O Que É Nutrição
O Que É Nutrição
O Que É Nutrição
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), podemos conceituar o termo nutrição da seguinte forma: “Nutrição é a
ingestão de alimentos, tendo em conta as necessidades alimentares do corpo. Uma boa nutrição, uma dieta adequada e
equilibrada, combinada com atividade física regular é a “pedra fundamental” de uma boa saúde. A má nutrição pode levar a
redução da imunidade, aumentando da suscetibilidade a doenças, prejudicando o desenvolvimento físico e mental, e redução
da produtividade.”
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, nutrição é a ciência que estuda a composição dos alimentos e as
necessidades nutricionais do indivíduo, em diferentes estados de saúde e doença. Alimentar-se é o ato voluntário de fornecer
alimentos ao organismo. A nutrição se inicia depois que os alimentos entram no organismo e são transformados em
nutrientes.
A nutrição é de suma importância para a sobrevivência dos seres humanos, é o estudo das relações entre os alimentos
ingeridos e as doenças, ou o bem-estar. Podendo ser feita por via oral, ou seja, pela maneira natural do processo de
alimentação, ou por um modo especial, como a nutrição clínica.
Assim, a nutrição clínica é responsável por contribuir com a prevenção ou atuação no combate às doenças que podem se
instalar nos seres humanos. Com uma alimentação saudável e balanceada é possível criar condições para que tais doenças
sejam melhores combatidas. Na nutrição clínica são tratadas as diversas doenças que acometem o ser humano, através da
alimentação. Ela atua também prevenindo o aparecimento de doenças, por meio de uma alimentação saudável e de forma
terapêutica no controle de doenças crônicas. Existem inúmeros tipos de doenças que melhoram após o acompanhamento
nutricional, dentre elas:
Obesidade;
Doença celíaca;
Desnutrição;
Diabetes mellitus;
Dislipidemias (hipercolesterolêmica e hipertrigliceridemia);
Fenilcetonúria;
Cirrose hepática;
Gota;
Insuficiência renal (aguda e crônica);
Hipertensão arterial;
Cardiopatias e constipação intestinal.
A nutrição clínica divide-se em algumas áreas, tais como: nutrição materno- infantil, nutrição enteral, nutrição parenteral e
nutrição em geriatria. Vejamos:
Nutrição materno-infantil: é o processo de acompanhamento do pré- natal e do aleitamento materno. Onde se tem
um planejamento dietético para a gestante, visando o processo de crescimento e desenvolvimento da criança.
Nutrição enteral: é uma forma de alimentação especial, desenvolvida por meio de uma dieta líquida que é
administrada, na maioria dos casos, por sonda, geralmente inserida no estômago ou intestino, em pacientes que não
conseguem se alimentar sozinhos, ou que necessitem de uma alimentação mais específica, como no caso de pacientes
desnutridos. Coloca-se alimento diretamente em uma área do tubo digestivo (geralmente o estômago ou o jejuno),
através de sondas podendo ser via oral ou nasal, juntamente com outro orifício gastrointestinal usado no processo
digestivo.
Nutrição parenteral: é utilizada para a complementação ou substituição completa da alimentação oral ou enteral, é
mais utilizada em recém-nascidos prematuros, cujo sistema digestivo não é capaz de digerir o leite de modo suficiente
à sua necessidade, em pacientes submetidos a cirurgias gastrintestinais de grande porte e em pacientes com a
síndrome do intestino curto.
Nutrição em geriatria: É desenvolvida para ocasionar, aos poucos, melhoras na saúde dos idosos. São analisadas as
carências nutricionais e a partir daí se cria um plano nutricional.
Existem também, outros tipos de nutrição como: a nutrição esportiva e a nutrição humana:
Nutrição esportiva: é direcionada às pessoas que exercem qualquer tipo de atividade física como profissão, e é uma
junção de conhecimentos de várias áreas, como: nutrição, fisiologia, bioquímica do esporte e atividade física. A
nutrição esportiva tem como principais objetivos promover a saúde do atleta, melhorar o desempenho e otimizar a
recuperação pós-exercício.
Nutrição humana: estuda os nutrientes, as substâncias alimentícias e a forma como o corpo as assimila. Esses
nutrientes são definidos em cinco categorias: proteínas, carboidratos ou glicídios, gorduras ou lipídios, vitaminas e sais
minerais.
Uma boa nutrição deriva de uma dieta equilibrada e regulada, é necessário que se proporcione às células do corpo não só a
quantidade como também a variedade adequada de nutrientes importantes para o seu bom funcionamento.
Pirâmide alimentar
A pirâmide funciona da seguinte forma: a base larga indica os alimentos mais importantes e que devem ser os mais
consumidos. Na medida em que se afina a pirâmide, vão também diminuindo a necessidade de se consumir estes alimentos,
até chegar à ponta, onde mostra os alimentos que devem ser ingeridos em poucas quantidades.
Todos os alimentos da pirâmide alimentar devem ser ingeridos, porém em quantidades diferentes. Vários tipos de alimentos,
como açúcar, gorduras e sal estão presentes em vários grupos da pirâmide, pois já provêm naturalmente dos alimentos. Veja
como os alimentos são subdivididos dentro da pirâmide:
Grupos de alimentos:
Grupo 1 – na base da pirâmide concentram-se os alimentos ricos em carboidratos. Esses alimentos oferecem a energia
necessária para a manutenção de nossa saúde. Entre os principais alimentos dessa categoria, podemos destacar os pães,
cereais e tubérculos, como: batata, mandioca, entre outros. Nesta base estão os alimentos energéticos, ricos em carboidratos,
que são responsáveis pelo fornecimento da maior parte das energias de que precisamos. A indicação de consumo desses
alimentos é de oito porções diárias.
Grupo 2 – neste grupo encontram-se os alimentos conhecidos como reguladores, ou seja, procuram oferecer nutrientes que
permitam o bom funcionamento do intestino. Pertencem a esse grupo alimentos, como: hortaliças, legumes e verduras. Os
alimentos do segundo degrau da pirâmide são os alimentos reguladores, ricos em vitaminas, sais minerais, fibras e água. A
indicação de consumo desses alimentos é de três porções diárias.
Grupo 3 – O grupo 3, ao lado do grupo 2, também é caracterizados por alimentos reguladores. A diferença é que neste grupo
destacam-se as frutas. As frutas e os sucos de frutas naturais, também são alimentos reguladores, ricos em vitaminas, sais
minerais, fibras e água. A indicação de consumo desses alimentos é de três porções diárias.
Grupo 4 – um degrau acima, destacamos o grupo 4, responsável por congregar os alimentos construtores, ricos em proteínas,
cálcio, ferro e zinco, além de contar também com açúcar e gorduras. Os alimentos construtores são caracterizados por
contribuir com a formação e renovação dos tecidos do corpo. Entre os principais alimentos, podemos destacar o leite e seus
derivados, como queijos e bebidas lácteas. A indicação de consumo desses alimentos é de três porções diárias.
Grupo 5 – no mesmo degrau do grupo 4 encontramos o grupo 5, também responsável pela formação e renovação dos tecidos
do corpo. A diferença para o grupo 4 é que aqui, a alimentação é baseada na carne, seja ela vermelha, branca ou até mesmo o
peixe. Alimentos construtores ricos em proteínas e cálcio, também possuem gorduras e colesterol, além de ferro e zinco. Entre
esses alimentos também estão os ovos. A indicação de consumo desses alimentos é de duas porções diárias.
Grupo 6 – ao lado dos grupos 4 e 5, este grupo encerra o degrau dos alimentos construtores. A diferença para os demais
grupos desta categoria é que os alimentos presentes neste grupo oferecem o acúmulo de colesterol bom, conhecido como
HDL. Oferecem também proteínas que não são encontradas nos demais grupos como a isoflavona, encontrada na soja e que
ajuda a combater diversas doenças. Entre os principais alimentos deste grupo, podemos destacar o feijão, a soja, a ervilha,
entre outros. No grupo 6 aparecem os alimentos ricos em proteínas e fibras, além do cálcio, do ferro, do zinco e das vitaminas.
A indicação de consumo desses alimentos é de uma porção diária.
Grupo 7 – neste último degrau, conhecido como a ponta da pirâmide e, por isso, recomendado em menor volume, estão os
alimentos energéticos ricos em calorias e colesterol. Apesar de perigosos quando consumidos em excesso, eles são
importantes, uma vez que são responsáveis pelo transporte de alguns nutrientes, como as vitaminas A, D, E e K. Entre os
principais alimentos, podemos destacar os óleos de fritura, margarinas e demais alimentos ricos em gordura. A indicação de
consumo desses alimentos é de duas porções diárias.
Grupo 8 – dividindo a ponta da pirâmide com o grupo 7, encontramos o grupo 8, rico em calorias e pobre em nutrientes. Este
grupo é caracterizado pelos alimentos que pouco agregam para uma alimentação saudável e, por isso, devem ser consumidos
com moderação. Entre esses alimentos, destacamos as tortas, os chocolates, os salgadinhos industrializados, entre outros. São
alimentos energéticos de onde provêm muitas calorias e poucos nutrientes. Devem ser consumidos com moderação. A
indicação de consumo desses alimentos é de duas porções diárias.
O profissional de nutrição
O nutricionista é um profissional da área da saúde, graduado em nutrição, que atua em toda a área de alimentação e
nutrição. Para exercer sua profissão o nutricionista deve estar regularmente inscrito no Conselho Regional de Nutricionistas
(CRN). Ao se formar, o nutricionista deve realizar o juramento de profissão onde expressa todo sua intenção de desempenhar
seu trabalho com ética e zelo. Apenas como curiosidade, apresentamos este juramento que está previsto pela Resolução
Conselho Federal de Medicina FN nº 382/2006:
"Prometo que, ao exercer a profissão de nutricionista, o farei com dignidade e eficiência, valendo-me da ciência da nutrição,
em benefício d saúde da pessoa, sem discriminação de qualquer natureza. Prometo, ainda, que serei fiel aos princípios da
moral e da ética. Ao cumprir este juramento com dedicação, desejo ser merecedor dos louros que a profissão proporciona." A
lei nº 8.234/1991 regulamentou a profissão de nutricionistas, e definiu as atividades da profissão:
5– Ensino das disciplinas de nutrição e alimentação nos cursos de graduação da área de saúde, e outras afins;
7– Assistência e educação nutricional à coletividade ou a indivíduos, sadios ou enfermos, em instituições públicas e privadas, e
em consultórios de nutrição e dietética;
E interessante destacar também o curso de graduação em nutrição. Este é um curso com duração média de quatro anos e
com disciplinas comuns aos da área médica, como fisiologia, anatomia e bioquímica.
No entanto, o aluno também atua na prática, conhecendo noções de educação, higiene alimentar e avaliação nutricional.
Aprende também a atuar em cozinhas com destaque para técnicas de preparo e conservação dos alimentos, além de
investigar suas transformações antes de serem disponibilizados para o consumo. Importante destacar também que o estágio é
obrigatório, assim como o trabalho de conclusão de curso.
O mercado de trabalho para o profissional de nutrição é muito vasto, como podemos ver acima, o profissional pode
trabalhar em diversas áreas. Todas estes campos de atuação profissional são promissores.
Atuar no mercado de trabalho nos dias de hoje, exige uma visão geral da profissão, no qual a prática profissional requer
contínua aquisição de conhecimento e desenvolvimento de habilidades estruturadas em uma relação multiprofissional, em
que todos estão direcionados para atingir uma meta específica.
Segundo Antônio Augusto Garcia, coordenador do CFN (Conselho Federal de Nutricionistas) a área de Nutrição: “abriu o seu
cardápio e passou a ser importante não só em restaurantes, hotéis e escolas, mas também em indústrias, em hospitais,
clínicas, academias e grandes redes de supermercados”. Afirma também que o setor público tem sido um dos maiores
empregadores, depois que o Governo Federal passou a incorporar nutricionistas em seus programas sociais como, por
exemplo, o programa de alimentação escolar, o núcleo de apoio à saúde da família e o programa de alimentação do
trabalhador.
O salário do profissional de nutrição varia dependendo da área de atuação, porém, de acordo com a Federação Nacional dos
Nutricionistas, o salário inicial gira em média de R$ 1.503,27 e pode chegar a R$4.650,00.
A alimentação infantil começa de fato no nascimento da criança, quando a mãe começa a amamentação. O aleitamento
materno é a melhor e mais completa alimentação para o bebê nos primeiros seis meses de vida.
Com o desenvolvimento da criança, torna-se necessário cuidar da inserção de frutas e legumes que nem sempre são aceitos
de forma tranquila. Por isso, é importante que os pais façam isso de forma contínua, para que a criança entenda que tais
alimentos são importantes para o seu dia a dia. Devem usar a criatividade para oferecer os alimentos de diferentes maneiras
até que a criança os aceite de forma mais tranquila. A inserção de frutas e legumes no cardápio deve ser diversificada,
equilibrada, incluindo preparações criativas e de boa aceitação. Se a criança rejeitar o alimento, a sugestão é insistir através de
outra forma de preparação, como cremes, sopas ou suflês.
É muito importante que, nesta fase, se respeite os horários das refeições. A refeição também deve ser feita em um ambiente
tranquilo, ventilado e, sobretudo, limpo. Esta refeição deve demorar o tempo que for necessário, pois uma refeição feita de
forma rápida, com barulho e na frente da televisão contribui para a alimentação demasiada, de maneira pouco prazerosa e
sem degustar devidamente os alimentos.
A nutrição é muito importante durante toda a vida do ser humano, mas durante a infância é ainda mais importante, pois é
nesta fase que tudo se inicia. Uma boa alimentação começada na infância garante uma vida saudável e prevenirá futuras
doenças.
Em muitos casos, por falta de tempo ou mesmo de empenho dos pais em fazer com que a criança se alimente
adequadamente, as guloseimas passam a ganhar espaço ao longo do dia. Não teria problemas se tais alimentos fossem
oferecidos como prêmio pela criança ter se alimentado corretamente, porém, observamos que a falta de limite para com os
filhos faz com que comam tais guloseimas em momentos inadequados, prejudicando assim, a alimentação. Os pais devem ter
em mente que são os responsáveis por zelar pela saúde de seus filhos, e isto inclui obrigá-los a manter uma alimentação
saudável.
Guloseimas, salgadinhos, bolachas e doces são ainda considerados o carro-chefe da alimentação infantil. As quantidades
exageradas de calorias somadas a poucos nutrientes e substâncias químicas prejudiciais geram uma combinação
extremamente nociva. Na realidade, estes não precisam ser completamente abolidos, desde que sejam respeitados os limites
das crianças. A criança pode, por exemplo, comer um chocolate como sobremesa, mas no dia seguinte deve sempre comer
uma fruta. É fundamental conversar com a criança e chegar a um "acordo".
Porém, somente no início do século XX, depois de diversas pesquisas na área da nutrição, ficou comprovada a
importância de uma alimentação equilibrada para o crescimento e desenvolvimento de bebês e crianças.
No Japão, durante a 2° Guerra Mundial, a escassez de alimentos resultou na redução de peso entre os japoneses jovens de
todas as idades, em comparação com este mesmo grupo antes da guerra. Com o desenvolvimento do país após 1950, os
jovens começaram a crescer mais do que anteriormente. Estudos com trabalhadores industriais americanos mostram que
indivíduos com má alimentação, apresentavam um estado nutricional inadequado. Este quadro resulta em mais fadiga, menos
eficiência e maior taxa de absenteísmo por doenças.
