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ELETRÔNICA ANALÓGICA

AULA 5

Profª Viviana Raquel Zurro


CONVERSA INICIAL

Nesta etapa, estudaremos os princípios básicos de processamento de


sinais, abordando conceitos básicos de sinais que serão de extrema importância
para projetos de sistemas adequados para processá-los.
Trataremos de conceitos básicos de sinais compostos, que poderão ser
abordados em outros momentos de seus estudos.
Faremos um estudo introdutório de série e transformada de Fourier e uma
revisão de transformada de Laplace, visando relacionar domínio do tempo com
domínio da frequência, para entender a relação entre a resposta em frequência
de equipamentos eletrônicos e os sinais a serem processados por eles.
Estudaremos as noções básicas do plano complexo s para conhecer os
princípios básicos de estabilidade dos sistemas.
Aprofundaremos o estudo de filtros ativos, usando amplificadores
operacionais, discutidos no quarto tópico de estudos, e abordaremos as
características de diferentes tipos de filtros analógicos, analisando e projetando
filtros do tipo Butterworth de ordem n.

TEMA 1 – PRINCÍPIOS DE PROCESSAMENTO DE SINAIS

Estudaremos os princípios básicos de processamento de sinais. Todo


sinal proveniente de um sensor precisa ser processado analogicamente antes
de qualquer outro tipo de processamento ou tratamento tanto analógico quanto
digital. O processamento matemático de sinais e o estudo de suas características
poderá ser abordado em outros momentos de seus estudos.
Todo sinal captado por um sensor contém informações acerca da variação
de um parâmetro físico em função do tempo: luz, calor, movimento, vibração,
áudio e muitos outros sinais; ou em função do espaço: imagens. Os sinais são
captados por sensores e transformados em sinais elétricos por transdutores
(geralmente o sensor e o transdutor estão no mesmo encapsulado ou os dois
são um só dispositivo) para que seja possível seu processamento por um
sistema eletrônico. O processamento inicial é analógico realizado por circuitos
eletrônicos (hardware). Geralmente, este primeiro processamento consiste em
amplificação do sinal e filtragem de ruídos. Processamentos posteriores
permitirão ao sistema realizar determinadas ações por meio de determinados

2
comandos, detectar padrões dentro do sinal e outras ações de acordo com as
necessidades do projeto.

1.1 Processamentos analógicos básicos

A natureza é basicamente analógica, portanto, os sinais captados pelos


sensores serão inicialmente analógicos, bem como o processamento inicial.
Caso esses sinais venham a ser processados digitalmente, eles deverão ser
convertidos em sinais digitais após o processamento analógico inicial. Os
principais processos analógicos após a captação do sinal são:

• Amplificação;
• Filtragem.

1.1.1 Amplificação

Amplificar um sinal consiste em aumentar sua amplitude de acordo com


as necessidades dos sistemas. Os sensores geralmente entregam sinais de
amplitude muito pequena; alguns deles entregam sinais na faixa dos µV por meio
de uma altíssima impedância de saída. Isso inviabiliza qualquer possibilidade de
processamento principalmente digital do sinal.

Figura 1 – Sinal amplificado com ganhos diferentes sendo o maior ganho o ganho
4

16 Amplitude
14
12
10
8
6 Ganho 1
4
2 Ganho 2
0
-2 0 100 200 300 t (s) 400 Ganho 3
-4
-6 Ganho 4
-8
-10
-12
-14
-16

Fonte: Zurro, 2022.

Os sinais mostrados na Figura 1 representam um mesmo sinal de entrada


que foi amplificado com ganhos diferentes. Nessa figura, podemos observar que,
para os ganhos 1, 2 e 3, o sinal aparece completo, sem distorção nem cortes.

3
Para o ganho 4, o sinal é cortado porque a amplitude ultrapassou os limites do
dispositivo ativo ou da fonte de alimentação (o que acontecer primeiro limitará a
saída do amplificador). Esse corte do sinal implica em perda de informação e
traz como consequência um erro chamado distorção de amplitude, o que deve
ser evitado. Para evitar esse tipo de distorção, o ganho do circuito deverá ser
calculado de acordo com o sinal de entrada e com a amplitude que se pretende
ter na saída, respeitando os limites do dispositivo ativo e da fonte de alimentação.

1.1.2 Filtragem

Todos os sinais provenientes de sensores vêm em maior ou menor grau


mergulhados em ruído. Esses ruídos são todos os sinais que não fazem parte
do espectro em frequência do sinal e que entram pelo sensor, pelos cabos de
conexão e por outros lugares. Este assunto será estudado ao longo desta etapa.

