transmitida pelo Treponema pallidum, pos-
O exame microscópico a fresco revela a presença de sui alta prevalência, principalmente em países em
pseudo-hifas (filamentos ramificados e brotamentos) e desenvolvimento. As formas clínica são: cancro duro
o PH vaginal geralmente abaixo de 3,5. (lesão ulcerada única, indolor, bem delimitada, com
A presença de Mobiluncus e redução acentuada de fundo limpo, acompanhada de adenopatia inguinal,
lactobacilos são características da vaginose bacteria- que surge após uma média de 21 dias do contato se-
na. Resposta a. xual), sífilis secundária (leões cutaneamucosas, como:
roséolas, sifílides, condiloma plano, placas mucosas,
43. A candidíase é uma infecção vulvovaginal causada alopecia irregular e madarose), sífilis latente (ausên-
por um fungo do gênero Candida. O quadro clínico é cia de sinais ou sintomas), sífilis terciária (formação de
caracterizado por: prurido e queimação vulvovaginal; grunolmas ou gomas).
corrimento branco, gumoso e inodoro; dispareunia; dor O condiloma plano é formado a partir da confluência
à micção; hiperemia e edema vulvar; escoriações de de placas infectantes (papulo-hipertróficas), sendo ca-
coçadura; fissuras e macerações da vulva. O exame racterístico da sífilis secundária. A conduta é o trata-
microscópico a fresco revela a presença de pseudo-hi- mento adequado de sífilis com penicilina G benzatina,
fas. O PH vaginal é ácido e o teste das aminas possui com objetivo de reduzir os riscos de transmissão verti-
resultado negativo. cal. Sendo assim, alternativa “A” correta. Em relação à
Para diagnóstico das vulvovaginites, a anamnese e infecção por HPV, a lesão característica é o condiloma
exame físico são essenciais. Se a paciente possui fa- acuminado. Resposta a.
tores de riscos e clínica de cervicite ou DIP, indica-se
tratamento de Gonorreia e Clamídia. Na ausência de 48. O sintoma mais típico da vaginose é o corrimen-
tais sinais, deve ser realizado o PH vaginal e teste das to com odor fétido semelhante a “peixe podre”. Este
aminas (com KOH). Se PH abaixo de 4,5 e teste das odor desagradável se agrava durante a menstruação
aminas negativo, com clínica compatível para candidí- e relação sexual. Em ambas situações, o PH se torna
ase, indica-se tratamento desta infecção. Se PH acima mais alcalino, o que facilita a volatização das aminas
de 4,5 e teste das aminas positivo, deve ser realizado (cadaverina, putrescina e trimetilamina) produzida
tratamento para vaginose e tricomoníase. Resposta b. pelos patógenos. O diagnóstico é realizado pelos cri-
térios de Amsel, sendo necessário 3 dos 4 critérios:
44. Segundo o protocolo de atenção às vítimas de vio- corrimento branco-acinzentado, homogêneo e fino;
lência sexual, além da anticoncepção de emergência, PH vaginal > 4,5; teste das aminas (Whiff-test) positi-
é indicado a profilaxia de DST’s virais e não virais. Os vo; visualização de clue-cells no exame microscópico
antibióticos preconizados são: penicilina benzatina, a fresco. Resposta b.
ceftriaxone, azitromicina e metronidazol. O objetivo é
cobertura de sífilis, gonorreia, infecção por Clamídia, 49. A sífilis primária é caracterizada pelo surgimento
tricomoníase e cancro mole. Sendo assim, alternativa do cancron duro ou protossifiloma, após uma média de
D está correta. Resposta d. 21 dias do contato sexual. Pode estar presente sema-
nas antes de os testes sorológicos se tornarem rea-
45. Os principais sinais e sintomas da doença inflama- tivos. Corresponde a uma lesão de coloração rósea,
tória pélvica são: dor pélvica, dor à mobilização do colo ulcerada, geralmente única e indolor, com bordas bem
uterino, dispareunia, dor anexial, corrimento vaginal delimitadas e elevadas, fundo limpo e liso. Pode ser
acompanhada de adenopatia inguinal regional, geral- uma doença sexualmente transmitida sendo obrigató-
mente unilateral, não supurativa, indolor e sem sinais rio o tratamento do parceiro (mesmo se assintomático).
flogísticos. A lesão desaparece após cerca de 4 sema- Alternativa “C” está incorreta, pois o PH vaginal nor-
nas, mesmo na ausência de tratamento, sem deixar malmente está entre 5,0 e 6,0.
cicatrizes na maioria dos casos. Sendo assim, alterna- Alternativa “D” está incorreta, pois o tratamento dever
tiva A está correta. Resposta a. ser sistêmico com medicamento via oral. O tratamen-
to tópico não atinge níveis terapêuticos nas glândulas
50. O VDRL é um exame não treponêmico, que se ba- vaginais e uretra.
seia na detecção de anticorpos contra os componentes Alternativa “E” está incorreta, pois o principal sintoma
cardiolipínicos do Treponema pallidum. É utilizado para é o corrimento amarelo-esverdeado, bolhoso com odor
rastreio e seguimento de sífilis, possuindo alta sensibi- fétido. O prurido é raro.
lidade. Torna-se reativo 3-6 semanas após a infecção, Resposta a.
com redução dos títulos após o primeiro ano (mesmo
nos casos não tratados). A negativação só acontece 54. O câncer de colo uterino possui alta relevância
entre 9 e 12 meses após o tratamento. Em alguns ca- epidemiológica, com prevalência elevada e magnitude
sos, mesmo com tratamento adequado, pode persistir social, sendo considerado um problema de saúde pú-
positivo por toda vida. blica no Brasil. O principal fator de risco é a infecção
Os testes treponêmicos são: FTA-Abs, MHA-TP, TPI, pelo HPV, responsável por 99% dos casos. Entre todos
TPHA. São testes que detectam anticorpos contra as tipos de neoplasias malignas, é o que apresenta um
espiroquetas, com alta especificidade, que confirmam dos mais altos potenciais de prevenção e de cura, de-
o diagnóstico. São os primeiros a positivar (reativos a vido a progressão lenta das lesões iniciais. A detecção
partir de 7-15 dias) e é comum persistirem positivos, precoce do câncer de colo de útero em mulheres assin-
mesmo após tratamento eficaz (cicatriz sorológica). tomáticas, por meio do exame citopatológico, permite
No caso descrito, a paciente possui VDRL negativo a detecção de lesões precursoras e da doença em es-
com testes treponêmicos positivos, sendo realizado a tágios iniciais, para tratamento precoce. Sendo assim,
hipótese diagnóstica de cicatriz sorológica e sífilis tra- alternativa A está correta. Resposta a.
tada. Resposta c.
55. A principal forma de propagação do câncer de colo
51. A tricomoníase é uma infecção sexualmente trans- uterino é por contiguidade. Inicialmente envolve a re-
missível, causada pelo protozoário Trichomonas vagi- gião paracervical e parametrial, propagando-se em
nalis. O quadro clínico é caracterizado por corrimento direção à parede óssea. Em 50% dos casos acomete
amarelo-esverdeado, bolhoso e com odor fétido, asso- porção superior da vaginal e pode causar obstrução
ciado a sinais inflamatórios da vagina como ardência, ureteral, uropatia obstrutiva e hidronefrose.
hiperemia e edema. Um achado altamente específico é A disseminação linfática é menos comum, sendo que
a colpite focal ou difusa, caracterizada por um “colo em ocorre inicialmente para o grupo primário (linfonodos
framboesa”. Sendo assim, alternativa “B” está correta. paracervicais, parametriais, obturadores, ilíacos inter-
Em relação às demais causas de vulvovaginites: a can- nos, externos e sacros) e, posteriormente, para o grupo
didíase é caracterizada por corrimento brancacento, secundário (ilíacos comuns, para-aórticos e inguinais).
grumoso e inodoro, associado a prurido e sinais infla- A disseminação hematogência é rara e tardia (5% dos
matórios; a vaginose é marcada por corrimento fétido casos), sendo que os órgãos mais acometidos são: fí-
semelhante a “peixe podre”, porém raramente exibe si- gado, pulmões, ossos, cavidade peritoneal e cérebro.
nais inflamatórios. Resposta b. Resposta c.