Por todo século, muitos estudos demonstraram a importância de uma dieta adequada à saúde. Com o desenvolvimento
científico dos últimos anos, fica claro o elo existente entre nutrição e saúde. Assim é fácil compreender que um volume
insuficiente e desequilibrado de alimentos ricos em nutrientes, leva o indivíduo a déficits nutricionais que com o tempo
deverão provocar uma série de dificuldades, como: o aparecimento de doenças oportunistas, diminuição na capacidade
laboral e sérios problemas de concentração.
Esta abundância de alimentos não implica em uma melhor saúde. Pois a alimentação excessiva e incorreta pode levar a
obesidade, entre outros males. O desequilíbrio nutricional pode aumentar riscos de doenças crônicas não transmissíveis,
como: doenças cardíacas, hipertensão arterial, diabetes mellitus, entre outras.
Atualmente a comunidade científica coloca a grande relevância da nutrição na qualidade de vida, outros fatores também são
importantes, como: higiene, programas de saúde institucional, atividade física, poder aquisitivo, grau de escolaridade,
ecologia, disponibilidade de alimentos etc.
Nesse contexto, a situação econômica exerce influência na escolha dos alimentos, nos hábitos alimentares, na capacidade de
fazer reservas de alimentos etc. A classe social pode formar hábitos alimentares, visto que os indivíduos selecionam os
alimentos envolvidos com maior prestígio. Exemplos: preferir manteiga à margarina, ou o bife à carne moída.
O poder aquisitivo pode ser um fator limitante na compra, entretanto, não indica que o indivíduo com melhores condições
econômicas fará uma seleção adequada dos alimentos. O estilo de vida pode afetar a nutrição e entre os fatores que exercem
influência sobre a alimentação temos:
Condições socioeconômicas;
Educação;
Localização geográfica (grau de urbanização);
Preferências alimentares;
Identidade étnico-cultural;
Situação no ato de alimentar-se (acompanhado ou isolado);
Relações psicológicas;
Sociabilidade.
Os hábitos alimentares e os padrões alimentares das diferentes populações do globo refletem normalmente um processo
histórico de adaptação às realidades geográficas, socioeconômicas e culturais de cada povo.
Os fatores geográficos e ecológicos determinam os tipos de alimentos que podem ser cultivados regionalmente. A
disponibilidade regional de determinados tipos de alimentos é um fator importante de condicionamento e de
desenvolvimento dos hábitos alimentares.
O desenvolvimento tecnológico e o intercâmbio entre os povos e as nações permitiram diminuir as diferenças outrora
existentes vários países e regiões. A tecnologia e a ciência dos alimentos é um fator de pressão muito forte, no sentido de
modificar os hábitos e padrões alimentares em todo o mundo. A introdução contínua de novos produtos alimentícios com
características de gosto, aroma, textura e aparência atraente ao consumidor, exercem uma influência muito decisiva no
sentido de modificar os hábitos alimentares.
Essa influência é marcante nas populações urbanas e de mais elevado nível de renda. Ao lado dos fatores tecnológicos e
econômicos cresce também a importância do fator educacional, particularmente a educação nutricional que conduz a uma
compreensão da importância da alimentação, do estado nutricional sobre a saúde, do bem-estar geral do indivíduo e da
população.
A educação alimentar melhora as condições nutricionais, tendo como consequência uma melhoria na saúde e no bem-estar;
Permitir aos indivíduos avaliar as informações recebidas, uma vez que há uma ampla relação de assuntos sobre
nutrição veiculados pela mídia;
Promover melhor uso das fontes econômicas;
Reforçar o conhecimento sobre nutrição;
Evitar o desperdício;
Mostrar que a educação nutricional deve ser parte integrante do processo de formação do indivíduo desde o pré-
escolar até os idosos. Estes ensinamentos são importantes para qualquer faixa etária.
Abordaremos as vantagens e as desvantagens dos alimentos preferidos pelas crianças, erros mais comuns na alimentação
infantil, mitos e verdades sobre a alimentação infantil.
Nesta fase, os bebês já apresentam um sistema de digestão mais desenvolvido, o que lhes permite alimentar-se de alimentos
que até então, poderiam tornar-se indigestos ou mesmo com risco de provocar reações alérgicas. Durante esta mesma fase os
bebês, depois de exercitarem seus músculos da boca durante as mamadas, conseguem controlá-los de maneira mais
adequada, podendo ingerir alimentos com uma consistência mais firme, como as papinhas.
De qualquer forma, trata-se de novas experiências sensoriais para o bebê, que devem ser testadas aos poucos, procurando
identificar quais as frutas preferidas, os sabores que mais o agradam e as técnicas mais eficientes para que ele não recuse a
alimentação.
O melhor caminho é a criação de hábitos saudáveis nas crianças, isso fará com que futuramente elas não venham sofrer com
distúrbios alimentares como a obesidade, por exemplo, e até doenças como a hipertensão e o diabetes. A fim de que a
alimentação venha a ser o alicerce do bem-estar das crianças, é preciso conhecer os elementos nutritivos que cada alimento
contém.
Vale lembrar que nenhum tipo de alimento sozinho é capaz de satisfazer todas as necessidades de nosso organismo – incluso
o leite materno – pois após alguns meses já não é suficiente porque o bebê necessitará de mais nutrientes. Então para que se
possa criar uma dieta equilibrada para um bebê, é necessário que se balanceie as refeições com cinco tipos de elementos
essenciais para que se possa manter um bom equilíbrio físico do organismo. Os elementos são:
As proteínas e os aminoácidos;
Os carboidratos;
As gorduras;
As vitaminas;
E os sais minerais.
As proteínas e os aminoácidos: Os aminoácidos formam a estrutura das proteínas, que por sua vez são responsáveis pela
construção e renovação de órgãos e tecidos, em suma, são essenciais para o corpo humano. Se usarmos o exemplo de um
castelo, poderíamos chamar as proteínas de tijolos, pois ajudam na construção e reforma. Além disso, as proteínas são os
principais componentes dos músculos, dos órgãos internos e da pele, servem também para a produção de enzimas e de certos
hormônios, e nos processos de coagulação do sangue.
Estão presentes principalmente em carnes, peixes, pães, ovos e laticínios que contêm a quantidade necessária de todos os
tipos de aminoácidos, e por isso se diz que esses tipos de alimentos contêm proteínas nobres ou de alto valor nutricional.
Alguns tipos de legumes, como: feijão, ervilhas, lentilhas, também apresentam em menor volume um teor de aminoácidos.
Os carboidratos são os responsáveis por gerar a energia que o organismo precisa. Os alimentos que contêm alto teor de
carboidratos são principalmente: cereais, batata, legumes, frutas, leite, açúcar e mel.
Além de fornecer energia para o funcionamento do organismo, os carboidratos são imprescindíveis também para o sistema
nervoso e para produzir energia para a atividade física.
As gorduras são outros tipos de fontes de energia para o organismo. É de suma importância, pois a gordura interage na
formação das membranas celulares, do sistema nervoso central do cérebro e da retina mantendo a sua integridade, e também
são responsáveis pelo transporte de algumas vitaminas.
1. Gordura saturada: A gordura saturada, responsável pelo colesterol ruim (LDL) é proveniente de animais e encontra-se
em estado sólido em temperatura ambiente. Pode ser encontrada, principalmente, na capa de gordura de carnes
vermelhas e na pele das aves. Também pode ser observada em alimentos derivados do leite, como: a manteiga, os
iogurtes, entre outros.
2. Gordura insaturada: Por outro lado, a gordura insaturada, responsável pelo colesterol bom (HDL), contribui para
equilibrar as funções do corpo, uma vez que é responsável por reduzir o colesterol ruim, o triglicérides e equilibrar a
pressão arterial. Pode ser encontrado em vegetais e em temperatura ambiente, encontra-se em estado líquido. Pode
ser encontrada em alimentos, como: o azeite de oliva, amêndoa, castanhas, abacate, entre outros.
Estes dois tipos de gordura em excesso podem causar no bebê aumento de peso e podem até mesmo ocasionar a obesidade
infantil e adulta, também causando vários tipos de danos à saúde.
As vitaminas têm como principal função, regular e coordenar as atividades das células, operando assim nas bases dos
processos fundamentais do organismo. Nosso organismo não consegue fabricar as vitaminas, por isso é necessário que elas
sejam introduzidas por meio de alimentos.
–A vitamina A é responsável por evitar problemas nos olhos, como a cegueira noturna, por manter uma pele saudável
evitando que fique seca e rugosa, e principalmente, por estimular o crescimento durante a infância. Ela pode ser encontrada
em alimentos, como: leite, manteiga, queijos, fígado, ovos e cenouras.
–A vitamina B1 é responsável pela proteção dos tecidos nervosos podendo, em caso de ausência no organismo, provocar
fadiga, nervosismo e inapetência. Ela pode ser encontrada em alimentos, como: levedo de cerveja, legumes, frutas, cereais,
carnes, farinha integral e batatas.
–A vitamina B2, também é responsável pela proteção dos tecidos e ainda contribui para a defesa da visão. Quando ausente no
organismo, pode provocar lesões na pele e nas mucosas, além é claro de problemas na visão como a conjuntivite. Pode ser
encontrada em alimentos, como: o leite, os peixes, as carnes, os cereais, os ovos e o fígado.
–A vitamina B5 é indispensável para a manutenção das células dos órgãos e tecidos. No caso de ausência no organismo,
podem surgir problemas gastrointestinais, cansaço e dor de cabeça. Ela pode ser encontrada em alimentos, como: gema do
ovo, fígado, verduras de folha verde, levedo de cerveja e legumes.
–A vitamina B6 é imprescindível à vida celular, pois auxilia na proteção da superfície da pele e dos tecidos nervosos. A sua
carência no organismo pode causar náusea, vômito, câimbras, anemia e distúrbios nervosos. Ela é encontrada em alimentos,
como: cereais integrais, ovos, legumes, peixe, batatas e carnes.
–A vitamina B12 ajuda na formação dos glóbulos vermelhos e no funcionamento do sistema nervoso. A sua ausência no
organismo provoca anemia e distúrbios. Ela é encontrada em alimentos, como: fígado, peixe, carnes, ovos, leite e queijos.
–A vitamina C é importante na proteção da membrana celular e na absorção do ferro, na defesa imunológica e nos resfriados.
A falta dessa vitamina no organismo pode provocar irritação, cansaço, insônia, escorbuto e maior risco de doenças infecciosas.
Ela é encontrada principalmente em verduras de folhas verdes, frutas cítricas, morangos, melão, tomate, couve, espinafre etc
–A vitamina D favorece a fixação do cálcio e do fósforo nos ossos, ajuda na formação dos dentes, dos ossos e no crescimento.
A falta dessa vitamina pode vir a causar raquitismo e fragilidade dos ossos. Ela é encontrada em alimentos, como: leite,
manteiga, queijos, gema do ovo e peixe.
–A vitamina E é necessária na proteção das células, é antioxidante e conserva os tecidos do corpo. Os estudos sobre a carência
desta vitamina ainda estão em andamento. Ela é encontrada nos óleos vegetais.
–A vitamina PP ou niacina – é importante para o crescimento e a manutenção do organismo. Sua falta no organismo pode
causar depressão, fraqueza e falta de vontade. Ela é encontrada em alimentos, como: carne, peixe, cereais, fígado e legumes.
–O ácido fólico ajuda na formação dos glóbulos vermelhos. A falta dessa vitamina pode causar anemia, baixo número de
glóbulos vermelhos e distúrbios nervosos. Esta vitamina encontra-se em alimentos, como: fígado, verduras de folha verde,
ovos e batatas.
–Os sais minerais diferentes das vitaminas e dos carboidratos, são substâncias que participam diretamente na construção dos
ossos e dos dentes (cálcio, fósforo e flúor) e da formação dos glóbulos vermelhos (ferro). Também são responsáveis pelo
equilíbrio do sódio, do potássio e do cloro, esse equilíbrio também é conhecido como hidrossalino, equilibra também certos
ciclos metabólicos (magnésio e cromo).
Como são eliminados todos os dias pelo organismo, através da urina, fezes e suor, os sais minerais necessitam de uma
reposição constante, por meio dos alimentos. Os sais minerais são: cálcio, fósforo, potássio, cloro, sódio, magnésio, ferro,
flúor, zinco e iodo. Veremos abaixo, cada um desses sais minerais:
Cálcio: é o responsável pela formação dos ossos, dos dentes e da coagulação do sangue. A falta de cálcio no organismo
pode causar raquitismo e osteoporose. O cálcio é encontrado em alimentos, como: leite, queijos, verduras verdes,
legumes secos.
Fósforo: é o responsável pela formação dos ossos e dos dentes. A falta de fósforo no organismo pode causar fraqueza
dos ossos. O fósforo é encontrado em alimentos, como: leite, queijos, carnes e aves.
Potássio: é importante para o equilíbrio das células e do sistema hídrico do organismo. Quando o organismo tem
ausência de potássio pode sofrer fraqueza muscular. O potássio é encontrado em alimentos, como: carne, leite e
várias frutas.
Cloro: é importante para o equilíbrio das células e formação do suco gástrico. A falta de cloro pode ocasionar câimbras
musculares e falta de apetite. O cloro é encontrado no sal de cozinha.
Sódio: é importante para o equilíbrio das células e do sistema hídrico do organismo. Assim como o cloro, a ausência de
sódio no organismo pode causar câimbras musculares e falta de apetite. O sódio também é encontrado no sal de
cozinha.
Magnésio: ativa as enzimas responsáveis pela síntese das proteínas. A falta de magnésio no organismo pode causar
problemas de crescimento e distúrbios de comportamento. O magnésio é encontrado em verduras de folhas verdes e
em legumes.
Ferro: Compõe os glóbulos vermelhos e é responsável por muitas funções do organismo. Sua ausência no organismo
pode causar anemia, fraqueza e menor resistência às infecções. O ferro é encontrado em alimentos, como: carne,
legumes, verduras de folhas verdes e ovos.
Flúor: favorece no desenvolvimento dos dentes e os protege contra as cáries. Com a falta de flúor, os dentes perdem
resistência contra as cáries. O flúor é encontrado no peixe.
Zinco: intervém em muitas funções químicas do organismo. A falta de zinco no organismo pode causar problemas de
crescimento, falta de apetite e problemas na cicatrização de feridas. O zinco é encontrado na maioria dos alimentos,
como: na banana, no brócolis, nos cereais, na carne, nos mariscos, no chocolate etc.
Iodo: auxilia na constituição dos hormônios da tireoide. A falta de iodo pode ocasionar aumento da tireoide. O iodo é
encontrado nos peixes de mar, vegetais e algas.
Abaixo veremos recomendações nutricionais diárias para crianças de ambos os sexos, de 1 a 8 anos.
OUTROS
1 A 3 ANOS 4 A 8 ANOS
INGREDIENTES
Água (L/Dia)¹ 900ml = 4 copos de água (1.3 L/dia) 1.2 l = 5 copos de água (1.4 L/dia)
Potássio (g) 3.0g 3.8g
Sódio (g) 1.0g - (1.5g) 1.2g - (1.9g)
Cloreto de Sódio (Sal) (g) 1.5g - (2.3g) 1.9g - (2.9g)
RDA- Recomendação Ingestão Diária. São os números em letras normais, sem símbolos e parênteses.