TEMA 2 – RELAÇÃO ENTRE DOMÍNIO DO TEMPO E DOMÍNIO DA


FREQUÊNCIA

A análise de sinais e sistema no domínio do tempo fornece resultados


limitados. A maior parte do processamento de sinais é realizada no domínio da
frequência. Para desenvolver qualquer sistema é necessário conhecer o
espectro em frequência do sinal.
O sinal apresentado na tela do osciloscópio é um sinal no domínio do
tempo, por exemplo, a onda senoidal da Figura 1. Qualquer parâmetro físico que
varia no tempo pode ser representado como um sinal dependente do tempo.
Qualquer sinal variável pode ser representado pela soma de sinais senoidais de
amplitudes, fases e frequências diferentes. Esses sinais constituem o espectro
em frequência e são chamados de harmônicos. É de fundamental importância
conhecer o espectro em frequência do sinal para desenvolver equipamentos
eletrônicos para processamento dos mesmos. Esses equipamentos precisam
amplificar e processar todos os componentes do sinal para não perder
informação. Cabe lembrar que os sinais geralmente vêm mergulhados em ruídos
que, como não fazem parte dos sinais, precisam ser eliminados pelo
equipamento.
Para analisar o espectro do sinal, é necessário passá-lo para o domínio
da frequência. Para isso, utiliza-se um operador matemático chamado

4
transformada integral. Existem vários tipos de transformadas, mas a
transformada de Laplace e a transformada e a série de Fourier são
provavelmente as ferramentas matemáticas mais poderosas do engenheiro
eletricista.

2.1 Série e transformada de Fourier

A série de Fourier é usada para representar qualquer sinal periódico. Na


Figura 2, podemos ver uma onda quadrada e suas componentes espectrais. Aqui
podemos observar graficamente a passagem do domínio do tempo para o
domínio da frequência. O sinal no domínio do tempo é representado no eixo
tempo e é o resultado da soma de n sinais senoidais. O diagrama de barras do
eixo da frequência representa cada uma das harmônicas do sinal com sua
amplitude máxima e sua frequência.

Figura 2 – Visualização gráfica de um sinal no domínio do tempo (forma de onda)


e no domínio da frequência (espectro)

Fonte: Zurro, 2022.

A Figura 3 mostra um sinal de eletrocardiograma (ECG). O lado esquerdo


da figura mostra o sinal no domínio do tempo e o lado direito mostra o espectro
no domínio da frequência. No gráfico do domínio da frequência, é possível ver
que o espectro se concentra nas baixas frequências (até 30 Hz mais ou menos).

5
Isso significa que os harmônicos de interesse estão nessa faixa de frequência.
Sinais com frequências maiores geralmente constituem ruído que deve ser
filtrado. É muito comum, nesses casos, aparecer uma linha espectral de
amplitude maior na frequência de 60 Hz. Essa linha se deve à frequência da rede
e precisa ser eliminada (para sinais biológicos de baixíssima amplitude e baixa
frequência, ela pode representar um ruído muito grande).
Os equipamentos de ECG devem amplificar sinais de até
aproximadamente 40Hz (na maioria dos casos) rejeitando as frequências
superiores a esse valor (Wei et al., 2010).

Figura 3 – Sinais de eletrocardiograma com seus respectivos espectros em


frequência

Fonte: Zurro, 2022.

2.2 Transformada de Laplace

A transformada de Laplace permite analisar circuitos com entradas


senoidais e não senoidais. Aqui, nós a usaremos para analisar o comportamento
de circuitos no domínio da frequência. Ela é uma poderosa ferramenta porque:

• Pode ser aplicada a uma variedade maior de entradas do que a análise


fasorial.

6
• Fornece uma maneira fácil de resolver problemas de circuitos que
contenham condições iniciais, pois permite trabalhar com equações
algébricas no lugar de equações diferenciais.
• É capaz de fornecer, em uma única operação, a resposta total do circuito,
contendo tanto a resposta natural quanto a resposta forçada (Alexander;
Sadiku, 2006).

2.3 Relação entre as transformadas

Enquanto a série e a transformada de Fourier são usadas em


processamento de sinais, sistemas de controle, antenas e outros sistemas, a
transformada de Laplace é usada principalmente para verificar o comportamento
de sistemas. A transformada de Fourier é usada para passar a função para o
domínio da frequência real, portanto, não se tem informação acerca do
deslocamento de fase. Já a transformada de Laplace permite passar a função
para o domínio da frequência complexa, mantendo, assim, a informação do
deslocamento de fase.
Em regime estacionário, o comportamento de um sistema pode ser
previsto verificando o domínio da frequência real. Para estudar o comportamento
também em regime transitório, é necessário entrar no domínio da frequência
complexa.

TEMA 3 – FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA

A função de transferência de um sistema é a relação entre sua saída e


sua entrada. A maioria dos sistemas eletrônicos é composta por sistemas
lineares invariantes no tempo representados por sua função de transferência.
Ela relaciona a transformada de Laplace da saída à transformada de Laplace da
entrada.
O circuito mostrado na Figura 4 é um amplificador operacional na
configuração de integrador. A análise no domínio do tempo é relativamente
complexa porque implica em cálculo integral ficando impossível de obter a
função de transferência do sistema.

