Louis Riboulet - História Da Pedagogia
Louis Riboulet - História Da Pedagogia
Louis Riboulet - História Da Pedagogia
R I B O U L E T
Diplomado em Estudos superiores de Filosofia e História da educação,
Professor no Instituto N. D. de Valbenoite, em Saint-Etienne
H I S T O R I A
D A
P E D A G O G I A
IM P R IM A -S E
t Paulo
Bispo A u x ilia r
São Paulo, 16 de A b ril de 1951.
L. R I B O U L E T
D iplomado em Estudos superiores de Filosofia e História da educação,
Professor no Instituto N. D. de Valbenoite, em Saint-Etienne
H I S T O R I A
D A
P E D A G O G I A
L IV R A R IA F R A N C ISC O A L V E S
E D IT Ô B A P A U L O DE A Z E V E D O L T D A .
R io d e Janeiro I S ã o P a u lo I B e lo H orizon te
Eua do Ouvidor, 166 | E. Libero Badaró, 292 | E. Bio de Janeiro, 655
A ndré B audrillart
I N T R O D U Ç Ã O
NA ANTIGUIDADE
---- — ............................................= .
A E p tíC A Ç Â O NOS P O V O S N Ã O C IV IL IZ A D O S
C A PÍTU LO II
A EDUCAÇÃO NA CHINA
C A PÍTU LO III
A EDUCAÇÃO NO JAPÃO
CAPÍTULO V
Religião. — Pelos textos conhecidos até << dia de hoje, a mais an-
llga form a dê religião dos Assírios tf dos Babilônios fói o politeísmo.
Cada cidade tinha o seu (1'eus, o qual possuía .d seu templo, recebia as
homenagfns <io póvo e o protegia. Este deus era assistido poiv uni nú
mero considerável de divindades secundárias. O rei da cidade não era
mais do que oi seu representante ou o seu sacerdote. No decurso dos
séculos o número das divindades diminuiu e uma hierarquia se formou,
íi lesta da qual se achava reunida Uma espécie de tríade composta de
.Inou, deus do céu de En-lil, deus da terra e de Ea, delis do mar.
Os Assírios e Babilônios tinham a alma religiosa- Os textos dos
li i dos
e das orações que dirigiam fi divindade exprimem sentimentos
muito elevados. Acompanhavam as suas súplicas com presentes, li-
bações e sacrifícios. Tinham a noção, do liem e do mal e consideravam
a doença e ás provações como castigos. O culto que tributavam aos
mortos, prova que tinham idéia da vida futura. Mas nenhum texto
conhecida atesta a sua crença na ressurreição geral ou 11a transmigra-
ção das almas.
Castas. — O s E g íp c io s d iv id ia m -s e e m t r ê s c a s ta s - A m a is e le v a d a
e m a is in flu e n t e e r a a d o s sa cerd o tes. E x e r c ia m a m a io r a u to r id a d e
s ô b r e o p o v o e a t é s ô b r e c s f a r a ó s . T in h a m o m o n o p ó lio d a c iê n c ia e
d a a r t e d o g o v ê r n o . U s a v a m u m a e s c r it a e s p e c ia l, os h ier ó g lifo s. A b a i x o
d ê le s d is tin g u ia m s e q u a t r o o r d e n s d e p r o f e t a s ; a m e sm a c a s t a c o m
p r e e n d ia a in d a p r o fe tis a s , cscrib a s e hom en s dc a rte ou c iê n c ia ; m é d ic o s ,
e m b a ls r m a d o r e s , a r q u ite t o s e e n g e n h e ir o s . A s e g u n d a c a s t a e r a f o r
m a (Ta d o s g u erreiro s, c o n s id e r a d o s n o b re s.' A t e r c e ir a , d o p o ro , e r a d i
v id id a e m v á r ia s c o r p o r a ç õ e s : o p e r á r io s , a r t ífic e s , b a r q u e ir o s , n e g o c ia n
te s e p a s t o r e s .
Educação — Reconhece-se h oje que a civilização dos
egípcios precedeu a dos Caldeus. Os Egípcios sempre es
timaram a instrução, y m sábio dizia ao filho: “ Dá teu
coração à ciência e ama-a com o a uma mãe, pois não há
nada mais precioso que a instrução” . E acrescentava: “ O b
serva bem : não há nenhuma profissão que não seja gover
nada. Só o hom em instruído se governa a si próprio” .
Encaravam o saber sobretudo com o m eio de alcançar fo r
tuna e honras. O iletrado era visto com o um animal de
carga. Estas idéias levaram -nos a m ultiplicar as escolas.
De todos os países da antiguidade, diz Maspero, o Egito é
talvez aquele em que a instrução foi mais geralmente di
fundida” . Os mestres pertenciam geralm ente à primeira
casta, e visavam sobretudo manter a supremacia dos sa
cerdotes, a autoridade das castas superiores e a submissão
das castas inferiores.
CAPÍTULO VIII
C A PÍT U L O IX
A EDUCAÇÃO NA GRÉCIA
A educação em Esparta
A o r g a n iz a ç ã o d a e d u c a ç ã o , e s p a r ta n a r e m o n ta a I J r u r g o fSSO A.
C .). E ste ilu s t r e le g is la d o r t in lia h a u r id o a lg u m a s d a s su a s id é ia s em
M in o s, r e i de C r e ta , q u e n a m a is r e m o t a a n tig u id a c fe t in h a levado esta
iih a a um n o t á v e l e s t a d o d e c iv iliz a ç ã o .
L ie u r g o t i v e p o r fim s « jr e t u d o f o r m a r s o ld a d o s , p o r q u e E s p a r ta
e s t a v a s e m p r e a m e a ç a d a p e r o u t r o s p o v o s d a L a c ô n ia , e êle m esm o,
p a r a se m a n te r n o p o d e r , tin h a p r e c is ã o d e u m a f ô r ç a m ilit a r im p o m e n t a
A educação em Atenas
I. — Pitágoras (582-500)
Pitágoras nasceu em Sumos. Tules e Forécides o iniciaram na fi
losofia- Continuou os estudos nu Egito onde morou vinte e dòis anos.
Cambises, levando-o cativo para Babilônia, aproveitou-s.e dêle para ss
instruir nas ciências dos Oalaeus. Uma tradição admite que êle tenha
ido até as Índias para consultar os brâmanes dêste pais.
A sua volta abriu em Crotona, uma escola filosófico-ascética, na
qual reuniu até 300 discípulos, listes, antes de serem admitidos a re
ceber diretamente rs lições do filósofo, deviam, durante vários anos.
guardar silêncio rigoroso, exercitar st' na prática da virtude, ocupar-se
com o estudo, jam ais interrogar o mestre e aceitar sem discussão o que
lbes ensinava.
Sócrates foi a princípio escu ltor; mrs, a conselho cie Critos. vol
tou-se para a filosofia. Prrpôs-se um fim duplo: combater os sofistaa
e instruir a juventude. A firm eza foi a sua virtude dm in an te. Distin-
guiu-se na batalha de A n fípolis: salvou a vida a Alcebíades. cm Poti-
déia e a Xenofonte, na retirada de Délium. Provocou o ódio dns sofistas
convencendo-os de ignorância, lílps o acusaram de desprezar os deuses
e de corromper a mocidade, sendo Sócrates condenado a beber cicuta.
P l a t ã o n a s c e u e m A t e n a s n o m e s m o a n o d a m ort e ' d e P é r i e l e s . D e s
t i n a v a - s e à p o e s ia , m a s C r á t i l o o in i c io u na f i l o s o f i a d o s jô n io s- A o s
vin t e a n o s a p e g r j~ s e a S ó c r a t e s , (Ve q u e m f o i o m a i s b r i l h a n t e alu no.
D e p o i s dc’ r e s id ir e m M é g a r a . f ê z v i a g e n s ã S i c il i a , a C ir en e, a o E g ito .
T a m b é m v i s it o u a I t á l i a e t e v e r e l a ç õ e s d e a m i z a d e coiu A r q u i t a s de
T a r e n t o e o s p i ! a g ó r i c o s . A o s q u a r e n t a an os, f u n d o u a A c a d e m ia qu e
l o g o se c e l e b r i z o u . O se u c a s i n o f i l o s ó f i c o f o i i n t e r r o m p i d o p o r u m a
n o v a e s t a d a n a S ic ili a . V olta ndo su a p á t r i a e n s in o u a t é a m<«rte.
IV . — Aristóteles (384-322)
A r i s t ó t e l e s n a s c e u e m E s t n g i r a , c o l ô n i a g r e g a (la T r á c i a . O p ai
in l c i o u - o na m e d i c i n a e n a fil. «sofia. S e g u i u d u r a n t e v in t e at .os as l i
ções de P latão. F i l i p e d a i l a c c lô nia ( e n f i o u - l h e a e d u c a ç ã o d o f i l h o
A lexandre. C o n j e t u r a - s e q u e o f i l e s ifo a c o m p a n h o u o r ea l a l u n o e m a l
gu m as expedições. V o l i o u o f i x o u - s e c m A t e , . a s o n d e fu n d o u , n o g i n á s i o
d o L i c e u , u m a e c n Ja c é le b r e . A c u s a d o d e d e s p r e z a r a r e l i g i ã o d o p o v o
fu g iu p a r a C á lcis ond e m orreu.
Obras. — A r i s t ó t e l e s t r a t o u de t o d o s o s c o n h e c i m e n t o s h u m a n o s .
A s s u a s o b r a s f o r m a m v a s t a e n c i c l o p é d i a e s ã o (ã o n «iá veis p e l a be l e z a
d a f o r m a c o m o p e l a s q u a l i d a d e s (lo pe .s ..m en te . S ã o a s m a i s i m p o r t a n
t e s : a s C a te g o r ia s, a s A n a lí tic a s, os T óp ic os, a s l i ç õ e s d e Física, o t r a t a d o
d a A l m a , <$ t r a t a d o s m e t a f í s i c o s , a M ora l a N i t ó m a c o , a P o l í t i c a ; a E c o .
nôm ica, a R e t ór ic a , a P o é t i c a t etc..
V . — Xénofonte (430-355)
V I. — Plutarco (50-120)
B i b l i o g r a f i a . — P l i tt a r q u e , Opusculcs s ii r 1’éduration. — O . G r é \ r d ,
La morale de Plvtarque ( P a r i s , 1891) . — Xonreau Dictionnaire de pcda.
fiogie, a r t . Piutarqnc. — S a n t e G i u f f r i d a , Storia delia Pedagogia, 2e.
íV lition ( p . 91- 101) .
C A PÍTU LO X I
A educação em Roma
Podem os dividir a educação em Rom a em três períodos:
o período antigo, da fundação de Rom a até a conquista da
(írécia (753-146); o período ãe transição, da conquista da
Grécia ao reinado de Adriano (146 A.C. - 117 D .C .}. Carac
teriza-se pela introdução da língua, costumes de idéias gre
gas; o período grego-roma.no, do reinado de Adriano ao ano
200. A cultura grega faz parte da educação. O ideal é for
mar magistrados e oradores.
Período antigo
Para fazerm os idéia do espirito sob o qual se concebia a educação
nesta época cumpre conhecermos alguns traços do caráter dos antigos,
romanos.
1 . Espírito religioso. Entre os Rom anos a organizaçâa do culto é
perfeita (V . A. B audrillart , La religion romaine, Coll. Science et re-
ligion, n.ç 348.) No la r a piedade se m anifesta pela devoção aos
penates e a<»3 deuses lares. O pai, em nome dos seus, oferece Sacrifícios
à divindade para obter a proteção do seu lar, a prosperidade dos seus
bens temporais e a segurança do Estado- A criança cedo aprende que
os deuses presidem a tôdas as ações da vida, a todos os fenômenos da
natureza. Vê quadros religiosos em todos os monumentos públicos.
Pouco a pouco impregna-se de espírito religioso e penetra-se da presença
divina.
2. Espírito prâtieo. O ideal desta época parece ser “form ar almas
sSs em corpos sãos-” Para estabelecerem o seu cíomínio sôbre ■£« outros
povos os Romanus trabalham com cuidado tio desenvolvimento das qua
lidades pessoais do m enino: virilidade, energia, honestidade, senso de
justiça e fôrça de alma- O Romanoi procura sôbretucío o que é útil;
o belo deixa-o sem entusiasmo. As suas preferências são pelas riquezas,
e para as adquirir m ostrar se-á muitas víízes rapace e cruel. Nisso di
fere profundam ente do Grego; apaixonado pelo iâeal e pelo lado ima
ginativo da vida.
