Caderno de Questoes R1 2019 (Ginecologia)

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Caderno

de Questões
Você encontrará nos próximos capítulos, questões comentadas e atualizadas dos concur-
sos de Residência Médica em 2019!

Leia cada questão com muita atenção e aproveite ao máximo os comentários. Se


necessário, retorne ao texto de sua apostila.

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10 (dez) questões. Dessa forma, você poderá traçar um perfil de rendimento ao final de
cada treinamento e obter um diagnóstico preciso de seu desempenho.

Estude! E deixe para responder as questões após domínio dos temas. Fazê-las imediatamente
pode causar falsa impressão.

O aprendizado da Medicina exige entusiasmo, persistência e dedicação. Não há fórmula


mágica. Renove suas energias e se mantenha cronicamente entusiasmado.

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Atenciosamente,
Equipe SJT-MED
Sumário
1 Questões para treinamento – Ginecologia....................................................................................5
2 Gabarito comentado....................................................................................................................................29
1
QUESTÕES PARA TREINAMENTO
Ginecologia

UFG – 2019 a) é esperado e fisiológico o retorno de sangra-


1. Uma paciente multípara, de 45 anos, apresen- mentos menstruais na sua faixa etária
tou sangramento uterino anormal há aproxi- b) é necessário realizar estrogenioterapia ime-
madamente oito meses. O exame ginecológico diata para conter o sangramento
evidencia útero aumentado de volume e glo- c) deve-se realizar histeroscopia, pois a principal
boso. A paciente refere dismenorreia intensa hipótese diagnóstica é de câncer de endométrio
associada. Nesse caso, qual é o diagnóstico d) deve-se realizar colposcopia, pois a principal
mais provável? hipótese diagnóstica é câncer de colo uterino
a) câncer de colo uterino e) a ultrassonografia transvaginal sem doppler é
b) adenomiose o exame padrão ouro para sangramento uteri-
c) endometriose no anormal
d) doença inflamatória pélvica aguda
UFPI – 2019
UFPA – 2019 4. Considerando as principais causas de sangra-
2. O funcionamento harmônico do eixo hipo- mento uterino anormal, assinale a opção correta:
tálamo-hipófise-ovário mantém a homeos- a) os pólipos endometriais são causa frequente
tase endócrina feminina. Na ovulação, apro- de hemorragia genital, tendo alta incidência de
ximadamente 24h e 12h antes da postura malignidade nas mulheres jovens
ovular, há pico dos seguintes hormônios, b) o leiomioma uterino de localização submuco-
respectivamente: sa deve ser tratado com uso de progestagênio
a) LH e estradiol na segunda fase do ciclo menstrual, quando o
b) estradiol e LH sintoma principal é hemorragia vaginal
c) FSH e progesterona c) as neoplasias cervicais raramente causam
d) progesterona e estradiol hemorragia vaginal e apresentam mais cará-
e) FSH e estradiol ter invasivo para paramétrios, mesmo em es-
tágios avançados, sendo a dor seu principal
UFPA – 2019 sintoma
3. Paciente do sexo feminino, negra, 65 anos d) a causa mais frequente de sangramento ute-
de idade, diabética, sedentária e obesa, apre- rino anormal na adolescência, excluídas com-
sentou sangramento vaginal há 2 semanas. plicações da gravidez, são neoplasias benig-
Tabagista, fuma 1 maço de cigarro ao dia há nas do útero
30 anos. Paciente com pequeno sangramento e) a avalição da cavidade uterina deve ser incluí-
vaginal e hemodinamicamente estável no mo- da na avaliação propedêutica do sangramento
mento. Exames especular normal. A respeito uterino anormal apresentado por paciente na
deste caso, é correto afirmar que: menopausa
6 R1 Extensivo | Questões para treinamento

UFPR – 2019 UFT – 2019


5. Paciente com 28 anos de idade, solteira, apre- 8. No ciclo menstrual, a ocorrência de gravidez
sentando ciclos menstruais irregulares há 2 levará à produção de gonadotrofina coriônica
anos, queixa-se de pele oleosa, pelos no rosto humana, cuja função é sustentar a produção
e nos membros inferiores. Tem atividade sexu- hormonal do corpo lúteo. Caso a gravidez não
al e utiliza preservativo como método contra- aconteça, a falência do corpo lúteo determi-
ceptivo. Tem IMC (índice de massa corpórea) na queda de estrogênio e progesterona que
dará início a eventos endometriais importan-
de 32. Traz os seguintes exames: LH 18 mUI/
tes que culminarão com a menstruação. Em
ml, FSH 5,8 mUI/ml, TSH 4 mU/L, glicemia de
relação à menstruação, assinale a alternativa
jejum 91 mg/dl, insulina basal 30 mU/L. Exame INCORRETA:
físico: paciente tem acne na face, pele oleosa a) a camada funcional do endométrio sofrerá
e pelos na região do queixo e nos membros ação de enzimas como as metaloproteinases
inferiores. Paciente deseja obter melhora das e fosfatase ácida que promovem sua digestão
queixas clínicas e apresentar ciclos menstru- b) alterações vasomotoras rítmicas nas arterío-
ais regulares. Levando em consideração os las espiraladas levam à isquemia e descama-
dados apresentados, deve-se orientar perda ção endometrial
de peso, dieta hipocalórica e prescrever: c) na fase isquêmica do ciclo menstrual observa-
a) espironolactona 50 mg via oral duas vezes ao dia -se aumento na liberação de prostaglandinas
b) etinilestradiol 0,03 mg/dia + 0,15 mg/dia de le- d) a progesterona tem papel importante em con-
vonorgestrel trolar o sangramento menstrual ao promover a
c) etinilestradiol 0,05 mg/dia + 0,15 mg/dia de proliferação e regeneração rápida do endomé-
drospirenona trio
d) 3 mg de drospirenona e 0,03 mg de etinilestradiol e) com a ruptura endotelial e perda sanguínea,
e) espironolactona 100 mg ao dia + acetado de entram em jogo mecanismos de coagulação e
ciproterona 25 mg/dia angiogênese

UFRN – 2019 UNCISAL – 2019


6. O ciclo menstrual é um fenômeno biológico 9. Qual das seguintes alternativas é a apresen-
feminino de caráter cíclico, que ocorre como tação clínica mais comum da leiomiomatose
resultado direto de variações das concentra- uterina?
ções hormonais secretadas pelo eixo hipo- a) infertilidade
tálamo-hipófise-gonadal. Dura, em média, 28 b) menorragia
dias e pode ser dividido em três fases: folicu- c) obstrução ureteral
lar, ovulatória e lútea. A reserva folicular ova- d) dor pélvica
e) aborto recorrente
riana pode ser avaliada no 3º dia do ciclo, a
partir da dosagem sérica de:
FAMERP – 2019
a) estradiol
10. Paciente de 13 anos, menarca há 2 meses,
c) FSH
chega na emergência do Hospital com hemor-
b) LH
ragia há 2 dias. Ao exame: mucosas descora-
d) progesterona
das +++/4+, dispneica, hímen íntegro e saída
de sangramento via vaginal em quantidade
UFSC – 2019
acentuada. Beta-HCG negativo. Ao Ultrassom
7. Uma mulher de 49 anos procura atendimen-
pélvico, útero e ovários normais para a idade.
to referindo hipermenorreia há 1 ano. Refere
Não foi possível avaliar o endométrio devido a
ciclos menstruais de 50-60 dias. Sem outras presença de coágulos intraútero e por ser via
queixas. Realizou ultrassonografia transvagi- suprapúbica. Qual a hipótese mais provável
nal que demonstrou um útero com volume de para este caso?
80 cm3, com superfície irregular e 3 nódulos a) abortamento retido
hipoecogênicos subserosos, o maior deles b) distúrbio de coagulação
medindo 1,5 cm × 1,1 cm nos seus maiores c) gestação molar
eixos, e endométrio com 0,6 cm de espessura. d) câncer do colo uterino
A causa mais provável da hipermenorreia é:
a) adenomiose NESC – 2019
b) miomatose uterina 11. Miomas uterinos representam importante pro-
c) hiperplasia endometrial blema da atenção à saúde, pois são indicação
d) adenocarcinoma endometrial mais frequente de histerectomia. Avalie as afir-
e) sangramento uterino disfuncional mações abaixo sobre este tumor:

SJT Residência Médica


1 Ginecologia 7

I. Miomas uterinos são muito comuns, e a trial de 9 mm à ultrassonografia. O resultado


maioria deles é assintomática e pode ser tra- da biópsia do endométrio evidenciou adeno-
tado de maneira conservadora. carcinoma endometrioide G1. Qual a conduta
II. Os miomas submucosos, às vezes associa- a seguir?
dos ao aumento do sangramento menstrual a) histerectomia subtotal com salpingooforecto-
ou à infertilidade, frequentemente podem ser mia bilateral e coleta do lavado peritoneal
b) histerectomia total com salpingectomia bilate-
removidos por laparoscopia.
ral e coleta do lavado peritoneal.
III. A degeneração sarcomatosa é rara e mais
c) histerectomia subtotal com salpingooforec-
provável em mulheres após a menopausa com tomia bilateral, linfadenectomia pélvica e pe-
sintomas de dor e sangramento. riaórtica
IV. A ultrassonografia é a técnica de imagem d) histerectomia total com salpingectomia bilate-
de maior disponibilidade e menor custo para ral, linfadenectomia pélvica e periaórtica
diferenciar miomas de outras doenças pélvi- e) histerectomia total com salpingooforectomia
cas; porém, a ressonância nuclear magnética bilateral e coleta do lavado peritoneal
possibilita a avaliação mais precisa do núme-
ro, do tamanho e da posição dos miomas. USP-SP – 2019
É correto o que se afirma em: 15. Mulher, 42 anos de idade, 2 partos normais,
a) II e IV apenas marido vasectomizado, refere que seus ciclos
b) II, III e IV apenas menstruais permanecem regulares de 30 dias,
c) I, II, III e IV mas sua menstruação vem aumentando em
d) I, III e IV apenas duração e quantidade há 6 meses, inclusive
e) I, II e IV apenas com aparecimento de cólica (que não apre-
sentava antes). O exame clínico geral é nor-
UNIFESP – 2019 mal. O toque vaginal, não doloroso, identifica
12. Mulher, 73 anos de idade, tercigesta, secun- útero em anteversoflexão, volume e forma nor-
dípara, procura o Posto de Saúde preocupa- mais, regiões anexiais sem alterações. Qual é
da com o resultado de ultrassonografia en- a principal hipótese diagnóstica?
dovaginal solicitado pelo geriatra. Refere ser a) adenomiose
hígida, nega sangramento genital e queixas b) miomatoseuterina
climatéricas. Não faz uso de medicação diá- c) endometrite
ria. Laudo da Ultrassonografia = nódulo sólido d) istmocele
uterino intramura l com área calcificada me-
dindo 15 × 13 mm, espessura do endométrio: 2 UNITAU – 2019
mm, ovários não observados. Qual o provável 16. Paciente com 63 anos, menopausa aos 50 anos,
diagnóstico e qual a conduta? nuligesta, diabética, apresentou sangramento
a) leiomiossarcoma uterino; histerectomia vaginal. Após consulta com ginecologista, foi
b) teratoma uterino; histerectomia realizada ultrassonografia transvaginal, cujo
c) mioma uterino calcificado; tranquilizar a paciente resultado mostrou endométrio com espessura
d) mioma uterino; miomectomia de 12 mm. Para continuidade da avaliação, qual
e) nódulo uterino a esclarecer; biópsia percutânea conduta NÃO deve ser empregada?
a) dilatação e curetagem
SUS-SP – 2019 b) termoablação
13. São fatores de risco para câncer endometrioi- c) cureta de Novak
de de endométrio: d) cureta de Pippele
a) hipertensão arterial, multiparidade e diabetes e) histeroscopia com biopsia
mellitus
b) obesidade, hipertensão e tumor de célula gra- UFPR – 2019
nulosa do ovário 17. A reserva ovariana nos mostra a capacidade
c) mutação de BRCA1, multiparidade e uso de do ovário de responder aos estímulos hormo-
contraceptivos nais, sejam endógenos ou exógenos. Assim, é
d) terapia hormonal na pós-menopausa, tabagis- correto afirmar:
mo, uso de DIU a) a ecografia pélvica transvaginal seriada com
e) uso de DIU hormonal, uso de contraceptivos contagem de folículos antrais é suficiente para
hormonais, obesidade mostrar a falência ovariana
b) as dosagens de estradiol, FSH e LH no 3o dia
UNIFESP – 2019 do ciclo são suficientes para o diagnóstico de
14. Mulher, 65 anos de idade, hipertensa, obesa reserva ovariana diminuída
e diabética, refere sangramento vaginal há 7 c) níveis do hormônio antimulleriano acima de
meses. Identificou-se espessamento endome- 2,5 demonstram reserva ovariana diminuída

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8 R1 Extensivo | Questões para treinamento

d) com a dosagem do hormônio antimulleriano, e) a dosagem do sulfato de dehidroepiandroste-


podemos prever a idade com que a paciente nediona, com o resultado dentro da faixa de
estará na menopausa valores pré‐púberes, colabora com a hipótese
e) as dosagens de FSH no 3º dia do ciclo, estra- de adrenarca prematura
diol no 18º dia e LH no 24º dia são suficientes
para o diagnóstico de reserva ovariana dimi- Santa Casa-SP – 2019
nuída 21. Uma mulher de 31 anos de idade, nuligesta,
procurou o serviço de ginecologia endócrina
UFRN – 2019 com o diagnóstico da síndrome dos ovários
18. A amenorreia é a ausência de menstruação policísticos (SOP) e queixando-se de hiperan-
em paciente no menacme. A amenorreia pri- drogenismo. Foi introduzida pílula combina-
mária consiste na ausência de menstruação da. Não há antecedentes familiares dignos de
aos 16 anos de idade, na presença de carac- nota. Com base nesse caso hipotético, assina-
teres sexuais secundários normais, ou aos 14 le a alternativa correta.
anos, quando não há desenvolvimento dos a) o etinilestradiol, quando metabolizado em ní-
caracteres sexuais secundários. O fator etioló- vel hepático, resulta no aumento da SHBG
gico compatível com o quadro de amenorreia (sex hormone‐binding globulin), o que acarreta
primária, com caracteres sexuais secundários a diminuição da testosterona livre
e com a genitália interna presente é: b) as pílulas que contêm hormônios naturais
a) agenesia congênita do endométrio apresentam maior eficácia no tratamento do
b) síndrome de Prader-Willi hiperandrogenismo em pacientes com SOP
c) insensibilidade androgênica c) o etinilestradiol da pílula cursa com um fee-
d) hermafroditismo verdadeiro dback positivo sobre o hormônio luteinizan-
te, pois resulta na diminuição da síntese de
UFT – 2019 androgênios no ovário
19. A Síndrome dos Ovários Policísticos é acha- d) a pílula combinada acarreta a inibição da enzi-
do comum em pacientes inférteis e com ci- ma aromatase, responsável pela conversão do
clos oligomenorreicos. Paciente com quando estrogênio em testosterona
de infertilidade e ciclos oligomenorreicos, e) as pílulas contraceptivas que contêm apenas
após a investigação, foi confirmado o diag- progestógenos apresentam maior eficácia na
nóstico de Síndrome dos Ovários Polimicro- redução do
císticos (ou Policísíticos). Diante do desejo
iminente de gestação, está indicado o uso de Santa Casa-SP – 2019
qual substância adjuvante na terapêutica vi- 22. Uma mulher de 34 anos de idade procurou o
sando a gravidez? serviço médico com quadro de amenorreia se-
a) ciproterona cundária. Foi realizado o teste da progesterona
b) desogestrel e o resultado foi negativo. Foi prescrita pílula
c) metformina combinada, com a presença de sangramento
d) drospirenona vaginal na pausa. A investigação foi comple-
e) gestodeno mentada com os exames FSH, com valor de
45 mUI/mL, que, repetido depois de um mês,
Santa Casa-SP – 2019 apresentou o valor de 43 mUI/mL, TSH normal,
20. Uma paciente com sete anos de idade foi leva- prolactina normal e β-hCG negativo. Acerca
da ao ginecologista devido ao quadro de sur- desse caso hipotético, assinale a alternativa
gimento da pubarca. No exame físico, obser- CORRETA:
vou-se ausência do desenvolvimento mamário a) ‘caso a terapia de reposição hormonal seja
e presença de pelos pubianos. A mãe da pa- prescrita, ela será utilizada por apenas cinco
ciente negou doenças associadas ou uso de anos, considerando‐se seu risco‐benefício,
medicações. Não há antecedentes familiares uma vez que a paciente tem 34 anos de idade
relevantes. Com base nesse caso hipotético, b) pacientes que tenham essa doença podem
assinale a alternativa CORRETA: apresentar queixas de ondas de calor que sur-
a) classicamente, a pubarca é o primeiro sinal do gem antes da manifestação da irregularidade
início do desenvolvimento puberal feminino menstrual
b) trata‐se de uma apresentação clínica clássica c) o risco de gravidez é extremamente baixo.
de puberdade prematura central Sendo assim, mesmo em pacientes que não
c) a adrenarca prematura está associada ao desejam engravidar, deve‐se contraindicar a
maior risco de desenvolvimento da síndrome pílula combinada e utilizar a terapia de reposi-
dos ovários policísticos na vida adulta ção hormonal de baixa dosagem
d) o desenvolvimento das mamas é obrigatório d) ao contrário da menopausa natural, o impacto
no diagnóstico da adrenarca precoce ósseo nessa paciente é inexistente

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1 Ginecologia 9

UFG – 2019 Diante da US acima, o diagnóstico da prová-


23. A dor pélvica crônica: vel causa dos sintomas apresentados pela pa-
a) melhora no período menstrual, na maioria dos ciente é:
casos a) pólipo endometrial
b) associa-se a alterações orgânicas no exame b) câncer de endométrio
ginecológico, em 90% dos casos c) mioma intramural
c) está relacionada a depressão e/ou traumas fa- d) atrofia endometrial
miliares, em mais da metade dos casos e) sarcoma uterino
d) é caracterizada por ser cíclica há pelo menos
três meses e seu tratamento é cirúrgico UFPR – 2019
26. Paciente de 30 anos apresenta infertilidade
UFPA – 2019 primária há 5 anos. Apresenta dismenorreia
24. Uma jovem de 18 anos queixa-se de cólicas e dispareunia. Histerossalpingografia normal.
menstruais de forte intensidade, que a impos- Ciclos irregulares. Ecografia pélvica transva-
sibilitam de realizar suas atividades normais. ginal mostra cisto ovariano hiperecogênico
Os exames físico e ginecológico são normais. de 3 cm de diâmetro. Tem como antecedentes
Feito o diagnóstico de dismenorreia primária, uma apendicectomia aos 18 anos. Dosagem
a melhor opção para o tratamento inicial são hormonal no 3º dia do ciclo com estradiol de
os(as) 30 pg/ml e FSH de 5,7 mUI/mL. Cônjuge com
a) inibidores de prostaglandinas espermograma normal. Com os dados acima,
b) drogas ocitócicas pode-se considerar que:
c) inibidores da prolactina a) visto o quadro clínico, estaria indicada a ad-
d) antiespasmódicos de ação central ministração de 3 meses de anticoncepcional
e) inibidores centrais do eixo hipotálamo-hipófi- oral, para regular o ciclo
se-ovário b) o procedimento de fertilização in vitro não es-
taria indicado
UFPA – 2019 c) podemos indicar a laparoscopia para melhor
25. Paciente com 33 anos, gesta 2, 2 partos nor- avaliação, considerando o quadro clínico su-
mais, sendo o último há 5 anos. Há 6 meses gestivo de endometriose
começou com o quadro de menorragia de mo- d) a indução da ovulação e inseminação intraute-
derada intensidade e dismenorreia. O gineco- rina seriam mais indicados
logista solicitou uma ultrassonografia transva- e) o fator ovulatório é a única causa da infertilidade
ginal com histerossonografia que evidenciou
um útero anteversofletido, 7,0 cm no maior UFPR – 2019
eixo longitudinal, volume: 60 cm3, miométrio 27. Paciente de 62 anos de idade, gesta 3 cesárea
homogêneo com presença de uma lesão no- 3, última menstruação há 12 anos, queixa-se
dular em parede posterior de 3 cm (figura B de sangramento via vaginal tendo iniciado há 6
seta preta), endométrio com espessura de 1,5 meses. Ecografia pélvica endovaginal revelou
cm (figura A). Na histerossonografia (figura B), volume uterino de 140 cm3, endométrio de 14
evidenciou uma imagem nodular intracavitária mm, ovários sem particularidades. Foi subme-
de 1,5 cm × 1,0 cm (vide imagem da histeros- tida a histeroscopia. Anatomopatológico: ade-
sonografia). Ovários sem alterações, 1,6 cm à nocarcinoma endometrioide grau 1. Exames
esquerda e 1,8 cm à direita. laboratoriais da rotina pré-operatória dentro
dos parâmetros da normalidade. Foi submetida
a histerectomia total abdominal + salpingoofo-
rectomia bilateral + estadiamento cirúrgico IA.
A cirurgia durou 3 horas e 40 minutos. Antece-
dentes pessoais: hipertensão arterial crônica
controlada em uso de losartana 50 mg de 12
em 12 horas. IMC: 28. A respeito desse caso,
considere as seguintes afirmativas:
I. De acordo com a American Society of Anes-
thesiologists, há risco cirúrgico da paciente
ASA 3.
II. A paciente deve usar meia elástica, deam-
bulação precoce e enoxaparina 40 mg subcu-
tâneo durante o internamento hospitalar.
III. A paciente deve utilizar cefazolina 2 gramas
dose única 30 minutos antes de iniciar o pro-
cedimento.

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10 R1 Extensivo | Questões para treinamento

IV. A paciente deverá ser submetida a radiote- UNIFESP – 2019


rapia como terapia adjuvante. 30. Com relação à dismenorreia primária, assinale
Assinale a alternativa CORRETA: a afirmativa CORRETA:
a) somente a afirmativa II é verdadeira a) os sintomas não estão relacionados às primei-
b) somente as afirmativas I e IV são verdadeiras ras ovulações
c) somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras b) é rara a associação com quadros depressivos
d) somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras c) está associada à adenomiose
e) somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras d) está associada a ciclos ovulatórios
e) os sintomas começam nas 72 horas que pre-
UFT – 2019 cedem o catamênio
28. A endometriose é um achado comum em mu-
lheres inférteis e com dor pélvica, podendo se UFPA – 2019
manifestar clinicamente de várias maneiras e 31. Mulher de 26 anos queixando-se de dor pélvi-
com vários achados clínicos. ca perimenstrual há 3 anos cuja intensidade
aumenta progressivamente a cada ciclo mens-
trual. Refere também dispareunia cíclica e au-
sência de gravidez após 2 anos sem método
contraceptivo e com vida sexual ativa. Dentre
as opções abaixo a principal hipótese diag-
nóstica e tratamento mais adequado são
a) miomatose uterina e histerectomia
b) aderências pélvicas e videolaparoscopia
c) varizes pélvicas e embolização
d) infecção urinária de repetição e ceftazidima
Paciente com quadro de infertilidade apre- e) endometriose e dienogeste
senta o seguiste achado ao ultrassom pélvico
endovaginal (imagem anexa). Descrita como: UFPA – 2019
“massa cística preenchida por ecos de baixa 32. No tratamento da algia pélvica associada à en-
intensidade, de aspecto mais homogêneo que dometriose, o medicamento que não pode ser
os cistos hemorrágicos e de parede bem de- utilizado é o(a):
limitada. Sinal do “vidro moído”. A massa foi a) anticoncepcional oral combinado
abordada cirurgicamente, e quando se rom- b) clomifeno
peu, saiu de sua cavidade uma substância si- c) gestrinona
milar à calda de chocolate. Trata-se provavel- d) análogo de GnRH
mente de um diagnóstico de: e) inibidor não esteroide da aromatase
a) câncer de ovário
b) cisto ovariano hemorrágico UFG – 2019
c) endometriose grau II segundoa ASRM 33. J.P., de 25 anos, refere relações sexuais sem
d) endometrioma uso de preservativo. Há nove dias surgiu úlce-
e) neoplasiatrofoblástica ra na vulva, única, com fundo limpo e indolor,
seguida de aparecimento de linfonodos em re-
UNICAMP – 2019 gião inguinal. Após confirmação laboratorial,
29 Adolescente, 14a, vem referindo cólicas mens- que tratamento provavelmente será instituído?
truais intensas desde a menarca que foi há a) ácido tricloracético (ATA) 80-90%, aplicação
12 meses, com melhora parcial com uso de tópica semanal até 8-10 semanas
anti-inflamatórios. Ultrassonografia pélvica: b) aciclovir 400 mg, de 8/8 horas, por sete dias
corno uterino medindo 7,0 × 3,8 × 4,2 cm, com c) penicilina benzatina 2.400.000 UI, em dose
linha endometrial medindo 7 mm. Identificada única
à direita do corno descrito, sem plano de cliva- d) cefalexina 500 mg, de 6/6 horas, por dez dias
gem com o mesmo, imagem com as mesmas
características, medindo 4,0 × 2,5 × 2,8 cm, UFPA – 2 019
apresentando conteúdo anecoico com debris 34. Mulher, 30 anos de idade, com 9 parceiros nos
em suspensão (sugestivo de conteúdo hemá- últimos 12 meses, apresentando prurido vul-
tico) na cavidade, medindo 3 × 2,0 × 2,1 cm; var intenso e corrimento esverdeado bolhoso
colo uterino único, visualizado sem alterações ao exame especular, além de colo com aspec-
e ovários de tamanho normal. O diagnóstico é: to em “framboesa” (vários pontos avermelha-
a) útero unicorno com corno rudimentar dos). Dentre as opções abaixo qual o agente
b) endometriose uterina etiológico mais provável é:
c) útero arqueado a) Trichomonas vaginalis
d) agenesia mulleriana bilateral b) Haemophilus ducreyi