Domínio do tempo

𝑣𝑣 + = 𝑣𝑣 − = 0 (1)

7
𝑣𝑣𝑖𝑖(𝑡𝑡) − 0 𝑑𝑑�0 − 𝑣𝑣𝑜𝑜(𝑡𝑡) � (2)
𝑖𝑖(𝑡𝑡) = = 𝐶𝐶
𝑅𝑅 𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑣𝑣𝑖𝑖(𝑡𝑡) 𝑑𝑑𝑣𝑣𝑜𝑜(𝑡𝑡) (3)
=−
𝑅𝑅𝑅𝑅 𝑑𝑑𝑑𝑑
1 (4)
𝑣𝑣𝑜𝑜(𝑡𝑡) = − � 𝑣𝑣𝑖𝑖(𝑡𝑡) 𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑅𝑅𝑅𝑅

Como pode ser visto na equação (4), o sinal de saída é uma função da
integral do sinal de entrada.

Figura 4 – Amplificador operacional na configuração de integrador. O sinal de


saída é proporcional à integral do sinal de entrada

Fonte: Zurro, 2022.

Domínio da frequência

Considerando o circuito no domínio da frequência e a transformada de


Laplace:
Impedância do capacitor:
1 (5)
𝑍𝑍𝐶𝐶 =
𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗
1
Como 𝑠𝑠 = 𝑗𝑗𝑗𝑗, 𝑍𝑍𝐶𝐶 =
𝑠𝑠𝑠𝑠

Trabalhando com fasores de tensão e corrente:

𝑽𝑽𝑖𝑖 − 0 0 − 𝑽𝑽𝑜𝑜 (6)


𝑰𝑰 = =
𝑅𝑅 𝑍𝑍𝐶𝐶
𝑽𝑽𝑖𝑖 −𝑽𝑽𝑜𝑜 (7)
=
𝑅𝑅 1
𝑠𝑠𝑠𝑠

8
𝑽𝑽𝑖𝑖 (8)
= −𝑠𝑠𝑠𝑠𝑽𝑽𝑜𝑜
𝑅𝑅

Definindo a função de transferência como 𝐻𝐻(𝑠𝑠)

𝑽𝑽𝑜𝑜 1 (9)
𝐻𝐻(𝑠𝑠) = =−
𝑽𝑽𝑖𝑖 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠

A equação (9) apresenta a função de transferência de um amplificador


operacional na configuração de integrador. Como os polos da função são os
valores de s que zeram o denominador da mesma, é possível ver que o
integrador tem um polo em 𝑠𝑠 = 0.
O amplificador operacional da Figura 5 está na configuração de
diferenciador.

Figura 5 – Amplificador operacional na configuração de diferenciador (ou


derivador). O sinal de saída é proporcional à derivada do sinal de entrada

Fonte: Zurro, 2022.

No circuito da Figura 5, a análise no domínio do tempo é relativamente


complexa porque implica em cálculo diferencial ficando impossível de obter a
função de transferência do sistema.

Domínio do tempo

𝑑𝑑𝑣𝑣𝑖𝑖(𝑡𝑡) (10)
𝑣𝑣𝑜𝑜(𝑡𝑡) = −𝑅𝑅𝑅𝑅
𝑑𝑑𝑑𝑑
Como pode ser visto na equação (10), o sinal de saída é uma função da
derivada do sinal de entrada.

Domínio da frequência

9
Considerando o circuito no domínio da frequência e a transformada de
Laplace:
𝑽𝑽𝑜𝑜 (11)
𝐻𝐻(𝑠𝑠) = = −𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠
𝑽𝑽𝑖𝑖

A equação (11) apresenta a função de transferência do amplificador


diferenciador. Como os zeros da função são os valores de s que zeram o
numerador da mesma, é possível ver que o diferenciador tem um zero em 𝑠𝑠 = 0.

TEMA 4 – INTRODUÇÃO AO PLANO COMPLEXO

Uma tensão senoidal genérica pode ser escrita como mostra a equação
(12):
𝑣𝑣(𝑡𝑡) = 𝑉𝑉� 𝑒𝑒 𝜎𝜎𝜎𝜎 . 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜃𝜃) (12)
O sistema é considerado estável quando, após um impulso inicial, a
amplitude de oscilação tende a um valor de amplitude finita (que pode ser zero)
A Figura 6 mostra um sistema estável sendo que 𝜎𝜎 < 0.

Figura 6 – Para 𝜎𝜎 < 0 e 𝜔𝜔 > 0. Este é um sistema estável cuja amplitude vai
diminuir até atingir o regime permanente

2
Amplitude

0
-100 100 300 500 700 900 1100 1300 1500
-2

-4

-6

-8
Tempo

Fonte: Zurro, 2022.

O sinal mostrado na Figura 7 representa um oscilador perfeito.


Teoricamente a oscilação deste sistema se manteria constante ao longo do
tempo, mas um sistema como este é impossível de manter porque qualquer
10
estímulo pode tirar a estabilidade deste sistema. Sistemas reais são susceptíveis
a ruídos externos, que podem tirar esse sistema da estabilidade.

Figura 7 – Para 𝜎𝜎 = 0 e 𝜔𝜔 > 0. Este é o caso típico de um oscilador com


amplitude constante

8
6
4
2
Amplitude

0
-100 100 300 500 700 900 1100 1300 1500
-2
-4
-6
-8
Tempo

Fonte: Zurro, 2022.