3. Dedicação à República. o cidadão existindo para o Estado,
está convencido de que o E stado existe para êle. Daí as virtudes cí
vicas dignas de ad m iração: patriotismo, espirito de disciplina, coragem,
heroísmo. A proxim idade de numerosos inimigos era para os Romanos
motivo poderoso para conservar as qualidades que tiuliam tornado passí
vel a existência de Rom a.” Os Rom ance, diz Ozanam, trabalhavam
para o império. A lembrança dos negócios públicos está impressa nas
suas obras mais belas, assim com o o nome do senacfo e do povoi sôbre
os seus monumentos.”
4 . Fôrga da organização familiar. Os laços d « matrimônio s ã o s a
grados ; os costumes são severos e a poligam ia não existe. A fam ília é
m do para o cidad ão; serve de base â sociedade e ao Estado. A mãe
exerce tôda a sua autoridade. As traClçOes se perpetuam pelo culto £
veneração dos antepassados. “No átrio colocavam estátuas de madeira
dos membros da fam ília que se haviam ilustrado. Nas cerim ônias pú
blicas, descobriam-nas e enfeitavam -nas; nos funerais, punham as m e s
mas m áscaras em Homens que mais se assemelhavam pelo talhe e porte
geral ao corpo, àqueles que representavam e assim os levavam no prés-
tlto. Depois, do alto da tribuna, fazia-se o e lig io d'e tòdos os ante
passados gloriosos. Políbirc que- nos descreve êste costume, acrescenta” :
'“Que aguilhão mais poderoso para um moço. que sente a paixão da glória
e da virtude? (A . B audrillabt , A educação em Roma, p. 1 5 .)”
Na fam ília a autoridacíe do pai era. por assim dizer, sem limites.
Tinha todo o poder sôbre os seus. Êste direito era ex cessiv o; mas
pouco a pouco o antigo direito fam ilial, estrito e autoritário, tomou
form a mais suave e melhor aprrpriada a uma civilização mais com
preensiva- O Indivíduo ganhòu, em valor próprio, o que perdia o agru
pamento.
. Período de transição
C A PÍTU LO X II
II — Quintiliano (40-118)
CAPÍTU LO II
C A P ÍT U L O III
B i b l i o g r a f i a . — A l l a e d , J u 'ien V A p o s t c t , 2 v o l. (P a r is . 1 9 0 3 ). — C y -
c-o p -d ia o f eflucaticn , art. C a ’ echetioal sch oo1x ; Catechnm enal s e h o o ls ;
C lirist:an and the carly ch urch ; A lexa n d ria ( soliool and u n iv ersity o f ) ;
 n i o o h , sohool o f . c te „- Diciic-nnaire npolotjêtiqu ? art. In stru otion d e la
jcunesse.i I I . — F é z a f d . E ir to ir e riu C atéchism e ( P v í s , 1 9 0 5 ). — K u r t h ,
L m origin es d e ia civilisaV.on m odern e, I , 6e. É d jfio n (P a r is , 1 9 1 2 ). —
M o n r o e T c x t boolc in. the H ie t o r y o f cdu ca'ion, eh V — M o r . P a q t je t ,
L ’Églvsc- et VCducation, Ire . p a r ti? , eh. I I I et I V (Q u â b e c, 1 9 0 9 ). — L a .
l a n x e , I n f l n e n e ; ãrs J’.5rrs de 1’É g l L e sur 1’édu cation p end a n t les cinq
p rem iers siècles (P a r is , 1 8 5 0 ).
EDUCADORES E ESCRITORES DO PERÍODO
PATRÍSTICO
O r i u n d o (Ta P a n ô n i a , S ã o .Terônhno fê z , e m K o m a , p r o f u n d o s e s t u d o s
sob a d ire ç ã o d o g r a m á tico Donato. M ais tarde, São O re g ó rio N azian-
z o n o l h e e n s i n o u a t e o lo g ia . A p ó s n u m e r o s a s v i a g e n s p e l o O r i e n t e e u m
t e m p o d e r e s i d ê n c i a em l í o n i a . r-etirou-úo' a um m o s . e i r o d e líel.u n e em -
p r w i . d e u o s se u s g r a n d e s t r a b a l h o s d e r e v i s ã o c tra iA iç ã t d a B í b l i a .
CAPÍTULO V '
CAPÍTULO VI
C A PITU LO V II
C A PÍTU LO V III
Alcuíno (735-804)
C A PÍTU LO IX
C A PÍTU LO X
I I . — Boécio .(470-524)
(1) Cluny foi fundada em 910. S^nto Odon. abade êm 927, ê o seu
verdad«iro organizador. Depois dêle. Maicul, Odilon ps Huguas tiveram o
báculo abadai durante 160 anoa. Em tôdi a pàrte p. reforma de Clu^y
reergue a dischp'ina e faz reflorescer as escolas. 03 Cortumes ãe Cluny, redi
gido? pelo m'Jige Bernardo (1068), tornam-se o código de disoip ina da
maior parte dos most-eir^j francesas e estrangeiros. A ação de Cluny breve
se estendeu a todos os países civilizados. Os mais belos florões da sua
coroa eram fia França: Baume, S^uvigny, la Charié.eur-Loir?. S int-Ben^it-
-sur-Loire, Charlieu, Mareigny, Paray-le-Monial, Ainay, la-Chaise-Dieu, Au-
rillae, Nantiia, S^int-Benifrne de D»ion, Molesm^s,'Saint-D°pis. Slint-Birtin,
Jumièges,. S int-Pierre-le-Vif em Sons, Saint-Martin-des-Champs, em Paris,
Saint-Etienne de Caen. le Mont Saint-Michel, Angers, Tours, MarmouHer,
Limogos, Mo-issae, S~int-Sermin de Tculouse, Saint-Victor de Marse-ha,
Saint-Honorat de Lérins, etc.: ria Alemanha: P adjrbom e vários conventos
das margens do Beno; na Suiça: Bomainmotier, Saint-Victor de Genebra,
E-aüit-Alban de Basiléa, etc.; na Espanha: Lcyva-, Majera, Compostela, etc.;
cm Chipre-: Famagusta; na Itá lia: la Clusa. Cavngnolo. Santo Antônio na
Toscan-'., a Trindade de Vencsa, na Apfília, Rão Paulo fora dos Muros, etc.;
na Inglatería: Lowes. Mont-'«ute. Tetliford, Ler^on. etc.- Paislry na Es
cócia; Tyneetz e Mohilow na Polônia, etc.. “ Cluny brilhava nesta épo
ca como outro sol sôbre 0 mundo, segundo a expressão do papa Urbano
ordens se inspiraram na regra beneditina: Camaldulenses,
m onges de Valom brosa, Cistercienses, m onges de M onte-
V ergine e de Fontevrault, abadias de Espanha e Flandres,
Silvestrianos, Celestinos. Olivetanos, Humilhados, sem falar
numa m ultidão de casas de religiosas, com o as Gilbertinas
e as Oblatas de São Francisco. A crescentem os a famosa con-
gregacão de Saint-Maur, que floresceu nos séculos X V II
e X V III, tão afamada pelos seus trabalhos escriturários, ar
tísticos e históricos e cujos eruditos célebres, M ontfaucon,
M abillon, Rivet, etc. são contados entre as grandes ilustra
ções científicas da França.
Considerando-se que estas ordens religiosas tiveram um
núm ero considerável de casas, em cada uma das quais m an
tiveram, durante longos séculos, uma escola para a form ação
dos seus súbditos e outra para a instrução dos filhos do povo,
pode-se avaliar a influência que São Bento exerceu sôbre a
educação e a civilização.
II. Os seu arquitetos, escultores, pintores, v idrac eiros , ourives, es malt ado-
res, miniaturistas, são os d ign os êmulos dos seus poetas, c u j o lirismo atinge
m uita s vêzes o sublime, dos seus pensa dores <|ue, no ous ado vôo das suas
especulações escolástieas, est ab eleceram p or assim dizer os limites da m eta
fí si ca. F o i por Cluny e pelos seus m on ges que a influênc ia do esp írito
fr a n c ê s se d ifu n d i u e p red om in ou minto tem p o no mundo ci v i li z a d o .” (B a-
belon, do Instituto, B cu is.a hebdom adária, 1.» de Outubro 1 9 10).
Cassiodoro, ministro e amigo de cinco reis, tinha-se
ocupado com os mestres das escolas e tinha obtido as suas
simpatias fazendo-lhes elevar o salário e defendendo os seus
interêsses perante o senado romano. Em 538 abandonou as
suas dignidades e retirou-se para a sua propriedade de V i-
viers (Grande G récia) e construiu ali um mosteiro pelo m o
dêlo do de M onte Cassino. U tilizou em benefício de seus
m onges as ciências que possuía e deu aos estudos sustentá-
culos que êles raramente haviam conhecido: a oração, o si-
% lêncio e o pensam ento do dever. O m osteiro de Viviers
tornou-se uma espécie de academ ia cristã e o principal foco
da atividade literária do V I século. Cassiodoro dava aos
seus discípulos, sôbre a Sagrada Escritura, as artes liberais
e a literatura profana, lições que revelavam erudição pouco
comum.
Fundou vasta biblioteca enriquecida continuam ente pelos
copistas e escreveu numerosas obras. A sua célebre H istó
ria tripartita foi o manual histórico da Idade-M édia. Mas
a sua obra capital, a que exerceu a influência mais conside
rável sôbre o ensino, é o tratado das Instituições literárias
divinas e humanas; dá nêle a teoria dos conhecim entos e
distingue as artes (gramática, retórica e dialética) das ciên
cias (aritmética, geometria, música e astron om ia). Esta di
visão conservou-se durante longos séculos. O livro das Ins
tituições foi um dos manuais mais seguidos da Idade-Média.
“ O ferecia aos estudantes a vantagem de uma reunião, m etó
dica e fácil de com preender preceitos hauridos nas melhores
fontes, e ajudava-os a colhêr mais fielm ente as lições do
mestre. Achava-se nêle a doutrina de C icero e de Quinti-
liano sôbre a retórica, a de B oécio e de Varrão sôbre a dia
lética e a geom etria, a de N icôm aco sôbre aritmética, a de
/
/
B i b l i o g r a f i a . — C a t h o l i c E n o y c l o p e d i a , a rt. Notker . — D i g b y . A ç e s
of fa ith . vol. I V . édition in-4 ( N e w - Y o r k ) . — H e \ l y , IrelancTs anrirnt
r.chools anã scholars (D u b li n , 1 8 9 0 ). — M o n ta le m b e s t, L cs m oines ã ’ O cci-
demt. — S a n d y s , n :s 'o r y o f classical scholaruhip (C a m b r id g e , 1 9 0 3 ). —
E u a . M a r t i n , Saint C o lo m ia n .
B i b l i o g r a f i a . — K u r t i i , Saint Boniface ( P a r i s, 1 9 0 2 ). — S a n d y s ,
Tlistory of c.assical scholarnhip (190 3 — C a m b i i d g e ) . — W e r n e r ., Boni.
facius, der Apostei der 'Dcutsclicn ( L e i p z i g , 1 8 7 5 ).
X — Raban-Maur (786-856)
B ibliografia. — O r t o l a n . Ravfiv'.? et —
cliréíievs. S a n d t s , IT i-inry
of claítical schotarship (Ciiiubvirlgr-, 1 0 0 3 ). — Turnau, E a ba n u s M anrus
der P ra eeep ín r Germ nniar (M u n i c h 1 0 0 0 ) . — W est, A lcu ln and the rie.c
o/ the Chrhtian scheols ( N . Y .. 1 9 0 3 ).
IV. Período Escolástico
C A PITU LO X I
A ESCOLÁSTICA
lm i
progresso intelectual que em qualquer tempo uma escola
tenha causado no espírito humano”.