EAR- Valor Estimado para a ingestão desse nutriente. São os números seguidos de asterisco *.
AMDR- Alcance de Distribuição de Macronutrientes Aceitável. Para os Macronutrientes: carbohidrato, Proteína, Gordura Total,
Gorduras Polinsaturadas. Sãos os números entre chaves {}. Veja os limites da AMDR, abaixo da tabela.
Observações:
Os valores de RDA e AI, ambos podem ser usadas como metas de ingestão.
O valor máximo recomendado para o magnésio, se refere ao agente farmacológico, ou seja, o usado como
medicamento ou suplemento alimentar e não inclui a consumação para alimentos ou água.
Água = O valor total para água, entre parênteses, inclui a água presente nos alimentos ingeridos, que pode chegar a
29% para crianças de 1 a 8 anos.
Proteína- Baseado no mínimo necessário por g/kg/dia. Onde: g = de proteína, kg = por peso indivíduo, dia = por dia. O
limite superior, baseado em complementar o AMDR para carboidrato e gordura, para os vários grupos de idade. O
limite inferior do AMDR é fixo a aproximar do RDA para proteína.
Carboidrato- O limite mínimo para manter peso do corpo.
Gordura Total- O limite superior do AMDR está baseado em diminuir o risco de doença crônica e ingestão adequada
provendo de outros nutrientes. O limite inferior está baseado em preocupações relacionadas ao aumento em
concentrações de triacilglicerol de protoplasma e concentrações de colesterol HDL reduzidas, observadas com dietas
de muito baixo teor de gordura (e assim carboidrato alto).
n-6N-6,Ácidos Gordurosos Polinsaturados (Ácido Linoleico)- O limite superior é baseado a falta de evidência de
segurança ao longo prazo. Possível aumento dos radicais livres e placas de ateroscleróticas.
N-3, Ácidos Gordurosos Polinsaturados (Ácido Linoleico-alfa)- O limite superior é baseado em manter o equilíbrio
apropriado com n-6 ácidos gordurosos e na falta de evidência que demonstra segurança ao longo prazo. Possível
aumento dos radicais livres e placas de ateroscleróticas.
Depois dos seis primeiros meses de vida, onde se é recomendado apenas a alimentação através do leite materno, os
bebês já estão aptos a conhecerem uma nova etapa da sua alimentação, com alimentos de textura mais encorpada, como
as papinhas de frutas. Importante ressaltar ainda que a recomendação médica determina que o aleitamento materno
deve ser mantido até que os bebês alcancem a idade de aproximadamente dois anos.
Como dissemos, é comum que o primeiro alimento mais sólido oferecido aos bebês, seja a fruta, de preferência
amassada com o garfo para que a criança possa sentir o alimento e ainda alguns pedacinhos, contribuindo assim, para o
aprendizado e desenvolvimento de sua mastigação.
Neste período ainda, após a criança se adaptar com as frutas, os pais podem começar a oferecer alimentos um pouco
mais sólidos como papinhas salgadas com pedacinhos de legumes, queijos, bolachas mais molinhas e ainda alimentos
pouco industrializados, mas que sejam consumidos pela família. Importante ressaltar também, que a partir de um ano de
vida, a sopinha deve, gradativamente, dar lugar aos alimentos mais duros como o arroz e o caldinho de feijão, por
exemplo. Deve-se ter em mente que, entre os 18 e 24 meses de vida, a criança já se alimente de comidas em pedaços.
As papinhas industrializadas ainda são o foco de grande polêmica, uma vez que a questão permanece sempre no ar:
“Estas papinhas, substituem o alimento feito em casa e de forma natural?”. Claro que não. Dê sempre atenção para a
produção do alimento do bebê e evite fazer em grandes volumes para congelar. Ninguém gosta de comer a mesma coisa
todo dia, e os bebês também não gostam. As comidas congeladas e as papinhas industrializadas devem ser utilizadas para
uma eventualidade, como viagens.
Outro fator a ser observado, nesta extrema preferência por determinados alimentos, é que muitas vezes as crianças tendem
a substituir refeições por esseslanches, ou então se alimentam pouco no almoço e jantar, pois já estão saciados; em
consequência disso, os pais obrigam que a criança faça as refeições importantes e a criança acaba por não associar a
alimentação com um momento prazeroso.
Os biscoitos recheados, que muitas crianças adoram, possuem elevadas calorias, são ricos em gorduras saturadas e sódio. O
teor elevado de sódio, não só nos biscoitos recheados, como também em salgadinhos e em alimentos industrializados
contribuem muito para a hipertensão arterial, problema este que é cada vez mais comum em crianças. Em contrapartida,
visando reduzir o problema, pode-se observar tanto em biscoitos quanto em salgadinhos que a maioria deles apresentam
adicionados a sua constituição vitaminas e minerais, no entanto, as vitaminas e minerais também podem ser encontradas em
frutas e verduras de uma forma saudável e natural.
As frituras como os pastéis e as batatas fritas, que atraem muito o paladar das crianças, são perigosas fontes de gordura
saturada e até mesmo de gordura trans. Quando presente no organismo, esses alimentos contribuem para que os níveis do
bom colesterol sejam reduzidos, desta forma o colesterol ruim permanece em evidência no sangue contribuindo para a
aterosclerose. Estudos científicos demonstram que o processo de formação de placas nas artérias tem início na infância, e é
claro que a alimentação da criança é decisiva neste processo.
Quantidades elevadas de açúcar também são um perigo quando estão presentes na dieta da criança. Por isso as balas, os
refrigerantes e os sucos industrializados devem ser evitados o máximo possível; principalmente os refrigerantes que são
extremamente calóricos, além de serem os substitutos favoritos dos sucos naturais; uma dieta rica em açúcar também
colabora para o surgimento de cáries dentárias. Os sucos industrializados podem ser uma boa alternativa em casos raros de
emergência, já que a maioria deles apresenta vitaminas e minerais adicionados.
Mediante todas estas vantagens e desvantagens dos alimentos preferidos pelas crianças, observa-se que as desvantagens
são bem maiores quando comparadas as vantagens destes alimentos, que em sua grande maioria, apresentam elevado teor
calórico, de sódio, de gorduras saturadas e açúcares. No entanto, excluir totalmente esses alimentos da dieta dos pequenos
pode trazer ainda mais estima por eles, é importante conscientizá-los, principalmente na medida em que as crianças vão
crescendo, do mal que o excesso destes alimentos pode causar e dos benefícios dos alimentos saudáveis na vida e
crescimento deles.
Depois do parto, a mãe deve estar disposta a amamentar seu filho. Para que o leite “desça”, a mama deve ser estimulada
pelo bebê, através da sucção. Infelizmente, existem casos em que pode ocorrer alguma dor ou rachaduras na mama, mas a
mãe precisa saber que seu leite é essencial para o desenvolvimento de seu filho e por isso, deve superar todos esses entraves.
Neste primeiro momento, ela não deve se preocupar em fixar horários para as mamadas. Se o bebê chorar e procurar o peito,
ofereça-o a ele.
Como já dissemos, a mãe deve sempre insistir no aleitamento materno natural, seja dela ou de um banco de leite, no
entanto, há casos em que isso não é possível acontecer. Nestes casos são sugeridas uma alimentação artificial que deverá
cumprir papel equivalente ao do leite natural, porém, sem a troca de anticorpos entre mãe e bebê.
Deve-se utilizar uma fórmula infantil que satisfaça as necessidades do bebê em cada uma de suas fases. Assim, até o sexto
mês de vida, o bebê deverá receber um tipo de produto e, a partir do sexto mês, depois de seus órgãos todos formados e em
desenvolvimento, passa-se a receber um produto diferente.
Vale lembrar que existem produtos específicos com fórmulas modificadas para crianças com intolerância à lactose, ou seja,
para crianças que não podem se alimentar de leite sob pena de reações alérgicas. Quanto aos nutrientes presentes nestas
fórmulas, podemos destacar:
Gordura: neste caso, há uma mod ificação na composição das gorduras, com uma sensível diminuição do volume
de gordura animal saturada (pode aumentar o colesterol ruim) e um aumento nas gorduras poli-insaturadas
(aumento do colesterol bom), retiradas de óleos vegetais. No mesmo sentido, aumentam o volume de ácidos
graxos essenciais (linoleico e alfa-linolênico).
Carboidratos: estas fórmulas não precisam contar com adição de açúcar ou farinha, uma vez que adotam a
associação de lactose com polímeros de glicose (malto-dextrinas).
Proteínas: manipulam de forma adequada a quantidade de proteínas, realizando intervenções como a
desnaturação proteica, ou seja, quebra da caseína em cadeias menores, formando proteínas solúveis e
favorecendo a digestão e absorção.
Minerais: da mesma forma, os minerais são modificados de forma a aproximá- los do teor de minerais presentes
no leite materno. A relação cálcio/fósforo é adequada, favorecendo a mineralização óssea.
Oligoelementos: são vitaminas e micronutrientes que devem atender as necessidades de desenvolvimento das
crianças.
Algumas pessoas, por desconhecimento, acreditam que leite é leite, portanto, oferecer leite materno ou de vaca para um
bebê, vai trazer o mesmo resultado para o seu desenvolvimento. Isso é um grande erro, uma vez que o leite de vaca, seja ele
como for, não possui todas as características necessárias para proporcionar o desenvolvimento de crianças menores de um
ano. Dentre as suas inadequações, podemos destacar:
Gorduras: o leite de vaca é muito pobre em ácido linoleico. Podemos considerar que seja dez vezes inferior ao ácido
linoleico presente nas fórmulas.
Carboidratos: a sua quantidade é insuficiente, sendo necessário o acréscimo de outros açúcares, frequentemente
mais danosos à saúde como a sacarose, com elevado poder criogênico.
Proteínas: o leite de vaca fornece altas taxas de proteína, o que pode causar dano ao sistema renal, além de
comprometer a digestão do bebê.
Minerais e eletrólitos: fornece altas taxas de sódio, contribuindo para a elevação da carga renal de solutos, deletéria
principalmente aos recém- nascidos de baixo peso.
Vitaminas: baixos níveis de vitaminas D, E e C.
Oligoelementos: são fornecidas quantidades insuficientes, com baixa biodisponibilidade de todos os oligoelementos,
salientando-se o ferro e o zinco.
A educação e a reeducação alimentar, e o apreender a comer devem ser trabalhados desde o útero da mãe, com as
gestantes, através da programação metabólica do bebê que vai repercutir na vida adulta dele. Esta educação alimentar deve
focar a promoção da alimentação saudável e diversificada. Vale salientar que toda a família deve estar engajada nesta
fomentação para a alimentação saudável, para que possamos nos utilizar de técnicas para ajudar na inserção de verduras no
hábito alimentar de uma criança.
Segundo estudos experimentais, quando se há o consumo de vegetais e de legumes a possibilidade de aceitação é maior, ou
seja, quando a família oferece o alimento mais vezes a probabilidade de aceitação aumenta. Este hábito alimentar é muito
importante.
É muito importante que se evite que a criança “belisque” a comida fora de hora, pois caso estas beliscadas ocorram, na hora
da refeição a criança vai ter menos fome, e não vai se interessar pelos legumes e verduras. Há outra coisa que devemos levar
em conta e são três quesitos básicos:
1. Sabor;
2. Cor;
3. Forma do alimento.
Estes quesitos são muito importantes, pois a comida deve ser atrativa, bonita e saborosa, a criança deve ser atraída pela
comida para que instigue-a a prová-la. Fazer com que a comida se torne interessante para a criança pode dar trabalho, porém
vale a pena tentar receitas divertidas como estas abaixo:
O Ministério da Saúde/OPAS e a Sociedade Brasileira de Pediatria estabeleceram, para crianças menores de dois anos, dez
passos para a alimentação saudável, são elas:
Passo 1– Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos;
Passo 2– A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois
anos de idade ou mais;
Passo 3 – Após os seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, legumes etc),
três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia se estiver desmamada;
Passo 4 – A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da
criança;
Passo 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher; começar com consistência
pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família;
Passo 6 – Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é, também, uma alimentação colorida;
Passo 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de
vida. Usar sal com moderação;
Passo 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação
adequadamente;
Passo 10 – Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos
preferidos, respeitando a sua aceitação.
A conscientização de toda família é importante, sobretudo, a conscientização da criança. Quando a criança começa aprender
a selecionar os alimentos de sua preferência, também levará em consideração o que os pais selecionam ao se alimentar. Nesse
momento, começa a se estabelecer um novo padrão alimentar que muitas vezes não será o mais saudável. Deve-se sempre
esclarecer e mostrar os riscos de uma alimentação errada, que pode desenvolver a obesidade, o diabetes, a pressão alta e
outras doenças. Envolver a criança na preparação das refeições pode ajudar, pois assim eles podem se interessar pela comida.
Atualmente adultos e crianças inseriram em sua rotina alimentos de fácil preparo e ingestão.
Sendo assim, os alimentos industrializados são os primeiros a serem escolhidos: biscoitos, waffer, biscoitos recheados, pães
refinados, doçuras, sucos de pacote ou tetrapak, refrigerantes etc.
Os filhos são os reflexos de seus pais. É muito comum, por exemplo, notar frutas apodrecendo nas fruteiras, por preguiça dos
pais em cortá-las ou descascá-las para serem comidas. Isso é o ápice do sedentarismo e as crianças conseguem captar e
interpretar esta cena. Por isso, torna-se tão difícil fazer com que as crianças se alimentem adequadamente. Em suas cabeças,
se perguntam por que devem se alimentar daquela forma se seus pais não o fazem?
Assim, é imprescindível que a mudança alimentar das crianças comece com os pais. Não existe reeducação alimentar infantil
sem a intervenção dos familiares. Há necessidade na hora da compra, nos supermercados, dos pais ensinarem os filhos a
fazerem escolhas saudáveis.
É importante que a criança entenda que as guloseimas devem ficar para os momentos apropriados. Mesmo depois das
refeições, troque os doces por frutas. Depois da fruta e do suco, a criança poderá comer um doce.
Para isso veremos abaixo a composição de um cardápio e sugestões para cada faixa etária.
Como já falamos anteriormente, até os seis meses de vida, o bebê não precisa de qualquer outro alimento que não seja o
leite materno. O leite é suficiente e rico em vários nutrientes para suprir as necessidades de desenvolvimento da criança nesta
fase.
De qualquer forma, não há qualquer problema em oferecer chás e sucos, estes de preferência com frutas cítricas como a
laranja-lima.
Para que a criança não corra o risco de enjoar com o sabor da laranja- lima, os pais podem misturá-los com outros alimentos
como a cenoura, tomate ou beterraba. Da mesma forma, para não atrapalhar as mamadas, o suco ou chá deve ser oferecido
em momentos posteriores à mamada, ou seja, se mamou às 8hs da manhã, ofereça o suco as 9hs e assim por diante, e
lembre-se, sempre em pequenos volumes como 20 ou 30 ml.
