Manual Da Contatação Pública II
Manual Da Contatação Pública II
Manual Da Contatação Pública II
Contratação Pública
Angolana
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Ficha Técnica
Título: Manual Prático da Contratação Pública Angolana
Edição: Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP)
Coordenação: Sónia Carvalho Guilherme, Directora Geral do SNCP
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Serviço Nacional da Contratação Pública
Manual Prático
da
Contratação Pública
Angolana
4.ª Edição
Índice
Índice de Tabelas ................................................................................................................................................................ 5
Índice de Figuras................................................................................................................................................................. 6
1 Introdução .................................................................................................................................................................. 8
2 Legislação Aplicável ................................................................................................................................................... 9
3 Entidades Públicas Contratantes (EPC) e Contratos sujeitos à LCP ....................................................................... 10
3.1 Entidades Sujeitas ........................................................................................................................................... 10
3.2 Contratos Abrangidos ...................................................................................................................................... 11
3.3 Contratos Excluídos......................................................................................................................................... 12
3.4 Execução de contratos .................................................................................................................................... 13
4 Princípios Orientadores da Contratação Pública...................................................................................................... 14
5 Regras de Participação ............................................................................................................................................ 15
5.1 Conduta dos interessados ............................................................................................................................... 15
5.2 Candidatos e Concorrentes ............................................................................................................................. 16
5.3 Impedimentos .................................................................................................................................................. 16
5.4 Candidatos e Concorrentes Estrangeiros ........................................................................................................ 17
5.5 Medidas para o Fomento do Empresariado Nacional...................................................................................... 18
6 Unidades de Contratação Pública ............................................................................................................................ 19
7 Etapas do Processo de Contratação Pública ........................................................................................................... 19
7.1 Planeamento das Necessidades ..................................................................................................................... 19
7.2 Competência para Autorização da Despesa ................................................................................................... 20
7.3 Escolha do Procedimento ................................................................................................................................ 22
7.3.1 Escolha do procedimento em função do valor estimado do contrato...................................................... 23
7.3.2 Escolha do procedimento em função de critérios materiais .................................................................... 23
7.3.3 Divisão por lotes ..................................................................................................................................... 24
7.4 Elaboração das Peças do Procedimento ......................................................................................................... 24
7.4.1 Definição do critério de adjudicação ....................................................................................................... 27
7.5 Constituição da Comissão de Avaliação ......................................................................................................... 31
7.6 Tramitação dos Procedimentos ....................................................................................................................... 32
7.6.1 Conceitos transversais na tramitação dos Procedimentos ..................................................................... 32
7.6.2 Concurso Público .................................................................................................................................... 50
7.6.3 Concurso Limitado por Prévia Qualificação ............................................................................................ 51
7.6.4 Concurso Limitado por Convite ............................................................................................................... 54
7.6.5 Contratação Simplificada ........................................................................................................................ 56
7.6.6 Contratação Emergencial ....................................................................................................................... 57
7.6.7 Procedimento Dinâmico Electrónico ....................................................................................................... 58
7.6.8 Síntese da Tramitação dos Procedimentos ............................................................................................ 60
7.7 Concurso para trabalhos de concepção .......................................................................................................... 61
7.8 Acordo-Quadro ................................................................................................................................................ 63
7.9 Controlo e Fiscalização dos Contratos ............................................................................................................ 66
7.9.1 Gestor de Contratos ou Projectos ........................................................................................................... 66
7.9.2 Fiscalização preventiva pelo Tribunal de Contas.................................................................................... 66
8 Regime Sancionatório .............................................................................................................................................. 67
9 Portal da Contratação Pública .................................................................................................................................. 69
Índice de Tabelas
Índice de Figuras
KZ Kwanzas
CE Contratação Emergencial
CP Concurso Público
CS Contratação Simplificada
TC Tribunal de Contas
UO Unidade Orçamental
1 Introdução
A Lei dos Contratos Públicos (LCP), aprovada pela Lei n.º 41/20, de 23 de Dezembro, estabelece normas sobre a
formação e execução dos contratos de empreitada de obras públicas, locação e aquisição de bens móveis e serviços,
bem como os demais contratos não regidos por lei especial.
Com o intuito de se proporcionar maior detalhe e clarificação das matérias reguladas pela lei, foi elaborado o presente
Manual Prático da Contratação Pública Angolana1 (Manual), cuja utilização se faz mediante consulta permanente da
LCP, apresentando uma abordagem prática da formação e execução de contratos.
O Manual, em termos gerais, visa auxiliar e facilitar a actividade de todos os funcionários, agentes públicos e
responsáveis envolvidos no processo de Contratação Pública, podendo ser também útil para os fornecedores e, a título
complementar, aos órgãos de fiscalização e controlo.
Sintetizar o processo de formação dos Contratos Públicos, de modo a permitir uma fácil interpretação e
aplicação da LCP;
Facilitar a abertura, condução e conclusão dos procedimentos de Contratação Pública, através de documentos
de apoio pertinentes e úteis.
O Manual, para além da presente Introdução, apresenta, primeiramente, uma abordagem sobre o Sistema da
Contratação Pública Angolano, com base na legislação aplicável e, num segundo momento, um enquadramento do
quadro legislativo relevante sobre Contratação Pública, seguindo-se o Âmbito de Aplicação, Princípios Orientadores,
Ética na Contratação Pública, Regras de Participação, Regime Sancionatório, Etapas do Processo de Contratação
Pública e, por fim, o Portal da Contratação Pública.
1Esta versão do Manual Prático da Contratação Pública Angolana actualiza as versões anteriores, em função da entrada em vigor da Lei n.º
41/20, de 23 de Dezembro, Lei dos Contratos Públicos.
2 Legislação Aplicável
No processo de formação e execução de contratos, é imprescindível o conhecimento e aplicação da legislação:
Regulamento que Aprova a Unidade de Contratação Pública e institucionaliza a figura do gestor de contrato ou
projecto (Decreto Presidencial n.º 88/18, de 6 de Abril);
Lei que Altera a Lei Orgânica e do Processo do Tribunal de Contas (Lei n.º 19/19, de 14 de Agosto);
Alteração e Aditamento do Regulamento sobre as Parcerias Público-Privadas (Decreto Presidencial n.º 111/21,
de 29 de Abril);
Lei das Micro Pequenas e Médias Empresas (Lei n.º 30/11, de 13 de Setembro);
Apesar desta delimitação subjectiva e objectiva, deve-se entender que a LCP constitui o regime geral para a formação e
execução de todo e qualquer contrato a ser celebrado pelo Estado e demais pessoas colectivas públicas ou privadas,
quando em causa estiver o exercício de funções materialmente administrativas2.
A LCP apresenta um conjunto de contratos que, em função da sua natureza específica, ficam excluídos da aplicação do
seu regime. Porém, esta exclusão não inibe a aplicação dos princípios gerais que alicerçam a actividade de contratação
na Administração Pública.
2Situações em que a uma pessoa colectiva pública ou privada lhe é conferido poderes para celebrarem contratos em nome e no interesse do
Estado.
3Entre os três pilares que compõem o Sector Empresarial Público (Empresas Públicas, Empresas com Domínio Público e Participações Públicas
Minoritárias) nos termos da Lei de Bases do Sector Empresarial Público, fica excluída da aplicação da LCP apenas as participações públicas
minoritárias.
4 As Empresas Públicas e Empresas de Domínio Público que não beneficiam de subsídios operacionais ou quaisquer operações com fundos
provenientes do OGE, nos termos das disposições combinadas do n.º 2 do art.º 7.º e da alínea d) do n.º 1 do art.º 2.º ficam excluídas da aplicação
da LCP. O legislador pretendeu, deste modo, conferir às citadas empresas dinamismo, flexibilidade e eficiência nas suas aquisições, olhando para
os níveis de sustentabilidade financeira de que dispõem, assegurando que operem no mercado em igualdade de circunstâncias com o sector
empresarial privado, buscando, por via da sua autonomia, as vantagens competitivas necessárias à sua manutenção e crescimento.
Porém, tomando-se as Empresas Públicas e Empresas de Domínio Público como efectivas Entidades Públicas Contratantes à luz da LCP, que
buscam ao mercado de bens e serviços a satisfação das suas necessidades aquisitivas, a exclusão do âmbito de aplicação da LCP não as exclui
do Mercado da Contratação Pública, nem do Sistema Nacional de Contratação Pública, daí que, de acordo as boas práticas de gestão
amplamente aceites, convém que se assegurar a existência de instrumentos de gestão internos que regulem os procedimentos a serem
observados, tais como Manuais de Contratação.
5 Desde que preencham os requisitos previstos na lei e nas peças do procedimento, que não devem ser restritivos.
6 Vide capítulo 7.3 Escolha do procedimento.
7 Vide capítulo 7.5 Comissão de Avaliação.
5 Regras de Participação
Para garantir maior competitividade no processo de selecção do operador económico que irá contratar com a EPC, o
ideal é que participe o maior número de interessados nos procedimentos de Contratação Pública. Porém, existem
algumas limitações, em função de alguns valores que devem ser considerados e protegidos, na tramitação dos
procedimentos de Contratação Pública.