O sistema apresentado na Figura 8 é instável e a amplitude iria aumentar


até infinito a não ser pelas limitações físicas do mesmo (fonte de alimentação,
limites do dispositivo ativo etc.). Circuitos eletrônicos não devem apresentar este
comportamento.

Figura 8 – Para 𝜎𝜎 > 0 e 𝜔𝜔 > 0. Este é o caso de um sistema instável cuja


amplitude aumenta indefinidamente

150

100

50
Amplitude

0
-100 100 300 500 700 900 1100 1300 1500
-50

-100

-150
Tempo

Fonte: Zurro, 2022.

11
Não existe frequência negativa (𝜔𝜔 ≥ 0). A frequência complexa é definida
como 𝑠𝑠 = 𝜎𝜎 + 𝑗𝑗𝑗𝑗 (plano s), em que 𝜎𝜎 é a parte real, também chamada de
atenuação, e 𝑗𝑗𝑗𝑗 é a parte imaginária. Em engenharia, física e matemática o
plano s é o plano complexo em que a transformada de Laplace é representada.
Ele é usado como uma ferramenta de análise gráfica do comportamento de
sistemas no domínio da frequência.
Aplicando a transformada de Laplace, é possível passar uma função do
domínio da frequência:

(13)
𝐹𝐹(𝑠𝑠) = � 𝑓𝑓(𝑡𝑡) . 𝑒𝑒 −𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑑𝑑𝑑𝑑
0

A Figura 9 mostra a representação da frequência complexa no plano s.


Os zeros do sistema são representados por o, e os polos do sistema
representados por x.
A Figura 9 (a) mostra um zero em 𝑠𝑠 = 0, a Figura 9 (b) mostra um polo em
𝑠𝑠 = −1 + 𝑗𝑗2 e a Figura 9 (c) mostra um polo em 𝑠𝑠 = 0,5 + 𝑗𝑗2,5, em que o sigma
(𝜎𝜎) é a exponencial (atenuação) e o 𝜔𝜔 (ômega) é a frequência de oscilação. Um
sistema eletrônico que tenha uma função de transferência com um polo como o
da Figura 9 (b) terá uma resposta como a mostrada na Figura 6. Agora, um
sistema eletrônico que tenha uma função de transferência com um polo como o
da Figura 9 (c) terá uma resposta como a mostrada na Figura 8 (Ogata, 1982).

Figura 9 – Polos e zeros representados no plano s

𝜎𝜎

(a) (b) (c)

Fonte: Zurro, 2022.

Resposta do sistema de acordo com a posição dos polos no plano


s:

12
1. Um polo real 𝑝𝑝 = −𝜎𝜎 no lado esquerdo do plano s implica em uma
exponencial decrescente. A velocidade de decaimento vai depender da
posição do polo no eixo real em relação à origem.
2. Polo na origem 𝑝𝑝 = 0 define uma constante cuja amplitude depende das
condições iniciais do sistema.
3. Um polo real 𝑝𝑝 = 𝜎𝜎 no lado direito do plano s implica em uma exponencial
crescente. Como a exponencial cresce indefinidamente o sistema é
instável.
4. Um par de polos complexos conjugados 𝑝𝑝𝑖𝑖 = 𝜎𝜎 ± 𝑗𝑗𝑗𝑗 no lado esquerdo do
plano (σ negativo) gera um sinal senoidal com amplitude decrescente no
tempo 𝑓𝑓(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴. 𝑒𝑒 𝜎𝜎𝜎𝜎 . 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜑𝜑), onde A e φ são determinados pelas
condições iniciais do sistema, σ é a taxa de decaimento exponencial e ω
a frequência de oscilação.
5. Um par de polos complexos conjugados 𝑝𝑝𝑖𝑖 = ±𝑗𝑗𝑗𝑗 no eixo imaginário (σ =
0) gera um sinal senoidal com amplitude 𝑓𝑓(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴. 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜑𝜑), onde A e φ
são determinados pelas condições iniciais do sistema, e ω a frequência
de oscilação.
6. Um par de polos complexos conjugados 𝑝𝑝𝑖𝑖 = 𝜎𝜎 ± 𝑗𝑗𝑗𝑗 no lado direito do
plano (σ positivo) gera um sinal senoidal com amplitude crescente no
tempo 𝑓𝑓(𝑡𝑡) = 𝐴𝐴. 𝑒𝑒 𝜎𝜎𝜎𝜎 . 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜑𝜑), em que A e φ são determinados pelas
condições iniciais do sistema, σ é a taxa de crescimento exponencial e ω
a frequência de oscilação. Como a exponencial cresce indefinidamente, o
sistema é instável (MIT).

13
Figura 10 – A posição no plano s dos polos da função de transferência do sistema
determinará sua resposta

Fonte: Zurro, 2022.

