Características Gerais Do Estado Novo

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

Características gerais do Estado Novo:

 Conservador e tradicionalista;
 Autoritário, antidemocrático, antiliberal, antiparlamentar e antipartidário;
 Nacionalista;
 Doutrinador através do enquadramento das massas;
 Repressivo (aparelho repressivo do Estado).

CONSERVADORISMO E TRADIÇÃO
 Salazar foi uma personalidade extremamente conservadora.
 O Estado Novo teve um carácter profundamente conservador e tradicionalista
(distinguindo-se dos demais fascismos).
Assentou em valores e conceitos morais inquestionáveis: Deus, a Pátria, a Família, a

Autoridade, a Paz Social, a Hierarquia, a Moralidade e a Austeridade.

 Promoveu a defesa de tudo o que era genuinamente português.

Respeitou as tradições nacionais, voltando as costas à modernidade.

RECUSA DO LIBERALISMO, DA DEMOCRACIA E DO PARLAMENTARISMO

O Estado Novo afirmou-se como antiliberal, antidemocrático e antiparlamentar (semelhante ao


fascismo):

 Recusa da liberdade individual e da soberania popular;


 O interesse da Nação sobrepunha-se aos direitos individuais;
 Salazar foi um acérrimo opositor da democracia parlamentar (face à instabilidade
política da Primeira República provocada pelas divisões partidárias);
 Valorização do poder executivo (garante do Estado forte e autoritário).

NACIONALISMO

O Estado Novo demonstrou um nacionalismo exacerbado:

 “Tudo pela Nação, nada contra a Nação” (o bem da Nação);


 Transformou os Portugueses num povo de heróis, de qualidades civilizacionais ímpares,
de uma História grandiosa e com uma ação evangelizadora e integração racial no
Império colonial;
 Apoiado nos princípios da moral cristã e nas tradições nacionais.
O ENQUADRAMENTO DAS MASSAS

Um conjunto de instituições e processos conseguiram enquadrar as massas e obter a sua


adesão ao projeto do regime (permitiu a sua longevidade):

1. O Secretariado da Propaganda Nacional (SPN):


 Criado em 1933 e dirigido por António Ferro;
 Papel ativo na divulgação do ideário do regime e na padronização da cultura e das
artes.
2. A União Nacional(1930):
 pretendia congregar “todos os portugueses de boa vontade”;
 Apoiou incondicionalmente as atividades políticas do Governo (foi criada como
uma organização não partidária);
 Transformada em partido único (nas primeiras eleições de 1934, obtendo a

totalidade dos deputados eleitos para a Assembleia Nacional).

3. A Legião Portuguesa (organização miliciana):


 Criada para defender o “património espiritual” da Nação e impedir a ameaça
bolchevista (face ao que acontecia em Espanha);
 A sua filiação teve um carácter obrigatório para certos empregos públicos (chegou
aos 20 000 membros).
4. A Mocidade Portuguesa (organização miliciana):
 De inscrição obrigatória para os estudantes (ensino primário e secundário);
 Destinava-se a ideologizar a juventude, incutindo-lhes os valores nacionalistas e
patrióticos do Estado Novo;
 Influência do fascismo italiano.
5. O controlo do ensino:
 Especialmente no ensino primário e do secundário;
 Expulsão dos professores oposicionistas;
 Adoção de “livros únicos” oficiais (veiculavam os valores do Estado Novo);
 Defesa dos “princípios da doutrina e moral cristã”.
6. O controlo do funcionalismo público:
 Obrigado a aprovar a sua fidelidade ao regime através de um juramento.
7. O controlo da vida familiar:
 Pretendia a transmissão de valores conservadores e nacionalistas;
 Através da:
 A Obra das Mães para a Educação Nacional (para a formação das “futuras mulheres e
mães”);
 A FNAT (Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho) que tinha a missão de controlar
os tempos livres dos trabalhadores.

O APARELHO REPRESSIVO DO ESTADO


O aparelho repressivo criado à imagem dos outros regimes ditatoriais pretendia amparar e
perpetuar a ação do Estado Novo:

1) A censura prévia (o célebre “lápis azul”):


 Na imprensa, teatro, cinema, rádio e depois na televisão;
 Abrangia os assuntos políticos, militares, morais e religiosos;
 Proibição de difusão de palavras e imagens consideradas subversivas para o Estado
Novo.
2) A polícia política (a PVDE ou Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado depois
designada PIDE ou Polícia Internacional de Defesa do Estado):
 Prendia, torturava e matava os opositores ao regime;
 Muitas das suas vítimas permaneciam durante muito tempo sem culpa formada e
incomunicáveis;
 As prisões de Caxias e Peniche e o campo de concentração do Tarrafal encheram-se
de presos políticos;
 Impunha um clima de terror através de uma rede de informadores e da
impunidade dos seus membros (muito poderosa).

Você também pode gostar