Práticas corruptas, tais como oferecer quaisquer vantagens patrimoniais, tendo em vista
influenciar indevidamente deliberações ou decisões a serem tomadas no procedimento;
Práticas fraudulentas, tais como a declaração intencional de factos falsos ou errados, tendo
por objectivo a obtenção de deliberações ou decisões favoráveis em procedimentos de
contratação ou em sede de execução de um contrato;
art.º 9.º da
Práticas restritivas da concorrência, traduzidas em quaisquer actos de conluio ou simulação LCP
entre interessados, em qualquer momento do procedimento, com vista a, designadamente,
estabelecer artificialmente os preços da proposta, impedir a participação de outros
interessados no procedimento ou, por qualquer outra forma, impedir, falsear ou restringir a
concorrência;
Práticas criminais, tais como ameaças às pessoas ou entidades, tendo em vista coagi-las a
participar ou não, em procedimentos de contratação;
Informar ao SNCP da prática ilegal cometida e da exclusão operada, devendo constar da lista de empresas
incumpridoras publicada no Portal da Contratação Pública (art.º 9.º e 56.º da LCP).
Para inclusão na lista de empresas incumpridoras o SNCP deve analisar: a gravidade da infracção, o grau de
culpabilidade, prejuízos causados ao interesse público e a situação económico-financeira do transgressor, cabendo
sempre o contraditório por parte dos candidatos ou concorrentes.
5.3 Impedimentos
Para garantir a melhor realização do interesse público aquisitivo, a LCP impede a participação dos operadores
económicos sobre os quais se verifique algum dos aspectos mencionados na tabela seguinte.
Tenham sido condenados por sentença transitada em julgado por crime que afecte a sua
honorabilidade profissional, se, entretanto, não tiver ocorrido a sua reabilitação, no caso de se
tratar de pessoas singulares ou, no caso de se tratar de pessoas colectivas, tenham sido
condenados por aqueles crimes os titulares dos seus órgãos sociais de administração, direcção ou
gerência, e estes se encontrem em efectividade de funções;
As pessoas singulares ou colectivas estrangeiras podem Esta medida justifica-se por duas razões:
candidatar-se ou apresentar propostas em
procedimentos de formação de contratos cujo valor Protecção da indústria nacional
estimado seja igual ou superior a Kz: nascente; e art.º 54.º e
500 000 000,00, quando se trate de empreitadas Captação de investimento estrangeiro anexo V da
de obras públicas, e a qualificado. LCP
b) Na adjudicação:
d) Nos contratos em que ocorra a subcontratação podem impor que uma percentagem mínima
do valor das prestações subcontratadas seja reservada às pessoas singulares ou colectivas
nacionais.
ii) Nos procedimentos de Contratação Pública as Entidades Públicas Contratantes devem:
Decreto
a) Reservar 25% do seu orçamento para contratar com as Micro, Pequenas e Médias
Executivo
Empresas (MPME).
Conjunto n.º
b) Estabelecer que as Empresas de Grande Dimensão ficam obrigadas a subcontratar MPME
157/14, de 4
em pelo menos 10% nos contratos de prestação de serviços e 25% nos contratos de
de Junho8.
empreitadas.
8Cfr. Os apoios institucionais às MPME na Lei de Fomento do Empresariado Nacional (Lei n.º 14/03, de 18 de Julho) e na Lei das Micro Pequenas
e Médias Empresas (Lei n.º 30/11, de 13 de Setembro).
Em paralelo com o processo de elaboração do orçamento individual das entidades, que consiste num exercício de
previsão dos gastos que irão ser assumidos num determinado período10, as EPC devem proceder ao planeamento das
necessidades aquisitivas, por via do preenchimento do PAC. No PAC são identificados os bens, serviços e empreitadas
previstos, detalhando as quantidades, características ou especificações, o custo unitário e os procedimentos de
contratação, bem como os prazos de cada uma das fases da tramitação até a adjudicação.
NOTA: A LCP dá a possibilidade de se desencadear um determinado procedimento sem que a respectiva verba
esteja inscrita no orçamento do ano em que ocorra o procedimento, desde que conste do Anúncio, do Convite ou do
Programa do Concurso que a adjudicação estará dependente da correspondente inscrição orçamental no ano
seguinte (n.º 2 do art.º 32.º).
9Cfr. Decreto Presidencial n.º 88/18, de 6 de Abril, que Aprova a Unidade de Contratação Pública e institucionaliza a figura do gestor de contrato
ou projecto.
10 Normalmente anual.
A competência para a autorização da despesa, com base no critério de valor, é fixada em vários níveis de valores pelo
Decreto Presidencial que Aprova as Regras de Execução do Orçamento Geral do Estado, em função da posição
hierárquica, como se pode constatar na tabela seguinte:
Tabela 13: Limites de competência para autorizar a despesa com base no critério de valor
Órgãos competentes Limites de Valores (Valores em Kz) - Regras Anuais de Execução do OGE
para cada ano económico
Até Até Até Até Até Acima de
1 000 1 750 2 000 2 500 3 000 3 000
milhões milhões milhões milhões milhões milhões
Titular do Poder Executivo
Vice-Presidente da República
Ministros de Estado
Ministros e Governadores
Provinciais
Administradores Municipais
Demais Órgãos da
Administração Central do
Estado e do Sector
Empresarial Público
Gestores das Unidades
Orçamentais dos Órgãos da
Administração Local do
Estado
11 De acordo com o art.º 442.º da LCP, o PAC deve ser comunicado ao SNCP, para publicação no Portal da Contratação Pública.
A LCP define os órgãos máximos da EPC competentes para autorizar a despesa inerente à formação dos contratos
quando estiver em causa a Contratação Simplificada, resultante de critérios materiais, e a Contratação Emergencial.
Tabela 14: Limites de competência para a autorização da despesa da Contratação Simplificada com base em critérios materiais
Limites de Valores (em Kz) – Regras Anuais de Execução do OGE
Órgãos competentes
para cada ano económico
É vedada a celebração de adendas para trabalhos a mais cujo valor exceda o montante imposto pelas regras anuais de
execução do Orçamento Geral do Estado em vigor (art.º 41 da LCP).
A LCP prevê seis tipos de procedimentos de Contratação Pública, considerando-se esses como o conjunto de actos e
formalidades tendentes à adjudicação de uma proposta, cujo proponente irá celebrar o contrato público com a EPC:
Tipo de
Descrição Base legal
Procedimento
Procedimento de Contratação Pública em que qualquer interessado pode
participar como concorrente. art.º 67.º ao art.º
Concurso Público
Neste tipo de procedimento, a capacidade técnica e financeira do operador 114.º da LCP
económico é verificada apenas apos a submissão das propostas.
Procedimento de Contratação Pública em que qualquer interessado pode
participar como candidato, sendo convidados para apresentar proposta os
Concurso Limitado candidatos seleccionados na sequência da avaliação das suas art.º 115.º ao
por Prévia capacidades técnicas e financeiras. art.º 133.º da
Qualificação Para apresentar a proposta, o operador económico deve antes fazer prova LCP
da sua capacidade técnica e financeira na fase de apresentação de
candidaturas.
Procedimento de Contratação Pública em que se convida três ou mais
pessoas singulares ou colectivas a apresentar proposta, com base no
conhecimento da aptidão e da credibilidade que a EPC reconhece para a art.º 134.º ao
Concurso Limitado
execução do contrato pretendido13, ou com o recurso ao Portal da art.º 140.º da
por Convite
Contratação Pública, que contém uma base de dados de fornecedores LCP
cadastrados e certificados.
Procedimento de Contratação Pública em que se convida, pelo menos, art.º 141.º ao
Contratação
uma pessoa singular ou colectiva a apresentar proposta. art.º 148.º da
Simplificada
LCP
12Está aqui em causa o limite para a autorização da despesa resultante de adendas e não o limite para a celebração de adendas aos contratos.
Os limites para a celebração de adendas são os definidos no Decreto Presidencial que aprova as Regras para a Execução do OGE (vide artigo
sobre “Execução de Contratos”).
13A EPC não pode convidar determinado prestador de serviço e durante a avaliação desqualificá-lo por não ter qualificações para executar o
contrato.
Tabela 17: Limites14 para escolha do procedimento em função do valor estimado do contrato
Limite de Valor
Procedimentos Igual ou inferior a Inferior a Acima de
Kz 18 000 000,00 Kz 182 000 000,00 Kz 182 000 000,00
Concurso Público (CP)
Concurso Limitado por Prévia
Qualificação (CLPQ)
Procedimento de Contratação
Dinâmico Electrónico
Concurso Limitado por Convite
(CLC)
Contratação Simplificada (CS)
O valor estimado do contrato, que para efeitos da LCP é o preço base do procedimento, corresponde ao valor máximo
que a EPC se dispõe a pagar como contrapartida da execução do contrato a celebrar, e deve ser calculado em função
do valor económico de todas as prestações objecto do contrato a celebrar, considerando-se o prazo de vigência
necessário.