52. A vaginose é resultante de um desequilíbrio da flora 56. O ASC-US (células escamosas atípicas de signifi-
vaginal, que culmina com a redução dos lactobacilos e cado indeterminado, possivelmente não neoplásicas)
um crescimento polimicrobiano de bactérias anaeróbi- possui correlação com doença de baixa gravidade
cas estritas (Prevotella sp., Bacterioides sp., Mobilun- para a grande maioria das mulheres, sendo razoável
cus sp.) e de anaeróbicas facultativas (Gardnerella va- uma conduta conservadora e pouco invasiva. Na mu-
ginalis). Essas formam biofilmes epiteliais que podem lher com 30 anos ou mais, é indicado a repetição do
dificultar o tratamento. O PH alcalino facilita a volati- exame citopatológico em um intervalo de seis meses,
zação das aminas (cadaverina, putrescina e trimetila- o que ocorreu no caso acima com resultado posterior
mina), o que gera o sintoma típico de corrimento com de ASC-H (células escamosas atípicas de significado
odor fétido semelhante a “peixe podre”. Sendo assim, indeterminado, não podendo excluir lesão intraepitelial
a alternativa B está incorreta, pois ocorre elevação do de alto grau).
PH vaginal. Resposta b. Estudos revelam frequência de lesão de alto grau en-
tre 12,2% e 68% e de câncer em torno de 1,3-3% em
53. Por alternativa: mulheres com citologia de ASC-H. Devido maior risco,
Alternativa “A” está correta, pois pode ocorrer transmis- todas pacientes com esse diagnóstico devem ser en-
são vetical no momento do parto vaginal. caminhadas para colposcopia para realização de bióp-
Alternativa “B” está incorreta, pois a tricomoníase é sia dirigida. Resposta d.
57. A realização periódica do exame citopatológico Na presença de achado colposcópico maior, realizar
continua sendo a estratégia mais amplamente adotada biópsia dirigida. Se a biópsia revelar NIC II, dar pre-
para o rastreamento do câncer do colo do útero. Atin- ferência à conduta expectante por 24 meses, porém
gir alta cobertura da população definida como alvo é o o tratamento destrutivo também é aceitável caso não
componente mais importante no âmbito da atenção pri- possa ser assegurado esse seguimento.
mária, para que se obtenha significativa redução da in- Se a biópsia revelar NIC III, o seguimento citológico e
colposcópico semestral por dois anos é recomendado
cidência e da mortalidade por câncer do colo do útero.
nas mulheres até 20 anos. Nas demais, entre 21 e 24
A recomendação atual é a realização de exame cito-
anos, é recomendado tratamento excisional (EZT) ou
patológico em mulheres de 25-65 anos de idade, uma
destrutivo. Sendo assim, alternativa “B” está correta.
vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos
Resposta b.
negativos, a cada três anos.
Em relação à faixa etária, há vários fatos indicando
que, direta ou indiretamente, o rastreamento em mu- 60. Considerando a correlação de ASC-US com doen-
lheres com menos de 25 anos não tem impacto na re- ça de baixa gravidade na maioria dos casos, uma con-
dução da incidência ou mortalidade por câncer do colo duta conservadora, pouco invasiva, parece razoável.
do útero. Na avaliação do risco de doença pré-invasiva ou inva-
Mulheres na pós-menopausa devem ser rastreadas de siva, deve-se considerar que a lesão invasiva do colo
acordo com as orientações para as demais mulheres. do útero é claramente mais prevalente na quarta e
O rastreamento em gestantes deve seguir as recomen- quinta décadas de vida da mulher (entre 35 e 55 anos),
dações de periodicidade e faixa etária semelhantes quando se justifica uma investigação mais acurada da
das demais mulheres. doença.
Em paciente HIV positivo, o exame citopatológico deve Diante de um resultado de exame citopatológico de
ser realizado após o início da atividade sexual com ASC-US, a conduta na mulher com 30 anos ou mais
intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais, será a repetição desse exame num intervalo de seis
manter seguimento anual. Se contagem de linfócitos meses.
CD4+ abaixo de 200 células/mm3 devem ter priorizada Para as mulheres com idade entre 25 e 30 anos, a re-
a correção dos níveis de CD4+ e, enquanto isso, de- petição do exame citopatológico deverá ser realizada
vem ter o rastreamento citológico a cada seis meses. em 12 meses. Sendo assim, alternativa “C” está corre-
Sendo assim, alternativa “C” está correta. Resposta c. ta. Resposta c.
58. O rastreio de câncer de colo de útero deve ser re- 61. O câncer de vulva é neoplasia rara, sendo que cor-
responde a menos de 1% das neoplasias malignas da
alizado com colpocitologia oncótica, segundo as reco-
mulher e é responsável por 3-5% das neoplasias ma-
mendações de faixa etária e periodicidade. Se exame
lignas do trato genital feminino. O tipo histológico mais
alterado, depedendo das indicações, a paciente deve frequente é o carcinoma epidermoide, responsável por
ser encaminhada para colposcopia, com realização aproximadamente 85% de todos os casos de câncer,
de biópsia dirigida e estudo histopatológico. A tríade seguido pelo melanoma.
citologia-colposcopia-histologia é o que define a locali- O câncer de vulva pode disseminar a partir do sítio
zação das lesões, o grau histológico, extensão em pro- inicial por meio da invasão local de tecido adjacente
fundidade e ocupação glandular. A conduta terapêutica ao tumor primário, embolização para linfonodos regio-
depende totalmente dos resultados desta avaliação. nais, usualmente inguinais superficiais e profundos e
Resposta c. eventualmente pélvicos, e, muito raramente, por via
hematogênica, atingindo pulmões, fígado e ossos. A
59. A população de paciente até 24 anos apresenta metástase para linfonodos intrapélvicos é mais comum
elevada prevalência de infecção pelo HPV, no entanto, na neoplasia de clitóris.
mostra baixa incidência de lesão de alto grau e de car- O tratamento de eleição para o câncer de vulva é cirúr-
cinoma invasor. gico, porém, não existe um tratamento cirúrgico padro-
Estudos mostram que a história natural do NIC II nes- nizado. O objetivo será a realização de um tratamento
sa população está muito próxima daquela do NIC I. A o mais conservador possível, levando em considera-
regressão de NIC III também tem sido observada em ção o tamanho da lesão e o status linfonodal. A radio-
adolescentes ou mulheres jovens e tem motivado reco- terapia pode ser usada como adjuvância. Resposta c.
mendações mais conservadoras.
Na vigência de exame citopatológico com diagnóstico 62. Considerando a correlação de ASC-US com doen-
de lesão de alto grau, é recomendado encaminhamen- ça de baixa gravidade na maioria dos casos, uma con-
to para colposcopia. A repetição da citologia é inaceitá- duta conservadora, pouco invasiva, parece razoável.
vel como conduta inicial. O método “Ver e Tratar” tam- Mulheres com idade inferior a 25 anos representam um
bém é inaceitável nessas mulheres. grupo com maior incidência e prevalência de infecção
Se o achado colposcópico for menor, a paciente de- por HPV, porém a maioria dessas infecções tem reso-
verá ser mantida em seguimento anual citológico por lução espontânea. Estudos mostram que adolescentes
dois anos. com citologia de ASC-US poderiam ser acompanha-
Para as mulheres com idade entre 25 e 30 anos, a re- estadiamento. O tratamento padrão é a histerectomia
petição do exame citopatológico deverá ser realizada total tipo II com dissecção dos linfonodos pélvicos. Se a
em 12 meses. paciente possuir desejo gestacional, pode ser realiza-
Se o resultado de alguma citologia de repetição for do traquelectomia radical com dissecção dos linfondos
igual ou sugestiva de lesão intraepitelial ou câncer, a pélvicos.
mulher deverá ser encaminhada à unidade de referên- A identificação de fatores patológicos de risco interme-
cia para colposcopia. diário na peça cirúrgica impõe a realização de radiote-
Considerando-se a baixa prevalência de doença pré- rapia adjuvante. São eles: margens cirúrgicas compro-
-invasiva e câncer nas mulheres com citologia de ASC- metidas, invasão linfonodal, invasão de paramétrio e
-US, o método “Ver e Tratar” é inaceitável. invasão angiolinfática associada à invasão estromal de
Sendo assim, alternativa “A” está correta. Resposta a. 2/3. Resposta a.
to, mesmo com todos estes fatores controlados, o risco 80. Na mamografia, BIRADS 0 representa exame in-
de doença coronariana é cerca de três vezes maior conclusivo, sendo necessário avaliação adicional.