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1 Ginecologia 11

c) Gardnerella vaginalis que menstruou há 10 dias e nega uso de qual-


d) Candida albicans quer método contraceptivo. De acordo com o
e) hervírus tipo 1 protocolo de violência sexual contra a mulher,
a droga com menos efeitos colaterais gastrin-
UFPI – 2019 testinais e mais utilizada para anticoncepção
35. Paciente 18 anos, nadadora, apresenta candi- de emergência nas primeiras 72h após o ocor-
díase de repetição. Já tratou com fluconazol, rido é o
itraconazol e cetoconazol, porém os episódios a) etinilestradiol
não cessam. Das opções abaixo, a que apre- b) levonorgestrel
senta somente fatores ou circunstâncias que b) desogestrel
podem propiciar o aumento do número de co- d) mestranol
lônias de cândida é:
a) anticoncepcional oral combinado, calcinha de UFSC – 2019
lycra, promiscuidade sexual 38. Sobre a vaginose bacteriana, assinale a alter-
b) transplante renal, piscina com água contami- nativa CORRETA:
nada, diabetes a) caracteriza-se por uma mudança na flora va-
c) anticoncepção injetável trimestral, HIV positi- ginal normal, para espécies bacterianas mais
vo, protetor (absorvente) diário diversas, incluindo anaeróbios facultativos
d) diabetes, anticoncepção injetável combinada, b) geralmente ocorre uma alteração do microbio-
uso crônico de corticoide ma, causando uma redução no pH vaginal e
e) múltiplos parceiros, DIU, uso crônico de anti- sintomas de intensidade variada
bióticos c) o exame de Papanicolau é confiável para o
diagnóstico da vaginose bacteriana, com alta
UFRN – 2019 sensibilidade, mas baixa especificidade
36. Mulher, 30 anos, retorna ao ambulatório de d) a infecção assintomática deve ser sempre tra-
ginecologia geral com queixa de prurido vul- tada, devido ao risco de desenvolvimento de
var, conteúdo vaginal branco e grumoso e doença inflamatória pélvica
sensação de disúria terminal. Destaca que é
o quarto episódio nos últimos 6 meses com UNCISAL – 2019
essas mesmas queixas. Refere muito incômo- 39. Qual das seguintes infecções está mais prova-
do e que isso está diminuindo sua qualidade velmente associada com doença tubária?
de vida. O conteúdo vaginal apresentou, ao a) Trichomonas vaginalis
exame microscópico, esporos e leveduras. O b) Bacteroides species
diagnóstico e a conduta mais adequada para c) Chlamydia trachomatis
esse caso clínico, são respectivamente: d) Proteus species
a) infecção recorrente por cândida não albicans e) Treponema pallidum
e o tratamento é feito com itraconazol oral, 100
mg, 2 vezes ao dia, uma vez por semana, por FAMERP – 2019
seis meses e culturas devem ser obtidas para 40. Paciente de 22 anos procura ambulatório de
confirmar o diagnóstico ginecologia com suspeita de uma infecção
b) infecção recorrente por cândida não albicans por herpes vírus. A citologia vaginal revelará:
e o tratamento é feito com terapia tópica com a) hifas e esporos
azois prolongada por 3 semanas empirica- b) clue-cells
mente. Não há necessidade de cultura para c) corpúsculos de inclusão intranucleares
confirmar o diagnóstico d) corpúsculos de Donovan
c) infecção recorrente por cândida albicans, o
tratamento é feito com fluconazol oral, 100 mg SUS-SP – 2019
a 200 mg por semana, por seis meses con- 41. Mulher de 22 anos de idade, profissional do
secutivos e culturas devem ser obtidas para sexo, está grávida de 5 semanas. Comparece
confirmar o diagnóstico ao serviço de saúde solicitando um aborto le-
d) infecção recorrente por cândida albicans e o gal por ter sido vítima de estupro e concorda
tratamento é feito com uma cápsula conten- em assinar o termo de consentimento para
do 600 mg de gelatina de ácido bórico por via esse procedimento. O médico que a atende
intravaginal, diariamente, durante duas sema- poderá:
nas. Não há necessidade de cultura para con- a) encaminhar a paciente à Delegacia da Mulher
firmar o diagnóstico para assinar Termo de Autorização para Abor-
to Legal antes de decidir pelo procedimento
UFRN – 2 019 b) atender seu pedido após abrir boletim de
37. J.M.T., paciente de 22 anos, foi vítima de es- ocorrência relatando o estupro e aprovação de
tupro com ejaculação intravaginal há 4h. Diz mais 2 membros da equipe de saúde

SJT Residência Médica


12 R1 Extensivo | Questões para treinamento

c) atender seu pedido após receber cópia de a) Candida glabrata, antifúngico, manutenção do
boletim de ocorrência do estupro e termo de DIU
aprovação de interrupção da gestação assina- b) Clamydia trachomatis, antibioticoterapia, ma-
do por 3 profissionais de saúde nutenção do DIU
d) atender o pedido mediante relatório médico e c) Actinomyces israelli, antiparasitário, retirada
termo de aprovação de interrupção da gesta- imediata do DIU
ção assinado por 3 profissionais de saúde d) Mycoplasma hominis, antibioticoterapia, reti-
e) rejeitar a solicitação pela impossibilidade de rada do DIU
se comprovar o estupro devido a atividade pro- e) vaginose bacteriana, antiparasitário, retirada
fissional da paciente do DIU

SUS-SP – 2019 UNITAU –2 019


42. Considere as afirmações abaixo a respeito 46. Mulher com 23 semanas de gestação sofreu
das características observadas em secreção abuso sexual há 12 horas, por agressor des-
vaginal. conhecido, com penetração vaginal e ejacula-
I. pH vaginal abaixo de 3,5. ção, sem uso de preservativo. Quanto à pro-
II. presença de Mobiluncus. filaxia antirretroviral, deverá ser realizada por
III. diminuição acentuada de lactobacilos. 28 dias, com administração de tenofovir 300
IV. presença de filamentos ramificados e bro- mg + lamivudina 300 mg - coformulado, 1 com-
tamentos. primido uma vez ao dia, associado a
O diagnóstico de candidíase vaginal é compa- a) dolutegravir
tível com o descrito APENAS em: b) raltegravir
a) I e IV c) atazanavir
b) II e III d) darunavir
c) II e IV e) ritonavir
d) II, III e IV
e) I, II e III UNITAU – 2 019
47. Paciente, 20 anos, gestante, em primeiro aten-
UNESC – 2019 dimento médico na Unidade Básica de Saúde,
43. Paciente de 27 anos procura atendimento de- traz os resultados de testes rápidos para ISTs,
vido prurido vulvar associado a corrimento sendo reagente para sífilis. Apresenta, no exa-
vaginal. Exame físico evidencia ulceração na me físico, alguns condilomas planos na vulva.
fúrcula, secreção vaginal branda aderida às Nega história de sífilis. Sobre esse caso, assi-
paredes vaginais. O pH vaginal está ácido e o nale a alternativa CORRETA quando ao diag-
teste das aminas é negativo. O microrganismo nóstico e à conduta:
causador dos sintomas desta paciente é: a) sífilis secundária; tratar sífilis
a) Trichomonas vaginalis b) sífilis primária; aguardar o VDRL para iniciar o
b) Candida albicans. tratamento
c) Gardnerella vaginalis. c) infecção pelo HPV; cauterizar as lesões e tra-
d) Herpes vírus tar sífilis
e) Chlamydia trachomatis d) sífilis secundária; aguardar o VDRL para ini-
ciar o tratamento
UNICAMP – 2019 e) infecção pelo HPV; biopsiar e tratar sífilis
44. Mulher, 25a, chega ao serviço de emergência 5
horas depois de sofrer violência sexual. Hou- USP-SP – 2019
ve ejaculação vaginal. Os antibióticos a serem 48. Mulher, 32 anos de idade, nuligesta, em uso
prescritos como parte do protocolo de aten- de contraceptivo hormonal oral combinado,
ção das vítimas de violência sexual são: refere odor vaginal intenso, desagradável,
a) metronidazol, azitromicina e doxiciclina após relação sexual vaginal. Durante o exame
b) ampicilina, metronidazol e doxiciclina especular é realizada medida do pH vaginal.
c) ampicilina, gentamicina e metronidazol Qual valor de pH é compatível com a principal
d) ceftriaxona, metronidazol azitromicina hipótese diagnóstica?
a) 2,5
UNIFESP – 2019 b) 4,5
45. Mulher, 18 anos de idade, queixa-se de corri- c) 6,5
mento cinza de odor fétido há 7 dias, dor em d) 8,5
hipogástrio e febre há 2 dias. É usuária de DIU
de cobre há 6 meses. Qual o provável agente USP-SP – 2019
etiológico responsável pelo quadro e qual a 49. Qual das imagens a seguir é compatível com
melhor conduta? lesão sifilítica primária?

SJT Residência Médica


1 Ginecologia 13

a) SUS-SP – 2019
50. No rastreamento de sífilis, o encontro de VDRL
negativo associado a dois testes treponêmi-
cos positivos, pode indicar:
a) negativo para sífilis recente
b) neurossífilis
c) sífilis tratada
d) falso positivo para sífilis
e) sífilis latente

UNCISAL – 2019
51. Mulher de 27 anos queixa-se de um odor de
peixe e de secreção vaginal. O exame de espé-
b) culo revela uma vagina eritematosa e bolhas
na cérvice. Qual o diagnóstico mais provável?
a) vaginite por cândida
b) vaginite por trichomonas
c) vaginose bacteriana
d) papiloma vírus humano
e) herpes vírus simples

UFT – 2019
52. Na patogênese das vulvovaginites há que
se considerar o papel da microbiota vaginal
como primeira linha de defesa eliminando os
microrganismos patogênicos. Em relação à
Vaginose bacteriana, assinale a alternativa IN-
CORRETA:
a) ocorre diminuição da flora de lactobacilos pro-
dutores de peróxido de hidrogênio (H2O2)
b) ocorre diminuição do PH em função da trans-
c) formação do glicogênio celular em ácido láctico
c) ocorre a formação de biofilmes epiteliais bac-
terianos que dificultam o tratamento
d) ocorre aumento da flora bacteriana vaginal
anaeróbica
e) ocorre uma disbiose com liberação de aminas
voláteis que levam ao odor fétido do corrimento

UFSC – 2019
53. Quanto à tricomoníase vaginal, assinale a al-
d) ternativa CORRETA:
a) os recém-nascidos de mães infectadas podem
contrair infecção durante o parto e apresenta-
rem febre e corrimento vaginal
b) pode ser uma doença sexualmente transmiti-
da, mas o parceiro deve ser tratado apenas se
for sintomático
c) o Tricomonas vaginalis se desenvolve melhor
no meio vaginal básico (pH entre 7 e 8), o que
ajuda o diagnóstico
d) devido ao tamanho do protozoário, a resposta
terapêutica é melhor com a aplicação tópica
do que com a administração oral do metroni-
dazol
e) a maioria das mulheres infectadas são sinto-
máticas e a principal queixa é o prurido

SJT Residência Médica


14 R1 Extensivo | Questões para treinamento

UFG – 2019 b) mulheres com vida sexual ativa a partir dos 21


54. Com referência ao câncer de colo uterino: anos devem fazer o rastreamento citopatológi-
a) a realização de rastreamento citológico faz-se co a cada dois anos, após dois exames nega-
necessário devido às características da evolu- tivos com intervalo de 6 meses
ção de suas lesões precursoras c) mulheres HIV positivas devem fazer o rastrea-
b) a colposcopia está indicada quando forem en- mento assim que iniciarem a vida sexual a
contradas anormalidades citológicas cada 12 meses após dois exames negativos
c) uma minoria dos casos relaciona-se à infec- com intervalo de 6 meses, desde que o CD4
ção por HPV, razão pela qual o uso de preser- esteja ≥ 200 células/mm3
vativos nas relações sexuais levou à redução d) mulheres na pós-menopausa que não fazem
do número deste tipo de câncer uso de terapia hormonal estão dispensadas
d) o aumento do número de casos diagnostica- do rastreamento
dos de câncer de mama e de pele fez com e) mulheres grávidas podem fazer o exame cito-
que esse tipo deixasse de ser um problema de patológico a partir da 12a semana de gesta-
saúde pública ção, dispensando a coleta endocervical

UFPA – 2019 UFPA – 2019


55. Mulher de 53 anos recebe o diagnóstico de 58. Assinale a tríade para o diagnóstico do câncer
carcinoma de colo uterino, estadiamento IB1. de colo uterino:
A propagação mais frequente de metástase a) teste de schiller, colposcopia e histopatológico
neste caso é: b) colpocitologia oncótica, teste do ácido acético
a) linfática e histopatológico
b) venosa c) colpocitologia oncótica, colposcopia e histopa-
c) contiguidade tológico
d) neural d) colposcopia, histerosalpingografia e laparos-
e) arterial copia
e) colpocitologia oncótica, histeroscopia e col-
UFPA – 2019 poscopia.
56. Mulher de 37 anos vem à consulta ginecológi-
ca e mostra seu exame citológico com achado UFPR – 2019
de células escamosas atípicas de significado 59. Paciente com 18 anos de idade é encaminha-
indeterminado, quando não se pode excluir le- da por apresentar laudo de exame citológico
são intraepitelial de alto grau (ASC-H). A última cervicovaginal compatível com lesão intrae-
citologia foi há 6 meses e o resultado foram pitelial cervical de alto grau (HSIL). O exame
células escamosas atípicas de significado in- colposcópico apresenta lesão acetobranca
determinado, possivelmente não neoplásicas densa sugestiva de achado maior, totalmente
(ASC-US). A conduta CORRETA neste caso é visualizada tanto em seu limite caudal quanto
a) repetir citopatológico em 6 meses no cranial. Realizada a biópsia, o laudo histo-
b) repetir citopatológico em 12 meses patológico mostrou NIC III. Nesse caso, a me-
c) citologia endocervical em até 6 semanas lhor opção terapêutica é:
d) colposcopia e biópsia dirigida a) método VER × TRATAR
e) exérese da zona de transformação b) citologia e colposcopia semestralmente duran-
te 24 meses
UFPA – 2019 c) exérese da zona de transformação com a ci-
57. Segundo os dados epidemiológicos do Insti- rurgia de alta frequência
tuto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de d) teste do DNA-HPV imediatamente
colo do útero é a neoplasia mais incidente e) métodos destrutivos como primeira escolha te-
nas mulheres da região Norte, excluindo-se os rapêutica
cânceres de pele não melanoma. Este pano-
rama regional é agravado pela deficiência de UFRN – 2019
centros oncológicos públicos na região Nor- 60. Mulher de 29 anos de idade refere ir ao gineco-
te, aumentando os índices de mortalidade por logista todo ano, com exames citopatológicos
esta doença. Entre as medidas preventivas, cervicovaginais normais, desde os 25 anos de
está o rastreamento sistemático de mulheres idade. Na última consulta, recebeu laudo do
em grupo de risco. A respeito das últimas dire- exame citopatológico com resultado ASC-US.
trizes do INCA para o rastreamento do câncer Segundo as Diretrizes Brasileiras para o Ras-
de colo do útero no Brasil, é correto afirmar: treamento do Câncer de Colo do Útero − 2016,
a) toda mulher que iniciou a vida sexual deve fa- o médico deve orientá-la a:
zer o exame citopatológico a cada 12 meses a) fazer colposcopia com biópsia
até a idade de 74 anos b) repetir o exame em 6 meses

SJT Residência Médica


1 Ginecologia 15

c) repetir o exame em 12 meses d) nova coleta em seis meses


d) realizar conização clássica e) nova coleta em 24 meses

UFRN – 2019 USP-SP – 2019


61. A neoplasia intraepitelial da vulva, mais co- 65.
nhecida pela sigla VIN, que deriva da sua de-
nominação inglesa “vulvar intraepithelial neo-
plasia”, é uma entidade patológica reconhecida
há mais de 20 anos pela International Society
for Study of Vulvo-vaginal Diseases (ISSVD).
O interesse médico pela VIN se acentuou na Infecção HPV

última década, dado o reconhecimento do Neoplasia intraepitelial cervical

crescente aumento da incidência da doença, Câncer

especialmente em mulheres jovens, e pelo de- 15 30 45

senvolvimento de novas terapêuticas médicas


O gráfico abaixo representa a prevalência de
dirigidas ao tratamento primário. Na neoplasia
doença associada ao HPV. O que é possível
de vulva, as metástases para linfonodos intra-
concluir?
pélvicos são mais frequentes quando a lesão
a) a vacinação ideal deve ocorrer entre 15 e 25
localiza-se
anos de idade
a) nos pequenos lábios
b) as neoplasias intraepiteliais não apresentam
b) nos grandes lábios
involução espontânea
c) no clitóris
c) o clareamento da infecção ocorre na minoria
d) na comissura posterior
dos casos
d) a evolução para câncer é evento pouco fre-
UFSC – 2019
quente
62. Uma paciente de 22 anos apresentou, na cito-
logia oncótica, células escamosas atípicas de
UFG – 2019
significado indeterminado (ASC-US). Segundo
66. Quais dos subtipos de HPV são considerados
as Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento de alto risco e mais comumente associados
de Câncer de Colo de Útero do Ministério da às neoplasias malignas de colo uterino?
Saúde (2016), a conduta correta é: a) 6 e 11
a) encaminhar paciente para colposcopia b) 16 e 18
b) repetir o exame citológico em três anos c) 40 e 42
c) repetir o exame citológico em seis meses d) 72 e 73
d) realizar coleta de citologia em meio líquido
e) realizar teste de detecção de DNA-HPV UNITAU – 2019
67. Paciente, 40 anos, comparece ao serviço de
FAMERP – 2019 ginecologia do hospital devido à metrorragia.
63. Paciente de 32 anos de idade, G = 3 P = 3 A = Refere ser laqueada e afirma que não faz ro-
0. Ao realizar seus exames de rotina, o resul- tina ginecológica há muitos anos. Ao exame
tado da citologia oncótica foi ASC-H (Atipia de físico, bom estado geral, hipocorada 1+; ao
células escamosas de significado indetermi- exame especular, sangramento pequeno a
nado onde não se pode excluir Lesão de Alto moderado e lesão vegetante necrohemorrági-
Grau). Qual a conduta neste caso? ca muito friável na topografia do colo. Qual a
a) repetir o exame citológico em seis meses conduta CORRETA?
b) fazer eletrocauterização do colo uterino a) biópsia e tamponamento
c) fazer colposcopia e, caso tenha lesão, biopsiar b) encaminhar para serviço de oncologia
d) fazer conização do colo uterino c) internar para conização
d) internar para curetagem uterina
Santa Casa-SP – 2019 e) colher a citologia e aguardar o resultado para
64. Uma mulher de 28 anos de idade retornou à possível colposcopia
Unidade Básica de Saúde com resultado ci-
topatológico de lesão intraepitelial de baixo UFT – 2019
grau. Segundo as recomendações do Ministé- 68. O câncer do colo do útero é a mais frequente
rio da saúde, nesse caso hipotético, deve-se neoplasia genital feminina em países subde-
realizar: senvolvidos. A fase precursora para a doença
a) nova coleta em doze meses invasiva tem duração média de 10 anos. Sobre
b) agendamento de conização do colo uterino o câncer de colo do útero, assinale a alternati-
c) colposcopia va CORRETA.

SJT Residência Médica


16 R1 Extensivo | Questões para treinamento

a) a conização pode ser um tratamento para o É correto afirmar sobre o seguimento destas
carcinoma no estádio Ib1, se houver desejo de pacientes, segundo as Diretrizes para Rastre-
manter a fertilidade amento do Câncer de colo do útero INCA-2016:
b) a sobrevida em 5 anos após tratamento de cân- a) Ana e Daniela deverão repetir o exame em 6
cer do colo uterino estádio I é em torno de 50% meses, Beatriz poderá repetir o exame com
c) todas as mulheres com laudo citopatológico intervalo de 3 anos, Cláudia deverá ser enca-
de ASC-H (Células escamosas atípicas de sig- minhadas para colposcopia
nificado indeterminado, quando não se pode b) Ana deverá repetir o exame em 6 meses, Bea-
excluir lesão intraepitelial de alto grau) devem triz precisa manter o controle com intervalo
ser encaminhadas para realização de histe- anual, Cláudia e Daniela deverão ser encami-
rectomia nhadas para colposcopia
d) a recorrência do câncer, após tratamento ade- c) Ana deverá repetir o exame em 6 meses, Bea-
quado, ocorre na maioria das vezes nos pri- triz poderá repetir o exame com intervalo de 3
meiros 2-3 anos de seguimento anos, Cláudia e Daniela deverão ser encami-
e) diante de um resultado de exame citopatológi- nhadas para colposcopia
co de LSIL (Lesão intraepitelial escamosa de d) Beatriz poderá repetir o exame com intervalo
baixo grau) a conduta na mulher com 30 anos de 3 anos, Ana, Cláudia e Daniela deverão ser
ou mais será a repetição desse exame num encaminhadas para colposcopia
e) Ana deverá repetir o exame em 12 meses,
UNITAU – 2019 Beatriz poderá repetir o exame com intervalo
69. Paciente, 25 anos, traz o resultado de seu pri- de 3 anos, Cláudia e Daniela deverão ser en-
meiro exame de preventivo: LSIL. Qual a con- caminhadas para colposcopia
duta mais adequada, conforme as diretrizes?
a) colposcopia SUS-SP – 2019
b) biópsia de colo 72. Mulher de 50 anos de idade, com carcinoma
c) teste para o HPV espinocelular de colo do útero que atinge o
d) repetir a citologia em 6 meses terço inferior da vagina, refere sangramento
e) colher nova citologia vaginal pequeno e diário. Não apresenta ou-
tras comorbidades e não é obesa. O tratamen-
UNIFESP – 2019 to indicado é:
70. Mulher, 27 anos de idade, retorna na UBS com a) radioterapia
resultado de citologia oncótica cervicovagi-
b) hormonioterapia e quimioterapia neoadjuvante
nal: ASCUS. Qual é a conduta adequada?
c) histerectomia total com colpectomia e linfade-
a) repetir a citologia após um ano
nectomia pélvica
b) realizar colposcopia
d) cirurgia de Werthein-Meigs
c) realizar biópsia de colo uterino
e) histerectomia ampliada, salpingooforectomia
d) fazer exérese da zona de transformação
bilateral, linfadenectomia pélvica e periaórtica
e) prescrever creme vaginal com antibiótico
Santa Casa-SP – 2019
UNESC – 2019
73. Uma paciente de trinta anos de idade, com o
71. Avalie os resultados de exames colpocitológi-
diagnóstico de carcinoma espinocelular do
cos do colo das pacientes abaixo:
colo uterino estádio 1A2, realizou cirurgia e
retornou no pós-operatório para avaliação de
Ana, 35 anos = Atipias em células escamosas radioterapia. Nessa situação hipotética, não é
de significado indeterminado – ASC-US (1a ci- indicação de radioterapia a presença de:
tologia alterada).
a) um tamanho tumoral acima de 5 cm, apenas
b) margens cirúrgicas comprometidas
Beatriz, 30 anos = Dentro dos limites da nor- c) invasão linfonodal
malidade no material examinado (fez o exame d) invasão de paramétrio
anualmente nos últimos 4 anos, sempre com e) invasão angiolinfática associada à invasão es-
este mesmo resultado). tromal de 2/3

Cláudia, 26 anos = Lesão intraepitelial esca- FAMERP – 2019


mosa de alto grau – HSIL (1a citologia que 74. Paciente de 25 anos de idade, gestante de 30
realizou na vida). semanas, apresentando condiloma acuminado
em vulva. Dos tratamentos abaixo, qual é con-
Daniela, 50 anos = Lesão intraepitelial esca- traindicado para esta paciente?
mosa de baixo grau – LSIL (resultado idêntico a) ácido tricloroacético (ATA) a 50%
à ultima citologia realizada). b) eletrocauterização

SJT Residência Médica


1 Ginecologia 17

c) 5-fluorouracil nolenta. O exame físico de palpação das ma-


d) excisão das lesões com bisturi de alta frequência mas não revela nenhum tipo de alteração. A
conduta imediata mais adequada para esse
USP-SP – 2019 caso é:
75. Mulher, 45 anos de idade, submete-se a his- a) orientar realização imediata de mamografia
terectomia e ooforectomia bilateral por dor b) expectante, pois trata-se de descarga espon-
pélvica e endometriose. A retirada dos ovários tânea com exame físico normal
nesta faixa etária se associa a elevação de ris- c) preparar lâmina com amostra da descarga
co para qual das seguintes condições? para avaliação citológica
a) câncer de mama d) orientar dosagem sérica de prolactina
b) tromboembolismo
c) doença cardiovascular UFRN – 2019
d) perda de peso 80. M.M.H.I., sexo feminino, 54 anos, casada, GII-
PIIA0, doméstica, sem história prévia de enfer-
FAMERP – 2019 midades, vem ao ambulatório para consulta
76. Paciente de 45 anos com Ultrassom mostran- de rotina depois de ficar 5 anos sem avalia-
do cisto com conteúdo espesso no ovário ção médica. Durante a entrevista, relatou que
esquerdo. Foi submetida à ooforectomia e o vem observando certa sensação de cansaço,
exame de congelação diagnosticou um Cisto- desânimo para com as tarefas diárias, insônia,
adenoma Mucinoso. Houve ruptura do mesmo e “um calor exagerado”. A menstruação está
no ato operatório. De acordo com este enun- irregular há aproximadamente 6 meses. Nega
ciado, qual das abaixo está correta? uso de medicamentos. Nega tabagismo e eti-
a) a ooforoplastia teria sido a melhor opção cirúr- lismo. História familiar positiva para câncer de
gica mama (mãe que faleceu aos 57 anos de idade),
b) a paciente corre o risco de desenvolver um diabetes e hipertensão arterial. Dentre outros
pseudomixoma exames, foi solicitada a mamografia bilateral
c) o cisto era benigno e a paciente está tratada (MMG). Duas semanas depois, a paciente re-
d) por se tratar de um cisto maligno deverá ser torna ao ambulatório para mostrar o resulta-
submetida à cirurgia radical (pan-histerectomia) do dos exames, em que se observa BI-RADS
0 (ZERO) como resultado de sua MMG. Na
UFG – 2019 terminologia BI-RADS (American College of
77. São fatores predisponentes para o câncer de Radiology Breast Imaging Reporting and Data
mama: System), a designação 0 (ZERO) significa:
a) menarca tardia e histórico de câncer de mama a) necessidade de avaliação adicional
em mãe, irmã ou filha b) mamografia normal
b) idade maior ou igual a 40 anos e obesidade c) suspeita de malignidade
c) etilismo e menopausa precoce d) lesão provavelmente benigna
d) menarca tardia e sedentarismo
UFSC – 2019
UFRN – 2019 81. Uma mulher de 42 anos, ao investigar nodu-
78. Os achados encontrados nos exames mamo- lação palpável em quadrante superior externo
gráficos devem ser descritos como nódulos, da mama esquerda, realizou exame de ultras-
calcificações ou distorção de arquitetura, sonografia com achado de imagem anecoica,
além de alterações associadas, como espes- ovalada e homogênea, medindo 1,5cm de di-
samento de pele e retração cutânea. O achado âmetro médio. Qual a classificação BI-RADS
mamográfico mais comum do carcinoma duc- (Breast Imaging-Reporting and Data System)
tal in situ é a presença: de: do exame e qual a conduta recomendada?
a) nódulos com calcificações “em pipoca” a) BI-RADS 1. Controle anual com mamografia
b) calcificações em anel, com o centro radio- b) BI-RADS 2. Controle semestral com ultrasso-
transparente nografia
c) nódulos com densidade de gordura c) BI-RADS 2. Não é necessária investigação
d) microcalcificações com morfologia arboriforme adicional
ou pleomórficas d) BI-RADS 3. Punção aspirativa para citologia
e) BI-RADS 3. Avaliação histológica
UFRN – 2019
79. Mulher de 30 anos, G2P2A0, sem comorbida- UFT – 2019
des ou uso de medicações e sem anteceden- 82. Conhecer os critérios prognósticos do câncer
tes de neoplasias na família, procura ambula- de mama, seus fatores marcadores de risco e
tório com queixa de descarga mamária papilar subtipos histológicos. Os critérios de prog-
espontânea, uniductal, simples, serossangui- nóstico no câncer de mama levam em consi-