CAPÍTULO X II
AS. UNIVERSIDADES
C A PÍTU LO X III
A EDUCAÇÃO F E U D A L : A CIVILIZAÇÃO Á R A B E : AS
CR UZADAS
CAPÍTULO X IV
C A PÍTU LO X V
1 — Curso de estudos
2 — D .reção e cicciplina
C A PÍTU LO X V I
I — G e r ò e r t (7 -1 0 0 3 )
(1 ) A um jo v e m q u e p e d ia a o s a n to a lg u n s c o n s e lh o s p a r a assegu ra r
ê x it o de seu s e s tu d o s , T o m á s resp on d eu : “ O c o n s e lh o que lh e dou é de
não so a m a r r a r , a p r i n c íp i o , às q u e s tõ e s d i f íc e i s , m as de ir s u b in d o com o
que por degrau s; o c o n h e c im e n t o que poderá a d q u ir ir das verdades m a is
s im p le s o c o n d u z ir á in s e n s iv e lm e n te a o c o n h e c im e n t o d a s v e r d a d e s m a is p r o
fu n d a s. . . F a le pou co; fu ja das con v ersa s in ú te is . C on serve so b re tu d o
c o m c u id a d o a p u r e z a d e c o n s c i ê n c i a e n u n c a f a ç a o q u e p o s s a m a n c liá -la
o u t o r n á - l o m e n o s E g r a d á v e l a D e u s. S e ja a s u a o r a ç ã o c o n t ín u a . G oste
d e se o c u lt a r e d e d a r à le it u r a e à m e d it a ç ã o t o d o o t e m p o q u e e m p r e g a r ia
em se e n t r e t e r sem f r u t o com as c r ia t u r a s ... Im p o rta in fin ita m e n te e v i
t a r a s c a m in h a d a s o v is it a s i n ú t e i s . . . G u a r d e s e m p re a le m b r a n ç a d o que
O professor deve possuir grandes qualidades, qualidades
morais sobretudo. D sve ter inteligência cultivada, conhe
cim entos profissionais extensos; deve conhecer a alma hu
mana e os processos pelos quais o espírito adquire as ciên
cias. T odo sistema de instrução deve tender a êsse fim : dar
ao m enino o hábito ãe d esen volver tôda a sua energia mental.
Cum pre cultivar as faculdades superiores, mas a m emória
e a imaginação não devem ser negligenciadas.
Sto.. Tom ás enuncia uma idéia genial quando sustenta
oue a educacão não é simples com unicação ou infurão, mas
solicitacão, excitarão, direção nela oual o espírito é levado a
desenvolver o poder natural de maneira nonnal. R ecom en
da também a educação física: o vigor do espírfto corresponde
à saúde do corpo e o arganismo mais são perm ite m aior per
feição intelectual.
O tratado do M estre é excelente m odêlo de filosofia es
colástica aplicada à educação.
I í i l K Í o ; ; r ; 'f 'a — P h a n e ; Cltrixlian srhoolx and srJiolarx (Londres, ]881),
-— P a p e , S. Thnmns threry o f rducaten denx Cnlhnlin Univrr. ity Bnlctin,
j u ' v ÍOH- ( W .T l i in g nn ). — V a i ' G h a x , Lift- and labora o f saint. Thamas
(Londres, 1S90). — S e i ; t : l l a n c e s , Saint TItomas d ’Aquint 2 vol. (P a r .s ,
19X0). — D e A V u l f , Histoire d: Ia philosophic mcdiCvalc.
I . O Renascimento e a Reforma
CAPITULO PRIMEIRO
B i b l i o g r p f í i — L. B v h f o t .. La R enai s r n "''. ■
— M . G. 7?. B at- ^ ^ la r t ,
L ' f :g ' i s c c a th o '!qu?, li Rrv.nv .irnre, le p rotesta n tism o (P a r i s , 1912"). -—-
T S R U N F .T ifx E . U i s ’ rire de la littcra tvre fran^aise rTcss-qn", I. — B u bc-
k iia r d t , La civiliscJion cn I alie rn tn n p s d " In. Ttrn~i •' tn l. R ch ip tc
(P a r is . 1 9 0 0 ). — J. G u i^a u d , T íisto:r? p artiale. hirtoirr t-raic , TT. — P.
K er , N o -í d oetrines cla?s'mi.rr. tv d V im tn ellrst (P a r i s , 1 9 2 1 ). — M oxkoe ,
Te.rt boolc in the ‘h k t o r y o f ed u eation , cli. V I .
C A PÍTU LO II
C A PÍTU LO III
C A PÍTU LO III
II — Sadoleto (1477-1547)
S a d o l e t e n a s c i d o e m M ó d e n a . f o i h u m a n i s t a c é le b r e , q u a n t o t e ó lo g o ,
f i l ó s o f o , o r a d o r , p e t a e s c r i t o r , d i p l o m a t a e m o d ê l o de v i r t u d e s s a c e r -
d itais. I i i s p o d e C a r p e n t r a s , d e p o i s c a r d e a l , m o r r e u e m R o m a d e p o is
d e ter s i d o o c o n s e l h e i r o m u i t o a c a t a d o d e (Tiversos p a p a s .
D e i x o u s ô b r e a e d u c a ç ã o u m a o b r a i n t it u la d a De llberis recte ins-
tituendis liber, q u e o c o l o c a e m l u g a r d i s t i n t o e n t r e o s e d u c a d o r e s (la
s e u séc u lo . í: u m t r a t a d o c o m p l e t o d e tut.o q u a n t o c o n c e r n e educado
m o r a l e i n t e l e c t u a l d o s m e n i n o s . E i s i.s p r i n c i p a i s i d é i a s :
t . . Ê preciso oarrjeçar (Jes.de a mais toara idade a fqrmar o caráter
dos meninos, e sobretudo de modo in d ireto: pelo bom exem plo e cTisd-
I>lina razoável.
2. As primeiras impressões são as mais duradouras; devem ser
excelentes: “Querendo form ar o menino & virtude e à honra, tomemos
muito cuidado em náo o prejudicar com o exem plo, do m al que descubra
em nós” . Sejam, portanto, os pais- modelos de seus filhos. Desde que
êstes têm algum conhecimento, é sobre ò pai e a mãe que lançam o s ,
olhos. Observam-nos, examinam atentamente todos os seus modos de
agir ou de falar. '
3. A educação deve ter por fundamento o temor de Deus. Não.
se deve dar ao menino êsse temor servil que avilta o homém e não
«g ra d a a Deus, mas o que se baseia no am or e do qual a Sagrada Es
critura diz que é o princípio da sabedoria.
4. Sadolete trata da emulação como de meio excelente para inspi
rar ao menino o gôsto pelo trabalho. Os elogios e as recompensas dis
tribuídas a propósito são estimulantes preciosos que favorecem o pro
gresso na ciência e na virtude.
CAPÍTU LO IV
A R ENASCENÇA NA A L E M A N H A
OS H U M A N IS T A S A L E M Ã E S
Erasmo (1467-1536)
CAPÍTULO V
A RENASCENÇA NA INGLATERRA
C A PÍTU LO V I
O R EN ASCIM EN TO NA FRANÇA
I — F. Rabelais (1483-1553)
II — M. de M ontaigne (1533-1592)
(1) D o l l i n g e r . R e fo r m e , I . p. 4 4 0 ; J a n s s e x , I I , p. 315.
(-) Cita do p or J a n s s e n , I I , p. '3 1 1 ; I I I , p p . 433-43 4.
(3 ) V e ja - s e J a n s s e n , I I e I I I .
universidades eram tão viciados, tão independentes, que se
tornaram ingovernáveis. Os próprios mestres estavam p ro
fundam ente divididos por questões político-religiosas.
Êsse estado de coisas foi com um a todos os países onde
se inrtoduziu a Reform a. Um vento de m orte soprou sôbre
a Alemanha, a Dinamarca, a Suécia, a Noruega, a Suíça,
os Países Baixos, e mais tarde, sôbre a Inglaterra, a Escócia,
a Irlanda e até a França.
Adem ais, a R eform a nos legou certo núm ero de princí
pios funestos, entre outros, a intervenção abusiva do Estado,
a sua apropriação ou tentativas de apropriação das escolas,
a idéia da neutralidade escolar. É evidente que o Estado,
guarda dos interêsses públicos, deve ocupar-se do ensino;
mas, suas funções em m atéria ed&cacional, restringem -se a
proteger, a velar, a prom over. . Os reform adores não o en
tendiam assim e desejavam “ ver só a autoridade tem poral
encarregada da organização das escolas” . Éberlin de Gunz-
burg, religioso desfradado, pregador e panfletário, pedia o
ensino gratuito e obrigatório. Com o se a gratuidade não
houvesse sido, desde os prim eiros séculos, um dos princípios
das escolas fundadas pela Igreja! Com o se até então a Igre
ja e o Estado não houvessem constantem ente unido seus es
forços para assegurar a freqüência escolar! O mesmo Éber
lin quereria banir das universidades a filosofia e os autores
escolásticos; quanto aos livros de direito canônico deseja vê-
los queim ados nas praças públicas.
Eis os hom ens que certos historiadores da pedagogia nos
apresentam com o fundadores do ensino popular. É difícil
crer que sua influência tenha sido favorável à instrução.
Não chegarem os a dizer, com Stockl, que não há um só prin
cípio de pedagogia nos ensinos da Reform a, mas é bem per
mitido verificar que, desde essa época, a pedagogia tem sido
im pregnada de funestos princípios, cujos traços encontram os
nos escritos de Sturm, Rabelais, Montaigne, Coménius Rous-
seau, Pestalozzi, Froebel, Herbart, Spencer, e dos nossos m o
dernos racionalistas e livres-pensadores.
. (1 ) E cr l., X X X I I I , 25.
manistas mais destacados dessa época, Neander e Trot^en-
dorf, eram seus alunos.
b) Os manuais que escreveu para os estudantes. Essas
obras de lógica, de gramática, de física, de retórica, de m o
ral, de história difundiram -se em tôda a Europa e tiveram
numerosas edições.
c) A s rejorm as que operou nas escolas e universidades.
No livro de Visita das escolas, escrito sob a inspiração de
Lutero, esboçou algumas de suas idéias. Ele as aplicou às
universidades que reorganizou e transform ou em universida
des protestantes: M arbourg, K oenigsberg, Iena, Halmstadt,
Dorpat, Leipzig, H eidelberg M anteve correspondência se
guida com grande núm ero de pastores, de mestres-escolas,
de magistrados e de senhores, aos quais não cessava de re
com endar os interêsses da educação.
d) Seu talento ãe organizador. A tribuem -lhe a fun
dação do sistema escolar de Saxe. De todos os lados se re
corria a seus conselhos para reanimar as escolas ou fundar
novas.
e) O valor de algumas das suas idéias pedagógicas.
Atribui grande im portância ao estudo das letras: só elas en
sinam a pensar, a falar, a escrever. São escola de virtude:
o conhecim ento de bons escritores form a tanto “ o coração
quanto a bôca e a língua” . A im portância da filosofia é
m aior ainda; não cessa de lhe aconselhar o estudo, e escre
veu um tratado de psicologia baseado em Aristóteles. Não
é, porém, intolerante, e as ciências devem fazer parte do pro
grama de estudos. A idéia dom inante de sua pedagogia é a
necessidade, para quem pretende seguir as carreiras liberais,
de possuir cultura geral.
I — A Companhia de Jesus
(2 ) I?. P. D u L a o , J e m it e s , p. 238.
(3 ) D iscurso de J. F e r r y jia Câm ara do s De putad os .
escolhidos” (1 ). A Ratio dá grande im portância à con cer
tatio, e convida os mestres a consagrar-lhe a última meia-
nora de aula.
3. A s lições decoradas — Quais as idéias dos Jesuítas
sôbre as lições m em orizadas? A Ratio recom enda prender-
se às coisas mais do que às palavras. Mas não é suficiente
com preender, é preciso reter. Quanto mais n ovo é o meni
no tanto mais a m em ória deve ser exercitada. “ A memória,
diz o P. Patchler, é das nossas faculdades a que atinge pri
m eiro o seu com pleto desenvolvim ento. Tem o seu apogeu
durante a infância e nos prim eiros anos dá adolescência.
Mais tarde não faz senão decrescer. É preciso bater o ferro
enquanto quente e aproveitar esta disposição para aprender
as matérias que requerem m em ória, tais a gramática e as
línguas, que são os fundam entos por excelência de tôda a
educação” . Os grandes educadores, incluídos os que acusam
os Jesuítas, de abusarem das lições de m emória, não falam
de maneira diversa.
4. Os exercícios escritos — O tema é considerado o
mais im portante dêsses exercícios. Não deve constar de fra
ses isoladas, mas deve ser tom ado num autor, num historia
dor, num moralista, etc. Será uma descrição, uma narração,
uma dissertação. Se fôr preciso, o próprio mestre o escre
verá. Assim, a tradução com pleta a explicação e a preleção.
Esse exercício obriga os alunos a refletir no valor das pa
lavras, a penetrar as idéias do m odêlo, a com preender o sen
tido das frases, a fam iliarizar-se com as figuras de estilo, e
lhes descobre pouco a pouco o gênio das línguas antigas e
da língua pátria. Não é justo considerar êsse trabalho com o
uma das m elhores ginásticas do espírito?