Cardápio Recomendado
Café da manhã
Almoço:
Tarde:
-ou um mamadeira de 180ml de leite infantil mais, opcionalmente, purê de fruta cozida;
Jantar:
Depois do sexto mês de vida, os bebês já estão aptos a receberem um novo grupo de alimentos. É o momento de
conhecerem as papinhas salgadas compostas por grupos alimentares como cereal ou tubérculo, alimentos de origem animal
ricos em proteínas, leguminosas e hortaliças. Lembre-se o que falamos anteriormente, evite preparar grandes volumes de
alimentos para congelar. Além de perder nutrientes durante o processo, seu bebê não vai gostar de repetir a mesma comida
durante vários dias. O ideal é oferecer todo dia uma comida fresquinha, caso não seja possível, faça um esforço para preparar
o alimento a cada dois dias no máximo. A papa salgada teve conter como componentes da mistura:
Cereal ou tubérculo:
Arroz;
Milho;
Macarrão;
Batata;
Mandioca;
Inhame;
Cará.
Leguminosas:
Feijão;
Soja;
Ervilha;
Lentilhas;
Grão de bico.
Proteína animal:
Carne de boi;
Vísceras;
Frangos;
Ovos;
Peixes.
Hortaliças:
Cardápio Recomendado
Café da manhã:
-Leite materno complementado ou não com um leite infantil, ou um biberão de 210 ml de leite infantil.
Almoço
-Creme de legumes com carne triturada ou creme de legumes simples, arroz bem cozido com carne triturada (de 2 a 3
colheres de chá*), ou 130g purê de fruta cozida.
Tarde
Jantar
-130g de vegetais (sopas, purês) ou 150 ml de leite. Pode ser, opcionalmente, 130g de purê de fruta cozida.
Entre o sétimo e o oitavo mês se introduz, paulatinamente, temperos como cebola, cebolinha, salsinha e uma pitada de sal.
Cardápio Recomendado
Café da manhã
Almoço
-Ou massa;
-Ou pedaços de batata bem cozidos com carne;
Tarde
Jantar
-Sopa de legumes mais arroz ou massa. Pode optar também, por pedaços de batata bem cozidos com carne ou peixe
esmagados (3 a 4 colheres de chá*);*1 colher de chá de carne ou peixe esmagado = aproximadamente 5g;
Entre o nono e o décimo primeiro mês, inicia-se a inserir aos poucos a comida da família;
Cardápio Recomendado
Café da manhã
-250 ml de leite de crescimento especial para crianças, enriquecido em vitaminas e minerais, mais 40g pão com creme vegetal.
Almoço
-Sopa de legumes mais arroz ou massa. Podendo optar por pedaços de batata bem cozidos com carne ou peixe;
-Um ovo em pedacinhos, mais (2 a 2+1/2 colheres de chá*) pedaços de legumes cozidos;
Tarde
-250 ml de leite de crescimento especial para crianças, enriquecido com vitaminas e minerais, mais duas tostas para bebe;
Jantar
-Sopa de vegetais com massinhas, ou arroz mais produto lácteo para bebe;
-Ou arroz, ou massa, ou pedaços de batata bem cozidos com carne. Podendo optar por peixe ou um ovo em pedacinhos, mais
(2 a 2+1/2 colheres de chá*) pedaços de legumes cozidos;
Quando o bebê atinge um ano de vida, já está preparado para conhecer outros alimentos. Nesta fase é importante oferecer
alimentos mais sólidos, para que vá desenvolvendo sua mastigação.
Cardápio Recomendado
Café da manhã:
-Uma mamadeira/caneca de 250 ml de leite de crescimento especial para crianças, enriquecido com vitaminas e minerais,
mais 40g pão com creme vegetal.
Almoço
-Sopa de legumes, mais arroz ou massa. Pode-se optar por pedaços de batata bem cozidos com carne ou peixe;
-250 ml de leite de crescimento especial para crianças, enriquecido com vitaminas e minerais, mais duas tostas para bebê;
Jantar
-Sopa de vegetais com massinhas ou arroz, mais um produto lácteo para bebê;
-Ou arroz, ou massa, ou pedaços de batata bem cozidos com carne. Podendo optar peixe ou um ovo em pedacinhos, mais (2 a
3 colheres de chá*) de legumes cozidos;
2 colheres (sopa) de peito de frango, sem pele, picadinho; 1 colher (sobremesa) de óleo de soja;
1 colher (chá) de cebola ralada; 1 cará médio (150g); 1 colher de sopa de quiabo picadinho;
1 colher de sopa de feijão cozido (grão e caldo); 1 colher (café) rasa de sal;
2 copos de água.
Para o preparo da papa salgada, deve-se em uma panela aquecer o óleo e refogar a cebola junto com o frango. Acrescentar o
cará, o quiabo, o sal e a água. Deixar cozinhar até que os ingredientes estejam macios e quase sem água. Adicionar no prato o
feijão cozido e os demais alimentos. Amassar com o garfo e oferecer à criança.
Nutrientes:
Proteínas 16,9g – (18,90%) Carboidratos 48,0g – (53,40%) Lipídeos 11,0g – (27,70%) Cálcio 60,21mg
Ferro 2,05mg Zinco 1,84mg Retinol 30,90mcg Tocoferol 5,85mg Tiamina 0,24mg Riboflavina 0,16mg Niacina 3,50mg
3 colheres (sopa) de carne de vaca magra moída; 1 colher (sobremesa) de óleo de soja;
2 copos de água.
Numa panela aquecer o óleo e refogar a cebola, junto com a carne moída. Acrescentar a mandioca pré-cozida, a abobrinha
picadinha, a couve, o sal e a água. Deixar cozinhar até que os ingredientes estejam macios e quase sem água. Amassar com o
garfo e oferecer à criança.
Nutrientes:
Cálcio 162,62mg Ferro 3,70mg Zinco 5,06mg Retinol 160,20mcg Tocoferol 5,52mg Tiamina 0,42mg Riboflavina 0,31mg Niacina
4,84mg
1 colher de chá de cebola 1/2 pedaço de alho 1 colher de chá de pimentão verde
Nutrientes:
Proteínas 20,66g – (26,60%) Carboidratos 36,48g – (47,10%) Lipídeos 9,05g – (26,30%) Cálcio 126,19mg
Ferro 3,89mg Zinco 5,07mg Tocoferol 6,93mg Retinol 109,78mcg Tiamina 0,32mg Riboflavina 0,32mg Niacina 4,25mg
No segundo ano de vida a amamentação deverá continuar avaliando o risco nutricional da criança pelas condições
socioeconômicas e as condições psicológicas da dupla mãe-filho.
Nesta fase, a criança já começa a se alimentar como os pais, por isso, é preciso estar atento a alguns detalhes, como o
excesso de sal no preparo dos alimentos. Caso os pais gostem de uma refeição um pouco mais salgada, é o momento de se
reeducarem para uma refeição mais leve. Da mesma forma, os pais devem estar atentos às chamadas “misturas” como carnes
brancas e vermelhas, optando sempre por uma carne um pouco mais assada, principalmente as carnes de porco.
Importante ainda continuar insistindo nas frutas e legumes, geralmente, as resistências impostas pelas crianças surgem como
reflexo da resistência dos pais. Lembre-se que para a criança, aquilo é só um alimento como qualquer outro, e se observar o
pai falando que não gosta, deverá agir da mesma maneira. Também nesta fase, a criança começa a ficar curiosa quanto a
outros alimentos que até então eram consumidos apenas pelos adultos e crianças mais velhas, como os salgadinhos e os
refrigerantes. Não negue, mas também não incentive o hábito. Explique que aquilo é para ser comido apenas em algumas
ocasiões. Caso a criança tenha o hábito de tomar uma mamadeira de leite, de manhã quando acorda e a noite antes de
dormir, é interessante manter este hábito, pois os médicos recomendam uma ingestão média de 500ml de leite, e de outros
derivados como iogurtes e queijo, para reforçar a oferta de cálcio. Isso não significa que nesta idade, não participe das
refeições do café da manhã com os pais.
Neste período, as crianças passam a ter predileção por um ou outro alimento. Assim, faça-a participar das decisões sobre o
que será feito de refeição, tornando-a parte integrante das decisões tomadas. E a deixe comer sozinha, isso é importante
como treinamento para coordenação e destreza motora. Não importa a bagunça e a sujeira que provavelmente ficarão pela
mesa e pelo chão, o mais importante é que a criança consiga atingir o objetivo de levar a comida à boca.
Nesta fase da vida, a criança tende a iniciar as recusas alimentares, ou seja, começa a fugir dos horários de refeição, seja
porque não quer parar de brincar ou mesmo por questões físicas, uma vez que ao reduzir a velocidade de crescimento em
relação ao seu primeiro ano de vida, também reduz as necessidades nutricionais e o apetite. Porém, é preciso estimulá-lo
sempre, seja com a comida preferida ou mesmo com algumas brincadeiras durante a refeição. O importante é que se alimente
corretamente.
Lembre-se também que nesta fase, a criança deve receber, diariamente, três refeições principais e dois lanches, em
quantidade adequada. Assim, atente- se aos alimentos bem cozidos, que sejam fáceis de mastigar e deglutir, em porções
ajustadas com o grau de satisfação da criança.
2 – Fazer pressão para a criança comer. Se você insistir, brigar ou chantagear, seu filho vai ter ainda mais repulsa ao alimento
estranho, pode acreditar. É normal criança ter medo do novo, e cabe aos pais terem compreensão. Vá acostumando a criança
desde pequena a experimentar comidas de todas as cores e aparências.
3 – Esconder e proibir guloseimas. Pode parecer o caminho mais fácil, mas não é. Esconder bolos, chocolates e biscoitos no
alto do armário pode ter o efeito contrário ao esperado, pois a proibição é capaz de aumentar o desejo da criança pela
guloseima. Segundo Luciana Kotaka, psicóloga especializada em obesidade e transtornos alimentares, se um produto tem que
ser evitado, o ideal é não tê-lo dentro de casa. Quando tiver, explique para seu filho que o exagero faz mal, e que depois da
refeição a sobremesa estará liberada (ou no lanchinho da tarde).
4 – Não estimular hábitos de vida saudáveis. “Os hábitos alimentares dos pais são muito importantes para a educação dos
filhos. Se em casa todos gostam de pratos saudáveis, dificilmente a criança vai fugir à regra. Além disso, ter horário para as
refeições, fazê-las em família e à mesa, auxiliam bastante. É preciso estimulá-los naturalmente a experimentar. Sem pressão
ou ordens”, afirma a psicóloga.
5 – Servir de qualquer jeito. Se seu filho já não tem muito interesse pelo verde, de nada vai adiantar colocar um monte de
folhas de alface no prato dele, certo? Faça a comida ficar atraente, misture folhas e legumes coloridos, como beterraba,
tomate e cenoura. Outra dica é acrescentar alguma coisa que eles gostem bastante: sirva a salada com queijo, palmito,
torradinhas etc.
6 – Ceder às birras e vontades dos filhos. Seja insistente, mas sem insistir. Deu pra entender? Tudo bem, a gente dá uma dica.
A Dra. Luciana ensina a regra dos 15: sirva o mesmo alimento em 15 ocasiões diferentes, preparados de maneira diferente e
com acompanhamentos diferentes. Assim, o alimento vai deixar de ser estranho. Faça de tudo para tornar o prato mais
interessante, conte histórias, monte um desenho no prato, brinque com a imaginação deles.
É melhor o bebê comer frutas com ou sem casca? "O mais indicado é consumi- las com casca, quando possível, porque ela é
uma ótima fonte de fibras", garante Fábio Ancona Lopes, especialista em alimentação infantil da Unifesp. Mas enfatiza: as
frutas devem ser muito bem lavadas em água corrente e com a ajuda de uma escovinha, para que fiquem livres de resíduos de
agrotóxicos, substâncias extremamente prejudiciais.
É verdade que alimentos crus e duros ajudam a desenvolver a musculatura infantil? "Sim, eles estimulam a mastigação,
fortalecendo os músculos da boca e facilitando a fala", diz Renata Cocco, pediatra da Unifesp. Quando introduzir a sopa na
dieta do bebê, em vez de bater os ingredientes no liquidificador, experimente passá-los na peneira. Depois que seu filho
estiver mais crescido, amasse os alimentos com um garfo para que possam ser mastigados. E, assim que alguns dentes tiverem
nascido, ofereça alimentos crus, como a cenoura e a maçã, em pequenos pedaços — esta última dica, aliás, vale para a
alimentação do resto da infância e da adolescência.
O leite de soja pode substituir o de vaca? "Sim, se o problema for intolerância à lactose", explica Renata Cocco. "Se não, o de
vaca é melhor, porque tem mais cálcio." É bom saber, ainda, que um grupo de proteínas do leite de vaca, as caseínas, pode
provocar reações como urticária. Por isso, em caso de dúvida, consulte o pediatra. Só ele pode recomendar o tipo de leite mais
adequado para a alimentação do seu filho.
Alimentos com corantes causam alergia? A resposta é não para a grande maioria dos baixinhos. Além dos corantes, os
espessantes e os conservantes encontrados nos produtos industrializados, também são mal-afamados. "Mas testes
comprovam que apenas 5% dessas substâncias estão relacionadas a crises alérgicas", revela a pediatra Renata Cocco. "Já os
alérgicos ao ácido acetilsalicílico, componente da aspirina, precisam tomar cuidado, porque tendem a apresentar reações a
aditivos alimentares."
Leite fermentado ajuda a combater a diarreia? "Sim, os lactobacilos presentes no leite fermentado competem com as
bactérias nocivas no organismo, modificando e colonizando a flora intestinal com germes benéficos", informa o nutrólogo
Mauro Fisberg, de São Paulo. Assim, a inclusão deste tipo de bebida na alimentação infantil pode abreviar a duração da
diarreia. Se o problema persistir, procure o pediatra.
Quantas vezes por semana doces e refrigerantes podem entrar no cardápio do meu filho? Depende. "Se a criança estiver
acima do peso, ofereça duas porções de desses itens por semana", recomenda a nutricionista Priscila Maximino, da
Nutrociência, de São Paulo. Mas se ela não vive em pé de guerra com a balança, três porções semanais estão de bom
tamanho. "Esses alimentos devem ser oferecidos com muito mais parcimônia em caso de colesterol ou triglicérides altos, ou
mesmo hipertensão", completa.
Refrigerante diet e guloseimas adoçadas artificialmente devem ser evitados pelas crianças? "Não há nenhum componente
nesses produtos que seja comprovadamente nocivo à saúde", afirma a pediatra Renata Cocco. Nenhum estudo concluiu, por
exemplo, que aspartame faça mal ao organismo dos pequenos. "Mas, por serem artificiais, recomendamos que esses
alimentos sejam consumidos só quando realmente há necessidade", explica a pediatra.
Posso colocar todos os dias um bolinho desses comprados prontos na lancheira do meu bebê? Se não tiver recheio nem
cobertura, vá em frente. "Eles são ótimas fontes de carboidratos", afirma a nutricionista Priscila Maximino, da Nutrociência, de
São Paulo. Mas, se pertencer à categoria dos recheados, a coisa muda de figura. Para obter a consistência cremosa, os
recheios são produzidos com gordura hidrogenada, verdadeiro veneno. Em altas quantidades, leva à obesidade e ao aumento
do colesterol (sim, criança também pode acumular essa substância nas artérias). Para variar, experimente substituir os bolos
por bolachas salgadas ou um sanduíche.
Os macarrões instantâneos são liberados para as crianças? "A massa em si não faz mal nenhum, pois é uma excelente fonte
de carboidratos", afirma a pediatra Roseli Sarni, da Unifesp. O problema está no condimento que dá sabor e faz com que o
prato seja um dos preferidos da garotada. "Além de ser um tempero artificial, ele contém grande quantidade de sódio, que
leva ao aumento da pressão e à retenção de água." Em outras palavras, poder pode, mas só de vez em quando.