nos homens quando comparado a mulheres na idade Pode ser necessário realização de novas incidências
reprodutiva. Os mecanismos pelos quais o estrogênio mamográficas (como compressão localizada) ou com-
protege a mulher no desenvolvimento da aterosclerose plementação diagnóstica com ultrassonografia. Sendo
são variados, podendo ser citado: aumento do HDL e assim, alternativa A está correta. Resposta a.
redução do LDL, vasodilatação periférica, melhora do
metabolismo da glicose, propriedades antioxidantes, 81. A descrição do achado acima é compatível com
estímulo à fibrinólise, proteção de células endoteliais à cisto simples, caracterizado por lesão anecoica, ho-
lesão, redução dos níveis de renina e enzima conver- mogênea, de paredes finais e reforço acústico poste-
sora da angiotensina. Sendo assim, alternativa “C” está rior. Segundo BIRADS, é classificado como categoria
correta. Resposta c. 2, ou seja, achados benignos, sem necessidade de
investigação adicional. Recomenda-se seguimento de
76. O cistoadenoma mucinoso representa 15% dos tu- rotina bianual. Sendo assim, alternativa “C” está cor-
mores benignos, sendo bilateral em 5-7% dos casos. reta. Resposta c.
Geralmente, são tumores volumosos, multiloculados,
císticos, de conteúdo mucoide e acastanhados ao cor- 82. A imuno-histoquímica pode ser utilizada na classi-
te. Uma complicação que foi associada a estes tumo- ficação molecular do câncer de mama, o que é impor-
res é o psedomixoma peritoneal, caracterizado pela tante fator prognóstico.
secreção exacerbada de material mucinoso e gelatino- O LUMINAL A possui o seguinte perfil imuno-histoquí-
so, levando à formação de ascite, a qual recidiva com mico: receptor de estrogênio positivo e/ou receptor de
frequência após tratamento cirúrgico. O tratamento do progesterona positivo, HER2 negativo e Ki-67 < 14%.
cistoadenoma mucinoso é cirúrgico, sendo que a ex- Já o LUMINAL B é caracterizado por: receptor de es-
tensão depende da idade da paciente e das preten- trogênio positivo e/ou receptor de progesterona positi-
sões reprodutivas. Sendo assim, alternativa “B” está vo, HER2 negativo e Ki-67 > 14%. Sendo assim, alter-
correta. Resposta b. nativa “A” está correta. Resposta a.
77. Os principais fatores de riscos para câncer de mama 83. É recomendado o rastreio universal de câncer de
são: sexo feminino (99% dos casos); idade superior a mama, através da mamografia, em mulheres entre 50 e
40 anos; antecedente pessoal de câncer de mama; his- 69 anos. Existem divergências na faixa etária entre 40
tória familiar (parente de primeiro grau com câncer de e 49 anos, sendo que a Sociedade Brasileira recomen-
mama aumenta o risco em 2-2,5 vezes); menarca pre- da iniciar este rastreio com 40 anos.
coce e menopausa tardia (maior exposição ao estímu- Em pacientes de alto risco, como portadoras de muta-
lo estrogênico); nuliparidade; uso de anticoncepcional ção do gen BRCA e história familiar positiva, é indica-
oral combinado e terapia hormonal; dieta rica em gor- do iniciar o rastreio precocemente (mamografia anual a
duras; uso crônico de bebidas alcóolicas; sedentaris- partir dos 30 anos).
mo; exposição a radição ionizante; genética (mutação No caso descrito, a paciente não possui indicação de
nos genes BRCA 1 e 2). Sendo assim, alternativa “B” realizar exame de imagem, sendo necessário apenas
está correta. Resposta b. o exame clínico das mamas. Sendo assim, alternativa
“D” está correta. Resposta d.
78. O carcinoma ductal in situ é considerado uma le-
são precursora de câncer de mama, com prognóstico 84. Na mamografia, BIRADS 0 representa exame in-
favorável na maioria dos casos. Os principais subtipos conclusivo, sendo necessário avaliação adicional.
histológicos são: cribiforme, micropapilar, papilar, sóli- Pode ser necessário realização de novas incidências
do ou comedocarcinoma. O achado mamográfico mais mamográficas (como compressão localizada) ou com-
comum são as microcalcificações com morfologia ar- plementação diagnóstica com ultrassonografia. Sendo
boriforme ou pleomórficas. Resposta d. assim, alternativa A está correta. Resposta a.
79. Derrame papilar corresponde à saída de secreção 85. Derrame papilar corresponde à saída de secreção
pela papila, sendo classificado em: fisiológico, patoló- pela papila. A descarga provocada, multiductal, bila-
gico e galactorréia (secreção láctea bilateral). A bilate- teral, multicolorida e esporádica é considerada fisio-
ralidade e secreção multiductal são fatores preditivos lógica. A descarga espontânea, uniductal, unilateral,
de benignidade. O derrame papilar sanguinolento ou persistente, aquosa (“água de rocha”) ou sanguínea é
em “água de rocha”, acompanhado de secreção espon- classificada como patológica.
tânea e uniductal, possui maior risco de câncer. A galactorréia é definida como a secreção láctea. Sua
Em um paciente com descarga papilar suspeita, é principal causa é farmacológica, principalmente me-
necessária realização de anamnese e exame físico dicamentos psicotrópicos (antagonistas da dopamina,
completos, associado a citologia do derrame. Além neurolépticos, antidepressivos tricíclicos e benzodia-
disso, é importante a solicitação de método de ima- zepínicos). Porém, pode ser idiopática ou secundária
gem. Resposta c. a adenomas hipofisários. Deve ser realizado dosa-
gem de prolactina e RNM de crânio, se suspeita de principalmente por carcinoma ductal in situ. O exame
adenoma. Sendo assim, alternativa “D” está correta. clínico é parte essencial na avaliação da paciente,
Resposta d. permitindo diferenciar entre derrames papilares tipica-
mente benignos e derrames papilares suspeitos, que
86. BIRADS 5 classifica lesões com alta suspeita para necessitam de avaliação pelos métodos de imagem. A
malignidade, como nódulos irregulares e espiculados, mamografia e a ultrassonografia devem ser usadas em
microcalcificações pleomórficas e ramificadas. Devi- conjunto como métodos de imagem de primeira linha,
do alto risco, é indicado biópsia e investigação histo- porém, a sensibilidade da mamografia nestes casos é
patológica. Sendo assim, alternativa “A” está correta. baixa, uma vez que as lesões são comumente retroa-
Resposta a. reolares, pequenas e não calcificadas. Recentemente,
a ressonância magnética tem sido indicada nos casos
87. A mastalgia é um sintoma caracterizado por dor de derrame papilar suspeito com mamografia e ultras-
nas mamas. Possui etiologia desconhecida, sendo que sonografia normais, sendo o achado mais comum o
várias hipóteses foram aventadas como: terapia com realce não nodular. Resposta d.
estrogênio (como anticoncepcional oral), aumento dos
níveis séricos de gonadotrofinas, alterações no meca- 90. O nódulo mamário é considerado suspeito quan-
nismo pulsátil da prolactina, ectasia ductal e resposta do possui as seguintes características: irregularidade,
inflamatória do tecido mamário. Ela é classificada como bordas espiculadas ou microlobuladas, margens mal
cíclica ou acíclica. A mastalgia cíclica varia com o ciclo delimitadas, presença de sombra acústica, presença
mentrual, é bilateral e geralmente ocorre na fase lútea de distorção arquitetural, entre outras. No caso acima é
tardia. Já a mastalgia acíclica não possui associação indicado realização de biópsia guiada por ultrassono-
com período menstrual, podendo estar relacionada grafia (core biopsy – biópsia com agulha grossa) para
com ectasia ductal, adenose esclerosante e mastites. amostragem histopatológica. Resposta a.