TEMA 5 – FILTROS ATIVOS

Um filtro é um dispositivo projetado para rejeitar ou atenuar determinadas


frequências e deixar passar outras. Pode ser um dispositivo passivo, composto
por capacitores, resistores e indutores, ou ativo, composto por capacitores,
resistores e amplificadores realimentados (amplificadores operacionais). De
acordo com a resposta em frequência eles se classificam em passa-baixas
(FPB), passa-altas (FPA), passa-faixa (FPF) e rejeita-faixa (FRF).
A Figura 11 mostra as respostas em frequência de filtros ideais das
classificações mencionadas. Nesta figura, podemos observar que os dispositivos
têm amplitude constante (ganho de tensão) em determinadas faixas de
frequência e, fora da faixa, o ganho cai (a zero nos filtros ideais). A faixa de
frequência em que a amplitude é máxima é chamada de banda passante, e a
faixa fora da banda passante é chamada de faixa de rejeição. Os filtros passivos
dentro da banda passante têm um ganho aproximadamente igual a 1, enquanto
os filtros ativos têm ganho maior do que 1.

14
Figura 11 – De cima para baixo: FPB – FPA – FPF – FRF

Fonte: Zurro, 2022.

A frequência que limita essa banda é chamada frequência de corte fc.


Também pode ser indicada como fL (do inglês low), que indica frequência de
corte de baixa frequência, ou fH (do inglês high), que indica frequência de corte
de alta frequência. Todo sinal cuja frequência estiver além de fc será rejeitado
(filtrado).
As características ideais apresentadas na Figura 11 são impossíveis de
realizar com elementos físicos. A Figura 12 mostra a resposta de um FPB
Butterworth de ordem 2 usando um amplificador operacional LM741 com
15
frequência de corte em 120Hz aproximadamente. Esta resposta foi obtida em
testes de laboratório.
Ganho em escala adimensional:
𝑣𝑣𝑜𝑜
|𝐴𝐴𝑉𝑉 | = � �
𝑣𝑣𝑖𝑖
Às vezes, é melhor expressar o ganho do filtro (amplificador) em escala
decibel. Ganho em escala decibel:

Figura 12 – Resposta em frequência de um filtro passa-baixas Butterworth de


ordem 2. (a) Ganho em escala normal adimensional, (b) ganho em escala decibel

𝐴𝐴𝑉𝑉[𝑑𝑑𝑑𝑑] = 20. 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙(|𝐴𝐴𝑉𝑉 |)

(a)

(b)

Fonte: Zurro, 2022.

16
A frequência de corte é também chamada de frequência de meia potência
ou de frequência 3 dB:

• Frequência de corte (fc) porque corta todos os componentes cuja


frequência estiver além dela. A fc é a frequência na qual a amplitude
(ganho) caiu a 70% do ganho na banda passante.
• Frequência de meia potência (fc) porque a potência do sinal ao atingir essa
frequência cai pela metade da potência que tinha na banda passante.
• Frequência de 3 dB (f3dB) porque, quando a escala do ganho está em dB,
na frequência de corte o ganho é 3 dB menor do que o ganho da banda
passante.

A região da resposta do filtro real onde o ganho varia (queda ou subida) é


chamada região de transição.

5.1 Introdução a filtros analógicos: Butterworth, Chevyshev, Bessel

Existem dois tipos principais de filtros: analógico e digital. Embora a base


matemática seja a mesma, eles são diferentes tanto na montagem física quanto
em seu funcionamento. O filtro analógico é composto por componentes
eletrônicos e serve para filtrar sinais analógicos. São de fundamental importância
em aplicações como redução de ruídos e outras aplicações específicas. Mesmo
o sinal analógico a ser digitalizado deve ser processado antes da digitalização.
Os filtros analógicos são muito importantes nesta fase. Para projetar um filtro
analógico existem diversas técnicas. A precisão dos componentes e a tensão e
a corrente devem ser consideradas durante todo o projeto.

5.1.1 Tipos de filtros e suas respostas

• Bessel: banda passante e faixa de rejeição planas com transição suave.


• Butterworth: banda passante e faixa de rejeição planas com transição
moderada.
• Chebyshev tipo 1: banda passante com ondulações e faixa de rejeição
plana com transição moderada.
• Chebyshev tipo 2: banda passante plana e faixa de rejeição com
ondulações com transição moderada.

17
• Elíptico: banda passante e faixa de rejeição com ondulações com
transição abrupta.

A Figura 15 mostra a resposta em frequência de diferentes tipos de filtros


passa-baixas. Todos os filtros têm vantagens e desvantagens, a escolha do tipo
de filtro vai depender do tipo de processamento que vai ser aplicado ao sinal.
Cabe lembrar que até o filtro mais próximo do ideal vai impor distorção por
deslocamento de fase na região do(s) polo(s) que determina(m) a frequência de
corte (Diagramas de Bode – Análise de Circuitos Elétricos).