NOTA: Se no Caderno de Encargos não se apresentar o valor estimado do contrato, o preço base do procedimento
é o menor dos seguintes valores:
i) O limite da competência, fixado por lei ou por delegação, para autorizar a despesa inerente ao contrato a
celebrar;
ii) 182 000 000,00 Kz em Concurso Limitado por Convite;
7.3.2 iii) Escolha
18 000 do procedimento
000,00 em função
Kz em Contratação de critérios materiais
Simplificada.
Existem algumas situações em que, independentemente do valor estimado do contrato, a LCP admite,
excepcionalmente, a possibilidade de se adoptar a Contratação Simplificada ou a Contratação Emergencial. Estes
procedimentos menos concorrenciais, são admissíveis quando, em função de determinados motivos, não seja possível
14 Anexo I da LCP.
Esta escolha deve ser fundamentada nos termos previstos na LCP (art.ºs 26.º a 31.º), ou seja, a Contratação
Simplificada e a Contratação Emergencial apenas serão legais se assentarem nos exactos fundamentos indicados na
lei.
O loteamento de contratos é, sobretudo, aplicável a contratos de valor elevado, ficando aberta a possibilidade da
adjudicação das várias prestações a vários fornecedores distintos15. Diferente e ilegal é o fraccionamento de contratos,
que, legalmente, não poderiam ser executados de modo separado, com o intuito de contornar os limites de competência
para autorizar a despesa, submissão do contrato à fiscalização preventiva, entre outras regras de Contratação Púbica.
As peças do procedimento são documentos que contêm um conjunto de informações referentes à exteriorização da
vontade da EPC em escolher um operador económico para contratar. Constituem a identificação da aquisição, os
termos e condições a que a EPC se está disposta a vincular, bem como a forma como os actos e formalidades
tendentes a esta escolha se irão desencadear.
15 Ex: construção de uma estrada que liga Luanda ao Huambo, poderia ser dividida em quantos lotes fossem necessários para promover a
concorrência.
16 Os prazos estabelecidos na LCP contam-se em dias úteis, suspendendo-se nos sábados, domingos e feriados nacionais. Os prazos fixados
para a apresentação de candidaturas e ou propostas são contínuos, não se suspendendo nos sábados, domingos e feriados. Por força do
Decreto-Lei n.º 16-A/95, de 15 de Dezembro, que aprova o diploma sobre as Normas do Procedimento e da Actividade Administrativa, quando o
termo do prazo que caia em dia em que o serviço perante o qual deva ser praticado o acto não esteja aberto ao público ou não funcione durante o
período normal, transfere-se para o primeiro dia útil seguinte.
al. a) do
n.º 1 do
Concurso
art.º 45.º e
Público
art.º 49.º
da LCP
Concurso al. b) do
Limitado por n.º 1 do
20
Prévia art.º 45.º
Qualificação da LCP
al. c) do
Concurso
n.º 1 do
Limitado por
art.º 45.º
Convite
da LCP
al. d) do
Procediment n.º 1 do
o de art.º 45.º
Contratação n.º 3 do
Simplificada art.º 47.º
da LCP
al. e) do
Procediment
n.º 1 do
o Dinâmico
art.º 45.º
Electrónico
da LCP
al. f) do n.º
Contratação 1 do art.º
Emergencial 45.º da
LCP
No caso de empreitadas e de concessões de obras públicas, o Caderno de Encargos inclui um projecto constituído por
peças escritas e desenhadas necessárias para uma correcta definição da obra e execução dos trabalhos. Para além de
outros elementos reputados necessários, das peças escritas constam (art.º 49.º da LCP):
A memória descritiva;
O mapa de medições, contendo previsão das quantidades e da qualidade dos materiais e trabalhos
necessários à execução da obra;
17Quando o contrato tenha por objecto a aquisição de serviços de consultoria, o Programa do Concurso e o Caderno de Encargos são
substituídos pelos Termos de Referência. O mesmo acontece no procedimento especial de Concurso para Trabalhos de Concepção.
18 Idem.
19 Se o objecto de qualquer PCP for referente a consultoria, esta peça é de carácter obrigatório.
20No CLPQ, o Convite aplica-se à fase de apresentação de propostas, é dirigido aos candidatos qualificados e deve ser elaborado juntamente
com as demais peças.
Os estudos de impacto social, legal, económico e/ou cultural, que se justifiquem, incluindo as acções de
expropriação a efectuar, os bens e direitos a adquirir e os ónus ou servidões a impor.
NOTA: Quando a natureza do objecto das prestações do contrato a celebrar seja manifestamente simples, as
cláusulas do Caderno de Encargos podem consistir numa mera fixação de especificações técnicas ou em simples
referências ao preço, as quantidades e ao prazo de entrega (n.º 3 do art.º 47.º da LCP).
A LCP obriga que o Programa do Concurso/Carta Convite deve indicar um dos seguintes critérios de adjudicação:
O do Preço Mais Baixo (PMB): quando o factor diferenciador entre as propostas é apenas o preço. Utilizável
quando os bens, serviços ou empreitadas de obras públicas ou outros objectos da contratação, possam ser
facilmente padronizáveis ou ainda quando a EPC já tenha determinado na íntegra as suas características e ou
exigências do procedimento, submetendo apenas o preço à concorrência; ou
O da Proposta Economicamente Mais Vantajosa (PEMV): adoptado quando a EPC decida submeter à
concorrência uma ou mais características ou exigências do procedimento, isto é, alguns aspectos da execução
do contrato a celebrar, fixando-os como factores ou critérios a concretizar pela melhor oferta dos concorrentes,
em adição ao preço.
A escolha do melhor critério de adjudicação a ser utilizado deve pautar-se pela ponderação de alguns factores
intrínsecos à Contratação Pública, em função do objecto a contratar, entre outros:
Equilibrado - O rácio entre o peso técnico e o económico deve ser escolhido com base nas características
específicas do produto/serviço (complexidade, impacto no negócio, entre outros) e nas características do
mercado (competitividade, acessibilidade, entre outras);
Mensurável - Estabelecer factores e subfactores claros, objectivos e mensuráveis para se reduzir o risco de
avaliações subjectivas. Os subfactores devem ser definidos ao detalhe e os respectivos pesos reflectir a sua
importância relativa; e
Transparente - Comunicar de forma clara os aspectos através dos quais irá incidir sobre a adjudicação, por
forma a facilitar a avaliação das propostas por parte da Comissão de Avaliação, permitindo aos fornecedores
elaborarem propostas que melhor satisfaçam as necessidades da EPC.
A título de exemplo, apresenta-se uma ilustração representativa de questões a considerar na definição das
ponderações para os diferentes factores e subfactores que compõem o critério de adjudicação.
Figura 1: Critérios de Adjudicação
O critério de adjudicação é comunicado tanto no Anúncio, quando a este haja lugar, como no Programa do Concurso ou
Convite, enquanto que os factores e subfactores são comunicados no Programa do Concurso ou Convite.
Existem muitos casos que, associado ao preço da aquisição, apresentam um conjunto de outros “custos escondidos”,
tais como:
Manutenção;
As boas práticas internacionais aconselham a utilização de metodologias para avaliação de propostas que contemplem
os custos globais do bem/serviço, tendo em conta todo o ciclo de vida.
O Total Cost of Ownership (TCO), também conhecido como custo total de propriedade é uma análise feita com o
objectivo de incluir os custos e benefícios que uma entidade tem com os seus activos durante a vida útil destes.
Tradicionalmente, embora não seja o mais conveniente, o cálculo do custo de um equipamento contempla apenas o
preço de aquisição e manutenção do activo. Porém, com esta análise é possível olhar para os custos e benefícios a
curto e longo prazo, por forma a tomar uma decisão mais acertada.
Custo de transporte, armazenagem e seguro – os fretes e, por exemplo, o arrendamento do espaço para
armazenagem dos bens;
NOTA: No contexto da Contratação Pública, são passíveis de se valorizarem aspectos da execução do contrato a
celebrar submetidos à concorrência pelo Caderno de Encargos, desde que este fixe os parâmetros base desses
aspectos e desde que tais atributos sejam definidos, apenas quantitativamente, e a sua avaliação seja efectuada
através de uma expressão matemática indicada no Programa do Concurso (al. p) do n.º 1 do art.º 68.º da LCP).
Por outras palavras, a EPC apenas poderá valorizar os aspectos para os quais define um valor base (mínimo e ou
máximo) aceitável para a contratação em causa. São exemplos de factores que podem ser submetidos à
concorrência o preço, o prazo de entrega ou de execução, o tempo de garantia, a performance – a velocidade de
impressão de uma impressora ou o nível de emissões de CO2 de um carro –, etc.