No caso acima, a paciente apresenta mastalgia cíclica,
com exame clínico mamário normal, sem fatores de 91. Os principais fatores de riscos para câncer de endo-
riscos para câncer de mama e fora da faixa etária de métrio associam-se aos efeitos proliferativos da expo-
rastreio. Sendo assim, não possui indicação de realiza- sição prolongada ao estrogênio, principalmente quan-
ção de exames complementares (alternativa A correta). do contínua e sem oposição progestogênica. São eles:
O rastreio universal de câncer de mama é recomen- idade maior que 60 anos, raça branca, antecedentes
dado, através da mamografia, em mulheres entre 50 familiares, síndrome de Lynch tipo II, passado de ano-
e 69 anos. Existem divergências na faixa etária entre vulação crônica, menarca precoce, menopausa tar-
40 e 49 anos, sendo que a Sociedade Brasileira reco- dia, nuliparidade, terapia de reposição hormonal (sem
menda iniciar este rastreio com 40 anos. Em pacientes progesterona associada), uso de tamoxifeno, tumores
de alto risco, como portadoras de mutação do gene ovarianos produtores de estrogênio, obesidade (IMC
BRCA e história familiar positiva, é indicado iniciar o maior 30), diabetes mellitus, hipertensão arterial sistê-
rastreio precocemente (mamografia anual a partir dos mica, história pessoal de irradiação na pelve, hiperpla-
30 anos). Resposta a. sia endometrial atípica, presença de gene BRCA.
Os principais fatores de proteção são: multiparidade
88. No caso acima, a paciente possui nodulação palpá- (efeitos da progesterona no endométrio durante ges-
vel em mama direita. Ao realizar mamografia, o resul- tação), uso de anticoncepcional oral combinado (redu-
tado BIRADS 0 indica exame inconclusivo e necessi- ção do número de receptores estrogênicos nas células
dade de avaliação complementar, sendo recomendado endometriais, supressão da transcrição de oncogenes
realização de ultrassonografia. No USG, BIRADS 4 estrogênio-mediados), tabagismo (efeito antiestrogêni-
representa achados suspeitos para malignidade, sen- co), uso de dispositivo intrauterino liberador de levo-
do recomendado avaliação histopatológica da lesão. A norgestrel. Resposta d.
categoria 4 pode ser dividida em A, B ou C, dependen-
do da lesão e risco de malignidade. Sendo assim, a pa- 92. Os principais fatores de riscos para câncer de
ciente deve ser encaminhada para centro de referência endométrio associam-se aos efeitos proliferativos da
para realização de biópsia. Resposta d. exposição prolongada ao estrogênio, principalmente
quando contínua e sem oposição progestogênica. São
89. O derrame papilar é um sintoma frequente na prá- eles: idade maior que 60 anos, raça branca, antece-
tica clínica, correspondendo à terceira queixa mais co- dentes familiares, síndrome de Lynch tipo II, passado
mum, sendo precedido apenas por dor e massas pal- de anovulação crônica, menarca precoce, menopau-
páveis. A maioria dos derrames papilares é de origem sa tardia, nuliparidade, terapia de reposição hormonal
benigna e transitória, sendo definidos como derrames (sem progesterona associada), uso de tamoxifeno,
papilares patológicos os que se apresentam uniductais, tumores ovarianos produtores de estrogênio, obesi-
espontâneos, persistentes, serosos ou sanguinolentos. dade (IMC maior 30), diabetes mellitus, hipertensão
Os derrames patológicos são mais frequentemente arterial sistêmica, história pessoal de irradiação na
causados por papiloma ou ectasia ductal, porém, exis- pelve, hiperplasia endometrial atípica, presença de
te risco de malignidade de cerca de 5%, constituído gene BRCA.
Os principais fatores de proteção são: multiparidade A reprodução humana assistida une técnicas que
(efeitos da progesterona no endométrio durante ges- objetivam viabilizar uma gestação para casais com
tação), uso de anticoncepcional oral combinado (redu- dificuldades para ter filhos. O diagnóstico genético
ção do número de receptores estrogênicos nas células pré-implantacional é um método utilizado durante a
endometriais, supressão da transcrição de oncogenes fertilização in vitro (FIV), que permite o estudo de alte-
estrogênio-mediados), tabagismo (efeito antiestrogêni- rações genéticas e cromossômicas no embrião antes
co), uso de dispositivo intrauterino liberador de levo- da implantação. As principais indicações são: idade
norgestrel. Resposta d. materna avançada, falha repetitiva de implantação,
casal com doenças genéticas ou cromossômicas, fi-
93. Toda paciente com sangramento pós menopausa lho anterior com doença genética ou cromossômica.
deve realizar avaliação endometrial, devido risco de Resposta e.
câncer de endométrio, que pode ser realizado com
histeroscopia e biópsia dirigida, curetagem ou biópsia 97. Para prescrição de contracepção, devem ser respei-
simples. Considerando o custo e efetividade, pode ser tos os critérios de elegibilidade da OMS. São divididos
realizado biópsia endometrial. Resposta d. em categorias: 1 (sem restrição ao método), 2 (vanta-
gens do método superam os riscos), 3 (riscos teóricos
94. Após um ano de tentativa adequada sem sucesso ou comprovados superam as vantagens do método), 4
gestacional, está indicado a realização de investigação (risco inaceitável à saúde, sendo que método não deve
de infertilidade. Deve ser realizado a avaliação da re- ser utilizado).
serva ovariana, através da realização de FSH. Alternativa “A” está correta, pois diabetes mellitus não
A ultrassonografia fornece informações importantes insulinodependente sem doença vascular periférica
sobre a anatomia dos órgãos pélvicos (anatomia do associada é classificado como categoria 2 para contra-
corpo uterino, miomatose, suspeita de pólipos intrau- ceptivos hormonais.
terinos, suspeita de hidrossalpinge, cistos anexiais, Alternativa “B” está incorreta, pois DIU é categoria 2
endometriomas), não é invasiva e apresenta relativo em nulíparas, representando boa opção como método
baixo custo, devendo ser solicitada de rotina na inves- de longa duração.
tigação inicial do fator feminino de infertilidade. Para se Alternativa “C” está incorreta, pois paciente de 42 anos
avaliar a contagem folicular, deve ser feita até o terceiro hígida é classificada como categoria 2 para métodos
dia de um ciclo menstrual normal. contraceptivos combinados.
A histerossalpingografia permite avaliar a cavidade Alternativa “D” está incorreta, pois paciente acima de
uterina, a permeabilidade tubárea e o fator peritonial. 35 anos com baixa carga tabágica (abaixo de 15 cigar-
Este exame deverá ser realizado sempre no período ros/dia) é categoria 3 para contraceptivo oral combina-
pós-menstrual imediato. Pelo baixo custo e boa sensi- do, adesivo e anel vaginal.
bilidade, também deve ser feito de rotina. Alternativa “E” está incorreta. Paciente acima de 35
Além disso, o espermograma é essencial para avalia- anos com baixa carga tabágica é categoria 3 para con-
ção do fator masculino. Deve ser colhido por mastur- traceptivo oral combinado, adesivo e anel vaginal; e
bação, com abstinência de pelo menos 1-3 dias e não categoria 2 injetável combinado mensal.
ultrapassar 5 dias. Se exame alterado, colher pelo me- Resposta a.
nos duas amostras com intervalo superior a 90 dias, se
exame normal, não é necessário repetir. Resposta e. 98. O objetivo da anticoncepção de emergência é pre-
venir a gravidez inoportuna ou indesejada após relação
95. Além dos efeitos contraceptivos, os anticoncepcio- que, por alguma razão, foi desprotegida. As principais
nais orais combinados apresentam outros benefícios indicações são: relação sexual sem uso de método an-
como: redução da incidência de doença inflamatória ticonceptivo, falha conhecida ou presumida do método
pélvica (DIP), redução da frequência de cistos funcio- em uso de rotina, uso inadequado do anticonceptivo e
nais ovarianos, redução da incidência do adenocarci- abuso sexual. Atualmente, o método mais recomendado
noma de ovário, redução da frequência de adenocarci- para anticoncepção de emergência é o progestágeno
noma de endométrio, redução da incidência de doença isolado, levonorgestrel, na dose total de 1,5 mg, dividida
benigna da mama, redução da dismenorreia e ciclos em 2 comprimidos iguais de 0,75 mg, a cada 12 horas,
hipermenorrágicos. Resposta d. ou 2 comprimidos de 0,75 mg em dose única. Pode ser
utilizado até cinco dias da relação sexual desprotegida.