Crianças de qualquer idade podem comer frutos do mar? "De jeito nenhum. Por uma questão de segurança, espere que
complete dois anos", orienta Priscila Maximino. Os principais riscos são as intoxicações alimentares e as alergias. É bem
verdade que cozinhar ou assar esse tipo de alimento diminui o perigo, mas como seguro morreu de velho, é melhor esperar
um pouco para incluir os itens na alimentação infantil.
Café faz mal para os baixinhos? A bebida não é das mais indicadas, porque a cafeína pode deixar a criança agitada. "Porém,
uma xícara pequena de café puro por dia não faz mal a ninguém", afirma o pediatra Ary Lopes, para alívio das mães que não
abrem mão do pretinho misturado com o leite. Se você já ouviu dizer que ele prejudica a absorção de cálcio, saiba que não há
razão para se preocupar. "A quantidade de cafeína presente em um copo de café com leite é tão pequena que não interfere
na retenção do mineral pelo organismo", esclarece o nutrólogo e pediatra Mauro Fisberg, da Universidade São Marcos, em
São Paulo.
Meu filho adora peixe cru. Tudo bem? Acima de dois anos, tudo bem. "Para não arriscar, só vá a restaurantes impecáveis no
que se refere à higiene", recomenda Ary Lopes. Caso a preferência recaia sobre o salmão — que andou na berlinda como
agente da difilobotríase (doença que provoca dor abdominal, náuseas e vômitos) —, cheque se foi previamente congelado a
21 graus e se o estabelecimento tem o certificado sanitário, que garante a procedência e a qualidade do pescado.
Gemada é capaz de dar pique? Ela foi a queridinha das mães zelosas até alguns anos atrás. Não é mais, até porque nem
mesmo os especialistas a recomendam. "O ovo cru pode estar contaminado com salmonela", adverte a nutricionista infantil
Suzy Graff, de São Paulo. "A bactéria pode provocar diarreia, vômito ou até levar à morte." Infelizmente, ovos de diversas
marcas podem estar contaminados por causa de higiene e refrigeração deficientes. Como é quase impossível saber quais têm
condições de consumo, o mais seguro é fritá-los ou, melhor ainda, cozinhá-los.
Suco de beterraba acaba com anemia? Não. Uma xícara de beterraba ralada possui, pasme, apenas 0,8 miligrama de ferro. "A
criança anêmica tem que consumir todo santo dia 5 miligramas do mineral para cada quilo de peso, durante três meses",
explica o pediatra Ary Lopes Cardoso. Já um bife pequeno de fígado tem, em média, 8,5 miligramas desse nutriente.
A carne vermelha é essencial para a criança crescer saudável? "Sim, ela é uma importante fonte de proteínas, gordura, ferro
e zinco", confirma a médica Roseli Sarni. Contra anemia, ela é imbatível. Está lotada do chamado ferro-heme, ou ferro
orgânico, que é muito mais bem aproveitado pelo corpo do que o mineral presente nos vegetais. Segundo a especialista, a
anemia afeta mais de 40% das crianças em idade pré-escolar no Brasil. Por isso a carne vermelha deve ser consumida ao
menos três vezes por semana, de preferência acompanhado de uma fonte de vitamina C, como a laranja, para aumentar a
absorção do ferro. O frango e o peixe são bons substitutos, mas fique sabendo, não contêm a mesma concentração do tal
ferro-heme.
O que a mãe deve observar no rótulo - o índice de gordura ou o de sódio? Os dois. Não há uma dosagem máxima
recomendada por produto — e, se houvesse, ela seria diferente conforme a idade. Mesmo assim é bom ficar de olho nesses
ingredientes. A gordura, lembre-se sempre, não pode fornecer mais do que 30% das calorias diárias consumidas pela criança.
Não precisa ficar fazendo conta a toda hora: basta usar o bom senso e, se oferecer algo com teor de gordura nas alturas ao seu
filho, cuidar para que o restante do cardápio daquele dia seja mais leve. Para o sódio, vale o mesmo raciocínio, lembrando que
até 12% da meninada entre 6 a 18 anos é hipertensa — e aí o excesso de sal, você já sabe. Vale conversar com o pediatra
sobre o assunto, afastar essa hipótese e pedir uma orientação sobre o consumo diário de sal adequado para o seu filho.
Vale a pena incluir aqueles pós multivitaminados na alimentação dos meus filhos? "Esses pós devem ser ingeridos como
complementos da alimentação, só se a criança apresentar déficit de nutrientes ou estiver abaixo do peso.", diz Mauro Fisberg.
Eles são indicados principalmente quando é necessário aumentar o aporte de calorias, vitaminas ou sais minerais no
organismo. O ideal é que esse tipo de suplemento seja utilizado sob a orientação de um nutricionista, já que é muito calórico.
As informações estampadas nas embalagens se referem às necessidades nutricionais de crianças ou de adultos? "Em geral
elas se referem às necessidades dos adultos, exceto quando os produtos são dirigidos ao público infantil", esclarece Fábio
Ancona Lopes. "O importante é saber que cada idade requer tipos e quantidades específicos de nutrientes", completa. E as
recomendações mais indicadas para cada faixa só o especialista pode fazer. Moral da história: vale olhar o rótulo? Até vale,
mas apenas para ter uma leve referência quando o consumidor é uma criança.
Com liberdade e descontração, tendo uma orientação espaço-temporal e capacidade para um convívio social mais adequado,
com alongamentos e jogos entre brincadeiras, faz com que uma criança tenha mais equilíbrio, coordenação motora e sem
dúvida nenhuma, mais qualidade de vida. Ela pode praticar esportes, porém, nunca deve ser tratada ou estimulada a competir
na primeira fase de sua vida, mesmo porque ela não compreenderia este fato e não deve ser tratada como um atleta.Uma
criança que pratica atividades físicas, consequentemente, tem uma qualidade de vida superior a de uma criança que não
praticante. Pois, com isso a criança controla seu peso, melhora sua capacidade cardiorrespiratória, física, e possibilita também
que a criança durma melhor, melhorando seu humor e fazendo com que ela se sinta mais feliz, e assim, faz com que isso traga
benéficos imediatos e em longo prazo.
Todos estes fatores estão interligados com esta prática de atividade física regular para as crianças. Entre eles temos a idade, o
estado nutricional, o nível socioeconômico, o apoio e a escolaridade dos pais, entre outros. Crianças em idade escolar e pré-
escolar são mais ativas do que adolescentes e adultos, pois quanto mais jovem a criança é, mais ativa ela é.
Quanto às crianças obesas e as desnutridas, sabe-se que elas têm maior predisposição à inatividade física. As crianças de
famílias com nível socioeconômico mais elevado são mais favorecidas com atividades físicas relacionadas com o lazer, do que
as desfavorecidas financeiramente, visto que têm mais condições para frequentarem clubes, academias, parques, resorts,
condomínios com espaços para as crianças brincarem etc. Além disso, nessas famílias com nível socioeconômico mais elevado,
as crianças são incentivadas e colocadas por seus pais desde pequenos a praticarem atividades físicas de qualquer tipo.
A Organização mundial de Saúde (OMS) tem se preocupado com a prevenção da obesidade, por achar que ela já é uma
epidemia mundial. No Brasil, segundo dados estatísticos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nos últimos 30
anos, aumentou em 35% a proporção de crianças e adolescentes acima do peso; isso acontece não só pela herança genética,
mas pela vida mais sedentária, pela ausência de estímulos dos pais a pratica de atividades físicas e a uma rotina alimentar.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) nos últimos anos vem estimulando a participação dos profissionais de saúde e
familiares, pois a atividade física começa em casa – ou pela comunidade por meio de colégio, das associações, das prefeituras,
das igrejas, para que programas de estímulo à atividade física sejam desenvolvidos.
O cenário, muitas vezes, fica preocupante e a prevenção por parte da família e dos professores é o melhor caminho, sendo
recomendada a combinação de cardápios equilibrados, incentivos às atividades físicas diárias e diminuição do sedentarismo,
respeitando, acima de tudo, os limites de cada criança.
De acordo com João Guilherme Bezerra Alves, editor chefe da Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, nos diz que: “O
crescente processo de urbanização, a especulação imobiliária, o excesso de veículos motorizados nas vias públicas, o
extraordinário crescimento da violência, têm determinado intensas restrições à atividade física na infância”.João Guilherme
aponta também que uma criança hoje gasta em média 600 kcal diárias a menos do que há 50 anos atrás. As atividades
passaram a ser dentro de quatro paredes; uma criança assiste hoje, em média, a 27 horas de TV por semana – isso
corresponde a sua principal atividade só sendo ultrapassada pelas horas de sono. Essas mudanças, de imediato, já se refletem
na elevação dos índices de obesidade na infância em todo o mundo, afora outros riscos.
As consequências da diminuição e falta de atividade física para a saúde tanto da criança, quanto do adulto são graves e
conhecidas. Dentre elas o aumento de risco de aterosclerose e suas consequências, como angina, infarto do miocárdio,
doença vascular cerebral, aumento da obesidade, aumento da hipertensão arterial, aumento do diabetes, aumento da
osteoporose, aumento das dislipidemias, aumento da doença pulmonar obstrutiva crônica, aumento da asma, aumento da
depressão, aumento da ansiedade, além de aumento do risco de afecções osteomusculares e de alguns tipos de câncer, como
câncer de colo e câncer de útero.
Segundo o American College of Sports Medicine (ACMS) e o Center for Disease Control (CDC), todas as crianças, a partir dos
dois anos, devem desenvolver 30 minutos de atividade física de moderada a intensa atividade, por pelo menos cinco dias na
semana ou, de preferência, todos os dias da semana. Caso não se encaixe dentro deste conceito, são considerados
sedentários.
A American College of Sports Medicine em um estudo aponta três grandes vantagens da atividade física em crianças:
1.As crianças são mais saudáveis: têm menos excesso de peso, apresentam um melhor desempenho cardiovascular, menos
recorrência de IVAS (infecções das vias aéreas superiores) e um número menor de crises de asma, além de apresentarem uma
maior densidade óssea;
2.Esses efeitos são transferidos à vida adulta. As doenças crônicas da vida adulta têm as suas raízes na infância. O processo de
aterogênese que é o surgimento da placa de ateroma na parede interna do vaso sanguíneo, geralmente decorrente de uma
má alimentação que provoca o aumento do LDL-Colesterol, se inicia no início da vida;
3.Manutenção do hábito na vida adulta. Crianças e adolescentes que se mantêm fisicamente ativos apresentam uma
probabilidade menor de se tornarem adultos sedentários.
O estudo da American College of Sports diz que para obter resultados, as atividades físicas não precisam vir necessariamente
de exercícios físicos rigorosos, bastando ser moderados, contanto que praticados de maneira regular.
O estudo também diz que o melhor exercício não é aquele que você se cansa ou se esforça mais e sim aquele que se pode
fazer regularmente. E que também esta atividade física para crianças não pode ser punitiva e nem necessariamente
competitiva, mas sempre prazerosa. Pois um dos intuitos principais é que o hábito da atividade física perdure por toda a vida,
pois os estudos também apontam inúmeras vantagens para o idoso, principalmente na manutenção de sua aptidão física.
Dessa forma, o exercício físico regular pode prolongar a vida, torná-la mais saudável e alegre.
Não é nada fácil elaborar um programa de atividades físicas para crianças. A motivação assume papel fundamental nessa
prática. A criança não é um adulto em miniatura, portanto torna-se quase impossível conseguir resultados através de
exercícios em esteiras, bicicletas ergométricas ou aparelhos similares.
A escolha da atividade adequada é feita com base na idade da criança e de alguns outros fatores que veremos a seguir:
Preferência pessoal: Para que uma atividade tenha resultados satisfatórios, é preciso que ela seja praticada regularmente e
isso só será conseguido se houver prazer em realizá-la. Desta forma, é preciso conhecer o perfil da criança e descobrir o que
ela gosta de fazer para indicar atividades que atendam seus interesses.
Aptidão necessária: Não adianta apenas ter prazer em realizar uma atividade, se não houver aptidão para fazê-la. Neste
sentido é preciso escolher atividades que a criança possa desenvolver com certa habilidade, pois caso contrário perderá o
interesse rapidamente.
Risco associado à atividade: É preciso estar atento também aos riscos que a atividade escolhida possa oferecer à criança.
Assim, o ideal é evitar atividades que possam estar associadas a algum tipo de lesão.
Tênis;
Natação;
Balé;
Futebol;
Vôlei;
Basquete;
Música (violão, guitarra, canto etc.).
Futebol: além de fisicamente desenvolver massa muscular, sistema cardiovascular e coordenação motora, permite
que a criança troque experiências através da socialização e trabalhos em equipe.
Tênis: esporte fundamental para o desenvolvimento da concentração e flexibilidade muscular. Também atende às
necessidades de desenvolvimento da agilidade, coordenação motora e velocidade.
Basquete: assim como o futebol, contribui para o desenvolvimento da massa muscular, sistema cardiovascular,
coordenação motora e trabalho em equipe.
Natação: esporte fundamental para crianças que sofrem de problemasrespiratórios, uma vez que desenvolve além
da capacidade cardiovascular, todo o sistema respiratório. Permite também desenvolver uma maior consciência
da estrutura muscular.
Balé: estimula a coordenação, a lateralidade e desperta a criatividade.
Vôlei: como em todo esporte coletivo, além de fisicamente desenvolver massa muscular, sistema cardiovascular e
coordenação motora, permite que a criança troque experiências através da socialização e trabalhos em equipe.
Música: apesar de não ser um esporte propriamente dito, vamos considerá-la como uma atividade importante
para o desenvolvimento da fala e para a diminuição da timidez.
• A partir de oito anos de idade: basquetebol, voleibol, futebol, tênis, caminhada, alongamentos, artes marciais e
atividades de recreação;
• A partir de dez anos de idade: todas as anteriores além de corrida leve e circuitos;
• A partir de 12 anos de idade: todas as anteriores e exercícios com pesos como musculação (leve).
Nada do que apresentamos de atividades, devem ser realizadas de maneira deliberada. É de fundamental importância que
os pais levem seus filhos ao pediatra para que este realize avaliações físicas que garantam a saúde das crianças durante as
atividades.
Alimentação do pré-escolar
Na fase pré-escolar, a criança apresenta ritmo de crescimento regular e inferior ao do lactente. A velocidade de crescimento
estrutural e o ganho de peso são menores do que nos dois primeiros anos de vida, com consequente decréscimo nas
necessidades nutricionais e no apetite.
Muitas pessoas ao desconhecer esta informação, acabam atribuindo a doenças e não a fatores fisiológicos. Isto pode
acarretar diagnósticos errôneos de anorexia e o uso inadequado de medicamentos estimulantes de apetite.
Nesta fase da vida, a criança não adota um padrão de alimentação, podendo oscilar com muita frequência entre a fome
descomunal e a absoluta falta de apetite. Neste sentido, é importante que os pais não se desesperem achando que seus filhos
estão próximos de doenças relacionadas à alimentação.
Os pais devem ter consciência que esse processo é natural, evitando ações severas de punição caso a criança não se alimente
corretamente. Ações como essa, podem sim, levar a um quadro de distúrbio alimentar trazendo grandes prejuízos tanto para
a criança quanto para seus pais.