Os restantes aspectos definidos pela EPC como parâmetros fixos, também chamados de termos ou condições,
não são passíveis de valorização. Entretanto, a EPC deve estabelecer que o equipamento, material ou serviço que
atendam a outros padrões e que sejam, pelo menos, substancialmente equivalentes aos padrões
especificados, também serão aceites. Este procedimento deve ser igualmente adoptado pela EPC nos caos em
que esta não consiga especificar o bem/serviço e tenha que o associar a uma ‘Marca’. De facto, se uma
determinada proposta não respeita esses parâmetros fixos deve ser excluída, na medida em que se mostra
contratualmente inaceitável, por violar o disposto no Caderno de Encargos. Constitui exemplo de um termo ou
condição a dimensão ou gramagem do papel num processo de aquisição de resmas de papel A4 de 80 gr/m 2 (al. f)
do n.º 1 do art.º 81.º da LCP).
Existem duas formas de calcular a pontuação de qualquer factor ou subfactor, independentemente da sua natureza:
Modelo absoluto - onde a pontuação é calculada através da avaliação do peso de cada proposta,
independentemente das outras ofertas; ou
Modelo relativo - onde a pontuação é calculada através da comparação do peso entre as propostas.
No primeiro caso, cada concorrente conseguirá calcular o valor da sua proposta ainda antes de a entregar, podendo,
assim, ajustar a sua oferta. Já no caso do modelo relativo, o concorrente apenas conseguirá calcular o valor da sua
proposta quando todas as propostas forem conhecidas, já que cada proposta é comparada com a mais competitiva
apresentada.
A título de exemplo, no quadro abaixo é utilizado o Modelo absoluto nos factores prazo de entrega e actualidade
tecnológica, e o Modelo relativo para o factor preço.
Actualidade 10% Tecnologia da última geração = 100 pontos; Escolha da pontuação de acordo com os valores indicados
Tecnológica em linha (0, 50, 75, 100 pontos)
Tecnologia da penúltima geração = 75 pontos;
Nota 1: O tipo de tecnologia deve ser definido com os
Tecnologia da antepenúltima geração = 50
elementos técnicos mínimos desejáveis do bem/serviço a
pontos.
contratar
Tecnologia abaixo a antepenúltima geração = 0
Avaliação: Pelos dados torna-se claro que a Empresa XYZ obteve a melhor pontuação e supostamente venceria o
procedimento. Contudo, havendo uma margem de preferência no Programa do Concurso ou Convite para aumento
da pontuação global de 10% para as pessoas singulares ou colectivas nacionais, a pontuação da Empresa ABC se
elevaria para 88 pontos, o que resultaria que a comissão de avaliação deverá propor a adjudicação do
procedimento para a Empresa ABC.
Os procedimentos de Contratação Pública são conduzidos por uma Comissão de Avaliação21, composta por cinco
membros (três efectivos e dois suplentes22) ou por sete membros (cinco efectivos e dois suplentes) – art.º 42.º a 44.º da
LCP, nomeada por despacho do órgão competente para a decisão de contratar e que inicia as suas funções na data
indicada no despacho que a constitui.
No entanto, o procedimento de Contratação Simplificada (art.º 141.º da LCP), quer em função do critério do valor
estimado do contrato como em função de critérios materiais, e o procedimento de Contratação Emergencial podem
dispensar a constituição de uma Comissão de Avaliação, uma vez que, regra geral, temos apenas uma entidade
concorrente, mediante um Convite formulado pela EPC.
A Comissão de Avaliação deve ser multidisciplinar, contendo técnicos das mais variadas áreas do saber em razão das
especificidades da contratação in concretu.
21 A Comissão de Avaliação pode ser nomeada no mesmo despacho que contém a autorização da despesa e a escolha do tipo de procedimento.
22 Os Suplentes apenas são chamadas para intervir no processo em caso de indisponibilidade de um dos membros efectivos.
23 A Declaração de Imparcialidade, Confidencialidade e Independência deve ser preenchida por todos os membros da Comissão de Avaliação e
remetida ao órgão máximo da EPC até cinco dias após a nomeação dos membros da Comissão de Avaliação, nos termos do Decreto Presidencial
n.º 319/18, de 31 de Dezembro.
24 Não são delegáveis na Comissão de Avaliação as decisões relativas à prática dos actos de exclusão de candidaturas e propostas, de
qualificação de candidatos e de adjudicação de propostas. Entretanto, a Comissão de Avaliação deve tomar conhecimento das peças do
procedimento antes do exercício das competências referidas nos pontos anteriores.
Os funcionários públicos ou agentes administrativos envolvidos na formação e execução dos contratos públicos devem
preencher a Declaração de Bens e Rendimentos27, utilizando, para tal, o modelo disponível no Portal da Contratação
Pública (www.compraspublicas.minfin.gov.ao).
Até ao termo do segundo terço do prazo fixado para a apresentação de candidaturas ou de propostas, o órgão
competente para a decisão de contratar pode proceder à rectificação de elementos ou dados constantes das peças
(art.º 51.º e 52.º da LCP).
Caso os esclarecimentos ou as rectificações sejam comunicados para além do prazo estabelecido para o efeito, o prazo
fixado para a apresentação de candidaturas ou de propostas deve ser prorrogado, no mínimo, por período equivalente
ao atraso verificado (n.º 3 do art.º 51.º da LCP).
NOTA: As listas com a identificação dos erros e omissões detectados pelos interessados devem ser
disponibilizadas a todos os que tenham adquirido ou venham a adquirir as peças do procedimento.
O órgão competente para a decisão de contratar deve pronunciar-se sobre os erros e as omissões identificados,
considerando-se rejeitados todos os que não sejam por ele expressamente aceites. A decisão deve ser notificada
a todos os interessados que tenham adquirido as peças do procedimento (n.º 4 do art.º 52.º da LCP).
Os esclarecimentos e as rectificações devem ser de imediato juntos às peças do procedimento disponíveis para
consulta e todos os interessados que as tenham adquirido devem ser prontamente notificados desse facto.
Os esclarecimentos e as rectificações passam a ser parte integrante das peças do procedimento e, em caso de
divergência, prevalecem sobre as mesmas (n.ºs 4 e 5 do art.º 51.º da LCP).
São considerados erros, a incorrecta representação da espécie ou quantidade dos trabalhos necessários e omissões a
ausência de previsão, em espécie ou quantidade, de trabalhos necessários.
25Salvo se constar do Anúncio do procedimento, ou das peças do procedimento quando não haja lugar a Anúncio, que a adjudicação deve estar
dependente da aprovação da correspondente inscrição orçamental.
26 Em conformidade com o modelo Anexo VI à LCP.
27 A Declaração de Bens e Rendimentos deve ser preenchida nos termos do art.º 3 do Decreto Presidencial n.º 319/18, de 31 de Dezembro.
A apresentação da lista de erros e omissões suspende o prazo fixado para a apresentação de propostas, desde o termo
da metade daquele prazo até à publicitação da decisão ou, não havendo decisão expressa, até ao termo do mesmo
prazo (n.º 3 do art.º 52.º da LCP).
Os esclarecimentos e as rectificações resultantes dos erros e omissões do projecto passam a ser parte integrante das
peças do procedimento.
7.6.1.4 A Proposta
A proposta é o documento apresentado pelo concorrente como manifestação da sua vontade de contratar, indicando as
condições em que se dispõe a fazê-lo (al. s) do art.º 5.º da LCP). A proposta deve ser séria, firme e certa, na medida
em que o proponente declara a aceitação das condições impostas pelo Caderno de Encargos.
28 Salvo os documentos de habitação profissional, a declaração de apresentação do concorrente e o registo comercial, que devem ser
apresentados juntamente com a proposta (n.º 2 do art.º 59.º da LCP).
29No caso de concorrentes estrangeiros, os comprovativos das situações abaixo descritas devem ser relativos ao Estado do qual o concorrente é
nacional. No caso desse Estado não emitir tais comprovativos, a obrigação de entrega é substituída por declaração sob compromisso de honra,
prestada perante notário, autoridade judiciária ou administrativa ou qualquer outra competente, que ateste que os documentos em causa não são
emitidos nesse Estado.
Os documentos de habilitação devem ser redigidos em língua portuguesa. Em relação aos comprovativos emitidos por
Estados estrangeiros, no caso de não o serem em razão da sua origem, devem ser acompanhados de tradução
devidamente legalizada em relação os quais o concorrente declara aceitar a prevalência, para todos os efeitos, sobre
os respectivos originais (n.º 5 e 6 do art.º 59.º da LCP).
