Execução Alimentos - Rito Prisão Modelo

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREIRO DA ____ VARA DE

FAMÍLIA DA COMARCA DE Sxxx– ESTADO DO Pxxx.

xxx, menor impúbere, inscrito no CPF/MF sob


o número xxx, neste ato representado por sua genitora xx, brasileira, solteira,
xxxx, portadora da cédula de Identidade RG n.º xxx, inscrita no CPF/MF sob o
n.º xxx, ambos residentes e domiciliados na Rua xxxx, com endereço eletrônico
xxxxx, por intermédio de sua advogada que esta subscreve, Dra. xxxxxxxx , vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 1º
ss da Lei no 5.478/1968, no art. 528, §3º do CC e nos demais dispositivos legais
aplicáveis à matéria, propor a presente

AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIO


PELO RITO DE PRISÃO CIVIL

Em face de xxxx, brasileiro, solteiro, operador de produção, portador da


Carteira de Identidade RG xxxxx, inscrito no CPF/MF sob o número xxxx,
domiciliado na Rua xxxx , telefone xxxxx, pelos motivos de fato e de direito a
seguir expostos:

1. PRELIMINARMENTE

1.1 DA JUSTIÇA GRATUITA

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Primeiramente cumpre esclarecer que o menor é assistindo pela
advocacia dativa, portanto preenche os requisitos necessários para a
concessão de Justiça Gratuita.

O Exequente é menor de idade e, logicamente por essa razão,


não possui meios de arcar com as custas processuais. Igualmente sua genitora
também não possui meios de arcar com as custas, posto que atualmente a
encontra-se desempregada fazendo trabalhos freelancers, conforme
comprovado por meio da justada da Carteira de Trabalho.

Por essa razão o Autor não possui condições de arcar com os


ônus processuais, sem prejuízo do seu sustento e de sua família, requer se digne
Vossa Excelência de deferir-lhe os benefícios da Justiça Gratuita, por força do
art.98 e §§ do Código de Processo Civil.

Cabe apresentar ainda, declaração de hipossuficiência


atualizada, bem como, isenção de declaração de imposto de renda, qual
demonstram a inviabilidade das custas judiciais sem comprometer sua
subsistência, conforme clara redação do art. 99, do Código de Processo civil, in
verbs:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na
petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de
terceiro no processo ou em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na
instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos
autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos
elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a
concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos
referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz
jus a Requerente ao benefício da gratuidade de justiça, vejamos o
entendimento dos tribunais em casos semelhantes:

AGRAVO DE INSTRUMENTO – MANDADO DE SEGURANÇA – JUSTIÇA


GRATUITA –Assistência Judiciária indeferida – INEXISTÊNCIA DE

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ELEMENTOS NOS AUTOS A INDICAR QUE O IMPETRANTE TEM
CONDIÇÕES DE SUPORTAR O PAGAMENTO DAS CUSTAS E DESPESAS
PROCESSUAIS SEM COMPROMETER O SUSTENTO PRÓPRIO E FAMILIAR,
PRESUMINDO-SE COMO VERDADEIRA A AFIRMAÇÃO DE
HIPOSSUFICIÊNCIA FORMULADA NOS AUTOS PRINCIPAIS – Decisão
reformada – Recurso provido. (TJ/SP; Agravo de instrumento 2083923-
71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura Tavares; Órgão Julgador: 5ª
Câmara de Direito Publico; Foro Central – Fazenda Pública/Acidentes
– 6ª Vara de Fazenda Pública; Data do Julgamento: 23/05/2019).

Cabe destacar que a lei não exige atestada miserabilidade da


Requerente, sendo suficiente a “insuficiência de recursos para pagar as custas,
despesas processuais e honorários advocatícios” (art. 98, do Código de
Processo Civil), conforme destaca a doutrina:

“NÃO SE EXIGE MISERABILIDADE, nem estado de necessidade, nem


tampouco se fala em renda familiar ou faturamento máximo. É
possível que uma pessoa natural, mesmo com boa renda mensal, seja
merecedora do benefício, e que também o seja aquele sujeito que é
proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A
GRATUIDADE JUDICIÁRIA É UM DOS MECANISMOS DE VIABILIZAÇÃO
DO ACESSO À JUSTIÇA; NÃO SE PODE EXIGIR QUE, PARA TER ACESSO À
JUSTIÇA, O JUJEITO TENHA QUE COMPROMETER SIGNIFICATIVAMENTE
SUA RENDA, OU TENHA QUE DESFAZER DE SEUS BENS, LIQUIDANDO-OS
PARA ANGARIAR RECURSOS E CUSTEAR O PROCESSO”. (DIDIER JR.
FREDIE. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita.
6ª ed. Editora JusPodivm, 2016. P.60).

