Relatório e Contas - 2016 - BNA

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Relatório e Contas • 2016

Av. 4 de Fevereiro, nº 151 - Luanda, Angola


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Índice Geral
Mensagem do Governador............................................................................................. 9
Sumário Executivo........................................................................................................ 13

PARTE I – CONTEXTO ECONÓMICO-FINANCEIRO.............................................. 15


1. Economia Internacional............................................................................................ 17
1.1. Crescimento da Economia Mundial....................................................................... 17
1.2. Economias Desenvolvidas..................................................................................... 18
1. Estados Unidos da América...................................................................................... 18
1. Eleições presidenciais.............................................................................................. 18
2. Zona Euro - Os incentivos à economia.................................................................... 19
3. Japão – Os títulos públicos a 10 Anos registam valores negativos pela primeira vez........ 20
3. Reino Unido - O Brexit................................................................................................................. 21
1.3. Economias Emergentes e em Desenvolvimento................................................... 22
4. Brasil – O Impedimento........................................................................................... 22
5. Rússia....................................................................................................................... 23
6. Índia – A desmonetização........................................................................................ 24
7. China – A queda acentuada do mercado accionista................................................ 25
1.4. África Subsariana.................................................................................................. 26
1.5. Mercado das Commodities.................................................................................... 28
8. Commodities Energéticas......................................................................................... 28
9. Commodities Alimentares........................................................................................ 29
2. Economia Nacional................................................................................................... 29
2.1. Sector Real............................................................................................................ 29
2.2. Sector Fiscal.......................................................................................................... 35
2.2.1. Receitas Públicas................................................................................................ 36
2.2.2. Despesas Públicas.............................................................................................. 38
2.2.3. Saldos Fiscais e Financiamento......................................................................... 39
2.2.4. Dívida Pública..................................................................................................... 41

PARTE II – SISTEMA BANCÁRIO ANGOLANO..................................................... 43


3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano.......................................................... 45
3.1. Actividade do Sistema Bancário........................................................................... 45
3.2. Principais Indicadores do Sistema Bancário......................................................... 48
4. Sistemas de Pagamentos......................................................................................... 49
4.1. Regulamentação dos Instrumentos de Pagamento............................................... 50
4.2. Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR).................................................. 50
4.3. Subsistemas de Compensação.............................................................................. 51
4.4 Controlo e Acompanhamento do SPA.................................................................... 52

PARTE III – POLÍTICAS DO BANCO CENTRAL E DESEMPENHO DOS MERCADOS...53


5. Política Monetária e Gestão de Liquidez................................................................. 55
5.1. O Quadro Operacional da Política Monetária – Instrumentos de Política............ 55
5.2. Objectivos e Medidas de Política Monetária........................................................ 56
5.2.1. Medidas de Política............................................................................................ 56
5.3. Mercado Monetário............................................................................................... 57
5.3.1. Mercado Primário de Títulos Públicos................................................................ 57
5.3.2. Operações de Mercado Aberto (OMA)............................................................... 59
5.3.3. Facilidades Permanentes de Liquidez................................................................ 59
5.4. Mercado Monetário Interbancário........................................................................ 59
6. Política Cambial........................................................................................................ 60
6.1. Objectivos e Metas da Política Cambial............................................................... 60
6.2. Instrumentos de Política Cambial.......................................................................... 60
6.2.1. Mercado Cambial Primário................................................................................. 60
6.2.2. Mercado Cambial Secundário............................................................................ 63
7. Reservas Internacionais........................................................................................... 63
8. Impactos das Operações de Mercado sobre a Base Monetária.............................. 64
9. Os Agregados Monetários e a Balança de Pagamentos.......................................... 66
9.1. Evolução dos Agregados Monetários.................................................................... 66
9.2. Desempenho da Balança de Pagamentos............................................................. 70
10. Política de Gestão de Reservas.............................................................................. 72
10.1. Objectivos e Metas da Política de Gestão de Reservas..................................... 72
10.2. Instrumentos e Medidas de Política de Gestão de Reservas............................. 73
11. Política de Prevenção do Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo........73
11.1. Progressos da Regulação e Supervisão no âmbito da prevenção ao BC/FT....... 74
11.2. Comunicação com o SFA..................................................................................... 75
11.3. Cooperação Nacional e Internacional................................................................. 76
11.4. Relações de Correspondência Bancária em Angola........................................... 76
11.5. Governação Corporativa e sistema de controlo interno...................................... 78

PARTE IV – ACTIVIDADES RELEVANTES.............................................................. 79


12. Actividades do Banco Nacional de Angola............................................................ 81
12.1. Comités Colegiais................................................................................................ 81
12.1.1. Comité de Política Monetária........................................................................... 81
12.1.2. Comité de Estabilidade Financeira................................................................... 81
12.1.3. Comité de Investimento.................................................................................... 82
12.2. Organização e Gestão de Recursos..................................................................... 82
12.2.1. Desenvolvimento Organizacional..................................................................... 82
12.2.2. Gestão de Risco................................................................................................ 87
12.2.3. Recursos Humanos........................................................................................... 88
12.2.4. Centro de Desenvolvimento de Competências................................................ 89
12.2.5. Tecnologias de Informação............................................................................... 89
12.2.6. Gestão de Património e Serviços..................................................................... 90
12.2.7. Relações Internacionais................................................................................... 90
12.2.8. Comunicação Institucional............................................................................... 90

PARTE V – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS..................................................... 93


1. Introdução................................................................................................................. 95
Performance Orçamental.............................................................................................. 95
Evolução dos resultados............................................................................................... 98
Balanços em 31 de Dezembro de 2016 e 2015............................................................ 99
Demonstrações dos resultados para os exercícios findos em 31 de Dezembro
de 2016 e 2015........................................................................................................... 100
Demonstrações dos resultados e do outro rendimento integral para os exercícios
findos em 31 de Dezembro de 2016 e 2015............................................................... 100

4
PARTE VI – NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS............. 103
1. Introdução............................................................................................................... 105
2. Bases de apresentação e resumo das principais políticas contabilísticas............ 106
2.1. Bases de apresentação....................................................................................... 106
2.1.1. Alterações de políticas contabilísticas............................................................ 106
2.1.2. Novas normas e interpretações aplicáveis ao exercício.................................. 106
2.1.3. Normas, interpretações, emendas e revisões que irão entrar em vigor em exercícios
2.1.3. futuros............................................................................................................... 108
2.1.4. Derrogações de normas e interpretações........................................................ 110
2.2. Resumo das principais políticas contabilísticas................................................. 112
2.2.1. Especialização de exercícios............................................................................ 112
2.2.2. Transacções em moeda estrangeira................................................................. 112
2.2.3. Instrumentos financeiros.................................................................................. 112
3. Ouro........................................................................................................................ 125
4. Caixa e disponibilidades em instituições de crédito.............................................. 125
5. Aplicações em instituições de crédito................................................................... 126
6. Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações
6. de política monetária................................................................................................. 127
7. Activos financeiros................................................................................................. 129
8. Fundo monetário internacional............................................................................... 135
9. Activos financeiros concedidos ao estado............................................................. 132
10. Investimentos em associadas e outras entidades............................................... 132
11. Activos tangíveis e intangíveis............................................................................. 133
12 – Outros valores activos........................................................................................ 134
13 – Notas e moedas em circulação.......................................................................... 136
14 – Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas
14 – com operações de política monetária................................................................ 137
15 – Responsabilidades internas para com outras entidades................................... 139
16 – Operações de venda com acordo de recompra.................................................. 140
17 – Responsabilidades com pensões e outros benefícios....................................... 140
18 – Provisões............................................................................................................ 142
19 – Outros valores passivos..................................................................................... 143
20 – Capital................................................................................................................ 144
21 – Diferenças de reavaliação.................................................................................. 144
22 – Outras reservas e resultados transitados.......................................................... 145
23 – Contas extrapatrimoniais................................................................................... 145
24 – Juros e rendimentos similares........................................................................... 146
25 – Juros e encargos similares................................................................................ 147
26 – Rendimentos de serviços e comissões.............................................................. 147
27 – Encargos com serviços e comissões.................................................................. 148
28 – Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados.........148
29 – Resultados de activos financeiros disponíveis para venda............................... 148

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica ascende a uma perda de Kz 230.200 Mil,
representando as menos-valias obtidas com a alienação de títulos de dívida soberana
estrangeira, classificados na categoria de activos financeiros disponíveis para venda........148

30 – Resultados de investimentos em associadas e outras entidades...................................149


31 – Resultados cambiais.......................................................................................... 149
32 – Custos relativos à emissão de notas e moedas................................................. 150
33 – Resultados de alienação e outros activos......................................................... 150
34 – Outros resultados operacionais......................................................................... 150
35 – Custos com pessoal............................................................................................ 151
36 – Fornecimentos e serviços de terceiros............................................................... 151
37 – Partes relacionadas............................................................................................ 152
37.1 – Ministério das Finanças.................................................................................. 153
37.2 – Empresa Interbancária de Angola (EMIS)....................................................... 153
37.3 – Conselho de Administração do Banco............................................................ 154
38 – Divulgações relativas a instrumentos financeiros............................................. 154
39 - Responsabilidades contingentes........................................................................ 167
40 – Eventos subsequentes a data de referência...................................................... 167
41 – Afectação do resultados dewwww 2016.......................................................... 167

PARTE VII – CERTIFICAÇÃO DO CONSELHO DE AUDITORIA........................... 169

PARTE VIII – RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE................................. 179

PARTE IX – ANEXOS............................................................................................... 185


1. Decisões do Comité de Política Monetária ao longo de 2016............................... 187
2. Documentos normativos emitidos pelo BNA no decurso do ano de 2016............. 179
3. Relação das Actividades de Âmbito Internacional realizadas pelo BNA no decurso
3. do ano 2016............................................................................................................ 192
4. Mapa estratégico – Organização dos Objectivos por Perspectivas....................... 195

Índice de Gráficos
Gráfico 1: Variação Acumulada Anual - Produtos Cesta Básica.................................. 33
Gráfico 2: Impostos não petrolíferos (em % do PIB).................................................... 37
Gráfico 3: Despesas Correntes (em % do PIB)............................................................. 39
Gráfico 4: Saldos Fiscais (em % do PIB)....................................................................... 40
Gráfico 5: Dívida Pública (em % do PIB)....................................................................... 41
Gráfico 6: Evolução do Crédito Vencido........................................................................ 47
Gráfico 7: Rácios de Liquidez Geral e Imediata............................................................ 48
Gráfico 8: Rácio de Solvabilidade................................................................................. 49
Gráfico 9: Estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola........................................ 49
Gráfico 10: Stock de Títulos em 2016........................................................................... 58
Gráfico 11: Taxas de Juro no Mercado Primário em 2016........................................... 58
Gráfico 12: Taxas de Juro no Mercado Primário em 2016........................................... 59
Gráfico 13: Vendas de Divisas...................................................................................... 62
Gráfico 14: Reservas Brutas e Rácio de Cobertura das Importações........................... 64
Gráfico 15: Emissão versus Circulação Monetária em 2016 (Representação Financeira)......66
Gráfico 16: Conta Corrente e Suas Componentes........................................................ 70
Gráfico 17: Conta Financeira e Suas Componentes..................................................... 72
Gráfico 18: Nível de Cumprimento de Requisitos de prevenção ao BC/FT do
Gráfico 19: Relatório de GC/SCI de IFs bancárias........................................................ 75
Gráfico 19: Maiores causas/factores nas decisões das IFs estrangeiras em encerrar
Gráfico 20: ou restringir RCBs...................................................................................... 77
Gráfico 20: Projectos em Curso.................................................................................... 87

Índice de Quadros
Quadro 1: Produto Interno Bruto Mundial (em %)........................................................ 17
Quadro 2: Estrutura Percentual do PIB (Preços de 2002)............................................. 31
Quadro 3: Receitas Públicas......................................................................................... 36
Quadro 4: Despesas Públicas....................................................................................... 38
Quadro 5: Financiamento Líquido................................................................................. 40
Quadro 6: Volume e Montante de Operações Liquidadas no SPTR............................. 50
Quadro 7: Número e Montante de Documentos Compensados do SCV/SCC............. 51
Quadro 8: Taxas de câmbio nos diversos mercados.................................................... 62
Quadro 9: Base Monetária........................................................................................... 64

6
Quadro 10: Síntese Monetária..................................................................................... 67
Quadro 11: Agregados Monetários.............................................................................. 67
Quadro 12: Principais Produtos Importados em 2016 (em USD Milhões).................... 71
Quadro 13: Alocação por Classe de Activo a 31 de Dezembro de 2016...................... 73
Quadro 14: Documentos Normativos emitidos ao longo de 2016............................... 87
Quadro 15: Síntese do Balanço Orçamental................................................................ 95
Quadro 16: Posição Financeira..................................................................................... 96
Quadro 17: Posição Económica.................................................................................... 98

Índice de Painéis
Painel 1 - Indicadores Macroeconómicos dos EUA...................................................... 19
Painel 2 - Indicadores Macroeconómicos da Zona Euro.............................................. 20
Painel 3 - Indicadores Macroeconómicos do Japão.................................................... 21
Painel 4 - Indicadores Macroeconómicos do Reino Unido........................................... 22
Painel 5 - Indicadores Macroeconómicos do Brasil..................................................... 23
Painel 6 - Indicadores Macroeconómicos da Rússia.................................................... 24
Painel 7 - Indicadores Macroeconómicos da Índia...................................................... 25
Painel 8 - Indicadores Macroeconómicos da China..................................................... 26
Painel 9 - Indicadores Macroeconómicos de África do Sul......................................... 27
Painel 10 - Indicadores Macroeconómicos da Nigéria................................................ 28
Painel 11: Preços das Commodities Energéticas e Alimentares.................................. 29
Painel 12: Taxas de Crescimento do PIB Real e PIB Real por Sectores de Actividade............. 30
Painel 13: Taxa de Inflação e Componentes do IPC...................................................... 32
Painel 14: Contribuição e Representatividade das Classes de Despesas na Inflação............. 33
Painel 15: Índice de Preços no Grossista (Taxas de variação, em %).......................... 34
Painel 16: Núcleo de Inflação em 2016 (em %)........................................................... 35
Painel 17: Estrutura do Activo Total (em %)................................................................. 46
Painel 18: Estrutura do Passivo Total (em %)............................................................... 47
Painel 19: Transferências Efectuadas no STC.............................................................. 51
Painel 20: Operações no Multicaixa em 2016.............................................................. 52
Painel 21: Emissão e Resgate de Títulos em 2016...................................................... 57
Painel 22: Evolução das Taxas do MMI........................................................................ 60
Painel 23: Reserva Bancária - Depósitos Obrigatórios e Livres................................... 65
Painel 24: Taxas de Juro do Crédito e dos Depósitos no Sistema Bancário (em f.d.p.)........... 69
Painel 25: Gestão da Carteira de projectos em 2016................................................... 86
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Relatório e Contas • 2016

Mensagem do Governador

Depois de um crescimento acentuado ao longo de vários anos, interrompido pela crise financeira internacional de
2008, a economia ganhou robustez nos anos seguintes. No entanto, a partir de 2013 a economia voltou a ser abalada
pela queda brutal dos preços do petróleo no mercado internacional, registando uma desaceleração no seu ritmo de
crescimento. Acentuada nos finais de 2014, esta crise vem se arrastando até aos dias de hoje numa maré de incertezas,
impondo uma série de desafios à eficácia da política económica nacional.

O aprofundar da crise económica internacional cruza dois marcos importantes da economia angolana: (i) o contínuo
crescimento do sector não petrolífero, assinalando a redução da dependência do Sector Petrolífero, e (ii) a redução
da taxa de inflação para um dígito, que atingiu um mínimo histórico de 6,9% em Junho de 2014. Em 2016, porém,
a actividade económica abrandou de forma transversal a todos os sectores, o sector petrolífero apresentou uma
contracção considerável da sua actividade e as receitas fiscais diminuíram tais como o afluxo de divisas para a nossa
economia. Consequentemente, surgiu a necessidade de se proceder à desvalorização da taxa de câmbio no início do
ano, perante a menor disponibilidade de divisas para liquidação de importações de bens e serviços tendo a taxa de
inflação homóloga disparado, atingindo 42,0% no final do ano.

Ao longo de 2016, o BNA mostrou-se sistematicamente interventivo na formulação e implementação da política quer
monetária, quer cambial, bem como ao nível da supervisão do sistema financeiro nacional, que acabou se tornando
numa das principais pedras basilares da sua actuação.

Em termos de política monetária, a prossecução de uma política de cariz restritivo através do aumento das taxas
de referência nos primeiros meses do ano e legislação reguladora de acesso ao mercado monetário, conduziram ao
consequente ajustamento das taxas do mercado monetário interbancário e a uma diminuição da liquidez do sistema
bancário.

Ao mesmo tempo, o volume das emissões de títulos públicos em moeda nacional, em 2016, foi superior em 118,1% face
a 2015. Estas emissões tiveram como principal objectivo a criação de receitas em moeda nacional para a cobertura das
despesas correntes e de investimento. O efeito líquido das emissões com Títulos do Tesouro, deduzidos os resgates,
sobre a liquidez foi de contracção em cerca de Kz 518,4 Mil Milhões. Por conseguinte o endividamento público por
emissão de Títulos do Tesouro em 2016 correspondeu a cerca de 104,5% da sua previsão para o ano.

Para além da restritividade da política monetária, o BNA conduziu uma política cambial cautelosa, ao realizar uma
afectação de moeda estrangeira mais controlada, privilegiando os sectores-chave da economia. No início deste mesmo
ano o BNA desvalorizou a moeda nacional de forma acentuada, prosseguindo de forma gradual até meados do ano.
Desde então assistimos a uma relativa estabilidade da taxa de câmbio. Esta política cambial cautelosa permitiu proteger,
de certa forma, as reservas internacionais, que apresentaram um ligeiro aumento entre 2016 e 2015. Paralelamente,
o BNA assumiu publicamente a manutenção da taxa de câmbio estável até ao final do ano, o que permitiu aliviar a
pressão cambial na altura.

O impacto dessas medidas sobre a Base Monetária foi contraccionista, como também resultou numa desaceleração do
crescimento dos agregados monetários. Estes efeitos contribuíram efectivamente para que, nos últimos meses do ano,
a inflação mensal iniciasse um processo de desaceleração e o spread da taxa de câmbio informal reduzisse.

9
Em matéria de supervisão, 2016 foi um ano bastante preenchido em termos de criação de leis e estabelecimento
de normas com o intuito de aprimorar os mecanismos de controlo e supervisão do sistema financeiro angolano em
sintonia com as normas e procedimentos do sistema internacional. Foi também em 2016 que sucedeu a adopção plena
das normas internacionais de contabilidade e de relato financeiro (IAS/IFRS), exercício iniciado em 2013. Certamente
que desta forma, estão criadas as condições para o cumprimento das recomendações de Instituições Financeiras
internacionais, a comparabilidade e transparência do desempenho financeiro das Instituições Financeiras nacionais
numa escala global e naturalmente a melhoria contínua da informação prestada aos utilizadores das demonstrações
financeiras das referidas instituições.

Um outro ponto de realce em 2016 está relacionado com os esforços encetados pelo BNA no sentido de estabelecer
e executar um Plano de Implementação Estratégica (PEIP), visando a implementação dos padrões internacionais de
combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo (BC/FT) do Grupo de Acção Financeira (GAFI).
No que respeita à execução do PEIP, o BNA implementou as Recomendações do GAFI aplicáveis à sua actividade
e à das Instituições Financeiras (IFs) bancárias e não bancárias sob sua supervisão. Como resultado, na visita do GAFI
a Angola em Janeiro de 2016, foi verificado que o país perfilhou as deficiências estratégicas na prevenção do BC/
FT e as incluiu nos seus planos de acção. Desta forma, Angola deixou de constar da Lista Cinzenta do GAFI e passou
a ser considerado um país cooperante, deixando de necessitar da monitorização trimestral pelo grupo, conforme notícia
publicada no site do GAFI.

Um outro desafio que o BNA tem tentado, de forma activa, ultrapassar relaciona-se com as relações de correspondência
bancária que resultaram no impacto negativo, uma vez que os bancos ficaram limitados na execução de pagamentos
associados a clientes com contratos internacionais celebrados em dólares norte-americano, em particular do sector
extractivo, decorrendo em perdas de negócio dos bancos afectando, consequentemente, não só a sua rentabilidade,
como também as importações de bens e serviços necessárias ao bom funcionamento da economia.

Tendo em conta o impacto da situação da relação dos bancos angolanos com os seus respectivos correspondentes
bancários na nossa economia, o BNA efectuou encontros com várias instituições internacionais durante o ano de 2016,
de modo a melhor compreender e poder encontrar uma solução para este constrangimento.

Em conclusão, mostra-se fundamental continuar a progredir no sentido de diversificar as bases de sustentação do


crescimento económico e fortalecer o nosso sistema financeiro para que este se assuma, com real compromisso|
e perseverança, como motor para o aumento da produção nacional, através da captação de poupança garantindo
o acesso ao crédito para o investimento às famílias.

O Governador
Valter Filipe Duarte da Silva

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Relatório e Contas • 2016

Sumário Executivo

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Relatório e Contas • 2016

Sumário Executivo

Segundo as estimativas do FMI, o crescimento mundial em termos reais seria de 3,1%, em 2016, alavancado pelo
crescimento das economias emergentes cuja taxa prevista era de 4,1%, enquanto se esperava para as economias
avançadas e da África Subsariana, crescimento de 1,6% e 1,4%, respectivamente. Afectaram negativamente
o crescimento mundial no ano em análise, a redução do investimento e da actividade comercial, em função do baixo
preço das commodities, assim como, os reduzidos níveis de consumo, reflectidos nos baixos níveis de inflação.

Para 2017, espera-se uma actividade económica mais intensa por força dos estímulos fiscais e monetários. Em termos
quantitativos, prevê-se um crescimento mundial de 3,4% que será sustentado pelo crescimento das economias
emergentes (4,5%) e avançadas (1,9%). Relativamente à África Subsariana a previsão de crescimento é de 2,8%.

Entretanto, 2016 ficou marcado por uma queda significativa do preço das commodities energéticas logo no início do
ano, com o petróleo a registar valores abaixo dos 30,0 USD/barril em Janeiro. No entanto, houve uma recuperação
dos preços até ao final do ano (aumento de 47,1% no preço do Brent e de 33,9% no preço do WTI), derivada de vários
factores, principalmente da assinatura do acordo celebrado entre os países membros da OPEP para reduzir a produção
de petróleo. Apesar desta tendência crescente ao longo do ano, em termos médios anuais os preços do Brent e do
WTI caíram 17,6% para os 44,1 USD/barril e 11,2% para os 43,3 USD/barril, respectivamente, face aos preços médios
registados em 2015. Entretanto, o Índice de Preços dos Alimentos da Organização da Agricultura e Alimentação das
Nações Unidas (FAO) situou-se em média nos 161,6 pontos em 2016, o que representou uma queda de 1,5% face
a 2015, em resultado da queda generalizada dos preços de todos os bens alimentares (excepto o açúcar e óleo).

A persistente redução dos preços do petróleo nos mercados internacionais afectou naturalmente o preço de exportação
das ramas angolanas, que diminuiu 16,4% em termos médios anuais, fazendo com que as receitas de exportação
reduzissem 20,0% face ao ano anterior. Por outro lado, as despesas de importação reduziram 40,9% como forma de
ajustamento à capacidade da economia de acumular divisas, o que acabou por resultar num saldo da conta de bens
superavitário de USD 14.309,3 Milhões. O défice global da Balança de Pagamentos fixou-se em USD 17,3 Milhões
(contra o défice de USD 3.035,5 Milhões do período homólogo), derivado essencialmente da redução do défice da Conta
Corrente.

Desde o II Semestre de 2014, a taxa de inflação homóloga inverteu a tendência descendente que apresentava nos
últimos anos, terminando o ano de 2016 em 42,0%. O comportamento da inflação ao longo do ano reflectiu sobretudo
na depreciação da moeda nacional em cerca de 22,6%, bem como nas restrições à importação tanto de bens de
consumo final como de bens de consumo intermédio. Adicionalmente, o corte do subsídio aos preços dos combustíveis
que se traduziu num aumento “efectivo” dos preços dos serviços de transportes e a actualização dos preços das
telecomunicações, tiveram reflexos sobre os preços dos bens e serviços no mercado interno.

Os factores acima referidos provocaram diversos constrangimentos no sector real da economia, entre os quais,
dificuldade na importação de matérias-primas indispensáveis ao bom funcionamento da indústria transformadora e de
outros sectores da economia, levando a um abrandamento do crescimento real do PIB não petrolífero em cerca de 0,31
p.p. para os 1,2%. Com efeito, o Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial (MPDT) estima que o PIB
total tenha crescido em termos reais apenas 0,1%, com o sector petrolífero a contrair 2,3%.

Em termos de política fiscal, o Ministério das Finanças viu-se obrigado a rever o seu exercício orçamental para 2016,
tal como já havia acontecido em 2015, a fim de assumir pressupostos mais conservadores face aos inicialmente
adoptados, bem como fazer alguns reajustamentos nas despesas face à diminuição das receitas no ano em questão.
Segundo dados preliminares do Ministério das Finanças, o défice orçamental do período foi de 3,2% (contra 3,3% em
2015). A dívida pública aumentou, passando de 64,6% do PIB em 2015 para 69,2% do PIB em 2016, principalmente
devido ao aumento da dívida interna (titulada), para fazer face às necessidades de curto prazo do Tesouro.

13
No âmbito da política monetária, ao longo de 2016, o BNA optou por manter uma política monetária restritiva, mantendo
a orientação de política do ano anterior, com o objectivo de reduzir a liquidez excedentária do sistema bancário
e inverter as pressões sobre o nível geral de preços interno. Assim, ao longo do ano, o Banco Central decidiu aumentar
a taxa de juro de referência para 16% (+5 p.p.), a taxa de juro de Facilidade de Cedência de Liquidez overnight para 20%
(+7 p.p.), a taxa da Facilidade de Absorção de Liquidez com maturidade de 7 dias para 7,25% (+5,5 p.p.), o coeficiente
de reservas obrigatórias em MN para 30% (+5 p.p.) e a taxa de redesconto para 20% (+5 p.p.). O aperto das condições
monetárias, aliado a uma melhor coordenação das políticas, monetária e fiscal surtiu efeitos sobre a Base Monetária
em Moeda Nacional, que contraiu 11,1% face ao ano anterior.

Relativamente ao sistema financeiro angolano, o crédito à economia continua a ser o item com maior peso na estrutura
do activo dos bancos comerciais, apesar de ter perdido parte do seu peso a favor dos títulos e valores mobiliários, bem
como outros activos. A migração de activos detidos em ME para MN no agregado do sistema financeiro persiste, sendo
que o crédito em MN correspondeu a 70,5% do total da carteira no final de 2016. Contudo, o crédito vencido diminuiu
47,2% (de Kz 411,9 Mil Milhões em Dezembro de 2015 para Kz 217,6 Mil Milhões no final de 2016), resultante da
reestruturação da carteira de crédito do sistema, tendo o rácio do crédito vencido sobre o crédito total sido de 6,0% em
2016 (11,5% em 2015). Do lado do passivo, os depósitos continuam a deter um peso preponderante, embora em menor
escala face ao ano anterior. De um modo geral, o sistema bancário apresentou um desempenho satisfatório, exibindo
posições favoráveis no que se refere aos principais rácios de rendibilidade, liquidez e solvabilidade.

Em matéria de supervisão, 2016 foi um ano bastante preenchido em termos de criação de legislação e estabelecimento
de normas de forma a aprimorar os mecanismos de controlo e supervisão do sistema financeiro angolano em sintonia
com as normas e procedimentos do sistema internacional. Igual destaque mereceu o tema da prevenção contra
o branqueamento de capitais e combate ao financiamento do terrorismo, no âmbito do qual foram realizadas um
conjunto de actividades de formação, sensibilização, inspecção e estabelecimento de protocolos de cooperação, com
várias entidades nacionais e internacionais.

No presente relatório abordar-se-ão com maior detalhe, para além dos temas supra mencionados, as actividades
desenvolvidas pelas diversas unidades de estrutura do Banco Nacional de Angola ao longo do ano. Destacamos
as actividades desenvolvidas no âmbito do cumprimento dos objectivos estratégicos da Instituição, particularmente
dos Departamentos de Gestão de Risco, Recursos Humanos, Desenvolvimento de Competências, Tecnologias
de Informação, Gestão de Património e Serviços, Desenvolvimento Organizacional, Relações Internacionais
e Comunicação Institucional. Serão também apresentadas, de forma detalhada, as demonstrações financeiras do BNA,
referentes a 2016, acompanhadas das respectivas notas, do parecer do Conselho de Auditoria e, por fim, do parecer
do Auditor Independente.

14
Relatório e Contas • 2016

PARTE I – CONTEXTO ECONÓMICO-FINANCEIRO

15
16
Relatório e Contas • 2016

1. Economia Internacional

1.1. Crescimento da Economia Mundial

O ano de 2016 foi caracterizado pelo abrandamento do Crescimento Económico Mundial (passando de 3,2% em 2015 para 3,1%
em 2016) segundo os dados do World Economic Outlook1. As Economias Emergentes e em Desenvolvimento mantiveram a sua
trajectória face a 2015 enquanto as Economias Desenvolvidas apresentaram desacelerações. O arrefecimento da economia
deveu-se sobretudo à redução do investimento e da actividade comercial, em função do baixo preço das commodities.

Para 2017, estima-se que haja um crescimento mundial em mais 0,3 p.p. do que em 2016, situando-se nos 3,4%, sendo as
Economias Emergentes e em Desenvolvimento as que mais se destacarão. Uma actividade económica mais intensa por
força dos estímulos fiscais e monetários, assim como a melhoria do preço das commodities estão na base dessa previsão.

Quadro 1: Produto Interno Bruto Mundial (em %)



2014 2015 2016 2017 2018
CRESCIMENTO DO PIB (em %) 1
Estimativas Previsões
Economia Mundial 3,40 3,20 3,10 3,40 3,60
Economias Desenvolvidas 1,80 2,10 1,60 1,90 2,00
EUA 2,40 2,60 1,60 2,30 2,50
Zona Euro 0,90 2,00 1,70 1,60 1,60
Japão 0,00 1,20 0,90 0,80 0,50
Reino Unido 2,90 2,20 2,00 1,50 1,40
Economias Emergentes e em Desenvolvimento 2
4,60 4,10 4,10 4,50 4,80
Rússia 0,60 -3,70 -0,60 1,10 1,20
China 7,30 6,90 6,70 6,50 6,00
Índia 7,30 7,60 6,60 7,20 7,70
Brasil 0,10 -3,80 -3,50 0,20 1,50
África Subsaariana 5,00 3,40 1,60 2,80 3,70
SADC 3,50 1,30 0,30 0,80 1,60

Fonte: FMI, World Economic Outlook (Update), Janeiro de 2017.

1 Correspondem a taxas de crescimento anualizadas.


2 Grupo de cinco países: Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietname.

Nas Economias Desenvolvidas, o crescimento económico recuou 0,5 p.p. passando de 2,1% em 2015 para 1,6% em 2016.
No entanto, prevê-se um cenário oposto (uma recuperação) em 2017 com uma previsão de um crescimento de 1,9%.

Relativamente às Economias Emergentes e em Desenvolvimento, houve uma manutenção do crescimento económico


em 4,1% em 2016 quando comparado com o crescimento de 2015 mas para 2017 prevê-se que o PIB cresça em 4,5%.

Na Africa Subsaariana, projecta-se um crescimento de 2,8% em 2017 face à estimativa de 1,6% para 2016. A previsão para
2017 tem por base uma maior produção petrolífera por parte da Nigéria devido às melhores condições de segurança, bem como
à recuperação dos preços das commodities. O melhor desempenho do sector agrícola poderá alavancar o comércio na região.

1
FMI, World Economic Outlook, Janeiro 2017

17
No que toca à SADC, estima-se uma quebra do crescimento em 1 p.p. para 0,3% em 2016 e antevê-se para 2017 uma
aceleração da economia para 0,8%.

1.2. Economias Desenvolvidas

1. Estados Unidos da América

Eleições presidenciais

Segundo estimativas do FMI, o crescimento da economia norte-americana em 2016 foi de 1,6% tendo-se registado
melhorias nos últimos trimestres do ano em função da recuperação das exportações e do aumento da procura interna,
reflectindo-se no aumento da taxa de inflação.

As eleições presidenciais foram o grande marco político de 2016, alterando as perspectivas económicas, politicas e
sociais do país. Durante a campanha e já depois de ter sido eleito Presidente dos EUA, Donald Trump anunciou que
poderiam ser rompidos acordos comerciais de longa data tais como o Tratado de Livre Comércio da América do Norte
(NAFTA) e o Tratado Transpacífico, podendo vir a criar algumas barreiras ao nível do comércio internacional e dificultar
a internacionalização de algumas empresas.

De realçar que os ganhos de emprego têm sido sólidos nos últimos meses levando a uma redução da taxa de desemprego
para 4,7% em Dezembro, sendo que a inflação ultrapassou o objectivo de 2% no mesmo período, fruto da recuperação
do mercado de trabalho e do preço das commodities.

O mercado monetário ficou marcado pela subida em Dezembro de 25 p.b. da taxa de juro de referência do FED, situando-
se no intervalo de 0,50% e 0,75%. Esta subida já era há muito antecipada pelos mercados como se pode constatar pelo
aumento precoce das taxas LIBOR. Segundo o FED, há perspectivas de aumentos graduais da taxa em 2017.

Com a eleição de Donald Trump surgiram expectativas de maiores estímulos orçamentais, tanto pela via do corte de
impostos como da construção, recuperação e manutenção de infra-estrutura. Deste modo subiram as expectativas
da inflação elevando assim a taxa de retorno das obrigações do Tesouro. Com a elevação dos juros registou-se uma
apreciação global do Dólar norte-americano, acompanhada também pelo ressurgimento do mercado accionista. O
Brexit teve um impacto de curta-duração no mercado accionista norte-americano, tendo este recuperado logo de
seguida (em linha com o dólar).

Para 2017, é esperada uma expansão da política fiscal que poderá ser estimulante para a continuidade do crescimento
económico. Perante este contexto é estimado um crescimento de 2,3%, segundo aponta o FMI.

18
Relatório e Contas • 2016

Painel 1 - Indicadores Macroeconómicos dos EUA

5,90
2,20
2,50
5,70

Taxa de Desemprego (%)


1,70

Taxa de inflação (%)


2,00
5,50

1,50 1,20 5,30


(%)

1,00 5,10
0,70
0,50 4,90
0,20
4,70
0,00
out/15

out/16
abr/15

abr/16
jul/15

jul/16
mar/15

mar/16
ago/15

ago/16
dez/15

dez/16
jan/15
fev/15

jun/15

set/15

jan/16
fev/16

jun/16

set/16
mai/15

nov/15

mai/16

nov/16
-0,30 4,50

out/15

out/16
abr/15

abr/16
jul/15

jul/16
mar/15

mar/16
ago/15

dez/15

ago/16

dez/16
jan/15
fev/15

jun/15

set/15

jan/16
fev/16

jun/16

set/16
mai/15

nov/15

mai/16

nov/16
Libor US -3 M Libor US -6 M Taxa de juro directora Treasuries EUA -1 0 anos Taxa de inflação Taxa de desemprego

102 22120 5600

5400
100 20120
Taxa de câmbio efectiva

5200

CCMP Index
98 18120
5000
DJI Index

96 16120 4800

4600
94 14120
4400
92 12120
4200
90 10120 4000

out/15

out/16
abr/15

abr/16
jul/15

jul/16
mar/15

mar/16
ago/15

ago/16
dez/15

dez/16
jan/15
fev/15

jun/15

jun/16
set/15

jan/16
fev/16

set/16
mai/15

nov/15

mai/16

nov/16
dez/15

dez/16
jan/15
fev/15

jun/15

jan/16
set/15

fev/16

jun/16

set/16
mai/15

nov/15

mai/16

nov/16
out/15

out/16
abr/15

abr/16
jul/15

jul/16
mar/15

mar/16
ago/15

ago/16

Taxa de Câmbio (DXY) DJI Index CCMP Index

Fontes: FED, Bloomberg2

Nota: A linha azul nos gráficos faz referência à data das eleições presidenciais nas quais Donald Trump foi eleito.

2. Zona Euro - Os incentivos à economia

Na Zona Euro, segundo o FMI, verificou-se uma desaceleração do PIB em 0,3 p.p. em 2016, situando-se em 1,7%. No
que toca ao ano de 2017, prevê-se uma ligeira desaceleração (0,1 p.p.) devido à revisão em baixa do crescimento da
economia italiana. No entanto, o crescimento da economia alemã e espanhola foi revisto em alta, por força dos seus
respectivos desempenhos no último semestre de 2016.

Em Março de 2016, o BCE baixou a sua taxa de referência de 0,05% para 0,00% (menos 5 p.b.), colocando a sua taxa de
depósito em 0,40% negativos, manteve a sua política de compra de títulos de dívida e de operações de refinanciamento
de longo prazo, o que evitou uma redução considerável do montante de compras num período de maior instabilidade.
No final do ano, a taxa de inflação homóloga foi de 1,1% (contra os 0,2% em 2015), após um percurso oscilante dos
preços no primeiro semestre, registando várias vezes deflação. No entanto, a partir de Junho iniciaram os sinais
positivos da evolução do preço das commodities bem como das políticas expansionistas do BCE, no entanto ficando
aquém do objectivo do BCE.

Registando um percurso inverso, a taxa de desemprego atingiu novos mínimos desde o começo da crise da Zona Euro.
Relativamente ao câmbio, influenciado pelas eleições norte-americanas, o Euro apresentou uma maior depreciação em
3,3% em relação a 2015, finalizando o ano de 2016 em 0,951 face ao Dólar norte-americano.

2
 DXY – taxa de câmbio do Dólar (em relação a um cabaz de moedas) efectiva

19
Painel 2 - Indicadores Macroeconómicos da Zona Euro

Fonte: BCE, Bloomberg, Eurostat

3. Japão – Os títulos públicos a 10 Anos registam valores negativos pela primeira vez

Na perspectiva do FMI, a economia japonesa terá crescido 0,9% em 2016, valor que se denota acima das projecções
anteriores (0,5%) devido aos estímulos monetários e orçamentais em curso. No que concerne a 2017, a taxa de
crescimento foi revista em baixa, registando um recuo face a 2016 de 0,1 p.p. devido ao seu desempenho no segundo
semestre de 2016.

A primeira grande alteração na economia nipónica em 2016 foi o Banco do Japão (BOJ) ter fixado a taxa de remuneração
das reservas excedentárias adicionais em -0,1%, contra 0,1%, a fim de combater os períodos de deflação que se têm
verificado e estimular a economia incentivando o crédito.

Como se pode verificar abaixo, influenciados pelo Brexit, os títulos públicos a 10 anos registaram valores abaixo dos
-0,1% pela primeira vez, perante um clima de insegurança e pessimismo vis-à-vis o longo prazo, incentivando dessa
forma a procura por activos de refúgio como o Yen e as obrigações japonesas. A partir de Agosto, as incertezas
dos investidores quanto à renovação e aprofundamento dos estímulos monetários levaram à queda do preço das
obrigações e consequentemente à subida das taxas de retorno acima dos negativos 0,1% novamente.

Relativamente à inflação, esta apresentou uma trajectória decrescente, tendo sido influenciada pelo fraco consumo no
período, no entanto registou-se no mercado de trabalho o valor mais baixo da taxa de desemprego desde 1995 (3,1%).

Os preços na economia registaram ao longo do ano, constantes níveis de deflação, no entanto, a partir de meados
de Outubro houve uma mudança de comportamento que levou à reversão da taxa de inflação e do índice accionista,
influenciada pela depreciação do Yen em relação a 2015, cuja posição em relação ao Dólar norte-americano passou de
120,2 em Dezembro de 2015 para 117,0 a 31 de Dezembro de 2016.

20
Relatório e Contas • 2016

Painel 3 - Indicadores Macroeconómicos do Japão

Fonte: BOJ, Bloomberg, Ministry Affairs & Communications

Reino Unido – O Brexit

Segundo o FMI, a economia britânica cresceu 2,0% em 2016, crescimento esse que foi revisto em alta3 (1,8%). Para
2017, prevê-se uma taxa de crescimento de 1,5%, fruto do desempenho da economia nos últimos meses do ano.

2016, foi um ano que deixou marcas indeléveis na economia britânica, o Brexit4 , como se pode verificar através dos
indicadores macroeconómicos, a seguir analisados.

O Banco da Inglaterra (BoE) manteve o seu programa de estímulos ao longo do ano e reduziu a taxa directora para
0,25% fruto das incertezas que nublaram as perspectivas de expansão do crescimento económico inglês, mesmo
depois da vitória do Brexit buscando acalmar os investidores num período favorecido pela recuperação da inflação e de
redução do desemprego, tendo este passado de 5,2% em 2015 para 4,8% em 2016.

Note-se que se registou, a partir de Setembro, uma tendência crescente na taxa de inflação, situando-se em 1,6% no
final do ano, atingindo o valor mais elevado desde Agosto de 2014. Porém, o aumento das expectativas de inflação
colocou pressões sobre as taxas de retorno das obrigações do Governo, não obstante a descida das taxas de juro
directoras.

3
FMI, World Economic Outlook, Outubro 2016
4
Referendo realizado a 23 de Junho de 2016 na Grã-Bretanha que tinha como finalidade decidir o futuro do país na União Europeia. O referendo ficou apelidado de Brexit que é a junção da palavra
Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída).
4
Resultado do referendo: 51,9% a favor e 48,1% contra.

21
Entretanto, após depreciação constante, a libra conheceu uma depreciação devido ao impacto do Brexit, voltando aos
valores pré-Brexit, não obstante a recuperação acentuada do mercado accionista, no segundo semestre de 2016.

Painel 4 - Indicadores Macroeconómicos do Reino Unido


6,5
2,50 1,70

2,00 6

Taxa de desemprego (%)


Taxa de inflação (%)
1,20
1,50 5,5
(%)

1,00 0,70
5
0,50
0,20
4,5
0,00
ago/16
jul/16
jun/16
mai/15

nov/15

nov/16
mar/16

dez/16
abr/15

ago/15

abr/16
jul/15

out/15

out/16
mai/16
jan/15
fev/15
mar/15

jun/15

set/15

set/16
dez/15
jan/16
fev/16

-0,30 4

ago/15

abr/16
jul/15

jul/16
nov/15

nov/16
dez/15

dez/16
mar/16
abr/15

ago/16
mai/15

mai/16
jan/15
fev/15

jun/15

set/15

jan/16
fev/16

jun/16

set/16
mar/15

out/15

out/16
Libor UK -3 M Libor UK -6 M
Taxa de inflação Taxa de desemprego
Taxa de juro directora GUKG10 Index Gilts UK -1 0 anos

7500
0,700
7300

0,680 7100
6900
0,660 6700
USD/GBP

6500
0,640
6300
0,620 6100
5900
0,600
5700
0,580 5500
ago/16

mai/15
abr/15

ago/15

set/15
mai/16

nov/16

abr/16
ago/15
jan/15

jan/16

dez/16

ago/16
nov/15

mai/16

out/16
mar/15

jun/15

out/15

dez/15
jan/16
fev/16

set/16
jul/16
jul/15

mar/15

mar/16
mai/15

nov/15

set/16

abr/15
fev/15

jun/15

set/15

fev/16

jun/16
dez/15

jul/15

jul/16
mar/16

nov/16
jan/15
fev/15

dez/16
out/16
out/15

jun/16
abr/16

Taxas de Câmbio (USD/GBP) FTSE 100 (Reino Unido)

Fonte: BOE, Bloomberg, Office for National Statistics


Nota: A linha azul nos gráficos faz referência à data em que ocorreu o referendo no qual venceu o Brexit.

1.3. Economias Emergentes e em Desenvolvimento

4. Brasil – O Impedimento

A economia brasileira em 2016 foi marcada essencialmente pela tensão política no país com o caso do Impeachment5
a 31 de Agosto.

Não obstante, a melhoria dos preços das commodities bem como a redução das tensões políticas que tem assolado
o Brasil, registou-se uma inversão do ciclo económico, estimou-se uma taxa de crescimento de 3,5% face a 3,8% em
2015. Para 2017, prevê-se um crescimento económico de 0,2%.

O Banco Central do Brasil reduziu a taxa de referência ao longo do ano em 0,50 p.p., terminando em 13,75%, contra
14,25% no início do ano.

Associada à evolução do preço das commodities, a entrada de capitais no Brasil provocou não só a apreciação do
real como a subida do índice accionista, assim como uma acentuada melhoria no mercado obrigacionista, impactando
provavelmente a taxa de inflação que em Dezembro de 2016, foi de 6,3%, contra 10,7% em Dezembro de 2015.

5
Impedimento

22
Relatório e Contas • 2016

Painel 5 - Indicadores Macroeconómicos do Brasil

Fonte: Banco Central do Brasil, Bloomberg, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

5. Rússia

Da mesma forma que no Brasil o FMI aponta para uma inversão do ciclo económico de recessão na Rússia, todavia não
a ponto de travar a contracção desta economia, que estimou uma contracção 0,6% em 2016, contra 3,7% negativos
em 2015. Este cenário deveu-se à melhoria dos preços das commodities. Em 2017, é previsto um crescimento de 1,1%
para a economia russa.

O Banco Central Russo reduziu duas vezes a sua Taxa de Juro ao longo do ano situando-se em Dezembro em 10%, em
linha com a tendência desinflacionista, marcada pela recuperação do preço das commodities e a consequente melhoria
da economia culminando em menor desemprego.

A moeda russa registou uma apreciação até Abril, permitindo acentuar as pressões de redução da inflação na economia.
Por seu turno, o índice accionista reagiu em termos bastante positivos às eleições norte-americanas, devido à boa
relação entre Donald Trump e Vladimir Putin.

23
Painel 6 - Indicadores Macroeconómicos da Rússia

Fonte: Central Bank of Russia, Bloomberg, Federal Statistics Service

6. Índia – A desmonetização

De acordo com o FMI, o PIB indiano terá crescido 6,6% em 2016, valor abaixo das projecções anteriores (7,6%). Para o
ano de 2017, a taxa de crescimento foi também revista abaixo das anteriores (0,6 p.p.). Estas evoluções devem-se às
alterações no consumo resultantes da escassez de moeda.

Na Índia, o Banco Central reduziu a taxa directora em 0,5 p.p., que passou de 6,75% em Dezembro de 2015, para 6,25%
em Dezembro de 2016, de forma a acompanhar a tendência de desinflação da economia.

A economia indiana, tal como as restantes economias emergentes, foi influenciada pela evolução do preço das
commodities ao longo do ano, reflectindo-se no movimento da inflação. Para a diminuição da inflação na Índia contribuiu
a desaceleração dos preços dos alimentos, que se deu, inclusivamente, após uma campanha do Banco Central que
retirou de circulação as notas de maior valor facial, o que se veio a reflectir numa queda do consumo.

24
Relatório e Contas • 2016

Painel 7 - Indicadores Macroeconómicos da Índia

Fonte: Reserve Bank of India, Bloomberg, Minitry of Labour & Employment

7. China – A queda acentuada do mercado accionista

O FMI aponta para uma desaceleração da economia chinesa para os 6,7% em 2016 (menos 0,2 p.p. relativamente
a 2015), todavia acima do esperado, após se ter observado um forte investimento em infra-estruturas e no sector
imobiliário. Prevê-se um crescimento de 6,5% para 2017, suportado pela continuidade das políticas expansionistas.

O mercado accionista registou uma queda no início do ano, fruto dos sinais de arrefecimento da economia chinesa, cujo
impacto se estendeu a nível mundial, especialmente ao nível das commodities.

No mercado monetário, o Banco Central da China manteve inalterada a sua taxa de juro de referência em 4,35% ao
longo de 2016, a sua moeda foi desvalorizada face ao dólar, fruto de uma política monetária do FED mais restritiva. A
inflação registou 2,1% em Dezembro, face aos 1,6% (em Dezembro de 2015) tendo aumentado em 0.5 p.p.

25
Painel 8 - Indicadores Macroeconómicos da China

Fonte: Bank of China, Bloomberg, Minitry of Labour & Employment

1.4. África Subsariana

Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral

Relativamente às economias que mais peso têm no PIB Subsariano, o FMI aponta para que em 2016 a economia
sul-africana tenha tido uma taxa de crescimento de 0,3%, enquanto a Nigéria apresenta taxas de 1,5%, ambas revistas
em alta. Para 2017, prevê-se que tanto a África do Sul como a Nigéria registem uma taxa de crescimento de 0,8%.

Nas economias da SADC, a inflação homóloga em Dezembro de 2016 apresentou-se, de um modo geral, em um nível
mais baixo comparativamente ao período homólogo do ano anterior, situando-se em 20,0% no Malawi (menos 4,9 p.p.
em relação a Dezembro de 2015), 7,5% na Zâmbia (menos 13,6 p.p.), 5,0% na Tanzânia (menos 1,8 p.p.) e 3,0% no
Botswana (menos 0,1 p.p.).

No entanto destaca-se o caso moçambicano, cuja inflação em Dezembro de 2016 se situou nos 25,3%, contra os 10,6%
no mesmo mês em 2015. Este fenómeno deveu-se à desvalorização do metical e às incertezas apontadas à economia
moçambicana.