Documentos que contenham os diversos atributos destinados à sua avaliação de acordo com o al. b) do n.º
critério de adjudicação adoptado, nomeadamente o preço31. 1 do art.º
30A declaração deve ser assinada pelo concorrente ou pelo representante que tenha poderes para a obrigar. No caso de a proposta ser
apresentada por uma associação concorrente, a declaração deve ser assinada pelo representante comum dos membros que a integram, caso em
que devem ser juntos à declaração os instrumentos de mandato emitidos por cada um dos seus membros, ou, não existindo representante
comum, deve ser assinada por todos os seus membros ou respectivos representantes.
31O preço da proposta é sempre indicado por extenso, sendo a este que se atende em caso de divergência com o expresso em algarismos. No
preço da proposta estão incluídos todos os impostos, as taxas e os encargos legalmente aplicáveis. Sempre que, na proposta sejam indicados
vários preços, em caso de divergência entre eles, prevalecem os preços parciais, unitários ou não, mais decompostos. As propostas apresentadas
60.º da LCP
al. c) do n.º 1
Outros documentos relativos à execução do contrato, desde que exigidos no Programa do Concurso
do art.º 60.º
ou no Convite à apresentação de propostas.
da LCP
Tabela 25: Outros documentos que constituem a proposta em procedimentos de formação de contratos de empreitada ou de concessão
de obras públicas
Descrição Base legal
al. a) do n.º
Lista dos preços unitários de todas as espécies de trabalhos previstas no projecto de execução. 2 do art.º
60.º da LCP
al. b) do n.º
Programa de trabalhos, incluindo plano de trabalhos, plano de mão-de-obra, plano de equipamento e
2 do art.º
a lista de aluguer.
60.º da LCP
al. c) do n.º 2
Memória justificativa e descritiva do processo de execução da obra. do art.º 60.º
da LCP
al. d) do n.º
Cronograma financeiro. 2 do art.º
60.º da LCP
Declaração de compromisso do concorrente assumindo a integral responsabilidade pelo cumprimento al. e) do n.º
de todas as obrigações inerentes à execução do contrato, no caso de pretender recorrer a 2 do art.º
subempreitadas. 60.º da LCP
Lista dos subempreiteiros, no caso de o concorrente pretender recorrer à subempreitadas, quando o al. f) do n.º 2
Programa do Concurso ou o Convite à apresentação de propostas imponham que uma percentagem do art.º 60.º
mínima do valor das prestações subcontratadas seja reservada às pessoas singulares ou colectivas da LCP
nacionais.
Estudo prévio, nos casos excepcionais, devidamente fundamentados, nos quais os concorrentes al. g) do n.º
devam assumir, nos termos do Caderno de Encargos, as obrigações de resultado relativas à 2 do art.º
utilização da obra a realizar ou nos quais a complexidade técnica do processo construtivo da obra a 60.º e n.º 6
realizar requeira, em razão da tecnicidade própria dos concorrentes, a especial ligação destes à do art.º 49.º
concepção daquela. da LCP
Os documentos da proposta devem ser redigidos em língua portuguesa. O Programa do Concurso ou o Convite à
apresentação de propostas podem permitir que todos ou alguns dos documentos sejam redigidos em língua
estrangeira, indicando os idiomas admitidos (n.º 5 do art.º 60.º da LCP).
nos procedimentos para formação de contratos de empreitada ou de concessão de obras públicas contêm obrigatoriamente os preços parciais dos
diversos trabalhos a realizar.
NOTA: A apresentação de propostas variantes, isto é, que apresentam condições alternativas relativamente a uma
ou mais cláusulas do Caderno de Encargos, nos termos expressamente admitidos por este, não dispensa os
concorrentes da apresentação da proposta (principal ou base).
Os aspectos do Caderno de Encargos relativamente aos quais sejam admitidas alternativas, para efeitos da
apresentação de propostas variantes, devem corresponder a factores ou subfactores de densificação do critério de
adjudicação da PEMV.
A exclusão da proposta base implica, necessariamente, a exclusão das propostas variantes apresentadas pelo
mesmo concorrente.
Nos casos em que o Programa do Concurso ou o Convite não permitam a apresentação de propostas variantes,
cada concorrente só pode apresentar uma proposta (art.º 61.º da LCP), sob pena de exclusão da proposta (al. c) do
n.º 1 do art.º 81.º da LCP).
O prazo para a apresentação de propostas deve ser fixado com razoabilidade, por forma a permitir a sua elaboração
em condições adequadas e de efectiva concorrência. Na tabela abaixo encontra-se uma síntese de informação sobre
os prazos para apresentação de propostas por cada tipo de procedimento:
Tabela 26: Prazo para apresentação das propostas por tipo de procedimento
Prazos para Apresentação de Base Legal
Procedimentos
Propostas
al. d) do n.º 2 do
Contratação Simplificada (CS) Livre fixação.
art.º 142.º da LCP
32No caso de prazos para apresentação de candidaturas, que é somente aplicável ao CLPQ, a EPC pode fixa-lo livremente com vista a
qualificação dos candidatos que manifestaram o interesse de participar no referido procedimento.
al. d) do n.º 2 do
Contratação Emergencial Livre fixação.
art.º 142.º da LCP
O prazo para a apresentação de propostas só pode ser prorrogado em casos devidamente fundamentados, por decisão
do órgão competente para a decisão de contratar, salvo no caso de os esclarecimentos ou as rectificações ao Caderno
de Encargos serem comunicados para além do prazo estabelecido para o efeito, situação em que o prazo para
apresentação de candidaturas ou propostas deve ser prorrogado, no mínimo, por período equivalente ao do atraso
verificado (n.º 3 do art.º 65.º da LCP).
Findo o prazo para apresentação de propostas, imediatamente a seguir, a Comissão de Avaliação procede, em Acto
Público, à abertura das propostas ou, no caso de a EPC ter optado pela recepção electrónica das propostas, à sua
desencriptação, descarregamento e abertura (art.º 70.º da LCP e seguintes)34.
33 Nos procedimentos em que não há acto público o prazo de manutenção da proposta começa a contar ao termo do prazo para a sua
apresentação.
34 Por motivo justificado, pode o Acto Público do concurso realizar-se dentro dos dez dias subsequentes ao último dia para a apresentação de
proposta. A alteração da data do Acto Público deve ser, imediatamente, comunicada aos interessados que procedam à aquisição das peças do
concurso e publicitada pelos meios que a Entidade Pública Contratante entenda mais convenientes, devendo ainda ser junta às peças cópia da
decisão de alteração.
35Durante o Acto Público, a Comissão de Avaliação faz uma análise formal, tanto dos documentos de habilitação dos concorrentes, como dos
documentos que constituem as propostas.
Análise dos documentos que constituem as propostas para a sua admissão ou não admissão.
36Quando os documentos tenham sido apresentados em suporte electrónico, caso a Comissão de Avaliação assim delibere, deve esta garantir
que os concorrentes tenham acesso aos mesmos durante o Acto Público, seja por via electrónica, seja por reprodução em suporte de papel,
desde que não comprometam a confidencialidade das propostas.
37Estas reclamações, independentemente da sua forma, devem ser decididas no próprio Acto Público, podendo para tanto a Comissão de
Avaliação reunir em sessão reservada.
Após as deliberações de não admissão dos concorrentes, o Presidente da Comissão de Avaliação procede à leitura da
lista dos concorrentes admitidos e dos não admitidos, indicando, neste último caso, os respectivos fundamentos.
Cumpridas estas formalidades, a Comissão de Avaliação delibera sobre as eventuais reclamações apresentadas pelos
concorrentes, relativamente a esta fase do Acto Público (art.º 74.º).
A Comissão de Avaliação procede, se necessário em sessão reservada, ao exame formal dos documentos que
constituem as propostas, deliberando sobre a admissão ou não admissão destas (art.º 76.º da LCP).
O Presidente da Comissão de Avaliação procede, seguidamente, à leitura da lista das propostas admitidas e das não
admitidas, indicando, neste último caso, os respectivos fundamentos. A Comissão de Avaliação deve deliberar sobre
eventuais reclamações apresentadas pelos concorrentes relativamente à admissão ou não admissão de propostas.
Cumpridas todas as formalidades, o Presidente da Comissão de Avaliação encerra o Acto Público, devendo ser
elaborada a respectiva acta, que deve ser assinada por todos os membros efectivos da Comissão de Avaliação,
podendo igualmente ser assinada pelos concorrentes ou seus representantes que nele estiveram presentes (art.º 77.º e
n.º 6 do art.º 72.º da LCP).
Após análise material, efectua-se a avaliação das propostas, que não verifiquem causas de exclusão, de acordo com o
critério de adjudicação estabelecido no Programa do Concurso.
NOTA: A Comissão de Avaliação pode pedir aos concorrentes quaisquer esclarecimentos sobre as propostas
apresentadas que considere necessários para a sua análise e avaliação.
Os esclarecimentos prestados pelos concorrentes fazem parte integrante das suas propostas, desde que não
contrariem os elementos constantes dos documentos que as constituem, não as alterem ou completem, nem visem
suprir omissões que determinam/determinariam a respectiva exclusão do concurso.