SJT Residência Médica


18 R1 Extensivo | Questões para treinamento

deração os subtipos do tumor de acordo com UNESC – 2019


o perfil imuno-histoquímico. De acordo com 86. Paciente de 54 anos, comparece para atendi-
esses critérios, podemos considerar como de- mento médico trazendo resultado de mamo-
finição de LUMINAL B: grafia BIRADS 5. A conduta subsequente a
a) presença de receptores hormonais e Ki-67 aci- este resultado é:
ma de 14% a) investigação histopatológica da lesão eviden-
b) presença de receptores hormonais e Ki-67 ciada
abaixo de 14% b) repetir mamografia em 6 meses
c) receptores hormonais negativos e HER-2 po- c) repetir mamografia em 1 ano
sitivo3+ d) repetir mamografia em 2 anos
d) receptores hormonais negativos e HER-2ne- e) complementar mamografia com ultrassono-
gativo grafia de mamas
e) receptor de estrogênio positivo com HER-2
positivo 3+ UNICAMP – 2019
87. Mulher, 28a, comparece em consulta gineco-
FAMERP – 2019 lógica com queixa de dor nas mamas há 15
83. Mulher de 25 anos, assintomática, procura dias. Refere que a dor tem ritmo catamenial,
atendimento para exame ginecológico preven- com piora na segunda fase do ciclo mens-
tivo. Gesta = 0, Menarca aos 13 anos. Faz uso trual, e melhora importante na primeira fase.
de anovulatório oral. Nega antecedentes pes- Antecedentes pessoais: nega trauma, mastite
soais e familiais de neoplasias. Não foi obser- e tabagismo, nunca fez mamografia e refere
vada anormalidade no exame clinico gineco- uso regular de pílula anticoncepcional oral
lógico e mamário. Foi colhido colpocitologia combinada, hoje no quarto dia de pausa. An-
oncótica. Qual exame está indicado para ava- tecedentes familiares: negativos para doenças
liação de suas mamas? oncológicas. Trabalha como manicure. Exame
a) mamografia físico: mamas: médio volume, sem alterações
b) ultrassom às inspeções estática e dinâmica, palpação
c) mamografia e ultrassom de mama dolorosa em quadrantes superiores laterais
d) nenhum exame de imagem bilateralmente, ausência de descarga papilar
bilateralmente, regiões axilares sem linfono-
FAMERP – 2019 domegalia, dor ao pinçamento da borda lateral
84. Paciente de 45 anos, realiza mamografia de da musculatura peitoral. A conduta é:
rotina e tem a classificação BI-RADS 0 (Ame- a) não solicitar exames complementares
rican College of Radiology Breast Imaging b) solicitar mamografia
Reporting and Data System). A designação 0 c) mudar o método anticoncepcional
(zero) quer dizer: d) solicitar ressonância magnética das mamas
a) necessita de avaliação adicional
b) lesão benigna UNICAMP – 2019
c) suspeita de malignidade 88. Mulher, 36a, G3P2C0A1, procura Unidade Bá-
d) lesão provavelmente benigna sica de Saúde por nódulo indolor em mama di-
reita percebido há quatro meses, retorna com
SUS-SP – 2019 exames solicitados. Refere que não menstrua
85. Mulher de 40 anos de idade, nuligesta, queixa- há 3 anos, em uso trimestral de acetato de me-
-se de saída de secreção esbranquiçada pelos droxiprogesterona de depósito. Antecedentes
mamilos há 1 mês. Ao exame, não há nódu- oncológicos familiares: tia materna com cân-
los palpáveis na mama e a expressão mostra cer de mama tratado na pré-menopausa (viva)
saída de líquido branco de vários ductos, bi- e avó paterna com câncer de mama tratado
lateralmente. A mamografia mostra calcifica- pós- menopausa (falecida). Mamografia: BIRA-
ção grosseira no quadrante lateral da mama DS® = 0 e ultrassonografia de mamas: lesão 15
esquerda. Nesse caso: mm hipoecoide, microlobulada e irregular em
a) é indispensável a realização da citologia onco- mama esquerda, BIRADS® = 4. Exame das ma-
lógica do líquido secretado mas: pequeno volume, ptose grau 1, levemen-
b) é necessário realizar biópsia cirúrgica da área te assimétricas, sendo a esquerda de menor
de calcificação da mama tamanho. Mama esquerda com discreto abau-
c) trata-se de possível papiloma intraductal, de- lamento da pele na junção dos quadrantes
vendo-se repetir a mamografia em 6 meses superiores à inspeção estática; à palpação,
d) trata-se de galatorreia, devendo-se pesquisar identificada nodulação única de aproximada-
o uso de psicotrópicos e dosar prolactina mente 20 mm de diâmetro; mama direita se-
e) é fundamental a ultrassonografia complemen- miologicamente normal; expressão das árvo-
tar da mama à procura de lesões suspeitas res ductais negativas bilateralmente. Axilas e

SJT Residência Médica


1 Ginecologia 19

fossas supraclaviculares bilateralmente livres. nal estão normais. Considerando custo-efeti-


A conduta é: vidade, qual o exame inicial indicado?
a) repetir ultrassonografia de mama em 6 meses a) histeroscopia
b) solicitar tomografia computadorizada de ma- b) dilatação e curetagem
mas c) citologia de lavado endometrial
c) repetir mamografia com magnificação em 3 d) biópsia endometrial
meses e) histerossonografia
d) encaminhar ao centro de referência
UFPR – 2019
USP-SP – 2019 94. Paciente de 34 anos procura atendimento na
89. Mulher, 45 anos de idade, queixa-se de saída de unidade básica de saúde por desejar gesta-
sangue pelo mamilo. Ao exame observa-se saí- ção. É casada há 1 ano e não usa métodos
da de derrame papilar sanguinolento por ducto contraceptivos desde então. É saudável, refere
único à direita. Palpação normal do parênqui- exames de rotina normais e informa ciclos de
ma mamário e axilar. Qual é o exame mais ade- 28-42 dias, com fluxo menstrual normal e sem
quado para investigação diagnóstica? dismenorreia. Fuma 10 cigarros/dia há 8 anos.
a) citologia do derrame O parceiro tem 39 anos, é também hígido e
b) mamografia não tem filhos de relacionamentos anteriores.
c) PET-CT Ao exame físico, não se observa nenhuma al-
d) ressonância magnética teração ginecológica. PA: 125 × 77 mmHg, IMC:
26,3 kg/m2, Índice de Ferriman-Gallwey: 5. Com
UNIFESP – 2019 relação a esse caso, deve-se:
90. Mulher, 47 anos de idade, assintomática, reali- a) prescrever ácido fólico, estimular interrupção
zou uma ultrassonografia (US) de mamas que do tabagismo, orientar o casal a manter uma
detectou nódulo de forma redonda, margens regularidade de relações sexuais e tranquili-
não circunscritas, com reforço posterior e me- zá-los sobre o quadro, uma vez que não se
dindo 1,7 cm no maior eixo. Qual é a hipótese observam alterações nos exames de rotina e
diagnóstica mais provável e a conduta? exame físico
a) câncer de mama, biopsia tipo core (agulha b) prescrever ácido fólico e iniciar metformina e
grossa) guiada por US indução com citrato de clomifeno, uma vez que
b) fibroadenoma, biopsia a vácuo guiada por ma- o quadro sugere síndrome dos ovários policís-
mografia ticos
c) cisto complexo, biopsia tipo core (agulha gros- c) prescrever ácido fólico, solicitar espermogra-
sa) guiada por US ma e iniciar indução com citrato de clomifeno,
d) câncer de mama, biópsia a vácuo guiada por uma vez que o quadro sugere síndrome dos
mamografia ovários policísticos
e) fibroadenoma, punção com agulha fina guiada d) prescrever ácido fólico e solicitar ecografia
por US transvaginal, histerossalpingografia e video-
laparoscopia
UFG – 2019 e) prescrever ácido fólico e solicitar histerossal-
91. É considerado fator de risco para câncer de pingografia, FSH, espermograma e ecografia
endométrio: transvaginal seriada
a) menarca tardia
b) multiparidade UFPA – 2019
c) índice de massa corporal abaixo de 25 95. Adolescente de 17 anos deseja fazer uso de pí-
d) terapia estrogênica sem progestágeno lula anticoncepcional. Ela quer saber se existe
algum outro benefício fora o efeito contracep-
UNCISAL – 2019 tivo. É considerada efeito benéfico dos contra-
92. Cada um dos seguintes é um fator de risco ceptivos hormonais orais combinados a:
para câncer endometrial, exceto: a) melhora da constipação crônica
a) nuliparidade b) diminuição das crises de enxaqueca
b) obesidade c) menor incidência do câncer de colo do útero
c) diabete mellitus d) menor incidência de doença inflamatória pélvica
d) uso de contraceptivo oral e) prevenção contra fenômenos tromboembólicos
e) hipertensão
UFPR – 2019
UFSC – 2019 96. Paciente de 40 anos com histórico de 3 gesta-
93. Uma paciente de 57 anos, G2 PN2, apresenta ções e 3 abortamentos no primeiro trimestre,
um sangramento vaginal após quatro anos de sendo que tanto no primeiro quanto no último
amenorreia. O exame especular e toque vagi- aborto não foram visualizados os embriões

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20 R1 Extensivo | Questões para treinamento

ao ultrassom. O estudo genético do último a) a paciente deverá fazer um teste de BHCG e,


abortamento mostrou uma trissomia do cro- caso negativo, deverá manter o uso do con-
mossoma 21. Com base no caso, considere as traceptivo, associado a um método de barreira
seguintes afirmativas: por 7 dias
b) a paciente deverá interromper a cartela,
1. Considerando a idade, poderíamos indicar aguardar a menstruação e iniciar nova cartela.
a fertilização in vitro e o estudo genético pré- Devem-se oferecer exames de sorologia para
-implantacional (PGS). doenças sexualmente transmissíveis
2. Dentre as anomalias genéticas encontradas c) a paciente poderá ser submetida a inserção
nos abortamentos, as trissomias são as mais de DIU T-Cobre, por se tratar de método eficaz
frequentes. para contracepção de emergência, se indica-
3. As anomalias genéticas são responsáveis do até 5 dias após a relação desprotegida
pela maioria das causas de abortamento de
d) como a paciente é usuária de contraceptivos
repetição.
há muito tempo, não há necessidade de con-
4. Além da idade materna, a policistose ovaria-
tracepção de emergência, mesmo com os es-
na e alterações espermáticas (elevado índice
quecimentos
de fragmentação do DNA) podem estar rela-
cionadas com abortamentos de repetição. e) o esquecimento de múltiplas doses a coloca
em risco para uma gestação indesejada e,
Assinale a alternativa CORRETA: portanto, ela deverá fazer uso de 0,75 mg de
a) somente a afirmativa 2 é verdadeira levonorgestrel, em dose única, como contra-
b) somente a afirmativa 4 é verdadeira cepção de emergência
c) somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras
d) somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras UFRN – 2019
e) as afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras 99. Os anticoncepcionais orais combinados ge-
ralmente são pílulas formuladas com baixas
UFPR – 2019 doses de dois hormônios a base de estrogê-
97. Assinale a alternativa que relaciona correta- nio e progesterona e dividem-se em monofási-
mente a condição clínica e a contraindicação cos, bifásicos e trifásicos. Estes podem apre-
ao método contraceptivo: sentar alguns dos seguintes mecanismos de
a) paciente de 38 anos, G2P2, diabética não in- ação indicados a seguir:
sulinodependente há 3 anos – não tem restri-
ções ao uso de métodos contraceptivos hor- I. Inibição da ovulação.
monais
II. do FSH.
b) paciente de 18 anos, G0, sem parceiro fixo
III. Aumento do fluxo de GnRH para hipofise.
– não deverá usar dispositivos intrauterinos,
IV. Alteração da contratilidade tubária.
pelo risco aumentado de infecção pélvica du-
rante o período de uso
c) paciente de 42 anos, G1P1, hígida, sem vícios Constituem mecanismos de ação dos anticon-
e com ciclos regulares – não deverá usar mé- cepcionais combinados, os que estão presen-
todos combinados, pelo risco aumentado de tes nos itens:
eventos vasculares a) I e IV
d) paciente de 38 anos, tabagista de 8 cigarros/ b) II e III
dia – não tem restrições ao uso de métodos c) III e IV
hormonais, devido à sua baixa carga tabágica d) I e II
e) paciente de 40 anos, G2P2, tabagista de 12
cigarros/dia – não deverá usar métodos com- UFSC – 2019
binados, pelo risco aumentado de eventos 100. Sobre os Métodos contraceptivos reversíveis
vasculares de longa duração (LARC), assinale a alternati-
va correta:
UFPR – 2019 a) o dispositivo intrauterino com levonorgestrel
98. Paciente de 23 anos, nuligesta, usuária de apresenta índice de falha menor que a da la-
contraceptivo hormonal combinado de baixa queadura tubária
dose há 3 anos (etinilestradiol 30 mcg + le- b) o dispositivo intrauterino (DIU), com cobre ou
vonorgestrel 150 mcg), procura atendimento levonorgestrel, está contraindicado em adoles-
em unidade de saúde referindo que esqueceu centes nulíparas
3 comprimidos na última semana e manteve c) o implante subdérmico de etonogestrel apre-
relação sexual desprotegida há 2 dias. Deseja senta um índice de falha superior ao dispositi-
orientações. DUM: há 17 dias. Nesse caso: vo intrauterino com levonorgestrel

SJT Residência Médica


1 Ginecologia 21

d) o dispositivo intrauterino com cobre frequente- a) método contraceptivo reversível de longa du-
mente reduz o fluxo menstrual em duração e ração, pelo menos 3 anos, como o implante
quantidade subdérmico, dispositivo intrauterino ou siste-
e) estudos epidemiológicos identificaram um au- ma intrauterino liberador de levonorgestrel
mento do risco de tromboembolismo venoso b) método contraceptivo reversível de longa
em usuários de contraceptivos com progestá- ação acima de 5 anos, ou definitivo, como a
geno isolado laqueadura tubária e a vasectomia
c) método contraceptivo reversível não oral, como
UFT – 2019 adesivo e o anel vaginal, com pelo menos
101. A infertilidade é uma doença complexa com 3 anos de longa duração de uso
d) método contraceptivo oral reversível de uso
importantes implicações médicas, psicosso-
contínuo de longa duração, por pelo menos 5
ciais, demográficas e econômicas. A infertili-
anos de duração
dade tem sido considerada pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) como um problema
UFG – 2019
de saúde pública. Sobre a investigação do ca- 104. São complicações relacionadas ao uso do dis-
sal infértil, assinale a alternativa CORRETA: positivo intrauterino:
a) a histeroscopia é o exame padrão ouro para a) gestação múltipla e hiperplasia endometrial
avaliação da permeabilidade tubária b) gestação ectópica e miomas uterinos
b) FSH acima de 25 mUI/mL no terceiro dia do c) hiperplasia endometrial e doença inflamatória
ciclo menstrual é indicativo de uma adequada pélvica
reserva ovariano d) gestação ectópica e doença inflamatória pélvica
c) ovários policísticos no exame de ultrassono-
grafia em pacientes com ciclos regulares fecha Santa Casa-SP – 2019
o diagnóstico de fator ovariano de infertilidade 105. Um casal procurou o serviço de endocrino-
d) uma concentração de 3 milhões/ml de esper- logia ginecológica com queixa de infertilida-
matozoides em uma amostra seminal exclui de primária há um ano. Ela, com 35 anos de
fator masculino de infertilidade idade, queixava-se de irregularidade mens-
e) valores do hormônio antimüleriano inferiores a trual, negava doenças, era nuligesta e não ti-
1,0 ng/mL são altamente preditivos de baixa nha antecedentes familiares relevantes. Trou-
reserva ovariana xe ultrassonografia transvaginal com o útero
em anteversoflexão, ovário direito e esquerdo
UFT – 2019 com os volumes, respectivamente, de 15 mL e
102. Paciente de 21 anos, primípara, refere parto 16 mL, e múltiplos folículos antrais, sem pre-
normal há 01 mês, nega comorbidades, em
sença de folículo dominante. Mostrou histe-
amamentação exclusiva, deseja orientação de
rossalpingografia sem alterações. Além disso,
método contraceptivo hormonal oral. Segun-
apresentou exames de sangue com os seguin-
do o caso clínico, a conduta CORRETA é:
tes resultados: TSH, testosterona total, sulfato
a) indicar método hormonal oral somente com
de dehidroepiandrostenediona e 17 hidroxi-
progestágenos, podendo iniciar imediatamente
b) indicar método hormonal oral combinado, po- progesterona normais e FSH de 6 mUi/dl (nor-
dendo iniciar imediatamente mal até 12 mUI/dL). O exame de progesterona
c) indicar método hormonal oral somente com era compatível com fase folicular do ciclo. Ele,
progestágenos, devendo ser iniciado após 06 com 38 anos de idade, sem queixas, negou do-
semanas após o parto enças e antecedentes familiares e mostrou es-
d) indicar método hormonal oral combinado, de- permograma sem alterações. O médico, após
vendo ser iniciado após 06 semanas após o avaliação dos exames, realizou a prescrição
parto de citrato de clomifeno.
e) devido à amamentação exclusiva, paciente
não deve fazer uso de nenhum método hor- Com base nesse caso hipotético, assinale a
monal oral até 6 meses pós-parto alternativa CORRETA:
a) o uso do citrato de clomifeno na paciente é as-
FAMERP – 2019 sociado a um risco elevado de hiperestímulo
103. Paciente de 25 anos procura ambulatório de ovariano
planejamento familiar para orientação contra- b) trata-se de um modulador seletivo dos recep-
ceptiva com LARCs, pois não consegue aderir tores de estrogênio que cursa com o aumento
ao tratamento com os outros métodos, e dese- do FSH ao causar a diminuição da pulsatilida-
ja um método eficaz. Diante do exposto, o que de do GnRH, devido ao bloqueio do feedback
significa método contraceptivo LARC? negativo hipotalâmico do estrogênio circulante

SJT Residência Médica


22 R1 Extensivo | Questões para treinamento

c) a eficácia do uso do citrato de clomifeno é se- de menstruação há três anos; ciclos anterio-
melhante à do uso de gonadotropina na pa- res com duração de 35-45 dias. Sem outras
ciente, entretanto o citrato de clomifeno possui queixas. Exame físico e ginecológico: sem al-
um maior risco de gestações gemelares terações. Os exames a serem solicitados são:
d) classicamente, utiliza‐se o remédio durante a) FSH e LH
cinco dias, do 10º ao 14º ciclo menstrual b) LH e Prolactina
e) as taxas de sucesso do tratamento com o ci- c) FSH e Prolactina
trato de clomifeno são inferiores quando a pa- d) FSH e Testosterona total
ciente é obesa
UNICAMP – 2019
Santa Casa-SP – 2019 109. Mulher, 35a, G1P1, vem encaminhada pelo se-
106. Uma paciente de trinta anos de idade, em trata- tor de Oncologia do hospital para orientação
mento de mola invasora, com persistência de de método contraceptivo. Antecedentes Pes-
valores elevados de beta-hCG, solicitou acon- soais: carcinoma ductal invasivo da mama,
selhamento de contracepção. Considerando tratado há 3 meses com quadrantectomia, sem
essa situação hipotética, assinale a alternativa necessidade de linfadenectomia axilar ou qui-
correta quanto às opções e contraindicações mioterapia. O método contraceptivo indicado é:
para a paciente: a) anticoncepcional oral combinado
a) a melhor opção seria o uso do dispositivo in- b) acetato de medroxiprogesterona injetável a
trauterino medicado com cobre, visto que não cada 90 dias
apresenta hormônios c) DIU de cobre
b) o sistema intrauterino medicado com levonor- d) DIU de levonorgestrel
gestrel seria a melhor opção, pois auxilia no
controle do sangramento uterino UNIFESP – 2019
c) apenas métodos de barreira estão indicados, 110. Mulher, 24 anos de idade, 3 filhos vivos, viúva,
sendo os hormonais contraindicados procurou o Serviço de Planejamento Familiar
d) todos os métodos que contenham hormônio para solicitar laqueadura tubária. Refere que
poderão ser utilizados teve 3 partos cesáreas, sendo a idade dos fi-
e) pílulas combinadas ou que contenham apenas lhos de 7 anos, 3 anos e 1 ano. Não preten-
progestógenos podem ser utilizadas de ter novo relacionamento. Qual alternativa
apresenta a melhor conduta segundo a lei
UNESC – 2019 9263 referente ao Planejamento Familiar?
107. Paciente 22 anos, puérpera, primípara, 22 a) a paciente não apresenta condições para so-
dias pós-parto cesárea (apresentação pélvi- licitar a esterilização definitiva pois a idade
ca e útero bicorno), em aleitamento materno mínima para pleitear a laqueadura tubária é
exclusivo. Ausência de patologias clínicas. de 25 anos, devendo se indicar outro método
Comparece na unidade de saúde para receber contraceptivo reversível
orientações sobre contracepção. Avalie as in- b) a paciente não apresenta condições para so-
formações abaixo: licitar a esterilização definitiva pois não tem
relacionamento estável; por ser viúva e sem
I. O DIU de cobre está indicado para esta pa- desejo de novo relacionamento, não se deve
ciente e pode ser inserido 42 dias após o parto. indicar outros métodos contraceptivos
II. Pílulas só de progesterona podem ser ofere- c) a paciente apresenta condições para solicitar
cidas para esta paciente. a esterilização definitiva, porém cabe à equipe
III. A lei brasileira permite oferecer a ligadura de saúde multidisciplinar apresentar todos os
tubárea a esta paciente, desde que realizada métodos contraceptivos reversíveis, e indicá-
60 dias após o parto. -los como alternativa à laqueadura tubária
IV. Anticoncepcionais hormonais orais com- d) a paciente apresenta condições para solicitar
binados não devem ser oferecidos a esta pa- a esterilização definitiva, porém deve aguardar
ciente durante o período de aleitamento. completar os 25 anos para realizar o procedi-
É CORRETO o que se afirma em: mento cirúrgico, e utilizar outro método rever-
a) II apenas sível até lá
b) II e IV apenas e) a paciente não apresenta as condições para
c) IV apenas solicitar a esterilização definitiva e não se deve
d) I, II e IV apenas indicar o dispositivo intrauterino pois teve 3 ce-
e) II, III e IV apenas sáreas e maior risco de perfuração uterina

UNICAMP – 2019 USP-SP – 2019


108. Mulher, 29a, procura atendimento por desejo 111. Mulher, 19 anos de idade, queixa-se de ciclos
de engravidar. Antecedentes pessoais: parada menstruais com intervalos longos, acne, pele

SJT Residência Médica


1 Ginecologia 23

oleosa e dificuldade em perder peso. Recebe cas sexuais femininas normais (mamas e pili-
indicação para uso de contraceptivo hormonal ficação estágio 5 de Marshall e Tanner), hímen
oral combinado e apresenta melhora da acne. de aspecto normal e íntegro e cavidade vagi-
Qual efeito do contraceptivo é associável à nal aparentemente normal à exploração com
melhora da ACNE? o swab. No exame de ultrassonografia pélvica
a) elevação na aromatização de precursores an- não foi visualizado útero ou ovários. O carióti-
drogênicos po é 46 XY. Qual o diagnóstico?
b) efeito contínuo do progestagênio a) disforia de gênero
c) redução nos níveis sistêmicos de estradiol b) agenesia mulleriana
(E2) c) deficiência de 17-alfa-hidroxilase
d) aumento da globulina carreadora de hormônio d) síndrome de insensibilidade androgênica
sexual (SHBG) e) síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser

USP-SP – 2019 UNCISAL – 2019


112. Primípara, 24 anos de idade, apresentou parto 116. O retardo na purberdade é definido como a au-
vaginal a termo há 40 dias. O recém-nascido sência de características sexuais secundárias
está em amamentação exclusiva. Retorna para na idade de:
orientação e deseja contracepção. Entre as a) 10 anos
opções abaixo, qual é a primeira escolha para b) 12 anos
esta paciente? c) 14 anos
a) implante subdérmico de levonorgestrel d) 16 anos
b) abstinência periódica e) 18 anos
c) contraceptivo hormonal oral combinado
d) coito interrompido UFG – 2019
117. Para as pacientes em transição menopau-
Santa Casa-SP – 2019 sal, sem sintomas vasomotores, com ciclos
113. Não consiste em contraindicação do uso do menstruais irregulares, a prescrição mais
DIU de cobre no pós-parto imediato o(a): adequada é:
a) antecedente de prenhez ectópica a) estrogênios isolados de forma contínua
b) corioamnionite b) progestagênios de 10-14 dias, simulando a se-
c) atonia uterina gunda fase do ciclo
d) retenção placentária com sangramento no c) associação estrogênios-progestagênios de
puerpério imediato forma contínua
e) ruptura prematura de membranas há 48 horas. d) progestagênios isolados, em altas doses, de
forma contínua
USP-SP – 2019
114. Mulher, 37 anos de idade, tercigesta com dois UFPI – 2019
partos vaginais anteriores, idade gestacional 118. Mulher de 46 anos, G3P3NA0, obesa, fumante,
de 39 semanas, em programação de parto ce- DUM: há 09 meses, com queixa de ondas de
sárea por apresentação fetal córmica. Apresen- calor, é submetida a exame de ultrassonogra-
ta diabetes gestacional bem controlada com fia pélvica sob alegação de “exame de rotina”,
insulina NPH. Gostaria de realizar laqueadura no qual se relata útero com volume de 164
tubária bilateral por ocasião do parto. Qual é a cm3 e presença de nódulo miometrial ovala-
orientação segundo a legislação vigente? do, bem delimitado, de localização subserosa,
a) a laqueadura no momento do parto é proscri- com componente intramural em região fúndi-
ta, devendo ser reavaliada após o puerpério ca posterior e medindo cerca de 4,5 cm de di-
b) o procedimento pode ser realizado por já apre- âmetro. A conduta adequada é:
sentar dois filhos vivos e ter idade superior a a) indicar miomectomia
25 anos b) indicar histerectomia total ou subtotal
c) a laqueadura poderá ser realizada com autori- c) acompanhamento com controle ultrassono-
zação do serviço de planejamento familiar em gráfico
decorrência da doença de base d) iniciar tratamento com progestagênio sintético
d) o procedimento poderá ser realizado com na segunda fase do ciclo
anuência do casal registrada em cartório até o e) iniciar tratamento com análogo de GnRH
momento do nascimento
UFPI – 2019
UFSC – 2019 119. A.C.P., 51 anos, última menstruação há 10 me-
115. Paciente de 19 anos nega início da atividade ses, procura atendimento médico com queixa
sexual e apresenta queixa de amenorreia pri- de ondas de calor intensas, com prejuízo de
mária. Ao exame físico apresenta característi- sono e das atividades do dia a dia, redução da