No que toca ao mercado monetário, os Bancos Centrais do Lesoto, Madagáscar, Maurícias, Seychelles, Tanzânia,
Zâmbia e Zimbabwe não alteraram as suas taxas de juro directoras.

O Banco Central da RDC aumentou a taxa de juro de referência em 7 p.p. para os 14,0%.

O Banco Central da Namíbia elevou a sua taxa de juro de 6,25% para os 7,00% (mais 0,75 p.p.) e o Banco da Suazilândia
em 0,75 p.p. para os 6,5%, por forma a alinharem as suas taxas de referência com a da África do Sul de modo a evitar
a saída de capital e preservar as suas reservas, respectivamente

26
Relatório e Contas • 2016

O principal destaque no ano foi o Banco Central de Moçambique que elevou a sua taxa directora em 10,5 p.p. (para os 23,25%), diante
da pressão dos preços e corte do rating por parte das principais agências internacionais. Também subiu a taxa de juro da Facilidade
Permanente de Cedência de Liquidez de 9,75% para os 10,75% (mais 1,0 p.p.) e a da Facilidade Permanente de Depósitos de 3,75%
para os 4,25% (mais 0,5 p.p.), de modo a combater a inflação, que se agudizou devido à redução da oferta de produtos agrícolas em
consequência da seca que assolou o país, à depreciação do Metical e ao agravamento dos preços na África do Sul.

O Banco Central da África do Sul subiu a sua taxa de juro de referência de 6,25% para os 7,00% de Janeiro a Março,
para precaver as pressões inflacionistas, mantendo a mesma constante até ao final do ano.

No mercado cambial, o Rand depreciou face ao dólar devido à tensão política registada no país, bem como à fuga de capitais.
Outros motivos para este quadro foram os acontecimentos na Europa e os adiamentos do aumento da taxa de juro do FED.

A inflação homóloga aumentou 1,6 p.p. face aos 5,2% registados em Dezembro de 2015, apesar de ter apresentado
períodos oscilantes, registando no início do ano uma desaceleração dos preços, devido à apreciação do Rand e ao
aumento das taxas de juro.

A taxa de desemprego sul-africana continuou em níveis estruturalmente elevados, tendo aumentado no segundo
semestre à medida que a instabilidade na economia e no mercado accionista se intensificava.

Painel 9 - Indicadores Macroeconómicos de África do Sul

Fonte: South Africa Reserve Bank, Bloomberg, Statistics South Africa

Na Nigéria, o ano de 2016 foi marcado pela desvalorização da moeda nigeriana em 37,1%, após o Banco Central da
Nigéria ter decidido que, a partir de Julho de 2016, a taxa de câmbio deixaria de ser administrada e, por conseguinte,
ter adoptado um regime de taxa cambial flexível.

Ao longo do ano, o Banco Central Nigeriano subiu ainda por duas vezes a taxa de juro directora, a primeira em 1,00 p.p.
para 11%, no mês de Abril e a segunda no mês de Agosto em 3,00 p.p. para 14% de forma a fazer face à inflação, que
atingiu 18,6% acumulados no final do ano.

27
Painel 10 - Indicadores Macroeconómicos da Nigéria

Fonte: Central Bank of Nigeria, Bloomberg, National Bureau of Statistics

1.5. Mercado das Commodities

O ano de 2016 ficou marcado pela inversão da evolução do preço das commodities face a 2015. No entanto, em termos
médios, os valores ainda se situam abaixo dos registados no ano anterior.

8. Commodities Energéticas

De acordo com os dados da OPEP , projectou-se um aumento de 1,33% da procura global por petróleo no ano de 2016,
ou seja, um aumento em termos absoluto de aproximadamente 1,24 Milhões de barris diários para os 94,44 Milhões
de barris diários. Para 2017, a previsão da procura foi revista em alta para os 95,60 Milhões de barris diários, o que
representou um aumento de 1,16 Milhões de barris diários, ou seja mais 1,22%.

Do lado da oferta de petróleo mundial, destacou-se a revisão em alta da oferta dos países fora da OPEP em 16 Mil
barris, para 57,1 Milhões de barris diários em 2016. Os dados recentes mostram que a produção média em 2016 se
situou em 95,7 Milhões de barris diários, tendo a maior parcela (59,7%) sido oferecida pelos países fora da OPEP e
cerca de 33,9% pela OPEP e 6,5% corresponde ao Gás natural oferecido pelos países da OPEP.

Apesar da tendência crescente ao longo do ano de 2016, os preços médios do petróleo do Mar do Norte (Brent), West
Texas Intermediate (WTI) e do gás natural (medido pelo Henry Hub) caíram 17,6% para os 44,1 USD/barril, 11,2% para
os 43,3 USD/barril e 5,1% para os 2,5 USD/MMBut, respectivamente.

A tendência crescente ao longo do ano de 2016 dos preços foi justificado nomeadamente por: (i) o acordo de corte
de produção por parte dos países da OPEP; (ii) cortes de produção de países fora da OPEP (iii) o aumento da procura
de petróleo por parte da Ásia; (iv) sinais de recuperação da economia norte-americana; e (v) revisão em alta das
projecções da procura por parte da Agência Internacional de Energia.

28
Relatório e Contas • 2016

Painel 11: Preços das Commodities Energéticas e Alimentares

Fonte: Bloomberg e FAO

Obs.: Gás Natural está expresso em USD/Milhões de BUT; Brent e WTI estão expressos em USD/barril

9. Commodities Alimentares

O Índice de Preços dos Alimentos da Organização da Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) situou-se em
média em 161,6 pontos em 2016, o que representou uma pequena queda de 1,5% face à média do ano anterior, em
resultado da queda generalizada dos preços de todos os bens alimentares (excepto o açúcar e o óleo).

As principais razões para a descida generalizada dos preços dos bens alimentares ao longo do ano foram; (i) a alteração de
legislação na UE e Oceânia referente às quotas de leite assim como a dinâmica da procura mundial por produtos lácteos;
(ii) as condições meteorológicas favoráveis que aumentou a oferta. O preço do açúcar foi o que mais se destacou ao longo
do período em análise, tendo, no entanto, registado reduções a partir o mês de Outubro devido essencialmente ao nível
satisfatório da oferta de açúcar da principal região produtora de açúcar do Brasil (o Centro Sul).

2. Economia Nacional

2.1. Sector Real

2.1.1. Actividade Económica

O ano de 2016 foi marcado pelo agudizar das dificuldades económicas, desencadeadas pela quebra na cotação
internacional do Petróleo, a qual apresentou durante o período 2010-2014 um preço médio mensal a rondar os USD
100, reduzindo para cerca de metade em 2015 e mantendo-se sensivelmente nesse nível em 2016. Os impactos foram
evidentes em todos os sectores da economia e, segundo as estimativas actualizadas em Janeiro de 2017, aponta-
se para um crescimento real do Produto Interno Bruto agregado de 0,1% em 2016, sendo que este acomoda um
crescimento real de 1,2% do Sector Não Petrolífero e um decréscimo de 2,3% do Sector Petrolífero.

Estas estimativas tiveram como pressupostos uma taxa de câmbio média de 164,0 USD/Kz, um preço médio do barril
de petróleo de 40,9 USD/barril e uma taxa de inflação de 42,0%. Deste modo, a revisão efectuada distanciou-se do
previsto no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND 2013-2017), de 7,5% para 2016. Na base desta desaceleração do
PIB face a 2015, esteve sobretudo, a contracção do sector petrolífero, que correspondeu a uma queda de 8,8 p.p., tendo
em conta a diminuição da produção petrolífera de 649,5 Milhões para 634,4 Milhões Bbl em 2016.

29
Por outro lado, o sector não petrolífero apresentou um abrandamento do seu ritmo de crescimento de 0,31 p.p.,
transversal à maioria dos sectores, sendo que as excepções dizem respeito ao sector da Agricultura e Energia. Destaca-
se o sector da indústria transformadora que apresentou uma contracção da sua actividade de 3,9% em 2016, após
ter contraído 2,1% no ano anterior, devido principalmente à insuficiência de divisas para a importação de matérias-
primas, subsidiárias, peças de substituição, assistência técnica e pagamento de salários de trabalhadores expatriados.
Destacaram-se outros constrangimentos como a subida dos custos de produção, energia e combustíveis, bem como
dos custos de capital por via do aumento das taxas de juro activas.

Tal como referido acima, os sectores da Energia e Agricultura são os únicos para os quais se estimou um aumento no
ritmo de crescimento, em 17,39 p.p. e 5,95 p.p. face a 2015, correspondendo a expansões em 2016 de 19,9% e 6,7%,
respectivamente. Para o caso da Energia, o aumento da actividade esteve ligado à entrada em funcionamento de novas
estações eléctricas, bem como através de um maior aproveitamento da energia hidroeléctrica. No caso do sector da
Agricultura, a aceleração ocorreu devido à dinamização das acções, no âmbito da Campanha Agrícola 2015-2016, por
via de um conjunto de acções centradas no aumento da preparação mecanizada de terras e o incremento do uso de
tracção animal, na distribuição dos insumos agrícolas (fertilizantes, sementes, agro-químicos, tractores, charruas de
tracção animal), na facilitação do Crédito Agrícola de Campanha e Investimento, que garantiram o êxito da campanha
agrícola de 2016.

Painel 12: Taxas de Crescimento do PIB Real e PIB Real por Sectores de Actividade

Fonte: MPDT

Destacaram-se, como os sectores que mais contribuíram positivamente para o crescimento económico de 2016, o sector
da Agricultura (com 0,77 p.p.) e da construção (com 0,34 p.p.), sendo os sectores Petrolífero, Indústria Transformadora
e Diamantífero os que contribuíram negativamente para o crescimento económico com 0,70 p.p., 0,31 p.p. e 0,01 p.p.,
respectivamente.

30
Relatório e Contas • 2016

Quadro 2: Estrutura Percentual do PIB (Preços de 2002)

Estrutura Percentual (%) 2013 2014 2015 2016 (E)


Sector primário (%) 46,21 44,65 45,36 45,41
Agricultura 11,24 11,97 11,71 12,47
Pescas e derivados 0,29 0,33 0,34 0,35
Diamantes e Outros 2,55 2,46 2,44 2,46
Petróleo 32,13 29,90 30,87 30,13
Sector Secundário (%) 18,94 19,56 19,20 19,23
Indústria Transformadora 8,32 8,59 8,17 7,84
Construção 10,43 10,76 10,82 11,14
Energia 0,19 0,21 0,21 0,25
Sector terciário (%) 34,86 35,79 35,44 35,37
Serviços Mercantis 26,46 27,29 27,09 27,04
Outros 8,40 8,50 8,35 8,33

Fonte: MPDT

Desagregando o PIB global pelos sectores primário, secundário e terciário, denotou-se que o sector primário da
economia manteve o maior peso na estrutura do PIB em 2016, com 45,4%, seguido do sector terciário com 35,4%. No
ano em análise, a diversificação da economia ficou aquém do desejável, uma vez que o sector petrolífero continuou a
registar um peso significativo na estrutura do PIB global, em detrimento de sectores como a Agricultura e a Indústria
Transformadora.

As projecções do MPDT para 2017 apontam para um crescimento económico em termos reais de 2,6%, tendo como
pressupostos uma produção petrolífera de 1,79 Milhões de barris/dia o qual inclui a produção do LNG, estimada em
121,4 Mil barris/dia de óleo equivalentes de petróleo por dia, a um preço do petróleo de 48,4 USD/barril, uma taxa de
câmbio de Kz 165,9 por Dólar norte-americano e uma taxa de inflação no final de 2017 de 15,8%. Desta forma, projecta-
se para o PIB do sector petrolífero, um crescimento de 3,2%, e para o PIB do sector Não Petrolífero um crescimento de
2,3%. Segundo estas projecções, a Energia e a Agricultura são os sectores que mais se destacam, com crescimento de
40,2% e 7,3%, respectivamente, seguidos do sector da Indústria Transformadora com 4,0%.

2.1.2. Preços

No ano de 2016 assistiu-se à subida do Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Luanda, tendo a taxa de inflação
homóloga aumentado 27,7 p.p. face a 2015 (14,3%), fixando-se em 42,0%. O comportamento da inflação ao longo do
ano reflectiu sobretudo a depreciação da moeda nacional em cerca de 22,6%, bem como as restrições à importação,
tanto de bens finais, como de bens intermédios. Paralelamente, o corte do subsídio aos preços dos combustíveis
com impacto sobre o aumento dos preços dos serviços de transportes, bem como a actualização dos preços das
telecomunicações, tiveram reflexos sobre os preços dos bens e serviços no mercado interno.

31
Painel 13: Taxa de Inflação e Componentes do IPC (variação homóloga)

Fonte: INE

O perfil ascendente dos preços ao longo do ano deveu-se à variação dos preços registada tanto na categoria de Bens
(45,0%) como dos Serviços (33,9%) superior aos valores registados no ano anterior, de 14,3% e 14,1%, respectivamente.
Na categoria de Bens, os Bens Industriais foram os que mais variaram (48,2%), em que o Fósforo, o Sapato para
Criança e os Insecticidas aparecem no topo da lista com variações de 196,5%, 175,5% e 148,7%, respectivamente,
seguidos dos Bens Alimentares (43,0%), em que os produtos com variações mais elevadas foram o Sal (125,4%),
o Açúcar Branco (113,4%) e o Chispe de Porco (94,4%).

No entanto, o panorama geral difere consideravelmente em termos de contribuições, tendo os Bens contribuído com
32,6 p.p. e os serviços com 9,4 p.p. para a inflação acumulada em 2016, comparando com os 10,4 p.p. e os 3,9 p.p. do
final de 2015, respectivamente. Os Bens Alimentares registaram uma contribuição de 19,0 p.p., superior ao registado
no ano anterior (6,2 p.p.), enquanto a categoria de Bens Industriais observou uma contribuição de 13,6 p.p., também
superior ao observado em 2015 (4,2 p.p.).

Frisa-se que, a classe da Saúde foi a que registou a variação mais elevada no período em análise (75,6%) nomeadamente,
nos serviços de análises e radiografias, seguida da classe de Bens e Serviços Diversos (64,9%), onde os artigos
e produtos de cuidado pessoal, como os artigos de bijuteria, joalharia e relojoaria foram os que mais subiram e a classe
de Bebidas Alcoólicas e Tabaco (53,8%), com especial destaque para a parcela do tabaco.

Em termos de contribuição, verifica-se que, em 2016, a classe de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas foi a que
apresentou a maior contribuição com 19,8%, seguida das classes de Bens e Serviços Diversos (4,7%) e de Vestuário
e Calçado (2,8%).

Analisando a representatividade das classes, é possível verificar que a classe de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas
intensificou a sua representatividade na inflação total ao longo de 2016, dando continuidade à tendência iniciada no
ano anterior.

32
Relatório e Contas • 2016

Painel 14: Contribuição e Representatividade das Classes de Despesas na Inflação

Fonte: INE

A Classe de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas regista frequentemente as maiores variações e contribuições. Uma
vez que a actual insuficiência de acesso a recursos externos para a importação de bens de consumo alimentar, entre
outros, tornou-se relevante analisar a evolução dos preços dos produtos que compõem o cabaz elementar de consumo
da população, a Cesta Básica. Neste seguimento, observou-se no ano de 2016 uma subida da variação acumulada do
preço médio face a 2015 de todos os produtos da Cesta com excepção da Fuba de Bombó que registou uma inflação
menor em 5,1 p.p. para 8,3%. Em termos agregados o preço médio da Cesta Básica aumentou 70,8% em 2016, acima
dos 13,6% de 2015. Destacaram-se os produtos como o Óleo de Palma, o Óleo Alimentar de Soja e o Feijão, com as
maiores variações, em 144,7%, 108,1% e 100,1%, respectivamente.

Gráfico 1: Variação Acumulada Anual - Produtos Cesta Básica

Sal Comum 22,18%


81,62%
Sabão Azul 5,81%
75,67%
Óleo de Palma 20,36%
144,68%
Óleo Alim. de Soja 5,91%
108,06%
Massa Espa rguete 3,91%
73,38%
Leite em Pó (Nido) 12,43%
68,86%
Fuba de Milho 4,96%
75,11%
Fuba de Bombó 13,42%
8,30%
Feijão 9,99%
100,06%
Farinha de Trigo 16,81%
99,87%
Carne Seca de Vaca 18,08%
44,03%
Arroz Corrente 18,39%
81,44%
Açúcar a Granel 24,63%
55,99%

Dez/ 15 Dez/ 16

Fonte: INE

33
Relativamente ao Índice de Preços no Grossista (IPG), ao longo de 2016 e à semelhança do IPC, este indicador
apresentou uma trajectória marcadamente ascendente ao evidenciar uma taxa de variação de 29,9%, contra os 11,7%
registados em 2015. Para esta evolução do IPG, contribuíram tanto as variações dos preços dos produtos nacionais
com 24,2% em 2016, o que correspondeu a mais 3,8 p.p. face a 2015, como a dos preços dos produtos importados em
cerca de 31,6%. Enquanto para os produtos nacionais, a Secção da Pesca foi a que mais aumentou, com 31,0%, para
os importados, foi a secção da Industria Transformadora com 31,7%.

Painel 15: Índice de Preços no Grossista (Taxas de variação, em %)

Fonte: INE

Daqui pode concluir-se que os produtos com os maiores aumentos de preços no grossista foram os produtos importados,
possivelmente por terem sido afectados quer pela desvalorização da moeda nacional e escassez de divisas, quer pelo
aumento dos preços dos combustíveis e da electricidade. Sendo que os primeiros forjaram o recurso ao mercado
informal e os segundos o encarecimento das estruturas de distribuição e redistribuição.

Evolução do Núcleo da Inflação

O núcleo de inflação, medida desenhada para detectar mudanças de carácter de preços, consiste em definir a parte
da inflação que é relevante. Assim, após a análise dos indicadores do núcleo da inflação definidos no modelo de
determinantes da inflação para Angola, notou-se que ao longo do ano de 2016, os mesmos apresentaram uma
tendência crescente. Com efeito, os indicadores do núcleo de inflação atingiram as seguintes taxas acumuladas no
ano em análise:

• O IPC cheio alisado (N1) variou 42,8% superior em 27,9 p.p. em relação a 2015;
• O IPC excluindo a Carne (N2) variou 42,4% marcadamente superior aos 14,6% em 2015;
• O IPC excluindo o Táxi Colectivo (N3) variou 44,0%, correspondendo a mais 28,6 p.p. do que em 2015;
• O IPC excluindo o Vestuário e Calçado (N4) variou 43,6%, superior aos 14,8% registados no ano anterior;
• O IPC excluindo o Vestuário, Calçado e Produtos Administrados (N5) variou 42,1% acima dos 14,9% em
igual período do ano anterior.

Segundo os dados expostos verifica-se que todos os indicadores do núcleo da inflação apresentaram taxas de variação
acumuladas no ano superiores às do IPC global e que o IPC excluindo o Táxi Colectivo foi o indicador que registou
a maior variação média anual.

34
Relatório e Contas • 2016

Painel 16: Núcleo de Inflação em 2016 (em %)

Fonte: INE e BNA

2.2. Sector Fiscal

A degradação conjuntural referida no capítulo anterior e as incertezas daí decorrentes motivaram a revisão do OGE para
2016 (à semelhança do que havia ocorrido no ano anterior), que apresentou uma nova proposta de exercício orçamental,
levando em linha de conta pressupostos macroeconómicos mais conservadores face aos iniciais, nomeadamente, um
preço médio do barril de petróleo de 40,9 USD (contra os 45,0 USD assumidos na versão anterior do OGE para 2016),
uma taxa de crescimento real do PIB de 1,1% (mais modesta do que o valor tido como pressuposto no OGE inicial de
3,3%) e, entre outros, uma taxa de inflação de 38,5% (superior aos 11,0% no OGE inicial).

Esta revisão do OGE trouxe uma perspectiva ainda mais cautelosa face à versão inicial, de modo a acomodar o impacto
da queda do preço do petróleo e as expectativas de abrandamento da actividade económica. Para além dos ajustes

35
do lado da receita, houve também um maior rigor na execução das despesas, principalmente ao nível das Despesas
Correntes. Por outro lado, a versão revista do OGE apresenta uma maior abertura para a execução de despesas de
capital, isto é, investimentos públicos, de forma a criar condições para um crescimento económico mais robusto, com
um consequente aumento do défice, recorrendo para tal aos desembolsos externos ao nível das linhas de crédito já
contratadas.

Desta forma, o OGE revisto reflectiu uma diminuição das receitas em cerca de 0,9% face ao OGE inicial, com as receitas
do sector petrolífero a diminuir 9,1% e as receitas do sector não petrolífero a aumentar 0,7%. Esta diminuição das
receitas petrolíferas explica-se pela diminuição do preço médio do barril de petróleo acima referida, bem como uma
diminuição das quantidades exportadas ao longo do ano para 654,6 Milhões de barris, contra os 689,4 Milhões de
barris inicialmente previstos.

Do lado da despesa, a versão revista do OGE para 2016 preconizou um aumento de 4,4% das despesas totais, com
as despesas correntes a aumentar 1,3%, mas cujas componentes apresentaram comportamentos díspares: enquanto
as despesas com remunerações aumentaram 4,4% e as despesas com juros 43,7%, as despesas com bens e serviços
diminuíram 14,8% e com subsídios 2,2%. As despesas de capital foram incrementadas em 17,8%.

Tendo em conta a distribuição da despesa pelas funções do Estado, salienta-se que o sector económico viu o seu
orçamento aumentado em 35,5% face ao OGE inicial (com um maior enfoque nos sectores dos combustíveis e energia
e dos transportes). As despesas com defesa, segurança e ordem pública mantiveram o seu orçamento, enquanto
as despesas do sector social reduziram 2,9% e as despesas com serviços públicos gerais viram o seu orçamento
reduzido em 1,7%. No campo das outras despesas, nomeadamente as despesas com operações da dívida pública,
estas receberam um incremento de 20,7% face ao orçamento inicial, numa perspectiva de cumprimento das obrigações
do Estado e continuidade da capacidade de financiamento no futuro.

2.2.1. Receitas Públicas

Os dados orçamentais estimados do Ministério das Finanças para 2016 apontam para uma redução da Receita Total
de 10,2%, ao passar de Kz 3.366,7 Mil Milhões em 2015 para Kz 3.022,8 Mil Milhões em 2016. A Receita Petrolífera
passou de Kz 1.897,7 Mil Milhões em 2015 para Kz 1.497,9 Mil Milhões em 2016 (representando uma diminuição de
21,1%). Por sua vez, a Receita Não Petrolífera passou de Kz 1.144,3 Mil Milhões para Kz 1.212,0 Mil Milhões, o que
corresponde a um aumento de 5,9% relativamente a 2015.

Quadro 3: Receitas Públicas

2014 2015 2016 OGE 2016 OGE 2016 Prel. 2015 2016 Prel. 2015 2016 OGE 2016 OGE 2016 Prel.
Inicial Rev. Inicial Rev.
Em mil milhões de Kz Taxas de Execução Em % do PIB
Receitas 4  402,64 3  366,70 3  514,50 3  484,60 3  022,80 113,42 86,75 27,33 24,72 20,64 18,04
Receitas Correntes 4  402,11 3  365,70 3  514,50 3  484,60 3  021,96 113,38 86,72 27,32 24,72 20,64 18,03
Impostos 4  098,02 3  042,00 3  235,10 3  092,00 2  709,89 110,37 87,64 24,69 22,75 18,32 16,17
Petrolíferos 2  969,78 1  897,70 1  689,70 1  535,50 1  497,92 151,55 97,55 15,40 11,88 9,10 8,94
Não petrolíferos 1  128,25 1  144,30 1  545,40 1  556,54 1  211,96 80,59 77,86 9,29 10,87 9,22 7,23
Contribuições sociais 86,86 150,70 153,00 153,00 155,76 117,78 101,80 1,22 1,08 0,91 0,93
Doações 1,52 1,19 - - 1,37 79,66 - 0,01 - - 0,01
Outras receitas 215,71 172,80 126,40 239,60 154,94 192,51 64,67 1,40 0,89 1,42 0,92
Receitas de capital 0,54 1,10 - - 0,84 - 0,01 - - 0,01

Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2016 (Dados Preliminares)

36
Relatório e Contas • 2016

A maior fragilidade da conjuntura económica verificada ao longo do ano de 2016 reflectiu-se na arrecadação de receitas
em 2016 quando comparado com 2015, com a execução das receitas a ficar aquém do previsto no OGE revisto: os dados
estimados para 2016 apontaram para uma taxa de execução das receitas totais de 86,8% face ao OGE revisto, para a
qual contribuiu principalmente a fraca execução dos impostos não petrolíferos (de 77,9% face ao programado), uma
vez que os impostos petrolíferos executaram em 97,6% do valor orçamentado.

A taxa de execução das receitas petrolíferas foi em linha com o programado uma vez que o preço do petróleo estimado
para o ano em análise estava em linha com o pressuposto de 40,9 USD/bbl, tendo-se registado uma ligeira quebra ao
nível da produção, estimada em cerca de 3,4% face ao que havia sido considerado no OGE revisto.

Em termos homólogos de 2015, as receitas petrolíferas apresentaram uma queda de 21,1% que reflectiu essencialmente
a queda do preço médio do petróleo entre 2015 e 2016 de cerca de 18,2%, embora as quantidades exportadas em 2016
tenham aumentado 3,9% face a 2015.
Contribuíram também para a evolução das receitas correntes, mas em menor grau, as contribuições sociais que
evidenciaram uma taxa de execução na ordem dos 101,8%.

Gráfico 2: Impostos não petrolíferos (em % do PIB)


12,00

10,00

8,00

6,00

4,00

2,00

-
2014 2015 2016 OGE INICIAL 2016 OGE REV. 2016 PREL.

Impostos s/ rend., lucros e ganhos de capital Impostos s/ propriedades


Impostos s/ bens e serviços Impostos s/ o comércio internacional
Outros impostos Impostos não petroliferos

Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2016

O menor desempenho da execução das receitas não petrolíferas (77,9%), por sua vez, foi consistente com o nível da
actividade económica transversal a todos os sectores de actividade abaixo do esperado.

Porém, é de notar que a arrecadação de impostos referente à actividade desse sector aumentou ligeiramente (em 5,9%
em termos homólogos de 2015), tendo a mesma sido apurada em Kz 1.212,0 Mil Milhões em 2016 (contra os Kz 1.144,3
Mil Milhões em 2015). No entanto, o OGE revisto para 2016 previa impostos não petrolíferos na ordem de 9,2% do PIB,
tendo estes ficado abaixo em 7,2% do PIB (contra os 9,3% do PIB em 2015).

37
Destaca-se, entre as receitas não petrolíferas, o aumento significativo dos impostos sobre bens e serviços em 32,1%
face ao período homólogo de 2015, dos impostos sobre propriedades em 20,6% e dos impostos sobre rendimentos,
lucros e ganhos de capital em 4,3%, embora todos eles tenham apresentado taxas de execução abaixo dos 84,0%. Por
sua vez, os impostos sobre o comércio exterior registaram uma diminuição na ordem dos 1,8% em termos homólogos
(e uma execução de 84,0% do valor previsto no OGE revisto para 2016), em linha com a diminuição das importações
registadas ao longo de todo o ano em análise.

2.2.2. Despesas Públicas

O Ministério das Finanças estima uma diminuição da Despesa Total em 5,7%, passando de Kz 3.773,7 Mil Milhões em
2015 para Kz 3.560,1 Mil Milhões em 2016. As Despesas Correntes sofreram uma diminuição de 6,1% em relação ao
ano anterior, principalmente justificada pelo corte de 35,2% no valor das Despesas em Bens e Serviços e dos Subsídios
em cerca de 46,2%. No geral, as Despesas Totais apresentaram uma execução abaixo do programado (79,4% face
ao previsto), devido principalmente à execução abaixo do previsto das despesas relacionadas com bens e serviços,
transferências correntes e despesas de capital. Por outro lado, o aumento das taxas de juro da dívida interna titulada
ao longo de 2016 levou a que a rubrica referente a juros executasse acima do previsto, tendo aumentado 68,1% face
ao ano anterior.

Quadro 4: Despesas Públicas

2015 OGE Rev.2015 OGE


2015Rev. 2016 OGE Inicial
2015 2016Inicial
2016 OGE OGE Rev.20162016
OGEPrel.
Rev. 2015Prel. 20162015
2016 Prel. 2015Prel. 2016
2016 OGE Inicial
2015 2016
2016 OGE OGE Rev.2016 2016
Inicial Prel.
OGE Rev. 2016 Prel.
Em mil milhões de Kz Taxas de Execução Em % do PIB
Despesas Despesas 3 499,11 3  773,70
3 499,11 4 295,70
3  773,70 4 484,60
4 295,70 3  560,12
4 484,60 94,59
3  560,12 79,39
94,59 30,63
79,39 30,21
30,63 30,21 26,57 21,25
26,57 21,25
Despesas correntes
Despesas correntes 2 862,34 3  037,50
2 862,34 3 480,10
3  037,50 3 523,50
3 480,10 2  851,57
3 523,50 97,68
2  851,57 80,93
97,68 24,65
80,93 24,48
24,65 24,48 20,87 17,02
20,87 17,02
Remuneração dos empregados
Remuneração 1 487,88
dos empregados 1  390,52
1 487,88 1 497,40
1  390,52 1 562,60
1 497,40 1  496,98
1 562,60 93,46
1  496,98 95,80
93,46 11,29
95,80 10,53
11,29 10,53 9,26 8,93
9,26 8,93
Bens e serviçosBens e serviços 692,24 787,20
692,24 995,20
787,20 847,60
995,20 510,43
847,60 81,06
510,43 60,22
81,06 6,39
60,22 7,00
6,39 7,00 5,02 3,05
5,02 3,05
Juros Juros 230,98 248,50
230,98 307,40
248,50 441,70
307,40 380,16
441,70 107,56
380,16 86,07
107,56 2,02
86,07 2,16
2,02 2,16 2,62 2,27
2,62 2,27
TransferênciasTransferências
correntes correntes 451,25 611,90
451,25 680,20
611,90 671,50
680,20 464,01
671,50 132,04
464,01 69,10
132,04 4,97
69,10 4,78
4,97 4,78 3,98 2,77
3,98 2,77
Subsídios Subsídios 154,33 278,50
154,33 370,10
278,50 361,90
370,10 149,78
361,90 160,28
149,78 41,39
160,28 2,26
41,39 2,60
2,26 2,60 2,14 0,89
2,14 0,89
Despesas de Despesas
Capital de Capital 636,80 736,20
636,80 815,60
736,20 961,10
815,60 708,56
961,10 80,71
708,56 73,72
80,71 5,98
73,72 5,74
5,98 5,74 5,69 4,23
5,69 4,23
PIP PIP 600,00 719,40
600,00 815,60
719,40 961,10
815,60 708,55
961,10 -
708,55 73,72
- 5,84
73,72 5,74
5,84 5,74 5,69 4,23
5,69 4,23
Outros Outros 14,66 16,74
14,66 16,74- - - -0,01 -
0,01 -- 0,14
- 0,14- - - - 0,00 0,00


Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2016 (Dados Preliminares)

As Despesas Correntes situaram-se nos Kz 2.851,6 Mil Milhões e revelaram uma taxa de execução de 80,9% face
ao programado. Destaca-se, nesta rubrica, a redução das despesas com bens e serviços, devido à necessidade de se
controlar o nível de despesas e de o reajustar à menor capacidade do Estado em arrecadar receitas, quer petrolíferas,
quer não petrolíferas. Estas despesas com bens e serviços ficaram também aquém do previsto no OGE revisto,
executando apenas 60,2% do programado. Por outro lado, as despesas com pessoal aumentaram 7,7% face a 2015,
embora tivessem executado em 95,8% do programado.

Em situação inversa encontram-se as despesas com juros da dívida, que se situaram nos Kz 380,2 Mil Milhões, o
que representa uma expansão de 53,0% face ao ano anterior e uma taxa de execução de 86,1% face ao previsto
no OGE revisto. Do total dos juros da dívida, 63,0% correspondem a juros da dívida interna, enquanto os restantes
37,0% correspondem a juros da dívida externa. As despesas com juros aumentaram significativamente devido à maior
necessidade de financiamento do Estado verificada em 2015 e 2016, o que levou ao aumento dos juros da dívida interna
titulada e das quantidades de títulos emitidos. De referir que a componente referente aos juros internos executou 8,8%
acima do previsto no OGE revisto, enquanto a despesa com juros externos apenas executou 63,5%.

38
Relatório e Contas • 2016

Gráfico 3: Despesas Correntes (em % do PIB)

Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2016

As despesas relacionadas com as transferências correntes, nas quais se inserem os subsídios, diminuíram 24,2% face
ao ano anterior tendo executado apenas 69,1% do montante previsto no OGE revisto. Dentro desta rubrica, destaca-se
a diminuição das despesas com subsídios face ao ano anterior, em virtude da redução dos subsídios aos preços e dos
subsídios operacionais no início de 2016, dando continuidade à política iniciada em 2015.

As Despesas de Capital (com uma taxa de execução de 73,7% face ao programado) evidenciaram, igualmente,
uma queda de 3,8% face ao período homólogo em resultado, sobretudo, da contracção das despesas relativas aos
programas de investimento público.

2.2.3. Saldos Fiscais e Financiamento

Os dados preliminares disponibilizados pelo Ministério das Finanças para o ano de 2016 apontam para um défice global
(compromisso) de Kz 537,3 Milhões, correspondente a 3,2% do PIB, o que representa uma melhoria residual face a
2015, mas substancial face ao projectado no OGE revisto de 2016.

Em termos gerais, este défice global menos profundo que o esperado foi resultado da execução das receitas totais
abaixo do valor inscrito no OGE revisto, ao mesmo tempo que as despesas totais executaram ainda menos face á
execução das receitas.

39
Gráfico 4: Saldos Fiscais (em % do PIB)
6,40
2,66
1,02

0,24 -0,23
-3,30 -3,21 -9,88
-6,57 -5,50 -5,90
-12,40
-16,69 -15,22

-31,66

2014 2015 2016 OGE INICIAL 2016 OGE REV. 2016 PREL.

Saldo Global (Compromisso) Saldo co rrente Saldo primário não petrolífero

Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2016

O saldo corrente apresentou uma deterioração face ao ano de 2015, correspondendo a 1,0% do PIB, uma vez que
as Receitas correntes diminuíram em maior amplitude (10,2%) quando comparado com a diminuição das despesas
correntes (6,1%). No entanto, destaca-se que o resultado a nível do saldo corrente foi melhor do que o antecipado,
uma vez que o OGE revisto previa um défice neste saldo. Por outro lado, o saldo primário não petrolífero melhorou a
sua posição, passando de um saldo deficitário de 44,6% do PIB em 2015 para um saldo deficitário de 9,9% do PIB em
2016, potenciado pelo aumento gradual da arrecadação de impostos associados ao sector não petrolífero, aliado a um
maior controlo das despesas públicas.

Quadro 5: Financiamento Líquido


2014 2015 2016 OGE Inicial 2016 OGE Rev. 2016 Prel. 2014 2015 2016 OGE Inicial 2016 OGE Rev. 2016 Prel.
2014 2015 2016 OGE Inicial 2016 OGE Rev. 2016 Prel. 2014 2015 2016 OGE Inicial 2016 OGE Rev. 2016 Prel.
Em Kz Mil Milhões Em % do PIB
Em Kz Mil Milhões Em % do PIB
Financiamento líquido 303,20 269,30 781,20 1 000,00 537,33 2,64 2,19 5,49 5,92 3,21
Financiamento líquido 303,20 269,30 781,20 1 000,00 537,33 2,64 2,19 5,49 5,92 3,21
Financiamento interno (líquido) -134,40 28,80 -277,70 189,40 97,85 -1,17 0,23 -1,95 1,12 0,58
Financiamento interno (líquido) -134,40 28,80 -277,70 189,40 97,85 -1,17 0,23 -1,95 1,12 0,58
Activos -774,80 -579,60 -328,10 -406,60 -894,77 -6,74 -4,70 -2,31 -2,41 -5,34
Activos -774,80 -579,60 -328,10 -406,60 -894,77 -6,74 -4,70 -2,31 -2,41 -5,34
Passivos 640,40 608,40 50,40 596,00 992,62 5,57 4,94 0,35 3,53 5,92
Passivos 640,40 608,40 50,40 596,00 992,62 5,57 4,94 0,35 3,53 5,92
Crédito líquido obtido 640,40 608,40 110,80 656,40 1  052,97 5,57 4,94 0,78 3,89 6,28
Crédito líquido obtido 640,40 608,40 110,80 656,40 1  052,97 5,57 4,94 0,78 3,89 6,28
Desembolsos 1  855,50 1  378,60 1 395,20 2 089,40 1  786,97 16,14 11,19 9,81 12,38 10,66
Desembolsos 1  855,50 1  378,60 1 395,20 2 089,40 1  786,97 16,14 11,19 9,81 12,38 10,66
Amortizações -1  215,10 -770,20 -1 284,40 -1 433,00 -734,00 -10,57 -6,25 -9,03 -8,49 -4,38
Amortizações -1  215,10 -770,20 -1 284,40 -1 433,00 -734,00 -10,57 -6,25 -9,03 -8,49 -4,38
Reservas técnicas de seguro - - - -60,35 -60,35 - - - -0,36 -0,36
Reservas técnicas de seguro - - - -60,35 -60,35 - - - -0,36 -0,36
Financiamento Externo (líquido) 437,58 240,50 1 058,90 810,50 439,48 3,81 1,95 7,45 4,80 2,62
Financiamento Externo (líquido) 437,58 240,50 1 058,90 810,50 439,48 3,81 1,95 7,45 4,80 2,62
Activos - - - - - - - - - -
Activos - - - - - - - - - -
Passivos 437,58 240,50 1 058,90 810,50 439,48 3,81 1,95 7,45 4,80 2,62
Passivos 437,58 240,50 1 058,90 810,50 439,48 3,81 1,95 7,45 4,80 2,62
Empréstimos líquidos recebidos 437,58 240,50 1 058,90 810,50 439,48 3,81 1,95 7,45 4,80 2,62
Empréstimos líquidos recebidos 437,58 240,50 1 058,90 810,50 439,48 3,81 1,95 7,45 4,80 2,62
Desembolsos 731,53 578,60 1 518,00 1 384,20 812,73 6,36 4,70 10,68 8,20 4,85
Desembolsos 731,53 578,60 1 518,00 1 384,20 812,73 6,36 4,70 10,68 8,20 4,85
Amortizações -293,95 -338,10 -459,10 -573,70 -373,25 -2,56 -2,74 -3,23 -3,40 -2,23
Amortizações -293,95 -338,10 -459,10 -573,70 -373,25 -2,56 -2,74 -3,23 -3,40 -2,23


Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2016 (Dados Preliminares)

40
Relatório e Contas • 2016

Em termos de financiamento, o Tesouro Nacional recorreu não só ao financiamento interno, com a emissão de títulos
públicos, nomeadamente de Bilhetes e Obrigações do Tesouro num montante líquido total de Kz 1.050,1 Mil Milhões
(o que representou um aumento de 44,6% face ao ano anterior), tendo também recorrido ao financiamento externo,
com empréstimos líquidos num montante total de Kz 439,5 Mil Milhões (correspondendo a um aumento de 82,8% face
a 2015). Este recurso à emissão de dívida interna titulada, foi necessário para assegurar a execução do Orçamento ao
longo do ano, de forma a melhor gerir as necessidades de tesouraria de curto prazo.

2.2.4. Dívida Pública

Em resultado da necessidade de tesouraria de curto prazo ao longo de 2015, o stock da dívida interna ascendeu a
USD 27.398,2 Milhões, sendo exclusivamente constituída por títulos públicos, passando de 23,4% do PIB em 2015
para 26,9% do PIB em 2016. Por sua vez, o stock da dívida externa ascendeu aos USD 43.037,7 Milhões, passando a
representar 42,3% do PIB, contra 41,2% do PIB em 2015.

Desta forma, a dívida pública total situou-se nos USD 70.435,9 Milhões, representando 69,2% do PIB, contra os 64,6%
em 2015. Esta evolução reflectiu o aumento tanto do endividamento externo como do endividamento interno para fazer
face às necessidades de financiamento do Tesouro como forma de compensar a dificuldade de arrecadação de receitas
face à conjuntura.

Gráfico 5: Dívida Pública (em % do PIB)

Fonte: BNA

Através da análise da dívida, é visível o aumento da sua componente interna em 2016 a um ritmo mais acelerado do que
a dívida externa, com a primeira a crescer 28,5% em apenas um ano, enquanto a segunda cresceu 14,8%. O Tesouro
recorreu ao financiamento interno, nomeadamente à emissão de BT e OT para cobrir as suas necessidades de tesouraria,
o que poderá ter limitado o financiamento ao sector privado e consequentemente a actividade económica. Por outro lado,
com o aumento do peso da dívida pública no PIB, também é possível que as taxas de juro continuem a sofrer pressões
“altistas” como já foi verificado ao longo dos últimos dois anos, uma vez que existe a possibilidade de os investidores
exigirem prémios de risco cada vez mais elevados à medida que o rácio Dívida/PIB cresce e a arrecadação quer de
cambiais quer de receitas em moeda nacional vai diminuindo.

41
42
Relatório e Contas • 2016

PARTE II – SISTEMA BANCÁRIO ANGOLANO

43
44
Relatório e Contas • 2016

3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano

3.1. Actividade do Sistema Bancário

No pretérito ano de 2013, o Banco Nacional de Angola (BNA) deu início ao processo de adopção plena das Normas
Internacionais de Contabilidade e Relato Financeiro (IAS/IFRS) para o sector bancário, a partir do exercício económico
de 2016. Neste sentido, o BNA efectuou um diagnóstico com objectivo de aferir o processo e grau de implementação
efectiva do CONTIF, de igual modo, procedeu ao levantamento das matérias mais relevantes para o sector bancário, nas
quais verificou que existia uma divergência significativa entre a actual versão do CONTIF e as IAS/IFRS
.
Deste modo, o BNA adoptou, por referência, as IAS/IFRS assente em princípios e estabeleceu para as instituições
financeiras os seguintes critérios:

i. Instituições com um total de activo superior a KZ 300 Mil Milhões, em base individual;

ii. Instituições cotadas em bolsa e/ou subsidiárias de entidades cotadas em bolsa;

iii. Instituições subsidiárias de entidades sedeadas no estrangeiro;

iv. Instituições sedeadas no território nacional com subsidiárias sedeadas no estrangeiro; e,

v. Subsidiárias de instituições sedeadas no território nacional que cumpram com algum dos critérios anteriores.

Considerando a relevância e a complexidade do projecto, com vista ao cumprimento cabal dos objectivos preconizados
e conferir uma melhor orientação às instituições financeiras, o BNA definiu um cronograma de actividades e publicou
as seguintes normas:

• Aviso n.º 06/2016, de 22 de Junho – Adopção Plena das Normas Internacionais de Contabilidade/Normas
Internacionais de Relato Financeiro;
• Instrutivo n.º 05/2016, de 08 de Agosto - Perdas por imparidade para a carteira de crédito;
• Instrutivo n.º 06/2016, de 08 de Agosto - Divulgações de instrumentos financeiros;
• Instrutivo n.º 07/2016, de 08 de Agosto - Método da taxa de juro efectiva no reconhecimento de rendimentos
e gastos de instrumentos financeiros;
• Instrutivo n.º 08/2016, de 08 de Agosto – Locações;
• Instrutivo n.º 09/2016, de 08 de Agosto - Títulos e valores mobiliários;
• Instrutivo n.º 10/2016, de 08 de Agosto - Benefícios dos empregados;
• Instrutivo n.º 11/2016, de 08 de Agosto – Tratamento das perdas por imparidade na carteira de crédito.

Com base ao referido processo augura-se que haja maior comparabilidade e transparência do desempenho financeiro
das instituições financeiras sob a supervisão do BNA, numa escala global, bem como a melhoria contínua da
informação prestada aos utilizadores das demonstrações financeiras a nível internacional, cumprindo desse modo com
as recomendações dos organismos internacionais, nomeadamente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco
Mundial.

No que diz respeito ao reconhecimento internacional, sublinha-se que, em Setembro de 2014, a IFRS Foundation
publicou no seu sítio da internet, o perfil de Angola, no que concerne à adopção das IAS/IFRS, o qual foi seguidamente
actualizado em Setembro de 2015. Assim, a publicação do perfil de Angola representa um marco relevante no processo
de reconhecimento internacional da adopção plena das IAS/IFRS pelo sector bancário, o que permitirá que Angola
esteja no grupo de países que exigem ou permitem a aplicação das IAS/IFRS.

45
Em 31 de Dezembro de 2016, existiam quinze instituições bancárias que cumpriam com pelo menos um dos requisitos
acima mencionados, que adoptaram as IAS/IFRS e que deverão publicar as suas demonstrações financeiras em
conformidade com as IAS/IFRS.

No final do ano em análise, o Activo do sistema bancário atingiu um montante de cerca de Kz 10.041,4 Mil Milhões
comparativamente aos Kz 8.386,5 Mil Milhões registados em Dezembro de 2015, representando um aumento de cerca
de Kz 1.654,0 Mil Milhões (19,7%), menos 1,5% em termos reais, motivado sobretudo pelo aumento de títulos e valores
mobiliários em cerca de Kz 747,2 Mil Milhões (32,3%).

Relativamente à estrutura de negócios da banca, apesar do crédito ter abrandado, manteve-se como a maior aplicação
com 31,81% dos activos, seguindo-se os títulos e valores mobiliários que aumentaram progressivamente, representando
30,50% e as disponibilidades com 15,71%.

Painel 17: Estrutura do Activo Total (em %)

ESTRUTURA DO ACTIVO EM DEZ/16 ESTRUTURA DO ACTIVO EM DEZ/15

Inventários comerciais e
industriais e adiantamentos a Inventários comerciais e
fornecedores industriais e adiantamentos a
Outros activos fixos fornecedores Outros activos fixos
0,00% 5,33% 6,71%
0,00%

Caixa e disponibilidades Caixa e disponibilidades


15,71% 18,43%
Outros activos Outros activos
7,36% 1,72%
Aplicações em bancos
centrais e em outras Aplicações em bancos
instituições de crédito centrais e em outras
6,06% Crédito a clientes
Crédito a clientes Títulos e valores mobiliários 38,05% instituições de crédito
31,81% Títulos e valores mobiliários 6,17%
30,50% 27,62%

Operações cambiais Operações cambiais


0,33% 0,68%
Créditos no sistema de Créditos no sistema de
pagamentos Derivados de cobertura com pagamentos Derivados de cobertura com
2,73% justo valor positivo 0,63% justo valor positivo
0,17% 0,00%

Fonte: BNA

A nível de moeda, os activos em MN representaram 59,6% do total dos activos, tendo diminuído o seu peso 4,36 p.p.
em relação ao período homólogo apesar de ter aumentado 11,5% (Kz 618,7 Mil Milhões). Por sua vez, os activos em
ME registaram um aumento superior de 34,2% (Kz 1.034,6 Mil Milhões), devido principalmente à variação da taxa
de câmbio.

O crédito total do sistema bancário cifrou-se em Kz 3.621,6 Mil Milhões contra Kz 3.593,2 Mil Milhões registados no
período homólogo, tendo aumentado 0,79%, face ao ano anterior. Porém em termos reais o crédito total diminuiu em
9,9% comparativamente ao período homólogo.

No que concerne à distribuição por moedas, o crédito em MN aumentou 2,7% face ao período homólogo, correspondendo
a um peso de 70,5% do total da carteira. Contrariamente, o crédito em ME diminuiu em cerca de 3,5% representando
29,5% da carteira total.

O crédito vencido registou uma diminuição de Kz 194,2 Mil Milhões (47,2%), passando de Kz 411,8 Mil Milhões em
Dezembro de 2015 para Kz 217,6 Mil Milhões no final de 2016, resultante dos créditos transferidos para prejuízo. Com
efeito, o rácio de crédito vencido relativamente a crédito total diminuiu de 11,5% em Dezembro de 2015 para 6,0% em
Dezembro de 2016.

46
Relatório e Contas • 2016

Gráfico 6: Evolução do Crédito Vencido

700,00

600,00

500,00

400,00

300,00

200,00

100,00

0,00
dez /15 mar/16 jun /16 set/16 dez /16

Fonte: BNA

O passivo do sistema bancário totalizou Kz 8.920,5 Mil Milhões em Dezembro de 2016, registando assim um aumento
de Kz 1.412,2 Mil Milhões (18,8%) face ao período homólogo de 2015, resultante do aumento dos depósitos em 15,3%.
A maior fonte de captação de recursos das instituições financeiras bancárias continua a ser os depósitos, que se
fixaram em Kz 7.024,2 Mil Milhões no final de 2016 representando 78,7% sobre o passivo total. Contudo, deduzindo o
efeito da variação da taxa de câmbio, os depósitos totais apenas aumentariam em 2,4% face ao ano anterior. Importa
referir que os depósitos a prazo com um aumento de 19,1% foram os que mais contribuíram para o aumento da carteira.
À semelhança do Activo, o passivo apresentou-se predominantemente em moeda nacional, representando cerca de
66,0% do volume total de obrigações do sistema bancário, tendo diminuído 0,5 p.p.