As crianças, nesta fase de formação alimentar, tendem a não aceitar novos alimentos rapidamente. Essa resistência para
novos alimentos é chamada de neofobia, a criança se nega a experimentar qualquer tipo de alimento que desconheça e que
não faça parte do seu seleto grupo de alimentos favoritos. Para que esse comportamento seja modificado é necessário que a
criança prove este novo alimento em torno de 8 a 10 vezes, mesmo que seja em quantidade mínima. Somente dessa forma, a
criança conhecerá o seu sabor e estabelecerá seu padrão de aceitação.
Para que a criança aceite o alimento, ela deve se sentir à vontade durante a refeição. Muitas situações podem influenciar sua
disposição e seu apetite, desde o ambiente, a idade, o seu estado físico, ou seja, se ela está cansada ou excitada demais, ou
até mesmo o clima pode influenciar, como por exemplo, dias muito quentes que, geralmente, causam falta de apetite.
É uma fase um tanto complicada, pois as crianças já conhecem alguns alimentos preferidos e geralmente possuem
argumentos para não aceitar os novos que lhe são oferecidos. Assim, para não criar ainda mais dificuldade, procure oferecer
alimentos dos quais ela goste, acompanhado de novos alimentos que poderia experimentar e proponha a ela realizar esta
experiência. Para tornar esse processo menos traumático, procure começar com novos alimentos que estejam na m seja, que
a criança tenha comentado ou que tenha aparecido em algum programa de televisão, entre outros. Isso pode facilitar bastante
a interação da criança com o alimento.
Crie um ambiente agradável com seus talheres e utensílios preferidos, e não a force a comer. Deixe que ela tome a iniciativa
em experimentar, e não a force a comer mais rápido. Cada indivíduo tem seu próprio tempo de deglutição. Com o tempo, esse
processo se tornará muito mais fácil.
É muito importante que as escolhas das crianças neste período sejam respeitadas, o que se pode fazer quando há uma
insistente recusa, é a substituição por outro tipo de alimento que possua os mesmo nutrientes ou caso o alimento seja
fundamental, deve-se variar o preparo para tornar o alimento mais saboroso aos olhos da criança.
Como dissemos, coagir a criança a se alimentar, pode trazer transtornos ainda mais graves que a simples falta de apetite. Da
mesma forma, os pais não devem incentivar a criança com chantagens ou recompensas, uma vez que isso tornará a criança
tirana e só se alimentará mediante agrados e mimos.
Agir de maneira saudável, explicando para a criança que ela deve se alimentar corretamente, se evita os possíveis conflitos
que possam surgir na relação entre pais e filhos e seus consequentes desdobramentos. Estudaremos algumas importantes
orientações gerais para que se crie na criança um comportamento saudável:
As crianças devem ter rotina, ou seja, tanto nas refeições quanto nos lanches que devem ser servidos em horários pré-
fixados, garantindo que a criança volte a sentir fome, antes da próxima refeição. Geralmente, especialistas orientam a realizar
intervalos de três horas entre uma refeição e outra;
Não permita que a criança se alimente fora de horário. Como certeza, quando tiver que se alimentar no horário pré-fixado,
não vai querer por estar sem apetite;
Nesta fase pré-escolar, orienta-se a oferecer de 5 a 6 refeições ao longo do dia, podendo adotar
• Almoço (12h);
• Jantar (19h);
Caso a criança, dentro deste período pré-estabelecido, não termine a refeição ou apresente algum tipo de recusa aos
alimentos, a refeição deverá ser encerrada e oferecido algum alimento apenas na próxima;
A porção de cada alimento dentro do prato deve estar colocada proporcionalmente com a aceitação da criança. Pois se torna
frequente a mãe colocar no prato a comida numa quantidade superior daquela que a criança vai ingerir, o ideal é que se
coloque proporcionalmente e pergunte se ela quer mais;
É significativo que a sobremesa seja apresentada à criança como parte da refeição, e não como algum tipo de agrado para
que compense o consumo de determinados alimentos; Deve-se controlar o consumo de líquidos – suco, água e,
principalmente, o refrigerante – na hora da refeição, isso pode fazer com que o estômago se dilate, produzindo estímulo de
saciedade precocemente; O ideal é que o líquido só seja oferecido após o termino das refeições, sendo água ou sucos naturais.
Os refrigerantes não precisam necessariamente ser proibidos, porem deve ser ingerido ocasionalmente;
É importante que proíba salgadinhos, balas e doces, pois isso poderá fazer com que a vontade ou interesse da criança
aumente. O ideal é que estes alimentos sejam consumidos ocasionalmente e em horários apropriados para que não
atrapalhem o apetite da próxima refeição;
O ambiente em volta da mesa deve ser agradável e a criança deve se sentar junto com os outros membros da família. Esse
ambiente favorece a aceitação dos alimentos, pois não basta a exposição do alimento, mas também o condicionamento social,
pois a família é o modelo para o desenvolvimento de preferências e hábitos alimentares. A criança deve estar inserida nesse
ambiente desde o primeiro ano de vida para que observe as pessoas e seus hábitos alimentares;
O ambiente deve ser tranquilo e agradável, sem televisão ligada ou quaisquer outras distrações como brincadeiras e jogos. O
ambiente tranquilo facilitará a confiança e o prazer da criança em se alimentar;
Fazer com que a criança se envolva em alguma etapa da preparação do alimento. É importante a criança estar presente na
escolha do alimento, ou no supermercado ou na feira, por exemplo;
-A falta de outros tipos de alimentos ou um novo de preparo pode tirar o apetite, e o interesse da criança pelo alimento;
-Uma alimentação equilibrada deve ser representada por uma refeição composta por folhas, legumes, carnes e complementos
como arroz com feijão ou uma massa;
-Evitar que a criança ingira alimentos com excesso de gordura, sal e açúcar;
-Procure comprar produtos com baixo índice de gordura do tipo “trans” e saturadas. Ofereça vegetais ricos em gorduras
monossaturadas e poli- insaturadas, principalmente na forma de ômega 3;
-Oferecer alimentos ricos em ferro, cálcio, vitamina A e D e zinco, pois são essenciais nesta fase da vida.
Na alimentação em fase pré-escolar, deve-se respeitar as leis da alimentação desenvolvidas em 1937, por Pedro Escudero, e
que ainda hoje são consideradas como a base de uma alimentação saudável para qualquer indivíduo. Conheça as leis a seguir:
1.Lei da quantidade – Esta lei determina que a ingestão de alimentos deve ser suficiente para atender às exigências do
organismo e mantê-lo em equilíbrio. Assim, é preciso ter bom senso para que não haja excessos e nem tampouco falta na
quantidade de alimentos. Tanto um quanto o outro podem causar problemas de saúde.
2.Lei da qualidade – Não basta apenas se alimentar com uma quantidade adequada de alimentos, é preciso que tal
alimentação tenha qualidade, ou seja, rica em nutrientes necessários para oferecer ao organismo toda energia necessária para
manter-se em equilíbrio. Assim, é preciso estar atento à variedade e qualidade da composição alimentar, dando destaque
sempre para carnes, vegetais e folhas. Quanto mais colorida a sua refeição, mais rica será em nutrientes.
3.Lei da harmonia – Além da qualidade e quantidade adequadas, é preciso que se estabeleça uma harmonia entre os
nutrientes, ou seja, devem guardar uma relação de proporção entre si. O corpo absorve os nutrientes em conjunto e não de
forma isolada, por isso é tão importante estarem em harmonia.
4.Lei da adequação – Por fim, é preciso que as três leis anteriores se adequem às condições do indivíduo, ou seja, durante toda
nossa vida, passamos por diversas situações antes que fazem com que nosso organismo tenha necessidades nutricionais
diferentes, como por exemplo, estado fisiológico como uma gestação, alteração patológicas como no caso de doenças ou
mesmo pelo ciclo de vida pelos quais passamos como a infância, a adolescência, a fase adulta e a idosa.
Outra grande preocupação na fase pré-escolar é a ingestão de substâncias como o cálcio e os mineiras. As próximas tabelas
ilustram a quantidade de alimentos necessários para se atingir a necessidade de cálcio em pré-escolares. Quantidade de
alimentos necessários para ser atingida a necessidade de cálcio – crianças de 1 a 3 anos
Alimentação do escolar
Nesta etapa da vida, que ocorre geralmente entre os 6 a 10 anos de idade, a criança encontra-se em pleno desenvolvimento
físico, através do crescimento constante e consequente ganho de peso. Este novo universo para a criança é fundamental no
desenvolvimento de novos hábitos tanto sociais quanto alimentares, tendo a escola ao lado dos pais um papel fundamental
neste processo.
Desta forma, é importante que a escola esteja atenta a essas novas descobertas para que crianças que até então tinham uma
alimentação regrada, não passem a se alimentar de forma inadequada através da grande oferta de alimentos, principalmente
frituras, que costumam estar disponíveis em suas “cantinas”. A escola precisa ter percepção para cobrar de seus parceiros que
oferecem as alimentações nos “recreios”, que tal alimentação seja saudável.
Infelizmente, o avanço dos conhecimentos e das tecnologias provocaram uma diminuição nas atividades físicas das crianças.
Isso somado aos alimentos industrializados e ricos em gorduras, provocou aumento nos casos de obesidade infantil e “fome
oculta”, ou seja, carência não explícita de micronutrientes, que levaram às deficiências nutricionais específicas pouco
evidentes, mas absolutamente prejudiciais à saúde.
Vale ressaltar ainda, estimativa da Organização Mundial de Saúde, realizada em 1997, observou que a obesidade atingia 203
milhões de adultos e 21,9 milhões de crianças no mundo. No ano anterior a esta estimativa, em 1996, o Brasil já havia
realizado uma pesquisa entitulada “Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde”, que revelou que 4,9% das crianças
brasileiras têm sobrepeso e a “Pesquisa Nacional de Orçamentos Familiares 2002/2003” evidenciou que há 10,5 milhões de
adultos obesos.
Essas observações e a necessidade de minorar as consequências do processo de transição nutricional exigem dos
profissionais de saúde, em geral, e dos pediatras, em particular, atenção redobrada na orientação da alimentação mais
adequada para cada faixa etária. Além de recomendações para a alimentação no domicílio, tornam-se necessárias orientações
sobre a merenda escolar e incremento de atividade física. Desde 1993, as recomendações alimentares foram mudadas, pois a
oferta de nutrientes deve ser suficiente para prover as perdas metabólicas diárias e para permitir o crescimento adequado.
O cardápio deverá ajustar-se à alimentação da família, conforme a disponibilidade de alimentos e preferências regionais. As
famílias devem ser orientadas sobre as práticas para uma alimentação saudável.
As refeições devem incluir, no mínimo, o desjejum, o almoço e o jantar. A merenda escolar deverá adequar-se aos hábitos
regionais, devendo ser evitado o uso de alimentos isentos de valor nutricional.
1. Alimentação equilibrada, observando as leis da alimentação, procurando ingerir nutrientes adequados, tanto em
quantidade quanto em qualidade, direcionados para o crescimento e desenvolvimento desta faixa etária;
2. Oferecer às crianças uma alimentação variada, observando todos os grupos alimentares, de forma a estimulá-la a
experimentar alimentos até então desconhecidos para ela, é claro. Evitando que consuma, em exagero, alimentos pobres
como: refrigerantes, doces e outras guloseimas;
4. Estar atento e evitar oferecer para as crianças alimentos ricos em gorduras saturada e trans que podem, com o tempo,
trazer graves doenças na vida adulta;
6. É preciso estar atento também aos alimentos ricos em cálcio, uma vez que nesta etapa do crescimento é preciso
reforçar a formação da massa óssea;
7. Por fim, observar se a criança está com ganho excessivo de peso. Neste caso, será importante adequar a de alimentos
ao gasto energético da criança, ou incentivá-la a praticar mais atividades físicas.
Alimentação saudável na escola
Alimentação saudável é um dos componentes que integram a concepção de Escola Promotora de Saúde. Neste sentido, os
Programas de Alimentação Escolar, que estudaremos mais à frente, devem não apenas garantir a toda comunidade escolar, o
acesso ao alimento com qualidade e quantidade adequadas, mas também incentivar o consumo de alimentos saudáveis.
Como já dissemos e vale sempre ressaltar, alimentação saudável não é encher a criança de comida e mantê-la de barriga
cheia. Muito pelo contrário, tanto a falta quanto o excesso podem ser prejudiciais à saúde. Oferecer uma alimentação
saudável à criança, é provê-la de nutrientes adequados tanto em quantidade quanto em qualidade, das quais possam suprir
suas necessidades de crescimento e desenvolvimento, proporcionando uma saúde rica, longe de doenças oportunistas
relacionadas à alimentação.
As doenças crônicas não transmissíveis como a obesidade, o diabetes e as doenças cardiovasculares são responsáveis por
altas taxas de morbimortalidade no mundo todo. Esta situação reflete as mudanças ocorridas no estilo de vida das pessoas,
especialmente nos hábitos alimentares e nos níveis de atividade física.
Os escolares ao adotarem hábitos alimentares adequados e estilo de vida saudável, terão melhor qualidade de vida na fase
adulta. A escola é um importante local para a promoção de alimentação saudável, pois grande percentual da população pode
ser atingido a custo baixo, já que existe uma estrutura organizada. O tempo de permanência dos alunos na escola é grande e aí
fazem uma ou duas refeições ao dia, durante cinco dias da semana. Além disso, há o fato do escolar ser um potencial agente
de mudança na família e na comunidade onde está inserido.
Como parte importante para estimular a alimentação saudável nos jovens e crianças, é preciso que as escolas intervenham
de forma construtiva, envolvendo seu corpo docente e demais funcionários. Desta forma, uma maneira interessante de
participar ativamente desse isso é ter em sua grade curricular, matérias que forneçam informações sobre saúde e alimentação
saudável, podem oferecer também aulas práticas de preparação de alimentos junto aos mais jovens, dia da fruta onde cada
aluno leva uma fruta e troca experiências com seus colegas, enfim, usar de criatividade para que estes jovens se interessem
por adquirir uma alimentação mais saudável.
Os programas de educação nutricional precisam ser adequados às diferentes faixas etárias e culturas. Há necessidade da
incorporação de conteúdos sobre saúde e nutrição, nos cursos de formação de professores de todos os níveis de ensino e da
participação dos profissionais de saúde em programas educativos sobre nutrição nas escolas.
A Organização Mundial da Saúde lançou em 2002, a “Estratégia Mundial sobre Alimentação Saudável, Atividade Física e
Saúde”, com enfoque preventivo e voltado para grupos populacionais de todo o mundo. Esta estratégia visa à promoção da
alimentação saudável e aumento da atividade física, com o objetivo de prevenir as doenças crônicas não transmissíveis e
promover a saúde da população. O governo brasileiro apoia este programa e destacou dois eixos de atuação para serem
inseridos na proposta nacional:
1. Incentivo ao consumo de legumes, verduras e frutas como abordagem importante na promoção da alimentação
saudável, considerando as evidências científicas que revelam que os riscos de ocorrência de doenças crônicas não
transmissíveis decrescem em função do consumo adequado e regular deste grupo de alimentos;
2. Reforço do papel da escola, considerada como espaço de promoção de hábitos saudáveis, na promoção da
alimentação saudável;
3. Definição de ações reguladoras não só para o marketing e publicidade de alimentos infantis, como também para a
comercialização de alimentos nas escolas.