“Requisitos da Gratuidade da Justiça. NÃO É NECESSÁRIO QUE A


PARTE SEJA POBRE OU NECESSITADA PARA QUE POSSA BENEFICIAR-SE
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. Basta que não tenha recursos suficientes
para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo. Mesmo
que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes bens não têm
liquidez para adimplir com essas despesas, há direito à gratuidade.”
(MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel.
Novo Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos
Tribunais, 2017. Vers. Ebook. Art. 98).

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV, da Constituição


Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça
ao requerente. Insta ressaltar que entender de outra forma seria impedir os mais
humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado
Democrático de Direito.

1.2 DO FORO COMPETENTE

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A decisão que determinou os alimentos decorreu da
homologação do acordo de alimentos gravídicos que posteriormente, com o
nascimento do Exequente, converteu-se em definitivo, que foi proferida nos
autos xxx da 1ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de xxx, estado do xxx
onde ocorreu a homologação do acordo, tendo em vista o endereço do
genitor.

Já na época a Genitora já havia se mudado para comarca de


xxxx, porém, tendo em vista o endereço do genitor, o acordo foi homologado
na comarca de Maringá.

Sendo o foro de Sarandi o local onde a criança reside, este é o


competente para processar e julgar a presente demanda.

Nesse sentido a jurisprudência:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC.
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. FORO COMPETENTE. APLICAÇÃO DA
REGRA DO ART. 100, II, DO CPC/73. FORO DO DOMICÍLIO OU
RESIDÊNCIA DO ALIMENTANDO. EXCEÇÃO À REGRA DO ART. 575, II,
DO MESMO DIPLOMA LEGAL. PRECEDENTES. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA Nº 83 DO STJ, QUE SE APLICA AOS RECURSOS ESPECIAIS
INTERPOSTOS COM FUNDAMENTO EM AMBAS AS ALÍNEAS DO
PERMISSIVO CONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE DEBATE PELO
TRIBUNAL DE ORIGEM SOBRE O CONTEÚDO DO ART. 475-P DO
CPC/73. PREQUESTIONAMENTO. INEXISTÊNCIA. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA Nº 282 DO STF, APLICADA POR ANALOGIA. AGRAVO
INTERNO NÃO PROVIDO. 1. Aplica-se o NCPC a este julgamento
ante os termos do Enunciado Administrativo nº 3 aprovado pelo
Plenário do STJ na sessão de 9/3/2016: Aos recursos interpostos com
fundamento no CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a partir
de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de
admissibilidade recursal na forma do novo CPC. 2. Merece ser
confirmado o acórdão do Tribunal de Justiça local que decidiu em
harmonia com a jurisprudência desta eg. Corte Superior no sentido
de que o foro competente para execução de alimentos é o foro
do domicílio ou residência do alimentando, ainda que a sentença
exequenda tenha sido proferida em foro diverso. A competência
prevista no art. 100, II, do CPC prevalece sobre a prevista no art.
575, II, do CPC. Incidência da Súmula nº 83 do STJ que se aplica
aos recursos especiais interpostos com fundamento em ambas as
alíneas do permissivo constitucional. 3. A matéria contida no art.
475-P do CPC/73 não foi objeto de debate prévio nas instâncias
de origem e não foram opostos embargos de declaração para

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que o Tribunal de origem examinasse o tema. Ausente, portanto, o
devido prequestionamento nos termos da Súmula nº 282 do STF,
aplicável por analogia. 4. Agravo interno não provido. ( STJ - AgInt
no REsp 1401910-48.2015.8.12.0000 MS 2015/0201849-7 Órgão
Julgador T3 - TERCEIRA TURMA Publicação DJe 19/12/2016 Julgamento
1 de Dezembro de 2016 Relator Ministro MOURA RIBEIRO).

O Código de Processo Civil manteve a regra de privilégio de


foro em relação ao domicílio ou residência do alimentando (art. 53, II)
reproduzindo sem alterações o art. 100, II, do CPC atual.

No cumprimento de sentença ou de decisão que condena ao


pagamento de alimentos, o exequente poderá promovê-lo no juízo do seu
domicílio (art. 528 § 9º). Enfim, o inciso II do art. 53 do novo CPC fixa como
competente o domicílio ou residência do alimentando para a ação em que se
pedem alimentos. O cumprimento de decisão provisória far-se-á em autos
apartados (art. 531 § 1º).