O SÉCULO DÈZESSETE
CAPITULO PRIMEIRO
B ibliografia — D e m e n e s tr e l, L ’I n , i r n c ! i c n cn F r a n c c ã a t c .t -c lle ã e
la R é i o i u t t o i i ? — P a r m e n tie r , U i x l o i r j dc l ’ é d u c a ü o n m A n g l c t c r r e . —
8 ' e e l e y , R i s l o i r e o f cd u ca tio n, ch. X X X I I (N e w - Y n r k , 1 S 99 ). — S i c a r d ,
Les Etudcs classiqucs aiant la jU cvoluticn (Paris, 1887).
A PEDAGOGIA CATÓLICA
I — R. Dasorrtes (1S9S-16S0)
líifoliografia —- B a i l l e t . L a Y i c de M. D es ca r te s , li v. V T T , oh. X X T I I
(P . ] G: »1). — A. B e :ítra n d , L ’ Ens'.iejnemevt in égrut, li v. I I , oh. I ( P a
ris , 1 8 9 8 ). — C i i e v a l i e r , D e . c a r t c s ( P a r i s , 19l’ l ) . — C o m p a y r é , l l i s l o i n
ãe la p é d a g o g ie , leçcn I X . — C y c l o p e d ia o f e d u e a tio n , art. D e s c a r te s .
II — Bossuet (1627-1704)
IV — Os oratorianos
1. OS PRE CU R SO RES
\
c’os meios mais eficazes da cultura intelectual porque toma
por ponto de partida os conhecim entos da criança.
— É preciso interessar aos pais no procedim ento e no
trabalho dos filhos na escola. Assegurar-se assim a sua coo
peração é penhor de êxito.
4. Princípios de educação moral e religiosa — A reli
gião é base da educação m oral; é fundam ento de tôdas as
virtudes cristãs. “ Vossa vocação, diz são J. B. de la Salle,
aos discípulos, vossa educação exige que tenhais todo o cuida
do e tôda a aplicação possível para depositar, no coração das
crianças, o fundam ento da religião e da piedade cristã” . —
Form ar a consciência da criança, ensinar-lhe a discernir o
bem do mal, eis uma das obrigações mais importantes do
educador cristão. — É pelo estudo do catecism o que as crian-
cas aprenderão a conhecer e a praticar os deveres para com
Deus, para com o próxim o, e para consigo. — O educador
deve cultivar com cuidado o hábito da franqueza e da sin
ceridade, inspirar grande horror à mentira e à duplicidade.
— Uma vig'lân cia exata de todos os instantes mantém a
disciplina e faz evitar muitas faltas. — A criança que tem
defeitos, deve ser tratada com suave firm eza; o mestre agirá
a seu respeito com o um m édico com o doente. Por suas
palavras e sobretudo pelos seus exem plos, os Irmãos ensina
rão às crianças a orar e a sa n t'f:car as acões diárias. A vida
c r :stã se mantém com a recepção freaüente dos sacramentos.
“ Tende grande devoção ao m 'stério da Sagrada Eucaristia,
diz o santo aos discípulos; levai vossos alunos a venerá-la,
cuidai em oue visitem o Santíss;mo Sacram ento com devoção
não vulgar” . Os m eninos nraticar^o tam bém tôdas as de
voções apreciadas pela piedade católica.
E n f:m, o Evangelho deve ser o código m oral da ju ven
tude; está resunrdo no catecismo, livro adm irável oue os
Irmãos estudarão tôda a vida a fim de o ensinarem com
fruto.
Programas e m étodos — Antes de São J. B. de la Salle,
o program a das escolas primárias era m uito flutuante. Foi
definitivam ente fixado pelo Guia das Escolas, e com preende
a religião, a leitura, a escrita, a gramática e a redação das
atas civis, a aritm ética com o sistema de pesos e medidas, a
civilidade, o desenho, e o canto Êsse program a é sobretudo
prático. Leva em conta a natureza da criança e as necessi
dades sociais da época. O Guia das Escolas contém os con
selhos mais judiciosos sôbre a maneira de ensinar. O estudo
da religião tem o lugar de honra. Para dar aula, o mestre
fará quase de contínuo perguntas e sub-perguntas. Em pre
gará expressões simples e palavras fáceis de compreender.
Em cada aula de catecism o fará sempre uma prática aos
meninos. — Quanto à leitura, os Irmãos fizeram uma inova
ção: em pregaram o francês ao invés do latim e os seus êxitos
confirm aram a excelência do m étodo. A caligrafia era, nes-
ra época, arte difícil que exigia anos de prática.
O fundador dos Irmãos sim plificou êsse ensino. Ele di
vidiu os alunos em diferentes classes segundo sua habilidade.
O Guia recom enda dar, com o textos de caligrafia, sentenças
da Sagrada Escritura ou máxim as cristãs, tiradas dos Padres
da Igreja ou dos livros de devoção. Os exercícios de escrita
serão acompanhados de exercícios de ortografia e de reda
ção. — A gramática e a ortografia ensinam-se prim eiro prà-
íicam ente pela soletração e pronúncia esmerada. Os textos
dos ditados são de coisas de útil conhecim ento para os m e
ninos, tais são os atos da vida civil. O cálculo e a aritm ética
foram ensinados de m odo mais concreto; acrescentou-se a
êsse estudo o conhecim ento de pesos e medidas. O próprio
São J. B. de la Salle redigiu pequeno tratado sôbre civilida
de, no qual lem bra as regras de urbanidade, a correção de
maneiras que distinguem o hom em polido. Os Irmãos culti
varam com resultado o desenho industrial que o seu fu n
dador introduzira na escola dom inical. Foram êles que o
adotaram no ensino popular. Nas escolas de form ação dos
Irmãos e nas dos alunos-professóres ensinava-se o canto-chão
com o objetivo de contribuir ao brilho das cerim ônias reli
giosas nas paróqu ias.'
Êsse program a correspondia às necessidades da época
cm que foi orgánizado. Não se lhe pode fazer senão uma
única acusacão séria, a de ter separado m uito a leitura, a
escrita e o cálculo, cu jo estudo deve ser feito mais ou menos
to m esm o tempo. A prática m oderna retificou êste êrro de
método.
C A P IT U L O IV
A PEDAGOGIA PROTESTANTE
II — Ratichius (1571-1635)
A PEDAGOGIA T R AD IC IO N AL E CATÓLICA
C A PÍTU LO II
B ibliografia — R o l l i n , T r u i t é d e s l í t u d e s , 3 vo l. ( P a r i s , 1 8 5 9 ) . —
D ictin n n a irc dc p é d a g n g i e t a r t . K o l l i n , — D a m s e a u x U h t o i r e d e l a p é d a .
fl o g i e , 4c. écl. p . 303 et 334. — I I . F f . k t é , E o l l i n , s a r i r e t se n o c u v r i x . —
P a t i n , É l o g e d e R o l l i n ( P a r i s , 1 8 4 0 ) . — J o u h d a i n , J U x t o i r e d e 1’ U n i v e r .
* ité de P a riu ( P a r is , 1862). — S a i n t e - B e t v e , C a rn e r i :» du L in u li , V I
( "P a r is , 1 8 5 2 ) . — S i c a r d , L m K t u d e s e i a s s i e i w s a v a n t l a E é v o l u t i o n ( P a -
iis , 1 8 8 7 ) . — V i l l e m a i n , T a b l c a u d e l a l i l t é e a t i i r e f r a n e a i s e a u X V I I I e .
f - i è c l e , K lc . leijon ( P a r i s , 1 8 2 8 ). — N o i t v e a i t d i e l i o n n a i r e d p éd ag n < jii t art.
S o u rd x .M u rtx ( a l i l i é ] ) k L ’è p í : e ) , a r t . A v e u g l c s ( a b l i é D e I I u y ) . — C y -
e ln p e d u i o f e a n e a t io n , art. B l i n d , E d u r . n f th e , a rt. T )e a f, D e a f - b lin d . —
D i e l io n n a i r e de p é d a g o g ie et C i/e ln p ed iu o f e d u c u t., art. P e lu ic ie r.
C A PITU LO III
C A PÍTU LO IV
EDUCADORES E ESCRITORES
I — J. J. Rousseau (1712-1778)
C A PÍTU LO V
A REVOLUÇÃO
(1 ) G . L e n o t r e , G e n s ã e l a v i e ü l e F r a n c e 9 p . 9 8.
(2 ) H is to ir e de V e n s e ig n e m e n t lib r e , p. 6 5 ).
de dezem bro seguinte, confiscava os bens eclesiásticos que
eram, para a instrução, uma das principais fontes de rendi
mento. A 15 de setem bro de 1790, as ordens religiosas eram
dissolvidas; era a dispersão do pessoal docente. Estas or
dens, já privadas das suas rendas não podiam mais susten
tar as suas escolas e as suas obras de beneficência. É ver
dade que um decreto de 20 de abril de 1790 reza que as casas
religiosas, consagradas à educação, continuariam a adminis
trar os seus haveres, mas com a condição inaceitável de
prestar juram ento à Constituição civil do clero. Em 1791, a
desorganização do ensino era com pleta. Talleyrand, em seu
R elatório (22 de setem bro de 1791) o verifica com tristeza:
“ Em tôda a parte, diz, as universidades suspenderam os tra
balhos. Os colégios estão sem subordinação, sem professo
res, sem alunos. A decadência dos estabelecimentos atuais
anuncia claram ente que é chegado o m om ento de em preen
der uma grande obra. É preciso criar prontamente escolas
para um e .o u tro sexo” . No dia seguinte à leitura do rela
tório, Dandré dizia da tribuna que “ sem um decreto man
tendo os professores em exercício, os colégios que estiveram
abandonados durante um ou dois anos, o serão ainda por
um terceiro ano” .
A 18 de abril de 1792, um decreto suprime as congrega
ções religiosas e anuncia que os bens dos colégios, dos sem i
nários, das escolas, serão vendidos com o bens nacionais. Era
a ruína com pleta do ensino. Os estabelecim entos que ainda
existiam definharam e se .fecharam por falta de alunos. Em
m arço de 1793, a Convenção decretou a confiscação e a venda
de todos os bens dos colégios e das escolas; em agôsto, rea
lizou-se a supressão radical de tôdas as academias; a 2 de
setembro, a abolição de tôdas as escolas militares, salvo a
de A uxerre. Enfim, a 15 de setembro, depois da promessa
duma nova organização escolar, um decreto anunciava que
os colégios em pleno exercício, as faculdades de teologia, de
artes e de direito, eram supressos èm tôda a área da R e
pública. A destruição do ensino não podia ser mais radical
nem mais completa.
(1 ) 0 E s p ír ito R e v o lu c io n á r io , p. 109-110.
tório de Condorcet é significativo quanto a êsse ponto: “ A
instrução é necessária, diz o autor, para defender o povo das
armadilhas do sacerdócio; não lhe dar uma instrução m oral
independente de tôda religião particular seria traí-lo; tôda
religião particular é má, os dogm as não passam de m itologia” .
Julga que para desgostar o povo das superstições, seria bom
que os “ professores fizessem de tem pos a 'tempos alguns
m ilagres nas suas lições semanais e públicas. Êsse m eio de
destruir as superstições é dos mais simples e mais eficazes” .
P or que não deu os m eios a em pregar para fazer tais m ila
gres?
Êsses foram os princípios nefastos que a R evolução fêz
penetrar no ensino. Nossos m odernos laicizadores não têm
o m érito da invenção; não fizeram mais que copiar os gran
des antepassados.
Reorganização da instrução sob o Consulado (1799-1804)
— Bonaparte, quando prim eiro cônsul, quis reorganizar a
instrução. Mas antes de decidir qualquer coisa ordenou
inquérito porm enorizado em cada uma das divisões m ilita
res. Os comissários que escolheu para essa obra eram todos
republicanos experim entados, na m aior parte envolvidos nas
cenas da Revolução, alguns dêles convencionais. Tinham
todo interêsse em gabar os benefícios do regim e cujo triunfo
haviam contribuído para assegurar; entretanto, os seus rela
tórios são unânimes em proclam ar que a instrução está na
mais deplorável situação.
O cidadão François (de N an tes), após ter visitado parte
da Provença e dos Alpes, escreveu: “ Não há uma décima
parte da população que saiba ler” . Barbé-M arbois, que v i
sitara a Bretanha, escrevia: “ Não há em certas cidades nem
escolas prim árias nem escolas secundárias” . O relatório de
F ourcroy sôbre a Normandia encerra a mesma apreciação:
“ A instrução pública sofre em todos os departamentos, diz.