SJT Residência Médica


24 R1 Extensivo | Questões para treinamento

lubrificação vaginal e dispareunia. A paciente nal. Antecedentes pessoais: hipotireoidismo


é hipertensa e portadora de diabetes mellitus em uso de levotiroxina 75 mcg/dia. IMC: 35.
tipo II controlados. Exame físico: PA = 130 × Traz os seguintes exames: lipidograma dentro
80 mmHg, IMC 25 kg/m2, exame mamário e gi- dos parâmetros da normalidade. Glicemia de
necológico normais. Exames recomendados jejum: 99 mg/dL. TSH: 2,1 mU/L. Mamografia
para propedêutica climatérica realizado há 02 e ecografia mamária BIRADS 3. Ecografia en-
meses sem alterações. O tratamento medica- dovaginal: volume uterino 92 cm3. Endométrio
mentoso mais adequado e com maior eficácia 7 mm. Duas imagens intracavitárias hipo e hi-
para o caso é: perecoicas mescladas dentro do endométrio
a) estrogenioterapia tópica e inibidor seletivo da medindo 20 × 25 mm a primeira e 25 × 28 mm
receptação de serotonina a segunda. Paciente está assintomática. Com
b) terapia hormonal combinada transdérmica base no quadro apresentado, deve-se:
c) antidrepressivos tricíclicos a) repetir mamografia e ecografia mamária em 12
d) terapia medicamentosa está contraindicada meses
e) isoflavona e lubrificantes vaginais b) repetir mamografia e ecografia mamária em 6
meses e indicar histeroscopia
UFPI – 2019 c) solicitar ressonância magnética nuclear das
120. Leia atentamente os três casos clínicos a seguir: mamas e indicar dilatação e curetagem uterina
d) repetir mamografia em 3 meses associada a
Paciente de 25 anos, G0P0A0, com deficiência ressonância magnética nuclear e indicar histe-
de fator V de Leiden, com desejo de uso de roscopia
contraceptivo oral combinado. e) solicitar ressonância magnética nuclear das
mamas e indicar histeroscopia
Paciente de 35 anos, G2P2NA0, obesa, fumante
e portadora de diabetes mellitus tipo 2, com de- UFPR – 2019
sejo de uso de contraceptivo oral combinado. 122. Paciente de 46 anos de idade, gesta 4, para
4, data da última menstruação há 14 meses.
Paciente 16 anos, G0P0A0, no 15o dia do ciclo É hipertensa crônica controlada em uso de
menstrual, refere relação sexual desprotegida enalapril 10 mg de 12 em 12 horas, hipoti-
há menos de 24h e com desejo de uso de con- reoidismo em uso de levotiroxina 50 mcg/
traceptivo oral combinado. dia. Apresenta as seguintes queixas: ondas
de calor, 15-17 episódios ao dia, notadamen-
te no período noturno, sudorese, parestesia
Em relação à conduta a ser tomada nos casos
nos membros superiores, insônia e nervo-
acima apresentados, assinale a opção correta.
sismo. Índice de massa corpórea: 26. Traz os
a) as pacientes 1 e 2 não devem usar contracep-
seguintes exames: FSH 48 mUI/ml, estradiol
tivo oral combinado; a paciente 3 deve aguar-
24 picogramas/ml. Ecografia endovaginal: vo-
dar a menstruação para usar contraceptivo
lume uterino 128 cm3, endométrio 5 mm, ma-
oral combinado de baixa dose.
mografia BIRADS 2 (calcificações secretórias
b) a paciente 1 deve usar contraceptivo oral com-
múltiplas). Colesterol 180 mg/dl, HDL 54 mg/
binado, enquanto a paciente 2 não deve usar
dl, triglicerideos 110 mg/dl, glicemia de jejum
contraceptivos oral combinado; a paciente 3
92 mg/dl, hemograma normal. TSH 2,1 mU/L.
deve tomar 02 comprimidos de levonorgestrel
Densitometria óssea: L1-L4: Tscore: -1,4 colo
imediatamente
de fêmur: Tscore: -1,2. Fêmur total: Tscore:
c) as três pacientes podem aguardar a menstrua-
-1,6. Com relação ao caso clínico apresenta-
ção e iniciar contraceptivo oral combinado no
do, identifique como verdadeiras (V) ou fal-
primeiro dia do ciclo
sas (F) as seguintes afirmativas:
d) as pacientes 1 e 2 devem usar contracepti-
vos orais combinado; a paciente 3 deve iniciar
uso de contraceptivo oral combinado de baixa ( ) I. Nessa paciente, está indicada a prescrição
dose imediatamente de raloxifeno 60 mg/dia + cálcio e vitamina D.
e) as pacientes 1 e 2 não devem usar contra- ( ) II. Prescrever estradiol 50 microgramas/dia
ceptivos orais combinado; a paciente 3 deve + acetato de noretisterona 170 microgramas/
tomar 02 comprimidos de levonorgestrel 750 dia na forma de adesivo.
Mcg imediatamente ( ) III. Solicitar nova dosagem do FSH, estra-
diol e prescrever fluoxetina 20 mg/dia via oral.
UFPR – 2019 () IV. Prescrever isoflavona de soja 75 mg, via
121. Paciente de 60 anos de idade, gesta 1, para oral, 1 vez ao dia.
0, aborto 1, menopausada há 10 anos, vem a
consulta no Ambulatório de Climatério. PA: Assinale a alternativa que apresenta a sequên-
130 × 80 mmHg. Nega uso de terapia hormo- cia correta, de cima para baixo.

SJT Residência Médica


1 Ginecologia 25

a) V–F–V–F a) endométrio atrófico


b) V–V–V–F b) carcinoma de endométrio
c) V–V–F–V c) tumor funcionante do ovário
d) F–F–V–V d) pólipo endometrial
e) F–V–F–F e) carcinoma de colo uterino

UFT – 2019
UNITAU – 2019
123. A terapia hormonal na menopausa está indi-
127. A tabela a seguir representa avaliação através
cada quando a mulher apresenta sintomas
vasomotores moderados a intensos, risco au- do POP-Q de uma mulher com 52 anos, G2 P2
mentado para desenvolver osteoporose, Sín- A0 (1 parto normal e 1 cesariana).
drome geniturinária do climatério (atrofia geni-
tal) e menopausa precoce (antes dos 40 anos). Aa -1 Ap 0 C -6
Consideram-se contraindicações para o uso HG 4 CP 1 CVT 7
de terapia hormonal no climatério, EXCETO: Ba -3 Bp -3 D -7
a) história pessoal de tromboembolismo
b) história pessoal de câncer de mama Após análise da tabela POP-Q, é CORRETO
c) história pessoal de IAM (Infarto agudo do mio-
afirmar que a paciente apresenta distopia:
cárdio)
a) anterior, estágio 1
d) história pessoal de AVC (Acidente Vascular
b) posterior, estágio 1
Cerebral)
c) apical, estágio 1
e) história pessoal de Câncer de cólon.
d) anterior, estágio 2
UNITAU – 2019 e) posterior, estágio 2
124. Na pós-menopausa, sabidamente, há mudan-
ças hormonais importantes no organismo da UNIFESP – 2019
mulher. Por exemplo, o estado de hipoestroge- 128. Mulher, 50 anos de idade, refere fogachos e
nismo, nessa fase, aumenta os riscos de: irregularidade menstrual há 3 meses. Que hor-
a) câncer de mama e osteoporose mônio deve ser avaliado e seu respectivo nível
b) hiperplasia do endométrio e atrofia urogenital sérico para confirmar o diagnóstico de transi-
c) osteoporose e displasia cervical ção menopausal?
d) atrofia urogenital e osteoporose a) hormônio antimulleriano – elevado
e) displasia mamária e hiperplasia do endométrio b) FSH – elevado
c) inibina – diminuído
USP-SP – 2019 d) prolactina – diminuído
125. Mulher, 55 anos de idade, três partos vaginais e) progesterona – diminuído
anteriores, sem comorbidades, menopausa há
cinco anos sem terapia hormonal. Refere perda UNIFESP – 2019
urinária. O exame ginecológico identifica pro- 129. Mulher, 45 anos de idade, refere perda urinária
cidência da parede vaginal anterior. O estudo involuntária contínua após 2 semanas de his-
urodinâmico mostrou fluxo normal, sensibilida- terectomia total abdominal por mioma uterino.
de vesical aumentada, presença de contrações
Refere que tem urinado menos vezes. Qual o
involuntárias, complacência diminuída e perfil
provável diagnóstico?
de pressão uretral normal, sem volume residu-
a) divertículo uretral
al. Qual é o tratamento adequado?
b) síndrome da bexiga hiperativa
a) cirurgia de sling uretral
c) infecção do trato urinário
b) agente anticolinérgico
c) agente alfa bloqueador d) incontinência urinária deesforço
d) cirurgia de Burch e) fístula vesicovaginal

UNITAU – 2019 UNIFESP – 2019


126. Paciente de 68 anos, com histórico de menar- 130. Mulher, 52 anos de idade, refere “bola na vagi-
ca aos 11 anos e de menopausa aos 48 anos, na” há 5 anos e urge-incontinência urinária há
GII PI (NORMAL) AI, hipertensa em uso de diu- 1 ano. Ao exame físico observa-se o seguinte
rético, sem uso de terapia hormonal, vem para POP-q: Aa = +3, Ap = +1, Ba = +4, Bp = +1, C =
consulta ginecológica referindo sangramento -7, D = -8, HG = 6, CP = 2, CVT = 9. Qual o diag-
genital em pequena quantidade, porém contí- nóstico e a melhor conduta?
nuo, há 8 dias. Exames clínico geral e gineco- a) prolapso vaginal completo, histerectomia va-
lógico sem anormalidades. Pela frequência, a ginal com fixação sacroespinhal da cúpula e
etiologia esperada é: anticolinérgico no pós-operatório

SJT Residência Médica


26 R1 Extensivo | Questões para treinamento

b) síndrome da bexiga hiperativa, prescrição de d) a venlafaxina seria uma boa opção para o tra-
anticolinérgico, e caso não haja melhora indi- tamento das ondas de calor
car colpofixação retropúbica e) deve‐se orientar apenas atividade física, pois,
c) prolapso vaginal do compartimento apical, devido ao câncer de mama, está contraindica-
promontofixação via abdominal e prescrição da qualquer terapêutica medicamentosa para
de B1- adrenérgico os fogachos
d) prolapso vaginal dos compartimentos anterior
e posterior, correção sítio-específica e orienta- UFT – 2019
ção quanto a possibilidade de regressão dos 134. A incontinência urinária na mulher menopau-
sintomas urinários no pós-operatório sada é relativamente comum, principalmente
e) incontinência urinária mista, prescrição de al- nas multíparas. A incontinência urinária, na
fa-adrenérgico, e caso não haja melhora indi- maioria dos casos é de diagnóstico relativa-
car correção sítio – específica de parede vagi- mente simples, baseado em anamnese e exa-
nal anterior me físico. Trata-se de exame complementar
avançado de primeira escolha, que auxilie no
UNICAMP – 2019 diagnóstico bem como adjuvante na escolha
131. Mulher, 35a, G1P1A0C0, procura atendimento re- da terapêutica adequada:
ferindo perda urinária aos esforços após parto a) estudo (ou avaliação) urodinâmica
vaginal que ocorreu há 6 meses. Está em ama- b) ressonânciamagnética
mentação exclusiva desde o parto. Exame gine- c) tomografia computadorizada
cológico: ausência de distopias. A conduta é: d) densitometria
a) prescrever estrogênios vaginais e) angioressonância
b) treinamento dos músculos do assoalho pélvico
c) indicar cirurgia de sling UFSC – 2019
d) nenhum tratamento até 12 meses após o parto 135. Uma mulher de 65 anos apresenta queixa de
incontinência urinária, caracterizada pela ur-
SUS-SP – 2019 gência e noctúria. O exame ginecológico está
132. Considera-se causa de incontinência urinária normal para a idade. Ao estudo urodinâmico
aos esforços na mulher: verificamos fluxometria normal e urgência
a) a lesão dos ligamentos uterossacros e redondos miccional com volume inferior a 250 mL. Sem
b) o alargamento do hiato formado pelos múscu- perdas as manobras de esforço. Qual o prová-
los bulbocavernosos vel diagnóstico?
c) a pressão vesical aumentada decorrente de a) fístula vesicovaginal
menor elasticidade vesical b) hiperatividade do detrusor
d) o déficit de inervação colinérgica pelo sistema c) incontinência urinária mista
nervoso autônomo d) hipermobilidade do colo vesical
e) a posição infrapúbica do colo vesical durante o e) deficiência esfincteriana intrínseca.
aumento da pressão abdominal
UFPR – 2019
Santa Casa-SP – 2019 136. Paciente com 62 anos de idade, gesta VII, para
133. Uma mulher de 51 anos de idade procurou o VII, com queixa de sensação de bola na vagina
serviço de ginecologia endócrina com queixas há 10 anos, acompanhada de aumento da fre-
de ondas de calor, principalmente no período quência urinária e desconforto no baixo ventre.
noturno, com impacto sobre a qualidade de Ao exame ginecológico, apresenta deiscência
vida. Ela relatou antecedente pessoal de cân- máxima da parede vaginal anterior e posterior
cer de mama e atualmente faz uso de tamoxi- e prolapso apical, caracterizando um prolapso
feno, G2PN20A, sem antecedentes familiares de órgão pélvico (POP). Com relação à melhor
dignos de nota. Considerando esse caso hi- resposta ao caso clínico, é correto afirmar:
potético, assinale a alternativa que apresenta a) o trauma do músculo ileopsoas durante o se-
a melhor conduta: gundo estágio do trabalho de parto tem envol-
a) a paciente apresenta contraindicação formal vimento na gênese do POP
para a terapia de reposição hormonal, sendo b) anormalidades na anatomia, fisiologia e bio-
a melhor opção para o caso a introdução da logia molecular dos músculos lisos da parede
fluoxetina vaginal não apresentam relação com o POP
b) os estudos demonstram que a droga padrão‐ c) o POP está comumente associado a altera-
ouro para a paciente seria a paroxetina ções geniturinárias, gastrintestinais e muscu-
c) a paciente já iniciou o tratamento do câncer loesqueléticas
de mama. Sendo assim, o uso de terapia de d) o POP deverá sempre ser tratado
reposição hormonal pode ser realizado com a e) o aumento da frequência urinária poderá ser
prescrição de estrogênio e progestógeno causado pela hipoatividade do detrusor

SJT Residência Médica


1 Ginecologia 27

UFG – 2019 útero em anteversoflexão, com o volume nor-


137. Mulher de 22 anos, nuligesta, última menstru- mal, ovário direito sem alterações e ovário es-
ação há 50 dias, é atendida no pronto-socorro querdo com imagem complexa, heterogênea
com quadro de dor pélvica aguda, em fossa às custas de imagens ecogênicas na periferia
ilíaca direita (FID), associada a sangramento da formação e presença de septos finos em
vaginal. Ao exame físico: afebril, pálida, dor ab- seu interior. O estudo Doppler apresentou anel
dominal, ao toque vaginal nota-se presença de vascular periférico e ausência de líquido livre
massa anexial em FID e dor à mobilização cer- em fundo de saco. Outros exames solicitados
vical. A hipótese diagnóstica mais provável é: foram: beta-hCG negativo; hemograma com
a) gravidez ectópica Hb de 13 g/dL (normal de 12-16 g/dL); e HT de
b) abcesso tubo-ovariano 39% (normal 35-47%).
c) tumor maligno ovariano Nesse caso hipotético:
d) endometrioma ovariano a) a conduta é cirurgia imediata
b) o diagnóstico é de gestação ectópica e a con-
SUS-SP – 2019 duta medicamentosa será adotada
138. Paciente de 28 anos de idade, usuária de mé- c) deve‐se realizar analgesia e controle hemati-
todo contraceptivo injetável, com dor súbita métrico, pois a conduta não cirúrgica é a mais
e lancinante em fossa ilíaca esquerda, que provável se a paciente mantiver a estabilidade
começou há 1 hora, procura atendimento mé- hemodinâmica
dico. Ao exame, está normotensa, afebril e d) o diagnóstico mais provável é de torção ane-
taquicárdica, com sinais de abdome agudo.
xial, entretanto, devido à idade da paciente, a
O toque vaginal evidencia intensa dor à mo-
conduta expectante é mais apropriada
bilização do colo, palpando-se massa doloro-
e) a presença do anel vascular periférico fala a
sa de 10 cm na região anexial esquerda. A ul-
favor de uma provável neoplasia maligna
trassonografia mostra formação heterogênea,
com calcificações e sombra acústica, com 9
UFSC – 2019
cm, ocupando a região anexial esquerda. Há
140. Qual o modelo terapêutico mais indicado para
pequena quantidade de líquido livre na pelve.
o vaginismo, com base nos trabalhos de Mas-
O diagnóstico mais provável é:
ter e Johnson, Arnold Kegel e Helen Kaplan?
a) aborto tubário
b) torção anexial a) ansiolíticos e toxina butolínica
c) cisto hemorrágico do ovário b) terapia humanística-existencial
d) gravidez tubária rota c) terapia comportamental com dessensibilização
e) abscesso tubo-ovariano d) liberação da tensão miofascial do assoalho
pélvico
Santa Casa-SP – 2019 e) psicanálise e análise transacional
139. Uma paciente de 26 anos de idade procurou
o pronto-atendimento de ginecologia com UFG – 2019
queixa de dor súbita de forte intensidade no 141. Maria nasceu com cariótipo XX, com órgãos
abdome após relação sexual. Negou febre ou genitais femininos. No entanto, desde a in-
doenças e não tinha antecedentes familiares fância sente forte identificação com o gênero
pertinentes. Apresentava pressão arterial de masculino, utilizando roupas de homem e pre-
120 × 80 mmHg, frequência cardíaca de 100, ferindo atividades habitualmente masculinas.
abdome flácido e descompressão brusca ne- Por esta razão, adotou o nome social de Mário.
gativa e dolorosa em fossa ilíaca esquerda. O Durante atendimento em unidades de saúde, o
exame ginecológico especular não apresentou correto é se dirigir a esta pessoa como:
alterações e o exame de toque vaginal mos- a) Maria, pois é o seu nome civil
trou útero intrapélvico com dor importante em b) Mário, pois é transexual
região anexial esquerda. Foi solicitada uma c) Maria, pois é homossexual
ultrassonografia, transvaginal, que descreveu d) Mário, pois é homossexual

SJT Residência Médica


2
GABARITO COMENTADO
Ginecologia

1. O sangramento uterino anormal pode ser dividido LH e 24-36 horas após as concentrações máximas de
em: causas orgânicas (gravidez, doenças sistêmicas, estradiol serem atingidas. Sendo assim, alternativa B
pélvicas e traumas) e disfuncionais (alterações nos está correta. Resposta b.
mecanismos endocrinológicos que controlam a mens-
truação). No menacme, as causas mais comuns são: 3. As principais causas de sangramento pós-meno-
anormalidades da gestação, pólipos, leiomiomas, ade- pausa são: estrogênios exógenos (30%), atrofia (30%),
nomiose, afecções endócrinas, afecções sistêmicas e câncer de endométrio (15%). No caso acima, pacien-
uso de medicamentos. Na perimenopausa são: anovu- te menopausada, sem terapia de reposição hormonal,
lação, pólipos, leiomiomatose, adenomiose e neopla- com múltiplos fatores de riscos para câncer de endo-
sias. Em relação à questão acima, o diagnóstico mais métrio (como obesidade, sedentarismo e tabagismo),
provável é adenomiose, que se manifesta com sangra- é imprescíndivel realizar avaliação endometrial para
mento uterino anormal associado a dismenorreia se- exclusão de neoplasia. A histeroscopia diagnóstica é o
cundária. No exame físico, observa-se útero globoso exame padrão ouro. Sendo assim, alternativa “C” está
e aumentado de volume, devido infiltração do tecido correta. Resposta c.
endometrial no miométrio. Os diagnósticos de câncer
de colo uterino e DIP são pouco prováveis, pois seriam 4. Por alternativa:
encontradas outras alterações no exame físico, como Alternativa “A” está incorreta. Os pólipos endometriais
lesão em colo do útero e dor à mobilização do colo, são projeções glandulares e estromais na superfície da
respectivamente. Resposta b. cavidade uterina. Eles possuem baixo índice de ma-
lignidade no menacme (0,5% aproximadamente), com
2. O ciclo menstrual é regulado pelo eixo hipotálamo- aumento dessa taxa no período pós menopausa.
-hipófise-ovário. Alternativa “B” está incorreta, pois o uso de progestá-
O estrogênio exerce efeito de feedback de alça longa geno de segunda fase não é o melhor tratamento para
sobre o hipotálamo e hipófise anterior, influenciando os leiomioma submucoso.
pulsos de liberação de FSH e LH. Quando os níveis de Alternativa “C” está incorreta, pois um dos principais
estradiol estão baixos, ocorre feedback positivo para sintomas do câncer de colo de útero é o sangramento
liberação de FSH, que atua no ovário para recruta- vaginal.
mento e maturação folicular. À medida que o folículo Alternativa “D” está incorreta, pois a causa mais fre-
dominante cresce, os níveis de estradiol aumentam quente de sangramento uterino anormal na adolescên-
e provocam retroalimentação negativa em relação ao cia é a imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário.
FSH e positivo para o LH. O pico de LH no meio do Alternativa “E” está correta, pois é indicado realização
ciclo é estimulado pelo pico e feedback positivo do es- de avaliação endometrial com histeroscopia em toda
tradiol, ocorrendo por consequência a ovulação. Uma paciente com sangramento pós menopausa, devido ao
estimativa razoável e acurada aponta que a ovulação alto risco de câncer de endométrio.
ocorre aproximadamente 10-12 horas após o pico do Resposta e.
30 R1 Extensivo | Gabarito comentado

5. Segundo o Consenso de Rotterdam, o diagnóstico O estrogênio gera regeneração e proliferação endome-


de síndrome dos ovários policísticos é definido pela trial, enquanto a progesterona é responsável pela fase
presença de pelo menos 2 dos seguintes critérios secretora.
(para mulheres acima de 19 anos): oligoanovulação, Durante a menstruação, ocorrem eventos que promo-
hiperandrogenismo clínico ou laboratorial e ultrasso- vem a descamação endometrial, como: alterações das
nografia compatível com ovários policísticos. Consi- arteríolas espiraladas que causam isquemia e ação de
derando que mulheres portadores de SOP apresen- enzimas (metaloproteinases e fosfatase ácida). Após
tam maior risco de distúrbios metabólicos, cabe ao a descamação e início do sangramento menstrual,
ginecologista rastrear as principais comorbidades iniciam-se eventos relacionados a coagulação e angio-
(como diabetes, hipertensão e dislipidemia), além de gênese. Resposta d.
realizar as orientações adequadas de dieta, atividade
física e perda de peso. A primeira linha de tratamento 9. O sangramento uterino anormal é o principal sinto-
são os anticoncepcionais orais, que são capazes de ma de leiomiomatose uterina, que pode se manifes-
bloquear a ovualação, reduzir o hiperandrogenismo e tar como hipermenorreia, metrorragia ou menorragia.
aumentar a síntese de SHBG. Essa ação pode ser Sendo assim alternativa “B” está correta. É controverso
potencializada, se escolha de progestágenos com que leiomiomatose isolada cause infertilidade, exceto
maior capacidade antiandrogênica como ciproterona em casos de oclusão dos óstios tubários ou alterações
e drospirenona. A espironolactona é uma droga an- endometriais que prejudiquem a nidação. A obstrução
tiandrogênica, que não deve ser usada isoladamente, ureteral é rara, mas pode ocorrer com miomas volumo-
mas associada a terapia hormonal, se hiperandroge- sos situados no istmo ou intraligamentares (entre os fo-
nismo severo. lhetos do ligamento largo). A dor pélvica é um sintoma
No caso descrito, a paciente possui critérios para SOP inespecífico, que pode ocorrer pela isquemia da lesão
(irregularidade menstrual e hiperandrogenismo clíni- ou compressão de estruturas. Resposta b.
co), sendo indicado contraceptivo oral combinado, com
progesterona antiandrogênica. Resposta d. 10. Adolescente com fluxo menstrual excessivo e du-
ração prolongada, em especial da menarca, deve ser
6. A avaliação da reserva ovariana pode ser realizada submetida a rastreio de anormalidades hematológicas.
através da dosagem do FSH (hormônio folículo esti- A afecção mais diagnosticada é a púrpura trombocito-
mulante), CFA (contagem folicular) e se possível AMH pênica idiopática, seguida pela doença de von Wille-
(hormônio antimulleriano), preferencialmente na fase brand. Resposta b.
folicular precoce sem o uso de anticoncepcional prévio.
Há limitações operador e aparelho dependente (USG) 11. Por assertivas:
na CFA e limitações de padronização e confiabilidade Assertiva I está correta. Leiomiomatose é a neoplasia
nos ensaios de AMH, não estando ainda bem definidos benigna mais comum da mulher, sendo que mais de
valores de corte. Sendo assim, a dosagem de FSH no 50% são assintomáticos e podem ser tratados de for-
terceiro dia do ciclo constitui o melhor método para tal ma conservadora.
avaliação (alternativa “C” correta). Resposta c. Assertiva II está incorreta. Miomas subserosos e intra-
murais podem ser tratados por via laparoscópica, en-
7. Em paciente na perimenopausa, a principal causa de quanto os miomas submucosos são melhores acessa-
sangramento uterino anormal é a anovulação, devido dos por histeroscopia.
redução da reserva folicular ovariana e refratariedade Assertiva III está correta, pois a degeneração sarco-
dos folículos remanescentes ao estímulo das gonado- matosa é rara, sendo mais comum na pós-menopausa.
trofinas. Sendo assim, alternativa “E” está correta. Assertiva IV está correta, pois o USG é o método diag-
Alternativa “A” está incorreta, pois na adenomiose se- nóstico mais acessível, porém a ressonância magné-
riam visualizadas outras alterações ultrassonográficas, tica é o melhor exame para visualizar e mensuras os
como “sombreamento em leque” e endométrio em “S”. miomas, além de diferenciar de adenomiose.
Além disso, possui como manifestação clínica impor- Resposta d.
tante a dismenorréia secundária, não referida no caso.
Alternativa “B” está incorreta, pois leiomiomas subsero- 12. O caso refere-se a mioma calcificado, que é bas-
sos raramente causam sangramento uterino anormal. tante frequente em mulheres na pós menopausa. A
Alternativas “C” e “D” estão incorretas, pois, o USG de- conduta é conservadora. Não há indícios de malignida-
monstra endométrio regular de espessura normal. de, não sendo necessário biópsia ou tratamento cirúr-
Resposta e. gico. Resposta c.