Painel 18: Estrutura do Passivo Total (em %)

ESTRUTURA DO PASSIVO EM DEZ/15


ESTRUTURA DO PASSIVO EM DEZ/16

Obrigações no sistema de
Obrigações no sistema de Operações cambiais pagamentos
pagamentos 1,07% 3,45% Operações
1,77% cambiais
0,97%
Passivos subordinados
6,17%
Outros passivos Derivados de cobertura com justo Provisões
2,24% valor negativo 0,51%
Provisões 0,17%
0,51% Outros passivos
Passivos 2,42%
Adiantamentos de subordinados
clientes 4,68%
0,02%
Fornecedores comerciais e industriais
0,00%
Derivados de
cobertura com justo Passivos financeiros ao justo
valor negativo valor através de resultados
Passivos financeiros ao justo 0,02%
valor através de resultados 0,00%
0,05% Responsabilidades
Responsabilidades representadas por títulos
representadas por títulos 0,11%
0,11%
Recursos de bancos centrais e de
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito
outras instituições de crédito 8,93%
6,89%

Recursos de clientes e outros


Recursos de clientes e outros empréstimos
empréstimos 78,74%
81,17%

Fonte: BNA

47
Em Dezembro de 2016, o resultado líquido da banca situou-se em Kz 220,08 Mil Milhões, abarcando um aumento de
Kz 81,38 Mil Milhões (58,67%) em relação a 2015, influenciado pelo aumento dos proveitos de créditos, proveitos de
títulos e valores mobiliários, bem como dos resultados cambiais. Todavia, retirando o efeito cambial o resultado líquido
registaria um aumento inferior de 54,49%.

3.2. Principais Indicadores do Sistema Bancário

No final de 2016, em função do aumento dos resultados, observou-se um impacto positivo na rendibilidade no
sistema, tendo o ROE7 e o ROA8 aumentado de 12,76% para 15,75% (2,89 p.p.) e de 1,67% para 2,21% (0,54 p.p.),
respectivamente. Por sua vez, a margem financeira aumentou 56,59%, tendo-se situado em Kz 466,1 Mil Milhões em
Dezembro de 2016, devido ao aumento dos proveitos de crédito a clientes e proveitos de títulos e valores mobiliários
em cerca de Kz 133,8 Mil Milhões (45,3%) e Kz 93,3 Mil Milhões (57,4%) respectivamente.

Com o ligeiro aumento do preço do petróleo, observou-se alguma recuperação no mercado cambial, permitindo a
estabilização da taxa de câmbio, aumentando ligeiramente o acesso às divisas, consequentemente, o rácio de
liquidez imediata em moeda estrangeira do sistema bancário aumentou de 19,8% para 21,3%, reflectindo uma
ligeira recuperação da capacidade de cobertura das obrigações em moeda estrangeira de curto prazo com clientes.
Entretanto, o rácio de liquidez imediata em moeda nacional diminuiu de 27,9% para 22,7%, devido à diminuição das
disponibilidades em cerca de 9,6% (Kz 107,3 Mil Milhões).

Gráfico 7: Rácios de Liquidez Geral e Imediata


120,00%

100,00%

80,00%

60,00%

40,00%

20,00%

0,00%
dez/ 15 mar/16 jun/ 16 set/ 16 dez/ 16
Liquidez Geral ME Liquidez Geral MN Liquidez Imediata MN Liquidez Imediata ME

Fonte: BNA

O rácio de transformação (crédito/depósitos) do sistema bancário angolano diminuiu de 59,0% para 51,6% devido à
diminuição do crédito face aos depósitos.

No final de 2016, o agregado dos bancos em actividade no sistema financeiro detinha Fundos Próprios Regulamentares
(FPR) de Kz 1.419,7 Mil Milhões, Exigência de Capital para o Risco Cambial (ECRC) de Kz 155,1 Mil Milhões e Activos
Ponderados pelo Risco (APR) de Kz 5.472,7 Mil Milhões, perfazendo um rácio de solvabilidade de 20,21% contra 19,79%
registados no período homólogo de 2016, motivado ao aumento dos fundos próprios de base (capital social e resultados).

7
Rendibilidade dos Capitais: corresponde à capacidade de geração de lucro dos capitais próprios, ou seja, corresponde ao rácio entre os Resultados Líquidos de uma organização num determinado
período e o valor dos seus capitais próprios existente no final desse mesmo período.
8
Rendibilidade do Activo: permite avaliar a capacidade dos activos de uma determinada organização em gerar resultados, e calcula-se pelo rácio entre o valor dos Resultados Líquidos e o valor do Activo Total.

48
Relatório e Contas • 2016

Gráfico 8: Rácio de Solvabilidade

Fonte: BNA

De modo geral, o sistema bancário angolano continuou a demonstrar resiliência suficiente para suportar riscos adversos,
com o rácio de solvabilidade a situar-se acima do limite mínimo regulamentar de 10%, conforme estabelecido no Aviso
N.º 05/07, de 12 de Setembro.

4. Sistemas de Pagamentos

O Sistema de Pagamentos de Angola (SPA) é composto por três subsistemas de compensação - Subsistema de
Compensação de Cheques (SCC), Subsistema Multicaixa (MCX) e Subsistema de Transferências a Crédito (STC)
- e um subsistema de liquidação - Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR), onde são liquidados os saldos
das compensações, bem como as operações efectuadas no Sistema de Gestão de Mercado de Activos (SIGMA) e
transferências interbancárias individuais de fundos de valor igual ou superior a Kz 5 Milhões, ou ainda as transferências
de carácter urgente solicitadas por clientes bancários de valor inferior ao indicado.

Gráfico 9: Estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola

Instrumentos Cheques Transf. • Compra/ v. ME


Crédito Cartões • Banco a Banco
• Valor elevado
•…

Operador EMIS EMIS EMIS BNA


Subsistema SCC STC MCX SPTR

Fonte: BNA

49
4.1. Regulamentação dos Instrumentos de Pagamento

No âmbito das suas funções de regulador, o BNA manteve consultas com os intervenientes do SPA através de reuniões
do Conselho Técnico do Sistema de Pagamentos de Angola (CTSPA).

Na actividade normativa de 2016, no âmbito da regulamentação relacionada com instrumentos e subsistemas de


pagamentos, foram publicados o Instrutivo 01/16, de 22 de Janeiro sobre a Regulamentação dos subsistemas de
Compensação e Liquidação, e igualmente a Directiva 03/16, de 31 de Agosto sobre a Penalização dos Incumprimentos
do Valor das Garantias da Câmara de Compensação Automatizada de Angola.

4.2. Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR)

Tendo em consideração o papel central do SPTR como sistema de liquidação por bruto em tempo real, a sua
disponibilidade é imprescindível para o regular funcionamento do SPA, assim como para a estabilidade do sector
financeiro. Em termos operacionais, o SPTR teve 250 sessões, correspondentes aos dias úteis do ano, cujas horas
médias de abertura e fecho foram 07h47 e 18h219 , respectivamente.

Quadro 6: Volume e Montante de Operações Liquidadas no SPTR

Volume T.V.H. Montante (Kz Mil Milhões) T.V.H.


2014 2015 2016 2016/2015 2014 2015 2016 2016/2015
Total 318 097 323 048 239 081 -25,99% 105 275 70 224 43 818 -37,60%
Interb. 12 505 10 801 5 238 -51,50% 29 804 12 664 3 144 -75,17%
SIGMA 15 779 17 274 25 473 47,46% 61 695 43 741 w29 275 -33,07%
Lev/Dep 15 372 11 263 9 544 -15,26% 2 261 1 849 1 825 -1,28%
Clientes 271 053 277 486 197 985 -28,65% 9 595 9 450 8 901 -5,80%
Outros 3 388 6 224 841 -86,49% 1 919 2 521 673 -73,30%

Fonte: BNA

Em termos de volume de operações, destacam-se as ordenadas por clientes bancários que totalizaram 198 Mil (82,8%
do número global), correspondendo a uma redução de 28,7% em relação ao ano anterior. Como consequência, o número
total de operações liquidadas no SPTR registou uma diminuição de 26,0% face ao ano de 2015.

O montante de operações liquidadas em 2016, excluindo os saldos de compensação, apresentou um decréscimo de


37,6% face ao total de 2015, em virtude da redução verificada a nível das operações interbancárias e do SIGMA, cujos
decréscimos foram de 75,2% e 33,1%, respectivamente.

7
F echo tardio da aplicação (segundo o MPN-SPTR, o fecho do SPTR deve acontecer as 17h), devido à necessidade de liquidação das operações dos Mercados de Activos e Cambial e, principalmente,
para garantir a liquidação das operações do MINFIN, relacionadas essencialmente com pagamento de salários da função pública e outras despesas do Estado.

50
Relatório e Contas • 2016

4.3. Subsistemas de Compensação

Em termos globais, no ano de 2016, os subsistemas de compensação do SPA obtiveram um crescimento em volume
e em montante das operações de cerca de 24,4% e 61,7%, respectivamente, face a 2015. O Subsistema Multicaixa
foi o que registou maior predominância no SPA em termos de volume e montante de operações, com pesos de 96,6%
e 53,0%, respectivamente.

Quadro 7: Número e Montante10 de Documentos Compensados do SCV/SCC

Subsistema Número T.V.H. Montante (Kz Milhões) T.V.H.


Instrumento ou operação 2014 2015 2016 2016/2015 2014 2015 2016 2016/2015
SCV_SCC 611 057 500 043 427 603 -14,49% 1 354 032 1 048 349 1 131 784 7,96%
Cheques 606 986 500 043 427 603 -14,49% 1 316 284 1 048 349 1 131 784 7,96%
Doc. de Crédito 3 0 0 - 15 105 0 0 -
Ord. de Saque 4 068 0 0 - 22 643 0 0 -

MCX 135 797 121 165 166 657 200 665 689 21,49% 1 570 034 2 017 587 3 156 945 56,47%


Levantamentos 88 199 534 100 235 743 112 757 866 12,49% 976 659 1 107 278 1 402 113 26,63%
Pagamentos 47 597 587 64 930 914 87 907 823 35,39% 593 375 910 309 1 754 831 92,77%
STC 860 035 1 311 662 6 681 641 409,40% 461 618 620 778 1 671 636 169,28%
Transferências a Crédito 860 035 1 311 662 6 681 641 409,40% 461 618 620 778 1 671 636 169,28%

Fonte: BNA

Com a substituição do SCV pelo SCC, o cheque passou a ser o único instrumento de pagamento em suporte de papel
compensado no SPA, correspondendo a 100% das quantidades e dos montantes deste novo subsistema. Em 2016,
foram compensados 427 Mil cheques no montante de Kz 1.131.784 Milhões.

Em 2016, o Subsistema de Transferências a Crédito (STC) processou 6,68 Milhões de transferências, num montante
de Kz 1.671.636 Milhões. O número e montante de operações processadas nesse subsistema apresentaram um
crescimento mais do que proporcional (mais de 100%) devido ao aumento significativo das operações do Ministério
das Finanças nesse subsistema.

Painel 19: Transferências Efectuadas no STC

Fonte: BNA

10
Não inclui saldos de compensação.

51
Na rede Multicaixa, em 2016, foram registadas cerca de 200 Milhões de operações, o que corresponde a um aumento de
21,5% face ao ano anterior, das quais 56,2% foram levantamentos e 43,8% pagamentos. O Multicaixa é o subsistema
com maior número de operações processadas no SPA, reflectindo assim as suas características de subsistema de
operações de retalho. A quota de cartões activos na rede Multicaixa registou um aumento de 5,2% em 2016, tendo
as operações financeiras registado um crescimento de 21,3%. Os números acima referenciados deixam concluir que
existe maior aderência ao uso de cartões de débito por parte dos agentes económicos para as suas transacções.

Painel 20: Operações no Multicaixa em 2016

Fonte: BNA

4.4. Controlo e Acompanhamento do SPA

O controlo e acompanhamento dos sistemas de pagamentos é uma das funções dos bancos centrais, que têm por
finalidade assegurar que os sistemas de pagamentos sejam seguros, eficientes e eficazes, para promover a segurança e
a excelência do seu funcionamento, através da minimização de potenciais riscos e, desta forma, garantir a estabilidade
das instituições financeiras e dos mercados.

As acções no âmbito da actividade de oversight traduziram-se em análises e inspecções periódicas ou eventuais,


determinadas por eventos específicos, usando a metodologia de referência para o efeito e os instrumentos mencionados
no documento “Política de Vigilância do BNA”.

Durante o ano de 2016, foram elaborados relatórios-síntese mensais de oversight, contendo a avaliação global
qualitativa e quantitativa sobre os subsistemas do SPA (inclui aspectos relacionados com disponibilidade e incidentes),
acções relevantes a nível do SPA, com base em análises de dados estatísticos recolhidos sobre os subsistemas do SPA
(SPTR, STC, SCV/SCC e MCX), bem como sobre remessas de valores, contas bancárias e clientes, informações que
foram remetidas pelos operadores e participantes do SPA.

52
Relatório e Contas • 2016

PARTE III – P
 OLÍTICAS DO BANCO CENTRAL
E DESEMPENHO DOS MERCADOS

53
54
Relatório e Contas • 2016

5. Política Monetária e Gestão de Liquidez

5.1. O Quadro Operacional da Política Monetária – Instrumentos de Política

Em 2011, foi criado um Novo Quadro Operacional para a condução da Política Monetária (NQOPM), contendo um
conjunto de instrumentos e de medidas, que se esperam benéficas para uma maior eficácia e coordenação das acções
das autoridades nacionais no domínio do combate à inflação. No âmbito do referido quadro passou a ser definida uma
taxa básica de juros, como o principal indicador do curso da política monetária. O referido quadro dota o BNA de uma
série de instrumentos de Política Monetária, nomeadamente:

a) Facilidades Permanentes de Cedência e Absorção de Liquidez:

As Facilidades Permanentes de Gestão de Liquidez são realizadas por iniciativa das instituições financeiras
bancárias, apresentam uma frequência diária e têm como objectivo ceder e absorver liquidez no prazo
overnight bem como controlar as taxas de juro do mercado interbancário, uma vez que definem um corredor
(tecto e piso) para a taxa de juro na maturidade “overnight” do MMI.

As Facilidades Permanentes de Cedência de Liquidez são operações reversíveis suportadas por Títulos
Públicos em moeda nacional (BT, OT e TBC) de qualquer maturidade, destinadas a ceder liquidez às
Instituições Financeiras Bancárias pelo prazo “overnight”. A taxa de juro desta facilidade é predefinida
pelo BNA, em reunião de CPM.

Por outro lado, as Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez correspondem a depósitos constituídos
pelas instituições financeiras bancárias junto do BNA, destinados a absorver liquidez, sem limites para os
montantes depositados. O BNA tem disponível operações com maturidades overnight (FAO) e a sete dias
(FAL7), tendo esta última sido introduzida em Dezembro de 2015.

b) Operações de Mercado Aberto (OMA):

Apesar de o NQOPM criado em 2011 prever a utilização de Operações de Mercado Aberto com várias
especificações e diferentes modos de operacionalização, o BNA tem recorrido apenas às Operações
Ocasionais de Regularização, quer de cedência, quer de absorção de liquidez. Estas operações são executadas
por iniciativa do BNA, através de leilões, podendo também ser utilizados procedimentos bilaterais.

Nas operações de cedência de liquidez, o BNA toma a iniciativa de comprar títulos dos bancos comerciais. Como
pagamento dos títulos, o BNA credita a conta dos bancos comerciais no Banco Central, o que implica um aumento
na quantidade de reservas possuídas pelos bancos comerciais e logo, uma expansão da base monetária.

Nas operações de absorção de liquidez, por sua vez, o BNA toma iniciativa de vender títulos aos bancos
comerciais. Como pagamento dos títulos, o BNA debita a conta dos bancos comerciais, o que implica uma
redução na quantidade de reservas detidas pelos bancos comerciais e logo, uma contracção da base monetária.

c) Reservas Obrigatórias:

O coeficiente de reservas obrigatórias é um instrumento de Política Monetária que visa controlar os níveis
de liquidez na economia para além de garantir a protecção dos depositantes. O BNA pode definir a taxa
de reservas obrigatórias a ser aplicada quer em termos de moeda nacional como de moeda estrangeira.
Assim, um aumento ou redução do referido coeficiente influencia a liquidez no mercado monetário no
sentido oposto (redução ou aumento).

55
Para além de ter sob a sua responsabilidade a condução da política monetária, o BNA também assume um papel
de prestamista de última instância, salvaguardando a disponibilização de liquidez, num prazo mais alargado, às
instituições financeiras bancárias que tenham dificuldades ocasionais de liquidez. Estas operações de Redesconto
são realizadas através de contrato formal e o BNA aceita, como colateral, uma gama muito mais variada de activos,
abrangendo títulos e valores mobiliários, créditos e direitos creditórios. Este instrumento é também considerado
empréstimo remunerado à uma designada taxa de desconto.

As operações de Redesconto permitem colmatar lacunas de liquidez no sistema financeiro e servir de apoio a bancos
com dificuldades de tesouraria. Para o efeito, são estabelecidos dois níveis para as operações de Redesconto: as
operações de redesconto de I Nível e as de II Nível. Enquanto as primeiras se destinam à correcção de desequilíbrios
de curto prazo no fluxo de caixa das instituições financeiras (mas que ainda não configure desequilíbrio estrutural),
as segundas destinam-se a possibilitar o ajuste patrimonial de instituições financeiras com desequilíbrio estrutural.
Qualquer uma destas operações é efectuada a pedido da instituição financeira em causa e devidamente aprovado pelo
BNA. Sendo esta um instrumento de cedência de liquidez numa última instância, a taxa de juros que lhe está associada
deve, regra geral, ser superior a todas as restantes taxas para operações semelhantes. Como prestamista de última
instância, o BNA também concede crédito ao Governo pela via monetária ou através de títulos públicos em condições
específicas.

5.2. Objectivos e Medidas de Política Monetária

O objectivo final da política monetária é o bem-estar da sociedade. Embora seja difícil discordar deste objectivo,
certamente existe grande divergência entre os economistas de como implementá-lo na prática. Os monetaristas
enfatizam a estabilidade do nível de preços; os economistas keynesianos preferem o nível de emprego. A controvérsia
sobre a curva de Phillips terminou convencendo os economistas keynesianos que no longo prazo a política monetária
afecta somente o nível de preços e não o nível de actividade económica. Todavia, os economistas keynesianos
acreditam que mesmo assim o banco central pode contribuir para que a duração de uma recessão seja abreviada com
uma política monetária mais expansionista.

Para o efeito, o BNA baseado no Quadro Operacional de Política Monetária criado em 2011, recorreu aos instrumentos
nele plasmados, nomeadamente às Operações de Mercado Aberto (OMA) e às Facilidades de Absorção de liquidez
e os demais instrumentos de regulação de liquidez.

O impacto agregado das operações monetárias sobre a Base Monetária, no período em análise, foi de contracção.

5.2.1. Medidas de Política

Ao longo do ano de 2016, o BNA aumentou a taxa de juro de referência para 16% (+5 p.p.), a taxa de juro de Facilidade
de Cedência de liquidez Overnight para 20% (+7 p.p.) e a taxa da Facilidade de Absorção de liquidez com maturidade
de 7 dias para 7,25% (+5,5 p.p.).

O Coeficiente de Reservas Obrigatórias em moeda nacional aumentou em Abril de 2016 para 30%, com o objectivo
de reduzir a liquidez excedentária das Instituições Financeiras. O Coeficiente de Reservas Obrigatórias em moeda
estrangeira, por sua vez, manteve-se ao longo de todo o ano de 2016 nos 15,0%.

56
Relatório e Contas • 2016

5.3. Mercado Monetário

5.3.1. Mercado Primário de Títulos Públicos

A emissão de títulos do Tesouro em moeda nacional, em 2016, situou-se em Kz 2.282,3 Mil Milhões, dos quais Kz 1.546,0
Mil Milhões em Bilhetes do Tesouro (BT) e Kz 736,3 Mil Milhões em Obrigações do Tesouro (OT). Comparativamente
a 2015, o volume das emissões de títulos públicos em moeda nacional, em 2016, foi superior em cerca de 118,1%.
As emissões visaram, para além do pagamento do serviço da dívida interna titulada, a criação de receitas em moeda
nacional para a cobertura das despesas correntes e de investimento, do programa anual do Executivo, em conformidade
com o Orçamento Geral do Estado.

Painel 21: Emissão e Resgate de Títulos em 2016

Emissões em 2016 Resgates em 2016


250 000,00
160 000,00
200 000,00 140 000,00
120 000,00
Kz Milhões

150 000,00 100 000,00


Kz Milhões

80 000,00
100 000,00
60 000,00
40 000,00
50 000,00
20 000,00
0,00 0,00

BT OT BT OT

Fonte: BNA

Por outro lado, os pagamentos do Tesouro Nacional decorrentes do resgate de títulos públicos ocorridos em 2016
totalizaram Kz 1.607,3 Mil Milhões, dos quais Kz 1.176,0 Mil Milhões por resgates de Bilhetes do Tesouro e Kz 431,3 Mil
Milhões por resgates de Obrigações do Tesouro. Comparativamente a 2015, o volume do serviço da dívida pública interna
titulada foi superior em 100%, devido fundamentalmente ao aumento do volume das emissões ocorridas em 2016.

O stock de títulos públicos em moeda nacional, a 31 de Dezembro de 2016, situou-se nos Kz 4.307,0 Mil Milhões, dos
quais cerca de Kz 941,4 Mil Milhões (21,9%) em Bilhetes do Tesouro e Kz 3.365,6 Mil Milhões (78,1%) em Obrigações
do Tesouro. Comparativamente ao ano de 2015, observou-se em 2016 um aumento do stock em cerca de 75,6%.

O efeito líquido das emissões com Títulos do Tesouro (BT e OT) sobre a liquidez foi de contracção em cerca de Kz 518,4
Mil Milhões, em resultado do volume das emissões ter sido superior ao volume de pagamentos de resgates e juros
ocorridos no ano. O endividamento público por emissão de Títulos do Tesouro em 2016 correspondeu a 104,5% da sua
previsão para o ano.

57
Gráfico 10: Stock de Títulos em 2016

4 000 000,00
3 500 000,00
3 000 000,00
2 500 000,00
2 000 000,00
1 500 000,00
1 000 000,00
500 000,00
0,00

OT BT
Fonte: BNA

Relativamente às taxas de juro no mercado primário, estas apresentaram uma tendência crescente em todas
as maturidades.

No final do ano de 2016, as taxas médias de juro nominais dos Bilhetes do Tesouro situavam-se em 18,6%, 24,1%
e 24,7%, para as maturidades de 91, 182 e 364 dias, respectivamente. Face ao ano anterior, as taxas nominais dos
títulos de curto prazo apresentaram aumentos de 4,7 p.p., 9,1 p.p. e 9,4 p.p., respectivamente.

Gráfico 11: Taxas de Juro no Mercado Primário em 2016

Fonte: BNA

Relativamente aos títulos do Tesouro Nacional de médio e longo prazo, nomeadamente as Obrigações do Tesouro em
Moeda Nacional, as taxas de juro nominais das Obrigações do Tesouro indexadas à taxa de câmbio mantiveram-se
inalteradas, ao longo do ano, nos 7,0%, 7,3%, 7,5% e 7,8% para as maturidades a 2,3,4 e 5 anos, respectivamente.

58
Relatório e Contas • 2016

5.3.2. Operações de Mercado Aberto (OMA)

No âmbito da regularização de liquidez através das operações monetárias, o volume global das Operações de Mercado
Aberto (OMA), para absorção de liquidez em 2016, foi de Kz 577,00 Mil Milhões e o seu impacto na liquidez foi
contraccionista em Kz 1,01 Mil Milhões. Comparativamente ao ano de 2015, o volume de Operações de Mercado
Aberto em 2016 foi superior em cerca de 505,7%.

As taxas de juro médias das OMA para as maturidades a 28 e 63 dias aumentaram ao longo do ano 3,5 p.p. e 3,0 p.p.
fixando-se em 11,0% e 13,0%, respectivamente.

5.3.3. Facilidades Permanentes de Liquidez

Em 2016, o recurso às operações de Facilidade de Cedência de Liquidez (FCO) permitiu que as instituições bancárias
acedessem ao financiamento overnight do BNA nos termos regulamentares. O volume dessas operações no ano
ascendeu a um valor médio mensal de Kz 41,0 Mil Milhões, com maior incidência no III Trimestre de 2016.

Gráfico 12: Taxas de Juro no Mercado Primário em 2016

Fonte: BNA

5.4. Mercado Monetário Interbancário

No que respeita ao mercado monetário interbancário, em 2016, as operações de cedência de liquidez sem garantia
entre as instituições bancárias baixaram a um volume médio mensal de Kz 106,6 Mil Milhões, tendo-se observado uma
redução de cerca de 79,7% comparativamente ao ano de 2015.

59
Painel 22: Evolução das Taxas do MMI

Fonte: BNA

A taxa LUIBOR overnight, apurada com base nas operações de cedência de liquidez sem garantia entre as instituições
bancárias, observou uma tendência de aumento ao longo de todo o ano de 2016, com maior incidência no mês de Novembro,
reflectindo a tendência da inflação no período. Nesse mês de Novembro, a taxa LUIBOR situou-se nos 22,7% (contra os
14,3% no mês de Outubro), apresentando um aumento de 8,4 p.p. Em Dezembro de 2016, a taxa LUIBOR overnight situou-
se nos 23,4%, registando um aumento de 12,0 p.p. face ao ano de 2015, em que a taxa se situava em 11,3%.

A taxa LUIBOR nas restantes maturidades, 1, 3, 6, 9 e 12 meses, apresentaram uma tendência similar, situando-se nos
17,4%, 18,2%, 18,3%, 19,7% e 20,2%, respectivamente, para cada uma das maturidades.

6. Política Cambial

6.1. Objectivos e Metas da Política Cambial

Para além dos instrumentos de Política Monetária, o BNA pode influenciar a liquidez do sistema recorrendo aos seus
instrumentos de política cambial. De referir que, dada a dependência da economia angolana face ao exterior, tanto
pelo facto de o petróleo ser a principal fonte de receitas em moeda estrangeira, como pelo facto do país ser importador
líquido, isto é grande parte dos insumos produtivos e de bens e serviços consumidos internamente são importados, o
mercado cambial ganha uma visibilidade especial e um peso determinante no controlo da inflação.

6.2. Instrumentos de Política Cambial

O regime cambial em vigor em Angola é um regime de câmbio administrado (dirty floating), através do qual o BNA
controla a taxa de câmbio, comprando e vendendo a moeda estrangeira. Assim, por este meio, o BNA pode gerir a
liquidez existente no sistema, provocando uma expansão ou contracção da base monetária através da compra ou venda
de divisas ao mercado, buscando influenciar o comportamento da taxa de câmbio.

6.2.1. Mercado Cambial Primário

Na sequência da redução do preço do petróleo no mercado internacional a partir de meados de 2014, o BNA de modo
a ajustar os procedimentos de realização das sessões de compra e venda de moeda estrangeira, com o objectivo de
preservar o equilíbrio entre a operacionalização do mercado cambial e os objectivos de política cambial, publicou

60
Relatório e Contas • 2016

o Instrutivo nº 10/15 de 4 de Junho, que estabelece que as sessões podem ser de venda ou de compra de moeda
estrangeira, realizadas sob a forma de leilão ou através de venda directa.

O Executivo prevendo constrangimentos a nível da oferta de divisas no mercado, tendo em conta as projecções do preço
do petróleo, que apontavam cotações inferiores às verificadas em 2015, definiu através do documento denominado,
Linhas Mestras da Estratégia para a Saída da Crise Derivada da Queda do Preço do Petróleo no Mercado Internacional,
que o BNA devia efectuar venda de divisas priorizando determinados sectores, visando nomeadamente:

(i) garantir a manutenção do emprego (matérias primas e outros insumos, equipamento e peças de reposição, salários
de técnicos especialistas e operações do sector petrolífero); (ii) a contenção da inflação (bens alimentares e outros de
consumo corrente de primeira necessidade e combustíveis); (iii) a saúde e a educação das populações (medicamentos,
livros, material escolar e salários de médicos e professores estrangeiros); e (iv) a realização de despesas prioritárias
do Estado (operações inadiáveis).

Assim, as vendas de divisas passaram a ser predominante sob a forma de vendas directas, com o objectivo de permitir
uma melhor gestão dos recursos escassos, bem como assegurar que o controlo destas operações pudesse ser efectuado.
A alocação de divisas sob a forma de leilões, por um lado, não garante que os bancos utilizem os recursos disponibilizados
para os sectores ou entidades que o Executivo elegeu como prioritárias, e por outro lado, em função da dispersão e
das vicissitudes técnicas e operacionais dificulta a capacidade de controlo da execução desses recursos, para que os
mesmos não sejam utilizados para fins diversos para os quais foram disponibilizados.

Nesta conformidade, o BNA passou a interagir com os Departamentos Ministeriais para que estes indicassem as
entidades e operações prioritárias de modo a alcançar os objectivos definidos no documento Linhas Mestras da
Estratégia para a Saída da Crise Derivada da Queda do Preço do Petróleo no Mercado Internacional.

Contudo, atendendo ao facto de que o BNA não estava preparado, quer em termos tecnológicos, como humanos,
para fazer face ao aumento vertiginosos de operações por executar, surgiram algumas insuficiências que, no entanto,
não comprometeram o êxito do Programa, uma vez que se observou, de facto, o aumento da oferta de bens e,
consequentemente, a desaceleração do ritmo de crescimento dos preços na economia, principalmente no terceiro
quadrimestre do ano.

Fruto da necessidade de divisas para a importação de bens e serviços bem como a realização de diversos compromissos
externos, foram colocados no mercado cambial durante o ano de 2016, através de leilões e vendas directas realizadas
no mercado primário, recursos cambiais cifrados em USD 10.874,1 Milhões, tendo sido observado um decréscimo de
37,8% comparativamente ao ano de 2015. Os bancos comerciais adquiriram dos seus clientes, incluindo as companhias
petrolíferas, USD 2.313,9 Milhões, contra USD 2.669,2 Milhões no ano anterior. No mercado interbancário foram
transaccionados USD 12,1 Milhões (contra USD 7,4 Milhões em 2016). No total, as divisas adquiridas pelos bancos
somaram USD 13.200,1 Milhões, contra USD 20.160,9 Milhões no ano anterior, ou seja, um decréscimo de 34,5%.

61
Gráfico 13: Vendas de Divisas

Fonte: BNA

As vendas de divisas directas para assegurar questões prioritárias, isto é, excluindo os leilões de vendas de divisas do
BNA aos bancos comerciais, situaram-se nos USD 9.133,3 Milhões, o que corresponde a uma diminuição de 6,7% face
ao ano anterior em que se situaram nos 9745,2 Milhões.

Em 2016, no mercado primário, a taxa de câmbio de referência do Kwanza face ao dólar norte-americano fechou
com uma cotação de Kz 165,9 contra Kz 135,3 em Dezembro de 2015. Assim, em 2016 observou-se uma depreciação
nominal de aproximadamente 22,6%, contra uma depreciação de 31,5% em 2015. De referir que esta desvalorização
em 2016 ocorreu principalmente até meados de Abril, tendo-se verificado um período de estabilidade da cotação da
moeda nacional até o fim do ano.

Quadro 8: Taxas de câmbio nos diversos mercados

dez / 2012 dez / 2013 dez / 2014 dez / 2015 dez / 2016
Mercado Primário (USD/Kz) 95,826 97,619 102,863 135,315 165,903
Variação Média 0,57% 1,87% 5,37% 31,55% 22,60%
Mercado Secundário - Divisas (USD/Kz) 97,672 98,807 103,727 144,610 193,955
Variação Média 0,95% 1,16% 4,98% 39,41% 34,13%
Mercado Informal (USD/Kz) 104,833 104,667 123,750 264,583 474,167
Variação Média 2,36% -0,16% 18,23% 113,80% 79,21%
Casas de Câmbio (USD/Kz) 101,053 101,920 117,900 221,079 378,400
Variação Média 0,68% 0,86% 15,68% 87,51% 71,16%
Fonte: BNA

62
Relatório e Contas • 2016

6.2.2. Mercado Cambial Secundário

Por outro lado, as vendas de divisas dos bancos comerciais aos seus clientes em 2016 diminuíram 42,8% face ao ano
anterior para os USD 10.547,1 Milhões (USD 18.432,2 Milhões em 2015), o que corresponde a uma execução de 79,1%
das divisas que adquiram através das várias fontes (BNA, Clientes e Mercado interbancário). Do total das vendas de
divisas aos bancos comerciais, 54,9% foram destinados às operações de mercadorias, 38,0% para as operações de
invisíveis, 4,4% para reposição cambial, 1,8% para operações de capitais e 0,9% destinadas às casas de câmbio. Em
termos gerais e relativamente ao ano anterior, verifica-se um aumento do peso das operações de mercadorias (em
mais 4,0 p.p.) e das operações de invisíveis (em mais 0,6 p.p.) no total das vendas de divisas e uma redução do peso
das operações de reposição cambial (em menos 3,2 p.p.), das casas de câmbio (em menos 1,3 p.p.) e das operações de
capitais (em menos 0,2 p.p.) no total das vendas de divisas.

O comportamento da taxa de câmbio do mercado secundário respondeu às fortes pressões da procura de moeda
estrangeira, dada a sua escassez resultante da queda da capacidade das reservas cambiais em sustentar as
necessidades dos clientes.

A taxa de câmbio do mercado secundário de divisas depreciou-se no final do ano de 2016 em relação ao período
homólogo do ano anterior em 22,7%, ao passar de Kz 137,7 por dólar norte-americano em Dezembro de 2015 para os Kz
169,0 em Dezembro de 2016. No período em análise, a taxa de câmbio do mercado secundário de notas em relação ao
Dólar norte-americano atingiu a cotação de Kz 194,0 contra Kz 144,6 em 2015, tendo sido observada uma depreciação
nominal de 34,1% contra 36,7% do ano anterior.

Em consequência da conjuntura do mercado cambial, em todos os segmentos de mercado observaram-se depreciações,


todavia com uma tendência estável no mercado formal com realce para uma tendência crescente no mercado cambial
secundário.

A pressão que se observou no mercado cambial concorreu para os níveis de depreciação observados, dada a necessidade
de importações de bens e serviços para satisfazer a procura interna por bens e serviços.

Resumindo, apesar das medidas tomadas pelo BNA no sentido de atenuar a pressão sobre o mercado cambial, este
permaneceu ainda com alguns desequilíbrios durante o ano de 2016, como reflexo dos problemas de liquidez no
mercado cambial bem como das expectativas de desvalorização e dos controlos cambiais.

7. Reservas Internacionais

A posição das reservas internacionais brutas no final de 2016 foi de US$ 24.325,2 Milhões (23,9% do PIB), contra USD
24.419,5 Milhões (21,2% do PIB) do final de 2015, correspondente a uma cobertura de 11,4 meses de importação,
contra 7,7 meses em 2015. Apesar da redução das receitas de exportação de petróleo e da intervenção do Banco
Nacional de Angola no mercado cambial para atender a procura, a variação percentual negativa das reservas brutas
em 2016 foi de apenas 0,3%, comparativamente ao ano de 2015.

63
Gráfico 14: Reservas Brutas e Rácio de Cobertura das Importações

Fonte: BNA

Em termos gerais, as reservas internacionais brutas no final de 2016 permaneceram em níveis confortáveis, com uma
cobertura acima da meta dos seis meses de importação de bens e serviços (meta de convergência da SADC), apesar
das incertezas e a volatilidade dos preços do petróleo no mercado internacional.

8. Impactos das Operações de Mercado sobre a Base Monetária

Analisando o Balanço do BNA verifica-se que, em 2016, a Base Monetária Ampla contraiu em 5,4% relativamente ao ano anterior,
situando-se nos Kz 1.584,2 Mil Milhões, derivado essencialmente, da contracção da Base Monetária Restrita em 7,1%, tendo as
Outras Obrigações face às Outras Instituições Financeiras Monetárias (OIFM) registado uma expansão de 57,1% relativamente
ao ano anterior. Em particular, a Base Monetária Restrita em MN, apresentou uma contracção de 10,5% em 2016.

Quadro 9: Base Monetária


2014 2015 2016 2015 2016
Em Kz mil milhões T.V.H. (%)
Base Monetária ampla 1 580,65 1 675,45 1 554,4 6,0 -7,2
Base Monetária Restrita 1 237,69 1 631,40 1 485,4 31,8 -8,9
Notas e Moedas em Circulação 477,98 519,59 496,4 8,7 -4,5
Reserva bancária 759,72 1 111,81 989,1 46,3 -11,0
Depósitos obrigatórios 661,85 885,21 821,2 33,7 -7,2
Depósitos obrigatórios -MN 384,82 765,59 682,3 98,9 -10,9
Depósitos obrigatórios -ME 277,03 119,62 138,9 -56,8 16,2
Depósitos livres 97,86 226,60 167,8 131,6 -25,9
Depósitos livres - MN 67,73 214,39 153,7 216,5 -28,3
Depósitos livres - ME 30,13 12,21 14,2 -59,5 16,1
Outras Obrigações face a outras instit. monetárias 342,96 44,05 68,9 -87,2 56,5

Memorando:
Base monetária ampla em moeda nacional 1 273,49 1 543,62 1 401,3 21,2 -9,2
Base monetária restrita em moeda nacional 930,53 1 499,57 1 332,3 61,2 -11,2

Fonte: BNA

64
Relatório e Contas • 2016

A contracção da Base Monetária Restrita em 2016 reflectiu não só a diminuição da reserva bancária em 9,3%, mas
também das notas e moedas em circulação em 2,6%. A evolução negativa da reserva bancária está associada, por um
lado, à contracção significativa dos depósitos livres em moeda nacional em 28,3%, em grande parte devido à aplicação
em Facilidades de Absorção de Liquidez a 7 dias. Os depósitos obrigatórios em moeda nacional contraíram 10,9%, com
a queda a ocorrer principalmente no mês de Dezembro.

Os depósitos obrigatórios em ME e os depósitos livres em ME, por sua vez, registaram uma expansão de 16,1%
e 179,0%, respectivamente, reflexo da desvalorização cambial, sendo que tirando o efeito cambial, os depósitos
obrigatórios em ME diminuíram 5,3% e os depósitos livres em ME expandiram 129,4%.

Painel 23: Reserva Bancária - Depósitos Obrigatórios e Livres

Fonte: BNA

Em 2016, a contracção da Base Monetária Ampla em termos nominais teve como contrapartidas a diminuição em
15,2% dos Activos internos líquidos, não obstante o aumento das Reservas internacionais líquidas (RIL) em 5,1%,
em moeda nacional. Contudo, importa referir que a evolução positiva desta rubrica reflectiu a depreciação cambial
de 22,6% ocorrida nos últimos 12 meses. Quando analisadas em dólar norte-americano, as reservas internacionais
líquidas apresentaram uma redução de cerca de 14,3% face ao ano anterior, reflectindo a deterioração das contas
externas, associada à manutenção em baixa do preço do petróleo e à elevada necessidade de importações de bens
e serviços, o que provocou fluxos de saída de divisas superiores às entradas.

O exercício de 2016 caracterizou-se, no tocante à emissão monetária, por uma política prudente, tendo-se privilegiado
a recirculação, sem prejuízo da qualidade e quantidade de notas e moedas à disposição da economia. Assim, durante
o período em análise a emissão monetária registou uma redução de cerca de 52,0% relativamente ao período anterior,
com a emissão de 145,0 Milhões de notas, contra 302,1 Milhões de notas em 2015, isto é, menos 157,1 Milhões de
notas emitidas em 2016. Financeiramente, registou-se igualmente uma redução no valor emitido na ordem dos 14,7%
ou seja, menos Kz 32.975,0 Milhões.

Quanto à Circulação Monetária, a sua composição no período em análise foi constituída por 471,9 Milhões de notas
e por 334,4 Milhões de moedas metálicas. Isto representou financeiramente, um total de Kz 506.005,6 Milhões sendo
99,5% em notas (Kz 503.475,6 Milhões) e 0,5% em moedas metálicas (Kz 2.530,0 Milhões).

65
Gráfico 15: Emissão versus Circulação Monetária (Representação Financeira)

Fonte: BNA

Em síntese, importa realçar que, em termos de política monetária, o BNA adoptou uma conduta prudente ao longo de
2016. Com efeito, aumentou as suas taxas directoras, aumentou os requisitos de reservas dos depósitos em Kwanzas
e retomou a utilização de instrumentos para a absorção de liquidez. Porém, apesar destes esforços, verificou-se ainda
um excesso de liquidez no sistema bancário, em grande parte devido ao aumento do crédito líquido ao Governo Central
e do crédito as outras instituições financeiras monetárias. Sendo assim, em 2017, a política monetária deverá continuar
a visar uma redução significativa do excesso de liquidez através dos seus instrumentos de política monetária, e uma
coordenação e colaboração estreita com os bancos que enfrentam problemas de liquidez de forma a reduzir ou mesmo
eliminar as suas necessidades de liquidez.

9. Os Agregados Monetários e a Balança de Pagamentos

9.1. Evolução dos Agregados Monetários

O ano de 2016 foi caracterizado por uma expansão monetária, não obstante a adopção de uma política monetária
restritiva por parte do BNA e a forte desaceleração da actividade económica nacional. Com efeito, a oferta de moeda
em sentido mais lato, representada pelo agregado monetário M3 e o agregado monetário M2, cresceram 14,3%
e 14,4%, respectivamente, face ao ano anterior.

66
Relatório e Contas • 2016

Quadro 10: Síntese Monetária


2014 2015 2016 2015 2016
Em Kz mil milhões T.V.H. (%)
Activos Externos Líquidos 3 082,40 3 570,44 3 973,43 15,8 11,3

BNA 2 889,36 3 361,05 3 637,01 16,3 8,2


Reservas Internacionais Líquidas 2 787,74 3 283,52 3 550,20 17,8 8,1
Bancos Comerciais 193,03 209,39 336,42 8,5 60,7
Activo interno líquido 2 027,72 2 141,46 2 546,35 5,6 18,9

Crédito Interno líquido 3 015,87 3 821,20 4 435,62 26,7 16,1


Crédito Líquido ao Governo Central 69,17 351,75 998,99 408,6 184,0
Crédito ao Governo Central 2 001,79 2 582,17 3 672,97 29,0 42,2
Depósitos do Governo Central 1 932,62 w2 230,42 2 673,98 15,4 19,9
Crédito à Economia 2 946,70 3 469,35 3 436,63 17,7 -0,9
Outros activos líquidos -988,15 -1 679,74 -1 889,27 70,0 12,5

Fonte: BNA
Nota 1 - a partir de Agosto de 2011, as contas do BNA são baseadas na revisão do Plano de Contas e a partir de Julho de 2014 são baseados no novo Plano de Contas.
Nota 2 - A partir de Janeiro de 2011, há uma quebra metodológica nas séries temporais, devido à melhoria na classificação e sectorização das contas das outras Instituições Financeiras Monetárias (OIM).

Em contrapartida da expansão monetária, realça-se o crescimento em 8,1% dos activos externos líquidos no BNA, com
as reservas internacionais liquidas a expandirem 5,1%, quando convertidas para moeda nacional. Note-se, no entanto,
que este crescimento foi justificado sobretudo pelo efeito da depreciação da taxa de câmbio ocorrida nos últimos 12
meses pois, considerando as reservas internacionais líquidas em USD, estas reduziram cerca de 14,3% face ao ano
anterior. Registou-se também uma expansão de 59,8% dos Activos Externos dos Bancos Comerciais.

O aumento do crédito líquido à Administração Central determinou a expansão do crédito interno líquido em 13,2% face
ao ano anterior, uma vez que o crédito à economia diminuiu 2,4%.

O crédito líquido ao Governo Central aumentou significativamente em 167,8% face ao ano anterior, explicado pelo
aumento de 39,2% no crédito concedido ao Governo Central para fazer face às suas necessidades de tesouraria, tendo
os depósitos do Governo Central no sistema bancário aumentado apenas 18,9%. Não obstante o expressivo aumento,
é substancialmente mais reduzido que no ano transacto (408,6%).

Quadro 11: Agregados Monetários


2014 2015 2016 2015 2016
Em Kz mil milhões T.V.H. (%)
M3 5 110,12 5 711,90 6 519,78 11,8 14,1
M2 5 103,48 5 703,75 6 515,97 11,8 14,2
M1 3 096,86 3 419,82 3 844,72 10,4 12,4
Notas e Moedas em poder do público 339,67 380,70 386,20 12,1 1,4
Depósitos à Ordem 2 757,19 3 039,12 3 458,52 9,8 27,7
Depósitos à ordem- MN 1 905,24 2 263,77 2 575,55 18,8 13,8
Depósitos à ordem - ME 851,95 775,35 882,97 -9,0 13,9
Quase-Moeda 2 006,62 2 283,92 2 671,25 13,8 17,0
Depósitos a Prazo - MN 1 166,64 1 258,27 1 553,71 7,9 23,5
Depósitos a Prazo - ME 839,98 1 025,65 1 117,55 22,1 9,0
Outros Instrumentos equiparáveis a depósitos* 6,63 8,16 3,80 23,1 -53,4


* Inclui títulos e acordos de recompra em moeda nacional e estrangeira
Fonte: BNA

67
O agregado monetário M2 totalizou os Kz 6.525,1 Mil Milhões (contra os Kz 5.703,7 Mil Milhões em 2015), representando
um aumento de 14,4%, em resultado da evolução positiva tanto dos passivos monetários (13,8%) como dos passivos
quase monetários (16,9%).

O crescimento das notas e moedas em poder do público (3,9%), dos depósitos à ordem em moeda nacional (13,8%)
e dos depósitos à ordem em moeda estrangeira (13,9%) explicou o comportamento dos passivos monetários (M1),
enquanto o aumento dos depósitos a prazo em moeda nacional (24,9%) e em moeda estrangeira (7,2%) explicou o
comportamento dos passivos quase-monetários.

De realçar que a reduzida evolução das Notas e Moedas em Poder do Público é fruto da contracção da liquidez bancária
por parte do BNA.

O M2 em MN, por sua vez, aumentou 16,4% face ao ano anterior (situando-se em Kz 4.542,1 Mil Milhões).

Em termos agregados, em 2016, os depósitos no sistema bancário situaram-se nos Kz 6.129,3 Mil Milhões, registando
um aumento de 15,1%, representando uma aceleração relativamente ao ano anterior em que os depósitos totais
cresceram cerca de 11,8%. A evolução positiva dos depósitos em 2016 deveu-se ao aumento registado tanto nos
depósitos à ordem (13,8%) como nos depósitos a prazo (16,9%). Nos depósitos à ordem destaca-se, essencialmente,
a diminuição dos depósitos do sector público excluindo a administração central em 33,3%, mas um aumento dos
depósitos à ordem das Outras instituições financeiras não monetárias em 24,8% e do sector privado em 16,7%. Nos
depósitos a prazo todas as rubricas registaram um aumento, destacando-se o dos depósitos das Outras Instituições
Financeiras não Monetárias em 78,0% face ao ano anterior.

O crédito à economia e, em particular, o crédito ao sector privado (que representou 96,3% do total do crédito concedido)
apresentou uma diminuição de 0,4% face ao ano anterior.

Relativamente, ao crédito por sectores de actividade registou um aumento de 0,7%, em particular, destaca-se aumento
do crédito ao sector da Educação em 89,5%, sector, bem como aos sectores, produção e distribuição de electricidade,
gás e água aumentou (49,0%), dos transportes (37,0%) e Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura (27,5%).
Por outro lado, a diminuição do crédito a Famílias com Empregados Domésticos em 83,4%, a Outras Actividades de
Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais em 17,7%, Indústria Transformadora em 16,7% e à Particulares em 16,1%.

Em termos de peso no total do crédito concedido à economia realça-se que, em 2016, o mesmo teve como principal
destino as empresas ligadas ao sector de “Comércio por Grosso e a Retalho” que se apropriou de 23,6% do total do
crédito concedido à economia (20,3% em 2015), seguido dos “Particulares” com 15,0% (18,0% em 2015), “Actividades
Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas” com 14,0% (13,9% em 2015) e “Construção” com 12,1%
(11,7% em 2015) e das empresas ligadas aos sectores de “Serviços Sociais” com 11,8% (15,0% em 2015).

Em 2016, houve um aumento do peso do crédito concedido sobretudo ao “Comércio por Grosso e a Retalho” (3,4 p.p.),
à “Agricultura, Produção animal, caça e silvicultura” (1,3 p.p.), à categoria “Transportes, Armazenagem e Comunicações”
(0,5 p.p.), à “Actividades Financeiras, Seguros e Fundos de Pensões” (0,4 p.p.) e uma redução do peso do crédito
concedido sobretudo aos particulares (3,0 p.p.).

Relativamente às condições de financiamento no sector bancário, realça-se que, em 2016, as taxas de juro praticadas
nas operações activas ao sector empresarial em MN registaram, em termos médios do ano, uma diminuição na
maturidade “até 180 dias” de 1,2 p.p. face a 2015, enquanto as maturidades de “180 dias até 1 ano” e “mais de 1 ano”
apresentaram aumentos de 1,4 p.p. e de 0,7 p.p., respectivamente. As taxas de juro do crédito empresarial em MN
oscilaram, em termos médios anuais, entre os 14,6% e os 15,7%.

Entretanto, as taxas de juro praticadas nas operações activas a particulares também apresentaram comportamentos
mistos, com a taxa de juros na maturidade mais curta a aumentar 4,1 p.p. em termos médios face a 2015, enquanto

68
Relatório e Contas • 2016

a maturidade mais longa registou uma diminuição muito ligeira de 0,1 p.p.. Em termos médios anuais de 2016, as taxas
neste segmento de crédito oscilaram entre os 12,6% e os 19,8% nas diferentes maturidades.