Alguns estados e m s brasileiros vêm caminhando para regular a venda de alimentos nas cantinas. Em Santa Catarina, por
exemplo, que em dezembro de 2001 implantou uma lei que proíbe a venda de guloseimas e refrigerantes, nas cantinas de
escolas públicas e particulares do ciclo básico e as obriga a disponibilizar pelo menos dois tipos de frutas da estação.
Na cidade do Rio de Janeiro, a partir de um decreto de abril de 2002, também ficou proibida a venda de guloseimas nas
cantinas e no entorno das escolas da rede municipal de ensino. Em São Paulo, há também regras desde 2005, que propõem
normas para regularização de cantinas escolares, inclusive com listas de alimentos permitidos e proibidos para
comercialização.
Mas tantas ações dos governos não terão efeito se não houver medidas educativas concomitantes. Pois ainda não existe no
Brasil um programa oficial de educação nutricional para escolas públicas.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sensível às questões acima abordadas, constituiu um grupo de trabalho integrado
por membros dos departamentos de nutrologia, endocrinologia, saúde escolar, cuidados primários e adolescência para a
elaboração de um projeto conjunto, com o objetivo de promover hábitos alimentares adequados e estilo de vida saudável na
comunidade escolar, com a participação dos pediatras.
O Governo federal desenvolveu um programa de transferência de recursos financeiros para os Estados e municípios,
voltados para a aquisição de gêneros alimentícios destinados à merenda escolar, chamado: Programa Nacional de Alimentação
Escolar – PNAE, também conhecido popularmente por Merenda Escolar. Apesar de ter nascido em 1940, foi apenas no final da
década de 1980, mais precisamente na promulgação da nova Constituição Federal em 1988, onde garantia o direito
fundamental a alimentação escolar para alunos do ensino fundamental, foi que esse programa enfim decolou.
Seu funcionamento é muito simples. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE é o órgão responsável por
transferir os recursos, divididos em dez parcelas mensais para as prefeituras, secretarias de educação, creches e escolas
federais para que sejam usados única e exclusivamente para a constituição da merenda escolar, que por sua vez, servirá de
alimento apenas para as crianças matriculadas na educação infantil, em creches e pré-escolas, e no ensino fundamental das
escolas públicas ou mantidas por entidades beneficentes de assistência social.
– À prefeitura;
– Ao FNDE;
– Ao Ministério Público;
É importante ressaltar ainda, o que são essas entidades executoras. Quando os recursos são destinados para os alunos de
escolas da rede municipal, as entidades executoras são as prefeituras. Quando os recursos são destinados para os alunos da
rede estadual de ensino, as entidades executoras são as secretarias de educação dos estados participantes do programa. Para
participar do programa é importante observar algumas exigências:
• É preciso que se constitua um Conselho de Alimentação Escolar (CAE), que deverá agir como órgão deliberativo,
fiscalizador e de assessoramento;
• O solicitante deve ter ciência de que deverá prestar contas dos recursos recebidos;
• Deve-se observar todas as normas e regras do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE.
Depois de receber os recursos, é possível executar a compra dos alimentos de forma centraliza ou descentralizada, como
veremos a seguir:
-No modelo centralizador, a prefeitura fica responsável pela compra dos alimentos de todas as escolas que receberão o
incentivo, e também por sua distribuição;
-Já no modelo descentralizador ou escolarizado, a prefeitura repassa as verbas recebidas para cada uma das escolas
participantes do programa, sendo que estas se responsabilizam pela compra dos alimentos e respectiva prestação de contas;
-Há também casos de modelos mistos onde alimentos não perecíveis são comprados diretamente pelas prefeituras, enquanto
os alimentos perecíveis, por terem um prazo menor de validade, são comprados pelas entidades participantes do programa.
-O Conselho de Alimentação Escolar – CAE é composto por sete conselheiros que representam setores da sociedade
envolvidos no programa. O conselho é formado por:
Esses conselheiros são nomeados pelo prefeito, mas é muito importante que as pessoas sejam escolhidas e indicadas pelo
grupo que representam. O prefeito não pode rejeitar as indicações de cada grupo.
A eleição para a escolha dos representantes não é obrigatória. Mas, quando o conselheiro é eleito pelo grupo, fica mais fácil
atuar com independência.
O papel desse Conselho é acompanhar o programa e emitir pareceres que deverão apontar falhas se estas existirem, e
possíveis irregularidades que surjam no transcorrer das atividades.
Da mesma forma, o conselho deve estar atento se o programa tem cumprido o seu papel. Assim, devem estar atentos a
quatro observações:
Distúrbios alimentares
A obesidade infantil
De maneira didática, podemos conceituar a obesidade como sendo uma doença causada pelo acúmulo excessivo de gordura
corporal e, em razão disso, acaba por trazer grandes problemas de saúde aos indivíduos.
Ainda que seja tradada com uma condição clínica individual, ela é vista como um sério e crescente problema de saúde
pública. O excesso de peso predispõe o organismo a uma série de doenças:
Doenças cardiovasculares;
Hipertensão arterial;
Doenças cérebro-vasculares;
Diabetes mellitus tipo 2;
Coledocolitíase;
Câncer;
Osteoartrite.
Distúrbios lipídicos;
Hipercolesterolemia;
Diminuição de HDL ("colesterol bom");
Aumento da insulina;
Intolerância à glicose;
Distúrbios menstruais/infertilidade;
Apneia do sono.
De acordo com um estudo realizado entre 2008 e 2009, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, no Brasil, a
obesidade atinge:
Podemos classificar a obesidade infantil como: endógena ou primária, e exógena ou nutricional. Vejamos:
Endógena ou primária – Está relacionada principalmente, com problemas de ordem hormonal, como: alteração de
metabolismo tireoidiano, gonadal, hipotálamohipofisário; tumores como o craniofaringeoma e as síndromes genéticas. É
manifestada na infância, pois é causada pelo aumento das células adiposas no organismo e, isso implica na dificuldade da
perda de peso e também gera uma tendência geral.
Exógena ou nutricional – Trata-se de um problema multicausal que pode ocorrer em qualquer fase da vida e, é causada pelo
desequilíbrio entre a ingestão e o gasto calórico. Portanto, a idade do início do quadro é um ponto muito importante no
entendimento do desenvolvimento da obesidade na infância. Quando surgem nesta fase da vida, as chances de complicações
futuras são muito maiores, como aumento do colesterol, triglicerídeos e redução da fração HDL colesterol (“colesterol bom”),
aumentando com isso, o risco de doenças relacionadas ao coração.
Os pediatras não recomendam exames frequentes em crianças e adolescentes, a não ser que haja situações de risco, porém,
cabe aos pais evitar que as crianças levem uma vida sedentária. Trata- círculo vicioso, uma vez que o sedentarismo leva à
obesidade, e a obesidade facilita o sedentarismo. Desta forma, os pais precisam estar atentos para estimular seus filhos a
praticarem esportes, brincarem ao ar livre e outras atividades que estimulem o exercício físico.
Com o aumento da tecnologia e a insegurança das ruas é muito comum observarmos crianças que passam o dia em frente à
televisão, no computador e principalmente nos videogames, o que contribui sensivelmente para uma diminuição dos gastos
calóricos diários. Apenas como exemplo, apurou-se que a taxa de obesidade em crianças que assistem televisão em média de
uma hora diária é de 10%, enquanto o hábito de persistir por mais de três horas, eleva essa taxa para aproximadamente 27%.
Crianças e adolescentes que já se encontram em situação de obesidade, devem ser incentivados a praticarem atividades
físicas, porém, é preciso adotar alguns cuidados para que não se sintam expostos. O primeiro passo é realizar uma avaliação
clínica que deverá orientar sobre os cuidados na prática de atividades.
Geralmente, a criança obesa não se sente muito confortável em praticar esportes e tão pouco frequentar academias, por
isso, os pais devem estar dispostos a participarem ativamente dos eventos, contribuindo assim, para a melhora da saúde de
seus filhos. Portanto, os pais podem abusar da criatividade para criar atividades lúdicas que atraiam as crianças, e que as
façam participar ativamente das brincadeiras. É não é só isso, devem aproveitar todas as oportunidades para praticarem
exercícios, por exemplo, mora em apartamento, suba as escadas e abandone o elevador, ou quando estiver passeando no
shopping, não ande de escada rolante, também vá de escada normal. Tudo isso, junto com uma alimentação equilibrada,
contribui para uma melhora na saúde dos jovens.
De nada adianta, porém, todo um trabalho de atividade física se os pais não conseguirem adequar a alimentação dessas
crianças. Por exemplo, nada adianta subir e descer escadas no shopping, se a refeição for um lanche “daquela” rede de fast
food. É preciso que os pais participem ativamente e colaborem para que a criança readquira hábitos saudáveis, não só fora de
casa, mas principalmente em casa. Por exemplo, os pais devem evitar comer assistindo ao jornal ou a novela.
Além das atividades físicas e de uma alimentação equilibrada, é preciso descobrir as causas da obesidade. Como já vimos, ela
pode ter origem endógena ou exógena. Quando se tratar de origem endógena, é preciso diagnosticar a doença que deu causa
à obesidade e tratá-la com prioridade e quando a origem for exógena, ou seja, um desequilíbrio entre a ingestão de alimentos
e o gasto calórico, será preciso adotar as regras ditas anteriormente e reequilibrar a alimentação, acompanhada de atividades
físicas. Como dicas para uma alimentação saudável e equilibrada, sugerimos:
O aleitamento materno deve ser estimulado pelo menos até os seis meses de vida, sendo introduzido, aos poucos,
alimentos mais sólidos;
Estabelecer rotinas com horários para refeições principais e lanches intermediários. Os intervalos devem ser de no
mínimo uma hora e meia, e no máximo três horas;
Oferecer porções adequadas ao tamanho da fome da criança, evitando coagir a criança a “limpar” o prato;
Oferecer sobremesas saudáveis como uma fruta ou gelatina;
Evitar que a criança sacie sua sede com refrigerantes ou sucos. O ideal é estimular o consumo de água;
Evitar comprar muitas guloseimas que façam a criança sair dos horários de rotina;
Evitar o uso de açúcar e adoçantes. O mel é um bom produto para substituição;
Ainda que estejam cansados depois de um dia de trabalho, é importante estimular as atividades físicas das crianças;
É importante que no caso de uma eventual necessidade de dieta de baixa caloria, como por exemplo, um trabalho de
reeducação alimentar com base em uma dieta hipocalórica balanceada, a família esteja preparada emocionalmente para
suportar essa fase que para a criança pode ser extremamente complexa e estressante. Em razão disso, pode ser importante o
acompanhamento de um profissional da área de psicologia, que ajudará tanto a criança quanto a família a superarem esse
período.
Apenas para ressaltar, a dieta hipocalórica balanceada é uma dieta na qual a criança receberá um volume de calorias
relacionado com seu gasto em atividades físicas. Serão de 5 a 6 refeições diárias, compostas de carboidratos (50 a 60%),
gorduras (25 a 30%) e proteínas (15 a 20%). É importante lembrar ainda que devem ser evitadas dietas muito restritas que
podem colocar em risco a saúde da criança, e muito menos dietas baseadas em um único alimento ou líquidos apenas.
O índice de massa corporal – IMC é o método mais usado e simples para se determinar se a pessoa está ou não obesa,
medindo sua gordura corporal. O IMC é calculado dividindo o peso do indivíduo em quilos, pelo quadrado de sua altura em
metros. A equação do IMC é:
KG representa o peso do indivíduo em quilogramas e M é sua altura em metros. Para a análise clínica, os médicos levaram
em consideração vários fatores como:
Raça;
Etnicidade;
Massa muscular Idade;
Sexo.
Estes fatores, citados acima, podem influenciar a interpretação do índice. As atuais definições estabelecem a seguinte
convenção de valores, acordada em 1997, e publicada em 2000. Veremos abaixo a tabela com a interpretação dos dados
obtidos pelo IMC:
É importante deixar claro que esses valores não devem ser considerados como exatos, uma vez que indivíduos muito
musculosos podem ter seu IMC superestimado e indivíduos que tiverem perda acentuada de massa corporal, como idosos,
podem ter seu IMC subestimado.
Além da curva de crescimento, muito utilizada por pediatras para avaliar o comportamento de crescimento e ganho de peso
de crianças, é possível também utilizar a regra do IMC. Porém, é preciso adotar certos cuidados para definir sobrepeso e
obesidade, uma vez que existem muitos critérios diferentes para realizar as comparações nos estudos de prevalência.
Os profissionais têm adotado o critério sugerido pelo Center for Disease Control (CDC), que como base nas tabelas de IMC
para crianças e jovens de 2 a 19 anos de idade, sugerem os seguintes termos:
•Risco de peso – para aqueles com IMC para idade e sexo em percentuais maiores que 85;
•Sobrepeso – para aqueles com IMC para idade e sexo em percentuais maiores que 95.
Além da regra do IMC, é possível verificar a gordura corporal a partir da análise de medida das pregas cutâneas,
principalmente na região do cotovelo. Além disso é possível realizar testes de bioimpedância, tomografia computadorizada,
ultrassom ou ressonância magnética. Porém, esses são casos que se procura analisar com mais detalhes a estrutura corporal
do indivíduo.
Sedentarismo;
Incapacidade obrigatória;
Síndrome de Cushing;
Hipotireoidismo;
Ovários policísticos;
Pseudohipaparatireoidismo;
Hipogonadismo;
Déficit de hormônio de crescimento;
Aumento de insulina e tumores pancreáticos produtores de insulina;
Ligada ao cromossomo X;
Cromossômicas (Prader-Willi);
Síndrome de Lawrence-Moon-Biedl.
Devido ao crescimento da obesidade infantil no mundo, apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente o
Ministério Público realiza uma campanha contra a obesidade infantil. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009,
do IBGE, indicam que, em 20 anos, os casos de obesidade mais do que quadruplicaram entre crianças de 5 a 9 anos, chegando
a 16,6% (meninos) e 11,8% (meninas).
A nutricionista Inês Rugani, professora da Uerj e sanitarista do Instituto de Nutrição Annes Dias. Ela diz que, "a obesidade
vem aumentando faz tempo entre os adultos, mas não era observada na infância dessa forma. Tratamos a obesidade infantil
como uma epidemia pelo ritmo vertiginoso de aumento que está tendo no mundo, e o Brasil está acompanhando esse
fenômeno", diz Rugani, apontando que, em contrapartida, o processo de desnutrição está em processo de superação no país.
Em uma recente pesquisa a The Obesity Society Task Force aponta que hoje no mundo, o Brasil ocupa o terceiro lugar no
ranking de países com maior número de crianças com obesidade infantil, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do
México.
Veja:
Como falado anteriormente, o índice de crescimento da obesidade infantil no Brasil é o mais alto do mundo. E se continuar
assim, o Brasil em 10 anos liderará o ranking de países com mais crianças obesas do mundo.
A The Obesity Society Task Force aponta também a existência de um chamado obesity circle (círculo da obesidade, em
português). Este círculo reafirma que uma criança obesa se tornará um adulto obeso. Veremos o círculo abaixo:
Este mesmo estudo mostra que no Brasil existe um tipo de fenômeno, pois enquanto nas regiões sul e sudeste há um grande
índice de obesidade infantil, nas regiões norte e nordeste existem um grande índice de desnutrição infantil.