8. O endométrio é uma membrana que reveste a cavi- 13. Os principais fatores de riscos para câncer de endo-
dade uterina, sendo dividido em três camadas: basal, métrio associam-se aos efeitos proliferativos da expo-
esponjosa e superficial. As alterações cíclicas, indu- sição prolongada ao estrogênio, principalmente quan-
zidas pelos hormônios ovarianos, agem apenas nas do contínua e sem oposição progestogênica. São eles:
camadas esponjosa e superficial, denominadas como idade maior que 60 anos, raça branca, antecedentes
funcional. familiares, síndrome de Lynch tipo II, passado de ano-

SJT Residência Médica


2 Ginecologia 31

vulação crônica, menarca precoce, menopausa tar- -antrais e antrais. Possui boa correlação com a con-
dia, nuliparidade, terapia de reposição hormonal (sem tagem folicular e previsão da resposta do ovário em
progesterona associada), uso de tamoxifeno, tumores mulheres submetida a FIV. Alguns estudos sugerem
ovarianos produtores de estrogênio, obesidade (IMC o AMH como marcador de reserva ovariana, sendo
maior 30), diabetes mellitus, hipertensão arterial sistê- que valores baixos indicam baixa reserva. Porem exis-
mica, história pessoal de irradiação na pelve, hiperpla- tem limitações de padronização e confiabilidade nos
sia endometrial atípica, presença de gene BRCA. ensaios, não estando ainda bem definidos valores de
Os principais fatores de proteção são: multiparidade corte. Resposta b.
(efeitos da progesterona no endométrio durante ges-
tação), uso de anticoncepcional oral combinado (redu- 18. O desenvolvimento embriológico dos ductos Mülle-
ção do número de receptores estrogênicos nas células rianos é um processo que se completa por volta da 12ª
endometriais, supressão da transcrição de oncogenes semana de gestação e compreende o desenvolvimento
estrogênio-mediados), tabagismo (efeito antiestrogêni- e fusão dos ductos paramesonéfricos (ou Müllerianos)
co), uso de dispositivo intrauterino liberador de levo- com reabsorção do septo mediano, dando origem a úte-
norgestrel. Resposta b. ro, trompas uterinas e terço superior de vagina. Falhas
neste processo determinam diversas malformações.
14. A histerectomia total com salpingooforectomia bila- A agenesia mülleriana pode ser parcial ou total (sín-
teral é o tratamento padrão recomendado para câncer drome de Mayer-Rokitansky). A amenorreia resulta da
de endométrio. A exploração minuciosa das cavidades obstrução do trato de saída ou ausência do endomé-
abdominal e pélvica, com coleta de lavado peritoenal trio, nos casos que envolvem agenesia uterina.
e palpação das cadeias linfáticas, é parte obrigatória As pacientes apresentam cariótipo 46 XX e caracteres
do procedimento. A tendência atual é não realizar lin- sexuais secundários normais, uma vez que os ovários
fadenectomia em mulheres com carcinoma em estágio estão presentes e funcionantes, porém não há mens-
inicial. A radioterapia adjuvante também não está indi- truação devido agenesia endometrial. A apresentação
cada na presença de doença em estágio I de baixo ris- clínica típica é amenorreia primária, acompanhada ou
co ou intermediário. Sendo assim, alternativa “E” está não de cólicas cíclicas, em adolescente com caracte-
correta. Resposta e. res sexuais secundários compatíveis com a idade, sem
sinais de virilização. Resposta a.
15. Um dos diagnósticos diferenciais de sangramento
uterino anormal é adenomiose, caracterizada por pre- 19. Aproximadamente 70-80% das pacientes com SOP
sença de glândulas endometriais no miómetrio. O qua- apresentam infertilidade. A mudança do estilo de vida
dro clínico clássico é representado por sangramento com perda de peso é a primeira linha de tratamento,
uterino anormal e dismenorreia secundária. Na ultras- pois a perda de peso melhora os parâmetros metabó-
sonografia, o útero pode apresentar volume normal ou licos, reduz o hiperandrogenismo e melhora as taxas
aumentado, com as seguintes características: junção de ovulação. A metformina está associada a aumento
endométrio-miométrio irregular, assimetria de paredes, do índice de gestação espontânea. Pode ser realizado
presença de cistos anecoicos no miométrio, entre ou- tratamento de baixa complexidade (como indução da
tros. Resposta a. ovulação com clomifeno com coito programado) ou alta
complexidade (como fertilização in vitro). Sendo assim,
16. As principais causas de sangramento pós-meno- alternativa C está correta. Apesar de anticoncepcional
pausa são: estrogênios exógenos (30%), atrofia (30%), oral constituir um dos pilares no tratamento de SOP, ele
câncer de endométrio (15%). Sendo assim, paciente não está indicado nos casos com desejo gestacional.
com sangramento pós menopausa deve ser submeti- Resposta c.
da a avaliação endometrial, para exclusção de neopla-
sia de endométrio. O padrão ouro é a realização da 20. A puberdade precoce é mais frequente no sexo
histeroscopia diagnóstica com visualização direta da feminino, sendo definida como desenvolvimento de
cavidade uterina, mas pode ser realizado amostragem caracteres sexuais secundários em idade inferior a 8
endometrial “às cegas” com curetagem, cureta de no- anos. Geralmente, a telarca é o primeiro sinal do início
vak ou pippele. Não existe indicação de realização de de desenvolvimento puberal feminino.
termoablação. Resposta b. A puberdade precoce central (ou verdadeira) é decor-
rente da ativação precoce do eixo hipotálamo-hipófise-
17. Atualmente, o método mais utilizado para avaliação -ovário, com secreção de GnRH, aumento da síntese
de reserva ovariana é a dosagem hormonal no terceiro de gonadotrofinas e, consequentemente, aumento dos
dia do ciclo, principalmente do FSH. níveis dos esteroides sexuais gonadais.
A contagem folicular pela ultrassonografia pode ser A adrenarca é o início da produção de desidroepian-
uma opção adicional, porém existem limitações opera- drosterona (DHEA) e de sulfato de DHEA (SDHEA) na
dor e aparelho dependente zona reticular da suprarrenal. O resultado fenotípico da
O hormônio antimulleriano é produzido nas células adrenarca é o desenvolvimento de pelos axilares e pu-
da granulosa dos pequenos folículos, sendo que sua bianos, denominado pubarca, que se inicia nas meni-
concentração sérica reflete o número de folículos pré- nas aproximadamente aos 8 anos de idade.

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32 R1 Extensivo | Gabarito comentado

A adrenarca precoce é definida, portanto, como pre- meses, que geralmente prejudica qualidade de vida. A
sença de pelos pubianos antes dos 8 anos de idade, dor geralmente piora no período menstrual e raramen-
estando ausentes outros sinais de estrogenização. A te são encontradas alterações orgânicas no exame
maioria das meninas apresentará aumento no nível físico. A avaliação deve ser multidisciplinar, incluindo
de SDHEA, sugerindo que a glândula suprarrenal está psicologia e fisioterapia, pois grande parte dos casos
sofrendo maturação precoce. É comum a associação estão relacionados com distúrbios psicológicos. O tra-
de adrenarca precoce e desenvolvimento de síndrome tamento em geral é clinico, com analgésicos, modula-
dos ovários policísticos na adolescência. O tratamento dores de dor, antidepressivos, fisioterapia, acupuntura,
da adrenarca prematura inclui tranquilização e moni- entre outros. O tratamento cirúrgico é reservado aos
toramento de outros sinais de puberdade. Resposta c. casos refratários, com diagnóstico de endometriose
por exemplo. Resposta c.
21. O uso de contraceptivos hormonais é o tratamento
medicamentoso de primeira linha de SOP para as pa- 24. A dismenorreia é um dos problemas ginecológicos
cientes sem desejo gestacional, sendo efetivo no con- mais prevalentes em adolescentes e adultas jovens,
trole do hiperandrogenismo e na interrupção da casca- sendo que afeta até 50% das mulheres em idade repro-
ta fisiopatológica da SOP. O efeito antiandrogênico dos dutiva. Acredita-se que a causa base seja a produção
contraceptivos ocorre por três mecanismos principais: excessiva de prostaglandina uterina, derivada da ativi-
1) inibição da secreção de LH, reduzindo a secreção dade da ciclooxigenase-2. Sendo assim, a inibição da
androgênica pela teca ovariana; 2) bloqueio do recep- produção das prostaglandinas no endométrio, com a uti-
tor androgênico exercido pelo progestagênio (depen- lização de anti-inflamatórios não esteroidais, apresenta-
dendo da similaridade estrutural do progestagênio com -se como tratamento efetivo e racional. Resposta a.
a molécula de testosterona endógena haverá maior ou
menor efeito antiandrogênico); 3) aumento da síntese 25. As imagens correspondem a pólipo endometrial,
hepática da globulina carreadora dos esteroides sexu- definido como projeção glandular e estromal na super-
ais (SHBG) através do metabolismo do etinilestradiol fície da cavidade uterina, com características benignas
no fígado, sendo que este é o efeito antiandrogênico e baixo potencial de malignização. O quadro clínico
mais importante. Assim, os contraceptivos combinados clássico é sangramento uterino anormal e pode ocor-
seriam os mais apropriados para serem utilizados na rer, raramente, dismenorreia secundária. A histerosso-
SOP, desde que respeitados os critérios de elegibilida- nografia é importante, pois o USG transvaginal pode
de da OMS e o desejo da paciente. Resposta a. não identificar perfeitamente o aspecto polipoide, em
virtude da compressão imposta pelas paredes uteri-
22. A paciente possui diagnóstico de falência ovariana nas. Resposta a.
precoce, caracterizada por amenorreia, aumento dos
níveis de gonadotrofinas e deficiência estrogênica, an- 26. O caso acima possui como principal suspeita a
tes dos 40 anos. endometriose, patologia caracterizada por dor (disme-
Alternativa “A” está incorreta. A terapia hormonal está norreia, dispareunia, dor pélvica crônica) associado a
indicada na falência ovariana precoce com objetivo de infertilidade.
minimizar a sintomatologia, prevenir as complicações Alternativa “A” está incorreta. O tratamento clínico de
em curto e longo prazos (como osteoporose). Não infertilidade associado a endometriose não possui be-
existe um tempo limite para o uso, sendo que atual- nefícios, devido ao efeito anovulatório da maioria dos
mente preconiza-se reavaliação do uso aos 50 dias, medicamentos.
idade média que mulheres entram na menopausa. Alternativa “B” está incorreta. Nos casos de endome-
Alternativa “B” está correta. Não há um padrão que triose grave, a melhor abordagem é a fertilização in vi-
anuncie o desenvolvimento da insuficiência ovariana, tro após cirurgia laparoscópica.
sendo que as mulheres podem desenvolver amenor- Alternativa “C” está correta, pois a laparoscopia é uma
reia agudamente ou ter um quadro prolongado de ir- opção terapêutica nos casos de endometriose asso-
regularidade menstrual. Os fogachos estão presentes ciado a infertilidade.
em 75% dos casos e costumam ser mais intensos do Alternativa “D” está incorreta, pois a infertilidade na
que na menopausa em idade habitual. endometriose não está relacionada apenas ao fator
Alternativa “C” está incorreta. Estudos indicam que mu- ovariano.
lheres que tiveram diagnóstico de FOP podem produzir Alternativa “E” está incorreta. A infertilidade associa-
estrogênio de forma intermitente e, em 5-10% dos ca- da a endometriose é atribuída a três mecanismos pri-
sos podem engravidar. mários: distorção da anatomia anexial, dificultando a
Alternativa “D” está incorreta. Mulheres com FOP pos- captação oocitária; interferência no desenvolvimento
suem maior de risco de desenvolver osteroporose, oocitário e na embriogênese precoce; redução da re-
com efeito benéfico da terapia de reposição hormo- ceptividade endometrial.
nal. Resposta b. Resposta c.

23. A dor pélvica crônica é definida como dor em região 27. Afirmativa I está incorreta, pois paciente com co-
pélvica não cíclica, com duração igual ou superior a 6 morbidade controlada é caracterizada como ASA 2.

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2 Ginecologia 33

Afirmativa II está incorreta. Em todas as pacientes, -se que a causa base da dismenorreia primaria seja a
devem ser recomendadas medidas gerais para profi- produção excessiva de prostaglandina uterina, deriva-
laxia de TVP no pós-operatório, como: elevação dos da da atividade da ciclo-oxigenase-2. Ela está associa-
membros inferiores, movimentação ativa e passiva dos da a ciclos ovulatórios.
membros, deambulação precoce. Em pacientes de ris- A dismenorreia secundaria está relacionada a patolo-
co moderado (paciente com mais de 40 anos, sem fa- gias como adenomiose, leiomiomatose ou endometrio-
tores clínicos de risco), recomenda-se a prescrição de se. Resposta d.
heparina ou meias elásticas de compressão graduada
ou compressão pneumática. 31. Em mulher com dor pélvica crônica, dispareunia e
Afirmativa III está correta, pois é indicado realização infertilidade, a hipótese diagnóstica mais importante é
de cefazolina na indução anestésica para profilaxia in- endometriose. A prevalência geral de endometriose é
fecciosa. de 10%. Em mulheres com dor pélvica e infertilidade,
Afirmativa IV está incorreta, pois no estádio IA não é é descrita uma prevalência de 90% de endometriose.
necessário realizar radioterapia. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. O manejo
Resposta a. clínico pode ser realizado com anticoncepcionais orais
combinados, progestágenos isolados, danazol, agonis-
28. A endometriose é uma doença crônica, inflamató- tas do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH).
ria, estrogênio-dependente que ocorre durante o perí- Resposta e.
odo reprodutivo da vida da mulher, caracterizando-se
pela presença de tecido endometrial, glândula e/ou 32. O tratamento clínico da endometriose pode ser re-
estroma, fora da cavidade uterina. alizado com os seguintes medicamentos:
No ovário, a lesão característica da endometriose é o €€ Anticoncepcional combinado oral, que causa su-
endometrioma, que se apresenta como estrutura císti- pressão da esteroidogênese e gametogênese ova-
ca com conteúdo líquido espesso e achocolatado cer- riana, além de induzir a decidualização endometrial;
cado de áreas de fibrose. No USG, pode ser visualiza-
€€ Gestrinona, agente antiprogestacional de longa
do o sinal do “vidro moído”. Resposta d.
ação, que inibe a secreção de GnRH;
29. As anomalias uterinas podem ser congênitas ou €€ Análogo de GnRH contínuo, que desensibiliza os
adquiridas e as paciente geralmente se apresentam receptores hipofisários com redução da liberação
com anormalidades menstruais, dor pélvica, infertilida- de gonadotrofinas;
de ou intercorrências obstétricas. €€ Inibidor da aromatase, que inibe a produção ovaria-
A falha no desenvolvimento e alongamento de um dos na e periférica de estrogênios.
ductos de Müller resulta no útero unicorno. É obser- O clomifeno, que é um indutor de ovulação usado na
vado útero funcional, colo uterino normal, ligamento síndrome dos ovários policísticos, não possui indica-
redondo e tuba uterina normais de um lado. Do outro ção no tratamento de endometriose.
lado, as estruturas desenvolvem-se de forma anormal Resposta b.
e identifica-se agenesia ou, mais frequentemente, cor-
no uterino rudimentar. O corno rudimentar pode se co- 33. No diagnóstico diferencial das úlceras genitais, a
municar ou, mais comumente, não se comunicar com o anamnese e exame físico são essenciais. Podem ser
útero unicorno. Além disso, a cavidade endometrial do divididas em dolorosas (herpes, cancro mole) e indolo-
res (sífilis, donovanose e linfogranuloma venéreo).
corno rudimentar pode estar obstruída ou conter endo-
A sífilis, transmitida pelo Treponema pallidum, possui
métrio funcional. A presença de endométrio funcional
alta prevalência, principalmente em países em desen-
em um corno não comunicante pode causar dor uni- volvimento. As formas clínica são: cancro duro (lesão
lateral cíclica. Ao exame físico, o útero geralmente se ulcerada única, indolor, bem delimitada, com fundo lim-
encontra acentuadamente desviado. A histerossalpin- po, acompanhada de adenopatia inguinal, que surge
gografia, ultrassonografia e RNM são exames-chave após uma média de 21 dias do contato sexual), sífilis
para investigação. secundária (roséolas, sifílides, condiloma plano, pla-
O útero unicorno está associado a um mau prognós- cas mucosas, alopecia irregular e madarose), sífilis
tico obstétrico (apresentações anormais, retardo de latente (ausência de sinais ou sintomas), sífilis terciá-
crescimento intrauterino, trabalho de parto prematuro e ria (formação de grunolmas ou gomas). O cancro duro
incompetência cervical). A implantação no corno rudi- corresponde à descrição do caso acima, sendo que o
mentar causa alta incidência de abortamentos e gesta- tratamento preconizado é a penicilina benzatina (dose
ções ectópicas. Resposta a. única na sífilis primária).
O herpes genital, causado por HSV-1 e HSV-2, é res-
30. A dismenorreia e um dos problemas ginecológicos ponsável pela formação de pápulas eritematosas,
mais prevalentes em adolescentes e adultas jovens, seguindo-se de vesículas com conteúdo citrino, dolo-
sendo que afeta até 50% das mulheres em idade repro- rosas, que posteriormente são recobertas por crostas.
dutiva. É caracterizada como dor em cólica na região O tratamento preconizado é realizado com aciclovir.
inferior do abdome no início da menstruação. Acredita- Resposta c.

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34 R1 Extensivo | Gabarito comentado

34. A tricomoníase é a terceira causa mais comum de duvidoso com sêmen, independentemente do período
corrimento vaginal, sendo considerada uma DST. Os do ciclo menstrual ou uso de contracepção, deve re-
fatores de riscos estão relacionados com a prática se- ceber anticoncepção de emergência. Atualmente o le-
xual desprotegida e promiscuidade. O quadro clínica vonorgestrel é o esquema de escolha, por apresentar
é caracterizado por corrimento amarelo-esverdeado, maior eficácia menor incidência de efeitos colaterais.
bolhoso com odor fétido. São frequentes os sinais in- Resposta b.
flamatórios, como ardência, hiperemia e edema. Um
achado altamente específico é a colpite focal ou difusa 38. Por alternativa:
caracterizada por um “colo em framboesa”, que ocorre Alternativa “A” está correta. A vaginose é um conjunto
devido à dilatação capilar e hemorragias puntiformes. de sinais e sintomas resultantes de um desequilíbrio
O tratamento deve ser sistêmico e pode ser realizado da flora vaginal, que culmina com a diminuição dos
com metronizadol ou tinidazol. Sendo assim, alternati- lactobacilos e um crescimento polimicrobiano de bac-
va A está correta. Resposta a. térias anaeróbicas.
Alternativa “B” está incorreta, pois na vaginose ocorre
35. Os principais fatores de riscos são: gravidez, uso elevação do PH vaginal, geralmente acima de 4,5.
de contraceptivos orais com altas doses de estrogênio, Alternativa “C” está incorreta. O exame de Papanicolau
terapia de reposição hormonal somente com estrogê- não é confiável para diagnóstico, pois a maioria dos mi-
nio, diabetes mellitus, uso de DIU, tireoidopatias, obe- croorganismos fazem parte da flora vaginal. O diagnós-
sidade, uso de antibióticos, corticoides ou imunossu- tico baseia-se na presença de três dos quatros critérios
pressores, hábitos de higiene e vestuário inadequados de Amsel: corrimento branco-acinzentado, homogêneo
(diminuem ventilação e aumentam a umidade e calor e fino; PH vaginal > 4,5; testes das aminas ou Whiff-test
local), contato com substências alérgenas e/ou irritan- positivo; visualização de clue-cells no exame a fresco.
tes, alterações na resposta imunológica (imunodefici- Alternativa “D” está incorreta, pois é indicado tratar
ência, estresse). apenas paciente sintomáticas.
A gravidez, uso de estrogênio e o diabetes propiciam Resposta a.
aumento na concentração de glicogênio vaginal, com
consequente acidificação do meio e proliferação de 39. A doença inflamatória pélvica (DIP) é definida como
levedura. O uso de antibióticos determina redução da infecção polimicrobiana do trato genital. A virulência
flora bacteriana vaginal normal, particularmente os ba- dos germes e a resposta imune definem a progressão:
cilos de Doderlein, diminuindo a competição por nu- endometrite, salpingite, pelviperitonite, ooforite, peri-
trientes e facilitando a proliferação da Candida sp.
-hepatite (síndrome de Fitz-Hugh-Curtis), abscesso
A via sexual não é a principal forma de transmissão da
tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas. Os
candidíase, pois a Candida sp. faz parte da flora vaginal
patógenos são sexualmente transmissíveis (clamídia,
normal. Sendo assim, não está relacionada com núme-
ros de parceiros ou frequência de coito. Resposta d. gonococo, micoplasma, entre outros). A doença tubá-
ria está relacionada com o germe Proteus species. A
36. A candidíase é uma infecção da vulva e vagina, ca- prevalência é subestimada, pois a maioria dos casos é
racterizada por: prurido vulvovaginal, corrimento bran- subclínica (> 60%). A maior prevalência é em mulheres
co grumoso e inodoro, hiperemia e edema vulvar, dor sexualmente ativas entre 15-24 anos de idade.
à micção, queimação vulvovaginal, fissuras e macera- Os sintomas sugestivos são: dor em baixo ventre ou
ções da vulva. Aproximadamente 85% dos casos são na região lombossacral; sintomas genitourinários,
atribuídos à espécie Candida albicans e 10-15% dos por exemplo, corrimento, sangramento vaginal, dis-
casos a outras espécies não albicans (Candida glabra- pareunia e disúria; febre; dor no hipocôndrio direito e
ta, Candida tropicalis). náuseas ou vômitos sugerem peri-hepatite (15% dos
As mulheres com quatro ou mais infecções durante um casos). No exame físico pode ser encontrado: tempe-
ano são classificadas como portadoras de candidíase ratura axilar > 38 °C; dor à palpação e descompressão
recorrente ou complicada. O tratamento primário é re- brusca dolorosa no baixo ventre; dor à mobilização do
alizado com fluconazol oral, 100-200 mg/semana por colo uterino e dos anexos; palpação de tumor anexial
6 meses. Deve ser realizado cultura para confirmação doloroso (abscesso tubo-ovariano); canal cervical com
diagnóstica. As espécies de Candida não albicans não corrimento brancacento ou amarelado de odor fétido. O
são responsivas à terapia tópica com azois. Sendo as- tratamento é antibioticoterapia sistêmica. Resposta d.
sim, para infecção recorrente por Candida não albicans
o tratamento mais eficaz é o ácido bórico. 40. Para o diagnóstico de herpes, o citodiagnóstico de
Tendo em vista o exposto acima, a alternativa C está Tzanck pode ser útil como método auxiliar, permitindo
correta, sendo necessário realizar o tratamento primá- o achado de células multinucleadas e os corpúsculos
rio com fluconazol por 6 meses e coleta de cultura para de inclusão intranucleares. Em relação às demais al-
descartar Candida não albicans. Resposta c. ternativas: as hifas são sugestivas de infecção fúngica
como candidíase; clue cells são encontradas na vagi-
37. Toda mulher no menacme submetida a violência se- nose; e os corpúsculos de Donovan são característicos
xual e exposta à gravidez, por meio de contato certo ou da donovanose. Resposta c.