Relativamente às condições de financiamento no sector bancário, realça-se que, em 2016, as taxas de juro praticadas
nas operações activas ao sector empresarial em MN registaram, em termos médios do ano, uma diminuição na
maturidade “até 180 dias” de 1,2 p.p. face a 2015, enquanto as maturidades de “180 dias até 1 ano” e “mais de 1 ano”
apresentaram aumentos de 1,4 p.p. e de 0,7 p.p., respectivamente. As taxas de juro do crédito empresarial em MN
oscilaram, em termos médios anuais, entre os 14,6% e os 15,7%.

Entretanto, as taxas de juro praticadas nas operações activas a particulares também apresentaram comportamentos
mistos, com a taxa de juros na maturidade mais curta a aumentar 3,6 p.p. em termos médios face a 2015, enquanto
a maturidade mais longa registou um aumento de 1,2 p.p. Em termos médios anuais de 2016, as taxas neste segmento
de crédito oscilaram entre os 13,0% e os 20,0% nas diferentes maturidades.

Painel 24: Taxas de Juro do Crédito e dos Depósitos no Sistema Bancário (em f.d.p.)
Taxas de Juro do Crédito Empresarial em MN Taxas de Juro do Crédito a Particulares em MN
22,00%
24,00%
20,00% 22,00%
18,00% 20,00%

16,00% 18,00%
16,00%
14,00%
14,00%
12,00% 12,00%
10,00% 10,00%
dez/14

dez/15

dez/16

dez/14

dez/15

dez/16
jan/15
fev/15

jun/15

set/15

nov/15

jan/16
fev/16

jun/16

set/16

nov/16

jan/15
fev/15

jun/15

set/15

nov/15

jan/16
fev/16

jun/16

set/16

nov/16
ago/15

out/15

ago/16

out/16

ago/15

out/15

ago/16

out/16
mar/15
abr/15

mar/16
abr/16

mar/15
abr/15

mar/16
abr/16
jul/15

jul/16

jul/15

jul/16
mai/15

mai/16

mai/15

mai/16

Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MN Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MN

Taxas de Juro dos DP em MN Taxas de Juro dos DP em ME


7,00% 5,50%
6,50% 5,00%
6,00% 4,50%
4,00%
5,50%
3,50%
5,00% 3,00%
4,50% 2,50%
4,00% 2,00%
3,50% 1,50%
3,00% 1,00%
dez/14

dez/15

dez/16
jan/15
fev/15

jun/15

set/15

nov/15

jan/16
fev/16

jun/16

set/16

nov/16
ago/15

out/15

ago/16

out/16
mar/15
abr/15

mar/16
abr/16
jul/15

jul/16
mai/15

mai/16
ago/15

out/15

ago/16

out/16
abr/15

abr/16
dez/14

jul/15

dez/15

jul/16

dez/16
jan/15
fev/15

mai/15
jun/15

set/15

nov/15

jan/16
fev/16

mai/16
jun/16

set/16

nov/16
mar/15

mar/16

DP até 90 dias MN DP 91 a 180 dias MN DP até 90 dias ME DP 91 a 180 dias ME


DP de 181 dias - 1 ano MN DP mais de 1 ano MN DP de 181 dias - 1 ano ME DP mais de 1 ano ME

Fonte: BNA

O comportamento de ligeira subida das taxas de juro activas sobre o crédito empresarial e a particulares deverá reflectir
o desfasamento existente no mecanismo de transmissão da política monetária restrita do Banco Central, sendo que o aumento
do risco de crédito no sistema e o aumento do crédito malparado são factores que poderão pressionar as taxas futuramente.

Por sua vez, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em MN registaram aumentos ligeiros, em termos médios, nas
maturidades “até 90 dias” e “mais de 1 ano”. Por sua vez, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em ME, apresentaram
diminuições em todas as maturidades, excepto na maturidade “mais de 1 ano”. As taxas de juro passivas em MN oscilaram, em
termos médios anuais, entre os 3,9% e os 6,8%, enquanto as taxas de juro passivas em ME oscilaram entre os 2,0% e os 4,8%.

De destacar ainda que, a partir de Outubro, mas com principal incidência em Dezembro de 2016, as contas de Depósitos
à Ordem começaram a ser remuneradas, em 1,0% em MN e 2,2% em ME.

69
9.2. Desempenho da Balança de Pagamentos

A informação da Balança de Pagamentos reflecte o conjunto de transacções reais e financeiras a serem realizadas pelo
País com o resto do mundo durante o ano de 2016.

A redução do preço médio do petróleo bruto e a consequente queda das receitas de exportação das ramas angolanas
influenciou, negativamente, a posição externa da economia angolana. Porém, o saldo global da Balança de Pagamentos
em 2016, foi superavitário na ordem de USD 404,0 Milhões contra o saldo deficitário na ordem de USD 3.035,7 Milhões
do período homólogo, cujo desempenho foi impulsionado principalmente pela melhoria do défice da Conta Corrente.

Conta Corrente

A conta corrente da balança de pagamentos registou uma melhoria significativa do seu saldo deficitário em 70,1%, ao
passar de USD 10.272,8 Milhões, em 2015 para USD 3.071,0 Milhões em 2016. Deste modo, o défice da conta corrente
em 2016 corresponde a 3,0% do PIB, contra 8,9% observado em 2015.

Para a obtenção deste resultado, a conta de bens surge como a principal factor ao apresentar uma melhoria do seu saldo
superavitário na ordem de 16,5% que se situou em USD 14.548,4 Milhões em 2016, contra USD 12.488,6 Milhões em 2015,
continuando assim a desempenhar um papel importante nas contas externas. Esta melhoria deveu-se fundamentalmente
à redução das despesas de importação em 37,0%, apesar da queda das receitas de exportação em 16,9%.

Para as restantes contas, verificou-se uma melhoria do saldo deficitário das contas de serviços na ordem de 25,7%,
de rendimentos primários (que inclui salários, lucros e juros) em 11,0% e um ligeiro agravamento dos rendimentos
secundários (que inclui doações, remessas e outras transferências) na ordem dos 45,5%.

Gráfico 16: Conta Corrente e Suas Componentes

60 000,0
50 000,0
40 000,0
30 000,0
USD Milhões

20 000,0
10 000,0
0,0
2012 2013 2014 2015 2016
-10 000,0
-20 000,0
-30 000,0

Bens Serviços R. Primários R. Secundários Conta Corrente

Fonte: BNA

Os factores que estiveram na base do desempenho pouco favorável das exportações do país foram nomeadamente, a
queda do preço médio do petróleo bruto em 16,2%, bem como a ligeira redução do volume de exportações de petróleo
em 2,7%. O preço médio de petróleo das ramas angolanas passou de USD 50,0 por barril em 2015 para USD 41,8
por barril em 2016, ao passo que o volume de exportações de petróleo passou de 628,3 Milhões de barris para 611,2
Milhões de barris, respectivamente.

70
Relatório e Contas • 2016

Por sua vez, as importações de mercadorias registaram uma diminuição de USD 7.652,5 Milhões, com realce para
a queda das importações de máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos (USD 2.412,0 Milhões), material de
construção (USD 1.555,5 Milhões), combustível (USD 1.305,6 Milhões), veículos (USD 807,7 Milhões), bem como os
bens alimentares (USD 659,4 Milhões).

Quadro 12: Principais Produtos Importados em 2016 (em USD Milhões)

CATEGORIA DE PRODUTOS 2015 2016* Variação Relativa


Máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos 5 600,2 3 096,8 -44,7%
Bens alimentares 3 006,5 2 283,9 -24,0%
Combustível 3 018,0 1 490,3 -50,6%
Material de construção 2 509,5 1 131,2 -54,9%
Produtos químicos 1 087,5 856,3 -21,3%
Obras diversas 1 026,5 559,4 -45,5%
Aeronaves e embarcações 224,8 418,9 86,4%
Plásticos, borrachas, pele e couros 650,7 416,5 -36,0%
Veículos 1 156,3 336,6 -70,9%
Têxteis e vestuário 434,0 258,3 -40,5%
Outros 1 978,4 1 665,7 -15,8%
Total Geral 20 692,5 12 514,0 -39,5%
Fonte: BNA

Tendo em conta que a produção agro-industrial do País ainda é insuficiente para satisfazer a demanda interna, as
importações de bens alimentares continuam a representar um peso expressivo na estrutura das importações. O custo
com a importação de bens alimentares em 2016 situou-se na ordem de USD 2.347,0 Milhões, contra USD 3.006,5
Milhões registados no ano precedente, uma diminuição de 21,9%.

Em 2016, Portugal foi o principal país de procedência dos bens importados relegando a China para a segunda posição,
com um custo avaliado em USD 1.788,0 Milhões, contra USD 2.627,1 Milhões registados em 2015. As categorias de
bens com maior peso nas importações provenientes de Portugal foram, designadamente, as máquinas e aparelhos
mecânicos e eléctricos, os bens alimentares e os produtos químicos que tiveram um peso de 23,9%, 23,7% e 11,8%,
respectivamente, do valor total.

Conta de Capital e Financeira

A conta capital e financeira em 2016 apresentou um superavit de USD 6.029,2 Milhões, contra USD 6.927,3 Milhões em
2015, uma redução de USD 898,2 Milhões. Este resultado é explicado, essencialmente, pela redução do investimento
directo estrangeiro (IDE) líquido para USD 1.356,7 Milhões contra USD 8.235,5 Milhões registado em 2015,
representando uma redução de 83,5%. De realçar que o investimento directo estrangeiro mantém uma forte relação
com o desempenho do sector petrolífero, na medida que o fluxo de entrada do IDE depende, sobretudo, da execução de
projectos ligados maioritariamente ao sector petrolífero.

71
Gráfico 17: Conta Financeira e Suas Componentes

Fonte: BNA

A saída de capitais tanto através do investimento angolano no exterior como pela recuperação do investimento directo
estrangeiro em Angola, fixou-se em USD 12.068,3 Milhões, contra USD 7.940,9 Milhões em 2015, um aumento na
ordem dos 52,0%.

No que concerne ao endividamento externo, verificou-se um aumento dos desembolsos em USD 7.801,1 Milhões,
ao passar de USD 5.694,8 Milhões em 2015 para USD 13.495,8 Milhões em 2016, enquanto a amortização da dívida
externa passou de USD 6.086,3 Milhões em 2015 para USD 6.508,3 Milhões do período em análise. Assim, o fluxo
líquido relacionado com a dívida externa apresentou um superavit na ordem de USD 6.987,6 Milhões em 2016, contra
o saldo negativo de USD 391,5 Milhões em 2015.

A conta capital tem apresentado valores residuais ao longo dos anos, sendo o saldo da conta capital e financeira
praticamente determinado pela conta financeira.

10. Política de Gestão de Reservas

10.1. Objectivos e Metas da Política de Gestão de Reservas

As Reservas Internacionais Brutas têm como princípios-base da sua gestão a preservação do capital, a elevada liquidez
dos activos financeiros que a compõem e a obtenção de retorno ajustado ao perfil conservador do Banco Nacional de
Angola enquanto Banco Central, à luz da política de investimentos aprovada pelo Comité de Investimentos.
As metas da gestão das reservas internacionais materializadas através da política de Investimentos visam:

• G arantir a liquidez necessária para cumprimento das obrigações soberanas de curto prazo em moeda
estrangeira e os objectivos da estabilidade do valor da moeda nacional;
• Diversificar a carteira tendo em conta as oportunidades de investimento;
•Gerir com parcimónia os activos que compõem as reservas internacionais, considerando que estes
representam, quer uma garantia para o país, quer uma parcela significativa da sua riqueza.

72
Relatório e Contas • 2016

10.2. Instrumentos e Medidas de Política de Gestão de Reservas

Para efeitos do cumprimento da política de investimento, as reservas internacionais estão segmentadas em três tranches:
a) de liquidez; b) intermédia; e c) de investimento, sendo elegíveis, de acordo com a política de Investimento, os instrumentos do
mercado monetário, os instrumentos de rendimento fixo (soberanos, supranacionais, agências governamentais e corporativa
com elevada qualidade), os instrumentos de renda variável que garantem a preservação de capital e o Ouro Monetário.

Com referência a 31 de Dezembro de 2016, as Reservas Internacionais Brutas contraíram 0,3% no ano, situando-se em USD
24.352,5 Milhões, devido a uma gestão prudente das disponibilidades cambias e uma maior contenção da despesa fiscal.

Os investimentos com os recursos que compõem as Reservas Internacionais Brutas são efectuados adoptando uma
estratégia activa, com perfil conservador, de acordo com as boas práticas da gestão das reservas emanadas dos
organismos multilaterais, designadamente o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Quadro 13: Alocação por Classe de Activo a 31 de Dezembro de 2016

Classes de Activo
Instrumentos do mercado monetário (Depósitos Bancário e Equivalentes) 43%
Títulos de Dívida (Soberanas, Supranacionais e Agências Governamentais) 49%
Ouro 3%
Outros Investimentos 5%
100%
Fonte: BNA

A exposição por moeda, no final do exercício, repartiu-se em 73,0% em Dólar norte-americano, 11,0% em Euro, 10,0%
em Libra esterlina e 6,0% em outras moedas.

A qualidade de crédito da carteira sob gestão do Banco Nacional de Angola é de 70,0% em entidades com notação de
rating considerado como um bom grau de investimento (superior a BB). A duração média da carteira sob gestão fechou
em torno dos 3 anos, sendo que o nível de liquidez dos activos se situou acima dos 95,0%. O Valor em Risco total da
carteira saldou-se em 2,8% no final de 2016, representando a perda máxima esperada dos investimentos efectuados.
A rentabilidade anualizada dos investimentos com as reservas internacionais situou-se em torno de 3,0%, inferior em
200 p.b. comparativamente ao exercício de 2015, considerando a manutenção de um ambiente de baixas taxas de juros
para os instrumentos monetários e de rendimento fixo.

11. Política de Prevenção do Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo

O BNA, enquanto autoridade de supervisão, tem como objectivos estratégicos garantir a solidez e estabilidade do
Sistema Financeiro Angolano. No âmbito da prevenção do Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo
(BC/FT), Angola assumiu o compromisso de executar um Plano de Implementação Estratégica (PEIP), o qual visa
a implementação dos padrões internacionais de combate ao BC/FT do Grupo de Acção Financeira (GAFI).

No que respeita à execução do PEIP, o BNA implementou as Recomendações do GAFI aplicáveis à sua actividade
e à das Instituições Financeiras (IFs) bancárias e não bancárias sob sua supervisão. Como resultado na visita do GAFI a Angola em
Janeiro de 2016, foi verificado que o país endereçou as deficiências estratégicas na prevenção do BC/FT e incluiu tais deficiências
nos seus planos de acção. Desta forma, Angola deixou de constar da Lista Cinzenta do GAFI e passou a ser considerado um país
cooperante, deixando de necessitar da monitorização trimestral pelo grupo, conforme notícia publicada no site do GAFI.

73
11.1. Progressos da Regulação e Supervisão no âmbito da prevenção ao BC/FT

Em 2016, o BNA emitiu a seguinte regulação nos termos da prevenção ao BC/FT, Instrutivo N.º 24/16, de 16 de
Novembro, que estabelece os deveres de identificação e de diligência reforçada aplicáveis às pessoas de perfil de risco
elevado, independentemente da nacionalidade, local de residência ou jurisdição do respectivo exercício de funções.

O BNA, no âmbito de suas actividades de supervisão on-site e off-site, procurou descrever e sistematizar as actividades
de supervisão de prevenção do BC/FT realizadas em 2016, sendo:

(i) Actividades de supervisão on-site

Ano Descrição das actividades desenvolvidas

• Realização de inspecção prudencial a 22 IFs bancárias;


• Realização de inspecção no âmbito da cooperação com a UIF, a 2 IFs não bancárias;
2016
• Realização de inspecção no âmbito da cooperação com a Procuradoria, a 1 IF não bancária;
• Reunião prudencial com 6 Instituições Financeiras.

O resultado global das inspecções on-site das IFs bancárias mostrou o seguinte:

% de cumprimento Nível de cumprimento


Total de IFs
dos requisitos dos requisitos
>75% Bom 6
65%-75% Satisfatório 5
50%-65% Insuficiente 2

O restante das IFs ainda está


- Em fase de análise
em fase de inspecção on-site

Verifica-se que a maior parte das Instituições inspeccionadas em 2016 se encontra num nível Bom de implementação
dos requisitos de prevenção ao BC/FT e que ainda há uma quantidade elevada de Instituições Financeiras que devem
empenhar-se para cumprir com a regulamentação em vigor.

(ii) Actividades de supervisão off-site

Ano Descrição das actividades desenvolvidas

• Análise do Capítulo de Prevenção de BC/FT do Relatório de GC/SCI de 27 IFs não bancárias e 27 IFs bancárias;
• Análise do Questionário de Auto-Avaliação de 25 IFs bancárias e 36 IFs não bancárias;
2016 • Envio do Relatório de RCBs (nota de rodapé às IFs bancárias);
• Envio de estatísticas de prevenção ao BC/FT à UIF;
• Envio do Questionário do ESAAMLG (nota de rodapé sobre RCBs).

74
Relatório e Contas • 2016

Como resultado das acções de supervisão off-site , temos o seguinte:

Gráfico 18: Nível de Cumprimento de Requisitos de prevenção


ao BC/FT do Relatório de GC/SCI de IFs bancárias

Fonte: BNA

Assim, verifica-se que as instituições financeiras cumprem com cerca de 42,1% dos requisitos de prevenção ao BC/
FT adjacentes aos processos, políticas e procedimentos internos. Porém, cerca de 38,7% dos requisitos carecem de
averiguação in loco para se confirmar a sua implementação efectiva.

11.2. Comunicação com o SFA

Em 2016, no âmbito da prevenção do BC/FT, o BNA realizou as seguintes actividades de disseminação da informação
ao SFA.

11
Análises do Capítulo de prevenção ao BC/FT do Relatório de GC/SCI de 2015 de 27 IFs bancárias.

75
Actividades Descrição

• R ealização em 2016 de um workshop, em parceria com o FMI, sobre Relações de Correspondência Bancária
Workshops
em Angola em Novembro.

• Elaboração de Seminário de Prevenção ao BC/FT em Junho, no qual foi abordada a importância da


abordagem baseada no risco, onde foram convidadas 3 IFs para partilharem as experiências nos temas da
implementação da abordagem baseada no risco e os aplicativos informáticos de suporte. Por fim, foram
também apresentados os resultados da supervisão até a data.
• Elaboração de Seminário de Prevenção ao BC/FT em Julho, no qual foi abordado os progressos do BNA
Seminários
na prevenção ao BC/FT, a importância do investimento na área de prevenção ao BC/FT, bem como as
deficiências detectadas nas inspecções realizadas entre Novembro de 2015 e Abril de 2016.
• Elaboração de Seminário de Prevenção ao BC/FT em Novembro de 2016, com a participação da UIF, sobre
prevenção do BC/FT e a sua relação/ impacto nas Relações de Correspondência, bem como as acções do
BNA no âmbito da prevenção do BC/FT.

• P articipação em Seminário nas Ilhas Maurícias em Maio de 2016 sobre o Desafio da Supervisão Baseada
Formação no Risco;
• P articipação em Seminário em Novembro de 2016 sobre Correspondência Bancária em Cape Town.

11.3. Cooperação Nacional e Internacional

Em 2016, foram estabelecidos os seguintes protocolos de troca de informação nos processos de supervisão:

Ano Descrição das actividades desenvolvidas

• P rotocolo estabelecido com a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros com


vista à cooperação e troca de informação no âmbito da prevenção do BC/FT.
2016
• Protocolo entre o BNA e a Comissão do Mercado de Capitais com vista à cooperação e troca
de informação no âmbito da prevenção do BC/FT entre os supervisores do SFA.

11.4. Relações de Correspondência Bancária em Angola

No período entre 2013 e 2014, os primeiros sintomas relacionados com as contas nos bancos correspondentes dos
bancos do SFA começaram a reflectir-se, resultando num maior rigor exigido aos bancos correspondentes relativamente
aos fluxos de transferências e ao conhecimento quer do ordenante, quer do beneficiário, bem como a finalidade das
referidas operações, sob pena de aplicação de avultadas multas.
Com efeito, o BNA tem vindo a realizar no Sistema Financeiro Angolano um trabalho profundo, no que toca à emissão
e publicação de leis e regulamentos, e comunicação com o SFA sobre o tema, destacando-se:

(i) Regulação

Ano Descrição das actividades desenvolvidas

Estabelece as regras específicas aplicáveis às IFs bancárias que pretendem estender as


Aviso n.º 25/2012, de 14 de Agosto
suas actividades através da contratação de correspondentes bancários.
Directiva
Directiva que publica o Guia sobre a prevenção do BC/FT em relações de correspondência
n.º 02/DRO/DSI/2015,
bancária.
de 10 de Dezembro

76
Relatório e Contas • 2016

(ii) Actividades de supervisão on-site e off-site

Nas actividades de supervisão elencadas acima, ressalta-se que as Relações de Correspondência Bancária (RBCs)
também foram alvo de análise, especialmente no seguinte:

• Inspecções on-site sobre os requisitos de identificação de Diligência dos clientes;


• Envio de Questionários de RCBs do BNA e do ESAAMLG a IFs bancárias.

Como resultado dos questionários acima, verifica-se como maiores causas/factores de encerramento das RCBs,
o seguinte:

Gráfico 19: Maiores causas/factores nas decisões das IFs estrangeiras em encerrar ou restringir RCBs

PREOCUPAÇÕES COM OS RISCOS DE BC/FT NA SUA JURISDIÇÃO


MUDANÇA DOS REQUISITOS LEGAIS, REGULATÓRIOS OU DE SUPERVISÃO NAS … 7
FALTA DE RENTABILIDADE DE CERTOS SERVIÇOS OU PRODUTOS DE RCB 6
APETITE DE RISCO DAS INSTIT UIÇÕES ESTRANGEIRAS 6
IMPOSIÇÃO DE SANÇÕES INTE RNACIONAIS NA SUA JURISDIÇÃO 5
INCAPACIDADE/CUSTO PARA INSTIT UIÇÕES ESTRANGEIRAS NA REALIZ AÇÃO… 5
A SUA JURISDIÇÃO ESTÁ SUJEIT A A CONTRAMEDIDAS OU IDENTI FICADA… 5
A SUA INSTIT UIÇÃO TE M SIDO SANCIONADA PELA FALTA DE CONFORMIDADE… 3
PREOCUPAÇÕES OU INSUFICIENTE INFORMAÇÃO SOBRE PROCEDIMENTOS DE… 3
CONFORMIDADE C OM REQUISIT OS LEGAIS/DE … 3
A BASE DE CLIE NTES DE RISCO ELEVADO DA SUA INSTIT UIÇÃO 2
IMPACTO DAS REFORMAS REGULAMENTARES FINANCEI RAS ACORDADAS… 2
IMPOSIÇÃO DE MEDIDAS DE EXECUÇÃO PELA AUTORIDADE INTE RNA DE UMA… 1
CONSOLIDAÇÃO DA INDÚSTRIA ENTRE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS… 1
MUDANÇAS ESTRUTURAIS NAS INSTIT UIÇÕES ESTRANGEIRAS 1

Fonte: BNA

Conforme demonstrado, apesar dos intensos esforços do BNA, a preocupação com os riscos de BC/FT ainda é a maior
causa de encerramento/restrição das RCBs.

Por fim, as RCBs constituem um importante meio para facilitar o movimento transfronteiriço de fundos, permitindo às
instituições financeiras o acesso a serviços financeiros em diversas moedas e jurisdições estrangeiras, apoiando as
trocas comerciais e os fluxos de remessas internacionais e promovendo a inclusão financeira.

Com efeito, o encerramento de RCBs aos bancos comerciais angolanos associado aos constrangimentos do sector
petrolífero durante o ano de 2016, resultaram num impacto negativo, uma vez que os bancos ficaram limitados na
execução de pagamentos associados a clientes com contratos internacionais celebrados em moeda estrangeira, em
particular do sector extractivo, perda de negócio dos bancos e, consequentemente, a sua rentabilidade, bem como a
queda das importações.

12
ESAAMLG- Grupo de Países da Região Sul e Leste da África contra BC/FT

77
(iii) Comunicação com Organismos Internacionais e com o SFA

Tendo em conta o impacto da situação da relação dos bancos angolanos com os seus respectivos correspondentes
na economia do país, a Administração do BNA efectuou vários encontros, durante o ano de 2016, com entidades
Americanas, tais como a Federal Reserve Bank of New York, Departamento do Tesouro Americano, Departamento
de Estado, Departamento da Justiça, e a Câmara do Comércio dos Estados Unidos – Angola, entidades europeias,
representantes dos principais Correspondentes Bancários Internacionais, o Fundo Monetário Internacional e o Banco
Mundial, de modo a melhor compreender e poder encontrar uma solução para este problema.

Com efeito, ficou em aberto a possibilidade de se manter relações com as autoridades americanas, incluindo o suporte
de assistência técnica em matéria de supervisão prudencial e combate ao BC/FT.

11.5. Governação Corporativa e sistema de controlo interno

No âmbito de Governação Corporativa (GC) em 2016, de um modo global, os resultados são melhores do que os obtidos
em 2015, com níveis de incumprimento e de cumprimento parcial bastante melhorados.

Nesse âmbito, ainda existem temas que devem ser implementados com maior rigor pelas IFs, nomeadamente, Comité
de Gestão do Risco, Comité de Controlo Interno e Segregação de Funções.

No que respeita ao Sistema de Controlo Interno (SCI), constata-se que, em 2016, os resultados de cumprimento de
requisitos foram globalmente melhores do que os do SFA em 2015, com uma maior incidência de requisitos cumpridos
na totalidade e uma menor representatividade de requisitos cumpridos parcialmente e em situação de incumprimento.
No mesmo sentido de GC, o SCI ainda inclui temas que devem ser melhor desenvolvidos, relacionados nomeadamente
com o Sistema de gestão do Risco e Monitorização do Sistema de Controlo Interno.

78
Relatório e Contas • 2016

PARTE IV – ACTIVIDADES RELEVANTES

79
80
Relatório e Contas • 2016

12. Actividades do Banco Nacional de Angola

12.1. Comités Colegiais

O Banco Nacional de Angola, segundo a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, tem como principais funções assegurar
a preservação do valor da moeda nacional e participar na definição das políticas monetária, financeira e cambial.

Neste âmbito, compete ao Banco Nacional de Angola a execução, acompanhamento e controlo das políticas monetárias, cambial
e de crédito, a gestão do sistema de pagamentos e administração do meio circulante no âmbito da política económica do País.

Por forma a estabelecer directrizes para a implementação das suas principais atribuições, o Banco Nacional de Angola
instituiu três comités colegiais, nomeadamente o Comité de Política Monetária, o Comité de Estabilidade Financeira
e o Comité de Investimentos.

12.1.1. Comité de Política Monetária

O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola tem como objectivo definir o curso da Política
Monetária e estabelecer a Taxa Básica de Juros – a Taxa BNA – bem como as taxas de juro das facilidades permanentes
de cedência e de absorção de liquidez.

O Comité é constituído pelo Governador do Banco Nacional de Angola, que o preside, pelos Vice-Governadores
e pelos Administradores do BNA. Como convidados às reuniões de periodicidade mensal do CPM constam também os
Directores dos Departamentos de Estudos Económicos (que exerce a função de secretariado), de Mercados de Activos
e de Estatística do Banco Nacional de Angola13 .

Ao longo do ano de 2016, o CPM acompanhou a evolução da conjuntura económica quer a nível nacional quer a nível
internacional, com base na qual tomou decisões no âmbito das suas funções. A evolução da taxa de inflação que, em
termos homólogos, apresentou uma tendência marcadamente crescente ao longo do ano, foi um dos indicadores que
justificou a tomada de decisão no sentido de aumento das taxas de juro directoras ao longo do exercício.

12.1.2. Comité de Estabilidade Financeira

De acordo com o Despacho de 08 de Maio de 2012, o BNA criou o Comité de Estabilidade Financeira (COMEF), um
órgão de consulta do Conselho de Administração no domínio da estabilidade financeira, apoiando na definição de
directrizes e estratégias para a mitigação do risco sistémico, assim como na adopção de políticas macro-prudenciais
em articulação com as demais entidades de supervisão do Sistema Financeiro Nacional.

Compete ao COMEF, por um lado, definir os mecanismos de prevenção e os planos de contingência para a solução de
crises financeiras e, por outro, avaliar a execução macroeconómica e o comportamento das principais variáveis que
possam afectar a estabilidade financeira, incluindo a situação do sistema financeiro mundial na perspectiva do risco
sistémico e probabilidade de contágio a nível doméstico. Para o efeito, é analisado e avaliado o comportamento dos
principais indicadores de crescimento, rentabilidade, liquidez e solvência do sistema financeiro angolano, propondo
políticas que promovam a sua solidez e eficiência.

Este Comité é presidido pelo Governador do BNA e integra os demais membros do Conselho de Administração, membros
do corpo directivo do BNA cujas matérias têm relação com a estabilidade financeira, podendo ainda participar outras

13
São também convidados, sem direito à palavra, os Directores dos Departamentos de Supervisão Prudencial, Gestão de Reservas, Desenvolvimento Organizacional e Gabinete Jurídico.

81
entidades Reguladoras do Sistema Financeiro e individualidades convidadas. O COMEF reúne-se ordinariamente uma
vez por trimestre e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu presidente.

No ano de 2016, foram realizadas quatro reuniões trimestrais, nas quais foram analisadas as vulnerabilidades do
sistema financeiro angolano e as acções implementadas para a mitigação dos diferentes riscos que promovem a
instabilidade financeira, ao nível da conjuntura macroeconómica, sector externo, mercado monetário, sistema de
pagamentos e sistema financeiro, destacando-se:

1) O acompanhamento dos requisitos de Branqueamento de Capital e Financiamento ao Terrorismo no sistema


financeiro;
2) Monitorização do nível de cumprimento dos requisitos do normativo de governação corporativa e sistemas
de controlo interno;
3) Acompanhamento do projecto de adequação plena das Normas Internacionais de Contabilidade /Normas
Internacional de Relato Financeiro (IAS/IFRS) por parte das Instituições Financeiras bancárias;
4) Apresentação e análise dos resultados do programa de avaliação da qualidade dos activos – AQA.

12.1.3. Comité de Investimento

O Comité de Investimento, enquanto colégio de apoio ao Conselho de Administração na definição da política de


investimento, análise da execução dos investimentos, aprovação das directrizes e estratégias de investimento dos
recursos das reservas internacionais brutas, sob gestão do Banco Nacional de Angola, realizou ordinariamente as 18ª
e 19ª sessões, cujas deliberações de alcance focaram sobre:

1) A  aprovação da estratégia de investimentos para 2016 virada para os três pilares fundamentais dos
objectivos da gestão das reservas designadamente: i) a Segurança, mediante investimentos em activos,
mercados e contrapartes seguros, de modo a salvaguardar a preservação do capital; ii) a Liquidez, cujo
enfoque foi a aposta em activos com baixo risco de crédito e com elevada procura pelo mercado; e iii) o
Retorno, objectivando a consecução de rendibilidade, no mercado interbancário internacional, de forma a
mitigar o custo de oportunidade;
2) A identificação de fontes de financiamento das necessidades da Balança de Pagamentos que não impactassem
sobre o volume das reservas internacionais brutas, designadamente as Operações de reverse repo;
3) A optimização da utilização das sociedades gestoras de activos (Gestores Externos), existentes na carteira,
adequando as directrizes ajustadas ao actual contexto nacional, dotando a carteira de liquidez necessária
para fazer face a um maior débito das reservas internacionais.

12.2. Organização e Gestão de Recursos

12.2.1. Desenvolvimento Organizacional

Em 2016, foram realizadas sessões de alinhamento com todas as unidades de estrutura e os respectivos Administradores
de Pelouros com vista à elaboração da proposta do Plano Estratégico para o ciclo 2017 – 2022, tendo sido considerados
os seguintes desafios:

• Domínio da Politica Monetaria e Cambial

1) Reforçar as normas e boas práticas no domínio da política monetária e cambial;


2) Assegurar um nível de reservas internacionais líquidas entre os 6 e os 9 meses de importações;

82
Relatório e Contas • 2016

• Domínio da Estabilidade do Sistema Financeiro

3) I mplementar o plano de adequação do sistema financeiro angolano às normas e boas práticas internacionais;
4) Fortalecer a credibilidade do Banco Central enquanto autoridade de regulação e supervisão;
5) Eliminar o risco reputacional do Sistema Financeiro Angolano para não ficar à margem do Sistema
Financeiro Internacional;
6) Reforçar os mecanismos de prevenção e protecção sobre o branqueamento de capitais e financiamento
ao terrorismo;
7) Reestabelecer as relações de correspondência bancária em operações em Dólar norte-americano;
8) Contribuir para a estabilidade e consolidação do sistema financeiro através do reforço das normas de
Basileia II e III, Compliance, Governação Corporativa e Sistema de Controlo Interno;

• Domínio do Sistema de Pagamentos

9) Implementar
 o plano de expansão da infraestrutura tecnológica (TPA e multicaixas) do sistema de
pagamentos angolano;
10) Implementar os meios electrónicos de pagamento e redução do uso de notas e moedas;
11) Generalizar o pagamento de salários através do crédito em conta;
12) Alargar e aprofundar a utilização de instrumentos de pagamentos desmaterializados pelo Estado e para
pagamentos ao Estado;
13) Implementar o Sistema de Débitos Directos;
14) Implementar uma solução técnica local que permita a compensação de operações em moeda estrangeira;

• Domínio do Sistema de Pagamentos

15) Adequar
 a estrutura organizacional e os objectivos estratégicos, em linha com as boas práticas de
Governação corporativa;
16) Adequar o Capital Humano às melhores praças internacionais (Inglaterra, Rússia, China e Estados
Unidos de América);
17) Reforçar a Cultura de Gestão de Risco e Compliance, visando o fortalecimento do Sistema de Controlo Interno;
18) Adequar os Sistemas de Informação de acordo com as boas práticas internacionais;
19) Contribuir para a capacitação dos recursos humanos em matérias de Coaching, desenvolvimento
humano e prosperidade pessoal.

Não obstante a definição do novo ciclo do plano estratégico, é de referir o desenvolvimento de algumas iniciativas
no domínio do desenvolvimento organizacional em linha com os objectivos definidos, das quais importam destacar
a concretização das seguintes acções estratégicas:

• No âmbito da adequação da organização interna - políticas, estrutura e processos - a missão


e objectivos estratégicos do BNA

1) D
 esenvolvimento de Pesquisas de Estruturas Orgânicas e Funcionais que resultaram na institucionalização
das seguintes Unidades de Estrutura:

– Gabinete de Relações Internacionais (GRI);


– Academia ABC;
– Departamento de Controlo do Sistema Financeiro (DCS);
– Departamento de Museu da Moeda (DMM);
– Gabinete de Gestão de Competências (GGC);
– Provedoria de Serviços Financeiros (PSF).

83
2) Institucionalização do Programa de Reestruturação Orgânica e Funcional do Banco Nacional de Angola –
PROF, ancorado nos seguintes pressupostos:

– Adequação da estrutura orgânica e funcional aos objectivos estratégicos;


– Actualização das políticas de gestão do capital humano aos padrões internacionais;
– Adequação do capital humano aos desafios do BNA;
– Reforçar a cultura de gestão e risco e compliance, visando o fortalecimento do sistema de controlo
interno;
– Adequar os sistemas e as tecnologias informação às necessidades dos produtos e serviços do BNA.

3) 
Revisão e Adequação do Sistema Normativo, bem como actualização e implementação de normas
e instrumentos de gestão interna:

– Metodologias de planeamento e gestão estratégica;


– Metodologia de gestão de projectos;
– Regulamento para gestão de projectos;
– Regulamento do encontro de quadros;
– Modelo de governação da metodologia de gestão de projectos.

• No domínio da Consolidação e aprofundamento da cultura de gestão do risco e fortalecimento do


sistema de controlo interno

1) Consolidação dos processos de gestão de risco suportados em:

– Política, Normas, Processos e Procedimentos de gestão de risco financeiro e não financeiro;


– Matrizes de risco das U.E. e do Perfil de Risco do BNA;
– Normas de registo de incidentes.

• No domínio da adequação de soluções tecnológicas às necessidades do BNA

1) Implementação da Política de Backup e Retenção de Dados que visou:

– D otar o BNA de ferramentas corporativas para suportarem o processo de cópias de segurança, o restauro
e a recuperação de dados em caso de falha na infra-estrutura tecnológica;
– Implementar mecanismos de alta disponibilidade, com redundância do processo de realização de
backups, sites Principal e Secundário, que garantam a protecção e recuperação dos dados dentro dos
prazos estabelecidos nos acordos de níveis de serviço.

2) Adequação do PIF às IFRS que visou:

– Evolução do Sistema de Supervisão das Instituições Financeira - SSIF com a implementação de


funcionalidades para:

i. adopção plena IAS/IFRS;


ii. pacote de Fundos Próprios Regulamentares e Governação de Risco;
iii. Modelo de Avaliação de Instituições Financeiras,
iv. formação em BI e apoio funcional ao DSI;

84
Relatório e Contas • 2016

– Evolução da central de Riscos de Crédito - CIRC prevendo funcionalidades para:

i. devolução da informação agregada às IF´s;


ii. alteração à estrutura do ficheiro “XML” enviado pelas IF;
iii. criação e utilização de repositório de dados para BI (bilhetes de identidade) e validação de NIF
(número de identificação fiscal);
iv. criação do módulo de Gestão de Multas e, v) Criação de acesso à CIRC para os clientes bancários.

3) Implementação o Portal do Trabalhador (ESS/MSS), que visou a:

– Parametrização do módulo de Recursos Humanos, (SAP-RH), de funcionalidades relacionadas com


o Portal do Colaborador e disponibiliza-las sob forma de serviços no Portal Corporativo, assegurando
a funcionalidade dos seguintes serviços:

i. redução de custos operacionais, licenças e manutenção com eliminação de um subsistema de


intermediação – Gestão documental;
ii. melhorias no planeamento das tarefas e controlo actividades dos trabalhadores;
iii. optimização dos processos de controlo de efectividade, produtividade e avaliação de desempenho;
iv. melhorias no acesso à informação, nomeadamente nos planos de formação e de ferias, nos pacotes
de benefícios da organização.

 • No domínio da modernização da Infra-estrutura tecnológica.

1) Transferência do CPD Primário do BNA/ Adequar as comunicações do CPD na EMIS que visou:

– D otar o BNA de ferramentas corporativas para suportarem o processo de cópias de segurança, o restauro
e a recuperação de dados em caso de falha na infra-estrutura tecnológica;
– Implementar mecanismos de alta disponibilidade, com redundância do processo de realização de
backups, sites Principal e Secundário, que garantam a protecção e recuperação dos dados dentro dos
prazos estabelecidos nos acordos de níveis de serviço.

• No domínio da modernização das Infraestruturas físicas.

1) Remodelação do edifício sede, contemplando uma reestruturação profunda e faseada de todas infra-
estruturas de especialidade (rede de dados e voz, electricidade, segurança entre outras), mantendo
a traça arquitectónica interior em áreas comuns de circulação, a melhoria das condições de habitabilidade
e a adaptação dos espaços de trabalho.

2) A remodelação dos edifícios das representações regionais efectivas e futuras do Banco, que inclui a ampliação
das respectivas Casas Fortes, a construção, modernização dos equipamentos das Salas de Recontagem
e áreas afins, de acordo com requisitos que garantem maior segurança, fiabilidade e celeridade ao processo
de recontagem.

A monitorização e controlo da carteira de projectos e programas do BNA é um processo transversal que abrange
todos os âmbitos de actuação da Instituição, nomeadamente, Política Monetária e Cambial, Regulação e Supervisão
das Instituições Financeiras, Gestão do Meio Circulante e dos Sistemas de Pagamentos, Governação Corporativa
e Transparência Institucional, e Infra-estrutura Física e Tecnológica, e tem alcance e repercussão em termos de
processos, sistemas de informação, pessoas e infraestruturas físicas e tecnológicas. Neste sentido, o ano em análise
foi marcado pelo início de 17 projectos e pela conclusão de 10, nomeadamente:

85
10. Novos Projectos:

– P rograma de Reestruturação Orgânica e Funcional – PROF – BNA;


– Projecto de Reestruturação do DCC;
– Projecto de Reestruturação do DEE;
– Projecto de Reestruturação do DES;
– Projecto de Reestruturação do DMA;
– Projecto de Reestruturação do DOB;
– Desenvolvimento do Novo Portal do Consumidor;
– Implementação do sistema de Gestão de Operações Cambiais de Angola;
– Implementação das salas de mercados para DGR e DMA;
– Implementação do Centro de Processamento de Dados nas instalações do BNA no Moxico e Cuando Cubango;
– Extensão do edifício Sede do BNA (EXCONFABRIL);
– Reabilitação da Creche do BNA;
– Reabilitação do edifício L2;
– Construção do edifício UIF;
– Reabilitação e ampliação do edifício da Delegação Regional (Huíla);
– Construção do Cash- Center;
– Requalificação do Mesanino.

11. Projectos Concluídos:

– Implementação da política de backup e retenção de dados;


– Transferência do CPD primário do BNA e adequação das comunicações do CPD na EMIS;
– Implementação dos dispositivos Cloud Control na plataforma nas Base de Dados Oracle;
– Adequação do Portal da Instituições Financeiras – PIF às IFRS;
– Implementação do módulo ESS/MSS da SAP – Portal do trabalhador;
– Capacitação em fotografias, gestão e catalogação de acervo fotográfico;
– Reabilitação do economato do BNA;
– Projecto Restauro BNA-SEDE – Conclusão do Piso 2 ALA NORTE (DES, GDO, DRI, GCI);
– Museu da Moeda;
– Reabilitação da Delegação Regional do Moxico.

Painel 25: Gestão da Carteira de projectos em 2016

Projectos Novos Projectos Concluídos


Política Monet ária e Cambial

1 Supe rvisão das Instituições Financeiras 0 1


1

Organi zaçã o, Controlo Interno e


7 Tran sparência Institucional 4 2

Capital Humano
6

Infr ae strutura Tecnológica 1

2 0 2
Infr ae strutura Física

Fonte: BNA

86
Relatório e Contas • 2016

No cômputo geral, o portfólio do BNA passou a integrar 37 projectos, na sua grande maioria relacionados com
infraestruturas físicas e tecnológicas.

Gráfico 20: Projectos em Curso

Política Monetá ria e Cambial


1 1

Supe rvisão das Instituições Financeiras


8
13
Organi zaçã o, Controlo Interno e Transparência
In stituc ional
0 Capita l Humano

Infr aes trutura Tecnológica

14
Infr aes trutura Física

Fonte: BNA

No âmbito da actividade normativa e de normalização14, foram emitidos e normalizados um total de 168 documentos de
comunicação interna e externa, sendo 14 Avisos, 28 Instrutivos e 126 despachos, distribuídos conforme tabela abaixo.

Quadro 14: Documentos Normativos emitidos ao longo de 2016

Despachos Avisos Instrutivos

Ano Fim de Política Política


Circulação Sistemas de Sistemas de
Organização Nomeações Comissão de Projectos Monetária e Monetária
Monetária Pagamentos Pagamentos
Serviço Cambial e Cambial
2016 28 63 28 3 4 14 0 26 2
Total 126 14 20
Fonte: BNA

12.2.2. Gestão de Risco

O Conselho de Administração do Banco Nacional de Angola (BNA) é responsável por assegurar a existência de um
quadro efectivo de gestão de risco que seja capaz de mitigar os riscos financeiros e não financeiros decorrentes da
sua actividade. Os riscos financeiros são, em grande parte, resultantes da carteira de investimento e das operações de
concessão de liquidez, enquanto os riscos não financeiros incluem, entre outros, o risco operacional, compliance e a
gestão de continuidade de negócio.

O BNA utiliza um modelo que constitui três linhas de defesa para a segregação das funções relacionadas com a gestão
de risco.

13
Os detalhes dos documentos normalizados, no âmbito da consolidação e adequação do sistema normativo interno e do sistema financeiro, encontram-se disponíveis para consulta no Anexo 2.

87
Figura 1: Modelo das Três Linhas de Defesa

1ª Linha de Defesa 2ª Linha de Defesa 3ª Linha de Defesa

Departamento de Gestão Departamento


Departamentos
de Risco de Auditoria Interna

Unidade de suporte
“Alvos” dos riscos, Analisar e fornecer
e monitorização
sendo os responsáveis opinião independente
à implementação
primários pela sua sobre o framework
da estratégia
gestão de gestão de risco
de gestão de risco

Durante o ano de 2016, o Departamento de Gestão de Risco deu sequência ao processo de implementação das funções
de gestão de risco, com destaque ao Sistema de Gestão da Continuidade do Negócio, visando o cumprimento do objectivo
estratégico definido pelo Conselho de Administração do BNA respeitante a “Implementar a reestruturação orgânica
e funcional do BNA, para fortalecer a governação corporativa e o sistema de controlo interno” e a linha de orientação
estratégica “Consolidação e aprofundamento da cultura de gestão de risco e robustecimento do sistema de controlo interno”.

O BNA, tendo consciência das suas responsabilidades e da importância da sua actividade para economia nacional,
assumiu esse compromisso e deu início à implementação de um Sistema de Gestão da Continuidade do Negócio, tendo
como referência a norma ISO 22301, que visa:

• Assegurar o bem-estar e a segurança dos colaboradores;


• Proteger a reputação e imagem de solidez e confiança do BNA, assegurando a continuidade das funções
críticas para a sua missão, cumprindo as expectativas do Estado, das entidades do Sistema Financeiro
Nacional e Internacional;
• Cumprir com as obrigações legais, regulamentares e contratuais;
• Integrar a Gestão da Continuidade do Negócio (GCN) na cultura e nos processos de gestão corporativa do
BNA, em linha com a sua estratégia de gestão do risco operacional.

12.2.3. Recursos Humanos

No âmbito do objectivo estratégico voltado para o desenvolvimento do capital humano, importa destacar as seguintes
realizações em 2016:

1) A operacionalização do Fundo de Pensões dos Trabalhadores do BNA, sob gestão de uma a seguradora;
2) A continuidade das iniciativas de desenvolvimento e valorização contínua das competências dos trabalhadores,
através da formação de curto prazo (seminários) e médio prazo (mestrados no país e no exterior, em diversas
especialidades e universidades de referência). Além da formação técnico-profissional, o BNA continuou
a apostar na aprendizagem da língua inglesa dos técnicos e gestores intermédios;
3) A implementação de projectos ligados à promoção social, prevenção, saúde e bem-estar dos trabalhadores;
4) O desenvolvimento do projecto ESS MSS, com vista à criação do Portal do RH, que tem como objectivo
a descentralização da função RH, permitindo um maior envolvimento dos colaboradores nas actividades da
responsabilidade do DRH, referentes à actualização de cadastro, gestão de tempos (efectividade), gestão da
formação, entre outras funcionalidades;

88
Relatório e Contas • 2016

5) A implementação da pré-reforma, com objectivo de garantir maior racionalização de recursos humanos


disponíveis, tendo tido uma adesão de 2,0% dos trabalhadores;
6) O aumento de número de trabalhadores na ordem dos 9,0%, por via da criação de novas unidades de estrutura
(Museu da Moeda, Academia, Provedoria do Consumidor, Gabinete de Intercâmbio e Relações Institucionais,
Gabinete de Gestão de Competências e Departamento de Controlo do Sistema Financeiro);
7) O aumento de técnicos com formação superior (Licenciados, Mestres) em cerca de 3,0%, sendo que, dos 581
existentes actualmente, 490 detêm o grau académico de Licenciado e 91 o grau académico de Mestre. Ainda
assim, este quadro leva a alguma reflexão, se considerarmos que aproximadamente 2/3 da população tem
formação académica abaixo da Licenciatura;
8) Um esforço maior em busca do equilíbrio do género, e considerando que a diferença entre os colaboradores
masculinos e femininos é de 1,8%, com predominância para o sexo masculino.

12.2.4. Centro de Desenvolvimento de Competências

No âmbito da sua missão e de acordo ao Plano Estratégico 2016-2017, ao longo do ano de 2016, esta unidade de
estrutura desenvolveu um conjunto de actividades, destacando-se as seguintes:

1) Treze acções de formação, com uma participação de 130 formandos;


2) Criação e desenvolvimento de um programa de workshops, dos quais dois desenvolvidos em Luanda e quatro nas
instalações do CDC em Benguela, tendo estes últimos contados com a participação de gestores do BNA e representantes
dos bancos comercias locais da província de Benguela. O referido programa contou com 110 participantes;
3) Realização de três palestras sobre o tema: “O Centro de Desenvolvimento de Competências (CDC) do BNA
e sua missão”, nas Delegações Regionais de Cabinda, Huambo e Huíla, nas quais estiveram presentes
trabalhadores das referidas delegações e convidados dos bancos comerciais das províncias;
4) Realização de seminário sobre Literacia Financeira, programa conjunto do BNA (DEF e CDC) e do Ministério
da Educação, que contou com a presença de 55 participantes.

