O Direito A Greve

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2 de Maio de 2017

O Direito a greve

Uma concepção da natureza jurídica o seu ordenamento e a sua fundamentação,


dentro da legislação vigente no Brasil, sobre o Direito de greve.

Introdução:

O presente trabalho visa apresentar uma visão geral sobre o Direito Sindical e o
Direito de Greve, suas histórias e características, dando ao leitor uma concepção da
natureza jurídica o seu ordenamento e a sua fundamentação, dentro da legislação
vigente no Brasil.

O texto aborda a história do surgimento do sindicato, as fases de evolução, a


classificação das modalidades sindicais, e o enfoque nas Leis que tratam do Direito
Sindical no Brasil.

O Direito de Greve recebe tratamento similar, contudo, se busca uma abordagem


mais direta e objetiva, tratando da legislação em geral e mais especificamente da
Lei 7.783/89.
Com fundamentação sobre as questões levantadas, complementando com citações
de textos constitucionais e de profissionais especializados, trazendo uma maior
riqueza de opiniões e comentários acerca do assunto em questão.

A greve no Brasil

A greve se conceitua como sendo um instrumento de pressão por parte dos


trabalhadores em geral, a fim de se obter garantias de seus empregadores quando
estes não resguardarem as suas obrigações para com os seus empregados, ou ainda
quando as normas legais não atenderem aos interesses das classes, principalmente
nesse casso aos funcionários públicos.

Apesar da sua constante incidência durante a Revolução Industrial em 1831, na


França (nesse período foi usado o vocábulo greve do francês grève, em referência a
uma praça que concentrava os operários em movimento). A garantia legal só
aconteceu no México em 1917, depois nos Estados Unidos a Conferência de
Chapultepec, assegurou aos trabalhadores americanos, o que incentivou a
Constituição Brasileira de 1946, no seu Art. 158, a formalizar o direito de greve no
país.

Utilizando um termo com fundamento jurídico, segundo texto da Lei nº 7.783/89:


“Greve é a suspensão temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal
de serviços ao empregador.

O direito a greve está amparado legalmente na Constituição Federal no seu Art. 9º,
que assegura aos trabalhadores esse direito, contudo como o texto constitucional
não é muito amplo, o Art. 37 da CF, esclarece a necessidade de regulamentação
através de Lei Complementar, que no caso específico da greve, trata­se da Lei
7.783/89 (Lei da Greve). Nos termos da Lei a greve é legitima quando temporária,
pois do contrário configura­se rompimento do contrato de trabalho.

Segundo a Lei, a deflagração da greve está condicionada ao Art. 14, impedindo a


mesma, quando houver acordo, convenção coletiva ou sentença normativa em
vigor, nesse ínterim cabe aos grevistas exporem os motivos e condições que os
motivaram a fazer a greve, todas essas condições estão atreladas a discussões em
assembléias gerais, que iram deliberar sobre todos os parâmetros do movimento
em questão. Quando se tratar de greve nos serviços considerados essenciais
(controle de tráfego aéreo, captação e tratamento de esgoto, abastecimento de
água, transporte coletivo, distribuição e comercialização de medicamentos e
alimentos, dentre outras), os sindicatos e trabalhadores ficam condicionados
durante a paralisação, a garantia da prestação do serviço e o atendimento a
comunidade (Art. 11 da Lei 7.783/89).

A incidência da greve dentro do ordenamento jurídico nacional, configura­se


suspensão do contrato de trabalho, desde que obedecidas às disposições legais,
nesse caso os direitos e obrigações de ambas as partes devem ser regidos por
acordos, convenções coletivas ou decisões da Justiça do Trabalho, no caso do não
cumprimento das determinações legais por parte dos empregados pode­se
ocasionar a interrupção contrato de trabalho provocando afastamento definitivo do
empregado (Súmula 316 do STF e Art. 482 da CLT). Os movimentos de paralisação
devem fornecer aos empregadores aviso prévio de 72 (setenta e duas) horas, nas
atividades essenciais e 48 (quarenta e oito) horas nas demais. Os empregadores
poderão no decorrer no período paralisado, inexistindo acordo e perdurando a
greve, contratar diretamente os serviços necessários a continuidade da sua
atividade normal, (parágrafo único Art. 9º Lei 7.783/89). Se porventura durante as
manifestações oriunda da greve, ocorrer fatos que sejam passivos de
enquadramento civil ou penal, os responsáveis serão responsabilizados dentro dos
termos legais (parágrafo único do Art. 15 da Lei 7.783/89).

O Lockout é um termo usado para representar a paralisação por parte dos


empregadores, que objetivam confrontar os movimentos grevistas dos
trabalhadores, prejudicando as negociações e acordos entre as partes, esse tipo de
prática é proibido pela Lei 7.783/89 (Art. 17).