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2 Ginecologia 35

41. Quando a violência sexual resultar em gravidez, o mucopurulento, febre e leucocitose. A Clamydia tra-
abortamento é permitido por lei e poderá ser realizado chomatis e a Neisseria gonorrhoeae são os principais
pelo SUS. O Código Penal não exige qualquer docu- patógenos e respondem por 90% dos casos. A despei-
mento judicial ou boletim de ocorrência. A palavra da to do evento inicial por esses patógenos, a microbio-
mulher que busca o serviço de saúde afirmando ter logia é polimicrobiana, sendo descrita a participação
sofrido violência deve ter credibilidade, devendo ser re- de vários agentes. Em paciente com DIU, é frequente
cebida como presunção de veracidade. Sendo assim, a presença de Actinomyces. O tratamento é a antibio-
é necessário, apenas, consentimento por escrito da ticoterapia sistêmica, não sendo necessário a retirada
mulher e relatório médico com assinatura dos profis- do DIU. Resposta b.
sionais da saúde. A portaria do Ministério da Saúde
inclui 5 termos: termo de consentimento livre e escla- 46. Para mulheres gestantes, o esquema antirretroviral
recido, termo de responsabilidade, termo de relato cir- preferencial para profilaxia pós exposição (PEP) deve
cunstanciado, parecer técnico, termo de aprovação de ser composto por tenofovir, lamivudina e raltegravir a
procedimento de interrupção. Resposta d. partir da 14ª semana de gestação. Os critérios para
indicação de PEP para essa população são os mes-
42. A candidíase é uma infecção vulvovaginal causada mos aplicados a qualquer outra pessoa que tenha sido
por um fungo do gênero Candida. A Candida é capaz exposta ao HIV. O dolutegravir não deve ser indicado
de se proliferar em ambiente ácido, apesar da ação dos na gestação, devido risco de malformação congênita.
lactobacilos. O quadro clínico é caracterizado por: pru- Resposta b.
rido; corrimento branco, gumoso e inodoro; queimação
vulvovaginal; dor à micção; hiperemia e edema vulvar. 47. A sífilis, transmitida pelo Treponema pallidum, pos-
O exame microscópico a fresco revela a presença de sui alta prevalência, principalmente em países em
pseudo-hifas (filamentos ramificados e brotamentos) e desenvolvimento. As formas clínica são: cancro duro
o PH vaginal geralmente abaixo de 3,5. (lesão ulcerada única, indolor, bem delimitada, com
A presença de Mobiluncus e redução acentuada de fundo limpo, acompanhada de adenopatia inguinal,
lactobacilos são características da vaginose bacteria- que surge após uma média de 21 dias do contato se-
na. Resposta a. xual), sífilis secundária (leões cutaneamucosas, como:
roséolas, sifílides, condiloma plano, placas mucosas,
43. A candidíase é uma infecção vulvovaginal causada alopecia irregular e madarose), sífilis latente (ausên-
por um fungo do gênero Candida. O quadro clínico é cia de sinais ou sintomas), sífilis terciária (formação de
caracterizado por: prurido e queimação vulvovaginal; grunolmas ou gomas).
corrimento branco, gumoso e inodoro; dispareunia; dor O condiloma plano é formado a partir da confluência
à micção; hiperemia e edema vulvar; escoriações de de placas infectantes (papulo-hipertróficas), sendo ca-
coçadura; fissuras e macerações da vulva. O exame racterístico da sífilis secundária. A conduta é o trata-
microscópico a fresco revela a presença de pseudo-hi- mento adequado de sífilis com penicilina G benzatina,
fas. O PH vaginal é ácido e o teste das aminas possui com objetivo de reduzir os riscos de transmissão verti-
resultado negativo. cal. Sendo assim, alternativa “A” correta. Em relação à
Para diagnóstico das vulvovaginites, a anamnese e infecção por HPV, a lesão característica é o condiloma
exame físico são essenciais. Se a paciente possui fa- acuminado. Resposta a.
tores de riscos e clínica de cervicite ou DIP, indica-se
tratamento de Gonorreia e Clamídia. Na ausência de 48. O sintoma mais típico da vaginose é o corrimen-
tais sinais, deve ser realizado o PH vaginal e teste das to com odor fétido semelhante a “peixe podre”. Este
aminas (com KOH). Se PH abaixo de 4,5 e teste das odor desagradável se agrava durante a menstruação
aminas negativo, com clínica compatível para candidí- e relação sexual. Em ambas situações, o PH se torna
ase, indica-se tratamento desta infecção. Se PH acima mais alcalino, o que facilita a volatização das aminas
de 4,5 e teste das aminas positivo, deve ser realizado (cadaverina, putrescina e trimetilamina) produzida
tratamento para vaginose e tricomoníase. Resposta b. pelos patógenos. O diagnóstico é realizado pelos cri-
térios de Amsel, sendo necessário 3 dos 4 critérios:
44. Segundo o protocolo de atenção às vítimas de vio- corrimento branco-acinzentado, homogêneo e fino;
lência sexual, além da anticoncepção de emergência, PH vaginal > 4,5; teste das aminas (Whiff-test) positi-
é indicado a profilaxia de DST’s virais e não virais. Os vo; visualização de clue-cells no exame microscópico
antibióticos preconizados são: penicilina benzatina, a fresco. Resposta b.
ceftriaxone, azitromicina e metronidazol. O objetivo é
cobertura de sífilis, gonorreia, infecção por Clamídia, 49. A sífilis primária é caracterizada pelo surgimento
tricomoníase e cancro mole. Sendo assim, alternativa do cancron duro ou protossifiloma, após uma média de
D está correta. Resposta d. 21 dias do contato sexual. Pode estar presente sema-
nas antes de os testes sorológicos se tornarem rea-
45. Os principais sinais e sintomas da doença inflama- tivos. Corresponde a uma lesão de coloração rósea,
tória pélvica são: dor pélvica, dor à mobilização do colo ulcerada, geralmente única e indolor, com bordas bem
uterino, dispareunia, dor anexial, corrimento vaginal delimitadas e elevadas, fundo limpo e liso. Pode ser

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36 R1 Extensivo | Gabarito comentado

acompanhada de adenopatia inguinal regional, geral- uma doença sexualmente transmitida sendo obrigató-
mente unilateral, não supurativa, indolor e sem sinais rio o tratamento do parceiro (mesmo se assintomático).
flogísticos. A lesão desaparece após cerca de 4 sema- Alternativa “C” está incorreta, pois o PH vaginal nor-
nas, mesmo na ausência de tratamento, sem deixar malmente está entre 5,0 e 6,0.
cicatrizes na maioria dos casos. Sendo assim, alterna- Alternativa “D” está incorreta, pois o tratamento dever
tiva A está correta. Resposta a. ser sistêmico com medicamento via oral. O tratamen-
to tópico não atinge níveis terapêuticos nas glândulas
50. O VDRL é um exame não treponêmico, que se ba- vaginais e uretra.
seia na detecção de anticorpos contra os componentes Alternativa “E” está incorreta, pois o principal sintoma
cardiolipínicos do Treponema pallidum. É utilizado para é o corrimento amarelo-esverdeado, bolhoso com odor
rastreio e seguimento de sífilis, possuindo alta sensibi- fétido. O prurido é raro.
lidade. Torna-se reativo 3-6 semanas após a infecção, Resposta a.
com redução dos títulos após o primeiro ano (mesmo
nos casos não tratados). A negativação só acontece 54. O câncer de colo uterino possui alta relevância
entre 9 e 12 meses após o tratamento. Em alguns ca- epidemiológica, com prevalência elevada e magnitude
sos, mesmo com tratamento adequado, pode persistir social, sendo considerado um problema de saúde pú-
positivo por toda vida. blica no Brasil. O principal fator de risco é a infecção
Os testes treponêmicos são: FTA-Abs, MHA-TP, TPI, pelo HPV, responsável por 99% dos casos. Entre todos
TPHA. São testes que detectam anticorpos contra as tipos de neoplasias malignas, é o que apresenta um
espiroquetas, com alta especificidade, que confirmam dos mais altos potenciais de prevenção e de cura, de-
o diagnóstico. São os primeiros a positivar (reativos a vido a progressão lenta das lesões iniciais. A detecção
partir de 7-15 dias) e é comum persistirem positivos, precoce do câncer de colo de útero em mulheres assin-
mesmo após tratamento eficaz (cicatriz sorológica). tomáticas, por meio do exame citopatológico, permite
No caso descrito, a paciente possui VDRL negativo a detecção de lesões precursoras e da doença em es-
com testes treponêmicos positivos, sendo realizado a tágios iniciais, para tratamento precoce. Sendo assim,
hipótese diagnóstica de cicatriz sorológica e sífilis tra- alternativa A está correta. Resposta a.
tada. Resposta c.
55. A principal forma de propagação do câncer de colo
51. A tricomoníase é uma infecção sexualmente trans- uterino é por contiguidade. Inicialmente envolve a re-
missível, causada pelo protozoário Trichomonas vagi- gião paracervical e parametrial, propagando-se em
nalis. O quadro clínico é caracterizado por corrimento direção à parede óssea. Em 50% dos casos acomete
amarelo-esverdeado, bolhoso e com odor fétido, asso- porção superior da vaginal e pode causar obstrução
ciado a sinais inflamatórios da vagina como ardência, ureteral, uropatia obstrutiva e hidronefrose.
hiperemia e edema. Um achado altamente específico é A disseminação linfática é menos comum, sendo que
a colpite focal ou difusa, caracterizada por um “colo em ocorre inicialmente para o grupo primário (linfonodos
framboesa”. Sendo assim, alternativa “B” está correta. paracervicais, parametriais, obturadores, ilíacos inter-
Em relação às demais causas de vulvovaginites: a can- nos, externos e sacros) e, posteriormente, para o grupo
didíase é caracterizada por corrimento brancacento, secundário (ilíacos comuns, para-aórticos e inguinais).
grumoso e inodoro, associado a prurido e sinais infla- A disseminação hematogência é rara e tardia (5% dos
matórios; a vaginose é marcada por corrimento fétido casos), sendo que os órgãos mais acometidos são: fí-
semelhante a “peixe podre”, porém raramente exibe si- gado, pulmões, ossos, cavidade peritoneal e cérebro.
nais inflamatórios. Resposta b. Resposta c.

52. A vaginose é resultante de um desequilíbrio da flora 56. O ASC-US (células escamosas atípicas de signifi-
vaginal, que culmina com a redução dos lactobacilos e cado indeterminado, possivelmente não neoplásicas)
um crescimento polimicrobiano de bactérias anaeróbi- possui correlação com doença de baixa gravidade
cas estritas (Prevotella sp., Bacterioides sp., Mobilun- para a grande maioria das mulheres, sendo razoável
cus sp.) e de anaeróbicas facultativas (Gardnerella va- uma conduta conservadora e pouco invasiva. Na mu-
ginalis). Essas formam biofilmes epiteliais que podem lher com 30 anos ou mais, é indicado a repetição do
dificultar o tratamento. O PH alcalino facilita a volati- exame citopatológico em um intervalo de seis meses,
zação das aminas (cadaverina, putrescina e trimetila- o que ocorreu no caso acima com resultado posterior
mina), o que gera o sintoma típico de corrimento com de ASC-H (células escamosas atípicas de significado
odor fétido semelhante a “peixe podre”. Sendo assim, indeterminado, não podendo excluir lesão intraepitelial
a alternativa B está incorreta, pois ocorre elevação do de alto grau).
PH vaginal. Resposta b. Estudos revelam frequência de lesão de alto grau en-
tre 12,2% e 68% e de câncer em torno de 1,3-3% em
53. Por alternativa: mulheres com citologia de ASC-H. Devido maior risco,
Alternativa “A” está correta, pois pode ocorrer transmis- todas pacientes com esse diagnóstico devem ser en-
são vetical no momento do parto vaginal. caminhadas para colposcopia para realização de bióp-
Alternativa “B” está incorreta, pois a tricomoníase é sia dirigida. Resposta d.

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2 Ginecologia 37

57. A realização periódica do exame citopatológico Na presença de achado colposcópico maior, realizar
continua sendo a estratégia mais amplamente adotada biópsia dirigida. Se a biópsia revelar NIC II, dar pre-
para o rastreamento do câncer do colo do útero. Atin- ferência à conduta expectante por 24 meses, porém
gir alta cobertura da população definida como alvo é o o tratamento destrutivo também é aceitável caso não
componente mais importante no âmbito da atenção pri- possa ser assegurado esse seguimento.
mária, para que se obtenha significativa redução da in- Se a biópsia revelar NIC III, o seguimento citológico e
colposcópico semestral por dois anos é recomendado
cidência e da mortalidade por câncer do colo do útero.
nas mulheres até 20 anos. Nas demais, entre 21 e 24
A recomendação atual é a realização de exame cito-
anos, é recomendado tratamento excisional (EZT) ou
patológico em mulheres de 25-65 anos de idade, uma
destrutivo. Sendo assim, alternativa “B” está correta.
vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos
Resposta b.
negativos, a cada três anos.
Em relação à faixa etária, há vários fatos indicando
que, direta ou indiretamente, o rastreamento em mu- 60. Considerando a correlação de ASC-US com doen-
lheres com menos de 25 anos não tem impacto na re- ça de baixa gravidade na maioria dos casos, uma con-
dução da incidência ou mortalidade por câncer do colo duta conservadora, pouco invasiva, parece razoável.
do útero. Na avaliação do risco de doença pré-invasiva ou inva-
Mulheres na pós-menopausa devem ser rastreadas de siva, deve-se considerar que a lesão invasiva do colo
acordo com as orientações para as demais mulheres. do útero é claramente mais prevalente na quarta e
O rastreamento em gestantes deve seguir as recomen- quinta décadas de vida da mulher (entre 35 e 55 anos),
dações de periodicidade e faixa etária semelhantes quando se justifica uma investigação mais acurada da
das demais mulheres. doença.
Em paciente HIV positivo, o exame citopatológico deve Diante de um resultado de exame citopatológico de
ser realizado após o início da atividade sexual com ASC-US, a conduta na mulher com 30 anos ou mais
intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais, será a repetição desse exame num intervalo de seis
manter seguimento anual. Se contagem de linfócitos meses.
CD4+ abaixo de 200 células/mm3 devem ter priorizada Para as mulheres com idade entre 25 e 30 anos, a re-
a correção dos níveis de CD4+ e, enquanto isso, de- petição do exame citopatológico deverá ser realizada
vem ter o rastreamento citológico a cada seis meses. em 12 meses. Sendo assim, alternativa “C” está corre-
Sendo assim, alternativa “C” está correta. Resposta c. ta. Resposta c.

58. O rastreio de câncer de colo de útero deve ser re- 61. O câncer de vulva é neoplasia rara, sendo que cor-
responde a menos de 1% das neoplasias malignas da
alizado com colpocitologia oncótica, segundo as reco-
mulher e é responsável por 3-5% das neoplasias ma-
mendações de faixa etária e periodicidade. Se exame
lignas do trato genital feminino. O tipo histológico mais
alterado, depedendo das indicações, a paciente deve frequente é o carcinoma epidermoide, responsável por
ser encaminhada para colposcopia, com realização aproximadamente 85% de todos os casos de câncer,
de biópsia dirigida e estudo histopatológico. A tríade seguido pelo melanoma.
citologia-colposcopia-histologia é o que define a locali- O câncer de vulva pode disseminar a partir do sítio
zação das lesões, o grau histológico, extensão em pro- inicial por meio da invasão local de tecido adjacente
fundidade e ocupação glandular. A conduta terapêutica ao tumor primário, embolização para linfonodos regio-
depende totalmente dos resultados desta avaliação. nais, usualmente inguinais superficiais e profundos e
Resposta c. eventualmente pélvicos, e, muito raramente, por via
hematogênica, atingindo pulmões, fígado e ossos. A
59. A população de paciente até 24 anos apresenta metástase para linfonodos intrapélvicos é mais comum
elevada prevalência de infecção pelo HPV, no entanto, na neoplasia de clitóris.
mostra baixa incidência de lesão de alto grau e de car- O tratamento de eleição para o câncer de vulva é cirúr-
cinoma invasor. gico, porém, não existe um tratamento cirúrgico padro-
Estudos mostram que a história natural do NIC II nes- nizado. O objetivo será a realização de um tratamento
sa população está muito próxima daquela do NIC I. A o mais conservador possível, levando em considera-
regressão de NIC III também tem sido observada em ção o tamanho da lesão e o status linfonodal. A radio-
adolescentes ou mulheres jovens e tem motivado reco- terapia pode ser usada como adjuvância. Resposta c.
mendações mais conservadoras.
Na vigência de exame citopatológico com diagnóstico 62. Considerando a correlação de ASC-US com doen-
de lesão de alto grau, é recomendado encaminhamen- ça de baixa gravidade na maioria dos casos, uma con-
to para colposcopia. A repetição da citologia é inaceitá- duta conservadora, pouco invasiva, parece razoável.
vel como conduta inicial. O método “Ver e Tratar” tam- Mulheres com idade inferior a 25 anos representam um
bém é inaceitável nessas mulheres. grupo com maior incidência e prevalência de infecção
Se o achado colposcópico for menor, a paciente de- por HPV, porém a maioria dessas infecções tem reso-
verá ser mantida em seguimento anual citológico por lução espontânea. Estudos mostram que adolescentes
dois anos. com citologia de ASC-US poderiam ser acompanha-

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38 R1 Extensivo | Gabarito comentado

das, porque só apresentaram alterações citopatológi- se resolvem em 2 a 5 anos. O condiloma acuminado


cas mais relevantes (em uma frequência de 0,02%) está relacionado aos subtipos 6 e 11. Resposta b.
quando atingiram idade entre 21 e 25 anos.
Se a mulher até 24 anos tiver sido submetida ao exame 67. Paciente com lesão vegetante em colo uterino apre-
citopatológico e apresentar ASC-US, a citologia deverá senta alta suspeita para malignidade, sendo necessá-
ser repetida em três anos. rio realização de bióspia para diagnóstico histopato-
Caso se mantenha essa atipia, deverá manter segui- lógico e confirmação. Para controle da hemorragia, é
mento citológico trienal. No caso de novo exame nor- recomendo o tamponamento. Sendo assim, alternativa
mal, reiniciar o rastreamento aos 25 anos. No caso de “A” está correta. Resposta a.
a citologia se manter ASC-US ou de maior gravidade,
a partir dos 25 anos deverá ser encaminhada para col- 68. Por alternativa:
poscopia. Sendo assim, alternativa B está correta. Alternativa “A” está incorreta. O tratamento preconizado
do câncer de colo uterino IB1 é a histerectomia tipo III
63. Estudos revelam frequência de lesão de alto grau com dissecção de linfonodos pélvicos. Se a paciente
entre 12,2% e 68% e de câncer em torno de 1,3-3% possuir desejo gestacional, pode ser realizado a tra-
nas mulheres com citologia de ASC-H. quelectomia radical (se doença de baixo risco e tumor
Todas as mulheres com laudo citopatológico de ASC- menor que 2 cm).
-H devem ser encaminhadas para uma unidade de Alternativa “B” está incorreta. O câncer de colo uterino
referência para colposcopia. Realizada a colposcopia, estádio I possui bom prognóstico.
deve-se considerar se a JEC é visível. No caso de col- Alternativa “C” está incorreta, pois paciente com lau-
poscopia com visão total da JEC (ou seja, nas ZT tipos do citopatológico de ASC-H deve ser encaminhada
1 ou 2) e achados anormais maiores, deve ser realiza- para colposcopia para realização de biópsia dirigida e
da a biópsia dirigida. Sendo assim, alternativa “C” está diagnóstico histopatológico da lesão. Após esse proce-
correta. Resposta c. dimento, poderá ser realizado o estadiamento e trata-
mento adequado.
64. Mulheres com diagnóstico citopatológico de LSIL Alternativa “D” está correta, pois a chance de recorrên-
(lesão intraepitelial de baixo grau) devem repetir o exa- cia do câncer de colo uterino é maior no início.
me citopatológico em seis meses na unidade de aten- Alternativa “E” está incorreta. Paciente acima de 30
ção básica. Processos infecciosos ou atrofia genital anos com exame citopatológico de lesão intraepitelial
identificados devem ser tratados antes da nova coleta. de baixo grau deve repetir o exame em 6 meses.
Se a citologia de repetição for negativa em dois exa- Resposta d.
mes consecutivos, a paciente deve retornar à rotina de
rastreamento citológico trienal na unidade de atenção 69. Mulheres com diagnóstico citopatológico de LSIL
básica. Se uma das citologias subsequentes no perío- (lesão intraepitelial de baixo grau) devem repetir o exa-
do de um ano for positiva, encaminhar à unidade de re- me citopatológico em seis meses na unidade de aten-
ferência para colposcopia. À colposcopia, se presentes ção básica. Processos infecciosos ou atrofia genital
achados anormais no colo do útero, deve-se realizar a identificados devem ser tratados antes da nova coleta.
biópsia dirigida. Sendo assim, alternativa “D” está cor- Se a citologia de repetição for negativa em dois exa-
reta. Resposta d. mes consecutivos, a paciente deve retornar à rotina de
rastreamento citológico trienal na unidade de atenção
65. O HPV pode acometer pessoas de qualquer idade, básica. Se uma das citologias subsequentes no perío-
porém é mais frequente na faixa etária entre 20 e 40 do de um ano for positiva, encaminhar à unidade de re-
anos, período de maior atividade sexual. Na maioria ferência para colposcopia. À colposcopia, se presentes
dos casos, a infecção pelo HPV é transitória e regri- achados anormais no colo do útero, deve-se realizar a
de espontaneamente, entre 6 meses e 2 anos após biópsia dirigida. Sendo assim, alternativa “D” está cor-
a exposição. A idade interfere nesse processo, sendo reta. Resposta d.
que o clareamento viral espontâneo é mais comum em
mulheres com menos de 30 anos. Na minoria, a infec- 70. Considerando a correlação de ASC-US com doen-
ção persiste, podendo ocorrer o desenvolvimento de ça de baixa gravidade na maioria dos casos, uma con-
lesões precursoras. A evolução das lesões precurso- duta conservadora, pouco invasiva, parece razoável.
ras é lenta, com evolução pouco frequente para câncer Na avaliação do risco de doença pré-invasiva ou inva-
de colo uterino, principalmente se realizado rastreio e siva, deve-se considerar que a lesão invasiva do colo
diagnósticos adequados. Sendo assim, alternativa “D” do útero é claramente mais prevalente na quarta e
está correta. Resposta d. quinta décadas de vida da mulher (entre 35 e 55 anos),
quando se justifica uma investigação mais acurada da
66. Existem mais de 100 subtipos de HPV, sendo que doença.
os subtipos 16 e 18 são responsáveis por aproxima- Diante de um resultado de exame citopatológico de
damente 70% de todos os carcinomas cervicais, por ASC-US, a conduta na mulher com 30 anos ou mais
serem os mais mitogênicos. Os outros subtipos estão será a repetição desse exame num intervalo de seis
associados a infecções transitórias, que normalmente meses.

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2 Ginecologia 39

Para as mulheres com idade entre 25 e 30 anos, a re- estadiamento. O tratamento padrão é a histerectomia
petição do exame citopatológico deverá ser realizada total tipo II com dissecção dos linfonodos pélvicos. Se a
em 12 meses. paciente possuir desejo gestacional, pode ser realiza-
Se o resultado de alguma citologia de repetição for do traquelectomia radical com dissecção dos linfondos
igual ou sugestiva de lesão intraepitelial ou câncer, a pélvicos.
mulher deverá ser encaminhada à unidade de referên- A identificação de fatores patológicos de risco interme-
cia para colposcopia. diário na peça cirúrgica impõe a realização de radiote-
Considerando-se a baixa prevalência de doença pré- rapia adjuvante. São eles: margens cirúrgicas compro-
-invasiva e câncer nas mulheres com citologia de ASC- metidas, invasão linfonodal, invasão de paramétrio e
-US, o método “Ver e Tratar” é inaceitável. invasão angiolinfática associada à invasão estromal de
Sendo assim, alternativa “A” está correta. Resposta a. 2/3. Resposta a.

71. Por paciente: 74. Atualmente, a infecção genital pelo Papilomavírus


Ana deve repetir o exame citopatológico em 6 meses. Humano (HPV) é a doença sexualmente transmissível
Diante de um resultado de exame citopatológico de mais comum entre adultos jovens sexualmente ativos.
ASC-US, a conduta na mulher com 30 anos ou mais Durante o período gravídico, ocorrem mudanças fi-
será a repetição desse exame num intervalo de seis siológicas na genitália feminina, como o aumento da
meses. Se dois exames citopatológicos subsequentes concentração de glicogênio e estrogênio local que, so-
com intervalo de seis (no caso de mulheres com 30 mado a alterações imunológicas inerentes à gestação,
anos ou mais) ou 12 meses (no caso de mulheres com criam ambiente propício à proliferação do HPV.
menos de 30 anos) forem negativos, a mulher deverá O objetivo do tratamento das verrugas genitais é a er-
retornar à rotina de rastreamento citológico trienal; po- radicação da lesão clínica e a estimulação do sistema
rém, se o resultado de alguma citologia de repetição imune para o reconhecimento viral e supressão de sua
for igual ou sugestiva de lesão intraepitelial ou câncer, replicação. Durante a gestação, além desses objetivos,
a mulher deverá ser encaminhada à unidade de refe- deve-se ter em mente que o correto manejo dos con-
rência para colposcopia. dilomas possibilita menor taxa de transmissão vertical,
Beatriz deve repetir o exame em 1 ano. Esfregaços nor- fato esse que justifica o tratamento de qualquer lesão
mais somente com células escamosas em mulheres condilomatosa na gestação visando a ausência de le-
com colo do útero presente devem ser repetidos com sões no momento do parto.
intervalo de um ano e, com dois exames normais anuais As terapias para o condiloma se dividem basicamente
consecutivos, o intervalo passará a ser de três anos. em três categorias: destruição química ou física da le-
Cláudia deve ser encaminhada para colposcopia. As são, terapia imunológica e excisão cirúrgica.
mulheres que apresentarem laudo citopatológico de Dentre os agentes químicos, a podofilina e o 5-fluou-
HSIL (lesão de alto grau) deverão ser encaminhadas à racil, apesar de comumente utilizados no tratamento
unidade de referência para realização de colposcopia. dos condilomas, não devem ser administrados em ges-
Daniela deve ser encaminhada para colposcopia. Mu- tantes pelo efeito teratogênico. O ácido tricloroacético,
lheres com diagnóstico citopatológico de LSIL (lesão por apresentar boas taxas de cura (50-81%) e não ser
intraepitelial escamosa de baixo grau) devem repetir absorvido sistemicamente, constitui terapia de primeira
o exame citopatológico em seis meses na unidade de linha em gestantes com lesões pequenas ou em pouca
atenção básica. Processos infecciosos ou atrofia ge- quantidade. Para lesões extensas, dá-se preferência
nital identificados devem ser tratados antes da nova para terapias cirúrgicas como a excisão, eletrocoagula-
coleta. Se a citologia de repetição for negativa em dois ção ou crioterapia, modalidades essas com bom índice
exames consecutivos, a paciente deve retornar à rotina de cura (50-90%), baixas taxas de recorrência (25-35%
de rastreamento citológico trienal na unidade de aten- em seis meses) e comprovadamente seguras para o
ção básica. Se uma das citologias subsequentes no produto conceptual. A terapia com laser de CO2 é isen-
período de um ano for positiva, encaminhar à unidade ta de riscos para a gestação, porém deve restringir-se a
de referência para colposcopia. Resposta b. casos refratários aos tratamentos convencionais, pois
apresenta alto custo e taxas semelhantes de cura aos
72. O estadiamento do câncer de colo uterino é clíni- demais métodos cirúrgicos. Resposta c.
co. Quando o tumor atinge o terço inferior da vagina é
classificado como estádio III A, sendo que o tratamen- 75. Após a ooforectomia bilateral, ocorre a interrupção
to é quimiorradioterapia primária. A partir do estádio II da produção de estrogênio pelos ovários, causando
B (invasão de paramétrio) não há indicação de trata- manifestações semelhantes às observadas na meno-
mento cirúrgico, sendo realizado quimio e radioterapia. pausa. Por exemplo: alterações vasomotoras ou foga-
Resposta a. chos, atrofia urogenital, redução da massa óssea e au-
mendo do risco cardiovascular.
73. O carcinoma de colo uterino estádio I é aquele res- A grande maioria das desordens cardiovasculares é
trito ao colo uterino. IA2 representa invasão entre 3-5 consequente da aterosclerose e os principais fatores
mm de profundidade e extensão até 7 mm, sendo que de riscos são: hipertensão arterial, tabagismo, dislipi-
a invasão do espaço vascular ou linfático não altera o demia, diabetes, obesidade e sedentarismo. No entan-

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40 R1 Extensivo | Gabarito comentado

to, mesmo com todos estes fatores controlados, o risco 80. Na mamografia, BIRADS 0 representa exame in-
de doença coronariana é cerca de três vezes maior conclusivo, sendo necessário avaliação adicional.
nos homens quando comparado a mulheres na idade Pode ser necessário realização de novas incidências
reprodutiva. Os mecanismos pelos quais o estrogênio mamográficas (como compressão localizada) ou com-
protege a mulher no desenvolvimento da aterosclerose plementação diagnóstica com ultrassonografia. Sendo
são variados, podendo ser citado: aumento do HDL e assim, alternativa A está correta. Resposta a.
redução do LDL, vasodilatação periférica, melhora do
metabolismo da glicose, propriedades antioxidantes, 81. A descrição do achado acima é compatível com
estímulo à fibrinólise, proteção de células endoteliais à cisto simples, caracterizado por lesão anecoica, ho-
lesão, redução dos níveis de renina e enzima conver- mogênea, de paredes finais e reforço acústico poste-
sora da angiotensina. Sendo assim, alternativa “C” está rior. Segundo BIRADS, é classificado como categoria
correta. Resposta c. 2, ou seja, achados benignos, sem necessidade de
investigação adicional. Recomenda-se seguimento de
76. O cistoadenoma mucinoso representa 15% dos tu- rotina bianual. Sendo assim, alternativa “C” está cor-
mores benignos, sendo bilateral em 5-7% dos casos. reta. Resposta c.
Geralmente, são tumores volumosos, multiloculados,
císticos, de conteúdo mucoide e acastanhados ao cor- 82. A imuno-histoquímica pode ser utilizada na classi-
te. Uma complicação que foi associada a estes tumo- ficação molecular do câncer de mama, o que é impor-
res é o psedomixoma peritoneal, caracterizado pela tante fator prognóstico.
secreção exacerbada de material mucinoso e gelatino- O LUMINAL A possui o seguinte perfil imuno-histoquí-
so, levando à formação de ascite, a qual recidiva com mico: receptor de estrogênio positivo e/ou receptor de
frequência após tratamento cirúrgico. O tratamento do progesterona positivo, HER2 negativo e Ki-67 < 14%.
cistoadenoma mucinoso é cirúrgico, sendo que a ex- Já o LUMINAL B é caracterizado por: receptor de es-
tensão depende da idade da paciente e das preten- trogênio positivo e/ou receptor de progesterona positi-
sões reprodutivas. Sendo assim, alternativa “B” está vo, HER2 negativo e Ki-67 > 14%. Sendo assim, alter-
correta. Resposta b. nativa “A” está correta. Resposta a.