12.2.5. Tecnologias de Informação

Na vertente das tecnologias de informação e comunicação, os esforços estiveram focados na modernização, segurança
e controlo da infra-estrutura de processamento e armazenamento de dados do BNA, bem como na melhoria do seu
nível de disponibilidade e operacionalidade para atender a procura dos diversos processos de negócio, nomeadamente:

1) Implementação de mecanismos de alta disponibilidade e redundância no processo de protecção e recuperação


de dados em caso de incidentes graves que poderão afectar a infraestrutura do BNA, com base em normas
e padrões internacionalmente aceites;
2) Implementação e centralização das ferramentas de monitorização automática da infra-estrutura tecnológica,
voltada à prevenção de incidentes ou falhas e mitigação dos riscos de paragem ou fraco desempenho dos sistemas.

Destaca-se ainda a actividade relacionada com o desenvolvimento da nova versão do SSIF (Sistema de Supervisão das
Instituições Financeiras), como suporte tecnológico na adopção das normas internacionais de contabilidade e de relato
financeiro, nomeadamente, as IAS (International Accounting Standards) e as IFRS (International Financial Reporting
Standards) para o mercado financeiro angolano.

Igualmente, no âmbito da cooperação com os Bancos Centrais da CPLP e da SADC, o BNA participou em distintos fóruns
de Sistemas e Tecnologias de informação, para a abordagem dos temas actuais nesse domínio, com destaque para
a ciber segurança, governação de Tecnologias de Informação (TI) e planos de continuidade de negócio, cujo tratamento
relativo às suas distintas vertentes insere-se nos projectos em curso e implementação de ferramentas específicas.

89
12.2.6. Gestão de Património e Serviços

Ao longo do ano de 2016, dando continuidade ao cumprimento do Plano Estratégico da Instituição e tendo em conta
a Linha de orientação estratégica “Modernização das infra-estruturas físicas” foram levadas a cabo várias obras de
reabilitação de edifícios adstritos ao património do BNA, bem como a adequação e modernização de edifícios no
âmbito do processo de automatização do sistema de recontagem e casas fortes e estudos de impacto ambiental no
âmbito do controlo dos níveis de poluição dos projectos de edificação.

São enumeradas abaixo as obras e projectos com maior impacto:

Reabilitação do Edifício Sede – A obra está a ser realizada por fases, estando neste momento 80% dos
1) 
trabalhos concluídos, com objectivo principal de modernização e adequação da estrutura do Banco Nacional
de Angola de modo a garantir melhores condições de trabalho.

Construção do Museu da Moeda – Obra concluída e inaugurada a 06 de Maio de 2016, com um impacto
2) 
de muita relevância, e que permite dar a conhecer a história da moeda nacional, factores influentes no seu
desenvolvimento e vantagens actuais na valorização da mesma.

3) R
 eabilitação do Edifício da Delegação Regional do Huambo – Obra em curso, tendo-se concluído 64%
dos trabalhos, visando a modernização das infraestruturas do Banco Nacional de Angola.

Reabilitação das Instalações do BNA no Cuando Cubango - Menongue – Obra em curso, com 88%
4) 
dos trabalhos concluídos.

5) Reabilitação da Delegação Regional do BNA em Moxico - Luena – Obra em curso, contando com
80% dos trabalhos concluídos.

6) A
 mpliação e Alteração do Edifício da Delegação e Residência de Função de Cabinda – Obra em
curso, com 11% dos trabalhos concluídos.

12.2.7. Relações Internacionais

Durante o ano de 2016, o BNA participou em várias actividades promovidas pelos distintos organismos regionais
e internacionais dos quais é membro, bem como por instituições congéneres ou similares com as quais mantém relações
de cooperação bilateral, sendo de destacar as actividades constantes do quadro 3 dos Anexos do presente relatório.

12.2.8. Comunicação Institucional

O Gabinete de Comunicação Institucional tem por função prestar assessoria no domínio da comunicação institucional,
assegurando a gestão da comunicação interna e externa de acordo com as linhas de orientação estratégica de
comunicação aprovadas pelo Conselho de Administração do Banco.

Neste sentido, no decurso de 2016, o GCI propôs, geriu e assegurou a implementação do Plano Anual de Comunicação
que incluiu um conjunto de actividades relevantes, tendo em consideração o contexto de profundas reformas estruturais,
com a finalidade de sublinhar a missão do Banco Nacional de Angola, enquanto autoridade monetária, cambial de
regulação e de supervisão.

Destacaram-se, entre tais actividades, a preparação e divulgação da apresentação do plano de adequação às boas

90
Relatório e Contas • 2016

práticas internacionais aos fazedores de opinião, tais como bancos comerciais, associações empresarias, a nível
nacional, bem como a outros bancos centrais, associações bancárias e actores do sistema financeiro de Itália, África
do Sul, Inglaterra e EUA, a nível internacional, visando o estabelecimento e manutenção de relações institucionais.

De forma a manter a sociedade devidamente informada sobre os desafios e funções do Banco Central, O GCI realizou em
estreita colaboração com as diferentes unidades de estrutura do BNA, um leque de actividades externas destacando-
se (i) a divulgação da campanha de comunicação sobre o programa “ABC de Educação Financeira”, (ii) palestras sobre
o Combate ao Branqueamento de Capitais e ao Financiamento ao Terrorismo, (iii) o seminário sobre Politica Monetária
e Cambial, (iv) o IV Fórum de Inclusão Financeira, (v) a Mesa redonda sobre Relações de Correspondência Bancária
e sobre Ética e o bem comum no Sistema Financeiro, e (vi) palestras sobre Liderança e Alta Performance.

No que tange a responsabilidade social interna, deu-se início a uma campanha de doações (Coração Solidário), com
a realização do almoço alusivo ao 40º aniversário da instituição, para o qual os trabalhadores contribuíram com ofertas,
tendo sido arrecadados alimentos não perecíveis (arroz, massa alimentar, óleo vegetal, feijão, farinha de trigo, entre
outros alimentos) destinados aos pacientes de hospitais.

Acresce-se ao resumo de actividades realizadas, a divulgação de comunicados e notas de imprensa ao Sistema


Financeiro e público em geral, bem como a publicação dos normativos e relatórios na página electrónica da instituição

91
92
Relatório e Contas • 2016

PARTE V – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

93
94
Relatório e Contas • 2016

1. Introdução

O Banco Nacional de Angola (BNA) é o Banco Central de Angola por lei está mandatado para promover o bem-estar
económico e financeiro de Angola. O BNA está comprometido em manter os Angolanos informados sobre as suas
políticas, operações e actividades.

De acordo com o previsto no artigo 86.º da Lei nº. 16/10 de 15 de Julho, são apresentadas as Demonstrações
Financeiras do Banco Nacional de Angola (adiante designado por “BNA” ou “Banco”), relativas ao exercício findo em 31
de Dezembro de 2016, que compreendem o Balanço, a Demonstração dos resultados, a Demonstração dos resultados
e do outro rendimento integral, a Demonstração das alterações nos capitais próprios, a Demonstração dos fluxos de
caixa das operações em moeda estrangeira e as respectivas Notas anexas às Contas, aprovadas pelo Conselho de
Administração numa sessão realizada a 13 de Julho de 2017.

A preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras, em conformidade com os procedimentos e Normas


Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro, foram definidas como um objectivo do BNA, reflectindo o sentido
da trajectória seguida pelo seu Conselho de Administração, tendo em vista a modernização do Modelo de Governação
e de Gestão. Este objectivo consubstanciou-se na adopção parcial das Normas Internacionais de Contabilidade e de
Relato Financeiro (IAS/IFRS) como referencial contabilístico para a preparação e apresentação das Demonstrações
Financeiras do exercício findo em 31 de Dezembro de 2016.

As Demonstrações Financeiras são apresentadas em milhares de Kwanzas.

Performance Orçamental

O orçamento do exercício económico de 2016 prevê um superavit de Kz 82.268.132 Mil. Todavia, o orçamento realizado
até 31 de Dezembro de 2016 ascende a Kz 259.114.002 Mil, o que reflectiu um grau de execução de 315,0% face
ao estimado. Assim, o resultado orçamental acumulado até ao período é explicado essencialmente pelos ganhos
cambiais, juros e rendimentos similares e ganhos em operações financeiras, os quais representam cerca de 53,1%,
25,2% e 19,1% das receitas do Banco, respectivamente.

Quadro 15: Síntese do Balanço Orçamental

Orçamento de 2016

Realizado até Grau de Realização Δ%


Anual Desvio
Dezembro execução homóloga realização

Receitas 180 965 460 418 743 104 231,4% 237 777 644 204 959 809 104,3%
Despesas (98 697 328) (159 629 102) 161,7% 60 931 116 (130 973 209) 21,9%
Despesas operacionais e financeiras (27 480 542) (111 080 192) 404,2% 83 599 650 (57 348 499) 93,7%
Despesas administrativas (52 802 139) (40 653 264) 77,0% (12 149 533) (66 964 301) -39,3%
Despesas de investimento (18 414 647) (7 895 646) 42,9% (10 519 001) (6 660 409) 18,5%
Superavit/(Deficit) 82 268 132 259 114 002 315,0% 176 846 528 73 986 600 250,2%

Fonte: BNA

Face ao orçamento aprovado foi possível apurar que, em linhas gerais, a execução das receitas encontra-se muito
acima do estimado, com especial destaque para: (1) Ganhos cambiais, decorrentes da actualização da metodologia
de apuramento das valias cambiais efectivas e a desvalorização cambial no período (5,0% de estimativa face aos
23,0% realizados até 31 de Dezembro). Este incremento é resultante ainda do facto de as valias cambiais de Outubro

95
terem sido registadas juntamente com o mês de Novembro de 2016; (2) Juros e rendimentos similares, resultantes
das aplicações em instituições de crédito, dos redescontos, dos juros de activos financeiros disponíveis para venda,
investimentos detidos até a maturidade e facilidades permanentes de cedência de liquidez e; (3) Dos ganhos em
operações financeiras, resultantes da distribuição de dividendos das aplicações geridas por entidades externas e dos
proveitos provenientes dos investimentos sem compromisso futuro de capital.

Principais mutuações na composição do Balanço

Quadro 16: Posição Financeira

Valores em milhares de KZ 2016 2015 Variação


Montante %
ACTIVO 6.039.562.260 4.074.424.758 1.965.137.502 48%
Ouro 112.872.696 85.106.242 27.766.454 33%
Activos sobre o exterior 4.249.752.165 3.422.880.887 826.871.278 24%
Activos internos 1.603.004.474 464.628.948 1.138.375.526 245%
Activos tangíveis e intangíveis 37.174.512 31.727.460 5.447.052 17%
Outros valores activos 36.758.413 70.081.221 (33.322.808) -48%
PASSIVO 5.183.092.585 3.452.173.548 1.730.919.037 50%
Notas e moedas em circulação 506.005.614 519.587.896 (13.582.282) -3%
Reservas bancárias 1.663.200.343 1.111.718.421 551.481.922 50%
Mercado monetário interbancário 69.092.160 43.914.129 25.178.031 57%
Conta Única do T esouro 1.674.192.946 1.380.718.438 293.474.508 21%
Outras responsabilidades internas 317.784.824 222.105.792 95.679.032 0%
Outras responsabilidades extenas 826.779.948 103.081.220 723.698.728 702%
Outros valores passivos 126.036.750 71.047.652 54.989.098 77%
CAPITAIS PRÓ PRIO S 856.469.675 622.251.210 234.218.465 38%

Fonte: BNA

Em 31 de Dezembro de 2016, o Activo do Banco apresenta um saldo de Kz 6.039.562.260 Mil, traduzindo um


acréscimo de Kz 1.965.137.502 Mil comparativamente a 31 de Dezembro de 2015. Esta variação de 48,0% deve-se,
essencialmente, à reavaliação cambial dos investimentos financeiros denominados em moeda estrangeira, decorrente
da desvalorização de 18,0% do Kwanza face ao Dólar dos Estados Unidos, sendo igualmente explicada pelos seguintes
factores:

– Aumento de Kz 27.766.454 Mil do “Ouro” (33,0%), explicado pela desvalorização do Kwanza face ao Dólar
dos Estados Unidos e pela valorização em cerca de 8,2% da cotação de marcado do Ouro de 1.060,8 USD em
31 de Dezembro de 2015 para 1.147,5 USD em 31 de Dezembro de 2016;

– Aumento de 24,0% dos “Activos sobre o exterior”, explicado, essencialmente, pelo aumento em Kz
367.640.549 Mil das aplicações em instituições de crédito e pelo aumento em Kz 239.426.678 Mil dos activos
financeiros disponíveis para venda;

– Aumento de 245,0% dos “Activos internos” associado, essencialmente, ao registo de Títulos em moeda
nacional, Títulos em moeda estrangeira e Contractos de financiamento, todos estes afectos ao cumprimento
de Reservas Obrigatórias, nos montantes de Kz 394.258.467 Mil, Kz 243.303.193 Mil e Kz 15.378.928 Mil,
respectivamente, em linha com a decisão de política monetária que resultou no Instrutivo nº 2 e 4/2016.

96
Relatório e Contas • 2016

Por outro lado, o Passivo do Banco apresenta um saldo de Kz 5.183.092.585 Mil que se traduz num acréscimo de Kz
1.730.919.037 Mil (50,0%), face a 31 de Dezembro de 2015, sendo justificado maioritariamente pelas Reservas Bancárias dos
bancos comerciais e os valores à aguarda da CUT. As principais variações no Passivo são explicadas pelos seguintes factos:

– Aumento de 50,0% das Reservas Bancárias, decorrido, sobretudo, pela contabilização das Obrigações do Tesouro
e Contractos de financiamento entregues pelos bancos comerciais para cumprimento de Reservas Obrigatórias em
MN e ME, em linha com a decisão da política monetária que resultou no instrutivo nº 2 e 4/2016;

– Aumento de 57,0% do MMI, decorrente do aumento de aplicações junto do BNA por parte dos bancos
comerciais devido à entrada no mercado de um novo instrumento (aplicações de curto prazo – FAL7)
substituindo as facilidades permanentes de cedência e absorção de liquidez overnight;

– Aumento de Kz 293.474.508 Mil do saldo da CUT (21,0%), explicada, substancialmente, pelo efeito da actualização
cambial das posições em ME, tendo este efeito sido parcialmente compensado pela redução destas posições
decorrente dos pagamentos efectuados em nome do Tesouro e pelo aumento significativo de Kz 104.767.633 Mil
em MN, essencialmente justificado pelo financiamento concedido pelo BNA de Kz 190.000.000 Mil;

– Aumento de 702,0% das “Outras responsabilidades externas”, explicado maioritariamente pelo aumento de
Kz 583.495.588 Mil de financiamentos obtidos por entidades externas em operações de venda com acordo de
recompra colaterizados por títulos da carteira própria (REPO);

– 
Aumento de 77,0% dos “Outros valores passivos”, no montante de Kz 54.989.098 Mil, resultante,
essencialmente, pelo registo das “Responsabilidades o fundo habitacional” no montante total de Kz 28.767.580
Mil e do adiantamento referente à constituição do Banco da China no montante de Kz 8.399.907.405 Mil.

Já os Capitais próprios aumentaram 38% em resultado das diferenças de reavaliação ainda por força da variação
cambial potencial. Este incremento dos capitais próprios é, principalmente, explicado por:

– Aumento das diferenças de reavaliação cambial em Kz 236.103.820 Mil, bem como das diferenças de justo
valor do Ouro e dos Títulos de dívida soberana estrangeira em Kz 6.430.729 Mil;

– Resultado do exercício de 31 de Dezembro de 2016 de Kz 4.521.341 Mil;

– Resultados transitados no montante de Kz 5.067.619 Mil, resultante da correcção de um erro relativo


a exercícios anteriores, identificado na rubrica “Notas e moedas em circulação”.

97
Evolução dos resultados

No exercício de 2016, os principais indicadores da conta de resultados evoluíram como é apresentado no quadro abaixo.

Quadro 17: Posição Económica

Valores em milhares de KZ 2016 2015 Variação


Montante %
Margem financeira 88.000.384 59.628.806 28.371.578 48%
Comissões líquidas 3.617.489 7.231.527 (3.614.038) -50%
Resultados em operações financeiras 7.970.568 11.329.911 (3.359.343) -30%
Resultados operacionais 181.162.085 78.284.798 102.877.287 131%
Resultados de exploração (276.229.185) (143.525.358) (132.703.827) 92%
RESULTADO DO EXERCÍCIO 4.521.341 12.949.684 (8.428.343) -65%

Fonte: BNA

O resultado do exercício de 2016 ascende a Kz 4.521.341 Mil, sendo a variação face ao exercício anterior explicada,
essencialmente, por:

– Aumento de 48,0% da “Margem financeira” decorrente, essencialmente, do aumento dos juros de operações
de redesconto e dos juros dos Títulos de dívida soberana estrangeira.

– Diminuição de 50,0% das “Comissões líquidas” explicada, sobretudo, pelo aumento de Kz 3.374.838 Mil das
comissões pagas pelas aplicações geridas por entidades externas;

– Diminuição de 30,0% dos “Resultados em operações financeiras” resultante, essencialmente, da menos


valia de Kz 3.480.578 Mil das aplicações geridas por entidades externas;

– 
Aumento de 131,0% dos “Resultados operacionais” resultante, principalmente, do aumento de Kz
107.918.417 Mil dos ganhos cambiais, justificado pela desvalorização cambial do Kwanza face ao Dólar dos
Estados Unidos;

– Aumento de 92,0% dos “Resultados de exploração” explicada essencialmente por:

– Aumento de Kz 25.908.354 Mil na rubrica “Custos com pessoal” explicado, essencialmente, pelo
aumento dos “Encargos sociais facultativos e obrigatórios” no montante de Kz 21.363.391 Mil.
Estes encargos são em parte justificados pelo aumento do quadro efectivo de colaboradores;

– Aumento de Kz 41.875.780 Mil na rubrica “Provisões líquidas de reposições e anulações” em


resultado das provisões de mercado, de risco sistémico do sector bancário e responsabilidades
para com o fundo habitacional;

– Aumento de Kz 60.699.480 Mil na rubrica “Perdas por imparidade líquidas de reversões” em


resultado das imparidades registadas com uma aplicação a prazo no país, por operações de
redesconto e cedência de liquidez a Bancos comerciais. 

98
Relatório e Contas • 2016

Balanços em 31 de Dezembro de 2016 e 2015


ACTIVO Notas 2016 2015 PASSIVO E CAPITAIS PRÓ PRIO S Notas 2016 2015
O uro 3 112.872.696 85.106.242 Notas e moedas em circulação 13 506.005.614 519.587.896
Activos sobre o exterior Responsabilidades para com instituições de crédito
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 4 160.334.290 245.764.198 nacionais relacionadas com operações de política monetária
Aplicações em instituições de crédito 5 1.586.214.698 1.218.574.149 Reservas bancárias 14 1.663.200.343 1.111.718.421
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 7 880.881.575 724.121.967 Mercado monetário interbancário 14 69.092.160 43.914.129
Activos financeiros disponíveis para venda 7 1.394.681.535 1.155.254.857 Responsabilidades internas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 8 227.640.067 79.165.716 Conta Única do T esouro 15 1.674.192.946 1.380.718.438
4.249.752.165 3.422.880.887 Outras responsabilidades 15 103.844 137.973
Activos internos Responsabilidades externas para com outras entidades
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 4 16.047.801 14.893.516 Fundo Monetário Internacional 8 243.284.360 103.081.220
Aplicações em instituições de crédito 5 - 13.170.660 Operações de venda com acordo de recompra 16 583.495.588 -
Operações às instituições de crédito relacionadas Responsabilidades com pensões e outros benefícios 17 191.729.652 143.033.493
com operações de política monetária 6 1.069.001.961 205.147.525 Provisões 18 125.951.328 78.934.326
Investimentos detidos até à maturidade 7 70.203.243 56.581.424 O utros valores passivos 19 126.036.750 71.047.652
Activos financeiros recebidos em aumento de capital 7 174.440.000 174.440.000 Total do Passivo 5.183.092.585 3.452.173.548
Activos financeiros concedidos ao Estado 9 272.951.500 -
Investimentos em associadas e outras entidades 10 359.969 395.823 Capital 20 270.000.000 270.000.000
1.603.004.474 464.628.948 Diferenças de reavaliação 21 545.015.139 302.480.590
O utras reservas 22 42.000.814 36.820.936
Activos tangíveis 11 35.345.408 31.072.715 Resultado transitado 22 (5.067.619) -
Activos intangíveis 11 1.829.104 654.745 Resultado do exercício 4.521.341 12.949.684
O utros valores activos 12 36.758.413 70.081.221 Total dos Capitais Próprios 856.469.675 622.251.210
Total do Activo 6.039.562.260 4.074.424.758 Total do Passivo e Capitais Próprios 6.039.562.260 4.074.424.758

As notas anexas fazem parte integrante destes balanços.

Valter Filipe Duarte da Silva Maria J.C.V. de Fontes Pereira


Governador Directora do DCF

Samora Machel Januário da Silva


Administrador do Pelouro Financeiro

99
Demonstrações dos resultados para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 2015
Notas 2016 2015
Juros e rendimentos similares 24 121.484.468 67.803.818
Juros e encargos similares 25 (33.484.084) (8.175.012)
Margem financeira 88.000.384 59.628.806
Rendimentos de serviços e comissões 26 9.568.545 10.169.726
Encargos com serviços e comissões 27 (5.951.056) (2.938.199)
Comissões líquidas 3.617.489 7.231.527

Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados 28 8.200.768 11.681.346
Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 29 (230.200) -
Resultados de investimentos em associadas e outras entidades 30 - (351.435)
Resultados em operações financeiras 7.970.568 11.329.911
Resultados cambiais 31 188.511.190 80.592.773
Custos relativos à emissão de notas e moedas 32 (2.574.113) (1.961.527)
Resultados de alienação de outros activos 33 13.214 4.047
Outros resultados operacionais 34 (4.788.206) (350.495)
Resultados operacionais 181.162.085 78.284.798
Custos com pessoal 35 (80.832.329) (54.923.975)
Fornecimentos e serviços de terceiros 36 (12.937.173) (9.160.299)
Amortizações do exercício 11 (2.150.760) (1.707.421)
Provisões líquidas de reposições e anulações 18 e 19 (80.054.561) (38.178.781)
Perdas por imparidade líquidas de reversões 5e6 (100.254.362) (39.554.882)
Resultados de exploração (276.229.185) (143.525.358)
Resultado do exercício 4.521.341 12.949.684

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

Demonstrações dos resultados e do outro rendimento integral para os exercícios findos


em 31 de Dezembro de 2016 e 2015
2016 2015
Resultado líquido do exercício 4.521.341 12.949.684
Itens que poderão ser reclassificados posteriormente para resultados
Variações da diferença de reavaliação de justo valor de:
Activos financeiros disponíveis para venda 9.420.700 604.937
Ouro (2.989.971) (19.756.264)
Variações da diferença de reavaliação cambial 236.103.820- 328.668.528-

Rendimento / (gasto) reconhecido directamente nos Capitais Próprios 242.534.549 309.517.201


Rendimento integral do exercício 247.055.890 322.466.885

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

100
Relatório e Contas • 2016

Demonstrações das alterações nos capitais próprios para os exercícios findos em 31 de


Dezembro de 2016 e 2015

Valores em milhares de Kz
Reservas
Resultados Resultado
Capital Diferenças de reavaliação Outras reservas Total
transitados do exercício
Justo valor Cambial Reserva legal Reserva livre

Saldos em 31-12-2014 270.000.000 (36.306.308) 29.269.697 15.553.803 15.442.269 - 14.562.159 308.521.620

T ransferência de resultados de 2014 - - - 2.912.432 2.912.432 - (5.824.864) -


Distribuição de resultados de 2014 - - - - - - (8.737.295) (8.737.295)
Rendimento integral do exercício - (19.151.327) 328.668.528 - - - 12.949.684 322.466.885

Saldos em 31-12-2015 270.000.000 (55.457.635) 357.938.225 18.466.235 18.354.701 - 12.949.684 622.251.210

T ransferência de resultados de 2015 - - - 2.589.939 2.589.939 - (5.179.878) -


Distribuição de resultados de 2015 - - - - - - (7.769.806) (7.769.806)
Outros movimentos nos capitais próprios - - - - - (5.067.619) (5.067.619)
Rendimento integral do exercício - 6.430.729 236.103.820 - - - 4.521.341 247.055.890
Saldos em 31-12-2016 270.000.000 (49.026.906) 594.042.045 21.056.174 20.944.640 (5.067.619) 4.521.341 856.469.675

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

101
Demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira para os
exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 2015

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o agregado “Caixa e seus equivalentes em moeda
estrangeira” apresenta a seguinte composição:

Valores em milhares de Kz
DEMONS TRAÇÕES DOS FLUXOS DE OPERAÇÕES EM MOEDA ES TRANGEIRA
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E DE 2016

2016 2015
Actividades Operacionais
Proveitos de títulos e valores mobiliários 25.750.170 17.220.384
Proveitos de aplicações de liquidez 14.291.910 9.416.979
Carta de crédito em moeda estrangeira com instituições financeiras (47.304.340) -
Acordo de conversão monetária com o Banco da Namíbia (13.271.540) (5.415.770)
Pagamentos de custos administrativos (12.156.925) (3.031.472)
Despesas de produção de notas e moedas (1.829.534) (601.046)
Outros pagamentos e recebimentos 1.987.682 (42.069)
Fluxos de caixa de actividades operacionais (32.532.577) 17.547.006
Actividades de Investimento
Investimentos em:
Aplicações geridas por entidades externas 12.242.139 14.951.230
Operações cambiais (720.064.885) (24.209.665)
Títulos de dívida soberana estrangeira (22.293.927) 82.308.616
Obrigações do Tesouro (829.460) -
Aquisições e alienações de imobilizado (133.249) (17.773)
Fluxos de caixa de actividades de investimento (731.079.382) 73.032.408
Actividades de Financiamento
Diminuições (aumentos) de depósitos de residentes:
Tesouro Nacional 178.445.920 (162.411.026)
Instituições Financeiras - Reservas bancárias 12.241.078 (87.219.497)
Operações com acordo de recompra 580.635.697 -
Fundo M onetário Internacional (20.314.617) (41.495.338)
Aumentos (diminuições) de notas e moedas estrangeiras (2.304.225) 13.468.717
Fluxos de caixa de actividades de financiamento 748.703.853 (277.657.144)
Efeito da variação cambial em caixa e equivalentes de caixa 301.627.641 340.016.192
Variação de caixa e seus equivalentes 286.719.535 152.938.462
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no início do exercício 1.496.981.793 1.344.043.331
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no fim do exercício 1.783.701.327 1.496.981.793

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o agregado “Caixa e seus equivalentes em moeda
estrangeira” apresenta a seguinte composição:

Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira 2016 2015


Caixa e disponibilidades em instituições de crédito (Nota 4)
Notas e moedas em moeda estrangeira em caixa 14.336.787 13.561.014
Depósitos à ordem em moeda estrangeira:
No exterior 160.334.290 245.764.198
No país 1.697.816 1.326.419
Aplicações em instituições de crédito (Nota 5)
Depósitos a prazo
No exterior 1.583.110.596 1.216.574.172
No país 24.221.838 19.755.990
1.783.701.327 1.496.981.793

102
Relatório e Contas • 2016

PARTE VI – N
 OTAS ANEXAS
ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

103
104
Relatório e Contas • 2016

1. Introdução

A origem do Banco Nacional de Angola remonta a 14 de Agosto de 1926, data da criação do Banco de Angola, com sede
em Lisboa. Até 1957, o Banco de Angola deteve, em exclusivo, o comércio bancário, altura em que surgiu no mercado
o Banco Comercial de Angola, de direito estritamente Angolano, representando um novo marco na história do país.
No panorama das transformações político-económicas que se sucederam até à década de 80, e tendo em atenção a
importância do sistema monetário e financeiro do país, foi desenvolvido em Agosto de 1975 o chamado processo da
tomada da Banca, que levou ao confisco do activo e passivo do Banco de Angola e à criação do Banco Nacional de
Angola, um ano após a independência nacional, através da Lei n.º 69/76, publicada no Diário da República Nº 266 – 1ª
Série, de 10 de Novembro de 1976.

A partir de 1978 e através da Lei n.º 4/78, de 25 de Fevereiro, a actividade bancária passou a ser exclusivamente
exercida pelos bancos do Estado, na medida em que foram formalmente encerrados os bancos comerciais privados,
facilitando assim a extensão da rede de balcões do BNA por todo o território nacional.

Em 1991 e com base na Lei n.º 5/91, de 20 de Abril - Lei das Instituições Financeiras, iniciou-se um novo passo na
implementação de um sistema bancário de dois níveis, pelo que o BNA passou a exercer a função de Banco Central
consagrado como autoridade monetária e agente da autoridade cambial, retirando-se assim das funções comerciais
que exercia até então.

Neste momento, o BNA está presente no país, através das suas delegações regionais localizadas nas províncias de (i)
Cabinda; (ii) Huíla; (iii) Benguela; (iv) Malange; e (v) Huambo.

De acordo com a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho – Lei do Banco Nacional de Angola, que estabelece a sua Lei Orgânica,
as suas funções passaram a ter dois vectores principais: i) assegurar a preservação do valor da moeda nacional e, ii)
como Banco Central:

a) Actuar como banqueiro único do Estado;

b) Aconselhar o Estado nos domínios monetários, financeiro e cambial;

c) Colaborar na definição e executar a política cambial bem como o respectivo mercado;

d) Gerir as disponibilidades externas do país ou as que lhe sejam cometidas;

e) Agir como intermediário nas relações monetárias internacionais do Estado;

f) Zelar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de
financiador de última instância;

g) Garantir e assegurar um sistema de informação, compilação e tratamento das estatísticas monetárias,


financeira e cambiais e demais documentação, nos domínios da sua actividade de forma a servir como
instrumento eficiente de coordenação, gestão e controlo;

h) Elaborar e manter actualizado o registo completo da dívida externa do país, assim como efectuar a sua
gestão; e

i) Elaborar a balança de pagamentos externos do país.

105
O Conselho de Administração, enquanto órgão responsável pela definição das políticas de gestão e administração
do BNA, é responsável pela preparação e apresentação das demonstrações financeiras e das demais informações
constantes do presente relatório, zelando pela sua integralidade e objectividade, de forma a garantir que as operações
e transacções decorrentes da sua missão sejam realizadas e processadas de acordo com o estabelecido nas normas e
procedimentos em vigor.

2. Bases de apresentação e resumo das principais políticas contabilísticas

2.1. Bases de apresentação

As demonstrações financeiras do BNA para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2016 foram preparadas
no pressuposto da continuidade das operações, com base no novo plano de contas aprovado pelo Conselho de
Administração no exercício de 2013. Este novo plano de contas considera na sua globalidade, as orientações técnicas
e os princípios consagrados nas Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (IAS/IFRS) emitidas
pelo International Accounting Standards Board (IASB), com as derrogações descritas na alínea b) abaixo.

O Banco adoptou o novo plano de contas pela primeira vez no exercício findo em 31 de Dezembro de 2013, considerando
para o efeito os termos da IFRS 1 – Adopção pela primeira vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, as
quais foram aplicadas retrospectivamente para todos os períodos apresentados.

A Lei Orgânica do Banco não determina a estrutura de apresentação das demonstrações financeiras que o Banco deve
adoptar. Desta forma, cabe ao Conselho de Administração do BNA decidir sobre a aplicabilidade das Normas Internacionais
de Contabilidade e de Relato Financeiro (IAS/IFRS) nas demonstrações financeiras, tendo em consideração a sua Lei
Orgânica e as suas funções enquanto entidade operadora das políticas monetária, financeira e cambial do país.

2.1.1. Alterações de políticas contabilísticas

Durante o exercício não ocorreram alterações voluntárias de políticas contabilísticas, face às consideradas na
preparação da informação financeira relativa ao exercício anterior apresentada nos comparativos.

2.1.2. Novas normas e interpretações aplicáveis ao exercício

Adopção de normas (novas ou revistas) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e
interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC).

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões têm aplicação obrigatória pela primeira vez no exercício
findo em 31 de Dezembro de 2016:

– I FRS 10, IFRS 12 e à IAS 28: Entidades de investimento: Aplicação da excepção de consolidação as alterações à IFRS
10 clarificam que uma entidade de investimento não necessita preparar demonstrações financeiras consolidadas
se e só se a sua mãe for também uma entidade de investimento que prepare demonstrações financeiras nas
quais as subsidiárias sejam mensuradas ao justo valor. Adicionalmente, clarifica-se que apenas uma subsidiária
de uma entidade de investimento que não seja ela própria uma entidade de investimentos, fornecendo serviços de
apoio à entidade de investimento, é consolidada – todas as restantes subsidiárias são mensuradas ao justo valor.
As alterações à IAS 28 clarificam que uma entidade que não seja uma entidade de investimento e que aplique
o método de equivalência patrimonial na valorização de associadas ou joint ventures que sejam entidades de
investimento pode manter a valorização ao justo valor destas entidades nas suas subsidiárias.

106
Relatório e Contas • 2016

Conforme mencionado na secção Derrogações de normas e interpretações, o Banco não apresenta


demonstrações financeiras consolidadas mantendo as suas participações valorizadas ao custo de aquisição
com reconhecimento de eventuais perdas por imparidade, independentemente do controlo e/ou influência
significativa que possa ter sobre as entidades participadas. Neste contexto as revisões acima apresentadas
não tiveram impacto nas demonstrações financeiras.
– IAS 27: Método da equivalência patrimonial nas demonstrações financeiras separada: O objectivo destas
alterações é permitir a opção de usar o método da equivalência patrimonial na mensuração de subsidiárias
e associadas em contas separadas. As opções de mensuração da IAS 27 para reconhecer investimentos em
subsidiárias, joint-ventures a associadas passam a ser: (i) custo, (ii) em conformidade com o IFRS 9 (ou IAS
39) ou (iii) método da equivalência patrimonial, devendo ser aplicada a mesma contabilização para cada
categoria de investimentos.
–  Conforme mencionado na secção Derrogações de normas e interpretações, o Banco não apresenta
demonstrações financeiras consolidadas mantendo as suas participações valorizadas ao custo de aquisição
com reconhecimento de eventuais perdas por imparidade, independentemente do controlo e/ou influência
significativa que possa ter sobre as entidades participadas. Neste contexto as revisões acima apresentadas
não tiveram impacto nas demonstrações financeiras.
– Emenda à IAS 19 – Benefícios dos empregados – Contribuições de empregados: Clarifica em que circunstâncias
as contribuições dos empregados para planos de benefícios pós-emprego constituem uma redução do custo
com benefícios de curto prazo.
– Emendas à IAS 16 – Activos fixos tangíveis e à IAS 38 – Activos intangíveis relativos aos métodos de
depreciação aceitáveis: Esta emenda estabelece a presunção (que pode ser refutada) de que o rédito não é
uma base apropriada para amortizar um activo intangível e proíbe o uso do rédito como base de amortização
de activos fixos tangíveis. A presunção estabelecida para amortização de activos intangíveis só poderá ser
refutada quanto o activo intangível é expresso em função do rendimento gerado ou quando a utilização dos
benefícios económicos está altamente correlacionada com a receita gerada.
–  Melhoramentos das normas internacionais de relato financeiro (ciclo 2010-2012): Estes melhoramentos
envolvem a clarificação de alguns aspectos relacionados com: IAS 16 – Activos fixos tangíveis e IAS 38
– Activos intangíveis: necessidade de reavaliação proporcional de amortizações acumuladas no caso de
reavaliação de activos fixos; IAS 24 – Divulgações de partes relacionadas: define que uma entidade que
preste serviços de gestão à Empresa ou à sua empresa-mãe é considerada uma parte relacionada; e IFRS
13 – Justo valor: clarificações relativas à mensuração de contas a receber ou a pagar de curto prazo.
–  Melhoramentos das normas internacionais de relato financeiro (ciclo 2012-2014): Estes melhoramentos
envolvem a clarificação de alguns aspectos relacionados com: IAS 19 – Benefícios dos empregados: define
que a taxa a utilizar para efeitos de desconto de benefícios definidos deverá ser determinada com referência
às obrigações de alta qualidade de empresas que tenham sido emitidas na moeda em que os benefícios
serão liquidados.
Não foram produzidos efeitos significativos nas demonstrações financeiras no exercício findo em 31 de
Dezembro de 2016, decorrente da adopção das normas, interpretações, emendas e revisões acima referidas.

107
2.1.3. Normas, interpretações, emendas e revisões que irão entrar em vigor em exercícios futuros

As normas e interpretações recentemente emitidas pelo IASB cuja aplicação é obrigatória apenas em períodos com
início após 1 de Janeiro de 2017 ou posteriores e que o Banco não adoptou antecipadamente são as seguintes:

IFRS 9 Instrumentos financeiros:

Classificação e mensuração de activos financeiros

– Todos os activos financeiros são mensurados ao justo valor na data do reconhecimento inicial, ajustado
pelos custos de transacção no caso de os instrumentos não serem contabilizadas pelo valor justo através
de resultado (FVTPL). No entanto, as contas de clientes sem uma componente de financiamento significativa
são inicialmente mensuradas pelo seu valor de transacção, conforme definido na IFRS - 15 rendimentos de
contratos com os clientes.
– Os instrumentos de dívida são posteriormente mensurados com base nos seus fluxos de caixa contratuais
e no modelo de negócio no qual tais instrumentos são detidos. Se um instrumento de dívida tem fluxos
de caixa contratuais que são apenas os pagamentos do principal e dos juros sobre o capital em dívida e é
detido dentro de um modelo de negócio com o objectivo de deter os activos para recolher fluxos de caixa
contratuais, então o instrumento é contabilizado pelo custo amortizado. Se um instrumento de dívida tem
fluxos de caixa contratuais que são exclusivamente os pagamentos do capital e dos juros sobre o capital em
dívida e é detido num modelo de negócios cujo objectivo é recolher fluxos de caixa contratuais e de venda de
activos financeiros, então o instrumento é medido pelo justo valor através do resultado integral (FVTOCI) com
subsequente reclassificação para resultados.
– Todos os outros instrumentos de dívida são subsequentemente contabilizados pelo FVTPL. Além disso,
existe uma opção que permite que os activos financeiros no reconhecimento inicial possam ser designados
como FVTPL se isso eliminar ou reduzir significativamente descompensação contabilística significativa nos
resultados do exercício.
– Os instrumentos de capital são geralmente mensurados ao FVTPL. No entanto, as entidades têm uma
opção irrevogável, numa base de instrumento -a- instrumento, de apresentar as variações de justo valor
dos instrumentos não-comerciais na demonstração do rendimento integral (sem subsequente reclassificação
para resultados do exercício).
– Classificação e mensuração dos passivos financeiros
– Para os passivos financeiros designados como FVTPL usando a opção do justo valor, a quantia da alteração
no valor justo desses passivos financeiros que seja atribuível a alterações no risco de crédito devem ser
apresentada na demonstração do resultado integral. O resto da alteração no justo valor deve ser apresentado
no resultado, a não ser que a apresentação da alteração de justo valor relativamente ao risco de crédito do
passivo na demonstração do resultado integral vá criar ou ampliar uma descompensação contabilística nos
resultados do exercício.
– Todas os restantes requisitos de classificação e mensuração de passivos financeiros da IAS 39 foram
transportados para IFRS 9, incluindo as regras de separação de derivados embutidos e os critérios para usar
a opção do justo valor.

Imparidade

– Os requisitos de imparidade são baseados num modelo de perda esperada de crédito (PEC), que substitui o
modelo de perda incorrida da IAS 39.
– O modelo de PEC aplica-se: (i) aos instrumentos de dívida contabilizados ao custo amortizado ou ao justo
valor através de rendimento integral, (ii) à maioria dos compromissos de empréstimos, (iii) aos contratos de

108
Relatório e Contas • 2016

garantia financeira, (iv) aos activos contratuais no âmbito da IFRS 15 e (v) às contas a receber de locações no
âmbito da IAS 17 - Locações.
– Geralmente, as entidades são obrigadas a reconhecer as PEC relativas a 12 meses ou a toda a vida,
dependendo se houve um aumento significativo no risco de crédito desde o reconhecimento inicial (ou de
quando o compromisso ou garantia foi celebrado). Para contas a receber de clientes sem uma componente de
financiamento significativa, e dependendo da escolha da política contabilística de uma entidade para outros
créditos de clientes e contas a receber de locações pode aplicar-se uma abordagem simplificada na qual as
PEC de toda a vida são sempre reconhecidas.
– A mensuração das PEC deve reflectir a probabilidade ponderada do resultado, o efeito do valor temporal do
dinheiro, e ser baseada em informação razoável e suportável que esteja disponível sem custo ou esforço
excessivo.

Contabilidade de cobertura

– Os testes de eficácia de cobertura devem ser prospectivos e podem ser qualitativos, dependendo da
complexidade da cobertura, sem o teste dos 80,0% - 125,0%.
– Uma componente de risco de um instrumento financeiro ou não financeiro pode ser designada como o item
coberto se a componente de risco for identificável separadamente e mensurável de forma confiável.
– O valor temporal de uma opção, o elemento forward de um contrato forward e qualquer spread base de moeda
estrangeira podem ser excluídos da designação como instrumentos de cobertura e serem contabilizado como
custos da cobertura.
– Conjuntos mais alargados de itens podem ser designados como itens cobertos, incluindo designações por
camadas e algumas posições líquidas.

A norma é aplicável para exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2018. A aplicação antecipada é permitida
desde que devidamente divulgada. A aplicação varia consoante os requisitos da norma sendo parcialmente retrospectiva
e parcialmente prospectiva.

IFRS 15 – Rédito de contractos com clientes:

Esta norma vem introduzir uma estrutura de reconhecimento do rédito baseada em princípios e assente num modelo
a aplicar a todos os contractos celebrados com clientes, substituindo as normas IAS 18 – Rédito, IAS 11 – Contractos
de construção; IFRIC 13 – Programas de fidelização; IFRIC 15 – Acordos para a construção de imóveis; IFRIC 18 –
Transferências de Activos Provenientes de Clientes e SIC 31 – Rédito - Transacções de troca directa envolvendo
serviços de publicidade.

IFRS 16 Locações

A IFRS 16 requere que os locatários contabilizem todos as locações com base num modelo único de reconhecimento
no balanço (on-balance model) de forma similar como o tratamento que a IAS 17 dá às locações financeiras. A norma
reconhece duas excepções a este modelo: (1) locações de baixo valor (por exemplo, computadores pessoais) e locações de
curto prazo (i.e., com um período de locação inferior a 12 meses). Na data de início da locação, o locatário vai reconhecer a
responsabilidade relacionada com os pagamentos da locação (i.e. o passivo da locação) e o activo que representa o direito
a usar o activo subjacente durante o período da locação (i.e. o direito de uso – “right-of-use” ou ROU). Os locatários terão
de reconhecer separadamente o custo do juro sobre o passivo da locação e a depreciação do ROU.

109
A contabilização por parte do locatário permanece substancialmente inalterada face ao tratamento actual da IAS 17. O
locador continua a classificar todas as locações usando os mesmos princípios da IAS 17 e distinguindo entre dois tipos
de locações: as operacionais e as financeiras.

A norma deve ser aplicada para exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019. A aplicação antecipada é
permitida desde que seja igualmente aplicada a IFRS 15. A aplicação é retrospectiva, podendo as entidades escolher
se querem aplicar a full retrospective approach” ou a “modified retrospective approach”.

IAS 7 Iniciativa de divulgação: alterações à IAS 7

As alterações à IAS 7 são parte do projecto de Iniciativas de divulgação do IASB e vem auxiliar os utilizadores das
demonstrações financeiras a entenderem melhor as alterações à dívida da entidade. As alterações requerem que
uma entidade divulgue as alterações nas suas responsabilidades relacionadas com actividades de financiamento,
incluindo as alterações que surgem nos fluxos de caixa e de fluxos não-caixa (tais como ganhos e perdas cambiais
não realizados). As alterações são aplicáveis para os exercícios anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2017. É
permitida a aplicação antecipada. As entidades não necessitam de divulgar a informação comparativa.

O BNA não procedeu à aplicação antecipada nas demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de Dezembro de
2016, não sendo estimados impactos significativos nas demonstrações financeiras decorrentes da sua adopção.

2.1.4. Derrogações de normas e interpretações

À data de transição, e considerando as especificidades da sua actividade enquanto regulador do sistema financeiro e
responsável pela execução das políticas monetária e cambial do país, bem como pela gestão das reservas internacionais,
o Banco decidiu não adoptar as seguintes normas e interpretações emitidas pelo International Accounting Standards
Board (IASB) e pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC):

– IAS 21 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio: O Banco manteve inalterado o tratamento


contabilístico dado às variações cambiais decorrentes da actualização dos activos e passivos expressos em
moeda externa às taxas de câmbio em vigor, sendo as valias cambiais potenciais reconhecidas numa rubrica
de capitais próprios denominada “Reservas de reavaliação cambial” e apenas registadas como resultados
quando realizadas. Face a grande volatilidade dessas valias e a sua condição de potenciais, o Conselho
de Administração considerou que a adopção da norma poderia traduzir-se numa possível alteração dos
princípios de capitalização do Banco e em interferência na gestão da política monetária, considerando que a
distribuição de dividendos ou a cobertura de prejuízos daí resultantes, afectariam directamente a magnitude
da base monetária com eventuais efeitos inflacionistas, para além de gerar fluxos financeiros entre o Tesouro
e o Banco Central com base em resultados não efectivos.
–  IFRS 10, IAS 28, IAS 27, IFRS 12 – Demonstrações financeiras consolidadas: O Banco decidiu não apresentar
demonstrações financeiras consolidadas, mantendo as suas participações valorizadas ao custo de aquisição
com reconhecimento de eventuais perdas por imparidade, independentemente do controlo e/ou influência
significativa que possa ter sobre as entidades participadas.

110
Relatório e Contas • 2016

Estas derrogações de normas e interpretações continuaram a ser aplicadas nas demonstrações financeiras do Banco
no exercício findo em 31 de Dezembro de 2016.

Adicionalmente, o Banco decidiu adoptar parcialmente as seguintes normas e interpretações emitidas pelo IASB e
pelo IFRIC:

– IAS 39 – Instrumentos financeiros – Reconhecimento e mensuração: As obrigações do Tesouro recebidas


no âmbito da realização do aumento de capital social aprovado pela Lei do BNA, bem como os activos
financeiros recebidos do Estado foram registadas no reconhecimento inicial, pelo seu valor nominal, mais
uma vez tendo em consideração o impacto da adopção desta norma na capitalização do Banco e da sua
consequente interferência na gestão da política monetária do país. Relativamente aos “títulos afectos
para cumprimento de reserva obrigatória” que correspondem a Obrigações do Tesouro entregues pelos
bancos comerciais para cumprimento de reservas obrigatórias em moeda nacional e moeda estrangeira, de
acordo com o previsto no Instrutivo nº4/2016, estando de igual modo contabilizadas na rúbrica “Reservas
bancárias”, foram registadas no reconhecimento inicial, pelo seu valor nominal. Adicionalmente o Banco
classifica na categoria activos financeiros ao justo valor através de resultados as aplicações geridas por
entidades externas, que incluem uma diversidade de instrumentos financeiros, incluindo derivados, cuja
posição destes instrumentos encontra-se compensada na mesma rubrica de balanço (incluindo o justo valor
negativo de alguns instrumentos financeiros). A posição junto de cada um dos gestores é actualizada com
base na valorização reportada no extracto enviado periodicamente pelas respectivas entidades externas. O
Banco não tem modelos internos de valorização dos instrumentos financeiros não cotados utilizando como
referência a valorização reportada pelos Gestores externos e nos casos dos fundos obtém as demonstrações
financeiras auditadas.

– IAS 19 – Benefícios a empregados: O Banco encontra-se a aplicar a IAS 19 para todos os benefícios a
empregados, excepto em relação ao reconhecimento das responsabilidades com pensões de reforma e
outros benefícios pós emprego. Para apurar estas responsabilidades, o Banco solicita anualmente um estudo
actuarial a um perito independente, o qual tem por base pressupostos actuariais e financeiros que melhor
se adaptam à população e à realidade do Banco. Todas as responsabilidades com pensões de reforma são
registadas por contrapartida de resultados. Com a constituição do fundo de pensões, que entrou em vigor em
1 de Janeiro de 2016, conforme Despacho nº 335/15, de 27 de Outubro de 2015, I Série – Nº 147 do Diário da
República, é caracter voluntário para os trabalhadores do Banco no activo, que terão o direito de receber os
benefícios previstos no contrato divulgado. Assim, de acordo com o artigo nº88 da Lei Orgânica do Banco as
dotações para o fundo de pensões são registadas em resultado do exercício.

As demonstrações financeiras do BNA em 31 de Dezembro de 2016 e 2015 encontram-se expressas em Milhares de


Kwanzas, tendo os activos e os passivos denominados em outras divisas sido convertidos para a MN, com base nas
taxas de câmbio médias indicativas que se seguem:

Moedas 2016 2015


1 Dólar dos Estados Unidos (USD) 165,9030 135,3150
1 Euro (EUR) 185,3790 147,8320
1 Dólar Canadiano (CAD) 122,9640 97,5350
1 Rand da África do Sul (RAD) 12,1670 14,2060
1 Libra Esterlina (GBP) 202,9730 200,3000
1 Yuan Renmimbi da China (CNY) 23,8530 20,8460
1 Direito Especial de Saque (DES) 0,0043 0,0065

111
2.2. Resumo das principais políticas contabilísticas

Além dos princípios contabilísticos aplicáveis a certas rubricas das demonstrações financeiras, descritos especificamente
ao longo do presente anexo, de uma forma geral o BNA utiliza na preparação das suas demonstrações financeiras os
seguintes princípios contabilísticos e critérios valorimétricos:

2.2.1. Especialização de exercícios

O Banco Nacional de Angola adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação à generalidade
das rubricas das demonstrações financeiras. Deste modo, os proveitos e custos são reconhecidos em função do período
de vigência das operações, sendo registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu
recebimento ou pagamento.