Portanto, este foro é competente para a propositura da


presente ação.

2. DOS FATOS

O Exequente é filho do Executado (certidão de nascimento


anexa), tendo sido arbitrado alimentos quando do divórcio de seus genitores
em abril de 2021.

A sentença homologatória fixou alimentos definitivos


devidos pelo Executado ao Exequente no valor de 54,55% do valor do
salário mínimo federal, a serem descontados em folha de pagamento e
pagos diretamente a genitora por meio de depósito bancário.

O devidamente ciente e concordando com o acordo,


homologado em 1xx xx de 2021, o Executado pagou corretamente os alimentos.
Entretanto, a partir de 12.02.2023, não mais cumpriu com a obrigação
alimentícia.

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Dada a inadimplência e a urgência na necessidade alimentar
é que se fundamenta a presente.

3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Cumpre esclarecer que, com esta atitude, o


Alimentante/Executado deixa o filho em situação de desamparo,
vulnerabilidade e em precária situação.

Deste modo, o Exequente não vislumbra alternativa senão o


pedido de cumprimento do comando judicial, sob pena de aplicação de
medida de restrição de liberdade como via de possibilitar a quitação do valor
essencial ao sustento do menor.

O pedido formulado pelo Exequente encontra fundamento no


artigo 528 e seguintes do Código de Processo Civil/2015, que dispõe sobre a
execução de sentença que condena ao pagamento de prestação alimentícia,
bem como as consequências de seu descumprimento.

Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento


de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe
alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o
executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito,
provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.

(...)
§ 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não
for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial
na forma do § 10, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3
(três) meses.

Em complementação, prevê o art. 531:

Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos


ou provisórios.

§ 1º A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos


fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em
autos apartados.”

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Deste modo, a inadimplência do Executado referente aos
meses de fevereiro a abril de 2023, no total de R$2.178,45, que abre precedente
para a presente execução, especialmente pela urgência alimentar do
Exequente.

Assim, conforme artigo supra, o inadimplente deverá ser


devidamente para, no prazo de 03 (três) dias, proceder com a quitação,
demonstrar que já pagou ou justificar as razões de sua inadimplência, o débito
estimado no valor de R$2.178,45 (dois mil cento e setenta e oito reais e quarenta
e cinco centavos).

O Exequente tem notícia de que o Executado está em novo


emprego, porém, ao contrário do determinado em sentença, os pagamentos
não estão sendo efetuados em folha de pagamento.

Como Exequente não tem conhecimento da nova


empregadora do Executado, requer por oportuno seja enviado ofício Junto ao
Caged para que se possa apurar a informação e requer para que sejam
retomados os descontos em folha de pagamento.

4. DO PEDIDO

Diante do exposto, requer:

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a) seja deferido o pedido de justiça gratuita ao Exequente, por ser
hipossuficiente, conforme consta em declaração anexa, nos termos do artigo 98
e99, § 4º do Código de Processo Civil/2015;

b) a intimação do Executado, para que, no prazo de três dias,


efetue o pagamento da dívida, prove que o fez ou justifique a impossibilidade de
efetuá-lo, sob pena de protesto do pronunciamento judicial e prisão civil, em
consonância com o artigo 528, caput e §§ 1º e 3º c/c art. 531, do Código de
Processo Civil, bem como inscrição do nome do executado nos cadastros de
inadimplentes, conforme recentemente decidido pela Quarta Turma do Superior
Tribunal de Justiça e art. 782, § 3º o Código de Processo Civil/2015.

c) Que o Executado seja compelido ao pagamento dos valores


das prestações alimentícias que vencerem no curso da presente execução.

d) condenação do Executado ao pagamento de custas


processuais e honorários advocatícios, no importe de 20% (vinte por cento) do
valor atualizado da causa, nos termos do artigo 85, § 1º, do Código de Processo
Civil/2015.

e) seja expedido ofício ao Caged para verificar as informações da


nova empregadora do Executado para que o valor da pensão alimentícia seja
descontado diretamente em folha de pagamento do Executado e depositado
na conta da genitora do exequente.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito


admitidos, requer, desde já, a juntada da documentação anexa.

Dá à causa o valor de R$2.178,45 (dois mil cento e setenta e oito


reais e quarenta e cinco centavos).

Nestes termos,

pede deferimento.

cidade , 28 de abril de 2023.

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advogado

OAB/xx

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