Lei #6.226

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Institucional Legislação Estadual do Consumidor


Cartilhas Lei Nº 6.226
Procons & 10/06/2000
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Legislação
Tire suas
Dúvidas
Licitações Estado do Espírito Santo

Institui normas específicas de responsabilidade por dano causado aos


consumidores de serviços de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária.

O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO


ESPÍRITO SANTO, faço saber que a Assembléia Legislativa manteve, e
eu, José Carlos Gratz, seu Presidente, promulgo nos termos do artigo
66, § 7º da Constituição Estadual, a seguinte Lei:

Art. 1º O consumidor de serviços de natureza bancária, financeira, de


crédito e securitária prestados no Estado do Espírito Santo possui direito
à indenização por danos patrimoniais e morais causados pelos
fornecedores, conforme normas gerais estabelecidas pela Lei Federal
8.078/90 e normas específicas de que trata esta Lei.

Art. 2º Considera-se conduta danosa por parte do fornecedor de serviços


bancários, financeiros, creditícios e securitários sujeitar o consumidor a
filas ou espera demorada para atendimento pessoal ou informatizado,
dentro ou fora do estabelecimento.

§ 1º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:

I - “fila”: a situação em que o consumidor necessite aguardar em pé sua


vez para o atendimento, enquanto ocorre o atendimento de outras
pessoas;

II - “espera”: qualquer situação em que o consumidor necessite aguardar


sua vez para o atendimento, sem que tenha sido fixada previamente hora
para o mesmo;

III - “espera demorada”: a espera que ultrapasse o tempo de 10 (dez)


minutos para o atendimento, quando não fixado previamente horário para

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o mesmo.

§ 2º Equipara-se à “espera demorada” a situação em que o fornecedor,


tendo previamente fixado hora para o atendimento do consumidor, o
sujeite a um atraso superior a 10 (dez) minutos, salvo cancelamento do
atendimento com aviso prévio de no mínimo 1 (uma) hora.

Art. 3º O consumidor vitimado pelas condutas danosas de que trata o


artigo anterior fará jus à indenização de danos patrimoniais e morais,
podendo exigir alternativamente e a sua escolha:

I - o pagamento de indenização cujo cálculo será efetuado segundo os


preceitos do direito comum e do consumidor;

II - o pagamento de indenização, no valor correspondente a R$ 2.000,00


(dois mil reais), que poderá ser reduzido a R$ 200,00 (duzentos reais), se
a quantia for paga ou disponibilizada ao consumidor, até o final do
primeiro dia útil seguinte à data da ciência do fornecedor da reclamação
por parte do consumidor.

Art. 4º Os fornecedores dos serviços de que trata esta Lei respondem,


independentemente de culpa, pelos danos decorrentes das condutas de
que trata o artigo 2º desta Lei.

Parágrafo único. Os fornecedores de serviço só não serão


responsabilizados quando provarem a inexistência das condutas danosas
ou a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Art. 5º Todo fornecedor de serviço de natureza bancária, financeira, de


crédito e securitária no Estado do Espírito Santo, cujos estabelecimentos
forem abertos ao público, é obrigado a manter assentos confortáveis e
em número suficiente aos consumidores que esperam pelo atendimento,
sendo vedado sujeitar o consumidor a espera em pé.

Art. 6º Todo consumidor receberá tratamento equivalente durante a


espera para o atendimento de um serviço da mesma natureza, sendo
vedada a discriminação, por parte do fornecedor, por motivo de sexo,
raça, cor, idade, estado civil, crença ou condição social.

§ 1º É proibido o estabelecimento de caixas “especiais” com o intuito de


diminuir o período de espera de um ou mais consumidores que,
juntamente com outros, aguardarem por atendimento a serviço de
idêntica natureza, a pretexto de um desses consumidores ser cliente
especial ou privilegiado por sua condição econômica e volume ou
qualidade de negócios mantidos com o fornecedor.

§ 2º A proibição de discriminação refere-se ao tratamento dado ao


consumidor durante a espera por atendimento a serviço e não à
prestação do serviço em si próprio.

§ 3º Fica ressalvada a preferência para atendimento aos idosos em idade


avançada, gestantes e deficientes.

§ 4º O consumidor discriminado fará jus à indenização de danos

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patrimoniais e morais, na forma do artigo 3º desta Lei.

Art. 7º A desobediência ao estabelecido nos artigos 5º e 6º desta Lei


sujeitará o infrator a multa não inferior a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil
reais) e, no caso de reincidência reiterada, a interdição do
estabelecimento, conforme vier a ser regulamentado pelo Poder
Executivo.

Art. 8º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 30 (trinta)


dias contados de sua publicação.

Art. 9º O Poder Executivo e os órgãos de defesa dos consumidores


estaduais e municipais darão ampla divulgação e publicidade às normas
aqui estabelecidas.

Art. 10. O Poder Executivo fica autorizado a majorar o valor de que trata
o inciso II do artigo 3º, quando o mesmo se tornar insuficiente aos fins a
que se destina.

Art. 11. Esta Lei entra em vigor no 30º dia subseqüente à data de sua
publicação.

Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 09 de junho de 2000

JOSÉ CARLOS GRATZ


Presidente

Informações Adicionais:
(Publicada DOE – 12.6.2000)

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