2.2.2. Transacções em moeda estrangeira

As contas do Banco são preparadas na divisa do ambiente económico em que opera (“moeda funcional”), sendo
expressas em Kwanzas.

As operações em moeda estrangeira são registadas segundo os princípios do sistema “multi currency”, isto é,
registadas nas respectivas moedas de denominação, sendo convertidas para Kwanzas com base nas taxas de câmbio
em vigor na data em que ocorrem. Os activos e passivos denominados em moeda estrangeira são convertidos para
Kwanzas mediante a utilização da taxa de câmbio média publicada pelo Banco na data de relato financeiro.
Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais potenciais são registados numa rubrica específica de capital
próprio denominada “Diferenças de reavaliação cambial”, sendo as diferenças cambiais efectivamente realizadas,
quer sejam negativas ou positivas, registadas na demonstração dos resultados do exercício em que ocorrem, nas
respectivas rubricas de “Perdas e ganhos associados a diferenças cambiais” (Notas 21 e 31).

2.2.3. Instrumentos financeiros

1. Reconhecimento inicial

Os activos e passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor excepto para
as obrigações do Tesouro emitidas para a realização do capital social, sendo os custos directamente imputados à
transacção acrescidos ao valor da posição em balanço.

O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda de um activo ou pago
para transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração.

112
Relatório e Contas • 2016

2. Classificação de instrumentos financeiros

12.a. Activos financeiros

Os activos financeiros, com excepção dos activos mencionados no ponto 1 anterior, são reconhecidos e valorizados de
acordo com a IAS 32 – Instrumentos financeiros: apresentação e a IAS 39 – Instrumentos financeiros: reconhecimento
e mensuração, e compreendem as categorias específicas abaixo indicadas:

– Activos financeiros ao justo valor através de resultados;


– Activos financeiros disponíveis para venda;
– Investimentos detidos até à maturidade; e
– Activos financeiros recebidos do Estado.

A classificação e mensuração destes activos financeiros reflecte a intenção do Banco relativamente a cada investimento,
tendo presente que a classificação inicial é, salvo algumas excepções, irrevogável e visa, nos termos da IAS 39 –
Instrumentos financeiros: Reconhecimento e mensuração, a ser mantida até ao reembolso ou venda do activo.

4.a.i. Activos financeiros ao justo valor através de resultados

Os activos financeiros ao justo valor através de resultados incluem:


– Títulos de rendimento fixo e variável que o Banco tenha optado, no seu reconhecimento inicial, por registar e
avaliar ao justo valor através de resultados;
– Instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo (incluindo os embutidos em activos).

Os activos financeiros classificados nesta categoria são registados ao justo valor, sendo as valias potenciais resultantes
da valorização subsequente registadas em resultados, na rubrica de “Resultados de activos e passivos avaliados ao
justo valor através de resultados”.

O Banco classifica nesta categoria as aplicações geridas por entidades externas. A posição junto de cada um dos
gestores é actualizada com base na valorização reportada no extracto enviado periodicamente pelas respectivas
entidades externas. O Banco não tem modelos internos de valorização dos instrumentos financeiros não cotados
utilizando como referência a valorização reportada pelos Gestores externos e nos casos dos fundos obtém as
demonstrações financeiras auditadas.

O montante dos compromissos de capital remanescente, assumidos junto dos gestores externos, está registado numa
rubrica extrapatrimonial, sendo actualizado simultaneamente sempre que é paga uma chamada de capital e aumentada
a posição de investimento junto da entidade em questão.

4.a.ii. Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos financeiros disponíveis para venda incluem títulos de rendimento fixo que não se encontrem classificados
como activos financeiros ao justo valor através de resultados ou como investimentos detidos até à maturidade.

Os activos financeiros disponíveis para venda são mensurados ao justo valor, sendo as variações reconhecidas
directamente em capitais próprios na rubrica “Reservas de reavaliação de justo valor”, até à maturidade ou venda do
título, momento em que o ganho ou perda anteriormente reconhecido em capitais próprios é reconhecido em resultados.
Os títulos cedidos com acordo de recompra permanecem registados na carteira de títulos do Banco, sendo registados
na rubrica “Operações de venda com acordo de recompra”, adicionalmente são relevados em contas extrapatrimoniais.

113
Os juros corridos de títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio
ou desconto) são registados em resultados, de acordo com o método da taxa de juro efectiva.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência objectiva em
que os activos financeiros disponíveis para venda estão com imparidade, considerando a situação dos mercados
e a informação disponível sobre os emitentes.

De acordo com a IAS 39, a evidência objectiva que um activo financeiro disponível para venda se encontra com
imparidade inclui dados observáveis acerca dos seguintes eventos de perda:

– Dificuldades financeiras significativas do emitente;


– Incumprimento contratual do emitente em termos de reembolso de capital ou pagamento de juros;
– Probabilidade de falência do emitente;
– Desaparecimento de um mercado activo para o activo financeiro devido a dificuldades financeiras do
emitente.

Para além dos eventos referidos, o Banco considera como evidência objectiva de imparidade uma diminuição
significativa e prolongada do justo valor dos activos financeiros.
Quando existe evidência objectiva de que um activo financeiro disponível para venda está com imparidade, a eventual
perda é registada em resultados após o desreconhecimento das menos valias potenciais reconhecidas em reservas de
reavaliação de justo valor.
As perdas por imparidade registadas em títulos de rendimento fixo são revertidas através de resultados, sempre
que houver uma alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da
imparidade. As perdas por imparidade relativas a títulos de rendimento variável não podem ser revertidas. No caso
de títulos de rendimento fixo ou variável para os quais tenha sido reconhecida imparidade, posteriores variações
negativas de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

4.a.iii. Investimentos detidos até à maturidade

Os investimentos detidos até à maturidade incluem os activos financeiros com pagamentos fixados ou determináveis e
maturidade fixada relativamente aos quais tenha a intenção e capacidade de deter até ao seu vencimento.

Estes activos são inicialmente reconhecidos pelo seu justo valor. Em geral, o justo valor no momento inicial
corresponde ao valor de transacção e inclui proveitos e custos directamente atribuíveis à transacção. Posteriormente,
os investimentos detidos até à maturidade são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro
efectiva e sujeito a testes de imparidade.

Os juros corridos de títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou
desconto) são registados em resultados, na rubrica “Juros e rendimentos similares”, de acordo com o método da taxa
de juro efectiva.

As obrigações do Tesouro emitidas em moeda nacional indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos e as
indexadas ao índice de preços do consumidor estão sujeitas a actualização do valor nominal do título de acordo com
a variação dos respectivos indexantes. Deste modo, o resultado da referida actualização do valor nominal do título é
reflectido na demonstração dos resultados do exercício em que ocorre.

Quando existe evidência objectiva de que um investimento detido até à maturidade está com imparidade, a eventual
perda por imparidade corresponde à diferença entre a quantia escriturada do activo financeiro e o valor de actualização
dos fluxos de caixa futuros estimados (excluindo o efeito de eventos futuros), descontados à taxa de juro efectiva

114
Relatório e Contas • 2016

original calculada no reconhecimento inicial, devendo a mesma ser registada por contrapartida de resultados.
Se num período subsequente o montante da perda diminui e essa diminuição puder ser objectivamente relacionada
com um evento que ocorreu após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados.

4.a.iv. Activos financeiros recebidos do Estado

As obrigações do Tesouro nacional recebidas no âmbito da liquidação da conta corrente do Ministério das Finanças
prevista na Lei do Banco são reconhecidas em balanço pelo seu valor nominal, conforme referido na alínea b) do ponto 3.

4.a.v. Operações activas de mercado aberto

As operações de cedência de liquidez às instituições financeiras bancárias são suportadas por títulos públicos em moeda
nacional. Estes títulos são registados em contas extrapatrimoniais pelo seu valor nominal. Os fundos cedidos são registados
na rubrica de activo “Aplicações em instituições de crédito”, sendo periodificados os respectivos juros a receber.

4.a.vi. Activos financeiros recebidos em aumento de capital

As obrigações do Tesouro Nacional recebidas no âmbito da realização do aumento de capital social do Banco são
reconhecidas em balanço pelo seu valor nominal, conforme referido na alínea b) do ponto 3.

4.a.vii. Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações e política monetária

Conforme previsto na Lei do Banco Nacional de Angola, o Banco pode conceder empréstimos às instituições financeiras,
empréstimos por um prazo não inferior a três meses. Os mesmos podem ser concedidos com dispensa de garantia,
desde que, na opinião do Conselho de Administração, estejam em causa exigências de liquidez da instituição de crédito
devedora e do interesse público

Estes financiamentos são registados inicialmente pelo valor nominal. A cada data de balanço o Conselho de
Administração analisa os indícios objectivos de imparidade. O montante de perda por imparidade apurado é reconhecido
directamente em resultados do exercício na rubrica “ Perdas por imparidade líquidas de reversão”.

As instituições financeiras detidas a 100% pelo Estado Angolano, não são sujeitas a perdas por imparidade.

12.b. Passivos financeiros

Os passivos financeiros incluem notas e moedas em circulação, depósitos de outras instituições, títulos emitidos
pelo Banco Central, outros instrumentos no âmbito da política monetária e financiamentos obtidos junto do Fundo
Monetário Internacional (FMI).

Os passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor, deduzido de custos
directamente atribuíveis à transacção, sendo posteriormente valorizados ao custo amortizado.

Qualquer diferença entre o montante recebido líquido de custos de transacção e o montante a pagar na maturidade
é reconhecida na demonstração dos resultados durante a vida do passivo através do método da taxa efectiva.

115
2.b.i. Notas e moedas em circulação

As notas e moedas em circulação são registadas pelo seu valor de emissão (valor facial) na rubrica de “Emissões de
notas e moedas”. Os encargos com a sua produção são reconhecidos linearmente como gastos ao longo do período
de vida útil das notas e moedas, na rubrica “Outros encargos e gastos – emissão de notas e moedas”, actualmente
estimada em 5 anos.

2.b.ii. Títulos emitidos pelo Banco Central

As emissões de Títulos do Banco Central (TBC) encontravam-se registadas na rubrica de passivo “Dívida emitida –
Títulos do Banco Central” até a data de maturidade. Na data de emissão, os títulos são reconhecidos pelo seu justo
valor (valor de emissão), sendo posteriormente valorizados ao custo amortizado de acordo com o método da taxa de
juro efectiva. Actualmente, o BNA não possui em sua carteira Títulos do Banco Central.

2.b.iii Operações passivas de mercado aberto

Os fundos captados das instituições financeiras, decorrentes das operações de absorção de liquidez são registados na
rubrica de passivo “Responsabilidades para com instituições de crédito – Mercado monetário interbancário”, sendo os
respectivos juros a pagar reconhecidos de forma linear durante a vigência do prazo das operações.

2.b.iv Fundo Monetário Internacional

O reconhecimento das transacções e saldos com o FMI segue as indicações dadas por esta instituição, que consideram
as características específicas das relações financeiras dos países membros com o Fundo.
As posições junto do FMI são denominadas em Direitos de Saque Especiais (DSE) e convertidas para Kwanzas à taxa
de câmbio à data de referência, sendo os activos e passivos registados separadamente. Adicionalmente, todas as
variações cambiais potenciais das posições junto do FMI são reconhecidas na rubrica de Capitais Próprios “Reserva de
reavaliação cambial”, ao invés dos juros e comissões pagas, decorrentes da relação mantida com esta entidade, que
são reconhecidos na demonstração dos resultados.

2.b.v Reservas Bancárias

As reservas bancárias do Banco encontram-se constituídas por reservas líquidas. Com o instrutivo nº 2 e 4, de 2016, os
bancos comerciais podem constituir parte das reservas obrigatórias com títulos e contractos de financiamento. Estes
são registados na linha de balanço das reservas bancárias com reflexo na linha do balanço operações às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária.

116
Relatório e Contas • 2016

3. Método de valorização

Activo Método de avaliação / Fonte de informação


Caixa e disponibilidades em instituições de crédito Valor nominal
Aplicações em instituições de crédito Valor nominal
Activos financeiros ao justo valor através de resultados Justo valor com base nos extractos das entidades externas
Activos financeiros disponíveis para venda Justo valor com base no terminal financeiro da bloomberg
Fundo monetário internacional Valor nominal
Investimentos detidos até à maturidade Custo amortizado
Activos financeiros recebidos no aumento de capital Valor nominal
Investimentos em associadas e outras entidades Custo de aquisição
Operações de financiamento às instituições de
crédito relacionadas com operações de política monetária Valor nominal
Activos financeiros recebidos do Estado Valor nominal

Passivo Método de avaliação / Fonte de informação


Notas e moedas em circulação Valor facial
T ítulos do Banco Central Custo amortizado
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária Valor nominal
Fundo monetário internacional Valor nominal
Operações de venda com acordo de recompra Valor nominal
Responsabilidades internas para com outras entidades Custo amortizado

3.a. Justo valor

Os instrumentos financeiros registados nas categorias de activos ou passivos financeiros ao justo valor através de
resultados e activos ou passivos financeiros disponíveis para venda são valorizados pelo justo valor.

O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda de um activo ou pago
para transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração.

3.b. Custo amortizado

Os instrumentos financeiros mantidos ao custo amortizado são inicialmente registados pelo justo valor acrescido ou
deduzido de custos ou proveitos directamente atribuíveis à transacção. O reconhecimento dos juros é efectuado pelo
método da taxa efectiva. Para as obrigações do Tesouro adquiridas no âmbito da realização do aumento de capital do
Banco que não têm qualquer remuneração associada, considerou-se uma taxa efectiva nula pelo que as mesmas se
encontram registadas no balanço do Banco pelo respectivo valor nominal.

Sempre que a estimativa de pagamentos ou cobranças associadas a instrumentos financeiros valorizados pelo seu custo
amortizado seja revista, o respectivo valor de balanço é ajustado por forma a reflectir os seus fluxos de caixa revistos. O novo
custo amortizado é apurado calculando o valor presente dos fluxos de caixa futuros revistos à taxa de juro efectiva ajustada do
instrumento financeiro. Este ajustamento no custo amortizado é reconhecido directamente na demonstração dos resultados.

4. Reclassificação de activos financeiros

De acordo com a IAS 39, é possível reclassificar alguns activos financeiros classificados como activos financeiros ao
justo valor através de resultados ou disponíveis para venda para outras categorias de activos financeiros, se forem

117
cumpridos alguns requisitos, não sendo contudo permitidas reclassificações para a categoria de activos financeiros ao
justo valor através de resultados.

A reclassificação para as categorias de investimentos detidos até à maturidade apenas é possível se o Banco tiver
intenção e capacidade para manter os activos até à sua maturidade ou num futuro previsível.

12.a. Ouro

O ouro é valorizado em Dólares dos Estados Unidos ao preço de fecho diário disponível na bolsa de Nova Iorque.
As valias potenciais provenientes da valorização ao justo valor e da reavaliação cambial são registadas em contas
distintas de “Reservas de reavaliação”. As valias efectivas são registadas na demonstração dos resultados, no
momento da alienação das posições de ouro detidas. As valias efectivas resultantes do justo valor são registadas nas
rubricas “Ganhos em activos não financeiros” ou “Perdas em activos não financeiros”, consoante se tratem de mais
ou menos valias, respectivamente. As valias efectivas resultantes da reavaliação cambial são registadas nas rubricas
“Ganhos associados a diferenças cambiais” ou “Perdas associadas a diferenças cambiais”, consoante se tratem de
mais ou menos valias, respectivamente.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência objectiva de
imparidade, considerando para o efeito um declínio prolongado e significativo do seu valor ao longo do tempo.

Quando existem indícios objectivos de que o ouro está com imparidade, a perda potencial acumulada na reserva
de reavaliação de justo valor é desreconhecida do capital próprio e registada nos resultados do período, sendo que
posteriores variações potenciais negativas de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

As perdas por imparidade registadas em ouro são revertidas através de resultados, se houver uma alteração positiva
no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade.

12.b. Participações financeiras

As participações financeiras são registadas ao custo de aquisição, sendo os recebimentos decorrentes das distribuições
de lucros reconhecidos em resultados.

Adicionalmente, são efectuados testes de imparidade em cada data de relato financeiro, de forma a avaliar a
recuperabilidade do investimento de acordo com o previsto na IAS 36 – Imparidade de activos, sendo registada
imparidade quando existem perdas de carácter permanente.

12.c. Activos tangíveis

Os activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, reavaliado ao abrigo do disposto no Decreto-
Lei nº 6/96, de 26 de Janeiro, de modo a reflectir o efeito da desvalorização da moeda nacional, sendo deduzido das
respectivas depreciações e perdas por imparidade acumuladas. Os custos de reparação, manutenção e outras despesas
posteriores ao reconhecimento inicial, associadas ao seu uso, são reconhecidos como custo do exercício. Os custos
incorridos com benfeitorias que permitam um acréscimo dos benefícios económicos futuros estimados inicialmente,
bem como um aumento da vida útil do bem, deverão ser capitalizados no valor do activo.

118
Relatório e Contas • 2016

As depreciações são calculadas com base no método das quotas constantes e de acordo com a vida útil estimada,
correspondente ao período em que se espera que o activo esteja disponível para uso:

Anos de vida útil


Imóveis 50
Equipamento:
Mobiliário e material 10
Máquinas e ferramentas 10
Equipamento informático 3 a 10
Instalações interiores 10
Material de transporte 3
Equipamento de segurança 3 a 10
Outro equipamento 10
Obras em imóveis arrendados 3a5
Sistemas de tratamento automático de dados 3

No âmbito do processo de implementação das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) como referencial
contabilístico, o BNA realizou uma revisão das políticas contabilísticas, nomeadamente a referente aos activos
tangíveis, classificados na categoria de imóveis.

Esta revisão consubstanciou-se na aprovação do novo manual de políticas contabilísticas pelo Conselho de Administração.
De acordo com a norma IAS 16 – “Activos Fixos Tangíveis”, o Banco deve escolher entre dois métodos possíveis para
mensurar os activos fixos tangíveis, sendo estes o método do custo e o método de revalorização. A política contabilística
deve ser aplicada a uma classe inteira de activos fixos tangíveis, neste caso os imóveis de uso próprio. Atendendo aos
requisitos da norma e à realidade específica do Banco, o Conselho de Administração aprovou o método do custo como
política contabilística a aplicar, sendo que os principais aspectos que suportam esta decisão são os seguintes:

– As anteriores políticas contabilísticas do Banco, que previam o modelo do custo como método de mensuração
dos imóveis de uso próprio, cumpriam a maior parte dos requisitos das IAS 16, não tendo sido identificada a
necessidade de alterar este método de mensuração.

– O modelo de revalorização acresce complexidade aos registos contabilísticos associados a estes activos,
criando necessidades de alteração de procedimentos internos e de parametrizações do sistema informático,
decorrentes dos ajustamentos de justo valor e consequentes (i) reexpressão ou eliminação das depreciações
acumuladas e (ii) reestimativa das amortizações do exercício. Importa referir que a norma prevê que quando
um item do activo fixo tangível for revalorizado, toda a classe do activo fixo tangível à qual pertença esse
activo deve ser revalorizada.

– Conforme exposto na norma, o justo valor de edifícios deve ser determinado com base em avaliações realizadas
por peritos independentes e profissionalmente qualificados. De acordo com a IFRS 13 – Mensuração pelo
justo valor, o justo valor corresponde ao valor que seria recebido na venda de um activo numa transacção
entre entidades de mercado não relacionadas entre si. Contudo, não é possível determinar o justo valor
destes imóveis de forma fiável, dado que em Angola não existem transacções de mercado com activos
comparáveis.

– Adicionalmente, existe uma dificuldade acrescida na avaliação de alguns dos imóveis de uso próprio do
Banco, tendo em consideração as características muito específicas desses imóveis, nomeadamente no caso
do edifício sede que em 1995 foi elevado a património histórico-cultural. A este respeito, importa ainda

119
salientar que os imóveis do Banco não se destinam à venda, mas ao uso no decurso das suas operações,
pelo que um valor de mercado teórico sem referência a transacções comparáveis apenas traria volatilidade
acrescida aos capitais próprios do Banco.
– No âmbito da análise de benchmarking efectuada foram analisados os relatórios e contas dos bancos
centrais dos países de língua portuguesa, tendo verificado que todos eles optaram pelo modelo do custo,
como método de mensuração dos activos fixos tangíveis.

Por último, importa salientar que a norma IAS 16 prevê que os valores de balanço dos activos fixos tangíveis, incluindo
imóveis de uso próprio, devem ser deduzidos de quaisquer perdas por imparidade acumuladas.

Neste sentido, deverá ser definida uma periodicidade para avaliação de indícios de imparidade nos activos fixos
tangíveis do Banco, o que não implica a realização de avaliações de mercado, mas sim o consumo do imóvel pelas
operações pelo Banco.

Os terrenos e o património artístico detidos pelo Banco não são objecto de depreciação.

As despesas com obras em imóveis arrendados são depreciadas por um período compatível com o da sua utilidade
esperada ou do contracto de arrendamento.

Periodicamente são realizadas análises no sentido de identificar evidência de imparidade em activos tangíveis. Sempre
que o valor líquido contabilístico dos activos tangíveis exceda o seu valor recuperável (maior de entre o valor de uso e
o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo nos resultados do exercício, na rubrica “Imparidade
de outros activos”.

O imobilizado em curso encontra-se registado pelo valor total das despesas já facturadas ao Banco, sendo transferido
para imobilizado firme quando começa a ser efectivamente utilizado, iniciando-se então a sua amortização.

12.d. Activos intangíveis

Esta rubrica compreende, essencialmente, custos com a aquisição de sistemas de tratamento de dados utilizados no
desenvolvimento da actividade do Banco.

Os activos intangíveis são registados pelo seu custo de aquisição, deduzidos de depreciações e perdas por imparidade.
As depreciações são registadas pelo método das quotas constantes, ao longo do período de vida útil estimada dos
activos, o qual corresponde a um período de três anos. Anualmente é efectuada uma análise para apuramento de
eventuais perdas por imparidade. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos intangíveis exceda o seu valor
recuperável (maior de entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo nos
resultados do exercício, na rubrica “Imparidade de outros activos”.

5. Benefícios dos empregados

12.a. Benefícios de curto prazo

Os benefícios de curto prazo tais como os salários, os subsídios de natal, férias e do 14 de Agosto são reflectidos em
resultados na rubrica de “Gastos com pessoal” no período a que respeitam, de acordo com o princípio da especialização
de exercícios.

120
Relatório e Contas • 2016

12.b. Benefícios pós-emprego

O Banco estabeleceu um plano de benefícios definidos, assegurando aos seus empregados, ou às suas famílias,
o pagamento de um complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de sobrevivência,
relativamente às pensões a que os trabalhadores têm direito pelo facto de estarem inscritos no regime da Segurança
Social.

O Banco assegura aos reformados e respectivo cônjuge bem como aos empregados com doenças crónicas (não abrangidas
pelo seguro de saúde) o pagamento das despesas com assistência médica e medicamentosa. Adicionalmente, o Banco
oferece anualmente aos seus reformados cabazes de Natal.

O valor total das responsabilidades com pensões e compensação de reforma, por serviços passados relativos ao plano
de benefício definido é determinado por actuários independentes, utilizando o método do crédito unitário projectado
e registado integralmente na rubrica do passivo “Responsabilidades com pensões e outros benefícios”,.

O valor total das responsabilidades com assistência médica e medicamentosa e com cabazes de Natal é estimado
pelo Conselho de Administração, sendo reconhecido na rubrica do passivo “Responsabilidades com pensões e outros
benefícios”.

Durante o exercício de 2015, mediante a publicação do despacho nº 335/15 de 27 de Outubro, foi constituído o fundo
de pensões dos trabalhadores do BNA, sendo que o Conselho de Administração deliberou um aporte financeiro inicial
sob a forma de contribuição extraordinária a cada trabalhador que aderiu ao plano de pensões, de forma proporcional
ao tempo de serviço que cada um dedicou ao BNA, desde a sua admissão no Banco, com a finalidade de estimular
a adesão ao fundo de pensões, bem como retribuir a contribuição dada por cada trabalhador ao desenvolvimento
e consolidação da instituição. O montante do aporte financeiro inicial é calculado com base num estudo actuarial. As
contribuições terão início a 1 de Janeiro de 2016 e prevê alterações nos actuais benefícios pós-emprego. Na sequência
da entrada em vigor da nova lei Geral do Trabalho relativamente ao artigo 262 - Compensação de reforma o Conselho
de Administração deliberou a 27 de Dezembro de 2016, a continuação deste beneficio para todos os trabalhadores
admitidos antes de 13 de Setembro de 2015.

6. Provisões e passivos contingentes

Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva) resultante de eventos passados
relativamente à qual seja provável o futuro dispêndio de recursos, e este possa ser determinado com fiabilidade. O
montante da provisão corresponde à melhor estimativa do valor a desembolsar para liquidar a responsabilidade na
data do balanço. De acordo com o n.º 2 do artigo 5.º da Lei Orgânica do Banco, o Conselho de Administração pode criar
outras reservas e provisões destinadas a cobrir riscos de depreciação ou prejuízos a que determinadas naturezas de
activos ou operações estejam particularmente sujeitas.

De acordo com a decisão definida e aprovada pelo Banco em 2013, a provisão para riscos de mercado poderá
corresponder até 5% do valor de balanço das posições em activos sobre o exterior, tendo uma natureza equivalente
a uma reserva, dado que apresenta um carácter de permanência, destinando-se a cobrir riscos potenciais de balanço
numa perspectiva de médio e longo prazo, considerando evoluções inesperadas dos mercados financeiros, assim como
o agravamento generalizado do risco de crédito. Os seus reforços e reposições são efectuados por contrapartida de
resultados, conforme definido no artigo 88.º da Lei Orgânica do Banco.

A rubrica “Provisão para riscos diversos” inclui provisões para cobrir potenciais responsabilidades de natureza
específica, nomeadamente execução de garantias prestadas ou outros compromissos, abertura de contingências
relativas a questões cambiais e outras responsabilidades ou contingências legais.

121
Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos contingentes
são apenas objecto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja remota.

No âmbito do seu papel de supervisor, o Banco Nacional de Angola deve sempre avaliar o risco sistémico a que
sistema financeiro nacional está sujeito. Adicionalmente, tendo em consideração o contexto macroeconómico actual,
a supervisão do Banco Nacional tem-se revelado cada vez mais necessária junto do sistema financeiro.

Assim, de forma a espelhar nas demonstrações financeiras do BNA esta preocupação, dever-se-á registar uma provisão
do risco sistémico do sector financeiro. Neste sentido, o seu apuramento assenta num modelo de scoring que visa
essencialmente avaliar a exposição das instituições financeiras bancárias ao risco e considera na sua base de cálculo
o total dos passivos financeiros, deduzido das disponibilidades líquidas das instituições financeiras bancárias. De
salientar que o scoring é efectuado tendo em consideração os seguintes riscos:

– Rácio de solvabilidade regulamentar;


– Concentração da carteira de crédito;
– Rácio de transformação (rácio de liquidez);
– Risco cambial; e
– Outros riscos regulamentares.

7. Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis

As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em rubricas extrapatrimoniais
pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos reconhecidos em resultados ao longo do
período de vida das operações.

8. Impostos

Considerando as alterações regulamentares em sede de imposto de consumo que ocorreram durante o exercício de
2014, através da aprovação do Decreto-Legislativo Presidencial n.º 3-A/14, de 21 de Outubro de 2014, bem como as
alterações que já haviam sido introduzidas pelo Decreto Presidencial n.º 7/11, de 30 de Dezembro, o Banco Nacional
de Angola encontra-se a analisar o enquadramento da isenção prevista no artigo 92º da Lei n.º 16/2010, de 15 de
julho à luz do referido Decreto-Legislativo Presidencial. Ate à presente data ainda não foram concluídos os trabalhos
de enquadramento, porém apenas foram identificadas possíveis contingências não mensuradas. Verificou-se durante
o exercício de 2015, tal como no passado, o pagamento de direitos alfandegários e inerentes sobre a importação de
mercadorias e de outros impostos que não se inserem no âmbito da isenção prevista na sua Lei Orgânica.

9. Capital social

Os aumentos de capital são reconhecidos na rubrica do capital próprio de “Capital”, no momento em que são subscritos.
O montante não realizado é registado numa rubrica de “Devedores por capital não realizado”.

10. Reservas e resultados transitados

As reservas do Banco são constituídas e movimentadas de acordo com o estabelecido no artigo 89º da Lei Orgânica do
Banco e dividem-se entre (i) a reserva legal e (ii) outras reservas que o Conselho de Administração delibere.

122
Relatório e Contas • 2016

Os resultados transitados representam resultados de períodos anteriores que se encontram a aguardar aplicação por
parte do Conselho de Administração.

11. Demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira

Para efeitos da preparação das demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira, o Banco
considera como caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira todos os depósitos à ordem e todos os depósitos
a prazo, partes integrantes das rubricas “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” (Nota 4) e “Aplicações
em instituições de crédito” (Nota 5).

12. Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas

Na preparação das demonstrações financeiras do Banco são utilizadas estimativas e valores futuros esperados. Estas
estimativas são subjectivas por natureza e podem afectar o valor dos activos e passivos, proveitos e custos, assim
como de passivos contingentes divulgados. As estimativas com maior impacto nas demonstrações financeiras do
Banco incluem as abaixo apresentadas.

12.a. Pensões de reforma e sobrevivência e compensação por reforma

As responsabilidades por pensões de reforma e sobrevivência e por compensação de reforma são estimadas tendo por
base avaliações actuariais efectuadas por peritos externos. Estas estimativas incorporam um conjunto de pressupostos
financeiros e actuariais, nomeadamente a taxa de desconto, tábuas de mortalidade, invalidez, crescimento das
pensões e dos salários, entre outros. Não obstante a Lei Geral do Trabalho de 7/15, de 15 de Junho que revoga
a Lei nº 2/2000, de 11 de Fevereiro, extinguir as responsabilidades com a compensação de reforma aos trabalhadores,
relativamente ao artigo 262 - Compensação de reforma o Conselho de Administração deliberou a 27 de Dezembro
de 2016, a continuidade deste beneficio para todos os trabalhadores admitidos antes de 13 de Setembro de 2015
conforme informação nº20 Ref.ª DRH/DIR/2016.

Os pressupostos adoptados correspondem à melhor estimativa do Conselho de Administração quanto ao comportamento


futuro das referidas variáveis.

12.b. Responsabilidades com cabazes e assistência médica e medicamentosa dos reformados

As responsabilidades com cabazes de Natal e assistência médica e medicamentosa dos reformados são estimadas
pelo Banco, tendo por base pressupostos actuariais e financeiros, nomeadamente a taxa de desconto, a taxa de inflação
e as tábuas de mortalidade.

O Banco considera que as responsabilidades registadas nas demonstrações financeiras reflectem de forma adequada
a melhor estimativa na data de balanço dos montantes a desembolsar.

12.c. Determinação de perdas por imparidade em activos financeiros disponíveis para venda

De acordo com os requisitos de valorização destes activos, as menos-valias resultantes da desvalorização do


respectivo valor de mercado são reconhecidas por contrapartida de reservas de reavaliação de justo valor. Sempre que
exista evidência objectiva de imparidade, as menos-valias acumuladas que tenham sido reconhecidas na reserva de
reavaliação de justo valor devem ser transferidas para custos do exercício.

123
No caso de instrumentos de dívida classificados nesta categoria, as menos-valias são transferidas da reserva de
reavaliação para resultados sempre que existam indícios de que possa vir a ocorrer incumprimento dos fluxos de
caixa contratuais, nomeadamente, por dificuldades financeiras do emitente, existência de incumprimento de outras
responsabilidades financeiras, ou uma degradação significativa do rating do emitente.

12.d. Determinação de perdas por imparidade em operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas
com operações de política monetária

As perdas por imparidade sobre as operações às instituições de crédito relacionadas com operações de política
monetária têm em consideração critérios de prudência, tendo em vista a cobertura de riscos e contingências futuras.
Os pressupostos adoptados para a determinação das perdas de imparidade correspondem à melhor estimativa do
Conselho de Administração. Adicionalmente, é de realçar que o Conselho de Administração considera que o estado
Angolano não apresenta indícios de imparidade.

12.e. Provisões para riscos de mercado e riscos diversos

O plano de contas do Banco prevê a existência de uma provisão para riscos de mercado e uma provisão para riscos
diversos. Estas provisões possuem uma natureza equivalente a uma reserva, embora os seus reforços e reposições
sejam efectuados directamente por contrapartida da demonstração de resultados. A definição do montante da
provisão para riscos de mercado tem em consideração os critérios de prudência de gestão apropriados no contexto
dos investimentos do Banco em activos financeiros nos mercados internacionais. A provisão para riscos diversos tem
em vista a cobertura de outros riscos e contingências futuras, sendo os montantes apurados com base em critérios de
prudência para os outros elementos patrimoniais e extrapatrimoniais.

12.f. Provisões para risco sistémico do sector bancário

No âmbito do seu papel de supervisor, o Banco Nacional de Angola deve avaliar o risco sistémico a que o sistema
financeiro nacional está sujeito. A provisão para risco sistémico assenta num modelo de scoring que visa essencialmente
avaliar a exposição das instituições financeiras bancárias ao risco considerando o total dos seus passivos financeiros
deduzido das disponibilidades líquidas das instituições financeiras bancárias.

12.g. Responsabilidades para o fundo habitacional e fundo social

De acordo com a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho artigo n.º 81.º e 82.º – Lei Orgânica do Banco Nacional de Angola, o BNA
pode adquirir ou construir imóveis, destinados a habitação própria dos seus trabalhadores, nos termos e condições
a estabelecer pelo Conselho de Administração. O montante da provisão corresponde à melhor estimativa do valor a
desembolsar para financiar investimentos imobiliários de cariz social na data do balanço.

Adicionalmente, de acordo com o Regulamento do Fundo Social, aprovado pelo Despacho N.º 008/2014, de 31 de
Janeiro, anualmente é definido pelo Conselho de Administração um montante de recursos financeiros a afectar ao
Fundo Social, por altura da aprovação das contas do exercício do Banco, este é apurado de acordo com pressupostos
assumidos anualmente, atendendo ao contexto social na data de balanço, assim o montante da provisão corresponde
à melhor estimativa do valor a desembolsar para liquidar esta responsabilidade na data do balanço.

12.h. Provisão para dívida dos empréstimos aos trabalhadores

No âmbito do seu papel de actuação social, o Banco Nacional de Angola de modo a reduzir os impactos dos descontos
dos empréstimos aos trabalhadores, optou por comprar a divida destes junto dos bancos comerciais cuja amortização
se encontram indexadas ao dólar. A provisão constituída representa 50% do montante que os trabalhadores do BNA
teriam de pagar após a entrada na Reforma.

124
Relatório e Contas • 2016

3. Ouro

A 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Oz (*)
Montante Oz (*)
Montante
592 901 112 872 696 592 901 85 106 242
(*)
1 onça de ouro fino = 31,103481 gramas de ouro fino.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o Banco detém 592.901 onças de ouro (Oz) a um preço médio de 1.679,1 USD,
sendo o seu valor de mercado nestas datas de 1.147,5 USD e 1.060,8 USD, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a rubrica “Diferenças de reavaliação de justo valor” referente à posição de ouro,
regista uma mais-valia potencial que ascende a Kz 53.943.804 Mil e Kz 50.953.833 Mil, respectivamente (Nota 21).

Durante os exercícios de 2016 e 2015, o Banco registou na rubrica “Diferenças de reavaliação de justo valor” as mais
ou menos valias potenciais resultantes da valorização deste activo. Apesar de ter havido indícios de imparidade em
31,7%, em 31 de Dezembro de 2016, o Banco não reconheceu perdas por imparidade do ouro no exercício de 2016,
uma vez que foi verificado no âmbito das análises de imparidade realizadas no início de 2017, que o justo valor estava
acima do limite definido pela política contabilística de perda potencial de 30,0%, isto é, perdas potenciais de 27,9% e
25,2% nos períodos findos em 31 de Janeiro e 28 de Fevereiro de 2017, respectivamente.

4 . Caixa e disponibilidades em instituições de crédito

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
No exterior
Depósitos à ordem 160.334.290 245.764.198
No país
Depósitos à ordem
Em moeda estrangeira 1.699.882 1.326.419
Em moeda nacional 3.145 651
Notas e moedas em caixa
Em moeda estrangeira 14.336.787 13.561.014
Fundo de maneio
Em moeda nacional 7.987 5.432
16.047.801 14.893.516
176.382.091 260.657.714

Durante o exercício de 2016, a rubrica de “Depósitos à ordem no exterior“ registou uma diminuição de Kz 85.429.908 Mil face
a 31 de Dezembro de 2015 representando uma variação negativa de 35,0%. Esta diminuição é essencialmente explicada pela
aplicação de depósitos a prazo, gerando assim uma diminuição nas disponibilidades junto de instituições financeiras estrangeiras.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, os saldos apresentados na rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Em
moeda estrangeira” encontram-se maioritariamente denominados em Dólares dos Estados Unidos.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, fazem parte da rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Fundo de maneio”,
os meios físicos existentes nas tesourarias de Luanda e de cada uma das delegações regionais, sendo o seu controlo
efectuado regularmente por meio de inventários físicos.

125
5. Aplicações em instituições de crédito

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
No exterior
Depósitos a prazo
Valor aplicado 1.583.110.596 1.216.574.172
Juros a receber 3.104.102 1.999.977
1.586.214.698 1.218.574.149
No país
Depósitos a prazo
Valor aplicado 24.221.838 19.755.990
Perdas por imparidade (24.221.838) (6.585.330)
- 13.170.660
1.586.214.698 1.231.744.809

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a composição da rubrica “Depósitos a prazo – Valor aplicado” em termos de prazos
residuais até ao vencimento é a seguinte:
2016
Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses T otal
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 623 974 258 195 213 867 234 830 369 529 092 102 1 583 110 596
No país - 24 221 839 - - 24 221 839
623 974 258 219 435 706 234 830 369 529 092 102 1 607 332 435
2015
Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses T otal
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 355 896 318 286 423 490 252 613 251 321 641 113 1 216 574 172
No país - 19 755 990 - - 19 755 990
355 896 318 306 179 480 252 613 251 321 641 113 1 236 330 162

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a rubrica “No exterior – Depósitos a prazo” representa as aplicações do BNA
em bancos internacionais, com prazos máximos até um ano e remuneradas a uma taxa média anual de 1,0% e 0,8%,
respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a rubrica “No país – Depósitos a prazo” corresponde integralmente a uma
aplicação detida junto de uma instituição financeira bancária nacional, denominada em Dólares dos Estados Unidos,
no montante de USD 146.000 Mil.

No exercício de 2016, o Banco registou uma perda por imparidade de Kz 24.221.838 Mil, relativa ao risco de crédito
implícito nas suas aplicações a prazo. Esta perda por imparidade equivale a 100% do referido valor aplicado, uma vez
que corresponde à melhor estimativa do Conselho de Administração relativamente à recuperabilidade deste activo.
No exercício de 2015, o Banco tinha registado perdas por imparidade de Kz 6.585.330 Mil para a mesma aplicação.

126
Relatório e Contas • 2016

6. Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações


de política monetária

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Mercado monetário interbancário
Operações de redesconto
Valor aplicado 312.724.112 238.117.077
Perdas por imparidade (84.050.374) (32.969.552)
Juros a receber 2.189.550 -
Operações ocasionais de cedência de liquidez -
Valor aplicado 160.335.132
Juros a receber 6.643.098 -
Facilidades de cedência de liquidez 2.453.703 -
T itulos e contratos afectos para cumprimento de
reserva obrigatória
T itulos afectos para cumprimento de RO-M.N. 394.258.467 -
T itulos afectos para cumprimento de RO-M.E. 243.303.193 -
Contratos de financiamento MINFIN 15.378.928 -
Cedência de liquidez
Valor cedido 47.303.183 -
Perdas por imparidade (31.537.032) -
1.069.001.961 205.147.525

Esta rubrica inclui as operações activas realizadas em mercado aberto, nomeadamente, operações de redesconto,
títulos e contractos afectos para cumprimento de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, depósitos overnight
(Facilidade de Cedência de Liquidez overnight) e cedência de liquidez.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a rubrica “Operações de redesconto” apresenta a seguinte distribuição por
instituição financeira:

2016 2015
Rendimentos a Imparidade Valor líquido Rendimentos Imparidade Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido Valor cedido
receber Acumulada de Balanço a receber Acumulada de Balanço
Banco Económico 181.624.950 1.326.578 (75.261.067) 107.690.461 143.706.722 - (28.954.410) 114.752.312
Banco de Poupança e Crédito 118.099.163 764.775 - 118.863.938 81.410.355 - - 81.410.355
Banco Angolano de Negócios e Crédito 13.000.000 98.196 (8.789.307) 4.308.889 13.000.000 - (4.015.142) 8.984.858
312.724.112 2.189.550 (84.050.374) 230.863.288 238.117.077 - (32.969.552) 205.147.525

Em 31 de Dezembro de 2016, os colaterais inerentes às “Operações de redesconto” referentes ao Banco Económico e


ao Banco de Poupança e Crédito, ascendem a Kz 173.858.994 Mil e Kz 71.299.905 Mil, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, as operações de redesconto têm prazos de 29 e 30 dias respectivamente, e são
remuneradas a uma taxa média anual de 20,0% e 15,0%, respectivamente.

As operações de redesconto visam ceder liquidez por prazo mais alargado às instituições financeiras bancárias, na
qualidade de prestamista de última instância. Estas operações são concedidas a exclusivo critério do BNA, mediante
solicitação formal da instituição financeira, sendo realizadas com o compromisso de recompra dos activos dados
em garantia. No exercício de 2016, o Banco registou uma perda por imparidade no montante de Kz 84.050.374 Mil,
equivalente a 66,7% do valor de balanço deduzido dos colaterais inerentes às “Operações de redesconto”, uma vez
que corresponde à melhor estimativa do Conselho de Administração relativamente à exposição ao risco de mercado e
de crédito das referidas posições activas.

127
Relativamente ao Banco de Poupança e Crédito é importante salientar que é uma entidade Estatal que não apresenta
eventos de default a 31 de Dezembro de 2016 e consequentemente o Conselho de Administração considera que não
existe a necessidade de contabilizar perdas por imparidade.

Em 31 de Dezembro de 2016, a rubrica “Títulos e contratos afectos para cumprimento de reserva obrigatória”
corresponde Obrigações do Tesouro entregues pelos bancos comerciais para cumprimento de reservas obrigatórias
em moeda nacional e moeda estrangeira, de acordo com o previsto no Instrutivo nº2 e 4/2016, estando de igual modo
contabilizadas na rúbrica “Reservas bancárias” (Nota 14) e encontram-se registadas pelo valor nominal.

2016
Rendimentos Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido
a receber de Balanço
Banco de Poupança e Crédito 160 335 132 6 643 098 166 978 230
160 335 132 6 643 098 166 978 230

Em 31 de Dezembro de 2016, a rubrica “operações ocasionais de cedência de liquidez” apresenta a seguinte distribuição:

2016
Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido
de Balanço
Banco Sol 2 453 703 2 453 703
2 453 703 2 453 703

Em 31 de Dezembro de 2016, a rubrica “Facilidade de Cedência de Liquidez – depósitos overnight” apresenta a seguinte
distribuição:

Os depósitos overnight são disponibilizados pelo Banco Nacional de Angola, sendo executados por iniciativa directa
das instituições financeiras bancárias e são remunerados a uma taxa de 20,0%.

Em 31 de Dezembro de 2016, a rubrica “Cedência de liquidez” corresponde a cedência de liquidez em moeda


estrangeira a uma instituição financeira bancária nacional para servir de colateral a abertura de uma carta de crédito
para operações de importação de bens alimentares. No exercício de 2016, o Banco registou perdas por imparidade de
Kz 31.537.032 Mil para as operações de cedência de liquidez a bancos comerciais.

Durante o exercício de 2016 mantiveram-se um conjunto de operações de financiamento às instituições de crédito


relacionadas com operações de política monetária, que não foram totalmente cobertas através dos respectivos
colaterais. Por esta razão, e atendendo a que estas operações têm prazos específicos que não foram totalmente
cumpridos, o Banco optou por uma abordagem mais conservadora tendo em consideração a cobertura de riscos e
contingências futuras. Neste contexto, o Banco decidiu aumentar as suas perdas por imparidade para estas operações
bem como para as recentes operações de cedência de crédito em moeda estrangeira passando as mesmas a
corresponder a 66,7% do valor de balanço deduzido dos colaterais inerentes às operações de redesconto, bem como a
100% do valor aplicado em instituições de crédito.

128
Relatório e Contas • 2016

7. Activos financeiros

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a rubrica de instrumentos financeiros apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados
Aplicações geridas por entidades externas 880.881.575 724.121.967
Activos financeiros disponíveis para venda
T ítulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros
Valor nominal 622.347.927 843.563.046
Variações de justo valor (Nota 20) 5.370.734 (3.862.817)
Rendimentos a receber 6.369.217 12.772.063
Operações de venda com acordo de recompra
Valor nominal 610.918.536 -
Variações de justo valor (Nota 20) (203.512) -
Rendimentos a receber (3.750.176) -
Organismos financeiros internacionais
Valor nominal 153.310.085 302.132.280
Variações de justo valor (Nota 20) (250.323) (640.984)
Rendimentos a receber 569.047 1.291.269
1.394.681.535 1.155.254.857
2.275.563.110 1.879.376.824
Activos internos
Investimentos detidos até à maturidade
Obrigações do T esouro
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos 69.553.127 56.053.142
Juros a receber 650.116 528.282
70.203.243 56.581.424

Activos financeiros recebidos em aumento de capital


Obrigações do T esouro 174.440.000 174.440.000
244.643.243 231.021.424
2.520.206.353 2.110.398.248

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a desagregação da rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados
– Aplicações geridas por entidades externas” por tipologia de instrumento financeiro é a seguinte:

2016 2015
Aplicações geridas por entidades externas
Instrumentos de dívida:
Dívida pública e corporate 499 444 441 295 106 088
Dívida estruturada com capital garantido 57 545 549 47 235 220
Instrumentos de capital:
Fundos de capital de risco 84 684 557 79 376 842
Fundos de investimento mobiliário - 28 830 709
Fundos de investimento imobiliário 85 633 243 65 299 702
Fundos de investimento alternativo (hedge funds ) 25 782 258 13 285 161
Outros instrumentos de capital 13 507 326 (5 371 870)
Depósitos e outros activos monetários 114 269 473 200 360 114
880 881 575 724 121 967

129
A rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados – Aplicações geridas por entidades externas” diz
respeito a investimentos em activos de carteira discricionária. As responsabilidades futuras assumidas pelo BNA
para chamadas de capital decorrentes de investimentos em fundos de investimento alternativo junto de dois gestores
externos, registadas em contas extrapatrimoniais, ascendiam em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a aproximadamente
Kz 19.000.862 Mil e Kz 15.606.019 Mil, respectivamente (Nota 23).

Os resultados da valorização destas aplicações ao seu justo valor são reflectidos na rubrica da demonstração de
resultados “Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados” (Nota 28).

A 31 de Dezembro de 2016, a rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados – Aplicações geridas por
entidades externas” inclui o montante de Kz 66.293.528 Mil correspondente ao justo valor negativo de instrumentos derivados.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a composição da rubrica “Títulos de dívida soberana estrangeira – Valor nominal”
em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2016
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos T otal
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros 180.595.126 269.126.744 79.198.382 93.427.675 622.347.927
Organismos financeiros internacionais 125.643.950 8.295.150 2.780.685 16.590.300 153.310.085
Operações de venda com acordo de recompra 49.770.900 206.694.068 211.776.988 142.676.580 610.918.536
356.009.976 484.115.962 293.756.055 252.694.555 1.386.576.548

2015
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos T otal
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros 78.114.178 322.517.837 352.964.576 89.966.455 843.563.046
Organismos financeiros internacionais 48.161.450 204.393.100 13.531.500 36.046.230 302.132.280
126.275.628 526.910.937 366.496.076 126.012.685 1.145.695.326

Os resultados potenciais da valorização dos títulos de dívida soberana estrangeira ao seu justo valor são reflectidos nos
Capitais Próprios na rubrica “Diferenças de reavaliação de justo valor” (Nota 21).

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, os títulos de dívida soberana estrangeira são remunerados a uma taxa média
anual de 2,1% e 1,6%, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a desagregação por prazos residuais das Obrigações do Tesouro classificadas nas rubricas
de “Investimentos detidos até à maturidade” e de “Activos financeiros recebidos em aumento de capital” é a seguinte:

2016
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 a 5 anos Mais de 5 anos T otal
Investimentos detidos até à maturidade
Indexadas à taxa de câmbio do
Dólar dos Estados Unidos - 68.723.612 - 829.515 69.553.127
Activos financeiros recebidos em aumento de capital
Obrigações do T esouro - - - 174.440.000 174.440.000

2015
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 a 5 anos Mais de 5 anos T otal
Investimentos detidos até à maturidade
Indexadas à taxa de câmbio do
Dólar dos Estados Unidos - 56.053.142 - - 56.053.142
Activos financeiros recebidos em aumento de capital
Obrigações do T esouro - - - 174.440.000 174.440.000

130
Relatório e Contas • 2016

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, as Obrigações do Tesouro classificadas na categoria de investimentos detidos até
à maturidade são remuneradas a uma taxa média anual de 7%.