A falta da instrução religiosa é, ao que parece, o m otivo
principal que im pede os pais a enviarem os filhos a essas
escolas” .
O general Lacuée encarregado do relatório de Paris e
dos departamentos vizinhos, acha que o núm ero das escalas
diminuiu. “ Há, diz, departam entos onde as “ cadeiras” de
gramática, de legislação e de história não contam mais de
dois ou três alunos” . O relatório do cidadão Thibaudeau,
sôbre o Ain, o Doubs e o Jura, traz o que segue: “ É preciso
refazer tudo com respeito às escolas primárias. Os profes
sores são m uito pouco procurados e pouco o m erecem tam
bém ” . Najac, depois de ter visitado o Ródano, o Loire, o
Haute-Loire e o Cantai, escreve: “ No ensino não há, em
geral, nem regularidade, nem subordinação, nem garbo; e
muitas vêzes há desojdens por parte dos professores” (1).
Já na época do Diretório, o padre G régoire, depois de
ter visitado alguns departam entos dizia: “ A ignorância
ameaça invadir os campos e as próprias cidades, com tôdas
as calamidades que são a conseqüência. Tem -se discutido
m uito sôbre o estabelecim ento das escolas primárias, e as
escolas primárias estão ainda por nascer” (2).
Onde estava, pois, o progresso? Onde estava a obra
m aravilhosa da R evolução? O prim eiro cônsul pôs mãos à
obra para reerguer essas ruínas. Pela lei de 11 do floreal,
ano X , organizava o ensino prim ário e o ensino secundário,
mas dava o prim eiro golpe à liberdade exigindo um a autori
zação para os 'estabelecimentos particulares de ensino secun
dário. Feito im perador, criava pelo decreto de 17 de março
de 1808, a U niversidade im perial. Era a restauração com
pleta das três ordens de ensino, mas ao m esm o tem po a
apropriação da escola pelo Estado, pois que nenhum esta-
(1 ) “ S e N a p o l e ã o c r io u a u n iv e r s id a d e f o i p r im e ir a m e n t e e s o b r e t u d o
para a r r e b a t a r a e d u c a ç ã o a os p a d r e s ” . (Taine, R e g im e m odern o, 2 4 .a
e d ., in 1 6, p . 2 2 4 . V e ja - s e ta m b ém a l . a n ota d e s t a m e sm a p á g in a .
HISTÓRIA DA PEDAGOGIA
I — Caracteres gerais
1. Im enso desen volvim en to das obras escolares. Tôda
as nações têm aberto escolas numerosas. A sociedade civil,
a Igreja católica com suas legiões de sacerdotes e suas admi
ráveis Congregações docentes, as várias seitas cristãs, se têm
dedicado a estas obras com um devotam ento sem limites.
Nunca se com preendera m elhor a obrigação de difundir a
luz, de dar a tôdas as classes da sociedade uma instrução
sólida e variada. Esta evolução das obras escolares se nota
sobretudo na Europa e nos países sujeitos à influência das
nações civilizadas. A A m érica do Nort.e se tem distinguido
de m odo particular e, em certos respeitos, tem até excedido
o antigo continente.
A diversidade das instituições não é menos surpreen
dente: para a preservação das joven s existências se têm
criado obras pré-escolares: berçários, gôtas de leite, consul
tas gratuitas, etc. Obras escolares têm-se ocupado em adap
tar os program as às necessidades do m eio; cuidados espe
ciais têm sido devotados às crianças débeis e doentias; têm -
se organizado consultas m édicas gratuitas, colônias de férias,
curas de ar.
Especial atenção tem sido dada à educação dos anor
mais: surdos, mudos, cegos (1 ), retardados, etc. A o sair da
escola o m enino encontra obras post-escolares que lhe facul
tam aperfeiçoar a sua instrução e o preservam de certos
perigos. Tôdas essas obras atestam altamente o zêlo que
tem sido desenvolvido, no século X IX , em favor da infância
e da m ocidade.
2. M elhoram ento das condições m ateriais da escola e
atenção dada à cultura física. No com êço do século, os locais
escolares deixavam geralm ente m uito a desejar. M. Lorain,
que fizera um inquérito em toda a França, diz que a escola
funcionava, onde podia, num celeiro, num estábulo, num
porão, nos fundos dum corpo-de-guarda, numa sala-de-baile,
muitas vêzes num côm odo da fam ília do professor, e que
servia de cozinha e quarto-de-dorm ir” .' Essas condições, que
eram comuns, já não existem ; os locais se tornaram quase
por tôda parte verdadeiros palácios onde nada resta a dese
jar. O m obiliário escolar m elhorou por sua vez e têm-se
desem baraçado as proxim idades da escola de tudo quanto
podia ser causa de distração e de doença.
(1 ) A e d u c a ç ã o d o s s u r d o s -m u d o s -c e g o s , v e r d a d e ir o m ila g r e de p e d a
g o g ia , f u i r e a liz a d o em L a rn a .y , p e r t o d e P o i t ie r s , p e la irm ã S a i n t e - M a r .
ffuvrUc. V e ja - s e o b e lo liv r o d e M . L . A r n o u ld , Á m es en prison .
\
II — Condições e princípios
CAPÍTULO II
PEDAGOGIA PROTESTANTE
T erceiro grupo — O m a t e r ia l f r c e b e l ia n o ; e d u c a r ã o da
B ibliografia — B e a u p i n , L c s J a rd in s ã ’e n fa n ts et le p ro b lèm e de l ’ é .
duentinn ( P a r i s . B l o u d ) . — G a r o t n , L ’ É d u ra tion des p e tits e n fa n ts p a r la
m c'h o d e fr o e b é lie n n e ( P a r i s , 1013). — C o m p a y r é , F ro e b e l et le» Jardin s
ã ’ e n fa n ts ( p o l i . Irs Grandx É d u ea te u r s). — Cf/elopeãia o f c d u ca tio n , a r t .
F ro r b e ], — D ietio n a ire de p é d a g o g ie , a rt . J a rd iv » d 'en fa n ts. — H i t g h e s ,
F r o e b e l ’ » F d u ea tion a l laws ( N e w - Y o r k . 1897). — F . K i . e t n , M on fille u l au
Jnrdin d ’ e n fa n ls , 2 vo l . ( P - r i s . O o l l i n ) . — Dietiaw naire de p é d a g o g ie , art.
P a p e .C a r p ' n tier. — K. G o s s o t , M m e. P a p e -C a rp e n tie r , sa r ir et son oexivre
( P a r i s , I T a c l u t t e ) . — M m e . K e r g o m a r d , L c s É coles m a tcrn clles, p u b l . du
M u séc p ed a p o g iq u e, vo l . V I .
V. — Diesterweg (17S0-1866)
sieú# alunos à nutrição mesquinha, aos açoites que então eram o quinhão
dos escolares, seria votado pela imprensa à execração universal e deveria
julgar-se feliz se conseguisse escapar ao castigo das su"s crueldades par»
com a infância” . (M ac-M aster, Bistâria ão povo americano, I, pg. 20)'.
2 — A S ESCOLAS E A ORGANIZAÇAO ESCO LAR D A
PRO V ÍN C IA D E QUEBEC (1)
[ Sp? ]
*
Os canadenses franceses têm sempre repelido a utrpia dá obriga
ção. Entre êies a freqüência escolar é muito satisfatória e a província
de Quebec ocupa o prim eiro lugar, entre as províncias da Confederação,
na média d e'freq ü ên cia na esccia. '
Os canadenses .franceses não querem saber da mentira da neutra--
lldade. Em tôdas as escolas se^nsina a religião e a moral. Pôs to que
desejem para os filh os tôdas as vantagens da instrução profana, 03
pa is dão o lugar de honra às ciências que se ocupam da alma e dos
seus destinos imortais.
Os canadenses franceses sentem-se felizes em con fia r os filh os aos
membros das Congregações docentes, ao passo oue em fritros países
os sectários vs expulsam brutalmente*. A s autoridades escolares procla--
mara bem alto a competência e a dedicação dêsses “ voluntários da
Gristo” . O inspetor geral das escolas católicas dizia recentemente :■
“ Qupndo se sabe com que cuidados fsses prnfessôres e professôras con
gregados são form ados, tanto no ponto-<?e-vista mnral como no peda
gógico, é com legítimo w gu lh o que se pode aesegurar que nenhuma
outra província da Confederação está em condioões de pretender ter
igual vantagem ; mais do que isso, igual honra nacional” .
[ m,]
reçfto; de uni colégio a organizar ein Yellow Springs (Ó hlo). Optou pela
função mais ínodesta em aparência; maior, porém, a seus olhos-
Consagrou-se até o esgutamento das fôrças ao desenvolvimento
dessa c í ; s u que tomara o nome do Colégio de Antioquia. No seu úl
tim o discurso aos estudantes dizia-lh es: “ Envergpnhai-vos de m orrer
antes de tercíes ganho alguma vitória para a humanidade” .
[ su 1
é preciso ter cuidado de proporcionar o castigo à falta e nunca
acrescentar-lhe sentim ento algum de ódio.
B i b l i o g r a f i a — M a n n , R e p o r ts ojí S e c r e ta r y o f tlie B oa rã o f E ã . o f
M a ssa clm ssetts (E d . ab rég ée, 4 vol., B o sto n , 1 8 9 1 ). — C o m p a y r é , II.
M a n n (c o ll. L e s tíra n á s É d u c a tc u r s ). — G a u f r è s , II. M an n (P a r is , 1 8 9 7 ).
— - H i n s d a l e , H . M an n (N c w -Y o r k , 1 8 9 8 ). — P h e l p s , D a v iã P a g c (N c w -
Y o r k , 1 8 7 2 ). — C y clo p ed ia o f E ã u c a tio n , art. B a rn a rd , H e n r y . — D e x t e r ,
H ic to r y o f eã u ca tio n in th e U n ited S ta te s (N . Y ., 1 9 0 4 ). — B u e n s , T he
C a th olie S ch ool S y ste m in lh e U. S. (N e w -Y o r k , 1 9 0 8 ). — M c. C o r m i c k ,
H is to r y od E ã u ca tio n (W a s h in g to n , 1 9 1 5 ).
V II _ W IL L IA M JAM ES (1842-1910)
(1 ) P r é c is âc p sy c h o lo g ie , eap. X V I .
“ Esta form ação do caráter depende duma série organi
zada e habitual de reações que consistem em certas tendên
cias a agir dum m odo característico em presença de certas
idéias, e a conter a nossa ação dum m odo característico em
presença de certas outras” . (Causeries pédagogiques, p. 159).
Querer, segundo James, é pensar com fôrça, concentrar
a atenção nos fins a obter. E ’ opor aos im pulsos uma idéia
mais forte que êles. Tôdas as moléstias da vontade são m o
léstias do pensamento. A saúde da vontade é, antes de tudo,
a saúde do pensamento, a onipotência da atenção. (1).
4 — F avorecer a associação das idéias. — James faz da
associação das idéias, um dos fatores da m emória, um dos
fundam entos da educação. “ Os alunos, quaisquer que sejam,
diz, sãc> pequenas máquinas para associações. Educá-los é
organizar nêles tendências determinadas associando-se umas
às outras. Quanto mais rico fôr o sistema de associações
tanto mais as adaptações, do indivíduo ao m undo exterior,
serão completas. O educador pode, pois, definir a sua ta
refa: a construção de sistemas de associação no espírito dos
alunos” . (2).
5 — Não abusar das lições decoradas. — Êste abuso pro
vém duma idéia que James crê falsa: a de que a memória
se fortifica pelo exercício. Sustenta que cada um recebe,
uma vez por tôdas, um “ coeficiente retentivo” que não pode
ser aumentado pelo exercício.
Entre os alunos, o estudo “ de cor” não desenvolve a pró
pria m em ória; não desenvolve senão a arte de estudar, de
dirigir a atenção, de salientar o interêsse dum tex to , de com
parar o texto com outros já conhecidos, de uni-lo a redes
de associações.
(1 ) L ’ É co le et le c a ra etère , p. 9.
iiue é de seu dever ser consciencioso. (1 ). Uma pedagogia
(jue se apresenta com base tão excelente é de natureza a
nos interessar.
1 — A educação m oral d eve com pletar a educação fí
sica — Uma cultura física intensa acarreta, para o desenvol
vim ento da alma, perigos evidentes. Degenera em interêsse
exclusivo por belos m úsculos; chega a não apreciar senão o
vigor físico em detrim ento da vida do espírito. Há nisso
uma tendência a conduzir-nos à animalidade.