Os esclarecimentos prestados são notificados a todos os concorrentes (art.º 80.º da LCP).
Após a análise e a avaliação das propostas, a Comissão de Avaliação elabora o relatório preliminar no qual propõe, se
for o caso, a exclusão de propostas (incluindo as justificações), ordenando as restantes, em função das classificações
obtidas, para efeitos de adjudicação.
Este relatório é enviado a todos os concorrentes, sendo fixado um prazo, de até cinco dias, para que se pronunciem,
por escrito, ao abrigo do direito de audiência prévia.
Terminado o prazo de cinco dias a Comissão de Avaliação elabora um relatório final, fundamentado, no qual pondera
as observações dos concorrentes efectuadas na audiência prévia, mantendo ou modificando o teor e as conclusões do
relatório preliminar, podendo ainda propor a exclusão de qualquer proposta, se verificar, nesta fase, uma qualquer
causa de exclusão (art.º 82.º a 85.º da LCP).
Caso a Comissão de Avaliação venha a propor no relatório preliminar a exclusão de uma proposta anteriormente
admitida, bem como quando resulte uma alteração da ordenação das propostas constante do relatório preliminar, a
Comissão de Avaliação deve:
Proceder a nova audiência prévia, concedendo um prazo de até cinco dias para que os concorrentes se
pronunciem;
Enviar o novo relatório final ao órgão competente para a decisão de contratar para efeitos de aprovação.
NOTA: Quando tenha sido apresentada apenas uma proposta, a Comissão de Avaliação procede à sua análise e,
no caso de não ser detectada qualquer causa de exclusão, prepara a proposta de adjudicação para aprovação do
órgão competente para a decisão de contratar, não havendo lugar à elaboração do relatório preliminar e do
relatório final, nem à audiência prévia (n.º 4 art.º 85.º da LCP).
No caso de o Programa do Concurso não prever uma fase de negociação ou de um leilão electrónico, o órgão
competente para a decisão de contratar pondera o teor e as conclusões do relatório final para efeitos de adjudicação,
ou seja, procede imediatamente a adjudicação.
Porém, se o Programa do Concurso prever uma fase de negociação ou de um leilão electrónico, o órgão competente
para a decisão de contratar pondera o teor e as conclusões do relatório final para efeitos da sua selecção para a
negociação ou para o leilão (n.º 2 do art.º 86.º da LCP).
Aspectos
Formas de concretização Base Legal
Fundamentais
38 Nesta notificação, deve-se indicar o formato a seguir nas negociações, nomeadamente se decorrem em separado ou em conjunto com os
diversos concorrentes e se decorrem parcial ou totalmente por via electrónica.
39É necessário que a delimitação do conteúdo a negociar seja feita de forma clara e objectiva, por forma a evitar possíveis surpresas aos
concorrentes e ou eventuais favorecimentos aos concorrentes que participem desta fase.
40Se da audiência prévia surgirem alegações que impõem a alteração da pontuação definida no relatório preliminar, a Comissão de Avaliação,
promove uma nova audiência prévia, com duração de até cinco dias e elabora o relatório final.
Caso o Programa do Concurso preveja a realização de leilão electrónico, o que só pode acontecer quando o critério de
adjudicação é o do mais baixo preço, e se a sua realização for tecnicamente viável, todos os concorrentes são,
simultaneamente, convidados pela EPC, por via electrónica, para participarem no leilão electrónico. Este Convite deve
indicar o seguinte:
O leilão electrónico realiza-se decorridos, pelo menos, três dias, a contar da data do envio dos Convites. O dispositivo
electrónico utilizado deve permitir informar permanentemente todos os concorrentes acerca dos novos preços propostos
e da ordenação de todas as propostas.
NOTA: Quando a EPC decida utilizar um leilão electrónico, o Programa do Concurso deve indicar:
As condições em que os concorrentes podem propor novos preços, nomeadamente as diferenças
mínimas exigidas entre licitações;
Outras regras de funcionamento do leilão electrónico;
As informações relativas ao dispositivo electrónico a utilizar e as modalidades e especificações técnicas
No decursodedoligação
leilão dos
electrónico, a EPC
concorrentes aonão pode(art.º
mesmo divulgar, directa
91.º da LCP).ou indirectamente, a identidade dos concorrentes
que nele participam.
A EPC pode encerrar o leilão electrónico na data e hora previamente fixadas no Convite para participação no leilão
electrónico ou depois de decorrido o prazo máximo42 contado da recepção da última licitação, sem que haja lugar à
apresentação de novos preços correspondentes às diferenças mínimas exigidas entre licitações (art.º 94.º e 95.º da
LCP).
NOTA: Após a apresentação do relatório final para efeitos de adjudicação, que marca o fim da actividade da
Comissão de Avaliação, dá-se o início às formalidades finais do procedimento que é a adjudicação e a assinatura /
outorga do contrato.
7.6.1.11 Adjudicação
A Adjudicação é o acto pelo qual o órgão competente para a decisão de contratar aceita a única proposta apresentada
ou escolhe uma de entre as várias propostas apresentadas (al. b) art.º 5.º da LCP). Para o efeito, sobre o relatório final
apresentado pela Comissão de Avaliação, o órgão competente para a decisão de contratar exara um despacho.
41 Nos termos do art.º 95.º o leilão electrónico encerra na data e hora previamente fixada do Convite para participação do leilão.
42 O prazo máximo deve ser fixado no Convite para participação no leilão electrónico.
43 Este prazo pode, por motivos devidamente fundamentados, ser prorrogado por até cinco dias.
Quando o valor dos adiantamentos não ultrapasse 15% do preço global do contrato de empreitada45; e
Excepcionalmente, para a aquisição de bens e serviços é permitido efectuar o pagamento adiantado até 50%
do preço global do contrato46.
45Cfr. Regras Anuais de Execução do OGE. Excepcionalmente, mediante autorização do Titular do Departamento Ministerial responsável pelas
Finanças Públicos, podem ser feitos adiantamentos de até 30%.
46 Cfr. Artigo sobre “Execução de Contratos” nas Regras Anuais de Execução do OGE.
47 Operador económico privado, cuja proposta tenha sido adjudicada.
1º Esclarecimentos e as
rectificações relativas ao Caderno
de Encargos;
2º Caderno de Encargos;
3º Proposta adjudicada;
4º Esclarecimentos sobre a
proposta adjudicada prestados
pelo adjudicatário.
Caderno de Encargos;
Proposta adjudicada;
Caducidade da adjudicação;
01 Decisão de contratar, competência para autorização da despesa art.º 32.º, 36.º e 39.º da LCP
al. a) do n.º 1 e 2 do art.º
02 Selecção do procedimento de Concurso Público
22.º, art.º 24.º e 33.º da LCP
art.º 45.º, 46.º, 47.º e 67.º da
03 Elaboração e aprovação das peças do procedimento
LCP
25 Envio do relatório final ao órgão competente da EPC, para aprovação n.º 3 do art.º 85.º da LCP
Negociação de propostas (caso previsto no programa ou nos Termos de n.º 2 do art.º 86.º, 87.º e 88.º
26
Referência do concurso) da LCP
48Tendo sido apresentada alguma reclamação ou verificada alguma causa de exclusão superveniente sobre qualquer proposta gerando a
modificação do relatório preliminar realiza-se uma nova audiência prévia.
49 Vide nota anterior.
50Nos casos em que os preços das propostas sejam inferiores a Kz 182 000 000,00, recomendamos que, em termos de boas práticas, se
comunique a adjudicação ao SNCP, trimestralmente, para efeitos de publicitação no Portal da Contratação Pública e para as demais finalidades.
Deliberação sobre as eventuais reclamações apresentadas art.º 76.º e n.º 3 do art.º 77.º da LCP
23
pelos concorrentes
24 Conclusão do Acto Público n.º 4 do art.º 77.º e n.º 6 do art.º 72.º da LCP
Envio do relatório final ao órgão competente da EPC, para n.º 3 do art.º 85.º da LCP
31
aprovação
Negociação de propostas (caso previsto no programa ou n.º 2 do art.º 86.º, 87.º e 88.º da LCP
32
nos Termos de Referência do concurso)
33 Relatório preliminar da negociação n.º 1 do art.º 89.º da LCP
Notificação da decisão de adjudicação ao adjudicatário e, n.º 1 do art.º 96.º, 99.º, 100.º e 101.º da LCP
37
caso aplicável, de prestação da caução definitiva
38 Notificação da adjudicação aos restantes concorrentes n.º 2 do art.º 96.º da LCP
Fiscalização preventiva do contrato pelo Tribunal de Conforme Lei Anual de Aprovação do OGE
42
Contas, caso aplicável
n.º 1 e 2 do art.º 2.º, 185.º, 351.º, 388.º, 399.º e
43 Execução e monitoramento do contrato
405.º da LCP
51Tendo sido apresentado alguma reclamação ou verificada alguma causa de exclusão superveniente sobre qualquer proposta gerando a
modificação do relatório preliminar realiza-se uma nova audiência prévia.