As valias associadas à variação do valor nominal das Obrigações do Tesouro indexadas a taxa de câmbio do Dólar dos
Estados Unidos são reconhecidas pelo método da taxa efectiva na rubrica da demonstração dos resultados “Juros
e rendimentos similares” (Nota 23).

O saldo da rubrica “Activos financeiros recebidos no aumento de capital” diz respeito a Obrigações do Tesouro emitidas
pelo Ministério das Finanças para realização de parte do capital social subscrito no exercício de 2011, tal como definido
na Lei n.º16/10 de 15 de Junho, Lei do BNA. Estes títulos caracterizam-se por não apresentarem remuneração associada
e possuírem uma maturidade de 20 anos.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o Banco não detinha quaisquer activos financeiros em incumprimento nas
categorias de Activos financeiros ao justo valor através de resultados, Activos financeiros disponíveis para venda
e Investimentos detidos até à maturidade.

8. Fundo Monetário Internacional

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, as posições activas e passivas junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) têm
a seguinte composição:

2016 2015
Activos sobre o exterior
Quota FMI 174 004 429 44 007 563
Direitos de saque especiais 53 635 638 35 158 153
227 640 067 79 165 716
Responsabilidades externas
Contas nº1 / nº2 109 891 966 6 590 750
Atribuição de direitos de saque especiais 64 193 513 41 998 438
Conta títulos 37 439 101 37 439 101
FMI Reserva de tranche 26 711 395 -
Standby Arrangement 5 048 385 17 052 931
243 284 360 103 081 220

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a rubrica “Activos sobre o exterior – Quota FMI” da República de Angola,
é equivalente a 740.100.000 DSE (Kz 174.004.000 Mil) e 286.300.000 DSE (Kz 44.007.000 Mil), respectivamente,
correspondendo a um incremento da quota em cerca de 159,0%.

A rubrica “Responsabilidades externas – Standby Arrangement” representa as responsabilidades assumidas pela


República de Angola referentes a financiamentos obtidos junto do FMI, sendo estes denominados em DSE. O reembolso
do empréstimo obtido iniciou-se em Fevereiro de 2013, tendo sido liquidados nos exercícios de 2016 e 2015 os montantes
de 89.469 mDSE e 246.934 mDSE, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a taxa de câmbio de Kz para DSE corresponde a aproximadamente 0,004 253 34
e 0,000 650 570, respectivamente.

131
9. Activos financeiros concedidos ao estado
´
Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016
Activos financeiros concedidos ao Estado
Activos financeiros titulados 190.000.000
Activos financeiros não titulados 82.951.500
272.951.500

Em 31 de Dezembro de 2016, a rubrica “Activos financeiros concedidos ao Estado” inclui Obrigações do Tesouro do
Estado Angolano, que foram emitidas através do Decreto presidencial nº 129/16 de 13 de Junho, para liquidação da
conta corrente contraída pelo Estado junto do BNA, no valor de Kz 190.000.000 Mil. Estas obrigações apresentam um
prazo de reembolso de 10 anos e não apresentam juros de cupão. O Conselho de Administração aguarda esclarecimentos
por parte do Ministério das Finanças no sentido de clarificar o enquadramento destas obrigações face aos requisitos
previstos no n.º 2 do art.º 39 da Lei nº 16/10 de 15 de Julho.

Os Activos financeiros não titulados dizem respeito a um financiamento obtido junto da Gemcorp, pelo montante total
de USD 500.000 Mil, tendo sido repassada para o Ministério das Finanças. O acordo de repasse de dívida prevê uma
taxa de juro anual de 2,6% e um reembolso faseado nas seguintes datas: 3 de Novembro de 2017, 5 de Novembro de
2018 e 4 de Novembro de 2019. Nos termos da Lei n.º 16/10 de 15 de Julho, o BNA pode conceder ao Estado um crédito
em conta corrente até ao limite equivalente 10,0% das receitas correntes cobradas no último ano, sendo que o valor da
conta corrente deve ser liquidado até 31 de Dezembro do ano a que respeite e os respectivos juros.

10. INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS E OUTRAS ENTIDADES

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
No país
EMIS, SARL 359 969 395 823

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o BNA detém uma participação de 37,0% e 41,0% do capital da EMIS - Empresa
Interbancária de Serviços S.A., respectivamente, registada ao custo de aquisição, cujo objectivo social é a gestão da
rede Multicaixa e a consolidação do sistema de pagamentos de retalho de Angola. Conforme estabelecido no mandato
que autoriza esta participação social, o BNA tem vindo a reduzir a sua participação, tendo passado de uma participação
maioritária de 51,0% para os actuais 37,0%, estando em curso um conjunto de acções que visam a progressiva redução
dessa participação.

132
Relatório e Contas • 2016

11. Activos tangíveis e intangíveis

Os movimentos ocorridos nas rubricas de imobilizações corpóreas, incorpóreas e em curso durante os exercícios de
2016 e 2015 foram os seguintes:

Saldos em 31-12-2015 Movimentos decorridos no exercício de 2016 Saldos em 31-12-2016


Abates
Valor Amortizações Valor Amortizações Valor Valor Amortizações Valor
Aquisições (Amortizações) T ransferências
bruto acumuladas líquido do exercício Bruto bruto acumuladas líquido
Activos tangíveis
Imóveis 22 732 623 (4 723 598) 18 009 025 528 598 (634 514) - 5 416 013 28 677 234 (5 358 112) 23 319 122
Equipamento 6 785 357 (3 102 509) 3 682 848 1 319 356 (1 000 556) (1 730) 1 577 7 023 8 110 006 (4 101 488) 4 008 518
Património artístico 51 647 225 51 872 - - - - 51 647 225 51 872
Activos tangíveis em curso 9 328 970 - 9 328 970 4 059 962 - - (5 423 036) 7 965 896 - 7 965 896
38 898 597 (7 825 882) 31 072 715 5 907 916 (1 635 070) (1 730) 1 577 - 44 804 783 (9 459 375) 35 345 408
Activos intangíveis
Software 3 130 197 (2 475 452) 654 745 1 690 050 (515 690) - - - 4 820 250 (2 991 146) 1 829 104
42 028 794 (10 301 334) 31 727 460 7 597 966 (2 150 760) (1 730) 1 577 - 49 625 033 (12 450 521) 37 174 512

Saldos em 31-12-2014 Movimentos decorridos no exercício de 2015 Saldos em 31-12-2015


Abates
Valor Amortizações Valor Amortizações Valor Valor Amortizações Valor
Aquisições (Amortizações) T ransferências
bruto acumuladas líquido do exercício Bruto bruto acumuladas líquido
Activos tangíveis
Imóveis 19 015 270 (4 229 512) 14 785 758 787 772 (494 086) - - 2 929 581 22 732 623 (4 723 598) 18 009 025
Equipamento 5 845 751 (2 411 336) 3 434 415 978 714 (719 232) (39 108) 28 059 - 6 785 357 (3 102 509) 3 682 848
Património artístico 51 968 - 51 968 - - (321) 225 - 51 647 225 51 872
Activos tangíveis em curso 7 782 112 - 7 782 112 4 476 440 - - - (2 929 581) 9 328 970 - 9 328 970
32 695 101 (6 640 848) 26 054 252 6 242 926 (1 213 318) (39 429) 28 284 - 38 898 597 (7 825 882) 31 072 715
Activos intangíveis
Software 2 712 718 (1 981 351) 731 367 417 479 (494 103) - - - 3 130 197 (2 475 452) 654 745
35 407 819 (8 622 199) 26 785 619 6 660 405 (1 707 421) (39 429) 28 284 - 42 028 794 (10 301 334) 31 727 460

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a rubrica “Activos tangíveis em curso” refere-se às seguintes obras em curso, por
delegação:
2016 2015
Luanda 6 474 406 8 569 963
Moxico 935 803 541 225
Soyo 260 135 -
Huambo 140 173 -
Cabinda 122 404 65 784
Huila 32 975 -
Cuando-Cubango - 151 998
7 965 896 9 328 970

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o saldo da rubrica “Luanda” inclui, essencialmente a transferência do imobilizado
em curso para firme (Museu da moeda).

Em 31 de Dezembro de 2016, o aumento verificado na rubrica “Moxico” é explicado essencialmente pela reabilitação
do edifício desta delegação regional.

133
12 – Outros valores activos

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Devedores e outras aplicações
Devedores por capital não realizado 13.027.113 13.027.112
Pessoal 7.674.815 3.670.094
Adiantamentos a fornecedores 1.705.453 129.058
Devedores diversos 1.460.489 25.958.716
Valores a receber ao abrigo do Acordo de Conversão
Monetária com o Banco da Namíbia (278) 13.539.567
Despesas com encargo diferido
Emissões de notas e moedas 7.479.419 8.753.146
Fornecimentos e serviços de terceiros 82.031 11.247
O utros activos
Depósitos de transgressões cambiais 4.243.496 3.327.617
Economato 723.412 428.795
Contas de regularização 362.463 1.235.869
36.758.413 70.081.221

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores por capital não
realizado” corresponde ao valor que se encontra por realizar pelo Ministério das Finanças, referente ao aumento de
capital social que visa cumprir com o artigo n.º 4 da Lei Orgânica do BNA.

Nos exercícios de 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a variação no saldo desta rubrica decorre dos seguintes movimentos:

Saldo em 2014 21 764 407


Reduções do exercício de 2015
Afectação de dividendos a distribuir relativo ao exercício de 2014
Exercício de 2014 8 737 295
Saldo em 2015 13 027 112
Reduções do exercício de 2016
Afectação de dividendos a distribuir relativo ao exercício de 2015
Exercício de 2015 -
Saldo em 2016 13 027 112

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações - Pessoal” pode ser detalhado
da seguinte forma:

2016 2015
Empréstimos aos empregados 4 141 111 -
Projectos habitacionais 3 170 827 3 311 679
Fundo social 362 877 358 415
7 674 815 3 670 094

No âmbito da política social vigente no BNA e por forma a prestar apoio na obtenção de habitação própria, o Conselho
de Administração decidiu adquirir lotes de habitações para atribuição aos seus colaboradores na modalidade de renda
resolúvel. Neste contexto, o saldo das rubricas “Empréstimos aos empregados” e “Projectos habitacionais” representa
o montante em dívida não subsidiado pelo BNA que será reembolsado pelos trabalhadores.

134
Relatório e Contas • 2016

A rubrica “Empréstimos aos empregados” corresponde à compra da dívida dos trabalhadores junto das instituições
financeiras bancárias, devendo este montante ser amortizado periodicamente pelos trabalhadores a favor do Banco.

A rubrica “Fundo social” diz respeito ao montante a receber referente a ajudas extraordinárias concedidas pelo Banco
aos seus colaboradores para pagamento de despesas pontuais de cariz pessoal. Estes valores são posteriormente
cobrados aos respectivos beneficiários, juntamente com o processamento salarial.

A rubrica “Devedores e outras aplicações – Adiantamentos a fornecedores” corresponde integralmente aos montantes
adiantados à empresa produtora de notas e moedas nacionais.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores diversos” apresenta
o seguinte detalhe:

2016 2015
Suprimentos EMIS 103.614 103.614
Operações pendentes de regularização 1.343.337 25.848.219
Cauções a receber 13.538 6.883
1.460.489 25.958.716

Em 31 de Dezembro de 2016, o saldo da rubrica “Operações pendentes de regularização” corresponde a operações


diversas do final deste exercício e regularizada no exercício seguinte.

Em 31 de Dezembro de 2016, o saldo da rúbrica “Devedores e outras aplicações – Valores a receber ao abrigo do
Acordo de Conversão Monetária com o Banco da Namíbia” corresponde essencialmente aos valores em Kwanzas,
a serem repatriados para Angola no âmbito do Acordo de Conversão Monetária com o Banco da Namíbia, celebrado
em 22 de Setembro de 2014.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o saldo da rubrica “Emissões de notas e moedas” corresponde as despesas
associadas à produção de notas e moedas de Kwanza. Os custos incorridos com a sua produção são inicialmente
registados nesta rubrica e depois reconhecidos linearmente em resultados, ao longo do período de vida útil das
mesmas, actualmente estimado em 5 anos.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, as despesas com produção de notas e moedas apresentam a seguinte distribuição:

2016 2015
Notas 6 354 562 7 468 469
Moedas 1 124 857 1 284 677
7 479 419 8 753 146

135
13 – Notas e moedas em circulação

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresentava a seguinte composição:

2016 2015
Emissão monetária
Notas emitidas 715 753 959 698 307 468
Moedas emitidas 3 634 507 1 799 507
Notas e moedas para circulação
Notas (212 616 145) (180 222 506)
Moedas (766 707) (296 573)
506 005 614 519 587 896

Esta rubrica representa a emissão de notas e moedas que o Banco Nacional de Angola colocou no mercado como
instrumento de facilitação das transacções comerciais do país, deduzido dos valores faciais que o BNA detém e que
aguardam a entrada em circulação no mercado.

Os custos associados à depreciação anual das notas estão reflectidos na rubrica “Outros valores activos – Despesas
com encargo diferido” (Nota 12), os quais são reconhecidos linearmente em resultados do exercício, após entrada em
circulação, ao longo da vida útil estimada das notas, estabelecido actualmente em 5 anos.

Considerando que desde 30 de Junho de 2015, deixou de ser possível depositar notas e moedas da antiga família
do Kwanza junto dos bancos comerciais, o volume em circulação das referidas notas deixou de ser relevante na
rúbrica “Notas e moedas em circulação”. Deste modo, no exercício de 2016, o Banco Nacional de Angola procedeu
à regularização dos saldos residuais relacionados com a antiga família no valor de Kz 5.067.619 Mil e Kz 4.559.202
Mil com impactos positivos na rúbrica “Resultados Transitados” e “Outros Resultados Operacionais”, respetivamente.

Adicionalmente, e conforme previsto na IAS 8 – Politicas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas
e Erros, o BNA não procedeu à reexpressão retrospectiva dos saldos pela impossibilidade de determinar a quantia
referente ao exercício de 2015 e antecedentes.

136
Relatório e Contas • 2016

14 – Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com


operações de política monetária

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Reservas bancárias
Em moeda nacional
Reserva líquida 835.946.076 979.987.436
T ítulos 394.258.467 -
Contratos de financiamento 15.378.928 -
Em moeda estrangeira
Reserva líquida 174.313.679 131.730.985
T ítulos 243.303.193 -
1.663.200.343 1.111.718.421
Mercado monetário interbancário
Valor absorvido FAL7 42.200.000 -
Operações ocasionais de absorção de liquidez
Valor absorvido 26.686.600 24.850.000
Encargos a pagar 205.560 83.131
Operações permanentes de absorção de liquidez - 18.980.998
69.092.160 43.914.129
1.732.292.503 1.155.632.550

A rubrica “Reservas bancárias” representa os depósitos em moeda nacional e moeda estrangeira efectuados pelas
instituições financeiras bancárias nacionais, visando satisfazer as exigências legais relativas aos níveis mínimos de
reservas obrigatórias definidos pelo Banco Central, os quais não são remunerados, Obrigações do Tesouro e Contratos
de Financiamento entregues pelos bancos comerciais para cumprimento de reservas obrigatórias em moeda nacional e
moeda estrangeira, de acordo aos Instrutivos nº 2 e 4/2016, estando de igual modo contabilizadas na rúbrica “Operações
às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária” (Nota 6).

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o coeficiente considerado para o apuramento das reservas bancárias em moeda
nacional ascende a 30,0% e 25,0%, respectivamente, sobre a base de incidência.

A rubrica “Mercado monetário interbancário” inclui todas as operações de absorção de liquidez, realizadas em moeda
nacional, destinadas a gerir a liquidez do sistema bancário nacional.

De acordo com a Directiva nº 13/DMA/15, de 28 de Dezembro as operações permanentes de absorção de liquidez


overnight, cuja taxa de remuneração está fixada em 0%, foram substituídas pelas operações de absorção com duração
de sete dias (FAL 7) cuja taxa inicial de remuneração era 1,8%. Em 31 de Dezembro de 2016, a taxa de remuneração
destas operações passou para 7,3%.

137
Em 31 de Dezembro de 2016, as operações de absorção com duração de sete dias (FAL 7) apresentam a seguinte
distribuição por instituição financeira:

2016
Instituição financeira Valor absorvido
Banco de Negócios Internacional 17 200 000
Banco VT B Africa 10 000 000
Banco Internacional Crédito 7 000 000
Standard Chartered Bank Angola, S.A 6 000 000
Finibanco Angola SA 2 000 000

42 200 000

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, as responsabilidades do BNA pela realização de “Operações ocasionais de


absorção de liquidez” em mercado aberto apresentam a seguinte distribuição por instituição financeira:

2016 2015
Valor Encargos a Valor Encargos a
Instituição financeira Total Total
absorvido pagar absorvido pagar

Standard Chartered Bank de Angola 14 641 600 132 826 14 774 426 3 050 000 9 503 3 059 503
Banco de Negócios Internacional 6 500 000 47 292 6 547 292 500 000 179 500 179
Banco Internacional de Crédito 5 500 000 24 795 5 524 795 - - -
Banco YET U 45 000 647 45 647 - - -
Banco de Fomento de Angola - - - 9 000 000 35 808 9 035 808
Banco Kwanza Invest - - - 4 800 000 28 337 4 828 337
Banco Angolano de Investimentos - - - 4 000 000 2 106 4 002 106
Banco de Comércio e Indústria - - - 2 000 000 3 576 2 003 576
Banco de Crédito do Sul - - - 1 000 000 3 066 1 003 066
Banco Regional do Keve - - - 500 000 556 500 556
26 686 600 205 560 26 892 160 24 850 000 83 131 24 933 131

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a composição da rubrica “Operações ocasionais de absorção de liquidez – Valor
absorvido” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:
2016
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 mês a 3 meses Total
Standard Chartered Bank de Angola 6 950 000 7 691 600 14 641 600
Banco de Negócios Internacional 5 800 000 700 000 6 500 000
Banco Internacional de Crédito 2 500 000 3 000 000 5 500 000
Banco Yetu 25 000 20 000 45 000
15 275 000 3 720 000 26 686 600

2015
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 mês a 3 meses Total
Banco de Fomento de Angola 6 500 000 2 500 000 9 000 000
Banco Kwanza Invest 3 000 000 1 800 000 4 800 000
Banco Angolano de Investimentos - 4 000 000 4 000 000
Standard Chartered Bank de Angola 3 050 000 - 3 050 000
Banco de Comércio e Indústria 2 000 000 - 2 000 000
Banco de Credito do Sul 1 000 000 - 1 000 000
Banco Regional do Keve 500 000 - 500 000
Banco de Negócios Internacional 500 000 - 500 000
16 550 000 8 300 000 24 850 000

138
Relatório e Contas • 2016

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a taxa média de remuneração das “Operações ocasionais de absorção de liquidez”
é de 12,0% e 8,5%, respectivamente.

15 – Responsabilidades internas para com outras entidades

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Conta Única do Tesouro
Em moeda estrangeira 1.549.001.598 1.337.114.906
Em moeda nacional 121.018.687 16.251.054
Valores a devolver a CUT 4.172.661 27.352.478
1.674.192.946 1.380.718.438

O utras responsabilidades 103.844 137.973

A rubrica “Conta Única do Tesouro” está inserida no âmbito do protocolo celebrado em 2002 com o Ministério das
Finanças, referente à gestão da Política Fiscal e Monetária, na qual o Tesouro deposita, entre outras receitas, as
resultantes dos impostos da exploração de petróleo e dos financiamentos obtidos. A remuneração desta conta apesar
de prevista no protocolo nunca foi implementada, sendo convicção do Conselho de Administração do Banco que
a referida remuneração referente ao exercício de 2015 e exercícios anteriores não seja exigível, dado que o protocolo
se encontra actualmente em revisão.

Em 31 de Dezembro de 2016, o saldo da rubrica “Conta única do Tesouro” sofreu um aumento, explicado pelo aumento
das suas disponibilidades em moeda estrangeira devido a desvalorização do Kwanza face ao Dólar dos Estados Unidos
e ao aumento das disponibilidades em moeda nacional, justificado essencialmente, pelo financiamento concedido
pelo BNA em Kz 190.000.000 Mil (Nota 9). Adicionalmente, a data de 31de Dezembro de 2016 rubrica Conta Única
do Tesouro - em Moeda nacional inclui garantia no montante de Kz. 70.095.118 Mil conforme previsto o Instrutivo nº
06/2016, de 26 de Maio do Banco Nacional de Angola.

Em 31 de Dezembro de 2016, o saldo da rubrica “Outras responsabilidades” corresponde ao valor em dívida referente
ao contrato de leasing financeiro celebrado com uma instituição financeira, em Agosto de 2015, para aquisição de
viaturas ligeiras.

139
16 – Operações de venda com acordo de recompra

Em 31 de Dezembro de 2016, a rubrica “Operações de venda com acordo de recompra” diz respeito a um financiamento
obtido junto de duas entidades externas, a Gemcorp e o ICBC Standard Bank, pelo montante total de USD 3.500 milhões,
tendo cedido como garantias títulos de dívida soberana estrangeira no montante de USD 3.659 milhões de (Nota7).

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016
Financiamento
Instituição financeira Encargos a pagar Total
O btido

GemCorp 248.854.500 2.618.126 251.472.626


ICBC Standard Bank 331.806.000 216.962 332.022.962
580.660.500 2.835.088 583.495.588

Data de Periodicidade
Data de inicio Taxa de Financiamento Acrescimo Valor a Valor a pagar
Entidade Financiamento Moeda maturidade de pagamento
(Desembolso) juros MN de juros ME pagar ME MN
(reembolso) de juros
GEMCORP 500.000 USD 30-06-2016 30-06-2018 Anual 1,85% 82.951.500 4.663,01 504.663 83.725.108
GEMCORP 500.000 USD 02-09-2016 02-09-2018 Anual 2,20% 82.951.500 3.596,73 503.597 83.548.208
ICBC Standard Bank 1.000.000 USD 27-10-2016 27-10-2021 T rimestral 2,70% 165.903.000 4.875,00 1.004.875 166.711.777
ICBC Standard Bank 1.000.000 USD 09-12-2016 09-12-2021 T rimestral 3,09% 165.903.000 1.888,33 1.001.888 166.216.280
GEMCORP 500.000 USD 09-11-2016 09-11-2019 Anual 2,60% 82.951.500 2.065,75 502.666 83.294.215
3.500.000 580.660.500 17.089 3.517.689 583.495.588

Em 31 de Dezembro de 2016, a taxa média de remuneração das “Operações de venda com acordo de recompra” é de 2,3%.

17 – Responsabilidades com pensões e outros benefícios

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a estimativa das responsabilidades por serviços prestados relativamente aos
reformados e à população activa do Banco elegível ascende a:

2016 2015
Reformados
Pensões de reforma e sobrevivência 104 394 239 73 352 187
Assistência médica e medicamentosa 16 361 074 10 085 926
Cabazes de Natal 5 712 067 3 199 752
Subsídio por morte 2 131 175 -
Trabalhadores no activo
Pensões de reforma e sobrevivência 55 080 893 51 139 349
Compensação de reforma 4 554 508 2 923 801
Cabazes de Natal 3 495 696 2 332 478
191 729 652 143 033 493

140
Relatório e Contas • 2016

O Banco assumiu o compromisso, a título voluntário, de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações
pecuniárias a título de complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de sobrevivência
aos seus trabalhadores. Neste sentido, as responsabilidades com pensões e outros benefícios consistem em provisões
que o Conselho de Administração decidiu constituir a partir do exercício de 2010, com o objectivo de cobertura das
responsabilidades com serviços passados relativas a pensões por velhice, reforma antecipada e de sobrevivência dos
seus colaboradores, com base num plano de benefícios definido. As mesmas são calculadas através da aplicação de
60,0% sobre o valor do salário pensionável dos participantes elegíveis.

Durante o exercício de 2015, foi constituído o fundo de pensões dos trabalhadores do BNA, mediante a publicação
do Despacho n.º 335/15 de 27 de Outubro. As contribuições para o fundo de pensões tiveram início a 1 de Janeiro
de 2016, sendo que o Conselho de Administração deliberou um aporte financeiro inicial sob a forma de contribuição
extraordinária a cada trabalhador que aderiu ao plano de pensões, de forma proporcional ao tempo de serviço no
Banco, desde a sua admissão, com a finalidade de estimular a adesão ao fundo de pensões, bem como retribuir a
contribuição dada por cada trabalhador ao desenvolvimento e consolidação da instituição. O valor do aporte inicial
ascende a Kz 55.080.893 Mil.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o número de participantes abrangidos pelo plano de benefícios definido (plano de
pensões) é apresentado no quadro seguinte:

Número de participantes 2016 2015


Activos 1.894 1.827
Reformados e pré-reformados 1.594 1.534
3.488 3.361

As responsabilidades decorrentes do plano de pensões foram determinadas com base em estudos actuariais com
referência 31 de Dezembro de 2016 e 2015, tendo sido utilizado o método do crédito unitário projectado.

Os principais pressupostos actuariais e financeiros são os seguintes:

Pressupostos actuariais e financeiros 2016 2015


T axa de juro 2,50% 2,50%
T axa esperada de crescimento salarial 2,00% 2,00%
T axa de crescimento das pensões 0,00% 0,00%
Data de retroatividade 01.01.1986 01.01.1985
Data de corte 31.12.2016 31.12.2015
T ábua de mortalidade/sobrevivência PF-60/64 PF-60/64
Momento de atribuição 60 anos de idade com mínimo 60 anos de idade com mínimo
da pensão de reforma de 5 anos de serviço de 5 anos de serviço
Moeda de referência e cálculo Kz (Kwanzas) Kz (Kwanzas)

As responsabilidades com compensação de reforma correspondem ao montante a pagar aos colaboradores que atingem
a reforma, conforme disposto na Lei n.º 2/2000 e os artigos n.º 218 e 262 da Lei Geral do Trabalho (Nota 2.2. h). Não
obstante a Lei Geral do Trabalho de 7/15, de 15 de Junho que revoga a Lei nº 2/2000, de 11 de Fevereiro, extinguir as
responsabilidades com a compensação de reforma aos trabalhadores, relativamente ao artigo 262 - Compensação de
reforma o Conselho de Administração deliberou a 27 de Dezembro de 2016, a continuidade deste beneficio para todos
os trabalhadores admitidos antes de 13 de Setembro de 2015 conforme informação nº20 Refª DRH/DIR/2016.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o Banco reconheceu responsabilidades por serviços passados referentes
à obrigação construtiva associada à assistência médica e medicamentosa dos reformados e às despesas com
os cabazes de Natal dos reformados e dos trabalhadores activos (Nota 35).

141
18 – Provisões

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a rubrica de Provisões ascende a:

2016 2015
Para riscos de mercado 94 775 288 76 501 916
Para risco sistémico do sector bancário 28 190 807 -
Para riscos diversos 1 834 151 2 432 410
Para risco de amortização da dívida de trabalhadores 1 151 082
125 951 328 78 934 326

Nos exercícios de 31 de Dezembro de 2016 e 2015, os movimentos ocorridos na rubrica de provisões foram os seguintes:

Saldo em Saldo em Saldo em


Reforços Utilizações Regularizações Reforços Utilizações Regularizações
31-12-2014 31-12-2015 31-12-2016

Provisão para riscos de mercado 39 323 135 37 178 781 - - 76 501 916 18 273 372 - - 94 775 288
Provisão para risco sistémico do sector bancário - - - - - 28 190 807 - - 28 190 807
Provisão para riscos diversos 1 286 348 1 000 000 (12 744) 158 806 2 432 410 - - (598 259) 1 834 151
Provisão para riscos de amortização de dívida de trabalhadores - - - - - 1 151 082 - - 1 151 082
40 609 483 38 178 781 (12 744) 158 806 78 934 326 46 464 179 - (598 259) 125 951 328

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a provisão para riscos de mercado corresponde a 2,5% do valor de balanço dos
títulos de dívida soberana estrangeira, a 5,0% do valor de balanço das aplicações geridas por entidades externas
e a 1,0% do valor de balanço dos depósitos a prazo, uma vez que corresponde à melhor estimativa do Conselho de
Administração relativamente à exposição ao risco de mercado das referidas posições activas. Em 31 de Dezembro de
2015, esta provisão correspondeu a mesma estimativa.

Em 31 de Dezembro de 2016, a provisão para riscos sistémicos do sector bancário corresponde a exposição das
instituições financeiras bancárias ao risco e considera na sua base de cálculo o total dos passivos financeiros deduzidos
das disponibilidades líquidas das instituições financeiras bancárias, uma vez que corresponde à melhor estimativa
do Conselho de Administração relativamente à exposição ao risco de falência de algumas instituições financeiras
bancárias nacionais.

O saldo da rubrica “Provisão para riscos diversos” corresponde ao montante estimado para cobertura de potenciais
responsabilidades de natureza específica, nomeadamente execução de garantias prestadas ou outros compromissos,
abertura de contingências relativas a questões cambiais e outras responsabilidades ou contingências legais, sendo que
em 31 de Dezembro de 2016 ascende a Kz 1.834.151 Mil.

O saldo da rubrica “Provisão para risco de amortização da divida dos trabalhadores” corresponde ao montante estimado
para cobertura de potenciais inadimplências, decorrentes do não pagamento das dividas contraídas pelos funcionários
junto do Fundo Social do Banco, sendo que em 31 de Dezembro de 2016 ascende a Kz 1.151.082 Mil.

142
Relatório e Contas • 2016

19 – Outros valores passivos

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Credores e outros recursos
Valores a pagar ao abrigo do Acordo de Conversão
Monetária com o Banco da Namíbia 50.821.107 52.275.943
Credores diversos 17.199.949 10.829.784
Fundo habitacional 28.767.580 4.059.451
Adiantamentos dos Bancos Comerciais 8.775.717 44.488
Dividendos a entregar ao T esouro 7.769.810 -
Impostos a pagar 4.015.335 1.106.646
Fundo social 3.935.000 -
Banco Mundial 631.753 80.498
Encargos a pagar 3.798.549 2.449.724
Contas de regularização 321.950 201.118
126.036.750 71.047.652

A rubrica “Credores e outros recursos – Valores a pagar ao abrigo do acordo monetário com o Banco da Namíbia”
representa os montantes em Kwanzas repatriados pelo Banco da Namíbia (BoN) e que serão posteriormente liquidados
em Dólares dos Estados Unidos pelo Banco Nacional de Angola (BNA), no âmbito do acordo de conversão monetária
celebrado entre os dois Bancos Centrais.

A rubrica “Credores e outros recursos – Credores diversos” apresenta o seguinte detalhe:

2016 2015
Fornecedores 11.733.667 6.464.350
Depósitos de transgressões cambiais (Nota 12) 4.243.290 3.327.617
Cauções de empresas 1.222.992 1.037.817
17.199.949 10.829.784

A rubrica “Credores e outros recursos – Fundo habitacional” corresponde à estimativa do Conselho de Administração
para financiar investimentos imobiliários de cariz social, em conformidade com o disposto na Lei Orgânica do Banco.
Em 31 de Dezembro de 2016, o Banco registou a provisão para fundo habitacional no montante de Kz 28.504.299 Mil,
uma vez que corresponde à nossa melhor estimativa para financiar investimentos imobiliários de cariz social.

A rubrica “Credores e outros recursos – Adiantamentos dos Bancos Comerciais” corresponde aos depósitos adiantados
de instituições financeiras bancárias para realização de parte do Capital Social.

O saldo da rubrica “Credores e outros recursos – Dividendos a entregar ao Tesouro” corresponde ao montante de 60%
do resultado líquido de 2015, proposto pelo Conselho de Administração para pagamento de dividendos ao Estado.

A rubrica “Credores e outros recursos - Impostos a pagar” corresponde essencialmente aos montantes retidos de
impostos sobre aplicações de capitais nas operações de mercado monetário interbancário, sobre prestação de serviços
e imposto predial durante o exercício de 2016.

A rubrica “Credores e outros recursos – Fundo social” corresponde ao montante de recursos financeiros que o Banco
aprovisionou em 31 de Dezembro de 2016 a título de empréstimo aos trabalhadores.

143
Em 31 de Dezembro de 2016, o saldo da rubrica “Credores e outros recursos – Banco Mundial” corresponde integralmente
ao valor recebido para aprovisionamento da conta BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento.
Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a rubrica “Encargos a pagar” corresponde essencialmente à especialização do
subsídio de férias, de natal e do prémio de desempenho a atribuir ao pessoal e aos órgãos de gestão.

Considerando que o montante de subsídio de férias atribuído em determinado exercício são um direito adquirido no
ano imediatamente anterior, o Banco releva contabilisticamente, no final de cada exercício, o valor deste subsídio e
respectivos encargos sociais entregáveis no ano seguinte.

Os prémios de desempenho a pagar ao pessoal e aos órgãos de gestão atribuídos são registados como custo no
exercício a que se referem, embora sejam pagos apenas no exercício seguinte.

Em 31 de Dezembro de 2016, a rubrica “Contas de Regularização” corresponde integralmente aos valores de sobras
de caixa.

20 – Capital

O capital do BNA é de Kz 270.000.000 Mil, podendo ser aumentado por incorporação de reservas, deliberadas pelo
Conselho de Administração e ratificadas pelo Titular do Poder Executivo (Lei n.º 16/10 de 15 de Junho).

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o “capital subscrito e não realizado” é de mAOA 13.027.110. Não foi registada
qualquer variação pelo facto de até ao momento não se ter verificado a realização do capital, por via da incorporação
dos dividendos distribuídos, com referência a 31 de Dezembro de 2015 (Nota 12). O Ministério das Finanças deverá
autorizar a realização do “capital subscrito e não realizado” via distribuição de resultados de 31 de Dezembro de 2015
ou liquidação/amortização do valor a ser realizado via conta única do Tesouro.

21 – Diferenças de reavaliação

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2016 2015
Difrenças de reavaliação de justo valor
Activos financeiros disponíveis para venda 4 916 899 (4 503 801)
Ouro (53 943 804) (50 953 833)
(49 026 905) (55 457 634)

Diferenças de reavaliação cambial 594 042 044 357 938 224


545 015 139 302 480 590

O aumento verificado nas “Diferenças de Reavaliação” é justificado pelo reflexo da desvalorização cambial do Kwanza
em cerca de 18,0% nas posições denominadas em moeda estrangeira e pelo aumento do justo valor do ouro e dos
títulos de dívida soberana estrangeira.

144
Relatório e Contas • 2016

22 – Outras reservas e resultados transitados

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
O utras reservas
Reserva legal 21 056 174 18 466 235
Reserva livre 20 944 640 18 354 701
42 000 814 36 820 936

Resultados transitados (5 067 619) -

O aumento verificado nas ”Outras Reservas” decorre integralmente da aplicação de Resultados proposta pelo Conselho
de Administração referente ao resultado líquido apurado em 2015, no montante de Kz 12.949.684 Mil.

O saldo da rubrica “Resultados Transitados” diz respeito à correcção de um erro relativo a exercícios anteriores
relacionado com a rubrica Notas e Moedas em Circulação.”.

23 – Contas extrapatrimoniais

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, as rubricas extrapatrimoniais apresentam a seguinte composição:



2016 2015
Responsabilidades por prestação de serviços 4 123 756 603 2 862 855 973
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 1 922 108 793 1 523 577 042
Notas e moedas fora de circulação 564 924 967 714 413 624
Compromissos perante terceiros
Residentes 29 869 882 31 813 469
Não residentes 17 966 465 15 606 019
Garantias recebidas 5 403 009 4 695 914
Serviços prestados por terceiros 664 854 664 854
6 664 694 573 5 153 626 895

Na rubrica “Responsabilidades por prestação de serviços” encontram-se registadas as responsabilidades do BNA


actuando enquanto custodiante dos títulos emitidos pelo Ministério das Finanças. Esta rubrica apresenta a seguinte
decomposição:

2016 2015
Responsabilidades por prestação de serviços
Obrigações do T esouro em moeda nacional 2 695 729 722 1 934 210 948
Obrigações do T esouro em moeda estrangeira 480 030 376 488 303 307
Bilhetes do T esouro 941 358 979 421 822 485
Outros valores depositados 6 636 120 18 517 826
Valores administrados pela instituição 1 406 1 406
4 123 756 603 2 862 855 973

145
A rubrica “Garantias prestadas e outros passivos eventuais” refere-se essencialmente a garantias e avales prestados e
a promissórias assumidas pelo BNA, perante entidades estrangeiras, as quais se encontram garantidas pelo Ministério
das Finanças. Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica é decomposta em:

2016 2015
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas
Financiamento da China 1 206 807 804 974 246 933
1 206 807 804 974 246 933
Promissórias
Promissórias definitivas da linha Brasil 616 131 944 502 533 975
Promissórias a favor de outros 99 169 044 46 796 133
715 300 988 549 330 108
1 922 108 793 1 523 577 042

Estas responsabilidades encontram-se suportadas pelo Protocolo sobre a Gestão da Política Fiscal e Monetária celebrado
com o Ministério das Finanças. Este protocolo identifica o Ministério como o responsável pelo seu pagamento, sendo
o BNA o garante da dívida em caso de incumprimento por parte do Ministério das Finanças.

A rubrica “Notas e moedas fora de circulação” é constituída integralmente pelas notas e moedas da nova família de
Kwanza que se encontram prontas para emissão, bem como pelas notas deterioradas que aguardam destruição.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a rubrica “Compromissos perante terceiros – Não Residentes” corresponde
aos compromissos futuros assumidos pelo Banco para chamadas de capital decorrentes de investimentos em fundos
de investimento alternativo junto das entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão discricionária, que
ascendem ao montante de Kz 17.966.456 Mil e Kz 15.606.019 Mil, respectivamente.

24 – Juros e rendimentos similares

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Aplicações em instituições de crédito
Operações de redesconto 42 674
325 14 695 611
Depósito a prazo 12 129
365 7 839 939
Operaçoes ocasionais de cedência de liquidez 6 643
098 -
Operações overnight 3 087
738 6 125 854
Activos financeiros disponíveis para venda 35 963
945 13 506 018
Investimentos detidos até à maturidade 18 138
583 17 663 447
Disponibilidades em outras instituições de crédito 2 847
414 357 111
Juros de crédito interno - 7 615 833
Devedores e outras aplicações - 5
121 484 468 67 803 818

Nos exercícios de 2016 e 2015, a rubrica “Aplicações em instituições de crédito” diz respeito essencialmente aos
ganhos obtidos com juros de depósitos a prazo e juros de operações de cedência de liquidez realizadas pelo BNA.

As rubricas “Investimentos detidos até à maturidade” e “Activos financeiros disponíveis para venda” representam os
ganhos obtidos com os juros de cupão e os rendimentos resultantes do reconhecimento pelo método da taxa efectiva
das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) das obrigações do Tesouro Nacional
e dos títulos de dívida soberana estrangeira detidos em carteira, respectivamente.

146
Relatório e Contas • 2016

25 – Juros e encargos similares

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Encargo de activos financeiros disponíveis para venda 22.398.016 -
Recursos de instituições de crédito 10.926.583 2.613.756
Juros de empréstimos 147.044 5.531.003
Outros juros e encargos similares 12.441 30.253
33.484.084 8.175.012

Nos exercícios de 2016 a rubrica “Encargos financeiros disponíveis para venda” diz respeito a menos valia obtida
na venda de títulos de dívida soberana estrangeira e aos juros decorrentes das “Operações de venda com acordo de
recompra” realizadas com a Gemcorp e ICBC Standard Bank.

A rubrica “Recursos de instituições de crédito” diz respeito aos custos incorridos com os juros das operações de
absorção de liquidez realizadas pelo BNA.

Os juros referentes a “Operações de venda com acordo de recompra realizadas com a Gemcorp e ICBC” ascendem a Kz
2.835.088 Mil, conforme ilustrado abaixo:

Data de
Data de inicio Juros a pagar
Entidade Financiamento Moeda maturidade
(Desembolso) MN
(reembolso)
GEMCORP 500.000 USD 30-06-2016 30-06-2018 773.607,96
GEMCORP 500.000 USD 02-09-2016 02-09-2018 596.708,34
ICBC Standard Bank 1.000.000 USD 27-10-2016 27-10-2021 808.777,13
ICBC Standard Bank 1.000.000 USD 09-12-2016 09-12-2021 313.280,16
GEMCORP 500.000 USD 09-11-2016 09-11-2019 342.714,69
3.500.000 2.835.088

26 – Rendimentos de serviços e comissões

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Comissões recebidas por operações
realizadas por conta de terceiros
Ministério das Finanças 9 515 907 10 080 991
Comissões recebidas por serviços prestados
Sistema de Pagamentos em T empo Real 52 638 88 735
9 568 545 10 169 726

A rubrica “Comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros” refere-se integralmente a comissões
arrecadadas em consequência das transferências bancárias efectuadas em nome do Tesouro Nacional, nos termos do
protocolo celebrado entre o BNA e o Ministério das Finanças.

147
27 – Encargos com serviços e comissões

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica ascende a Kz 5.951.056 Mil e Kz 2.938.199 Mil, respectivamente, dizendo
respeito ao reconhecimento das comissões cobradas pelas entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão
discricionária, comissões de custódia dos títulos de dívida soberana estrangeira, comissões pagas decorrentes das
relações mantidas com o FMI e a comissões de manutenção de contas à ordem.

2016 2015
Comissões pagas por serviços bancários
prestados por terceiros
Instrumentos financeiros 5 945 732 2 570 894
Comissões diversas 3 077 -
Por operações realizadas por terceiros 2 247 2 241
Despesas e comissões cobradas pelo FMI - 365 064
5 951 056 2 938 199

28 – Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica ascende a Kz 8.200.768 Mil e Kz 11.681.346 Mil, respectivamente,
representando o resultado líquido das mais e menos valias potenciais de justo valor associadas às posições das
carteiras geridas por entidades externas.

2016 2015

Ganhos em outros activos financeiros ao


justo valor através de resultados
Aplicações geridas por entidades externas 83.450.312 46.663.758
83.450.312 46.663.758
Perdas em outros activos financeiros ao justo
valor através de resultados
Aplicações geridas por entidades externas 75.249.544 34.982.412
75.249.544 34.982.412
8.200.768 11.681.346

29 – Resultados de activos financeiros disponíveis para venda

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica ascende a uma perda de Kz 230.200 Mil, representando as menos-valias
obtidas com a alienação de títulos de divida soberana estrangeira, classificados na categoria de activos financeiros
disponíveis para venda.

2016 2015
Ganhos em activos financeiros disponíveis
para venda
T ítulos de dívida soberana estrangeira 233 987 -
233 987 -

Perdas em activos financeiros disponíveis para venda


T ítulos de dívida soberana estrangeira (464 187) -
(464 187) -
(230 200) -

148
Relatório e Contas • 2016

30 – Resultados de investimentos em associadas e outras entidades

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2015, o saldo desta rubrica corresponde integralmente à perda de Kz 351.435
Mil, decorrente do desreconhecimento das posições activas e passivas mantidas junto do Afreximbank (Nota 9), o que
justifica o saldo nulo desta rubrica no exercício de 2016.

2016 2015
Perdas de investimentos em associadas
e outras entidades
Valorizados ao custo histórico - 351 435
- 351 435

31 – Resultados cambiais

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Ganhos cambiais
Ganhos associados a diferenças cambiais 141 878 010 56 938 635
Ganhos em operações cambiais 71 177 350 35 087 507
213 055 360 92 026 142
Perdas cambiais
Perdas em operações cambiais 24 544 170 10 786 615
Perdas associadas a diferenças cambiais - 646 754
24 544 170 11 433 369
188 511 190 80 592 773

A partir de 31 de Dezembro de 2007, e tendo como base a deliberação constante da acta nº 08/A/2008 de 26 de
Julho do Conselho de Administração, apenas as variações cambiais realizadas são reflectidas nas rubricas “Ganhos
associados a diferenças cambiais” e “Perdas associadas a diferenças cambiais” da demonstração dos resultados dos
exercícios em que ocorrem. As diferenças cambiais potenciais são reconhecidas na rubrica “Diferenças de reavaliação
cambial” nos Capitais Próprios (Nota 21).

A variação ocorrida nos “Resultados cambiais”, entre os exercícios 2016 e 2015, resulta essencialmente (i) da
desvalorização cambial do Kwanza que se verificou neste período e (ii) pela alteração dos pressupostos inerentes ao
método de cálculo do coeficiente cambial (periodicidade de calculo foi reduzida de mensal para diária).

Ganhos associados a diferenças


Descrição USD EUR GBP JPY RND
cambiais mAO A
Leilão de divisas + venda directa 882.070.134 9.368.365.106 - - - 129.892.578

Compras às empresas petrolíferas (6.774.023.081) - - - - -


Pagamentos de divisas 408.051.972 7.142.867 716.185 - - 11.306.044
Despesas e comissões 16.182.090 8.137.317 2.516 155.379 465 679.388
(5.467.718.885) 9.383.645.290 718.701 155.379 465 141.878.010

149
32 – Custos relativos à emissão de notas e moedas

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica ascende a Kz 2.574.113 Mil e Kz 1.961.527 Mil, respectivamente, sendo
composta pela especialização dos custos relativos à emissão de notas e moedas.

33 – Resultados de alienação de outros activos

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Ganhos com alienação de outros activos
Ganhos em activos não financeiros 13 367 15 193

Perdas com alienação de outros activos


Perdas em activos não financeiros 153 11 146
153 11 146
13 214 4 047

Nos exercícios de 2016 e 2015, o saldo das rubricas “Ganhos em activos não financeiros” e “Perdas com alienação de
outros activos” correspondem aos ganhos e perdas com a alienação de activos tangíveis, respectivamente.

34 – Outros resultados operacionais

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
O utros rendimentos e receitas
Supervisão
Multas e penalidades 807.723 466.906
Outros 139.043 242.025
946.766 708.931

O utros encargos e gastos


Rendas de locação operacional 681.009 573.987
Quotizações e donativos 374.952 319.713
Outros encargos e gastos diversos 4.584.509 146.434
Impostos
Impostos aduaneiros 94.502 19.292
5.734.972 1.059.426
(4.788.206) (350.495)

Nos exercícios de 2016 e 2015, a rubrica “Supervisão – Multas e penalidades” corresponde às coimas aplicadas pelo
BNA às instituições financeiras pelo incumprimento das disposições legais em vigor.

A rubrica “Encargos e Gastos” diversos é explicada, essencialmente, pelo saldo devedor da antiga família que ascende
ao montante de Kz. 4.559.202 Mil, e que foi regularizada como um custo no exercício de 2016.

Não obstante, o Banco no geral estar isento do pagamento de impostos, verificaram-se nos exercícios de 31 de
Dezembro de 2016 e 2015, o pagamento de direitos alfandegários e inerentes sobre a importação de mercadorias e de
outros impostos que não se inserem no âmbito da isenção prevista na sua Lei Orgânica.

150
Relatório e Contas • 2016

35 – Custos com pessoal

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Encargos sociais obrigatórios 45 922 959 33 059 060
Encargos sociais facultativos 16 146 315 7 646 823
Remuneração de empregados 17 598 005 13 411 377
Outros 599 911 379 591
Remuneração dos órgãos de gestão 565 139 427 124
80 832 329 54 923 975

Nos exercícios de 2016 e 2015, a rubrica “Encargos sociais obrigatórios” é constituída essencialmente pelos
reforços efectuados nas estimativas das responsabilidades por serviços prestados referentes a pensões de reforma
e sobrevivência e Subsidio de funeral e luto cujo saldo ascende a Kz 2.521.404 Mil (Nota17).

Nos exercícios de 2016 e 2015, a rubrica “Encargos sociais facultativos” inclui o reconhecimento das responsabilidades
por serviços passados referentes a assistência médica e medicamentosa dos reformados e às responsabilidades com
cabazes de Natal (Nota 17).

36 – Fornecimentos e serviços de terceiros

Nos exercícios de 2016 e 2015, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2016 2015
Fornecimentos
Outros fornecimentos de terceiros 309 050 293 195
Água, energia e combustíveis 251 388 168 636
Material de consumo corrente 213 860 102 230
Material para assistência e reparação 110 368 84 727
Material de higiene e limpeza 24 313 21 979
Publicações 10 725 43 071
Material de decoração e conforto 12 268 15 775
Serviços
Serviços especializados 6 992 453 5 294 224
Conservação e reparação 1 552 731 929 053
Rendas e alugueres 975 099 732 176
Publicidade e edição de publicações 871 812 321 958
Deslocações, estadas e representação 643 695 454 922
Comunicações 599 149 336 503
T ransportes 329 115 316 167
Seguros 41 143 45 601
Outros serviços não especializados 4 82
12 937 173 9 160 299

151
Nos exercícios de 2016 e 2015, a rubrica “Serviços – Serviços especializados” apresenta o seguinte detalhe:

2016 2015
Consultoria e auditoria 4 581 586 3 156 157
Licença de utilização de usuários 715 808 395 391
Outros custos com trabalho independente 433 930 330 458
Informática 302 028 470 027
Avenças e honorários 238 463 261 702
Limpeza 225 834 192 675
Outros serviços especializados 220 674 258 987
Segurança e vigilância 117 678 132 944
Recrutamento de Pessoal 66 207 2 322
Mão-de-obra eventual 27 812 24 558
Jardinagem 18 510 20 870
Avaliadores externos 17 289 9 120
Judiciais 14 361 29 728
Desinfestação de instalações 9 197 9 285
Serviços Bancarios 3 076 -
6 992 453 5 294 224

Nos exercícios de 2016 e 2015, a rubrica “Consultoria e auditoria” regista essencialmente os custos relativos a serviços
prestados no âmbito de projectos de consultoria, bem como de serviços de auditoria externa das demonstrações
financeiras do Banco.