Tem-se abusado demais da fam osa m áxim a de Juvenal:
m ens sana in corpore sano. A experiência prova que as mais
altas faculdades da inteligência e da vontade se manifestam
em corpos débeis e enferm os. A lém disso, quando se reflete
que a coragem é sobretudo fenôm eno moral, pode-se con
cluir que a educação física, não penetrada de inspirações m o
rais, é coisa inteiram ente incom pleta. (2).
2 — A educação d eve d esen volver o caráter. — A condi
ção prim ordial é levar o m enino a estudar-se para bem co
nhecer suas faculdades e suas disposições. Chega-se a isso
fazendo-lhe passar em revista os seus atos, excitando-o a
tom ar firm e resolução de aperfeiçoar o que há de bom e a
evitar o que há de mau. O conhecim ento de si prepara o
aluno à posse de si próprio. Ninguém é verdadeiramente
feliz senão quando se'governa, e o desenvolvim ento se marca
pelas vitórias que se alcançam sôbre si nos m iúdos porm e
nores da “ vida cotidiana” .
A form ação do caráter se faz, portanto, por m eio do sa
crifício. A escola proporciona cada dia m últiplas ocasiões:
estar atento, fazer com aplicação um trabalho que aborrece,
reprim ir os arrebatam entos do mau hum or, submeter-se à
* (1 ) C ita d o p o r G. G o y a f , ‘ ‘ K c n ic ãm jc u n c s, 10 do ju lh o de 1922.
e luz. Suas idéias sôbre a educação m oral aproxim am -no
singularm ente dos educadores católicos.
C a p ít u l o iii
I — J. F. Herbart (1776-1841)
No- 19 .9 s é c u lo , o m é to d o e x p e r im e n t a l a d q u ir iu g r a ix le im p o r tâ n c ia .
Q u is e r a m a p lic a r à s c iê n c ia s p s ic o ló g ic a s e p e d a g ó g ic a s os p r o c e s s o s
d a s c iê n c ia s f í s i c a s e n a tu r a is .
H e r b a r t f o i um ilu s t r e r e p r e s e n ta n t e d ê s s e m ó to d o p o s it iv o . F ô z
u m a t e n t a tiv a c é l e b r e : a d e a p lic a r a m a te m á t ic a à p s ic o lo g ia , u n in d o
a c a d a r e p r e s e n ta ç ã o uni c o e fic ie n t e n u m é r ic o . E s s a e x p e r iê n c ia n ã o
p o d ia d e ix a r d e s e r in fe liz , l i a s a - su a p e d a g o g ia é b e m p s ic o ló g ic a
q u a n d o ten ta e d u c a r o m e n in o , s o b r e t u d o p a r a si, t o r n a n d o -o c a p a z d-j
s e r a lg u m d ia u m a p e rso n a lid a d e ? q u e d e te r m in a r á o seu fim p a r a si
m e s m o ; é p s ic o ló g ic a p o r q u e (Tá á d is c ip lin a m o r a l a p r e p o n d e r â n c ia
s ô b r e o g o v e r n o m a t e r i a l ; p o r q u e d e s p e r t a no m e n in o u m a m u lt ip lic i
d a d e d e in te r ê s s e s p o s s í v e i s ; e n fim fa z e n t r a r no e s p ír it o u m a g r a n d e
v a r ie d a d e d e g r u p o s d e id é ia s q u e se t o r n a r ã o m a is t a r d e r a z õ e s d e a g ir .
P a r a m e lh o r ' c o n h e c e r a a lm a . q u is e r a m e x p e r im e n t a r , is to é, p r o
v o c a r a r t ific ia lm e n t e c e r t o s fe n ô m e n o s a fim d e m e lh o r os o b s e r v a r .
A e s c o la e c lé tic a p r e t e n d ia n ã o s e r p u ssív e l p r o v o c a r , r e p e tir , s im p li
f i c a r fe n ô m e n o s t ã o in a tin g ív e is , tã o c o m p le x o s , t ã o m u tá v e is c o m o os
fa t o s d a c o n s c iê n c ia . M a s s e ê sse s fi to s n ã o s ã o fá c e i s d e o b s e r v a r ,
têm , c o m o o s fe n ô m e n o s fís ic o s , c o n d iç õ e s d e a p a r iç ã o , antecedentes:
a n te c e d e n te s f í s i c o s e fis io ló g ic o s . O e s tu d o d a s r e la ç õ e s d e ste s fe n ô
m e n o s com os seu s a n te c e d e n te s c o n t r ib u iu p a r a a f o r m a ç ã o d a psico-físiea
e d a psito-fisiologia. E s s a s d u a s c iê n c ia s d e r a m n o v a s t e o r ia s s ô b r e a
a lm a d o m e a in o e a s c o n d iç õ e s d a su a f o r m a ç ã o in te le c tu a l e m o r a l.
H e r b a r t n a s c e u e m O ld e m b u r g o ; fê z o s e s tu d o s em Ie n a o n d e fo i
iiluivo d e F i c h t e , s e m a c e i t a r t ô d a s a s s u a s d o u t r i n a s .
E s t a n d o e m H e r n n c o m o p r o f e s s o r , v i s i t o u P e s t a l o z z i em sua es-
ro la d e B e r th o u d d o n d e v o lto u e n tu s ia s m a d o . P r o s s e g u iu o s e s tu d o s
p c ila p ró g ic c B e d o u t o r o u - s e e m G o e t t i n g u e c o m t e s e s s ô b r e q u e s t õ e s de
iM u c a ç a o . E m 1S0(>, p u b l i c o u s u a Pedagogia geral, s e n d o e n t 3 o n o
m e a d o p r o f e s s o r d e filo s o f ia e p e d a g i g ia , e m K o e n ig s b e rg . P o r p r o
p o s t a s u a , e s t a b e l e c e u - s e u m seminário p a r a f o r m a ç ã o d e p r o f e s s ô -
rc s. E m 1S32 v o lto u a G o e ttin g u e o n d e p e rm a n e c e u a té a m o rte .
1. A s doutrinas
E m a n u e l K e n t n a s c e u em K o e n ig s b e rg d e u m a f a m ília o r ig in á r ia
d a E s c ó c ia .
A m ã e l l i e i n s p i r o u jjtf-o fu n d o s s e n t i m e n t o s d e r e l i g i ã o e p i e d a d e .
F ê z o s e s t u d n s n o g i n á s i o e n a ' u n i v e r s i d a d e (?a c i d a d e n a t a l ; t i n h a
e s p e c ia l p r e d ile ç ã o p e la m a te m á t ic a e f il o s o f i a . D e 1 7 7 0 a 1797 fo i
p r o f e s s o r t i t u l a r d e ló g ic a e m e ta f ís ic a .
S u a v id a fo i e x c e s s iv a m e n te r e g r a d a e m o n ó to n a . N ã o s a ía d e
c a s a s e n ã o p a r a i r à u n iv e r s id a d e e d a r to d o o d ia o m e s m o p a s s e io .
D u a s v ê z e s s o m e n t e m o c T ific o u o i t i n e r á r i o : - d e p o i s d a l e i t u i r a d o
E m ílio e a o d e c l a r a r - s e a R e v o l u ç ã o F r a n c e s a . '
A in f lu ê n c ia d e K a n t fo i m u ito g r a n d e e a in d a d u r a . P a r a b e m
a c o m p r e e n d e r n o q u e d iz r e s p e i t o a o s p r o b l e m a s e d u c a c i o n a i s é n e
c e s s á r io c o n h e c e r a s lin h a s m e s tr a s d a s u a filo s o fia .
2. O Tratado de pedagogia
C A PÍTU LO V
— W . L. C o tjr tn e y , L i f e o f J. S. M i l l (L o n d r e s , 1 8 8 9 ) .
C A PÍTU LO V I
B ib lio g r a fia — O v e rb e rg , M a n u e l d e p é á a g o g ie c t d e m é th o ã o lo g ie
n é n é ra le , o u G u iâ e de l ’ l n s i i 1 u t n i r p r i m a i r e ( L i ò g p , 1 8 4 4 ) ; G w id e ã u C a -
t ê c h i s m e ( B r u x e l l c s , 1 8 6 0 ) . — D i e t i o n n a i r e d e p ê d a g o g i e , art. O v e r b e r g .
— G o y a u , L ’A l l e m a g n e r e l i g i e w e , L c e a l h o l i c i s m e , I . — S c h u b e r t , V i e
ãe B. O verb erg , tr a d v ite p a r L éon B okè (P ., 1 8 4 3 ).
G reg ó rio G ira rd n a sc e u em F rib u rg o . F ê z p a r te dos e stu d os no
colégio S ã o M ig u el, d irig id o p e lo s J e s u í t a s . A os d ezesseis an o s e n tro u
no nov iciad o dos F r a n c is c a n o s em L u c e rn a , e te rm in o u os estu d o s no
c o n v e n t o d e s u a o r d e m n a A l e m a n h a e 11 a u n i v e r s i d a d e d e W u r t z b u r g .
A s s u a s a p tid õ e s de e d u c a d o r se r e v e la r a m q u a n d o en v io u ao m in is
t r o d a s a r t e s e c i ê n c i a s u m Plano para a educação de iôda a Siií<;a ( 1 7 0 0 ) .
E 111 1 8 0 4 , t e n d o s i d o o s F r a n e i s c a n o s d e F r i b u r g o e n c a r r e g a d o s d a d i r e
ç ã o d a e s c o l a p r i m á r i a . G i r a r d f o i n o m e a d o s u p e r i o r e p r e l e i l o . A e s -ola,
q u e tin h a q u a r e n ta alu n o s, c h eg o u d e n tro em p o u c o a q u a tro c e n to s.
U m a escola p a r a m e n in a s , f u n d a d a n a m e s m a é p o ca , p r o s p e r o u t a n t o
com o a dos m eninos.
A d i e t a h e l v é t i e a o d e s i g n o u , e m 180!í. e m c o m p a n h i a d e d o i s o u t r o s
delegados, a ir v is ita r o fic ia lm e n te o in stitu to d e Y v e rd o n e j u lg a r d a
o b r a d e P P s ta lo z z i. G i r a r d foi e n c a r r e g a d o d e f a z e r o r e l a t ó r i o . A t a r e f a
n ã o e r a fá c il. R e d ig iu -o co m leal s im p a tia , p r o c u r a n d o p ô r e m re lê v o
o que e n c o n tra ra de bom . A lg u n s an o s m a is ta rd e . Pestalo zzi v isita v a,
p o r seu tu rn o , a esco la d e G i r a r d . O s r e s u l t a d o s o m a r a v i l h a r a m ; ao
p a r t i r disse ao s F r i b u r g u o s e s : “Com la m a 0 vosso G ir a r d fa z o u r o ”.
U m a h o s t i l i d a d e c r e s c e n t e c o n t r a a e s c o l a o b r i g o u o P . G i r a r d a se
r e t i r a r p a r a o c o n v en to de T .ucerna. M a s v o lto u p a r a F r ib u rg o , o c o n
sa g r o u os ú ltim o s a n o s à r e d a ç ã o do g ra n d e t r a b a lh o sô b re o e n sin o d a
l í n g u a f r a n c e s a , c u j a I n t r o d u ç ã o foi p u b l i c a d a e m P a r i s . P e l a a p r e c i a
ç ã o e lo g io s a d e V ille m a in . o l i v r o foi h o n r a d o c o m o p r ê m i o M o n t r j o n ,
e o P . G i r a r d foi e le ito m e m b r o d a A c a d e m i a d e c i ê n c i a s m o r a i s .
A sua m o rte, o G r a n d e C onselho F r ih u r g u ê s d ecreto u que b em m e
r e c e r a d a p á t r i a e d a h u m a n id a d e o q u e seu r e t r a t o s e ria colncado em
tô d a s a s e sco las “p a r a s e r a p re s e n ta d o aos o lh a re s reco n h ecid o s d a
j u v e n t u d e ” . U m m o n u m e n to s u n tu o s o foi e le v a d o à m e m ó r i a d a q u e le
em quem se a d m ira v a u m a s á b ia p e rso n ific a çã o dos trê s p e n sa m e n to s
m a i s e l e v a d o s q u e p o s s a m v i v i f i c a r u m e s p í r i t o e f . -jz e r p u l s a r u m c o r a
ção de hom em : D eus, h u m a n id a d e , p á t r i a ” .