96. A definição de aborto é perda gestacional antes de O método de Yuzpe consiste na administração combi-
20-22 semanas ou peso fetal inferior a 500 g. Aborta- nada de estrogênio e progestágeno sintético, adminis-
mento de repetição é caracterizado pela ocorrência de trados até cinco dias após a relação sexual desprote-
3 ou mais abortos. gida. A associação mais estudada, recomendada pela
As principais causas de abortamento de repetição são: Organização Mundial de Saúde, é a que contém etinil-
idade materna avançada, anomalias cromossômicas, -estradiol e levonorgestrel, sendo recomendado a dose
trombofilias, alterações endócrino-metabólicas, altera- total de 200 g de etinil-estradiol e 1 mg de levonorges-
ções anatômicas e fator masculino (alterações esper- trel, divididas em duas doses iguais, a cada 12 horas,
máticas). ou administradas em dose única.
O DIU com cobre também é uma forma eficaz de con- 102. Fisiologicamente, o retorno da ovulação, pós-par-
tracepção de emergência disponível, quando inserido to, ocorre em torno de 27 dias em mulheres que não
em até cinco dias da relação sexual desprotegida. Sen- estão amamentando. Naquelas em aleitamento, este
do assim, alternativa “C” está correta. Resposta c. intervalo é variável e pode ser ampliado por vários me-
ses, enquanto o recém-nascido se encontrar em ama-
99. Os contraceptivos orais combinados (COC) exer- mentação exclusiva. Assim, a duração da infertilidade
cem a sua ação contraceptiva por meio de influência provocada pela amamentação é imprevisível e não há
no eixo neuroendócrino, alterando o mecanismo de maneira de prever sua ocorrência. Sendo assim, uma
estimulação ovariana pelas gonadotrofinas e pela in- adequada contracepção no puerpério é recomendada
terferência direta sobre os mecanismos de feedback. para prevenir morbidades maternas e infantis.
Assim, promovem um bloqueio gonadotrófico especial- Os anticoncepcionais com progestagênios isolados
mente do pico de LH e, com isso, impedem que ocorra representam uma boa opção para anticoncepção no
a ovulação. Por esta razão são chamados de anovula- puerpério, podendo ser utilizado a pílula de progestá-
tórios. Além disso, através da ação da progesterona, geno isolado (desogestrel), injetável trimestral ou im-
causam: espessamento do muco cervical, o que difi- plante. O anticoncepcional oral com progestágeno iso-
culta ascensão do espermatozoide; atrofia do endomé- lado deve ser iniciado 6 semanas após o parto.
trio; alterações na contratilidade tubaria. Resposta a. A OMS atribui classe 3 ao uso de contraceptivos com-
binados (COC) em lactantes entre seis semanas e
100. Por alternativa: seis meses pós-parto. Apesar de literatura insuficiente,
Alternativa “A” está correta, pois a taxa de falha do DIU teoricamente, o componente estrogênico prejudica a
com levonorgestrel é de 0,1% e da laqueadura de 0,5%. quantidade e qualidade do leite materno, ao suprimir
Alternativa “B” está incorreta, pois DIU é categoria 2 a produção de prolactina. Além disso, e contraindicado
em nulíparas, representando boa opção como método nas primeiras seis semanas de puerpério, quando há
de longa duração. hipercoagulabilidade fisiológica e risco aumentado de
Alternativa “C” está incorreta, pois o implante de etono-
tromboembolismo. Sendo assim, alternativa “C” está
gestrel apresenta índice de falha de 0,05% e o DIU de
correta. Resposta c.
levonorgestrel de 0,1%.
Alternativa “D” está incorreta, pois o DIU de Cobre
pode aumentar o fluxo menstrual e a dismenorreia. 103. LARC é uma sigla em inglês para “Long-acting re-
Alternativa “E” está incorreta, pois contraceptivos com versible contraceptives”, que traduzindo significa “Méto-
progestágeno isolado não aumentam o risco de trom- dos Contraceptivos Reversíveis de Longa Duração”. São
boembolismo venoso. definidos como métodos reversíveis que apresentam
Resposta a. duração contraceptiva igual ou superior a três anos.
Os principais são: dispositivo intrauterino (DIU) de co-
101. Por alternativa: bre (10 anos de duração), sistema intrauterino (SIU)
Alternativa “A” está incorreta, pois o exame padrão ouro liberador de levonorgestrel (5 anos de duração), im-
para avaliação da permeabilidade tubaria é a histeros- plante hormonal subdérmico com etonogestrel (3 anos
salpingografia, com realização da prova de Cotte. de duração). Resposta a.
Alternativa “B” está incorreta, pois FSH de 25 indica
baixa reserva ovariana. 104. O DIU é um método reversível de longa duração e
Alternativa “C” está incorreta. O diagnóstico de síndro- grande eficácia.
As principais complicações são:
me de ovários policísticos é realizado a partir dos cri-
Expulsão: ocorre com mais frequência nos 3 primeiros
térios de Rotterdam, sendo necessário presença de 2
meses após a inserção. A expulsão pode ser total ou
dos seguintes achados: oligo ou amenorreia, hiperan-
parcial e provoca dor pélvica e sangramento uterino
drogenismo clinico e/ou laboratorial, ovários policísti- anormal. A taxa de expulsão diminui com a idade, pari-
cos no ultrassom. dade e meses de utilização.
Alternativa “D” está incorreta, pois além da concentra- Infecção pélvica: ocorre em cerca de 2% das pacien-
ção de espermatozoides, deve ser avaliado a vitalidade, tes. Geralmente, deve-se à falta de assepsia no mo-
motilidade e morfologia dos mesmos. Estudos recentes mento da inserção do DIU ou infecções em curso e
têm demonstrado que a TEP (total de espermatozoides cuja progressão é facilitada pela presença do DIU (o
progressivos) no espermograma convencional (calcu- DIU por si só não causa infecção). O tratamento deve
lado pelo volume X concentração de espermatozoides/ ser realizado com antibiótico de largo espectro. Se o
mL X (%) de progressivos) tem melhor correlação com quadro não melhorar ao fim de 48 horas de tratamento,
o sucesso do tratamento. é indicado retirar o DIU.
Alternativa “E” está correta, pois a dosagem do hor- Gravidez: rara entre as pacientes com DIU. Quando
mônio antimulleriano avalia a reserva ovariana. Valor ocorre gravidez em portadora de DIU, 1 em cada 30
abaixo de 1 indica baixa reserva. é ectópica.
Resposta e. Resposta d.
105. Existem três consensos definidores da síndrome do, apenas, em relação ao momento da inserção pós-
dos ovários policísticos (SOP), mas no Brasil o mais -parto. E indicado a inserção em menos de 48 horas
utilizado pelos ginecologistas é o diagnóstico baseado após o parto ou após 6 semanas. Sendo assim, asser-
no Consenso de Rotterdam. Segundo este, para diag- tiva I está incorreta.
nostico de SOP a paciente deve possuir 2 dos seguin- Os anticoncepcionais com progestagênios isolados
tes critérios: oligo ou amenorreia, hiperandrogenismo representam uma boa opção para anticoncepção no
clinico e/ou laboratorial, ovários policísticos no ultras- puerpério, podendo ser utilizado a pílula de progestá-
som. Sendo assim, a paciente acima possui diagnósti- geno isolado (desogestrel), injetável trimestral ou im-
co de SOP, podendo ser a causa da infertilidade. plante. Assertiva II está correta.
A indução da ovulação com clomifeno é um tratamento A lei brasileira permite a realização de laqueadura tu-
de baixa complexidade e baixo custo para pacientes bária em mulheres com capacidade civil plena e maio-
com SOP. O clomifeno é um agonista parcial do recep- res de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois fi-
tor do estrogênio. Compete com o estrogênio endógeno lhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60
nos receptores estrogênicos hipotalâmicos, produzin- dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico,
do aumento da secreção de GnRH (hormônio libera- período no qual será propiciado à pessoa interessada
dor de gonadotrofina) e dos níveis de LH (hormônio acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluin-
luteinizante) e FSH (hormônio folículo estimulante), o do aconselhamento por equipe multidisciplinar. Sendo
que resulta em estimulação ovariana, com consequen- assim, assertiva III está incorreta.
te maturação do folículo ovariano e desenvolvimento A OMS atribui classe 3 ao uso de contraceptivos com-
do corpo lúteo. binados (COC) em lactantes entre seis semanas e
A posologia e 100 mg/dia, iniciando no 2º ou 3º dia do seis meses pós-parto. Apesar de literatura insuficiente,
ciclo menstrual. teoricamente, o componente estrogênico prejudica a
O clomifeno possui eficácia menor quando compara- quantidade e qualidade do leite materno, ao suprimir
do com uso de gonadotrofina (agonista total). Ele pos- a produção de prolactina. Além disso, é contraindicado
sui menor risco de hiperestímulo ovariano e gestação nas primeiras seis semanas de puerpério, quando há
gemelar. Sendo assim, alternativa “E” está correta. hipercoagulabilidade fisiológica e risco aumentado de
Resposta e. tromboembolismo. Sendo assim, assertiva IV está cor-
reta. Resposta b.