77. Os principais fatores de riscos para câncer de mama 83. É recomendado o rastreio universal de câncer de
são: sexo feminino (99% dos casos); idade superior a mama, através da mamografia, em mulheres entre 50 e
40 anos; antecedente pessoal de câncer de mama; his- 69 anos. Existem divergências na faixa etária entre 40
tória familiar (parente de primeiro grau com câncer de e 49 anos, sendo que a Sociedade Brasileira recomen-
mama aumenta o risco em 2-2,5 vezes); menarca pre- da iniciar este rastreio com 40 anos.
coce e menopausa tardia (maior exposição ao estímu- Em pacientes de alto risco, como portadoras de muta-
lo estrogênico); nuliparidade; uso de anticoncepcional ção do gen BRCA e história familiar positiva, é indica-
oral combinado e terapia hormonal; dieta rica em gor- do iniciar o rastreio precocemente (mamografia anual a
duras; uso crônico de bebidas alcóolicas; sedentaris- partir dos 30 anos).
mo; exposição a radição ionizante; genética (mutação No caso descrito, a paciente não possui indicação de
nos genes BRCA 1 e 2). Sendo assim, alternativa “B” realizar exame de imagem, sendo necessário apenas
está correta. Resposta b. o exame clínico das mamas. Sendo assim, alternativa
“D” está correta. Resposta d.
78. O carcinoma ductal in situ é considerado uma le-
são precursora de câncer de mama, com prognóstico 84. Na mamografia, BIRADS 0 representa exame in-
favorável na maioria dos casos. Os principais subtipos conclusivo, sendo necessário avaliação adicional.
histológicos são: cribiforme, micropapilar, papilar, sóli- Pode ser necessário realização de novas incidências
do ou comedocarcinoma. O achado mamográfico mais mamográficas (como compressão localizada) ou com-
comum são as microcalcificações com morfologia ar- plementação diagnóstica com ultrassonografia. Sendo
boriforme ou pleomórficas. Resposta d. assim, alternativa A está correta. Resposta a.

79. Derrame papilar corresponde à saída de secreção 85. Derrame papilar corresponde à saída de secreção
pela papila, sendo classificado em: fisiológico, patoló- pela papila. A descarga provocada, multiductal, bila-
gico e galactorréia (secreção láctea bilateral). A bilate- teral, multicolorida e esporádica é considerada fisio-
ralidade e secreção multiductal são fatores preditivos lógica. A descarga espontânea, uniductal, unilateral,
de benignidade. O derrame papilar sanguinolento ou persistente, aquosa (“água de rocha”) ou sanguínea é
em “água de rocha”, acompanhado de secreção espon- classificada como patológica.
tânea e uniductal, possui maior risco de câncer. A galactorréia é definida como a secreção láctea. Sua
Em um paciente com descarga papilar suspeita, é principal causa é farmacológica, principalmente me-
necessária realização de anamnese e exame físico dicamentos psicotrópicos (antagonistas da dopamina,
completos, associado a citologia do derrame. Além neurolépticos, antidepressivos tricíclicos e benzodia-
disso, é importante a solicitação de método de ima- zepínicos). Porém, pode ser idiopática ou secundária
gem. Resposta c. a adenomas hipofisários. Deve ser realizado dosa-

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2 Ginecologia 41

gem de prolactina e RNM de crânio, se suspeita de principalmente por carcinoma ductal in situ. O exame
adenoma. Sendo assim, alternativa “D” está correta. clínico é parte essencial na avaliação da paciente,
Resposta d. permitindo diferenciar entre derrames papilares tipica-
mente benignos e derrames papilares suspeitos, que
86. BIRADS 5 classifica lesões com alta suspeita para necessitam de avaliação pelos métodos de imagem. A
malignidade, como nódulos irregulares e espiculados, mamografia e a ultrassonografia devem ser usadas em
microcalcificações pleomórficas e ramificadas. Devi- conjunto como métodos de imagem de primeira linha,
do alto risco, é indicado biópsia e investigação histo- porém, a sensibilidade da mamografia nestes casos é
patológica. Sendo assim, alternativa “A” está correta. baixa, uma vez que as lesões são comumente retroa-
Resposta a. reolares, pequenas e não calcificadas. Recentemente,
a ressonância magnética tem sido indicada nos casos
87. A mastalgia é um sintoma caracterizado por dor de derrame papilar suspeito com mamografia e ultras-
nas mamas. Possui etiologia desconhecida, sendo que sonografia normais, sendo o achado mais comum o
várias hipóteses foram aventadas como: terapia com realce não nodular. Resposta d.
estrogênio (como anticoncepcional oral), aumento dos
níveis séricos de gonadotrofinas, alterações no meca- 90. O nódulo mamário é considerado suspeito quan-
nismo pulsátil da prolactina, ectasia ductal e resposta do possui as seguintes características: irregularidade,
inflamatória do tecido mamário. Ela é classificada como bordas espiculadas ou microlobuladas, margens mal
cíclica ou acíclica. A mastalgia cíclica varia com o ciclo delimitadas, presença de sombra acústica, presença
mentrual, é bilateral e geralmente ocorre na fase lútea de distorção arquitetural, entre outras. No caso acima é
tardia. Já a mastalgia acíclica não possui associação indicado realização de biópsia guiada por ultrassono-
com período menstrual, podendo estar relacionada grafia (core biopsy – biópsia com agulha grossa) para
com ectasia ductal, adenose esclerosante e mastites. amostragem histopatológica. Resposta a.
No caso acima, a paciente apresenta mastalgia cíclica,
com exame clínico mamário normal, sem fatores de 91. Os principais fatores de riscos para câncer de endo-
riscos para câncer de mama e fora da faixa etária de métrio associam-se aos efeitos proliferativos da expo-
rastreio. Sendo assim, não possui indicação de realiza- sição prolongada ao estrogênio, principalmente quan-
ção de exames complementares (alternativa A correta). do contínua e sem oposição progestogênica. São eles:
O rastreio universal de câncer de mama é recomen- idade maior que 60 anos, raça branca, antecedentes
dado, através da mamografia, em mulheres entre 50 familiares, síndrome de Lynch tipo II, passado de ano-
e 69 anos. Existem divergências na faixa etária entre vulação crônica, menarca precoce, menopausa tar-
40 e 49 anos, sendo que a Sociedade Brasileira reco- dia, nuliparidade, terapia de reposição hormonal (sem
menda iniciar este rastreio com 40 anos. Em pacientes progesterona associada), uso de tamoxifeno, tumores
de alto risco, como portadoras de mutação do gene ovarianos produtores de estrogênio, obesidade (IMC
BRCA e história familiar positiva, é indicado iniciar o maior 30), diabetes mellitus, hipertensão arterial sistê-
rastreio precocemente (mamografia anual a partir dos mica, história pessoal de irradiação na pelve, hiperpla-
30 anos). Resposta a. sia endometrial atípica, presença de gene BRCA.
Os principais fatores de proteção são: multiparidade
88. No caso acima, a paciente possui nodulação palpá- (efeitos da progesterona no endométrio durante ges-
vel em mama direita. Ao realizar mamografia, o resul- tação), uso de anticoncepcional oral combinado (redu-
tado BIRADS 0 indica exame inconclusivo e necessi- ção do número de receptores estrogênicos nas células
dade de avaliação complementar, sendo recomendado endometriais, supressão da transcrição de oncogenes
realização de ultrassonografia. No USG, BIRADS 4 estrogênio-mediados), tabagismo (efeito antiestrogêni-
representa achados suspeitos para malignidade, sen- co), uso de dispositivo intrauterino liberador de levo-
do recomendado avaliação histopatológica da lesão. A norgestrel. Resposta d.
categoria 4 pode ser dividida em A, B ou C, dependen-
do da lesão e risco de malignidade. Sendo assim, a pa- 92. Os principais fatores de riscos para câncer de
ciente deve ser encaminhada para centro de referência endométrio associam-se aos efeitos proliferativos da
para realização de biópsia. Resposta d. exposição prolongada ao estrogênio, principalmente
quando contínua e sem oposição progestogênica. São
89. O derrame papilar é um sintoma frequente na prá- eles: idade maior que 60 anos, raça branca, antece-
tica clínica, correspondendo à terceira queixa mais co- dentes familiares, síndrome de Lynch tipo II, passado
mum, sendo precedido apenas por dor e massas pal- de anovulação crônica, menarca precoce, menopau-
páveis. A maioria dos derrames papilares é de origem sa tardia, nuliparidade, terapia de reposição hormonal
benigna e transitória, sendo definidos como derrames (sem progesterona associada), uso de tamoxifeno,
papilares patológicos os que se apresentam uniductais, tumores ovarianos produtores de estrogênio, obesi-
espontâneos, persistentes, serosos ou sanguinolentos. dade (IMC maior 30), diabetes mellitus, hipertensão
Os derrames patológicos são mais frequentemente arterial sistêmica, história pessoal de irradiação na
causados por papiloma ou ectasia ductal, porém, exis- pelve, hiperplasia endometrial atípica, presença de
te risco de malignidade de cerca de 5%, constituído gene BRCA.

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42 R1 Extensivo | Gabarito comentado

Os principais fatores de proteção são: multiparidade A reprodução humana assistida une técnicas que
(efeitos da progesterona no endométrio durante ges- objetivam viabilizar uma gestação para casais com
tação), uso de anticoncepcional oral combinado (redu- dificuldades para ter filhos. O diagnóstico genético
ção do número de receptores estrogênicos nas células pré-implantacional é um método utilizado durante a
endometriais, supressão da transcrição de oncogenes fertilização in vitro (FIV), que permite o estudo de alte-
estrogênio-mediados), tabagismo (efeito antiestrogêni- rações genéticas e cromossômicas no embrião antes
co), uso de dispositivo intrauterino liberador de levo- da implantação. As principais indicações são: idade
norgestrel. Resposta d. materna avançada, falha repetitiva de implantação,
casal com doenças genéticas ou cromossômicas, fi-
93. Toda paciente com sangramento pós menopausa lho anterior com doença genética ou cromossômica.
deve realizar avaliação endometrial, devido risco de Resposta e.
câncer de endométrio, que pode ser realizado com
histeroscopia e biópsia dirigida, curetagem ou biópsia 97. Para prescrição de contracepção, devem ser respei-
simples. Considerando o custo e efetividade, pode ser tos os critérios de elegibilidade da OMS. São divididos
realizado biópsia endometrial. Resposta d. em categorias: 1 (sem restrição ao método), 2 (vanta-
gens do método superam os riscos), 3 (riscos teóricos
94. Após um ano de tentativa adequada sem sucesso ou comprovados superam as vantagens do método), 4
gestacional, está indicado a realização de investigação (risco inaceitável à saúde, sendo que método não deve
de infertilidade. Deve ser realizado a avaliação da re- ser utilizado).
serva ovariana, através da realização de FSH. Alternativa “A” está correta, pois diabetes mellitus não
A ultrassonografia fornece informações importantes insulinodependente sem doença vascular periférica
sobre a anatomia dos órgãos pélvicos (anatomia do associada é classificado como categoria 2 para contra-
corpo uterino, miomatose, suspeita de pólipos intrau- ceptivos hormonais.
terinos, suspeita de hidrossalpinge, cistos anexiais, Alternativa “B” está incorreta, pois DIU é categoria 2
endometriomas), não é invasiva e apresenta relativo em nulíparas, representando boa opção como método
baixo custo, devendo ser solicitada de rotina na inves- de longa duração.
tigação inicial do fator feminino de infertilidade. Para se Alternativa “C” está incorreta, pois paciente de 42 anos
avaliar a contagem folicular, deve ser feita até o terceiro hígida é classificada como categoria 2 para métodos
dia de um ciclo menstrual normal. contraceptivos combinados.
A histerossalpingografia permite avaliar a cavidade Alternativa “D” está incorreta, pois paciente acima de
uterina, a permeabilidade tubárea e o fator peritonial. 35 anos com baixa carga tabágica (abaixo de 15 cigar-
Este exame deverá ser realizado sempre no período ros/dia) é categoria 3 para contraceptivo oral combina-
pós-menstrual imediato. Pelo baixo custo e boa sensi- do, adesivo e anel vaginal.
bilidade, também deve ser feito de rotina. Alternativa “E” está incorreta. Paciente acima de 35
Além disso, o espermograma é essencial para avalia- anos com baixa carga tabágica é categoria 3 para con-
ção do fator masculino. Deve ser colhido por mastur- traceptivo oral combinado, adesivo e anel vaginal; e
bação, com abstinência de pelo menos 1-3 dias e não categoria 2 injetável combinado mensal.
ultrapassar 5 dias. Se exame alterado, colher pelo me- Resposta a.
nos duas amostras com intervalo superior a 90 dias, se
exame normal, não é necessário repetir. Resposta e. 98. O objetivo da anticoncepção de emergência é pre-
venir a gravidez inoportuna ou indesejada após relação
95. Além dos efeitos contraceptivos, os anticoncepcio- que, por alguma razão, foi desprotegida. As principais
nais orais combinados apresentam outros benefícios indicações são: relação sexual sem uso de método an-
como: redução da incidência de doença inflamatória ticonceptivo, falha conhecida ou presumida do método
pélvica (DIP), redução da frequência de cistos funcio- em uso de rotina, uso inadequado do anticonceptivo e
nais ovarianos, redução da incidência do adenocarci- abuso sexual. Atualmente, o método mais recomendado
noma de ovário, redução da frequência de adenocarci- para anticoncepção de emergência é o progestágeno
noma de endométrio, redução da incidência de doença isolado, levonorgestrel, na dose total de 1,5 mg, dividida
benigna da mama, redução da dismenorreia e ciclos em 2 comprimidos iguais de 0,75 mg, a cada 12 horas,
hipermenorrágicos. Resposta d. ou 2 comprimidos de 0,75 mg em dose única. Pode ser
utilizado até cinco dias da relação sexual desprotegida.
96. A definição de aborto é perda gestacional antes de O método de Yuzpe consiste na administração combi-
20-22 semanas ou peso fetal inferior a 500 g. Aborta- nada de estrogênio e progestágeno sintético, adminis-
mento de repetição é caracterizado pela ocorrência de trados até cinco dias após a relação sexual desprote-
3 ou mais abortos. gida. A associação mais estudada, recomendada pela
As principais causas de abortamento de repetição são: Organização Mundial de Saúde, é a que contém etinil-
idade materna avançada, anomalias cromossômicas, -estradiol e levonorgestrel, sendo recomendado a dose
trombofilias, alterações endócrino-metabólicas, altera- total de 200 g de etinil-estradiol e 1 mg de levonorges-
ções anatômicas e fator masculino (alterações esper- trel, divididas em duas doses iguais, a cada 12 horas,
máticas). ou administradas em dose única.

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2 Ginecologia 43

O DIU com cobre também é uma forma eficaz de con- 102. Fisiologicamente, o retorno da ovulação, pós-par-
tracepção de emergência disponível, quando inserido to, ocorre em torno de 27 dias em mulheres que não
em até cinco dias da relação sexual desprotegida. Sen- estão amamentando. Naquelas em aleitamento, este
do assim, alternativa “C” está correta. Resposta c. intervalo é variável e pode ser ampliado por vários me-
ses, enquanto o recém-nascido se encontrar em ama-
99. Os contraceptivos orais combinados (COC) exer- mentação exclusiva. Assim, a duração da infertilidade
cem a sua ação contraceptiva por meio de influência provocada pela amamentação é imprevisível e não há
no eixo neuroendócrino, alterando o mecanismo de maneira de prever sua ocorrência. Sendo assim, uma
estimulação ovariana pelas gonadotrofinas e pela in- adequada contracepção no puerpério é recomendada
terferência direta sobre os mecanismos de feedback. para prevenir morbidades maternas e infantis.
Assim, promovem um bloqueio gonadotrófico especial- Os anticoncepcionais com progestagênios isolados
mente do pico de LH e, com isso, impedem que ocorra representam uma boa opção para anticoncepção no
a ovulação. Por esta razão são chamados de anovula- puerpério, podendo ser utilizado a pílula de progestá-
tórios. Além disso, através da ação da progesterona, geno isolado (desogestrel), injetável trimestral ou im-
causam: espessamento do muco cervical, o que difi- plante. O anticoncepcional oral com progestágeno iso-
culta ascensão do espermatozoide; atrofia do endomé- lado deve ser iniciado 6 semanas após o parto.
trio; alterações na contratilidade tubaria. Resposta a. A OMS atribui classe 3 ao uso de contraceptivos com-
binados (COC) em lactantes entre seis semanas e
100. Por alternativa: seis meses pós-parto. Apesar de literatura insuficiente,
Alternativa “A” está correta, pois a taxa de falha do DIU teoricamente, o componente estrogênico prejudica a
com levonorgestrel é de 0,1% e da laqueadura de 0,5%. quantidade e qualidade do leite materno, ao suprimir
Alternativa “B” está incorreta, pois DIU é categoria 2 a produção de prolactina. Além disso, e contraindicado
em nulíparas, representando boa opção como método nas primeiras seis semanas de puerpério, quando há
de longa duração. hipercoagulabilidade fisiológica e risco aumentado de
Alternativa “C” está incorreta, pois o implante de etono-
tromboembolismo. Sendo assim, alternativa “C” está
gestrel apresenta índice de falha de 0,05% e o DIU de
correta. Resposta c.
levonorgestrel de 0,1%.
Alternativa “D” está incorreta, pois o DIU de Cobre
pode aumentar o fluxo menstrual e a dismenorreia. 103. LARC é uma sigla em inglês para “Long-acting re-
Alternativa “E” está incorreta, pois contraceptivos com versible contraceptives”, que traduzindo significa “Méto-
progestágeno isolado não aumentam o risco de trom- dos Contraceptivos Reversíveis de Longa Duração”. São
boembolismo venoso. definidos como métodos reversíveis que apresentam
Resposta a. duração contraceptiva igual ou superior a três anos.
Os principais são: dispositivo intrauterino (DIU) de co-
101. Por alternativa: bre (10 anos de duração), sistema intrauterino (SIU)
Alternativa “A” está incorreta, pois o exame padrão ouro liberador de levonorgestrel (5 anos de duração), im-
para avaliação da permeabilidade tubaria é a histeros- plante hormonal subdérmico com etonogestrel (3 anos
salpingografia, com realização da prova de Cotte. de duração). Resposta a.
Alternativa “B” está incorreta, pois FSH de 25 indica
baixa reserva ovariana. 104. O DIU é um método reversível de longa duração e
Alternativa “C” está incorreta. O diagnóstico de síndro- grande eficácia.
As principais complicações são:
me de ovários policísticos é realizado a partir dos cri-
Expulsão: ocorre com mais frequência nos 3 primeiros
térios de Rotterdam, sendo necessário presença de 2
meses após a inserção. A expulsão pode ser total ou
dos seguintes achados: oligo ou amenorreia, hiperan-
parcial e provoca dor pélvica e sangramento uterino
drogenismo clinico e/ou laboratorial, ovários policísti- anormal. A taxa de expulsão diminui com a idade, pari-
cos no ultrassom. dade e meses de utilização.
Alternativa “D” está incorreta, pois além da concentra- Infecção pélvica: ocorre em cerca de 2% das pacien-
ção de espermatozoides, deve ser avaliado a vitalidade, tes. Geralmente, deve-se à falta de assepsia no mo-
motilidade e morfologia dos mesmos. Estudos recentes mento da inserção do DIU ou infecções em curso e
têm demonstrado que a TEP (total de espermatozoides cuja progressão é facilitada pela presença do DIU (o
progressivos) no espermograma convencional (calcu- DIU por si só não causa infecção). O tratamento deve
lado pelo volume X concentração de espermatozoides/ ser realizado com antibiótico de largo espectro. Se o
mL X (%) de progressivos) tem melhor correlação com quadro não melhorar ao fim de 48 horas de tratamento,
o sucesso do tratamento. é indicado retirar o DIU.
Alternativa “E” está correta, pois a dosagem do hor- Gravidez: rara entre as pacientes com DIU. Quando
mônio antimulleriano avalia a reserva ovariana. Valor ocorre gravidez em portadora de DIU, 1 em cada 30
abaixo de 1 indica baixa reserva. é ectópica.
Resposta e. Resposta d.

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44 R1 Extensivo | Gabarito comentado

105. Existem três consensos definidores da síndrome do, apenas, em relação ao momento da inserção pós-
dos ovários policísticos (SOP), mas no Brasil o mais -parto. E indicado a inserção em menos de 48 horas
utilizado pelos ginecologistas é o diagnóstico baseado após o parto ou após 6 semanas. Sendo assim, asser-
no Consenso de Rotterdam. Segundo este, para diag- tiva I está incorreta.
nostico de SOP a paciente deve possuir 2 dos seguin- Os anticoncepcionais com progestagênios isolados
tes critérios: oligo ou amenorreia, hiperandrogenismo representam uma boa opção para anticoncepção no
clinico e/ou laboratorial, ovários policísticos no ultras- puerpério, podendo ser utilizado a pílula de progestá-
som. Sendo assim, a paciente acima possui diagnósti- geno isolado (desogestrel), injetável trimestral ou im-
co de SOP, podendo ser a causa da infertilidade. plante. Assertiva II está correta.
A indução da ovulação com clomifeno é um tratamento A lei brasileira permite a realização de laqueadura tu-
de baixa complexidade e baixo custo para pacientes bária em mulheres com capacidade civil plena e maio-
com SOP. O clomifeno é um agonista parcial do recep- res de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois fi-
tor do estrogênio. Compete com o estrogênio endógeno lhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60
nos receptores estrogênicos hipotalâmicos, produzin- dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico,
do aumento da secreção de GnRH (hormônio libera- período no qual será propiciado à pessoa interessada
dor de gonadotrofina) e dos níveis de LH (hormônio acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluin-
luteinizante) e FSH (hormônio folículo estimulante), o do aconselhamento por equipe multidisciplinar. Sendo
que resulta em estimulação ovariana, com consequen- assim, assertiva III está incorreta.
te maturação do folículo ovariano e desenvolvimento A OMS atribui classe 3 ao uso de contraceptivos com-
do corpo lúteo. binados (COC) em lactantes entre seis semanas e
A posologia e 100 mg/dia, iniciando no 2º ou 3º dia do seis meses pós-parto. Apesar de literatura insuficiente,
ciclo menstrual. teoricamente, o componente estrogênico prejudica a
O clomifeno possui eficácia menor quando compara- quantidade e qualidade do leite materno, ao suprimir
do com uso de gonadotrofina (agonista total). Ele pos- a produção de prolactina. Além disso, é contraindicado
sui menor risco de hiperestímulo ovariano e gestação nas primeiras seis semanas de puerpério, quando há
gemelar. Sendo assim, alternativa “E” está correta. hipercoagulabilidade fisiológica e risco aumentado de
Resposta e. tromboembolismo. Sendo assim, assertiva IV está cor-
reta. Resposta b.
106. Doença Trofoblástica Gestacional constitui um
grupo de doenças da placenta conhecidas como mola 108. A paciente acima apresenta amenorreia secundá-
hidatiforme completa e mola hidatiforme parcial capa- ria, sendo necessário investigação.
zes de evoluir para formas invasoras e/ou malignas A dosagem de TSH tem como objetivo a detecção de
nomeadas mola invasora, coriocarcinoma, tumor tro- doenças da tireoide, principalmente de hipotireoidismo
foblástico do sítio placentário e tumor trofoblástico epi- subclínico que pode causar amenorreia.
telioide. A dosagem de prolactina visa a exclusão de hiper-
Após o diagnóstico e tratamento adequados, a pacien- prolactinemia, que pode ter diferentes causas, como:
te deve realizar seguimento periódico com dosagem de hipotireoidismo, tumores hipofisários (micro e macro-
beta-HCG. prolactinoma), uso de medicações (metoclopramida,
Durante todo o seguimento pós-molar as pacientes verapamil, risperidona, fenotiazidas, ACOs, dentre ou-
devem fazer anticoncepção rigorosa, de preferência tros), situações fisiológicas (lactação, estimulação ma-
mediante o uso de anticoncepcional oral, uma vez que mária, estresse, sono), idiopática.
não podem engravidar durante o período de acompa- A dosagem de FSH objetiva, por sua vez, avaliar se a
nhamento. causa da amenorreia está no compartimento ovaria-
O uso de DIU (de cobre ou levonorgestrel) não é indi- no ou nos compartimentos centrais (eixo hipotálamo-
cado, devido risco de distorção da cavidade e compli- -hipófise). É a etapa utilizada para diagnostico de fa-
cações. Resposta e. lência ovariana, sendo que FSH elevado em paciente
com menos de 40 anos, com sintomas menopáusicos,
107. Fisiologicamente, o retorno da ovulação, pós-par- indica falência ovariana precoce (FOP). FSH normal ou
to, ocorre em torno de 27 dias em mulheres que não diminuído (< 5 mUI/mL) indica causa central, com au-
estão amamentando. Naquelas em aleitamento, este sência de estimulo à produção hormonal ovariana (hi-
intervalo é variável e pode ser ampliado por vários me- pogonadismo hipogonadotrófico). FSH normal também
ses, enquanto o recém-nascido se encontrar em ama- pode indicar alteração uterina como causa de amenor-
mentação exclusiva. Assim, a duração da infertilidade réia. Nestes casos, é necessário prosseguimento de
provocada pela amamentação é imprevisível e não há investigação. Resposta c.
maneira de prever sua ocorrência. Sendo assim, uma
adequada contracepção no puerpério é recomendada 109. O câncer de mama é uma neoplasia hormônio-
para prevenir morbidades maternas e infantis. -dependente, sendo que as células cancerígenas po-
Em relação ao DIU, as indicações e contraindicações dem possuir receptores de estrogênio ou progesterona.
são as mesmas para mulheres fora do puerpério, ba- Por isso, segundo a OMS, em paciente em tratamento
seadas nos critérios de elegibilidade da OMS, varian- de neoplasia maligna de mama, está contraindicado o