P R IM E IR A PARTE
S in t a x e 1 Co n ju g a ç ã o V o c a b u l á r io
SEGUNDA PARTE
S in t a x e COXT.TTTOAÇÃO V o c a b u l á r io
M a in e d e B ir a n . n a F r a n ç a , f o i u m d o s i n lc ia d o r e s da fi lo s o f ia e s p ir i
t u a li s t a : p a r e c e n d o -lh e a s d o u t r in a s d o s s e n s u a lis ta s e d os id e o lo g is t a s
in a d e q u a d a s a o s p r o b le m a s q u e p r e t e n d ia m r e s o lv e r , s e p a r a -s e d ê le s
para p r o fe s s a r o e s p ir iu a lis m o c r is t ã o . [E s t a ú ltim a fo r m a d e seu p e n
sa m en to recebeu o n o m e dt> b i r a n i s m o . A. B e r tn n id d e fin iu a s s im essa
d o u t r in a : “ E s p ir it u a lis m o fu n d a d o n ã o n o r a c io c ín io , m a s n u m fa t o p o s i
t iv o , a q u e l e q u e M . d e B i r a n c h a m a f a t o p r i m i t i v o d a c o n s c i ê n c i a , i s t o é,
o e s fo r ç o m u s c u la r . |A a l m a se con h ece com o fô r ç a , e n e r g ia , v o n ta d e ,
ca d a vez que, p a ra pensar, age sôbre o p r ó p r io corp o. ]É um a fô rça
s u p r a - o r g â n i c a q u e t o m a c o n s c i ê n c i a d e si p e l o c o n f l i t o c o m o u t r a s f o r
ça s q u e co n s titu e m o o r g a n is m o e lh e fo r n e c e m u m t ê n n o d e d e s e n v o l
v i m e n t o ” ( L é x i c o d a f i l o s o f i a , a rt. b i r a n i s m o ) .
J a c o t o t , n a s c id o em D ijo n , fo i s u c e s s iv a m e n te p r o f e s s o r d e h u m a
n id a d e s, a d v o g a d o , o f i c i a l ile a r t ilh a r ia , d ir e t o r d e u m a e s c o la p o li
té c n ic a , p r o f e s s o r na e s c o la c e n t r a l d e D ijo n . N a R e s t a u r a ç ã o , a u n i
v e r s id a d e d e L o v a in a lh e o f e n v e u u m a c a d e i r a ; d e p o is fo i n o m e a d o
d ir e t o r (1a E s c o la M ilit a r da I té lg ic a , o n d e a p lic o u os seu s p r in c íp io s
c o m c e r t o ê x ito . M o r r e u e m P a r is-
(1) A Academia tinha as suas sessões uma vez por semana. Nelas
liam-se dois trabalhos sôbre uma questão tratada sob dois pontos-de-vista;
seguia-se uma discussão cujos debates o Padre resumia e dava a sua opi
nião apoiada nos motivos.
Os membros do Instituto, em número de doze, habitavam separadamen
te, tomavam as refeições à mesa dos professores, tinham livre acesso ao
parque e passavam os serões no grande salão do colégio.
O cstud"i)te de honra tinha direito de passar quinze dias cada ano no
colégio. À sua morte faziam o seu elogio fúnebre na capela do colégio e
todos os anos celebrava-se um ofício pelo repouso de sua alma.
mentos. Andava duzentas léguas para não os privar da sua
paternidade espiritual. Foi êle que disse um dia a Monta-
lem bert estas belas palavras: “ Não se pode calcular o efeito
de uma com unhão a menos no coração de um cristão” .
Repetia muitas vêzes as considerações sôbre o amor que
devem os à Igreja, “ depositária reconhecida das revelações
de Cristo, de seus mandamentos, de sua graça, de seus deve
res, de suas virtudes, de seus direitos, de seu poder” . Não
insistia menos na prática dos deveres cotidianos que são o
critério da m entalidade cristã: orações, prática da virtude,
leitura espiritual, m ortificação, humildade, caridade para
:o m os pobres, amor ao trabalhò, garbo e correção.
Lacordaire amava apaixonadam ente a pátria. Cantara-lhe
as glórias seculares no seu célebre discurso sôbre a Vocação
da nação francesa. Recom enda aos jovens um patriotismo
razoável, excluindo ao m esm o tem po o internacionalism o e
o fanatismo e traduzindo-se pela prática das virtudes cí
vicas” .
Em suas direções e suas cartas, lem bra constantemente
a grandeza da alma e o caráter. Quer ver os jovens m irar
ao que é grande e o ao que é perfeito em todos os gêneros
de virtudes. Quando a alma é elevada, esta magnanimidade
irradia em todos os seus atos; é “ uma causa primeira que
dá a tudo um brilho incom parável” . A direção do Padre foi
essencialmente viril, própria a form ar almas generosas e
bem temperadas. “ Sêde homens, repetia êle muitas vêzes.
Sabei querer e querer sèriamente. Em nosso século quase
ninguém sabe querer. Portanto peço-vos que guardeis êste
conselho: tende uma opinião. Se o fizerdes, sereis grandes
cidadãos” . Era inimigo da passividade. “ Um jovem que não
delibera nunca, que nunca escolhe, não será apto um dia
senão para obedecer covardem ente aos hom ens e às coisas
aue o dom inarem pelo acaso” . (Cartas aos joven s, 32.a carta).
O que importa, sobretudo, é assegurar a dignidade do caráter.
“ É o caráter que faz a autoridade m oral do h o m e m ... C oloco
acima de tudo, acrescenta, a integridade do caráter; quanto
mais v ejo os homens sem êle, taíito mais quero, com a graça
do céu, conservar-m e puro de tudo quanto o passa com pro
m eter ou enfraquecer” .
Inspira aos jovens o espírito de sacrifício e de m ortifi
cação. Quer form ar hom ens viris e sérios. Estigmatiza os
delicados que tinham acolchoados de penas para os pés.
“ Cobertas de penas! exclam ava, que horror! É preciso dei
xar isso para as m ulheres e doentes. No liceu de Dijon,
quando tinha frio, punha minha mala sôbre a cama. Certas
virtudes com o a castidade, são fruto do sacrifício e da fôrça
de caráter. A castidade é necessária para conquistar a v iri
lidade cristã. Oh! dizia a um de seus filhos espirituais, se
pudesse revelar-vos as alegrias íntimas da castidade! Se
pudésseis ver em vosso corpo só um fo co de ternura e de
sacrifício por D eus!” Essa bela virtude lhe inspirou as mais
m agníficas expressões. Em suas conferências de Tolosa ex
clamava: “ A fronte do jovem casto é o resplendor da fronte
de Deus, e é im possível ver uma alma virgem num rosto
puro sem ser com ovido por uma simpatia que contém ter
nura e respeito (Segunda conferência, 1854).
Em outras instruções reprova com vigor a frivolidade, a
inferioridade de certas vidas entregues à ignorância e à ocio
sidade. Enfim recom enda a amizade com o a mais nobre das
afeições. A seus olhos, nada iguala estas relações de duas
almas atraídas uma para a outra só por sua beleza imaterial;
e, pois, que está aí o cum e dos sentimentos humanos, a êle
chama os joven s com o para tôdas as alturas de onde a sua
vista pode alcançar horizontes infinitos: “ A amizade, a lem
brança dos panoramas, o gôsto pela literatura, tôda essa
parte superior dos prazeres da alma, escrevia, não é vestí-
bulo do tem plo em que adoramos a D eus?”
O seu m étodo — Seu m étodo consistia não em se im por
de maneira absoluta, mas em %
crer na alma do m enino e do
jo v em e em desenvolver suas inclinações para o bem. “ Não
procurava m oderar o nosso ardor, lisongeaya as palpitações
e os frêm itos generosos da nossa alma; tom ava entre as mãos
e sôbre o coração tôdas nossas faculdades e as engrandecia
dom inando-as” . (Citado pelo P. Noble, p. 68).
Diversas causas explicam seus êxitos em Sorèze. Deus
lhe dera um grande amor pelas almas. Gosta de divulgar
a felicidade que sente por ter influído nas graças concedidas
por Deus.
Escrevia: “ A . juventude é sagrada por causa dos seus
perigos. O bem que se lhe faz respeitando-a é um daqueles
que mais tocam o coração de Deus” (1 ). A sua afeição pelos
meninos era nobre e santa. “ Não posso amar alguém, dizia,
sem que a alma deslize atrás do coração e Jesus Cristo esteja
participando de tudo no m eio de nós” .
Conhecia adm iravelm ente a ju ven tu d e — Sabia utilizar,
pacificando-as e enobrecendo-as, tôdas as form as do ser:
simpatia, altivez, rebates generosos, ardor dos sentimentos.
A paixão orientada para o bem torna-se um instrumento de
salvação. Falava dela com o de um atrativo invencível “ que
nos im pele para um ente a fim de fazer da nossa vida a
sua vida e da sua a nossa” . É êle que dizia: “ Se não esti-
vésseis apaixonados, faríeis sem dúvida todo o bem, mas não
o amaríeis bastante.”
O que assegurava ainda o seu êxito era seu devotam ento
incom parável. Ficava sem cessar ocupado com os alunos.
O seu quarto, no centro da casa, era para o colégio “ com o
o coração” de onde tôda a vida procede, onde tôda vida vem
renovar-se. A sua influência se fazia sentir por tôda parte,
tanto nas m enores ocasiões com o nas circunstâncias mais
B ibliografia — L a c o r i i a t t í e , L e t l r c s à un j c u n c li o m m e s u r la v i e c h r c -
tie n n e . — L e t t r e s à d e x j e u n e s g r n s , r c o u c i l l i o s p a r 1 ’al>bé P k h k k y v e , lOe.
é d . ( P a r i s , J 8 S 4 ) . — O i i o p a t í x e , L e R . F . L a c o r d a i r e , 3o. é d i t i o n ( P a r i s ,
3 8 6 7 ). — P o i n s e t , L e lí. P . L a e o r d a i r e , I I , oli a p. X V T . — N o i í e e , L e P .
i M c o r d a i r e , a p ô l r e e t d i r e c l e u r de.s j e u n c x f f r n s , 3o. ó d i t i o n ( P a r i s , s. d . ) .
— M. S a b a t i e r , S o u v f n i r . s ãc S o r è . : c ( S e n t e l i c b d o m a - i l i i i r e , £2 ma r s 1 9 1 3 ) .
O P a d r e L a a t b r u s c u i n i (1 7S S -1S 78 ), p r o p a g a d o r in f a t ig á v e l d e id é ia s
p e d a g ó g ic a s p e la s r e v is ta s d e e d u c a ç ã o , p e lo s m a n u a is, e s o b r e t u d o p e la
o b r a c iip ifu l Delta ped a gog ia . S eu s c o n t e m p o r â n e o s c o n s id e r a r a m -n o d o s
m a io r e s e d u c a d o r e s d o sé c u lo . E m seu s e s c r it o s ja m a i s s e p a r a a p e d a
g o g ia d o c o n h e c im e n t o d o h o m e m in t e r io r . P n r a ê le a f o r m a ç ã o da
ju v e n t u d e é a t a r e fa d a s t a r e f a s ; p r e p a r a a r e g e n e r a ç ã o c iv il e m o r a l
d e um p a ís.
T o m m a se o (1 8 0 3 -1 8 7 3 ). c u ja obra p r in c ip a l é i n t it u la d a : D e l l ’E ã u -
cazione, D csiãerii c sa g g i pratici.
A id é ia fu n d a m e n t a l d ê sse l i v r o é q u e a e d u c a ç ã o d e v e te r p o r fim
li v r a r o h o m e m d a e s c r a v id ã o d o m a l. s a lv a r o c o r p o , o e s p ír it o , a im a
g in a ç ã o . a v o n ta d e . A ê s s e p r in c íp io se lig a m q u a t r o id é ia s p a r t i c u l a r e s ;
o ed u cad or d eve: l . ç — e n s in a r o b e m ; 2 ." — a c o n s e lh a r e a d v e r t i r ;
S .5 — c o r r i g i r : o id e a l da d is c ip lin a é u n ir a d o ç u r a c o m a s e v e r id a d e :
4 .9 — fa e e r c o n h e c e r a v e r d a d e .
A g r a n d e o b r a d e T o m m a s e o d e te r m in o u n o s e d u c a d o r e s it a lia n o s
um m o v im e n to s a lu t a r p a r a os p r in c íp io s d a c iê n c ia p e d a g ó g ic a .
O P a d r e R o s m i n i (1707-18051. f i l ó s o f o e e s c r it o r p e d a g ó g ic o d e g r a n
d e v a lo r . S u a o b r a - p r i n c i p a l : T)el p rincipio suprem o delia m etódica•, e x p õ e
■os g r a n d e s p r in c íp io s d a e d u c a ç ã o : d e v e s e r u m a n e s seu s fin s , n a s
s u a s d o u tr in a s , n o d e s e n v o lv im e n to d a s fa c u ld a d e s , n a f o r m a ç ã o m o r a l.