106. Doença Trofoblástica Gestacional constitui um
grupo de doenças da placenta conhecidas como mola 108. A paciente acima apresenta amenorreia secundá-
hidatiforme completa e mola hidatiforme parcial capa- ria, sendo necessário investigação.
zes de evoluir para formas invasoras e/ou malignas A dosagem de TSH tem como objetivo a detecção de
nomeadas mola invasora, coriocarcinoma, tumor tro- doenças da tireoide, principalmente de hipotireoidismo
foblástico do sítio placentário e tumor trofoblástico epi- subclínico que pode causar amenorreia.
telioide. A dosagem de prolactina visa a exclusão de hiper-
Após o diagnóstico e tratamento adequados, a pacien- prolactinemia, que pode ter diferentes causas, como:
te deve realizar seguimento periódico com dosagem de hipotireoidismo, tumores hipofisários (micro e macro-
beta-HCG. prolactinoma), uso de medicações (metoclopramida,
Durante todo o seguimento pós-molar as pacientes verapamil, risperidona, fenotiazidas, ACOs, dentre ou-
devem fazer anticoncepção rigorosa, de preferência tros), situações fisiológicas (lactação, estimulação ma-
mediante o uso de anticoncepcional oral, uma vez que mária, estresse, sono), idiopática.
não podem engravidar durante o período de acompa- A dosagem de FSH objetiva, por sua vez, avaliar se a
nhamento. causa da amenorreia está no compartimento ovaria-
O uso de DIU (de cobre ou levonorgestrel) não é indi- no ou nos compartimentos centrais (eixo hipotálamo-
cado, devido risco de distorção da cavidade e compli- -hipófise). É a etapa utilizada para diagnostico de fa-
cações. Resposta e. lência ovariana, sendo que FSH elevado em paciente
com menos de 40 anos, com sintomas menopáusicos,
107. Fisiologicamente, o retorno da ovulação, pós-par- indica falência ovariana precoce (FOP). FSH normal ou
to, ocorre em torno de 27 dias em mulheres que não diminuído (< 5 mUI/mL) indica causa central, com au-
estão amamentando. Naquelas em aleitamento, este sência de estimulo à produção hormonal ovariana (hi-
intervalo é variável e pode ser ampliado por vários me- pogonadismo hipogonadotrófico). FSH normal também
ses, enquanto o recém-nascido se encontrar em ama- pode indicar alteração uterina como causa de amenor-
mentação exclusiva. Assim, a duração da infertilidade réia. Nestes casos, é necessário prosseguimento de
provocada pela amamentação é imprevisível e não há investigação. Resposta c.
maneira de prever sua ocorrência. Sendo assim, uma
adequada contracepção no puerpério é recomendada 109. O câncer de mama é uma neoplasia hormônio-
para prevenir morbidades maternas e infantis. -dependente, sendo que as células cancerígenas po-
Em relação ao DIU, as indicações e contraindicações dem possuir receptores de estrogênio ou progesterona.
são as mesmas para mulheres fora do puerpério, ba- Por isso, segundo a OMS, em paciente em tratamento
seadas nos critérios de elegibilidade da OMS, varian- de neoplasia maligna de mama, está contraindicado o
uso de métodos hormonais. Sendo assim, o método Os anticoncepcionais com progestagênios isolados
contraceptivo indicado e o DIU de cobre. Resposta c. representam uma boa opção para anticoncepção no
puerpério, podendo ser utilizado a pílula de proges-
110. A lei brasileira permite a realização de laqueadu- tágeno isolado (desogestrel), injetável trimestral ou
ra tubária em mulheres com capacidade civil plena e implante subdérmico. Sendo assim, alternativa A está
maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois correta. Resposta a.
filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de
60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúr- 113. O DIU (Dispositivo Intrauterino) é um método con-
gico, período no qual será propiciado à pessoa interes- traceptivo seguro, reversível e eficaz. Além da inserção
sada acesso a serviço de regulação da fecundidade, clássica, em pacientes não grávidas, enfatiza-se que a
incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar e inserção pós-parto não se associa a um maior risco de
avaliação de outros métodos reversíveis. Sendo assim, complicações. O DIU pode ser inserido até 48 horas
a paciente acima cumpre critérios legais para realiza- após parto, sendo recomendado logo após a expulsão
placentária.
ção de laqueadura tubária, porém cabe a equipe mul-
As principais contraindicações são: história de doen-
tidisciplinar a orientação correta em relação a outros
ças sexualmente transmissíveis adquiridas durante a
métodos reversíveis disponíveis. Resposta c.
gravidez; infecção intrauterina recente ou ativa; cavi-
dade uterina distorcida; câncer de colo uterino; febre
111. A paciente acima possui diagnóstico de síndro-
intraparto ou critérios para corioamnionite; hipotonia ou
me dos ovários policísticos (SOP), pelo consenso de
atonia uterina pós dequitação; rotura de membranas
Rotterdam. Segundo este, para diagnostico de SOP a
ovulares com tempo superior a 48 horas. Resposta a.
paciente deve possuir 2 dos seguintes critérios: oligo
ou amenorreia, hiperandrogenismo clínico e/ou labora-
114. No Brasil, a esterilização cirúrgica está regula-
torial, ovários policísticos na ultrassonografia.
mentada por meio da Lei nº 9.263/96 que trata do pla-
O contraceptivo oral combinado é o tratamento medi-
nejamento familiar a qual estabelece no seu artigo 10
camentoso de primeira linha para quem não deseja
os critérios e as condições obrigatórias para a sua exe-
engravidar, sendo efetivo no controle do hiperandro-
cução. De acordo com a referida Lei, somente é permi-
genismo e na interrupção da cascata fisiopatológica
tida a esterilização voluntária nas seguintes situações:
da SOP. O efeito antiandrogênico dos contraceptivos
1. Em homens ou mulheres com capacidade civil
ocorre por três mecanismos principais: 1) inibição da
secreção de LH, reduzindo a secreção androgênica plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo me-
pela teca ovariana; 2) bloqueio do receptor androgêni- nos, com dois filhos vivos, desde que observado
co exercido pelo progestagênio; 3) aumento da síntese o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação
hepática da globulina carreadora dos esteroides sexu- da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será
ais (SHBG) através do metabolismo do etinilestradiol propiciado à pessoa interessada acesso a serviço
no fígado, sendo que este é o efeito antiandrogênico de regulação da fecundidade, incluindo aconselha-
mais importante. Resposta d. mento por equipe multidisciplinar;
2. Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro
112. Fisiologicamente, o retorno da ovulação, pós-par- concepto, testemunhado em relatório e assinado
to, ocorre em torno de 27 dias em mulheres que não por dois médicos.
estão amamentando. Naquelas em aleitamento, este Além do exposto acima, a legislação federal não per-
intervalo é variável e pode ser ampliado por meses, en- mite a esterilização cirúrgica feminina durante os perío-
quanto o recém-nascido se encontrar em aleitamento dos de parto ou aborto ou até o 42º dia do pós-parto ou
exclusivo. Assim, a duração da infertilidade provocada aborto. Essa restrição visa à redução da incidência de
pela amamentação é imprevisível e não há maneira de cesárea para procedimento de laqueadura, levando-se
prever sua ocorrência. Sendo assim, uma adequada em consideração que o parto cesariano, sem indica-
contracepção no puerpério é recomendada para pre- ção clínica, constitui-se em risco à saúde da mulher e
venir morbidades maternas e infantis. do recém-nascido. Além disso, esses momentos são
A abstinência periódica e o coito interrompido, conhe- marcados por fragilidade emocional, que pode influir
cidos como métodos comportamentais, não são estra- na decisão da mulher. Resposta a.
tégias seguras, com alta taxa de falha.