5.2 Topologias

As topologias mais usadas para projetar filtros ativos são:

• Sallen Key: como o desempenho do filtro apresenta pouca dependência


em relação aos parâmetros do amplificador operacional (AOp), essa
topologia é uma das mais usadas no projeto de filtros ativos de baixa
ordem.
• Realimentação múltipla: apresenta maior dependência em relação aos
parâmetros do AOp utilizando o mesmo como um circuito integrador.
• Variáveis de estado: um ou mais circuitos integradores conectados em
alguma configuração de realimentação. Neste caso, o filtro tem saídas
passa-baixas, passa-faixa e passa-altas, e todos os parâmetros podem
ser ajustados independentemente.
• Biquadrático: é uma variante do filtro de variável de estado sem a saída
passa-altas separada.

18
Figura 13 Filtro passa-baixas, resposta de diferentes tipos de filtros

Fonte: Zurro, 2022.

5.2.1 Topologia Sallen-Key

A topologia Sallen-Key, por sua simplicidade, é muito usada para


implementar filtros de segunda ordem. Essa topologia é uma variação da
topologia VCVS (voltage-controlled voltage-source). Ela usa comumente um
amplificador operacional na configuração de seguidor de tensão (ganho 1) que
permite um fator de qualidade (Q) alto sem uso de indutores. Mas, algumas
vezes, é necessário que o filtro tenha ganho maior do que 1 (caso do filtro
Butterworth com ganho). Nesse caso, implementa-se a topologia VCVS com o
amplificador operacional em configuração de amplificador não inversor. Filtros
VCVS são relativamente independentes das características dos componentes,
mas para obter um fator Q alto podem requerer valores específicos de
componentes ou amplificadores com ganhos muito altos. Filtros de ordem maior
podem ser montados colocando duas ou mais etapas em cascata.

19
A Figura 14 mostra um amplificador operacional na configuração de
seguidor com a topologia Sallen-Key genérica constituída pelas impedâncias Z1,
Z2, Z3 e Z4.

Figura 14 – Topologia Sallen-Key genérica

Fonte: Zurro, 2022.

Função de transferência:

Considerando o amplificador operacional ideal, para filtros passa-baixas


e passa-altas Z1 = Z2 e Z3 = Z4. Portanto:
𝑣𝑣𝑜𝑜 𝑍𝑍32 (14)
𝐴𝐴𝑣𝑣 = =
𝑣𝑣𝑖𝑖 𝑍𝑍12 + 2. 𝑍𝑍1 . 𝑍𝑍3 + 𝑍𝑍32

5.2.2 Topologia VCVS

A Figura 15 mostra amplificadores operacionais na configuração de


amplificadores não inversores com a topologia VCVS genéricas constituída pelas
impedâncias Z1, Z2, Z3 e Z4. Os resistores R1 e R2 determinam o ganho do
amplificador.

Função de transferência:

Nesse caso específico, os polos da função de transferência são


determinados da mesma maneira do filtro da topologia Sallen Key. O ganho na
banda passante deste filtro é o ganho do amplificador operacional na
configuração de amplificador não inversor:
𝑅𝑅1 + 𝑅𝑅2 𝑅𝑅2 (15)
𝐴𝐴𝑉𝑉𝑜𝑜 = =1+
𝑅𝑅1 𝑅𝑅1

20
𝑣𝑣𝑜𝑜 𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 . 𝑍𝑍3 . 𝑍𝑍4 (16)
𝐴𝐴𝑉𝑉(𝑠𝑠) = =
𝑣𝑣𝑖𝑖 𝑍𝑍2 . 𝑍𝑍3 + 𝑍𝑍3 . 𝑍𝑍4 + 𝑍𝑍1 . 𝑍𝑍3 + 𝑍𝑍1 . 𝑍𝑍2 + 𝑍𝑍1 . 𝑍𝑍4 (1 − 𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 )

Para filtros passa-baixas e passa-altas, Z1 = Z2 e Z3 = Z4. Portanto:

𝑣𝑣𝑜𝑜 𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 . 𝑍𝑍32 (17)


𝐴𝐴𝑣𝑣 = = 2
𝑣𝑣𝑖𝑖 𝑍𝑍3 + 𝑍𝑍12 + 𝑍𝑍1 . 𝑍𝑍3 (3 − 𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 )

Figura 15 –Topologia VCVS genérica: (a) Primeira ordem, e (b) Segunda ordem

(a) (b)

Fonte: Zurro, 2022.

5.3 Filtros Butterworth

Um filtro passa-baixas tem uma função de transferência que se aproxima


da ideal:
1 (18)
𝐴𝐴𝑉𝑉(𝑠𝑠) =
𝑃𝑃𝑛𝑛(𝑠𝑠)
𝑃𝑃𝑛𝑛(𝑠𝑠) é um polinômio na variável complexa s que tem todos os zeros no lado
esquerdo do plano complexo s. Cabe lembrar que, na função de transferência,
os zeros do polinômio do denominador são os polos da função.