Segundo o Art. 14 da Lei 7.783/89: Constitui abuso do direito de greve a


inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da
paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do
Trabalho. Apesar de a legislação ser bem clara, os movimentos de greve ainda
despertam muitas discussões sobre as suas relações com as leis brasileiras,
principalmente entre os juristas no que tange a aplicabilidade das normas.

A dificuldade para se definir os limites do direito de greve se acentua quando se


buscam responsabilidades pelo exercício inadequado desse direito. Daí a
importância de se determinar a responsabilidade civil pelo abuso do exercício
da greve, principalmente a responsabilidade dos grevistas pelos prejuízos
sofridos não só pelos empregadores, mas também pela sociedade. (Costa,
Guilherme).

Conclusão:

A greve é uma manifestação de poder, uma luta entre trabalhadores e os


tomadores de decisões, como único meio de demonstração de poder do
empregado. Direito de suma importância, direito constitucional social, garantia
fundamental em um Estado Democrático de Direito.

Ao estender a regulamentação do direito de greve do setor privado para a realidade


do setor público e sobrepor realidades distintas apoiadas tão somente no termo
"no que couber", o STF deixa para interpretações futuras o que será aplicado ou
não da Lei 7.783/89, fato este que gerará novos questionamentos jurídicos e
indefinições.

Ademais, como não há previsão legal no que se refere ao direito à negociação


coletiva, não há como obrigar o administrador público a receber e negociar as
demandas dos trabalhadores, fato este que leva em muitos casos à deflagração da
greve como único e não último instrumento para se debater as necessidades dos
trabalhadores.
Referência Bibliografica

BONAVIDES, Paulo. Curso de direito Constitucional. 7. Ed. São Paulo:


Malheiros, 1997.

COSTA, Guilherme. Greve no Direito Brasileiro. Revista do Tribunal de


Contas do Estado de Minas Gerais, Minas Gerais, n. 3, ano XVI, 1988. Disponível
em: http://200.198.41.151:8081/tribunal_contas/1998/03/­sumario?next=4.
Acesso em: 24 jan. 2008.

DI PIETO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas,


1999.

MELLO, Leonardo Emmendoerfer. Direito de greve no setor público. Disponível


em:
http://www.datavenia.net/artigos/odireitodegrevedoservidorpublicocivil.html.
Acesso em: 24 jan. 2008.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 15. Ed. São


Paulo: Saraiva, 2000.

ROMITA, Arion Sayão. Sindicalismo no Setor Público. In Direito do Trabalho:


Temas em Aberto. São Paulo: LTR. 1998.

SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. 1. Ed. Rio de Janeiro: Forense,


1963.

PAESE, Renato Kliemann. Organização Sindical no Serviço Público. Disponível


em: www.paeseferreira.com.br/docs/organizacao_sindical.doc. Acesso em: 22 jan.
2008.

7. Notas

1­ MELLO, Leonardo Emmendoerfer. Direito de greve no setor público. Disponível


em:
http://www.datavenia.net/artigos/odireitodegrevedoservidorpublicocivil.html.
Acesso em: 24 jan. 2008.

2­ SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. 1. Ed. Rio de Janeiro: Forense,


1963.

3­ MELLO, Leonardo Emmendoerfer. Direito de greve no setor público. Disponível


em:
http://www.datavenia.net/artigos/odireitodegrevedoservidorpublicocivil.html.
Acesso em: 24 jan. 2008.
4­ NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 15. Ed. São
Paulo: Saraiva, 2000.

5­ COSTA, Guilherme. Greve no Direito Brasileiro. Revista do Tribunal de


Contas do Estado de Minas Gerais, Minas Gerais, n. 3, ano XVI, 1988. Disponível
em: http://200.198.41.151:8081/tribunal_contas/1998/03/­sumario?next=4.
Acesso em: 24 jan. 2008.

6­ COSTA, Guilherme. Greve no Direito Brasileiro. Revista do Tribunal de


Contas do Estado de Minas Gerais, Minas Gerais, n. 3, ano XVI, 1988. Disponível
em: http://200.198.41.151:8081/tribunal_contas/1998/03/­sumario?next=4.
Acesso em: 24 jan. 2008.

7­ PAESE, Renato Kliemann. Organização Sindical no Serviço Público. Disponível


em: www.paeseferreira.com.br/docs/organizacao_sindical.doc. Acesso em: 22 jan.
2008.

8­ PAESE, Renato Kliemann. Organização Sindical no Serviço Público. Disponível


em: www.paeseferreira.com.br/docs/organizacao_sindical.doc. Acesso em: 22 jan.
2008.

9­ DI PIETO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas,


1999.

Disponível em: http://alexismadrigal.jusbrasil.com.br/artigos/452856986/o‐direito‐a‐greve

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