Hen fim s u p r e m o é a p e r f e i ç ã o d o in d iv íd u o , e ê sse id e a l n ã o se r e a liz a
s e n ã o c o m o a u x ílio d a m o r a l c r is t ã e d a r e lig iã o . E m su a o b r a p ó s
t u m a : O m éto d o na educarão , e x p õ e os p r in c íp io s d o e n s in o fr o e b e lia n o
c o m g r a n d e f o r ç a d e a n á lise .
B i b l io g r a f i a — D o mB o s c o , S y s lc m a p rev en tiv o (T u r in , 1 9 2 0 ). — X .,
D om B o :íc o e le sue o p ere (T u r in , 1 9 1 3 ). - - B v iletin Saléxien (spéidaleiment
a u n écs 1 9 0 8 -1 9 1 4 ). — F l e u r y , L e » S a lr x i r m et Voeu-vrc de D om B osco
(P a r is , 1 9 0 6 ). Y i d l e f r a x c h e , V ie de B om B o sco . — I)o\r C e r t j t i , Storia
delia ped a gog ia in Itá lia (T u r in , 1 8 8 3 ). — S a s t t e G i u f f k i d a , S toria delia
p ed a go g ia (T u r in , 1 9 1 2 ).
\
A s esolas de Guadalupe, da M artinica, do Senegal, da
Guiana, de São Pedro e M iquelon, produziram grande bem
nessas regiões longínqüas. A lguns de seus religiosos, pelo
ascendente que exerciam na população negra e pelo espírito
de iniciativa, prestaram os serviços mais eminentes à influ
ência francesa.
O heroísm o do Irm ão D esidério Maria, falecido no Sene
gal depois de quarenta anos de apostolado, im pressionou a
alma de Sarcey, e êste consagrou ao hum ilde religioso uma
crônica: “ Eis um hom em feliz, disse, porque executou o tra
balho e êsse trabalho, pôsto que obscuro e humilde, foi bom
e abundante em fr u t o s ... Ir m orrer lá longe, depois de ter
ensinado o a, b, c a algumas dúzias de negrinhos, não era
perspectiva bem sedutora. Resignou-se, tom ou a tarefa a
sério, a peito, com o diz a gente simples; pôs tôda a alma e
consagrou tôdas as fôrças a executá-la. V iveu quarenta anos
do m esm o pensamento e do m esmo trab alh o. . . A m ou êsse
povo negro porque o instruiu;, não o teria instruído se não
o tivesse amado; não teria sido o hom em feliz que nos des
crevem os panegiristas se não tivesse amado e instruído” .
Se tivesse conhecido todo o devotam ento dos nossos religio
sos docentes, Sarcey teria podido escrever centenas de crô
nicas tão com ovedoras com o essa.
À m orte de Lamennais seu Instituto dirigia 299 escolas.
Em princípios do século X X , os Irmãos da Instrução Cristã
em núm ero de 3.700 dirigiam 460 estabelecimentos, dando
educação a 75.000 meninos.
Saudemos no ilustre sacerdote bretão, um dos maiores
benfeitores da infância do século X IX . Bem m ereceu da
França e da Igreja, m elhorando a sorte das classes popu
lares, fazendo com preender a necessidade do ensino técnico
e profissional, e trabalhando com tôda a alma na difusão do
reino de Jesus Cristo.
B ibliografia — H e r p i n , J . M . de Lamennais, xfs grandes idêes et ses
grandes oeuvres ( P l o e m e l , 1 8 9 7 ) . — M . G. R . L a v e i l l e , J. M . de Lamen
nais ( P a r i s , 1 9 0 2 ) , 2 v o l. — B o p a r t z , La rie et les oeuvres de J. M. ãe
Lamennais ( P a r i s , s. cT.) — Institut des Frères de 1’Instrxiction chrétienne
( c o l l . Les Orclres religieitx) ( P a r i s , 1 9 2 3 ) .
(1 ) B ib lk x ít ía fia — A bbé A . B la in , L M n s r it u t d es F r ò r e s de S a in t -
O a b riel (P o itie r s ,
1 8 9 7 ), — M cit. C r o s n i e r , L 'H o m m c ilc Ia P ro v id cn cc :
Gabriel Deshayes, 2 vol. (P a r i s ) .
Desde m uito tem po os Irmãos do Sagrado Coração ti
nham fundado estabelecim entos no estrangeiro. Sua pri
meira escola nos Estados-Unidos rem onta a 1847. Em 1872,
se estabeleceram no Canadá onde dirigem atualmente 50
casas de educação com grande satisfação das autoridades es
colares e das famílias. Têm igualm ente escolas na Espanha
e na Bélgica.
Os Irmãos do Sagrado Coração sempre velaram com
cuidado especial pela form ação dos súditos. Com o a m aior
parte das outras Instituições de Irmãos docentes, têm publi
cado séries de obras clássicas que atestam profundo conheci-
m énto dos m étodos de ensino e preocupação constante de
corresponder às necessidades atuais da educação. (V. O Ins
tituto dos Irmãos do Sagrado Coração, Paris, 1923).
(1 ) E 111 1852, um a p olêm ica m uito viva clera-se a resp eito d os an tig os
clássicos. M ons. Gaitme, em um liv ro fa m o so , o V er m e ro ed or das socie
dades m o d e r n a s , sustentava m ie o estudo d os au tores p a g ã o s e r a a causa
d e to d o o m al de que so fria m as socieda des m odernas, o que era p reciso
su bstitu ir a êsses m estres co rru p to re s, os clássicos cristãos.
Esta, reação era um tan to ex a g e ra d a , o nenlium c a tó lic o teria ousado
su sten tar fô ss e necessá rio ater.se un icam en te aos au tores p a g ã os. A solu
ção ad m itid a fo i a qu e in d ica aqui o P . M o n fa t : escolher com d iscern im en
to os textos dos clá ssicos p ag ã o s, e dar "Uma p a rte c o n sid e rá v el aos clássieos
cristãos.
Em nossos dias essa fa m osa «luestão não é co m p re e n d id a d e m odo
d iv e r s o ; tal 6 a con clu sã o qu e se p o d e dedu zir de discu rso recen te do P . de
!a B rière. E m um a p assagem relativa ao estud o d os clássicos p ag ã os, o
em inente eon feren eista d iz :
“ Com o p reservar a ju v e n tu d e do c o n tá g io do p ag an ism o qu and o lhe
explicam os au tores clássicos, g r e g o s e latin os, da a n tig u id a d e p a g ã ?
“ P rim eiram en te haverá a prim azia da fo r m a ç ã o m ora l e sob re n a tu ra l;
haverá tam bém o estudo dos clássicos c r i s t ã o s ...
Os capítulos que tratam do ensino da história determ i
nam magistralm ente o valor educativo do estudo das ações
humanas. Os fatos históricos devem ser ensinados em re
lação à fé.
E’ preciso sobretudo procurar pôr em relevo a idéia ca
pital de que Jesus Cristo é o centro, o sol da história, que
Éle faz a unidade da mesma, e que sem Êle é im possível
com preender plenam ente as idéias de virtude e de civili
zação.
Um adm irável estudo sôbre o ensino da filosofia coroa o
últim o volum e. Com o todos os grandes educadores, o P.
M onfat dá a êsse estudo im portância capital na form ação
da juventude: esclarece a fé, eleva o espírito até Deus, dis
ciplina as faculdades, fortifica a vontade, assegura o pro
gresso das ciências. E ’ preciso estudá-la com a alma tôda.
Mas somente a filosofia escolástica corresponde plenamente
a êsse ideal: é construída à im agem da natureza humana, e
C A PÍTU LO V II
CAH ]
Há século e m eio tem-se dado às mulheres até acesso
às universidades. Seguem cursos de medicina, direito, letras,
filosofia, ciências. Temos a m ulher advogada, a mulher m é
dica, doutoras em letras e em filosofia, substitutas. Em
geral, o resultado não tem sido satisfatório. P or algumas
mulheres que têm feito estudos sérios ou têm conseguido
criar situação honrosa e respeitável, é considerável o núm ero
das desclassificadas que tal aumento de instrução sem con-
trapêso m oral e religioso, tem atirado às ruas das grandes
cidades. O fem inism o exagerado não tem deixado de pro
vocar perturbações na família. Essa cultura superior só
produzirá felizes resultados quando dirigida para o aperfei
çoam ento m oral e consolidação do caráter.
Entre as influências que se têm exercido sôbre a educa
ção das moças distinguirem os as das escritoras pedagógicas
e das religiões professoras.
I — A escritoras pedagógicas
II — As Religiosas docentes
díocres virtudes” .
Os estudos pedagógicos estão em aorêco nas casas das
Damas do Saerado Coração, com o provam, em particular, as
o V a s notáveis publicadas por duas delas: Mme. Janet
Erskme Stuart e Mme. Maria Galli.
M me. Stuart escreveu um belíssim o livro sô^re a Fdu-
cacão áas joven s católicas. Encontram -se nêle conselhos
m uito iudiciosos sôbre o ensino religioso, o caráter e a
form ação m oral, as maneiras e a polidez, as lições e os-iogos,
o ensino da matemática, das ciências físicas, da história e
da filosofia. O último capítulo é consagrado à educação su
perior das mulheres.
As direções dadas nessa obra são amadurecidas por longa
experiência no ensino, na form ação das professoras e no go-
vêrno de uma Congregação dedicada exclusivam ente à edu
cação de jovens.
Publicada prim eiro em inglês, foi traduzida para várias
línguas. O prefácio da edição francesa indica-lhe exatamente
o espírito: “ A autora coloca-se em terreno francam ente ca
tólico no com êço e no fim de seu trabalho, bem com o ainda
nas suas grandes linhas.
— Cremos, com efeito, que, seja em educação, seja mais
tarde no governo de si, é êrro separar o natural do sobre
natural. Êsse sistema é contrário à própria natureza da
menina que é católica inteiramente, e em todo instante. Sua
alma, iluminada pela fé e fecundada pela graça, necessita de
se desenvolver pela gráca e pela fé, e essas duas fôrças de
vem ser alimentadas e vivificadas nela durante todo o curso
de sua educação” .
Prefácio .............................................................................................................. 7
Introdução .......................................................................................................... 18
A AN TIG U ID A D E
IV . PERÍODO ESCOLÁSTICO
D o Renascimento ao X V I I o século
I. O RE N ASCIM EN TO E A R E FO R M A
O 17.° século
O 19.° século
Capítulo I — Caracteres e condições da educação no séc. 20 . . 457
II — Pedasogia protestante: Pesta'ozzi, Bell e Lancas-
ter, Froebel e os Jardins-de-infância, Mme. Pape.
Carpentier, Mme. Necker de Saussure, Diester-
weg, a educaçío nos Estados Unidos e no Canadá
francês, Horácio Mann, D. Page, H. Bamard,
William James, Frederico F o è r ste r ........................ 472
III — As escolas sobretudo psicológicas: J. F. Herbart,
a psicologia experimental ........................................ 528
IV — Emanuel Kant e o racionalismo. Fichte. João Ma-
cé, Henrique Marion, Gréard, Compayré ........... 544
V — O positivismo e o evolucionistno: A Comte, Spen-
cer, Bain, S. Mill ......................................................... 555
V I — A pedaeogia católica: Overberg. o Pe. Girard,
Maine de Biran, Jacotot, Lacordaire, Mgr. Du-
panlouo, dom B occo, Lambruschini, Tommaseo,
Rosmini, Rayneri, O ven. Pe. Champagnat, o ven.
J. M. Lamennais, o pe. Chaminade, o pe. Quer
bes, o pe. Deshayes e os Irmãos Ide S. Gabriel, o
pe. Coindre e os Irmãos do Saerado Coração, os
Irmãos da Sta. Cruz, dom Frechard e os Irmãos
da Doutrina Cristã de Nancy, o pe. Monfat, Otto
Willmann ............................... ...................................... 574
>>
V II — A educacão das jovens no século 19: 1. Os es
critores veda^ó ticos: Mme. Csroran. Mme. '"e Ré-
muset, Miss Hamilton, Miss F-Veworth. Mrr>e. de
Genlis. Mme. Guizot, Mme. Necker tíe Sausçure,
nr 9 /■** (1cx'r‘r' tí‘-'-■ A
bem-aventurada Julia Bi'liart. Santa Madalena
Sofia Barat, Mme. Janet Esskine S t u a r t............. 647
Conclusão 666