5.3.1 Polinômio de Butterworth e filtros de ordem n

Usando o polinômio de Butterworth 𝐵𝐵𝑛𝑛(𝑠𝑠) , a equação 18 pode ser escrita


da seguinte maneira:
𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 (19)
𝐴𝐴𝑉𝑉(𝑠𝑠) =
𝐵𝐵𝑛𝑛(𝑠𝑠)

21
A Figura 16 mostra a resposta em frequência de filtros passa-baixas de
várias ordens. O número n indica a quantidade de polos que o sistema tem na
frequência de corte, por exemplo, um filtro de ordem 2 (2ª ordem) tem 2 polos na
frequência de corte, um de ordem 3 tem 3 polos e assim por diante. Note-se que
para todas as ordens a amplitude do ganho cai 3 dB em 𝜔𝜔 = 𝜔𝜔𝑜𝑜 . Quanto maior
a ordem do filtro mais a resposta em amplitude se aproxima da ideal.
Assumindo 𝜔𝜔0 = 1. A Tabela 1 mostra o polinômio de Butterworth até n =
8. Para n par o polinômio é o produto de formulas quadráticas. Para n ímpar, o
fator 𝑠𝑠 + 1 é adicionado. Os zeros do polinômio de Butterworth normalizado são
-1 ou complexos conjugados e estão representados no chamado círculo de raio
unitário de Butterworth.

Figura 16 – Resposta em frequência de filtros passa-baixas Butterworth de várias


ordens com frequência de corte em 𝜔𝜔0 = 1

Fonte: Zurro, 2022.

Tabela 1 – Polinômio de Butterworth

n Fatores do polinômio

1 (𝑠𝑠 + 1)

2 (𝑠𝑠 2 + 1,414𝑠𝑠 + 1)

3 (𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 𝑠𝑠 + 1)

22
4 (𝑠𝑠 2 + 0,765𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 1,848𝑠𝑠 + 1)

5 (𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 0,618𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 0,618𝑠𝑠 + 1)

6 (𝑠𝑠 2 + 0,518𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 1,414𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 1,932𝑠𝑠 + 1)

7 (𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 0,445𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 1,247𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 1,802𝑠𝑠 + 1)

8 (𝑠𝑠 2 + 0,390𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 1,111𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 1,663𝑠𝑠 + 1)(𝑠𝑠 2 + 1,962𝑠𝑠 + 1)

Fonte: Millman; Halkias, 1972.

O fator de amortecimento k pode ser definido como a metade do


coeficiente de s na equação quadrática. Por exemplo, para um filtro de quarta
0,765 1,848
ordem, há dois fatores de amortecimento: 𝑘𝑘1 = = 0,383 e 𝑘𝑘2 = = 0,924.
2 2

O fator de amortecimento determina quão amortecida vai ser a resposta do filtro.


Considerando a equação (19) e a Tabela 1 a função de transferência de
um filtro de primeira ordem pode ser escrita da seguinte maneira:
𝐴𝐴𝑉𝑉(𝑠𝑠) 1 (20)
=
𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 𝑠𝑠⁄𝜔𝜔𝑜𝑜 + 1
Em que 𝜔𝜔𝑜𝑜 é a frequência de corte ou frequência de 3dB. Similarmente a
função de transferência de um filtro de segunda ordem pode ser escrita assim:
𝐴𝐴𝑉𝑉(𝑠𝑠) 1 (21)
=
𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 (𝑠𝑠⁄𝜔𝜔𝑜𝑜 ) + 2𝑘𝑘(𝑠𝑠⁄𝜔𝜔𝑜𝑜 ) + 1
2

Considerando o circuito da Figura 17, o ganho é o de um amplificador na


configuração não inversora, sendo 𝑍𝑍1 = 𝑍𝑍2 = 𝑅𝑅 e 𝑍𝑍3 = 𝑍𝑍4 = 𝐶𝐶 configurando o
filtro passa-baixas da Figura 17:

23
Figura 17 – Filtro passa-baixas Butterworth de ordem 2

Fonte: Zurro, 2022.

(1⁄𝑅𝑅𝑅𝑅 )2 (22)
𝐴𝐴𝑉𝑉(𝑠𝑠) = 𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉
3 − 𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉
𝑠𝑠 2 + � � + (1⁄𝑅𝑅𝑅𝑅 )2
𝑅𝑅𝑅𝑅

Comparando a equação (22) com a equação (21), podemos definir:

1 (23)
𝜔𝜔0 =
𝑅𝑅𝑅𝑅
2𝑘𝑘 = 3 − 𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 (24)
Portanto,
𝑅𝑅2 (25)
𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 = 1 + = 3 − 2𝑘𝑘
𝑅𝑅1
Agora, podemos calcular filtros de ordem par colocando filtros de segunda
ordem em cascata usando R e C idênticos, e calculando o ganho 𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 de acordo
com a equação (22) para satisfazer os fatores de amortecimento da Tabela 1.
Para filtros de ordem ímpar é necessário um filtro de primeira ordem em cascata.
Vale lembrar que, para os filtros em cascata, da mesma forma que para
os amplificadores comuns, o ganho total da etapa é igual ao produto dos ganhos
individuais como apresentado na Figura 18.

24
Figura 18 – Estágios amplificadores conectados em cascata

Fonte: Zurro, 2022.