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2 Ginecologia 45

uso de métodos hormonais. Sendo assim, o método Os anticoncepcionais com progestagênios isolados
contraceptivo indicado e o DIU de cobre. Resposta c. representam uma boa opção para anticoncepção no
puerpério, podendo ser utilizado a pílula de proges-
110. A lei brasileira permite a realização de laqueadu- tágeno isolado (desogestrel), injetável trimestral ou
ra tubária em mulheres com capacidade civil plena e implante subdérmico. Sendo assim, alternativa A está
maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois correta. Resposta a.
filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de
60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúr- 113. O DIU (Dispositivo Intrauterino) é um método con-
gico, período no qual será propiciado à pessoa interes- traceptivo seguro, reversível e eficaz. Além da inserção
sada acesso a serviço de regulação da fecundidade, clássica, em pacientes não grávidas, enfatiza-se que a
incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar e inserção pós-parto não se associa a um maior risco de
avaliação de outros métodos reversíveis. Sendo assim, complicações. O DIU pode ser inserido até 48 horas
a paciente acima cumpre critérios legais para realiza- após parto, sendo recomendado logo após a expulsão
placentária.
ção de laqueadura tubária, porém cabe a equipe mul-
As principais contraindicações são: história de doen-
tidisciplinar a orientação correta em relação a outros
ças sexualmente transmissíveis adquiridas durante a
métodos reversíveis disponíveis. Resposta c.
gravidez; infecção intrauterina recente ou ativa; cavi-
dade uterina distorcida; câncer de colo uterino; febre
111. A paciente acima possui diagnóstico de síndro-
intraparto ou critérios para corioamnionite; hipotonia ou
me dos ovários policísticos (SOP), pelo consenso de
atonia uterina pós dequitação; rotura de membranas
Rotterdam. Segundo este, para diagnostico de SOP a
ovulares com tempo superior a 48 horas. Resposta a.
paciente deve possuir 2 dos seguintes critérios: oligo
ou amenorreia, hiperandrogenismo clínico e/ou labora-
114. No Brasil, a esterilização cirúrgica está regula-
torial, ovários policísticos na ultrassonografia.
mentada por meio da Lei nº 9.263/96 que trata do pla-
O contraceptivo oral combinado é o tratamento medi-
nejamento familiar a qual estabelece no seu artigo 10
camentoso de primeira linha para quem não deseja
os critérios e as condições obrigatórias para a sua exe-
engravidar, sendo efetivo no controle do hiperandro-
cução. De acordo com a referida Lei, somente é permi-
genismo e na interrupção da cascata fisiopatológica
tida a esterilização voluntária nas seguintes situações:
da SOP. O efeito antiandrogênico dos contraceptivos
€€ 1. Em homens ou mulheres com capacidade civil
ocorre por três mecanismos principais: 1) inibição da
secreção de LH, reduzindo a secreção androgênica plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo me-
pela teca ovariana; 2) bloqueio do receptor androgêni- nos, com dois filhos vivos, desde que observado
co exercido pelo progestagênio; 3) aumento da síntese o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação
hepática da globulina carreadora dos esteroides sexu- da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será
ais (SHBG) através do metabolismo do etinilestradiol propiciado à pessoa interessada acesso a serviço
no fígado, sendo que este é o efeito antiandrogênico de regulação da fecundidade, incluindo aconselha-
mais importante. Resposta d. mento por equipe multidisciplinar;
€€ 2. Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro
112. Fisiologicamente, o retorno da ovulação, pós-par- concepto, testemunhado em relatório e assinado
to, ocorre em torno de 27 dias em mulheres que não por dois médicos.
estão amamentando. Naquelas em aleitamento, este Além do exposto acima, a legislação federal não per-
intervalo é variável e pode ser ampliado por meses, en- mite a esterilização cirúrgica feminina durante os perío-
quanto o recém-nascido se encontrar em aleitamento dos de parto ou aborto ou até o 42º dia do pós-parto ou
exclusivo. Assim, a duração da infertilidade provocada aborto. Essa restrição visa à redução da incidência de
pela amamentação é imprevisível e não há maneira de cesárea para procedimento de laqueadura, levando-se
prever sua ocorrência. Sendo assim, uma adequada em consideração que o parto cesariano, sem indica-
contracepção no puerpério é recomendada para pre- ção clínica, constitui-se em risco à saúde da mulher e
venir morbidades maternas e infantis. do recém-nascido. Além disso, esses momentos são
A abstinência periódica e o coito interrompido, conhe- marcados por fragilidade emocional, que pode influir
cidos como métodos comportamentais, não são estra- na decisão da mulher. Resposta a.
tégias seguras, com alta taxa de falha.
O contraceptivo oral combinado é contraindicado nas 115. A síndrome de insensibilidade periférica ao andro-
primeiras seis semanas de puerpério, quando existe
gênio ou síndrome de Morris é a causa mais comum de
hipercoagulabilidade fisiológica e risco aumentado de
pseudo-hermafroditismo masculino e causa frequente
tromboembolismo. A OMS atribui categoria 3 ao uso de
COC em lactantes entre seis semanas e seis meses de amenorreia. Nela ocorre insensibilidade periférica
pós-parto. Apesar de literatura insuficiente, teoricamen- dos receptores à ação do androgênio, mas os níveis
te, o componente estrogênico prejudica a quantidade e hormonais encontram-se dentro da normalidade até a
qualidade do leite materno, ao suprimir a produção de puberdade. O resultado é o desenvolvimento de fenóti-
prolactina. po feminino, apesar do genótipo masculino.

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46 R1 Extensivo | Gabarito comentado

A testosterona é normal, porém há resistência dos te- dicações, contraindicações e via de administração). As
cidos à ação androgênica. Esta condição é causada principais indicações da terapia hormonal são: altera-
por uma mutação na produção do gene receptor de ções vasomotoras, alterações atróficas e osteoporose.
androgênios (AR; Xq 11 –q12). O receptor de estrogê- As principais contraindicações são: câncer de mama
nio é normal e, portanto, ocorre desenvolvimento das e endométrio recentes, tromboembolismo agudo, san-
mamas e do corpo feminino. gramento vaginal de origem indeterminada, doenças
Portadores dessa síndrome apresentam genitália ex- hepáticas ativas, porfiria, entre outros. No caso acima,
terna feminina, vagina ausente ou curta terminando em a hipertensão e diabetes não são contraindicações ab-
fundo cego, genitália interna sem as estruturas deriva- solutas, porém, deve ser optado pela via transdérmi-
das dos ductos de Wolff e de Müller, desenvolvimento de ca para evitar primeira passagem hepática. Deve ser
ginecomastia e pilificação de aspecto feminino. Os tes- associado a progesterona, com o objetivo de proteção
tículos estão localizados no abdome ou canal inguinal e endometrial. Sendo assim, alternativa “B” está correta.
menos frequentemente nos grandes lábios. Resposta d. Resposta b.

116. A puberdade define-se como o período de transi- 120. Segundo a OMS, para prescrição de métodos
ção entre a infância e a idade adulta, em que se obtém contraceptivos devem ser respeitados os critérios de
a maturação sexual completa. elegibilidade, que podem ser divididos em: 1 (sem res-
Amenorreia primária define-se como a ausência de trição ao uso do método), 2 (as vantagens superam os
menstruação aos 14 anos, na ausência das caracterís- riscos teóricos ou comprovados), 3 (riscos superam as
ticas sexuais secundárias (desenvolvimento mamário, vantagens), 4 (método não deve ser utilizado).
pelo axilar e púbico) ou ausência de menstruação aos As mutações trombogênicas conhecidas, como fator V
16 anos, com desenvolvimento normal das caracterís- de Leiden, mutação da protrombina, deficiência de pro-
ticas sexuais secundárias. teína C e S, são categoria 4 para contraceptivos orais
O retardo puberal pode ser constitucional (idiopático), combinados, devido risco alto de trombose. Sendo as-
associado a patologia crônica, secundário a distúrbios sim, não deve ser prescrito.
do eixo hipotálamo-hipófise (que causam hipogonadis- Em relação a paciente número 2, o tabagismo em pa-
mo hipogonadotrófico) e secundário a alterações go- ciente acima de 35 anos (dependendo do número de
nadais (que causam hipogonadismo hipergonadotrófi- cigarros fumados por dia) e diabetes mellitus são ca-
co). Resposta c. tegoria 3/4, não sendo recomendado o uso de método
contraceptivo oral combinado.
117. O climatério (ou perimenopausa) é definido pela A paciente número 3, sem uso de método contracepti-
Organização Mundial de Saúde como uma fase fisio- vo, teve relação desprotegida no período fértil, com alta
lógica da vida, que compreende a transição entre o chance de gestação, sendo indicado anticoncepção de
período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mu- emergência com levonorgestrel. Resposta e.
lher. Os principais sinais e sintomas são: irregularidade
menstrual, sintomas vasomotores, atrofia urogenital e 121. BIRADS (Breast Imaging Reporting and Data
osteoporose. System) representa uma sistematização internacional
Na maioria das mulheres, a irregularidade menstrual para avaliação mamaria, interpretação dos exames
é o principal sintoma relatado. É decorrente de ciclos e confecção de laudos. É dividida em categorias: 0
anovulatórios, devido a flutuação hormonal. (inconclusiva e necessidade de avaliação adicional),
A irregularidade menstrual pode ser tratada com pres- 1 (normal, sem achados), 2 (achados benignos), 3
crição cíclica de progestagênios para simular a segun- (achados provavelmente benignos), 4 (achados sus-
da fase do ciclo. O acetato de medroxiprogesterona peitos), 5 (achados altamente suspeitos), 6 (compro-
deve ser utilizado se o objetivo é apenas regularizar o vadamente maligno).
ciclo, porém, se houver necessidade conjunta de dimi- Na paciente acima com resultado BIRADS 3, e indica-
nuir o fluxo menstrual, deve-se optar pelo acetato de do repetição dos exames em 6 meses para seguimento
norestisterona. Resposta b. e reavaliação.
Além disso, ela apresenta espessamento endometrial
118. A paciente acima possui leiomiomatose, com leio- (acima de 4 mm) assintomática (sem sangramento
mioma subseroso sem repercussões clínicas, com vaginal), sendo indicado avaliação endometrial com
grande chance de apresentar regressão no período histeroscopia, devido risco de câncer de endométrio.
perimenopausa. Sendo assim, a conduta é expectante Resposta b.
com controle ultrassonográfico. Não é necessária reali-
zação de tratamento clinico ou cirúrgico, pois paciente 122. Assertiva I está incorreto. A osteoporose é uma
assintomática sem sangramento uterino anormal. Res- doença esquelética caracterizada por baixa massa ós-
posta c. Resposta c. sea, o que leva a fragilidade e aumento do risco de
fraturas. O exame padrão-ouro para diagnóstico é a
119. A paciente possui sintomas climatéricos, como fo- densitometria óssea. As indicações de tratamento são:
gachos e atrofia urogenital, sendo necessário discutir fratura patológica, T-score menor ou igual -2,5, osteo-
terapia de reposição hormonal (desejo da paciente, in- penia (T-score entre -1,0 e -2,5) associado a causas

SJT Residência Médica


2 Ginecologia 47

secundárias de risco como uso de glicocorticoide e 126. Em paciente com sangramento genital pós me-
imobilização. Sendo assim, a paciente acima não pos- nopausa, a hipótese diagnostica mais comum é atrofia
sui indicação de tratamento. endometrial (aproximadamente 30% dos casos). Devi-
Assertiva II está correto. A paciente possui sintomas do ao risco de câncer de endométrio (aproximadamen-
climatéricos com prejuízo a qualidade de vida. As prin- te 10% dos casos), é sempre indicado realização de
cipais indicações de terapia de reposição hormonal avaliação endometrial com histeroscopia. Resposta a.
são: sintomas vasomotores, alterações atróficas e os-
teoporose. A hipertensão controlada não é considerada 127. O sistema de quantificação de prolapso dos órgãos
contraindicação absoluta, sendo permitido prescrição pélvicos (POP-Q) é a classificação mais aceita e obje-
de TRH transdérmica, para evitar primeira passagem tiva, sendo que utiliza uma série de medidas e pontos
hepática. Deve ser associado progesterona para pro- específicos de suporte dos órgãos pélvicos. Existem 6
teção endometrial. pontos de referência, sendo eles: Aa, Ba (parede ante-
Assertiva III está incorreto, pois não é necessária rea- rior), Ap, Bp (parede posterior), C (colo), D (fundo de
lização de nova dosagem de FSH, sendo que o diag- saco de Douglas), CVT (comprimento vaginal total). Os
nóstico é essencialmente clinico. valores são negativos quando acima da carúncula hi-
Assertiva IV está incorreto. Os fitoestrogénos, como iso- menal e positivos quando abaixo.
flavona, são compostos naturais semelhantes ao 17-be- Os estágios para estadiamento são:
ta-estradiol. A maioria dos trabalhos não comprovaram €€ Estádio 0: ausência de prolapso
efeitos benéficos sobre os sintomas climatéricos. €€ Estádio 1: ponto de maior prolapso em -1 (1 cm aci-
Resposta e.
ma do hímen)
123. As principais contraindicações da terapia de repo- €€ Estádio 2: porção mais distal do prolapso entre -1
sição hormonal são: antecedente de câncer de mama e +1
e endométrio, tromboembolismo, sangramento vaginal €€ Estádio 3: porção mais distal do prolapso entre +1
de origem indeterminada, doenças hepáticas agudas, e CVT-2
porfiria, doença coronariana, entre outros. A história
€€ Estádio 4: eversão completa
pessoal de câncer de colón não configura contraindi-
cação. Resposta e. Sendo assim, a paciente acima possui prolapso de pa-
rede anterior estádio 2. Resposta d.
124. Receptores estrogênicos tipo alfa e beta são en-
contrados na pele, vasos, ossos, mama, vagina, vulva, 128. O diagnóstico na perimenopausa é essencialmen-
bexiga e uretra. A supressão hormonal característica da te clinico, porém existem exames que podem colaborar,
menopausa pode produzir sinais e sintomas variados. sendo o mais utilizado a dosagem do FSH. Na meno-
No trato genital, a redução do estrogênio causa redu- pausa, ocorre redução drástica da reserva ovariana e
ção da espessura do epitélio vaginal, perda de elasti- do feedback exercido no eixo hipotálamo-hipófise, o que
cidade, perda do enrugamento, estreitamento do canal resulta no aumento do FSH. O perfil hormonal no clima-
tério e marcado por FSH elevado (geralmente acima de
vaginal, sendo assim a paciente queixa de resseca-
35), LH normal, progesterona normal, inibida reduzida e
mento e dispareunia. O trato urinário também é afeta-
hormonio antimulleriano reduzido. Resposta b.
do pelo hipoestrogenismo, sendo que a atrofia causa
disúria, urgência e infecções de repetição.
129. No diagnóstico diferencial de incontinência uri-
A deficiência de estrogênio causa predomínio da ativi-
nária, deve ser considerado a fístula vésico-vaginal,
dade osteoclástica com aumento da reabsorção óssea
principalmente em paciente no pós-operatório de his-
e aumento do risco de osteoporose. Resposta d.
terectomia (cirurgia com risco de lesão e formação de
fístula). O diagnóstico pode ser confirmado com teste
125. A paciente acima possui diagnóstico de inconti-
com azul de metileno e o tratamento geralmente é ci-
nência urinária de urgência, devido urodinâmica de-
rúrgico. Resposta e.
monstrando contrações involuntárias do músculo de-
trusor e clínica compatível. Essa patologia é marcada
130. O sistema de quantificação de prolapso dos ór-
por sintomas como urgência urinária, noctúria e au-
gãos pélvicos (POP-Q) é a classificação mais aceita
mento da frequência urinária. O tratamento é clínico
e objetiva, sendo que utiliza uma série de medidas e
com medidas gerais (como perda de peso, redução da
pontos específicos de suporte dos órgãos pélvicos.
ingesta hídrica, redução do uso de cafeína, suspensão
Existem 6 pontos de referências, sendo eles: Aa, Ba
do tabagismo, melhora da função intestinal) e medi-
(parede anterior), Ap, Bp (parede posterior), C (colo),
camentoso. A farmacologia está ancorada nas drogas
D (fundo de saco de Douglas), CVT (comprimento va-
com propriedades anticolinérgicas, que bloqueiam os
ginal total). Os valores são negativos quando acima da
receptores muscarínicos da bexiga, causando relaxa-
carúncula himenal e positivos quando abaixo.
mento do músculo. As principais contraindicações são:
Os estágios para estadiamento são:
glaucoma de angulo fechado, arritmias cardíacas, gra-
€€ Estádio 0: ausência de prolapso
videz e lactação, colite ulcerativa e doença obstrutiva
intestinal ou urinária. Resposta b. €€ Estádio 1: ponto de maior prolapso em -1 (1 cm aci-

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48 R1 Extensivo | Gabarito comentado

ma do hímen) drome da bexiga hiperativa. Ela pode ser idiopática


€€ Estádio 2: porção mais distal do prolapso entre -1 ou neuropática. No estudo urodinâmico, é verificado
e +1 contrações involuntárias do músculo detrusor, o que é
denominado hiperatividade do detrusor. Sendo assim,
€€ Estádio 3: porção mais distal do prolapso entre +1 alternativa “B” está correta. Em relação aos demais
e CVT-2 diagnósticos: na fistula vesicovaginal geralmente a pa-
€€ Estádio 4: eversão completa ciente apresenta perda urinaria insensível; a hipermo-
Sendo assim, no caso acima a paciente possui pro- bilidade do colo e o defeito do esfíncter intrínseco es-
lapso dos compartimentos anterior e posterior, sendo tão relacionados com incontinência urinária de esforço;
indicado tratamento cirúrgico. Resposta d. na incontinência urinária mista, a paciente apresenta
componente de urgência e de esforço. Resposta b.
131. A etiopatogenia da incontinência urinária de es-
forço no pós-parto está relacionada a dois fatores: in- 136. Prolapso refere-se ao deslocamento caudal dos
capacidade dos mecanismos esfincterianos internos órgãos pélvicos através da vagina, podendo ocorrer
e hipermobilidade da uretra. Exercício de treinamen- em diferentes graus. A fisiopatologia está relacionada
to dos músculos do assoalho pélvico, conhecidos por com a falha dos aparelhos pélvicos de suspensão e
exercícios de Kegel, possuem nível máximo de evidên- sustentação (que são: diafragma pélvico, diafragma
cia, com taxa de melhora entre 56-70%. Resposta b. urogenital, fáscia endopélvica).
Os fatores de riscos são: multiparidade, anomalias
132. Existem diversas teorias que explicam a inconti- congênitas, obesidade, aumento crônico da pressão
nência urinária de esforço. São elas: intra-abdominal (como em DPOC e constipação intes-
Hipermobilidade da uretra e colo vesical: principal te- tinal), defeitos do colágeno e alterações neurológicas.
oria. A hipermobilidade ocorre por alteração no me- O sintoma mais comum é a sensação de peso e “bola
canismo uretral extrínseco, secundário à mudança da na vagina”. A incontinência urinária pode ocorrer e está
posição do colo vesical e uretra; relacionada com a hipermobilidade uretral.
Deficiência do mecanismo esfincteriano intrínseco da O tratamento é cirúrgico, e deve ser realizado se
uretra; paciente sintomática. Paciente assintomática, sem
Defeito do tecido conjuntivo; resíduo pós-miccional não necessita de tratamento.
Teoria molecular: defeitos em nível molecular e ultra- Resposta c.
estrutural.
Resposta e. 137. A paciente acima apresenta atraso menstrual, com
suspeita de gravidez. Um dos diagnósticos diferenciais
133. As indicações de terapia de reposição hormonal de sangramento no primeiro trimestre é gravidez ectó-
são: sintomas vasomotores, atrofia urogenital e oste- pica, devendo ser a principal hipótese se o sangramen-
oporose. As principais contraindicações são: antece- to estiver associado a dor pélvica aguda e presença de
dente de câncer de mama e endométrio, tromboembo- massa anexial. O diagnóstico deve ser realizado com
lismo, sangramento vaginal de origem indeterminada, ultrassonografia associado a valores quantitativos do
doenças hepáticas agudas, porfiria, doença coronaria- beta-HCG. O tratamento pode ser expectante, medica-
na, entre outros. mentoso (com metotrexate) ou cirúrgico, dependendo
O câncer de mama é contraindicação, devido a pre- da estabilidade hemodinâmica da paciente, integrida-
sença de receptores de estrogênio e progesterona no de do saco gestacional, tamanho, valor de beta-HCG,
tecido mamário, o que poderia causar crescimento tu- entre outros fatores. Resposta a.
moral. Em paciente com sintomas intensos que preju-
dicam a qualidade de vida, pode ser optado pela pres- 138. A torção de ovário é uma das causas mais co-
crição de métodos não hormonais. Os antidepressivos muns de dor abdominal de origem anexial, ocorrendo
são opções alternativas, sendo a venlafaxina (inibidor em pacientes jovens e necessitando de intervenção o
seletivo da receptação da serotonina e noradrenalina) mais precocemente possível, na tentativa de manter a
a principal escolha. Resposta d. viabilidade do ovário comprometido.
Ela ocorre quando o ovário e seu pedículo se enro-
134. Para diagnóstico e propedêutica adequada da in- lam no ligamento suspensor do ovário. Inicialmente,
continência urinária, o principal exame é a urodinâmi- a torção compromete a drenagem linfática e venosa,
ca, que consiste no estudo funcional do trato urinário ocasionando edema e aumento de volume do ovário
inferior. As principais indicações do exame são: inconti- comprometido, e com o passar do tempo a circulação
nência urinária mista, falha do tratamento conservador, arterial também é acometida, resultando em trombose,
pré-operatório e doença neurológica. No exame, é re- isquemia e, por fim, em infarto hemorrágico.
alizado urofluxometria, cistometria, estudo miccional e O quadro clínico mais comum é de dor pélvica in-
perfil pressórico uretral. Resposta a. termitente e unilateral, que pode melhorar ou piorar
com o posicionamento. Aproximadamente 70% das
135. Paciente de 65 anos com queixa de urgência pacientes apresentam queixas gastrintestinais, como
urinária e noctúria, o diagnóstico mais provável é sín- náuseas e vômitos.

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2 Ginecologia 49

O exame físico evidencia massa anexial palpável unila- Entre as causas psicológicas de disfunção sexual pre-
teral em até 70% dos casos, que pode apresentar rápi- vistas por Kaplan, encontramos: imediatas (advindas
do aumento devido à congestão vascular progressiva. de mecanismos de defesa relacionados à ansiedade),
Sinais de abdome agudo também são comuns. intrapsíquicas (que remetem ao inconsciente e a seus
Os achados de imagem dependem do tempo de evo- mecanismos), didáticas (pertinentes à dinâmica rela-
lução da torção ovariana e o sinal mais comum, porém cional do casal) e adquiridas (experienciais, vivenciais,
menos específico, é o aumento de volume do ovário advindas de traumas ou situações de insucesso).
comprometido. Resposta b. As estratégias de tratamento se estratificam e se deli-
mitam nas diferenças etiológicas e especificidades das
139. O cisto hemorrágico apresenta quadro clínico disfunções. A estratificação estratégica para tratamen-
inespecífico, podendo causar dor pélvica, abrupta ou to se delineia pelas seguintes disfunções: inibição do
não, que piora após relação sexual. Para diagnóstico e desejo sexual, disfunção erétil, disfunção sexual geral,
conduta, é essencial a realização de ultrassonografia ejaculação prematura, ejaculação retardada e anor-
transvaginal, beta-HCG (para exclusão de patologias gasmia feminina e vaginismo.
obstétricas) e hemograma. Possui, caracteristicamen- O tratamento de vaginismo é realizado pela técnica de
te, aspecto ecográfico heterogêneo linear em diversos pleasuring. Consiste na dessensibilização da tensão,
planos e pode apresentar realce periférico ao doppler. através da terapia em conjunto do casal: psicoterapia,
Coágulos podem ser evidenciados como formações exercícios de relaxamento e aumento da intimidade do
ecogênicas de aspecto heterogêneo, dentro do cisto. O casal. Possui alta taxa de melhora. Resposta c.
tratamento cirúrgico é indicado se sinais de instabilida-
de hemodinâmica, rotura com sangramento ativo ou si- 141. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define gê-
nais de peritonismo refratário. Se estabilidade hemodi- nero como conceitos sociais de papéis, comportamen-
nâmica preservada, aconselha-se o acompanhamento tos, atitudes e características que cada sociedade con-
seriado da paciente, pois estes cistos costumam desa- sidera adequados para homens e mulheres. O gênero é
parecer em até oito semanas. culturalmente construído, ao se atribuir “valores e senti-
No caso descrito, a hipótese diagnóstica de gravidez dos diversos à constituição anatômica e à participação
ectópica é afastada devido beta-HCG negativo. Na tor- de mulheres e homens na reprodução biológica”. O gê-
ção anexial, geralmente é necessário fator predispo- nero, portanto, difere do sexo biológico por ser social-
nente como afecções que levam ao aumento do volume mente construído. Entende-se que a vivência de um gê-
ovariano. Além disso, a dor é abrupta e intensa e pode nero (sociocultural) discordante do que se esperaria do
estar associado a sinais de peritonismo. Resposta c. sexo biológico é uma questão de identidade de gênero.
Essa situação se aplica ao caso das pessoas travestis e
140. O modelo terapêutico de Helen Kaplan revisa a transexuais, que são não cisgênero ou “transgênero”, ou
fisiologia da resposta sexual apresentada por Masters mais popularmente, trans, por não se identificarem com
e Johnson, incluindo a fase do desejo no ciclo da refe- o gênero que lhes foi determinado pelo sexo biológico.
rida resposta. Como forma de combate às discriminações contra
Desejo, excitação e orgasmo compõem o seu modelo essa população, o uso do nome social nos serviços
trifásico, cujas respectivas perturbações constituem a de saúde é garantido entre os direitos dos usuários do
maior parte das disfunções sexuais. SUS. A presença do campo destinado ao nome social
Kaplan defende que a identificação correta da inibição nos documentos e prontuários da saúde, bem como o
sexual maximiza as possibilidades de sucesso na tera- respeito dos profissionais da área ao adotarem o nome
pêutica sexual. de escolha do usuário em seu atendimento impede
Entre as causas biológicas estão: incidência de doen- que o constrangimento bloqueie o acesso aos serviços
ças ligadas ou reflexas aos órgãos genitais (como as ofertados, reafirma o compromisso de universalidade e
endócrinas, por exemplo), uso de drogas lícitas e ilíci- equidade do SUS, extinguindo a violação de direitos no
tas, medicamentos e motivos etários. âmbito institucional. Resposta b.

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