O contraceptivo oral combinado é contraindicado nas 115. A síndrome de insensibilidade periférica ao andro-
primeiras seis semanas de puerpério, quando existe
gênio ou síndrome de Morris é a causa mais comum de
hipercoagulabilidade fisiológica e risco aumentado de
pseudo-hermafroditismo masculino e causa frequente
tromboembolismo. A OMS atribui categoria 3 ao uso de
COC em lactantes entre seis semanas e seis meses de amenorreia. Nela ocorre insensibilidade periférica
pós-parto. Apesar de literatura insuficiente, teoricamen- dos receptores à ação do androgênio, mas os níveis
te, o componente estrogênico prejudica a quantidade e hormonais encontram-se dentro da normalidade até a
qualidade do leite materno, ao suprimir a produção de puberdade. O resultado é o desenvolvimento de fenóti-
prolactina. po feminino, apesar do genótipo masculino.
A testosterona é normal, porém há resistência dos te- dicações, contraindicações e via de administração). As
cidos à ação androgênica. Esta condição é causada principais indicações da terapia hormonal são: altera-
por uma mutação na produção do gene receptor de ções vasomotoras, alterações atróficas e osteoporose.
androgênios (AR; Xq 11 –q12). O receptor de estrogê- As principais contraindicações são: câncer de mama
nio é normal e, portanto, ocorre desenvolvimento das e endométrio recentes, tromboembolismo agudo, san-
mamas e do corpo feminino. gramento vaginal de origem indeterminada, doenças
Portadores dessa síndrome apresentam genitália ex- hepáticas ativas, porfiria, entre outros. No caso acima,
terna feminina, vagina ausente ou curta terminando em a hipertensão e diabetes não são contraindicações ab-
fundo cego, genitália interna sem as estruturas deriva- solutas, porém, deve ser optado pela via transdérmi-
das dos ductos de Wolff e de Müller, desenvolvimento de ca para evitar primeira passagem hepática. Deve ser
ginecomastia e pilificação de aspecto feminino. Os tes- associado a progesterona, com o objetivo de proteção
tículos estão localizados no abdome ou canal inguinal e endometrial. Sendo assim, alternativa “B” está correta.
menos frequentemente nos grandes lábios. Resposta d. Resposta b.
116. A puberdade define-se como o período de transi- 120. Segundo a OMS, para prescrição de métodos
ção entre a infância e a idade adulta, em que se obtém contraceptivos devem ser respeitados os critérios de
a maturação sexual completa. elegibilidade, que podem ser divididos em: 1 (sem res-
Amenorreia primária define-se como a ausência de trição ao uso do método), 2 (as vantagens superam os
menstruação aos 14 anos, na ausência das caracterís- riscos teóricos ou comprovados), 3 (riscos superam as
ticas sexuais secundárias (desenvolvimento mamário, vantagens), 4 (método não deve ser utilizado).
pelo axilar e púbico) ou ausência de menstruação aos As mutações trombogênicas conhecidas, como fator V
16 anos, com desenvolvimento normal das caracterís- de Leiden, mutação da protrombina, deficiência de pro-
ticas sexuais secundárias. teína C e S, são categoria 4 para contraceptivos orais
O retardo puberal pode ser constitucional (idiopático), combinados, devido risco alto de trombose. Sendo as-
associado a patologia crônica, secundário a distúrbios sim, não deve ser prescrito.
do eixo hipotálamo-hipófise (que causam hipogonadis- Em relação a paciente número 2, o tabagismo em pa-
mo hipogonadotrófico) e secundário a alterações go- ciente acima de 35 anos (dependendo do número de
nadais (que causam hipogonadismo hipergonadotrófi- cigarros fumados por dia) e diabetes mellitus são ca-
co). Resposta c. tegoria 3/4, não sendo recomendado o uso de método
contraceptivo oral combinado.
117. O climatério (ou perimenopausa) é definido pela A paciente número 3, sem uso de método contracepti-
Organização Mundial de Saúde como uma fase fisio- vo, teve relação desprotegida no período fértil, com alta
lógica da vida, que compreende a transição entre o chance de gestação, sendo indicado anticoncepção de
período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mu- emergência com levonorgestrel. Resposta e.
lher. Os principais sinais e sintomas são: irregularidade
menstrual, sintomas vasomotores, atrofia urogenital e 121. BIRADS (Breast Imaging Reporting and Data
osteoporose. System) representa uma sistematização internacional
Na maioria das mulheres, a irregularidade menstrual para avaliação mamaria, interpretação dos exames
é o principal sintoma relatado. É decorrente de ciclos e confecção de laudos. É dividida em categorias: 0
anovulatórios, devido a flutuação hormonal. (inconclusiva e necessidade de avaliação adicional),
A irregularidade menstrual pode ser tratada com pres- 1 (normal, sem achados), 2 (achados benignos), 3
crição cíclica de progestagênios para simular a segun- (achados provavelmente benignos), 4 (achados sus-
da fase do ciclo. O acetato de medroxiprogesterona peitos), 5 (achados altamente suspeitos), 6 (compro-
deve ser utilizado se o objetivo é apenas regularizar o vadamente maligno).
ciclo, porém, se houver necessidade conjunta de dimi- Na paciente acima com resultado BIRADS 3, e indica-
nuir o fluxo menstrual, deve-se optar pelo acetato de do repetição dos exames em 6 meses para seguimento
norestisterona. Resposta b. e reavaliação.
Além disso, ela apresenta espessamento endometrial
118. A paciente acima possui leiomiomatose, com leio- (acima de 4 mm) assintomática (sem sangramento
mioma subseroso sem repercussões clínicas, com vaginal), sendo indicado avaliação endometrial com
grande chance de apresentar regressão no período histeroscopia, devido risco de câncer de endométrio.
perimenopausa. Sendo assim, a conduta é expectante Resposta b.
com controle ultrassonográfico. Não é necessária reali-
zação de tratamento clinico ou cirúrgico, pois paciente 122. Assertiva I está incorreto. A osteoporose é uma
assintomática sem sangramento uterino anormal. Res- doença esquelética caracterizada por baixa massa ós-
posta c. Resposta c. sea, o que leva a fragilidade e aumento do risco de
fraturas. O exame padrão-ouro para diagnóstico é a
119. A paciente possui sintomas climatéricos, como fo- densitometria óssea. As indicações de tratamento são:
gachos e atrofia urogenital, sendo necessário discutir fratura patológica, T-score menor ou igual -2,5, osteo-
terapia de reposição hormonal (desejo da paciente, in- penia (T-score entre -1,0 e -2,5) associado a causas
secundárias de risco como uso de glicocorticoide e 126. Em paciente com sangramento genital pós me-
imobilização. Sendo assim, a paciente acima não pos- nopausa, a hipótese diagnostica mais comum é atrofia
sui indicação de tratamento. endometrial (aproximadamente 30% dos casos). Devi-
Assertiva II está correto. A paciente possui sintomas do ao risco de câncer de endométrio (aproximadamen-
climatéricos com prejuízo a qualidade de vida. As prin- te 10% dos casos), é sempre indicado realização de
cipais indicações de terapia de reposição hormonal avaliação endometrial com histeroscopia. Resposta a.
são: sintomas vasomotores, alterações atróficas e os-
teoporose. A hipertensão controlada não é considerada 127. O sistema de quantificação de prolapso dos órgãos
contraindicação absoluta, sendo permitido prescrição pélvicos (POP-Q) é a classificação mais aceita e obje-
de TRH transdérmica, para evitar primeira passagem tiva, sendo que utiliza uma série de medidas e pontos
hepática. Deve ser associado progesterona para pro- específicos de suporte dos órgãos pélvicos. Existem 6
teção endometrial. pontos de referência, sendo eles: Aa, Ba (parede ante-
Assertiva III está incorreto, pois não é necessária rea- rior), Ap, Bp (parede posterior), C (colo), D (fundo de
lização de nova dosagem de FSH, sendo que o diag- saco de Douglas), CVT (comprimento vaginal total). Os
nóstico é essencialmente clinico. valores são negativos quando acima da carúncula hi-
Assertiva IV está incorreto. Os fitoestrogénos, como iso- menal e positivos quando abaixo.
flavona, são compostos naturais semelhantes ao 17-be- Os estágios para estadiamento são:
ta-estradiol. A maioria dos trabalhos não comprovaram Estádio 0: ausência de prolapso
efeitos benéficos sobre os sintomas climatéricos. Estádio 1: ponto de maior prolapso em -1 (1 cm aci-
Resposta e.
ma do hímen)
123. As principais contraindicações da terapia de repo- Estádio 2: porção mais distal do prolapso entre -1
sição hormonal são: antecedente de câncer de mama e +1
e endométrio, tromboembolismo, sangramento vaginal Estádio 3: porção mais distal do prolapso entre +1
de origem indeterminada, doenças hepáticas agudas, e CVT-2
porfiria, doença coronariana, entre outros. A história
Estádio 4: eversão completa
pessoal de câncer de colón não configura contraindi-
cação. Resposta e. Sendo assim, a paciente acima possui prolapso de pa-
rede anterior estádio 2. Resposta d.