𝑣𝑣𝑜𝑜 (26)
𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 = = 𝐴𝐴𝑉𝑉1 . 𝐴𝐴𝑉𝑉2 . … . 𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉
𝑣𝑣𝑖𝑖

5.4 FPA, FPF e FRF

O filtro passa-altas pode ser configurado usando a topologia da Figura 17,


mas com 𝑍𝑍1 = 𝑍𝑍2 = 𝐶𝐶 e 𝑍𝑍3 = 𝑍𝑍4 = 𝑅𝑅, ou seja, trocando resistores e capacitores
𝑠𝑠
em relação ao filtro passa-baixas. Na equação (21) do filtro passa-baixas deve
𝜔𝜔0
𝜔𝜔0
ser trocado por , ficando para o filtro passa-altas:
𝑠𝑠
𝐴𝐴𝑉𝑉(𝑠𝑠) 1 (27)
=
𝐴𝐴𝑉𝑉𝑉𝑉 (𝜔𝜔0 ⁄𝑠𝑠) + 2𝑘𝑘(𝜔𝜔0 ⁄𝑠𝑠) + 1
2

O processo de cálculo e o mesmo do filtro passa-baixas.


A Figura 19 mostra a estrutura de um filtro passa-faixa composto por um
filtro passa-altas com frequência de corte foL e um filtro passa-baixas com
frequência de corte foH e sua respectiva resposta em frequência.
A Figura 20 mostra a estrutura de filtro rejeita-faixas composto por um filtro
passa-baixas com frequência de corte foL, um filtro passa-altas com frequência
de corte foH e um somador.
Em ambos os casos, foL < foH e o(s) fator(es) de amortecimento deve(m) ser
considerado(s) para cada filtro, como indica a Tabela 1. Por exemplo, um filtro
passa-faixa de ordem 2 será obtido com um filtro passa-baixas de ordem 2 e um
passa-altas de ordem 2 (Millman; Halkias, 1972).

Figura 19 – (a) Estrutura de um filtro passa-faixa, e (b) resposta em frequência


do mesmo

25
(a)
3,5

2,5
Amplitude

1,5

0,5

0
100 1000 10000 100000
fL fH
f [Hz]

(b)

Fonte: Zurro, 2022.

Figura 20 – (a) Estrutura de um filtro rejeita-faixa, e (b) resposta em


frequência do filtro

(a)

26
3,5

2,5
Amplitude

1,5

0,5

0
100 1000 10000 100000
fL f [Hz] fH

(b)

Fonte: Zurro, 2022.

FINALIZANDO

Nesta etapa, foram verificados conteúdos referentes aos princípios básicos


processamento analógico de sinais. Todo sinal tem componentes espectrais
responsáveis pela sua forma de onda. Todas as componentes do espectro
próprio do sinal devem ser amplificadas com o mesmo ganho para que se tenha
uma reprodução fiel delas. E todas as componentes que não fazem parte do sinal
devem ser eliminadas para evitar leituras, processamentos e interpretações
erradas.
Vimos que sinais analógicos devem ser amplificados e filtrados para
posterior processamento (analógico ou digital). Filtrar o sinal é necessário
porque é preciso tirar qualquer tipo de ruído, que seria amplificado junto com ele
e dificultaria a detecção de determinados parâmetros. Em som, esse ruído pode
aparecer como chiado, comprometendo a qualidade. Quando se está
trabalhando com outros sinais, o ruído pode mascarar partes importantes do
sinal original.
A resposta do filtro que vai filtrar esse sinal deverá ser adequada para
deixar passar as componentes de interesse e filtrar as componentes de ruído.
Para finalizar, sugerimos que você sempre busque aprofundar seus
estudos por meio de outras leituras e materiais, como aqueles que utilizamos
nesta etapa.

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REFERÊNCIAS

ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos.


Tradução de Gustavo Guimarães Parma. Porto Alegre: Bookman, 2006.
CHAUDHARI, Q. The Concept of Frequency. Wireless Pi, 2022. Disponivel em:
<https://wirelesspi.com/the-concept-of-frequency/>. Acesso em: 5 jul. 2022.
DAMATO, A. Electronic Filter. Wikipedia, 2006. Disponivel em:
<https://en.wikipedia.org/wiki/Electronic_filter>. Acesso em: 5 jul. 2022.
MILLMAN, J.; HALKIAS, C. C. Integrated Electronics: Analog and Digital
Circuits and Systems. Tokyo: McGraw-Hill, 1972.
MIT. Understanding Poles and Zeros. Massachusetts Institute of Technology.
Disponivel em: <http://web.mit.edu/2.14/www/Handouts/PoleZero.pdf>. Acesso
em: 5 jul. 2022.
OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. Rio de Janeiro: Prentice - Hall
do Brasil Ltda., 1982.
OMEGATRON. Ficheiro:Butterworth orders.png. Wikipedia, 2005. Disponivel
em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Butterworth_orders.png>.Acesso em:
5 jul. 2022.
WEI, Z. et al. Single-lead fetal electrocardiogram estimation by means of
combining R-peak detection, resampling and comb filter. Medical Engineering
& Physics, Nanjing, May 2010.

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