Desnutrição infantil
“Desnutrição é uma doença carencial evolutiva, crônica, exclusivamente vinculada à idade da latência, que sob o
denominador comum da fome, afeta especificamente a nutrição e cujo substrato metabólico reside na alteração da função
fundamental da célula: o crescimento”. (MARCONDES, 1976: 12)
É uma doença devastadora e uma das principais razões para a alta mortalidade infantil em países mais carentes.
Infelizmente, ainda não foi possível apurar números conclusivos sobre a incidência e prevalência dessa doença, no entanto, é
fácil concluir que as famílias de baixa renda, principalmente aquelas situadas na região norte e nordeste do país passam ou já
passaram por situações de desnutrição.
Isso fica nítido ao analisarmos os números do Estudo Nacional de Defesas Familiares (ENDEF), que aponta que no Brasil, há
cerca de 20 anos atrás, quase 8 milhões de crianças, menores de cinco anos, eram portadoras de algum grau de desnutrição. A
The Obesity Society Task nos mostra que o nordeste brasileiro, com 1/3 da população do país reunia a maior parte desses
casos:
A desnutrição é o resultado de vários fatores tanto sociais, quanto econômicos e patológicos. Veremos abaixo, alguns destes
fatores:
Para classificar a desnutrição é preciso relacioná-la a sinais circunstanciais, e a uma classificação por peso/idade e
peso/altura, uma vez que uma criança desnutrida tende a ser muito mais magra do que baixa. Assim, segundo a classificação
de Coste, a classificação da desnutrição pode ser apresentada da seguinte forma:
Desnutrição de 1º grau – déficit de peso superior a 10%; Desnutrição de 2º grau – déficit de peso superior a 25%;
Desnutrição de 3º grau – déficit de peso superior a 40%.
Esta classificação pressupõe o conhecimento de padrões normais de crescimento físico, mas não leva em consideração a
altura da criança. Os limites de 10,25 e 40% são empíricos, mas não há outro modo nesse tipo de classificação. Em biologia,
segundo o autor citado logo acima, os critérios usados para a classificação desse problema, apresentam os pesos limites para o
enquadramento dos pacientes nos três graus de desnutrição.
A sintomatologia clínica da desnutrição é extremamente variada, pois sendo esta doença sistêmica e inespecífica, afeta em
graus variáveis cada uma das células do organismo. A análise de um grande número de crianças desnutridas possibilitou a
separação dos sinais e sintomas da desnutrição em três categorias, segundo Coste:
•Sintomas universais;
•Sintomas circunstanciais;
•Sintomas agregados.
Os sintomas universais são aqueles presentes em qualquer situação, independente do grau ou aspectos clínicos. Costumam
ser relacionados às disfunções e atrofia levando à interrupção do crescimento e desenvolvimento.
Os sintomas circunstanciais são aqueles que, como o próprio nome diz, aparecem em algumas circunstâncias, tornando-se
manifestações dos sintomas universais. Os sintomas mais comuns podem ser representados por quedas de cabelos, edemas,
baixa temperatura do corpo, insuficiência cardíaca, entre outras. A presença desses sintomas é de fácil observação,
contribuindo muito para um diagnóstico rápido da doença.
Os sintomas agregados não estão relacionados com a desnutrição em si, mas com os problemas que ela pode trazer à
criança. Em muitos casos, estão tão intimamente ligados que pode ser tornar difícil separar o que são os sintomas de
desnutrição, dos sintomas de doenças oportunistas. Entre as principais consequências da desnutrição infantil, podemos
destacar:
Quanto ao tratamento, é preciso que se tenha em mente que os objetivos principais são:
É importante destacar que não existem tratamentos específicos, pois, costumam variar de acordo com o grau de
desnutrição, porém, há regras gerais que, em qualquer situação, irão contribuir para a recuperação do indivíduo desnutrido.
Dentre elas, podemos destacar:
Disponibilizar para o desnutrido uma dieta específica para seu caso, orientada por especialista e acompanhada por um
trabalho de reeducação alimentar;
Transmitir ao desnutrido orientação de cuidados com a higiene alimentar e pessoal;
Fazer com que a família e sociedade, neste caso, especialmenterepresentada por professores, participem de forma
ativa nesse processo de recuperação, incentivando e orientando os jovens sobre a importância de uma alimentação
saudável e equilibrada, dando suporte emocional a fim de se evitar a regressão do problema.
Nesta etapa da recuperação, será importante aproveitar ao máximo cada alimento oferecido ao paciente. Assim, sugerimos
a seguir mais algumas dicas de como evitar o desperdício de nutrientes, principalmente de frutas e verduras:
Procure consumir os alimentos ainda frescos, pois o tempo de armazenamento contribui para a perda de nutrientes;
Usar mixers ou liquidificadores também facilita a perda de vitaminas, portanto, evite o uso;
Procure cozinhar as verduras no vapor. Isso ajuda na retenção de nutrientes;
Da mesma forma, não deixe que os alimentos permaneçam em cozimento por muito tempo;
Você pode aproveitar a água dos cozimentos, que também está rica em nutrientes, para preparar outros pratos;
Evite adicionar substâncias artificiais aos alimentos, como por exemplo, o bicarbonato que ajuda a ressaltar a cor dos
vegetais. Isso contribui para a dispersão de vitaminas;
Cozinhe sempre os alimentos em fogo brando;
Conserve os alimentos na geladeira em temperaturas entre 20 e 27°C.
É interessante destacar também o material elaborado pelo Ministério da Saúde, chamado de “Os dez mandamentos da
alimentação saudável”, que devem ser observados para garantir a manutenção de uma alimentação saudável. Não se trata de
uma dieta restrita para desnutridos, apenas recomendações para o público em geral. São elas:
1– Comer frutas e verduras, esses alimentos são ricos em vitaminas, minerais e fibras;
2– Para cada duas colheres de arroz, comer uma de feijão. Esses dois alimentos se complementam principalmente no que diz
respeito às proteínas (a proteína que falta em um, tem no outro e vice-versa). O hábito bem brasileiro de comer o arroz com
feijão tem sido bastante recomendado;
3– Evitar gorduras e frituras. Comer muitos alimentos ricos em gorduras pode provocar o aparecimento de doenças como a
obesidade, as doenças cardiovasculares, a hipertensão e o diabetes, entre outras;
4– Usar uma lata de óleo para cada duas pessoas da casa, por mês. Essa medida serve para a pessoa ter uma ideia, da
quantidade de óleo que deve ser usada no preparo dos alimentos;
5– Realizar três refeições principais e um lanche por dia. Isso evita longos períodos de jejum. O ideal é comer mais vezes por
dia, mas em menores quantidades (aumentar a frequência e diminuir o volume). Quem fica muitas horas sem se alimentar
acaba sentindo muita fome e comendo exageradamente, o mesmo acontece com quem não tem hora certa para comer ou
“pula uma das refeições”;
6– Comer com calma e não na frente da TV. Quando comemos com pressa, não saboreamos o alimento e demoramos mais
tempo para ficar satisfeitos. Por isso, comemos mais. É como se o organismo não tivesse tempo suficiente para “perceber” a
quantidade de alimento ingerida. Comer e assistir à televisão ao mesmo tempo faz com que a pessoa se distraia e não controle
a quantidade de alimentos que está consumindo. Além disso, as propagandas de produtos alimentícios despertam ainda mais
o apetite e, por consequência, a gula;
7– Evitar doces e alimentos calóricos. Devemos prestar atenção não só na quantidade, mas também na qualidade dos
alimentos, pois existem aqueles que são pobres em nutrientes e ricos em calorias. São chamados de “calorias vazias”. O
consumo exagerado desses alimentos, que em geral são os doces e alimentos gordurosos facilitam o surgimento de doenças
como a obesidade, o diabetes e as doenças do coração, entre outras;
8– Comer de tudo, mas caprichar nas verduras, nos legumes, nas frutas e nos cereais. Não é preciso “cortar” nenhum alimento
da dieta. Basta estar atento às quantidades e dar preferência aos alimentos ricos em nutrientes ao invés de calorias. É
importante ainda não esquecer os “sagrados” oito copos de água por dia;
9– Atividade física com duração e frequência. O ideal é fazer um pouco de atividade física todos os dias;
10– Você não precisa ficar várias horas fazendo exercícios e suando sem parar. “Pegar pesado” é para atletas. A criança, assim
como as pessoas em geral, deve procurar uma atividade que lhe agrade, podendo convidar um amigo para participar. O
professor de educação física é a pessoa certa para dar orientações sobre o assunto. O que não pode é ficar parado!
Distúrbios alimentares
As crianças, mesmo aquelas recém-nascidas, podem sofrer de distúrbios alimentares. Vamos apresentar a seguir, alguns
distúrbios que achamos importantes, terem conhecimento:
Trata-se de uma falha no processo de alimentação, para especialistas, de difícil explicação, que provoca uma dificuldade no
ganho de peso ou mesmo em casos mais graves, uma perda de peso significativa. Como já dito antes, os especialistas não
conseguiram encontrar qualquer relação com problemas gastrointestinais, simplesmente, caracteriza-se como uma
perturbação alimentar. Para que esse tipo de transtorno se caracterize na primeira infância, é preciso que se apresente antes
dos seis anos de idade. Quanto aos sintomas, os bebês geralmente apresentam durante as refeições, grande irritação e os pais
relatam grande dificuldade em acalmá-los. Nos momentos em que não estão sentados à mesa, costumam aparentar apatia e
retração, provavelmente causada por fraqueza devido à falta de alimentação. E não são raros os casos de atrasos no
desenvolvimento.
É preciso estar atento, pois este tipo de transtorno está presente em situações onde os pais não conseguem interagir de
forma adequada com seus filhos, ou seja, durante as refeições. Crianças que sofrem coação dos pais para se alimentarem
corretamente estão propensas a adquirirem este tipo de transtorno. Da mesma forma, tal transtorno pode surgir em situações
traumáticas como nas separações, seja por decisão dos pais ou pela perda repentina de um deles.
Ainda por razões psicológicas, este transtorno pode surgir em virtude da forma inadequada de desmame realizada pela mãe.
O processo de mudança na alimentação deve ser gradual, chegando num determinado momento que os pais deverão
introduzir uma alimentação mais sólida, mas ainda mantendo a amamentação. Isso facilita a adaptação e evita que a criança
fique extremamente irritada.
Vômitos
Os vômitos, caracterizados por jatos de alimentos expelidos pela boca, são causados por contrações ais, podendo ter muitas
razões, dentre as quais podemos destacar:
1. Excesso de alimentos, ou seja, as crianças em razão da falta de controle de sua saciedade podem se alimentar mais do
que necessitam. No caso de bebês em fase de amamentação, podemos atribuir uma parcela da responsabilidade às
mães, uma vez que também sentem insegurança no volume de leite oferecido aos bebês e acabam por ultrapassar o
limite, causando o vômito;
2. Neste sentido também, os bebês que não conseguem realizar uma pega adequada da mama, acabam por engolir o ar
junto com o leite e isso pode causar vômitos;
3. Os vômitos podem ser causados também em crianças maiores por questões psicológicas. Profissionais da área
entendem que as crianças com dificuldades emocionais, podem usar o vômito como uma ferramenta para chamar a
atenção dos pais.
Ruminação ou regurgitação
Trata-se da devolução da alimentação ingerida para a boca, provocando a sua remastigação e nova ingestão. É um problema
que surge principalmente entre os 3 a 6 meses de vida e pode se tornar sério se não for tratado.
Mas que fique claro, essa devolução à boca ocorre de forma espasmódica, ou seja, a criança não faz força para que o
alimento seja devolvido, também não costuma causar náuseas e nem repugnância.
Para identificar este tipo de problema, característico dos bebês, é preciso adotar uma posição na qual tencionam e arqueiam
as costas com a cabeça estirada para trás, projetando a mandíbula para frente com movimentos de sucção da língua.
Ressaltamos que isto poderá ocorrer a qualquer momento do dia, não necessariamente após as refeições. O melhor caminho
para retomar uma vida normal, além de oferecer toda a atenção e o máximo de distrações à criança, é também estabelecer
um vínculo mais próximo entre mãe e filho.
Constipação
Trata-se de um problema de retenção fecal, ou seja, a criança para de evacuar, podendo transformar uma simples causa, em
um transtorno crônico e de difícil reversão.
Como a maioria dos outros problemas, este também pode ter origem psicológica.
A anorexia infantil é um transtorno alimentar causado pela recusa de alimentos que, geralmente, pode se estender até os 12
anos de idade. Pode ter origens tanto físicas quanto psicológicas.
Fisicamente pode estar ligada ao crescimento dos dentes, alguma doença e consequentemente a ingestão de remédios,
problemas de má-digestão, entre outros. Já com relação às causas psicológicas, a anorexia pode surgir quando a criança passa
por uma fase de ansiedade, depressão, irritação, medo de provar alimentos diferentes ou mesmo por influência da sociedade
que exige que a pessoa seja magra como modelo de sucesso.
Na maioria dos casos, este transtorno é passageiro, bastando que os pais ofereçam toda atenção e paciência necessária
durante as refeições. Porém, se este quadro permanecer por um longo tempo, os pais devem procurar ajuda de profissionais
como o psicólogo.
A atenção da família é essencial para que este quadro desapareça. Os pais devem procurar realizar as refeições em família,
sempre incentivando a criança a experimentar novos alimentos e explicando a importância de se alimentar corretamente.
Como já dissemos várias vezes ao longo do curso, os pais não podem praticar “terrorismo” durante as refeições. Obrigar a
criança a comer, coagindo-a, ameaçando-a ou simplesmente tentando suborná-la não é o melhor caminho para acabar com
esse quadro.
Durante esta fase da vida, esse transtorno pode ser facilmente solucionado. Especialistas entendem que, com o devido
acompanhamento pediátrico, permitindo que a criança se alimente sem pressão, da forma como quiser e quando quiser, a
sensação de pressão e tortura exercida pelos pais para uma alimentação saudável desaparece em até 15 dias, constituindo
assim, uma relação mais saudável entre pais e filhos durante as refeições.
Refeições monótonas e pouco palatáveis, facilmente recusadas por adultos, serão também rejeitadas pelas crianças sem que
isso signifique inapetência delas. Neste sentido, as papas salgadas e as sopas liquidificadas que não permitem nem a
mastigação e a percepção dos sabores individualizados dos alimentos, contribuem para a recusa alimentar e reforçam a
necessidade da elaboração mais cuidadosa nas refeições das crianças.
Os pais devem ter em mente que a saúde de seus filhos é mais importante que qualquer outra atividade, por isso, devem
priorizar principalmente o cuidado com as refeições. Não importa o que aconteça, as crianças não podem se alimentar de
comidas pré-prontas ou enlatadas. Em apenas uma hora é possível preparar uma refeição saudável, rica em legumes e outros
vegetais. Portanto, os pais não podem usar o argumento de que trabalham e não possuem tempo para preparar as refeições.
Bulimia infantil
A bulimia também está presente nos transtornos de alimentação durante a infância, uma vez que está intimamente
associada à anorexia. Trata-se de um processo de alimentação, muitas vezes em excesso, seguida de vômitos forçados. Na
infância, a bulimia é menos intensa e causa menos danos.
Pode causar sérios danos à saúde das crianças, dentre os quais, podemos destacar:
Por ser um transtorno de ordem psicológica, os principais tratamentos ocorrem por meio de seções de Psicoterapia
Cognitivo-Comportamental (TCC) e medicação. De preferência que esses tratamentos ocorram de maneira conjunta,
oferecendo melhores resultados.