124. Receptores estrogênicos tipo alfa e beta são en-
contrados na pele, vasos, ossos, mama, vagina, vulva, 128. O diagnóstico na perimenopausa é essencialmen-
bexiga e uretra. A supressão hormonal característica da te clinico, porém existem exames que podem colaborar,
menopausa pode produzir sinais e sintomas variados. sendo o mais utilizado a dosagem do FSH. Na meno-
No trato genital, a redução do estrogênio causa redu- pausa, ocorre redução drástica da reserva ovariana e
ção da espessura do epitélio vaginal, perda de elasti- do feedback exercido no eixo hipotálamo-hipófise, o que
cidade, perda do enrugamento, estreitamento do canal resulta no aumento do FSH. O perfil hormonal no clima-
tério e marcado por FSH elevado (geralmente acima de
vaginal, sendo assim a paciente queixa de resseca-
35), LH normal, progesterona normal, inibida reduzida e
mento e dispareunia. O trato urinário também é afeta-
hormonio antimulleriano reduzido. Resposta b.
do pelo hipoestrogenismo, sendo que a atrofia causa
disúria, urgência e infecções de repetição.
129. No diagnóstico diferencial de incontinência uri-
A deficiência de estrogênio causa predomínio da ativi-
nária, deve ser considerado a fístula vésico-vaginal,
dade osteoclástica com aumento da reabsorção óssea
principalmente em paciente no pós-operatório de his-
e aumento do risco de osteoporose. Resposta d.
terectomia (cirurgia com risco de lesão e formação de
fístula). O diagnóstico pode ser confirmado com teste
125. A paciente acima possui diagnóstico de inconti-
com azul de metileno e o tratamento geralmente é ci-
nência urinária de urgência, devido urodinâmica de-
rúrgico. Resposta e.
monstrando contrações involuntárias do músculo de-
trusor e clínica compatível. Essa patologia é marcada
130. O sistema de quantificação de prolapso dos ór-
por sintomas como urgência urinária, noctúria e au-
gãos pélvicos (POP-Q) é a classificação mais aceita
mento da frequência urinária. O tratamento é clínico
e objetiva, sendo que utiliza uma série de medidas e
com medidas gerais (como perda de peso, redução da
pontos específicos de suporte dos órgãos pélvicos.
ingesta hídrica, redução do uso de cafeína, suspensão
Existem 6 pontos de referências, sendo eles: Aa, Ba
do tabagismo, melhora da função intestinal) e medi-
(parede anterior), Ap, Bp (parede posterior), C (colo),
camentoso. A farmacologia está ancorada nas drogas
D (fundo de saco de Douglas), CVT (comprimento va-
com propriedades anticolinérgicas, que bloqueiam os
ginal total). Os valores são negativos quando acima da
receptores muscarínicos da bexiga, causando relaxa-
carúncula himenal e positivos quando abaixo.
mento do músculo. As principais contraindicações são:
Os estágios para estadiamento são:
glaucoma de angulo fechado, arritmias cardíacas, gra-
Estádio 0: ausência de prolapso
videz e lactação, colite ulcerativa e doença obstrutiva
intestinal ou urinária. Resposta b. Estádio 1: ponto de maior prolapso em -1 (1 cm aci-
O exame físico evidencia massa anexial palpável unila- Entre as causas psicológicas de disfunção sexual pre-
teral em até 70% dos casos, que pode apresentar rápi- vistas por Kaplan, encontramos: imediatas (advindas
do aumento devido à congestão vascular progressiva. de mecanismos de defesa relacionados à ansiedade),
Sinais de abdome agudo também são comuns. intrapsíquicas (que remetem ao inconsciente e a seus
Os achados de imagem dependem do tempo de evo- mecanismos), didáticas (pertinentes à dinâmica rela-
lução da torção ovariana e o sinal mais comum, porém cional do casal) e adquiridas (experienciais, vivenciais,
menos específico, é o aumento de volume do ovário advindas de traumas ou situações de insucesso).
comprometido. Resposta b. As estratégias de tratamento se estratificam e se deli-
mitam nas diferenças etiológicas e especificidades das
139. O cisto hemorrágico apresenta quadro clínico disfunções. A estratificação estratégica para tratamen-
inespecífico, podendo causar dor pélvica, abrupta ou to se delineia pelas seguintes disfunções: inibição do
não, que piora após relação sexual. Para diagnóstico e desejo sexual, disfunção erétil, disfunção sexual geral,
conduta, é essencial a realização de ultrassonografia ejaculação prematura, ejaculação retardada e anor-
transvaginal, beta-HCG (para exclusão de patologias gasmia feminina e vaginismo.
obstétricas) e hemograma. Possui, caracteristicamen- O tratamento de vaginismo é realizado pela técnica de
te, aspecto ecográfico heterogêneo linear em diversos pleasuring. Consiste na dessensibilização da tensão,
planos e pode apresentar realce periférico ao doppler. através da terapia em conjunto do casal: psicoterapia,
Coágulos podem ser evidenciados como formações exercícios de relaxamento e aumento da intimidade do
ecogênicas de aspecto heterogêneo, dentro do cisto. O casal. Possui alta taxa de melhora. Resposta c.
tratamento cirúrgico é indicado se sinais de instabilida-
de hemodinâmica, rotura com sangramento ativo ou si- 141. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define gê-
nais de peritonismo refratário. Se estabilidade hemodi- nero como conceitos sociais de papéis, comportamen-
nâmica preservada, aconselha-se o acompanhamento tos, atitudes e características que cada sociedade con-
seriado da paciente, pois estes cistos costumam desa- sidera adequados para homens e mulheres. O gênero é
parecer em até oito semanas. culturalmente construído, ao se atribuir “valores e senti-
No caso descrito, a hipótese diagnóstica de gravidez dos diversos à constituição anatômica e à participação
ectópica é afastada devido beta-HCG negativo. Na tor- de mulheres e homens na reprodução biológica”. O gê-
ção anexial, geralmente é necessário fator predispo- nero, portanto, difere do sexo biológico por ser social-
nente como afecções que levam ao aumento do volume mente construído. Entende-se que a vivência de um gê-
ovariano. Além disso, a dor é abrupta e intensa e pode nero (sociocultural) discordante do que se esperaria do
estar associado a sinais de peritonismo. Resposta c. sexo biológico é uma questão de identidade de gênero.
Essa situação se aplica ao caso das pessoas travestis e
140. O modelo terapêutico de Helen Kaplan revisa a transexuais, que são não cisgênero ou “transgênero”, ou
fisiologia da resposta sexual apresentada por Masters mais popularmente, trans, por não se identificarem com
e Johnson, incluindo a fase do desejo no ciclo da refe- o gênero que lhes foi determinado pelo sexo biológico.
rida resposta. Como forma de combate às discriminações contra
Desejo, excitação e orgasmo compõem o seu modelo essa população, o uso do nome social nos serviços
trifásico, cujas respectivas perturbações constituem a de saúde é garantido entre os direitos dos usuários do
maior parte das disfunções sexuais. SUS. A presença do campo destinado ao nome social
Kaplan defende que a identificação correta da inibição nos documentos e prontuários da saúde, bem como o
sexual maximiza as possibilidades de sucesso na tera- respeito dos profissionais da área ao adotarem o nome
pêutica sexual. de escolha do usuário em seu atendimento impede
Entre as causas biológicas estão: incidência de doen- que o constrangimento bloqueie o acesso aos serviços
ças ligadas ou reflexas aos órgãos genitais (como as ofertados, reafirma o compromisso de universalidade e
endócrinas, por exemplo), uso de drogas lícitas e ilíci- equidade do SUS, extinguindo a violação de direitos no
tas, medicamentos e motivos etários. âmbito institucional. Resposta b.