52 Vide nota anterior.
53Nos casos em que os preços das propostas sejam iguais ou superior a Kz 182 000 000,00, recomendamos que, termos de boas práticas, se
comunique a adjudicação ao SNCP, trimestralmente, para efeitos de publicitação no Portal da Contratação Pública e para as demais finalidades.
Apresentação, análise e avaliação das propostas e adjudicação – fase onde apenas podem participar os
candidatos qualificados, os quais são convidados pela EPC a apresentar uma proposta (art.º 116.º da LCP).
NOTA: No CLPQ, o Anúncio deve referir-se, claramente, à existência das duas fases do procedimento e deve
conter os requisitos mínimos de qualificação (capacidade técnica e financeira).
Para o preenchimento dos requisitos mínimos por associações candidatas, vide o art.º 122.º da LCP.
Os requisitos de capacidade técnica e de capacidade financeira visam, fundamentalmente, assegurar as mínimas
competências, por parte do futuro co-contratante do Estado, para garantir a melhor realização do objecto do
contrato. Por isto, em caso de associação, embora um dos associados possa preencher estes requisitos para se
considerar adjudicável, todos associados devem ser solidariamente responsáveis pela manutenção das
candidaturas/propostas. No CLPQ o disposto no Programa de Concurso prevalece sobre quaisquer indicações
desconformes constantes do Anúncio ou do Convite.
O Concurso Limitado por Convite rege-se com as necessárias adaptações, pelas normas constantes do regime jurídico
do Concurso Público, nos termos dos art.ºs 134.º e 140.º da LCP.
1 Decisão de contratar e competência para autorização da despesa art.º 32.º, 36.º e 39.º da LCP
9 Análise dos documentos e avaliação das propostas al. d) do art.º 75.º e 140.º da LCP
54Tendo sido apresentado alguma reclamação ou verificada alguma causa de exclusão superveniente sobre qualquer proposta gerando a
modificação do relatório preliminar realiza-se uma nova audiência prévia.
55 Vide nota anterior.
56 Apesar de não ser obrigatório a comunicação de adjudicações cujos preços sejam inferiores a Kz 182 000 000,00, recomendamos que, em
termos de boas práticas, se comunique ao SNCP, trimestralmente, para efeitos de publicitação no Portal da Contratação Pública e para as demais
finalidades.
NOTA: No CLC, o Convite é a peça do procedimento através do qual a EPC solicita a apresentação de propostas
aos concorrentes. Para a elaboração do Convite, recomenda-se a utilização do modelo disponibilizado no Portal da
Contratação Pública.
O Convite para a apresentação de propostas é formulado a pelo menos, três entidades, através de qualquer meio
escrito, sendo ainda registado no Portal da Contratação Pública (vide art.º 136.º da LCP).
As boas práticas, internacionalmente aceites, desaconselham o Convite reiterado às mesmas empresas.
O prazo de apresentação de propostas não pode ser inferior a seis dias, a contar da data de envio do Convite.
Recomenda-se o estabelecimento do prazo em função da complexidade do objecto do contrato, adicionado a sua
disponibilidade no mercado local.
Pode, igualmente, ser utilizada em função de critérios materiais, nos termos dos artigos 27.º; 28.º; 29.º e 30.º, nos quais
o valor estimado não funciona como condicionante. A Contratação Simplificada rege-se com as necessárias
adaptações, pelas normas constantes do regime jurídico do Concurso Limitado por Convite, nos termos do art.º 141.º
da LCP.
1 Decisão de contratar e competência para autorização da despesa art.º 32.º, 36.º e 39.º da LCP
13 Caução (caso aplicável – critério material) art.º 99.º, 100.º e 101.º da LCP
Fiscalização preventiva do Tribunal de Contas (caso aplicável – critério Conforme Lei Anual de Aprovação
16 do OGE
material)
NOTA: A EPC, com base no conhecimento que tem dos potenciais concorrentes, escolhe livremente a entidade a
convidar para apresentar proposta, dentro do limite de valor, salvo quando se verificar algumas das razões para a
adopção pelos critérios materiais nos termos do art.º 26.º a 30.º.
O Convite é obrigatoriamente acompanhado pelo Caderno de Encargos, podendo ambos ser agregados num único
documento.
Não podem ser convidadas a apresentar propostas as entidades às quais já tenha sido adjudicado, no ano
económico em curso e no anterior, na sequência de procedimentos de Contratação Simplificada adoptados nos
termos da LCP, propostas para a execução de prestações do mesmo tipo ou idênticas às do contrato a celebrar,
cujo valor acumulado seja superior a dezoito milhões de Kwanzas, nos termos do art.º 143.º da LCP.
NOTA: A EPC, com base no conhecimento que tem dos potenciais concorrentes, escolhe livremente a entidade a
convidar para apresentar proposta, quando se verificar algumas das razões nos termos do art.º 31.º
O órgão competente para a decisão de contratar pode dispensar a constituição da Comissão de Avaliação,
competindo aos serviços da EPC pedir esclarecimentos sobre a proposta apresentada e submeter àquele o
projecto da decisão de adjudicação.
No prazo de 15 dias após a adjudicação é obrigatória a publicação, no Portal da Contratação Pública, do Relatório
de formação e execução do contrato formado (cfr. al. d) do n.º 2 do art.º 148.º da LCP).
As despesas e os encargos inerentes à redução do contrato a escrito são da responsabilidade do adjudicatário
(operador económico), salvo disposição em contrário constante da solicitação feita pela EPC.
1 Decisão de contratar e competência para autorização da despesa art.º 32.º, 36.º e 39.º da LCP
3 Elaboração e aprovação das peças do procedimento al. f) do n.º 1 do art.º 45.º da LCP
13 Caução definitiva (caso aplicável – critério material) art.º 99.º, 100.º e 101.º da LCP
Fiscalização preventiva do Tribunal de Contas (caso aplicável – critério Conforme Lei Anual de Aprovação
16 do OGE
material)
O presente procedimento é aplicável à aquisição de bens e serviços padronizados, através de um catálogo electrónico,
que deve detalhar as especificações técnicas essenciais e indispensáveis dos bens e serviços.
O Procedimento Dinâmico Electrónico rege-se pelas normas constantes dos art.ºs 149.º a 151.º da LCP.
1 Decisão de contratar e competência para autorização da despesa art.º 32.º, 36.º e 39.º da LCP
5 Registo do Anúncio no Portal da Contratação Pública al. a) do n.º 3 do art.º 149.º da LCP
8 Prestar esclarecimentos técnicos aos concorrentes, quando necessário al. b) do n.º 2 do art.º 151.º da LCP
13 Caução (caso aplicável – critério material) art.º 99.º, 100.º e 101.º da LCP
Fiscalização preventiva do Tribunal de Contas (caso aplicável – critério Conforme Lei Anual de Aprovação
16 do OGE
material)
57Não estando o Catálogo Electrónico ainda elaborado, o que se tem feito é a elaboração e aprovação das especificações técnicas de cada bem
que se pretende contratar.
NOTA: O leilão electrónico é um processo interactivo baseado num dispositivo electrónico que permite aos
concorrentes melhorar progressivamente as suas propostas, sendo essas avaliadas de modo automático.
Os prazos para a realização do leilão estão directamente relacionados com o valor estimado do bem ou
serviço objecto do procedimento (vide Tabela 26).
O leilão electrónico será realizado pela EPC apenas se estiverem garantidas as seguintes condições (cfr art.º 90.º
a 95.º da LCP):
a) For tecnicamente viável;
b) O critério de adjudicação for o do preço mais baixo;
c) Não impedir nem falsear a concorrência;
d) Definir as regras do leilão e do Convite à participação do mesmo.
1.º Publicação do
1.º Anúncio 1.º Anúncio 1.º Convite 1.º Convite 1.º Envio da
Anúncio do Leilão
(Apresentação de (Apresentação de (Apresentação de (Apresentação de Solicitação
(Apresentação de
Propostas) Candidaturas) Propostas) Propostas) Emergencial
Propostas)
2.º Negociação
2.º Acto Público 2.º Qualificação 2.º Leilão 2.º Análise e Avaliação 2.º Análise e Avaliação
(Facultativa)
3.º Análise e 5.º Análise e Avaliação 3.º Negociação 3.º Negociação
3.º Adjudicação 3.º Adjudicação
Avaliação das Candidaturas (Facultativa) (Facultativa)
3.º Convite
4.º Negociação 4.º Celebração do 4.º Celebração do
(Apresentação de 4.º Adjudicação 4.º Adjudicação
(Facultativa) Contrato Contrato
Propostas)
5.º Celebração do 5.º Celebração do
5.º Adjudicação 4.º Acto Público
Contrato Contrato
6.º Celebração do
5.º Análise e Avaliação
Contrato
7.º Negociação
(Facultativa)
8.º Adjudicação
9.º Celebração do
Contrato
Trata-se de um procedimento para atribuição de prémios ou menções honrosas a um ou mais seleccionados que tenha
apresentado a melhor ou mais criativa ideia, que virá a ser, mais adiante, concretizada ou desenvolvida mediante a
abertura de um procedimento de Concurso Público, Concurso Limitado por Prévia Qualificação, Concurso Limitado por
Convite ou Contratação Simplificada.
Esse tipo de procedimento é aplicável, nomeadamente, aos casos em que a EPC pretende obter contributos sobre o
destino ou tipo de exploração a dar a determinado espaço de domínio público, cite-se, por exemplo, a abertura de um
procedimento especial para trabalhos de concepção em que a EPC pretenda obter ideias sobre a afectação da Marginal
de Luanda, se parque de estacionamento, se zona de lazer/desportiva/cultural ou de restauração.
7.8 Acordo-Quadro
Um Acordo-Quadro é um contrato celebrado entre uma ou várias EPC e um ou mais fornecedores, com vista a
disciplinar relações contratuais futuras a estabelecer ao longo de um determinado período de tempo, mediante a fixação
antecipada dos respectivos termos e condições (al. a) do art.º 5 e 168.º da LCP).
O Regulamento aplicável à Formação e Execução de Acordo-Quadro58 prevê que possam ser celebrados Acordo-
Quadro em duas modalidades:
NOTA: Para a celebração de Acordo-Quadro com vários co-contratantes, o número mínimo de co-contratantes
aderentes nunca pode ser inferior a três. Excepcionalmente, é admitida a celebração de Acordo-Quadro com
menos co-contratantes quando o número de propostas apresentadas e não excluídas for inferior a três (n.º 3 art.º
170.º da LCP).
Modalidades 1.ª Modalidade: Um único empreiteiro, fornecedor Quando o Acordo-Quadro for n.º 2 do
de de bens ou prestador de serviços: Quando no o estabelecido com um único art.º
Acordo-Quadro estejam suficientemente co-contratante, a adjudicação 169.º
Acordo- especificados todos os aspectos da execução dos do CPA pode consistir numa
Quadro contratos a celebrar, ao seu abrigo, que sejam mera aprovação da factura ou
submetidos à concorrência pelo Caderno de documento equivalente, com
Encargos (Acordo-Quadro “fechado”). referência expressa à nota de
cabimentação, através da
condução de um procedimento
de Contratação Simplificada.
Celebração de 1.ª Modalidade: Acordo-Quadro celebrado com uma A execução do Acordo-Quadro art.º
contratos ao única EPC. é feita mediante a celebração 174.º
abrigo do de Contratos Públicos de
Acordo- A EPC adopta a Contratação Simplificada (sem Aprovisionamento (CPA).
Quadro (CPA) Caderno de Encargos) = critério material de escolha Salvo previsão expressa no
do procedimento que permite a celebração de Acordo-Quadro, não é exigível
contratos de qualquer valor. a redução do CPA a escrito,
competindo ao órgão máximo
2.ª Modalidade: Acordo-Quadro celebrado com art.º
de cada EPC, vinculada ao
várias EPC 175.º
Acordo-Quadro, celebrar os
A EPC adopta o Concurso Limitado por Convite.
CPA para bens, serviços e
empreitadas de obras
públicas, nos termos e
condições inicialmente
definidos. As despesas
inerentes aos CPA, bem como
a competência para autorizar
a sua realização são da
responsabilidade de cada
EPC.
É obrigatória a nomeação do Gestor de Projecto nos contratos de empreitada de obras públicas e fornecimento de bens
e serviços. A EPC pode ainda nomear um Gestor de Projecto ou Contrato, sempre que julgar necessário,
independentemente da existência da UCP.
Com efeito, devem ser submetidos ao Tribunal de Contas, para efeito de fiscalização preventiva64:
61Cfr. Decreto Presidencial n.º 88/18, de 6 de Abril, que Aprova a Unidade de Contratação Pública e institucionaliza a figura do Gestor de Contrato
ou Projecto.
62 Gestor de Projecto ou de Contrato é o técnico responsável pelo acompanhamento do ciclo de vida do projecto ou do contrato, tendo visibilidade
de todos os actos administrativos inerentes aos mesmos até a sua extinção, bem como do tratamento de toda informação referente àqueles, cfr. al
a) do n.º 1 do art.º 3.º do Decreto Presidencial n.º 88/18, de 6 de Abril.
63 Vide Lei Orgânica e do Processo do Tribunal de Contas (Lei n.º 13/10, de 9 de Julho) e a Lei que Altera a Lei Orgânica e do Processo do
Tribunal de Contas (Lei n.º 19/19, de 14 de Agosto).
64 Cfr. art.º 8 da Lei que Altera a Lei Orgânica e do Processo do Tribunal de Contas (Lei n.º 19/19, de 14 de Agosto).
As minutas dos contratos acima identificados, quando venham a celebrar-se por escritura pública e os
respectivos encargos tenham de ser satisfeitos no acto da sua celebração, devendo o respectivo notário
anexar cópia da resolução do Tribunal de Contas à respectiva escritura;
Os contratos sujeitos à fiscalização preventiva consideram-se visados 30 dias após a sua entrada no Tribunal de
Contas, salvo se forem solicitados elementos em falta ou adicionais, casos em que se interrompe a contagem do prazo
até que lhe sejam entregues.
Os contratos sujeitos à fiscalização preventiva do Tribunal de Contas são juridicamente ineficazes até que obtenham o
respectivo visto, isto é, têm a sua execução condicionada à atribuição do visto.
Nos casos de recusa de visto devem as entidades sujeitas à sua jurisdição remeter ao Tribunal, no prazo de 15 dias,
cópia da anulação da respectiva Nota de Cabimentação orçamental, a fim de ser junta ao processo.
Os contratos sujeitos à fiscalização preventiva devem ser submetidos ao Tribunal de Contas, 30 dias após a sua prática
ou celebração.
Não estão sujeitos à fiscalização preventiva:
Os contratos de aquisição de armamento e técnica militar para as forças de defesa e segurança e os contratos
de assistência técnica para a defesa nacional;
Os contratos que, no âmbito de contratos de empreitadas de obras públicas previamente visados, resultem na
execução de trabalhos a mais ou de suprimento de erros ou omissões.
8 Regime Sancionatório
A LCP prevê um regime sancionatório para os operadores económicos que violem disposições nela estabelecidas.
As EPC, logo que tomem conhecimento da ocorrência de quaisquer factos susceptíveis de constituírem transgressão,
devem participar ao SNCP.
65 Cfr. art.º 9-A do da Lei que Altera a Lei Orgânica e do Processo do Tribunal de Contas (Lei n.º 19/19, de 14 de Agosto).
NOTA: Quando o candidato, concorrente ou adjudicatário tiver obtido um benefício económico superior à multa
aplicável, os limites mínimo e máximo previstos passam a ser o valor desse benefício e o seu dobro,
respectivamente.
A tentativa e a negligência de actos ilícitos são puníveis. Em caso de negligência, os limites mínimos e máximos das
multas são reduzidos para metade (art.º 433.º).
Cabe ao SNCP a instauração e arquivamento dos processos, bem como a aplicação de multas e sanções
acessórias, mediante participação feita pelas EPC de quaisquer factos susceptíveis de constituírem transgressões,
nos termos da presente Lei.
Por via do Portal da Contratação Pública as EPC podem cadastrar-se para, por exemplo, publicarem as suas aberturas
de procedimentos. O cadastramento no Portal é feito por via do menu “Aceder Portal”.
É também por via do Portal da Contratação Pública que os fornecedores efectuam o seu cadastramento e certificação.
Para mais informações sobre o cadastramento de fornecedores, bem como a participação na contratação electrónica.
O Portal é assim um meio de comunicação entre os intervenientes do sistema da contratação pública, onde se podem
encontrar os seguintes elementos:
Catálogo Electrónico66;
Publicações relevantes sobre o mercado da Contratação Pública (Boletim informativo, Boletim estatístico,
Relatórios Anuais, Boletins Mensais, etc).
O Sistema Nacional de Contratação Pública Electrónica (SNCPE), acedido através do Portal da Contratação Pública,
visa satisfazer a desburocratização da contratação pública por meio da realização de processos formação e execução
de contrato públicos através de plataformas electrónicas. Actualmente o SNCPE abarca a (i) Contratação Electrónica,
(ii) o Registo, Cadastro e Certificação de Fornecedores e o (iii) Sistema de Gestão de Contratos (SGC).
Para obter mais informações sobre a utilização do SNCPE pode aceder aos Manuais abaixo, quer enquanto EPC, quer
enquanto fornecedor:
66 A disponibilizar-se em breve.