37 – Partes relacionadas

As entidades relacionadas do Banco com as quais manteve saldos ou transacções nos exercícios findos em 31 de
Dezembro de 2016 e 2015 são as seguintes:

152
Relatório e Contas • 2016

37.1 – Ministério das Finanças

O Ministério das Finanças (MINFIN) representa o Estado enquanto único accionista do BNA, constituindo a principal
entidade relacionada do Banco.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, os saldos ou transacções mantidas com esta entidade podem ser apresentados
da seguinte forma:

2016 2015
Activo
Investimentos detidos até à maturidade (Nota 7) 70.203.243 56.581.424
Activos financeiros recebidos em aumento de capital (Nota 7) 174.440.000 174.440.000
Activos financeiros concedidos ao Estado (Nota 9) 272.951.500 -
Devedores por capital não realizado (Nota 12) 13.027.113 13.027.112
Total do Activo 530.621.856 244.048.536

Passivo
Ajustamentos do FMI a regularizar (Nota 8) - -
Conta Única do T esouro (Nota 15)
Em moeda estrangeira 1.549.001.598 1.337.114.906
Em moeda nacional 121.018.687 16.251.054
Valores a devolver à CUT 4.172.661 27.352.478
Total do Passivo 1.674.192.946 1.380.718.438

Capital próprio
Capital (Nota 20) 270.000.000 270.000.000
Total dos Capitais Próprios 270.000.000 270.000.000
Valor líquido de balanço (1.413.571.090) (1.406.669.902)

Resultados
Juros de investimentos detidos até à maturidade (Nota 24) 18.138.583 17.663.447
Comissões recebidas (Nota 26) 9.515.907 10.080.991
Impostos (Nota 34) (94.502) (19.292)
Total dos Resultados 27.559.988 27.725.146

Extrapatrimoniais (Nota 23)


Responsabilidades por prestação de serviços
Custódia de títulos emitidos pelo T esouro
Obrigações do T esouro em moeda nacional 2.695.729.722 1.934.210.948
Obrigações do T esouro em moeda estrangeira 480.030.376 488.303.307
Bilhetes do T esouro 941.358.979 421.822.485
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas 1.206.807.804 974.246.933
Promissórias 715.300.988 549.330.108
Total das Extrapatrimoniais 6.039.227.869 4.367.913.781

37.2 – Empresa Interbancária de Angola (EMIS)

Trata-se do processador e operador de referência do sistema de pagamentos a nível nacional.

O BNA constitui o maior accionista, sendo que a participação maioritária de 51,0% tem vindo a ser gradualmente
reduzida, apresentando em 31 de Dezembro de 2016 uma participação de 37,0% no capital social da entidade, na
sequência da constituição de dois Bancos Comerciais (Banco de Investimento Rural e Banco Credisul). Esta participação
que visou assegurar a promoção do desenvolvimento do sistema de pagamentos de Angola, vai continuar a ser reduzida
até a sua completa extinção, tal como previsto na lei que a autorizou.

153
Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, os saldos activos do BNA para com a EMIS incluem a participação no capital social
que ascende a Kz 359.969 Mil e Kz 395.823 Mil, respectivamente, que representa 359.969 acções e 395.823 acções,
respectivamente, com o valor nominal unitário de AOA 1.000.

Adicionalmente, em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o Banco apresenta suprimentos junto da EMIS no valor de Kz
103.614 Mil (Nota 10).

37.3 – Conselho de Administração do Banco

Representa o órgão com o poder exclusivo de tomada de decisão no Banco, sendo actualmente composto por sete membros.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, as remunerações atribuídas ao Conselho de Administração do Banco, bem como
outros benefícios atribuídos, nos termos do respectivo regulamento, ascenderam a Kz 565.139 Mil e Kz 427.124 Mil,
respectivamente (Nota 35).

38 – Divulgações relativas a instrumentos financeiros

Políticas de gestão dos riscos financeiros inerentes à actividade do BNA

Gestão das reservas internacionais

O Banco Nacional de Angola está exposto a risco financeiros na sua actividade. A gestão dos riscos financeiros relacionados
com as reservas internacionais é assegurada pelo Departamento de Gestão das Reservas, enquanto o Departamento de
Gestão de Risco - Unidade Independente – é responsável pelo monitoramento e reporte destes riscos.

A avaliação e controlo do risco de crédito, liquidez, mercado e operacional são efectuados de acordo com as directrizes
de investimento e perfil de risco espelhadas na Política de Investimento e Linhas Mestres aprovados pelo Conselho de
Administração, que têm como objectivo primordial a preservação do capital.

No âmbito da prossecução desse objectivo, a gestão de reservas deverá ter em consideração a liquidez necessária
para fazer face aos compromissos do Estado Angolano e do Banco Nacional de Angola, bem como a maximização da
rentabilidade, com base na tolerância ao risco definida.

Considerando a necessidade de optimizar o desempenho e concretizar os objectivos estratégicos do BNA, a Política de


Investimento e as Linhas Mestres têm promovido o desenvolvimento do sistema vigente, definindo limites e restrições
relativamente à exposição das reservas internacionais, dos quais se destacam:

– Definição de limites por tipo de instrumento financeiro;


– Definição de limites por contraparte, atendendo à sua qualidade creditícia;
– Definição de limites por moeda;
– Definição de prazos médios de investimento;
– Definição de benchmarks de rentabilidade e de limites de flutuação face à carteira de referência definida (stop-loss);
– Definição de uma delegação de competências para os investimentos sob gestão.

Gestão da política monetária e cambial

Para a execução da política monetária durante o exercício de 31 de Dezembro de 2016, o Banco Nacional de Angola
manteve intervenções regulares de absorção de liquidez no mercado monetário, através da realização de operações

154
Relatório e Contas • 2016

de mercado aberto (OMA), instrumento previsto no seu quadro operacional de política monetária. O BNA utilizou os
demais instrumentos regulamentares, com particularidade para as facilidades permanente de liquidez Overnight (FCO
e FAO), tendo sido criada em Dezembro de 2015 a facilidade de absorção de liquidez a 7 dias (FAL7) e as reservas
obrigatórias.

As operações de mercado aberto realizadas pelo Banco Nacional de Angola tiveram como suporte a sua carteira própria
de títulos, tendo a magnitude das suas intervenções sido adequadas à sazonalidade dos factores condicionantes da
sua variação, tendo em vista a persecução dos objectivos de regulação de liquidez e variação da base monetária.

O exercício da função de autoridade monetária e estabilizador do sistema financeiro, pelo Banco Nacional de Angola,
visou igualmente a criação de referências remuneratórias para as aplicações de recursos financeiros. Assim, ao longo
do exercício de 2016, a Taxa Básica do Banco Nacional de Angola (a Taxa BNA), foi aumentada por decisão do Comité de
Política Monetária em momentos distintos do exercício, assim como as taxas das facilidades de liquidez, que também
foram alteradas, como forma de transmitir ao mercado a direcção para a curva de juros do dinheiro. Como reflexo de um
exercício rigoroso de gestão da liquidez a LUIBOR, taxa de juro das operações interbancárias de cedência de liquidez,
descreveu uma tendência de aumento, fundamentalmente observando-se, no mercado interbancário, oportunidades de
financiamento de curto prazo a custos significativamente elevados.

Do ponto de vista da estabilidade cambial, o Banco Nacional de Angola manteve, de igual modo, regulares as suas
intervenções no mercado cambial primário, alocando recursos para o suprimento de necessidades do sector produtivo
de acordo com os programas dirigidos do executivo e outras operações de caracter prioritário e de pagamentos externos
da economia, assim como para o exercício da regulação de liquidez, no âmbito da gestão operacional coordenada de
políticas monetária e fiscal.

Nessa perspectiva, a gestão da política cambial visou a estabilidade das taxas de câmbio dos mercados, em todos
os seus segmentos, formal e informal, que permitiram a variação da taxa de câmbio em níveis confortáveis com a
estabilidade de preços.

No contexto descrito acima, apresentam-se de seguida as divulgações requeridas pelas normas IFRS 7 e IFRS 13 para
os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 2015.

155
Justo valor de instrumentos financeiros

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, os instrumentos financeiros e o ouro apresentam o seguinte valor de balanço, por
metodologia de valorização:

2016 2015
Valorizados ao Não valorizados Valorizados ao Não valorizados
T otal T otal
justo valor ao justo valor justo valor ao justo valor
Activo
O uro 112.872.696 - 112.872.696 85.106.242 - 85.106.242
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 160.334.290 160.334.290 - 245.764.198 245.764.198
Aplicações em instituições de crédito - 1.586.214.698 1.586.214.698 - 1.218.574.149 1.218.574.149
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 880.881.575 - 880.881.575 724.121.967 - 724.121.967
Activos financeiros disponíveis para venda 1.394.681.535 - 1.394.681.535 1.155.254.857 - 1.155.254.857
Fundo Monetário Internacional - 227.640.067 227.640.067 - 79.165.716 79.165.716
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 16.047.801 16.047.801 - 14.893.516 14.893.516
Aplicações em instituições de crédito - - - - 13.170.660 13.170.660
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária - 1.069.001.961 1.069.001.961 - 205.147.525 205.147.525
Investimentos detidos até à maturidade - 70.203.243 70.203.243 - 56.581.424 56.581.424
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - 174.440.000 174.440.000 - 174.440.000 174.440.000
Activos financeiros concedidos ao Estado - 272.951.500 272.951.500 - - -
Investimentos em associadas e outras entidades - 359.969 359.969 - 395.823 395.823
Total 2.388.435.806 3.577.193.529 5.965.629.335 1.964.483.066 2.008.133.011 3.972.616.077
Passivo
Notas e moedas em circulação - 506.005.614 506.005.614 - 519.587.896 519.587.896
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - 1.663.200.343 1.663.200.343 - 1.111.718.421 1.111.718.421
Mercado monetário interbancário - 69.092.160 69.092.160 - 43.914.129 43.914.129
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do T esouro - 1.674.192.946 1.674.192.946 - 1.380.718.438 1.380.718.438
Outras responsabilidades - 103.844 103.844 - 137.973 137.973
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 243.284.360 243.284.360 - 103.081.220 103.081.220
Operações de venda com acordo de recompra 583.495.588 583.495.588 - - -
Total - 4.739.374.855 4.739.374.855 - 3.159.158.077 3.159.158.077

Justo valor para os activos e passivos financeiros não reconhecidos em balanço ao justo valor
2016 2015
Valor de Valor de
Justo valor Diferença Justo valor Diferença
balanço balanço
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 160.334.290 160.334.290 - 245.764.198 245.764.198 -
Aplicações em instituições de crédito 1.586.214.698 1.615.602.738 29.388.040 1.218.574.149 1.212.153.910 (6.420.239)
Fundo Monetário Internacional 227.640.067 227.640.067 - 79.165.716 79.165.716 -
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 16.047.801 16.047.801 - 14.893.516 14.893.516 -
Aplicações em instituições de crédito - - - 13.170.660 13.170.660 -
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 1.069.001.961 1.069.001.961 - 205.147.525 205.147.525 -
Investimentos detidos até à maturidade 70.203.243 70.229.635 26.392 56.581.424 56.850.206 268.782
Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174.440.000 52.482.624 (121.957.376) 174.440.000 48.543.753 (125.896.247)
Activos financeiros concedidos ao Estado 272.951.500 176.074.631 (96.876.869) - - -
Investimentos em associadas e outras entidades 359.969 613.551 253.582 395.823 636.862 241.039
Total 3.577.193.529 3.388.027.298 (189.166.231) 2.008.133.011 1.876.326.346 (131.806.665)
Passivo
Notas e moedas em circulação 506.005.614 506.005.614 - 519.587.896 519.587.896 -
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1.663.200.343 1.663.200.343 - 1.111.718.421 1.111.718.421 -
Mercado monetário interbancário 69.092.160 69.075.091 (17.069) 43.914.129 43.902.064 (12.065)
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do T esouro 1.674.192.946 1.674.192.946 - 1.380.718.438 1.380.718.438 -
Outras responsabilidades 103.844 103.844 - 137.973 137.973 -
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 243.284.360 243.284.360 - 103.081.220 103.081.220 -
Operações de venda com acordo de recompra 583.495.588 583.495.588 - - - -
Total 4.739.374.855 4.739.357.786 (17.069) 3.159.158.077 3.159.146.012 (12.065)

No apuramento do justo valor apresentado no quadro anterior, foram utilizados os seguintes pressupostos:

– Para efeitos do cálculo do justo valor das “Aplicações em instituições de crédito” foram descontados os
fluxos de caixa futuros a taxas de mercado de acordo com as moedas e prazos residuais das aplicações,

156
Relatório e Contas • 2016

adicionadas de um spread de risco representado pelas curvas CDS (credit default swaps) das respectivas
contrapartes;

– Para efeitos do cálculo do justo valor dos “Investimentos em associadas e outras entidades” foi considerado
o método da equivalência patrimonial, tendo por base a situação líquida das entidades à data das últimas
demonstrações financeiras disponíveis e auditadas e na percentagem de participação detida pelo Banco;

– Para os instrumentos classificados na categoria “Investimentos detidos até à maturidade” e “Activos


financeiros recebidos no aumento de capital” foi apurado com base nos fluxos de caixa previsionais futuros,
sendo que a taxa de actualização utilizada corresponde à média da taxa nominal de juro das últimas emissões
de títulos do tesouro colocada pelo BNA no mercado primário, com prazos residuais equivalentes aos das
emissões constantes em carteira. Os fluxos de caixa previsionais foram apurados mediante a fixação do valor
nominal a cada data de relato financeiro;

– Para as posições activas e passivas junto do “Fundo Monetário Internacional” foi considerada como
aproximação ao justo valor as posições divulgadas por esta entidade;

– Para as restantes rubricas considera-se que o justo valor é igual ao seu valor de balanço, por representarem
investimentos e financiamentos de curto prazo (inferiores a 1 ano);

– Para as operações de venda com acordo de recompra o justo valor é igual ao valor de balanço. Subjacentes
a este financiamento de USD 3.500, foram cedidos como garantias títulos de dívida soberana estrangeira no
montante de USD 3.659 Milhões;

– Para as operações de financiamento às instituições de crédito o valor que se encontra colaterizado com
Obrigações do tesouro do Estado Angolano é de Kz 245.158.899 Mil.

Justo valor para os activos financeiros reconhecidos em balanço ao justo valor

2016 2015
Custo de Valia Custo de Valia
Justo valor Justo valor
aquisição potencial aquisição potencial
Activo
O uro 166.816.500 112.872.696 (53.943.804) 136.060.075 85.106.242 (50.953.833)
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 794.712.297 880.881.575 86.169.278 762.273.611 724.121.967 (38.151.644)
Activos financeiros disponíveis para venda 1.389.764.636 1.394.681.535 4.916.899 1.159.758.658 1.155.254.857 (4.503.801)
Total 2.351.293.433 2.388.435.806 37.142.373 2.058.092.344 1.964.483.066 (93.609.278)

157
Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a forma de apuramento do justo valor dos instrumentos financeiros e do ouro,
reconhecidos em balanço ao justo valor, apresenta o seguinte detalhe por hierarquia de valorização ao justo valor:

2016
Técnicas de valorização
Nivel 1 Nível 2 Nível 3
Cotações de Inputs observáveis Outras técnicas
mercado de mercado de valorização Total
Activo
O uro 112.872.696 - - 112.872.696
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 796.197.018 84.684.557 880.881.575
Activos financeiros disponíveis para venda 1.394.681.535 - - 1.394.681.535
Total 1.507.554.231 796.197.018 84.684.557 2.388.435.806

2015
Técnicas de valorização
Nivel 1 Nível 2 Nível 3
Cotações de Inputs observáveis Outras técnicas
mercado de mercado de valorização Total
Activo
O uro 85.106.242 - - 85.106.242
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 644.745.125 79.376.842 724.121.967
Activos financeiros disponíveis para venda 1.155.254.857 - - 1.155.254.857
Total 1.240.361.099 644.745.125 79.376.842 1.964.483.066

Para efeitos de apresentação nesta nota, os instrumentos financeiros registados em balanço ao justo valor são
classificados de acordo com a seguinte hierarquia, conforme previsto na norma IFRS 13 – Mensuração ao justo valor:

– Nível 1 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor com base em cotações publicadas em mercados
activos a que o Banco tem acesso. Incluem-se nesta categoria os títulos valorizados com base em preços
executáveis (com liquidez imediata) publicados por fontes externas;

– Nível 2 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor mediante a utilização de dados observáveis
directa ou indirectamente em mercados activos. Incluem-se nesta categoria os títulos valorizados tendo
por base avaliações fornecidas por contrapartes externas e técnicas de valorização interna que utilizam
exclusivamente dados observáveis de mercado;

– Nível 3 - Os instrumentos financeiros que são valorizados através de modelos internos com alguns inputs que
não correspondem a dados observáveis de mercado.

Na forma de apuramento do justo valor apresentado nos quadros anteriores, foram considerados os seguintes
pressupostos:

– Tratando-se de um activo líquido transaccionado em mercado de activo, o justo valor do ouro corresponde
ao produto da multiplicação da quantidade de ouro detida pelo BNA pela cotação da Onça emitida por uma
entidade especializada (Golds Gold Spot), extraída do terminal financeiro da bloomberg. Para o apuramento
do custo de aquisição considerou-se a taxa de câmbio em vigor nas respectivas datas de transacção, pelo
que, as valias potenciais apuradas incluem igualmente uma componente de valia cambial.

– O justo valor dos instrumentos classificados na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de
resultados” corresponde à valorização evidenciada nos reportes periódicos enviados pelas contrapartes. Este

158
Relatório e Contas • 2016

justo valor é atribuído pelas próprias contrapartes, através do recurso a cotações de mercado e/ou modelos
de valorização interna.

– O justo valor da rubrica “Activos financeiros disponíveis para venda” foi apurado com base nos preços de
mercado dos títulos de dívida soberana estrangeira detidos em carteira. Para o efeito, considerou-se o preço “bid”
dado pelo contribuidor BGN, extraído do terminal financeiro da Bloomberg, bem como as taxas de câmbio em
vigor na data de relato financeiro. Para o apuramento do custo de aquisição consideraram-se as taxas de câmbio
em vigor nas respectivas datas de transacção, pelo que, as valias potenciais apuradas incluem igualmente uma
componente de valia cambial.

Risco de crédito

A gestão de risco de crédito é assegurada pelas áreas de negócio do Banco, nomeadamente pelo Departamento de
Gestão de Reservas (DGR) e Departamento de Mercados de Activos (DMA), sendo as mesmas responsáveis pela
segmentação do risco em função das características dos produtos e dos seus emitentes.

O risco de contraparte consiste no risco de crédito inerente a transacções nos mercados financeiros, correspondendo
à possibilidade de incumprimento pelas contrapartes dos termos contratados, e subsequente ocorrência de perdas
financeiras para o Banco. Os tipos de transacções abrangidas incluem disponibilidades e aplicações em instituições de
crédito, compra e venda de títulos e a contratação de operações de venda com acordo de recompra.

Na gestão e aplicação das reservas internacionais e dos activos internos, o DGR e o DMA assumem na sua actividade
um determinado nível de exposição ao risco de crédito. Estes departamentos de negócio regulam de forma criteriosa
e prudente a exposição ao risco de crédito, estabelecendo limites de concentração de risco, que são revistos
periodicamente.

Exposição máxima ao risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a exposição máxima ao risco de crédito pode detalhar-se da seguinte forma:

  2016 Colat. Receb. 2015


Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 160.334.290 - 245.764.198
Aplicações em instituições de crédito 1.586.214.698 - 1.218.574.149
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 880.881.575 - 724.121.967
Activos financeiros disponíveis para venda 1.394.681.535 - 1.155.254.857
Fundo Monetário Internacional 227.640.067 - 79.165.716
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 16.047.801 - 14.893.516
Aplicações em instituições de crédito - - 13.170.660
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 1.069.001.961 245.158.899 205.147.525
Investimentos detidos até à maturidade 70.203.243 - 56.581.424
Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174.440.000 - 174.440.000
Activos financeiros concedidos ao Estado 272.951.500 - -
Investimentos em associadas e outras entidades 359.969 - 395.823
Total 5.852.756.639 3.887.509.835

Posições fora de balanço 1.922.108.793 1.523.577.042

159
Qualidade de crédito dos activos financeiros

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a exposição ao risco de crédito por rating de contraparte, pode detalhar-se da
seguinte forma:
2016
Rating externo
AAA a AA- AA+ a AA A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14.847.885 - 137.399.069 (4.696.392) 1.595.947 42 6.070 11.181.670 160.334.290
Aplicações em instituições de crédito 67.147.471 - 905.621.108 173.767.324 334.712.334 32.973.588 - 71.992.873 1.586.214.698
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 880.881.575 880.881.575
Activos financeiros disponíveis para venda 1.271.005.757 - 41.096.129 61.291.335 21.288.314 - - - 1.394.681.535
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 227.640.067 227.640.067
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 16.047.801 16.047.801
Aplicações em instituições de crédito - - - - - - - - -
Operações de financiamento às instituições de crédito - -
relacionadas com operações de política monetária - - - - - - - 1.069.001.961 1.069.001.961
Investimentos detidos até à maturidade - - - - - 70.203.243 - - 70.203.243
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - 174.440.000 - - 174.440.000
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - - 272.951.500 - - 272.951.500
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 359.969 359.969
Total 1.353.001.113 - 1.084.116.306 230.362.268 357.596.595 550.568.373 6.070 2.277.105.916 5.852.756.639

2015
Rating externo
AAA a AA- AA+ a AA A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 384.555 - 51.772.859 197.898.786 415.455 1.632 1.568 (4.710.657) 245.764.198
Aplicações em instituições de crédito - - 495.310.349 288.865.033 271.755.759 47.010.167 115.632.841 1.218.574.149
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 724.121.967 724.121.967
Activos financeiros disponíveis para venda 828.894.313 - - 12.210.923 31.291.936 - - 282.857.685 1.155.254.857
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 79.165.716 79.165.716
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - -
Activos internos -
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 14.893.516 14.893.516
Aplicações em instituições de crédito - - - - - - - 13.170.660 13.170.660
Operações de financiamento às instituições de crédito - -
relacionadas com operações de política monetária - - - - - - - 205.147.525 205.147.525
Investimentos detidos até à maturidade - - - - - 56.581.424 - - 56.581.424
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - 174.440.000 - - 174.440.000
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 395.823 395.823
Total 829.278.868 - 547.083.208 498.974.742 303.463.150 278.033.223 1.568 1.430.675.076 3.887.509.835

Na construção destes quadros foram considerados os seguintes pressupostos:

– O rating considerado para as contrapartes é extraído do terminal financeiro da Bloomberg, através das
notações atribuídas entre a Standard & Poors e Moody’s ou equivalente.

– Para as entidades Federal Reserve System (FED) e Bank for International Settlements (BIS) considerou-se a
atribuição de rating AAA por representarem uma instituição central e internacional, respectivamente, que
visam a estabilidade monetária e financeira.

– Para os instrumentos financeiros das rubricas “Investimentos detidos até à maturidade” e “Activos financeiros
recebidos no aumento de capital” considerou-se o rating da República de Angola, por representarem
instrumentos financeiros emitidos pelo Estado.

– Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas sobre os títulos detidos
nas várias carteiras discricionárias classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de
resultados”, não é possível divulgar a qualidade creditícia destas aplicações.

– Para as posições activas e junto do FMI e de entidades nacionais não existe informação de rating disponível.

160
Relatório e Contas • 2016

Concentração de risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, a exposição a risco de crédito, por região geográfica detalha-se da seguinte forma:

2016
Área Geográfica
Europa América África Ásia O ceânia Supranacionais Total
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito (31.235.315) 190.633.402 102 936.102 - - 160.334.290
Aplicações em instituições de crédito 1.348.141.970 - - 238.072.728 - - 1.586.214.698
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 687.641.013 193.240.562 - - - - 880.881.575
Activos financeiros disponíveis para venda 370.212.645 777.331.928 12.744.999 64.186.927 19.599.491 150.605.546 1.394.681.535
Fundo Monetário Internacional - - - - - 227.640.067 227.640.067
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 16.047.801 - - - 16.047.801
Aplicações em instituições de crédito - - - - - - -
Operações de financiamento às instituições de crédito
relacionadas com operações de política monetária - - 1.069.001.961 - - - 1.069.001.961
Investimentos detidos até à maturidade - - 70.203.243 - - - 70.203.243
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174.440.000 - - - 174.440.000
Activos financeiros concedidos ao Estado - - 272.951.500 - - - 272.951.500
Investimentos em associadas e outras entidades - - 359.969 - - - 359.969
Total 2.374.760.313 1.161.205.892 1.615.749.575 303.195.757 19.599.491 378.245.613 5.852.756.639

2015
Área Geográfica
Europa América África Ásia O ceânia Supranacionais Total
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 133.434.485 87.810.036 24.519.677 245.764.198
Aplicações em instituições de crédito 1.101.829.565 - - 116.744.584 - 1.218.574.149
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 582.070.335 142.051.632 - - - - 724.121.967
Activos financeiros disponíveis para venda 350.967.995 426.236.909 19.927.802 55.826.801 16.563.300 285.732.050 1.155.254.857
Fundo Monetário Internacional - - - - - 79.165.716 79.165.716
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - -
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 14.893.516 - - - 14.893.516
Aplicações em instituições de crédito - - 13.170.660 - - - 13.170.660
Operações de financiamento às instituições de crédito
relacionadas com operações de política monetária - - 205.147.525 - - - 205.147.525
Investimentos detidos até à maturidade - - 56.581.424 - - - 56.581.424
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174.440.000 - - - 174.440.000
Investimentos em associadas e outras entidades - - 395.823 - - - 395.823
Total 2.168.302.380 656.098.577 689.704.275 197.091.062 16.563.300 364.897.766 4.092.657.360

Risco de liquidez

O risco de liquidez é o risco de uma instituição não dispor de fundos necessários para fazer face, a cada momento, às
suas obrigações de pagamento.

O Conselho de Administração do Banco define limites de concentração por prazos de maturidade, os quais são revistos
anualmente, sendo responsabilidade do Departamento de Mercados de Activos (DMA) e do Departamento de Gestão
de Reservas (DGR) verificar, numa base diária, o cumprimento dos limites.

161
De seguida apresentam-se os mapas referentes ao risco de liquidez, considerando a totalidade dos fluxos de caixa
contratuais não descontados dos instrumentos financeiros, de acordo com a respectiva maturidade contratual.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, os fluxos de caixa contratuais não descontados dos activos e passivos financeiros
apresentam a seguinte estrutura:

2016
Prazos residuais
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado T otal
meses meses 1 ano
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 160.334.290 - - - - - - - 160.334.290
Aplicações em instituições de crédito 624.232.001 195.553.442 235.665.001 530.764.254 - - - - 1.586.214.698
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 880.881.575 880.881.575
Activos financeiros disponíveis para venda 21.250.004 54.984.750 140.215.076 145.836.994 514.846.620 301.356.723 264.961.663 - 1.443.451.830
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 227.640.067 227.640.067
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 16.047.801 - - - - - - - 16.047.801
Aplicações em instituições de crédito - 24.221.838 - - - - - - 24.221.838
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 1.069.001.961 - - - - - - - 1.069.001.961
Investimentos detidos até à maturidade - - 71.493.294 20.738 82.952 82.952 365.310.991 - 436.990.926
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 174.440.000 - 174.440.000
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - 82.951.500 - 190.000.000 - 272.951.500
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 359.969 359.969
Total 1.890.866.057 274.760.030 447.373.372 676.621.986 597.881.071 301.439.674 994.712.654 1.108.881.611 6.292.536.455

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 506.005.614 506.005.614
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - - - - - - 1.663.200.343 1.663.200.343
Mercado monetário interbancário 57.701.704 11.654.887 - - - - - - 69.356.592
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do T esouro - - - - - - - 1.674.192.946 1.674.192.946
Outras responsabilidades - 13.839 14.803 29.605 92.065 - - - 150.312
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 2.524.193 2.540.772 10.066 - - - - 238.235.974 243.311.005
Operações de venda com acordo de recompra 4.479.381 5.126.403 - 5.516.275 273.582.342 175.508.784 165.903.000 - 630.116.184
Total 64.705.278 19.335.901 24.869 5.545.880 273.674.407 175.508.784 165.903.000 4.081.634.877 4.786.332.996

Liquidez ajustada 1.826.160.779 255.424.129 447.348.503 671.076.106 324.206.664 125.930.890 828.809.654 (2.972.753.266)

Liquidez acumulada 1.826.160.779 2.081.584.908 2.528.933.411 3.200.009.517 3.524.216.181 3.650.147.072 4.478.956.725 1.506.203.459

2015
Prazos residuais
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado T otal
meses meses 1 ano
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 245.764.198 - - - - - - - 245.764.198
Aplicações em instituições de crédito 356.230.646 286.921.021 254.232.995 325.442.096 - - - - 1.222.826.758
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 724.121.967 724.121.967
Activos financeiros disponíveis para venda 976.198 66.388.384 31.338.442 46.633.342 517.524.517 447.000.767 166.779.177 - 1.276.640.827
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 79.165.716 79.165.716
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14.893.516 - - - - - - - 14.893.516
Aplicações em instituições de crédito - 13.170.660 - - - - - - 13.170.660
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 240.783.988 - - - - - - - 240.783.988
Investimentos detidos até à maturidade - - 2.242.126 2.242.126 58.295.268 - - - 62.779.520
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 174.440.000 - 174.440.000
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 395.823 395.823
Total 858.648.546 366.480.065 287.813.563 374.317.564 575.819.785 447.000.767 341.219.177 803.683.506 4.054.982.973

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 519.587.896 519.587.896
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - - - - - - 1.111.718.421 1.111.718.421
Mercado monetário interbancário 35.683.850 8.436.227 - - - - - - 44.120.077
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do T esouro - - - - - - - 1.380.718.438 1.380.718.438
Outras responsabilidades - - - - - - - - -
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 2.248.508 3.300.567 3.333.708 6.642.750 1.660.805 - - 86.028.290 103.214.628
Total 37.932.358 11.736.794 3.333.708 6.642.750 1.660.805 - - 3.098.053.045 3.159.359.460

Liquidez ajustada 820.716.188 354.743.271 284.479.855 367.674.814 574.158.980 447.000.767 341.219.177 (2.294.369.539)

Liquidez acumulada 820.716.188 1.175.459.459 1.459.939.314 1.827.614.128 2.401.773.108 2.848.773.875 3.189.993.052 895.623.513

162
Relatório e Contas • 2016

Os principais pressupostos utilizados na construção dos quadros acima apresentados são os seguintes:

– Os juros dependentes de indexantes de mercado ou outros referenciais, apenas determináveis em data
futura (por exemplo os juros das Obrigações do Tesouro Nacional indexadas à taxa de câmbio ou ao índice de
preços do consumidor) foram apurados com base em estimativas quanto ao valor futuro desses referenciais,
baseadas no último valor conhecido.

– Não são considerados eventuais incumprimentos ou reembolsos antecipados.

– Os depósitos à ordem (incluindo juros) e as participações detidas em carteira no activo, são considerados
activos e passivos à vista, pelo que se encontram contemplados na coluna “Até 1 mês”.

– Para os restantes activos financeiros foi considerado que a sua maturidade era indeterminada, tendo sido
incluídos na coluna “Indeterminado”, assim como as notas e moedas em circulação, reservas bancárias
e Conta Única do Tesouro que embora sejam passivos financeiros exigíveis à vista não é expectável que
tenham esse prazo de liquidação.

Risco de mercado

O risco de mercado corresponde à probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou nos capitais
próprios, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos financeiros detidos pelo Banco,
como, por exemplo, o risco de oscilações nas taxas de juro e de câmbio.

O Banco assume exposição a riscos de mercado, ou seja, a riscos provenientes de posições em aberto em taxas de juro,
moeda estrangeira e outros produtos expostos a movimentos do mercado.

Risco cambial

Traduz-se na probabilidade do valor de um instrumento financeiro se alterar devido à flutuação da taxa de câmbio da
moeda estrangeira associada ao instrumento.

A política de investimentos em moeda externa é definida por uma das áreas de negócio do Banco, designadamente
o Departamento de Gestão de Reservas (DGR). As disponibilidades, aplicações e recursos em instituições de crédito,
os títulos detidos em carteiras geridas interna e externamente, bem como os financiamentos expõem o Banco a risco
cambial, ainda que o mesmo seja gerido com a definição de limites de exposição por cada moeda, à composição das
Reservas Internacionais. Estes limites são definidos pelo DGR e aprovados pelo Conselho de Administração do Banco.
Decorrente da política contabilística descrita na alínea b) da Nota 2.1.4, o Banco regista todos os custos e proveitos
relativos a diferenças cambiais potenciais numa rubrica de capitais próprios, não tendo qualquer impacto na
demonstração dos resultados do Banco.

163
Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, os instrumentos financeiros, por moeda nacional e estrangeira, apresentam o
seguinte: detalhe:
2016
Dólares dos Libras Yuan
Kwanzas O utros Total
Estados Unidos Euros Esterlinas Renminbi
Activo
O uro - 112.872.696 - - - 112.872.696
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 152.108.565 4.533.078 819.601 1.883.203 989.843 160.334.290
Aplicações em instituições de crédito - 1.397.222.465 37.885.661 151.106.572 1.586.214.698
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 705.092.714 175.788.861 - - - 880.881.575
Activos financeiros disponíveis para venda - 977.468.266 161.873.907 163.972.400 64.186.927 27.180.034 1.394.681.535
Fundo Monetário Internacional - - - - - 227.640.067 227.640.067
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 8.172 16.033.345 (88) - - 6.371 16.047.801
Aplicações em instituições de crédito - - - - - - -
Operações de financiamento às instituições -
de crédito relacionadas com operações de política monetária 754.179.250 314.513.013 309.697 - - - 1.069.001.961
Investimentos detidos até à maturidade 69.199.362 1.003.881 - - - - 70.203.243
Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174.440.000 - - - - - 174.440.000
Activos financeiros concedidos ao Estado 190.000.000 82.951.500 - - - - 272.951.500
Investimentos em associadas e outras entidades 359.969 - - - - - 359.969
Total 1.188.186.753 3.759.266.445 380.391.117 315.898.574 66.070.130 255.816.315 5.965.629.335

Passivo
Notas e moedas em circulação 506.005.614 - - - - - 506.005.614
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1.245.583.471 395.367.261 22.249.611 - - - 1.663.200.343
Mercado monetário interbancário 69.092.160 - - - - - 69.092.160
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do T esouro 125.191.348 1.549.001.598 - - - - 1.674.192.946
Outras responsabilidades 103.844 - - - - - 103.844
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 243.284.360 243.284.360
Operações de venda com acordo de recompra - 583.495.588 - - - - 583.495.588
Total 1.945.976.437 2.527.864.448 22.249.611 - - 243.284.360 4.739.374.856

2015
Dólares dos Libras Yuan
Kwanzas O utros Total
Estados Unidos Euros Esterlinas Renminbi
Activo
O uro - 85.106.242 - - - 85.106.242
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 272.588.601 (71.893.780) 19.946.910 24.511.800 610.666 245.764.198
Aplicações em instituições de crédito - 1.002.014.737 44.095.292 147.982.373 23.782.873 698.874 1.218.574.149
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 581.708.299 142.413.668 - - - 724.121.967
Activos financeiros disponíveis para venda - 765.504.322 146.205.293 162.725.703 55.826.801 24.992.738 1.155.254.857
Fundo Monetário Internacional - - - - - 79.165.716 79.165.716
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 6.084 14.887.432 - - - - 14.893.516
Aplicações em instituições de crédito - 13.170.660 - - - - 13.170.660
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 205.147.525 - - - - - 205.147.525
Investimentos detidos até à maturidade 56.581.424 - - - - - 56.581.424
Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174.440.000 - - - - - 174.440.000
Investimentos em associadas e outras entidades 395.823 - - - - - 395.823
Total 436.570.856 2.734.980.293 260.820.473 330.654.986 104.121.474 105.467.994 3.972.616.077

Passivo
Notas e moedas em circulação 519.587.896 - - - - - 519.587.896
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 979.987.435 131.730.985 - - - - 1.111.718.421
Mercado monetário interbancário 43.914.129 - - - - - 43.914.129
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do T esouro 43.603.532 1.337.114.906 - - - - 1.380.718.438
Outras responsabilidades 137.973 - - - - - 137.973
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 103.081.220 103.081.220
Total 1.587.230.965 1.468.845.891 - - - 103.081.220 3.159.158.077

Risco de taxa de juro

O risco de taxa de juro diz respeito ao impacto que movimentos nas taxas de juro têm nos resultados e no valor
patrimonial dos activos e passivos do Banco. Este risco decorre essencialmente da existência de diferentes prazos

164
Relatório e Contas • 2016

de vencimento ou de reapreciação dos activos, passivos e posições fora de balanço da entidade, face a alterações na
inclinação da curva de taxas de juro. Desta forma, o risco de taxa de juro corresponde ao risco do valor actual dos fluxos
de caixa futuros de um instrumento financeiro sofrer flutuações em virtude de alterações nas taxas de juro de mercado.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, os instrumentos financeiros, por tipo de taxa de juro, apresentam o seguinte detalhe:
2016
Exposição
Sujeito a taxa de juro Não sujeito a
T axa fixa T axa variável taxa de juro Total
Activo
O uro - - 112.872.696 112.872.696
Activos e xte rnos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 72.577.814 87.756.476 160.334.290
Aplicações em instituições de crédito 1.586.214.698 - - 1.586.214.698
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - 880.881.575 880.881.575
Activos financeiros disponíveis para venda 1.394.681.535 - - 1.394.681.535
Fundo Monetário Internacional - - 227.640.067 227.640.067
Activos inte rnos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 16.047.801 16.047.801
Aplicações em instituições de crédito - - - -
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 1.069.001.961 - - 1.069.001.961
Investimentos detidos até à maturidade 70.203.243 - - 70.203.243
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174.440.000 174.440.000
Activos financeiros concedidos ao Estado 272.951.500 - - 272.951.500
Investimentos em associadas e outras entidades - - 359.969 359.969
Total 4.465.630.751 87.756.476 1.412.242.108 5.965.629.335

Passivo
Notas e moe das e m circulação - - 506.005.614 506.005.614
Responsabilidade s para com instituiçõe s de cré dito
nacionais re lacionadas com ope raçõe s de política mone tária
Reservas bancárias - - 1.663.200.343 1.663.200.343
Mercado monetário interbancário 69.092.160 - - 69.092.160
Responsabilidade s inte rnas para com outras e ntidade s
Conta Única do T esouro - - 1.674.192.946 1.674.192.946
Outras responsabilidades - - 103.844 103.844
Responsabilidade s exte rnas para com outras e ntidade s
Fundo Monetário Internacional 243.284.360 - - 243.284.360
Operações de venda com acordo de recompra 583.495.588 - - 583.495.588
Total 895.872.108 - 3.843.502.747 4.739.374.855

2015
Exposição
Sujeito a taxa de juro Não sujeito a
T axa fixa T axa variável taxa de juro Total
Activo
O uro - - 85.106.242 85.106.242
Activos e xte rnos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 54.426.221 191.337.977 245.764.198
Aplicações em instituições de crédito 1.218.574.149 - - 1.218.574.149
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - 724.121.967 724.121.967
Activos financeiros disponíveis para venda 1.155.254.857 - - 1.155.254.857
Fundo Monetário Internacional - - 79.165.716 79.165.716
Activos inte rnos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 14.893.516 14.893.516
Aplicações em instituições de crédito 13.170.660 - - 13.170.660
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 205.147.525 - - 205.147.525
Investimentos detidos até à maturidade 56.581.424 - - 56.581.424
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174.440.000 174.440.000
Investimentos em associadas e outras entidades - - 395.823 395.823
Total 2.648.728.615 54.426.221 1.269.461.241 3.972.616.077

Passivo
Notas e moe das e m circulação - - 519.587.896 519.587.896
Títulos do Banco Central - - - -
Responsabilidade s para com instituiçõe s de cré dito
nacionais re lacionadas com ope raçõe s de política mone tária
Reservas bancárias - - 1.111.718.421 1.111.718.421
Mercado monetário interbancário 43.914.129 - - 43.914.129
Responsabilidade s inte rnas para com outras e ntidade s
Conta Única do T esouro - - 1.380.718.438 1.380.718.438
Outras responsabilidades - - 137.973 137.973
Responsabilidade s exte rnas para com outras e ntidade s
Fundo Monetário Internacional 103.081.220 - - 103.081.220
Total 146.995.349 - 3.012.162.728 3.159.158.077

165
Para efeitos da elaboração dos quadros anteriores, foram considerados os seguintes pressupostos:

– Na rubrica “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” foram distinguidos os montantes de


depósitos à ordem regulares em instituições de crédito, não sujeitos a taxa de juro, dos que se encontram
sujeitos a taxa de juro variável, nomeadamente os depósitos com aplicações overnight contratadas.

– Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas sobre os títulos detidos
nas várias carteiras discricionárias classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de
resultados”, não é possível divulgar a exposição por tipo de taxa de juro destas aplicações.

– Apesar do cupão pago pelas obrigações do Tesouro Nacional, classificadas na categoria “Investimentos
detidos até à maturidade”, ser variável devido à flutuação do valor nominal em função da taxa de câmbio da
data de liquidação, a taxa de cupão associada a cada título é fixa.

É de realçar que existem investimentos realizados por Gestores Externos que têm exposição ao risco de taxa de juro,
porém, o Banco enquadra globalmente este risco como sendo de mercado.

Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, os instrumentos financeiros por data de maturidade ou prazo de refixação de taxa,
apresentam o seguinte detalhe:

2016
Datas de refixação
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado T otal
meses meses 1 ano
Activo
O uro - - - - - - - 112.872.696 112.872.696
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 160.334.290 - - - - - - - 160.334.290
Aplicações em instituições de crédito 624.232.001 195.553.442 235.665.001 530.764.254 - - - - 1.586.214.698
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 880.881.575 880.881.575
Activos financeiros disponíveis para venda 20.952.387 54.923.753 139.643.355 142.501.329 492.005.409 292.161.399 252.493.904 - 1.394.681.535
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 227.640.067 227.640.067
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 16.047.801 - - - - - - - 16.047.801
Aplicações em instituições de crédito - - - - - - - - -
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 1.069.001.961 - - - - - - - 1.069.001.961
Investimentos detidos até à maturidade - - - - 69.371.309 - 831.934 - 70.203.243
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 174.440.000 - 174.440.000
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - - - 190.000.000 82.951.500 272.951.500
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 359.969 359.969
Total 1.890.568.440 250.477.195 375.308.356 673.265.583 561.376.718 292.161.399 617.765.838 1.304.705.807 5.965.629.335

Passivo
Notas e moedas em circulação 506.005.614 - - - - - - - 506.005.614
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1.663.200.343 - - - - - - - 1.663.200.343
Mercado monetário interbancário 57.628.431 11.463.729 - - - - - 69.092.160
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do T esouro 1.674.192.946 - - - - - - - 1.674.192.946
Outras responsabilidades - 8.109 9.299 19.300 67.136 - - - 103.844
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 2.524.193 2.524.193 - - - - - 238.235.974 243.284.360
Operações de venda com acordo de recompra 808.777 313.280 - 1.713.031 248.854.500 165.903.000 165.903.000 - 583.495.588
Total 3.904.360.304 14.309.311 9.299 1.732.331 248.921.636 165.903.000 165.903.000 238.235.974 4.739.374.855

166
Relatório e Contas • 2016

2015
Datas de refixação
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado T otal
meses meses 1 ano
Activo
O uro - - - - - - - 85.106.242 85.106.242
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 245.764.198 - - - - - - - 245.764.198
Aplicações em instituições de crédito 356.056.187 286.659.247 253.332.917 322.525.798 - - - 1.218.574.149
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 724.121.967 724.121.967
Activos financeiros disponíveis para venda - 62.445.017 27.193.035 26.244.587 540.485.191 370.736.662 128.150.365 - 1.155.254.857
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 79.165.716 79.165.716
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14.893.516 - - - - - - - 14.893.516
Aplicações em instituições de crédito - 13.170.660 - - - - - - 13.170.660
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 205.147.525 - - - - - - - 205.147.525
Investimentos detidos até à maturidade - - - - 56.581.424 - - - 56.581.424
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 174.440.000 - 174.440.000
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 395.823 395.823
Total 821.861.426 362.274.924 280.525.952 348.770.385 597.066.615 370.736.662 302.590.365 888.789.748 3.972.616.077

Passivo
Notas e moedas em circulação 519.587.896 - - - - - - - 519.587.896
Títulos do Banco Central - - - - - - - - -
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1.111.718.421 - - - - - - - 1.111.718.421
Mercado monetário interbancário 35.602.758 8.311.371 - - - - - 43.914.129
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do T esouro 1.380.718.438 - - - - - - - 1.380.718.438
Outras responsabilidades - 7.255 8.424 17.486 79.255 25.553 - - 137.973
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 103.081.220 103.081.220
Total 3.047.627.513 8.318.626 8.424 17.486 79.255 25.553 - 103.081.220 3.159.158.077

39 - Responsabilidades contingentes

Devido às alterações regulamentares em sede de imposto consumo que ocorreram durante o exercício de 2014, através
da aprovação do Decreto-Legislativo Presidencial n.º 3-A/14, de 21 de Outubro de 2014, bem como as alterações que
já haviam sido introduzidas pelo Decreto Presidencial n.º 7/11, de 30 de Dezembro, o Banco Nacional de Angola está
analisar o enquadramento da isenção prevista no art.92º da Lei nº 16/2010 de 15 de Julho Lei do Banco Nacional de
Angola, à luz do referido Decreto-Legislativo Presidencial. Até à presente data ainda não foram concluídos os trabalhos
de enquadramento, apenas foram identificadas possíveis contingências não mensuradas.

40 – Eventos subsequentes a data de referência

Em 19 de Junho de 2017, o Banco de Negócios Internacional, S.A. (“BNI”) e a RECREDIT – Gestão de Activos (SU), S.A.
(“RECREDIT”) assinaram um “Acordo de Assunção de Dívida” relativamente a uma linha de crédito especial (Nota 5) no
valor de KZ 24.221.838 mil, no qual a RECREDIT assumiu a obrigação de reembolsar o valor em dívida ao BNA.

Em 29 de Março de 2017, o Banco Económico transmitiu ao BNA direitos de crédito a receber do Grupo ENSA
Investimentos e Participações EP no montante de KZ 256.962.619 mil, resultantes da venda de activos e contractos
de créditos (detidos pelo Banco Económico e transmitidos ao Grupo ENSA em 15 de Julho de 2016 pelo Decreto
Presidencial 196/15), bem como uma carteira de Obrigações do Tesouro com valor nominal de KZ 14.662.330 mil, para
pagamento do financiamento contraído pelo Banco Económico junto do BNA (Nota 6) no valor de KZ 181.624.950 mil.
É convicção da Administração do Banco que os eventos mencionados não alteram a posição financeira do Banco com
referência a 31 de Dezembro de 2016.

41 – Afectação do resultado de 2016

Tendo em consideração que o resultado apurado no exercício foi, de Kz 4.521.341 Mil, o Conselho de Administração
deliberou no dia 13 de Julho de 2017, no sentido de se proceder à seguinte distribuição daquele resultado, nos termos
do disposto no artigo 89.º da Lei do BNA:

167
– 20%, ou seja Kz 904.268 Mil para Reserva legal;
– 20%, ou seja Kz 904.268 Mil para Reserva livre; e
– 60%, ou seja Kz 2.712.805 Mil para o Tesouro Nacional, a título de dividendos.

Estas Demonstrações Financeiras foram aprovadas pelo Conselho de Administração em sessão realizada em 13 de
Julho de 2017, pelo que são assinadas pelos seus membros.

Luanda, 13 de Julho de 2017.

_____________________________________________
Válter Filipe Duarte da Silva (Governador)

_____________________________________________
Manuel António Tiago Dias (Vice-Governador)

_____________________________________________
Suzana Maria de Fatima Camacho Monteiro (Vice-Governador)

_____________________________________________
António Manuel Ramos da Cruz (Administrador)

_____________________________________________
Gilberto Moisés Moma Capeça (Administrador)

_____________________________________________
Samora Machel Januário Silva (Administrador)

_____________________________________________
Ana Paula Patrocínio Rodrigues (Administradora)

168
Relatório e Contas • 2016

PARTE VII – C
 ERTIFICAÇÃO DO CONSELHO
DE AUDITORIA

169
170
178
Relatório e Contas • 2016

PARTE VIII – R
 ELATÓRIO DO AUDITOR
INDEPENDENTE

179
180
184
Relatório e Contas • 2016

PARTE IX – ANEXOS

185
186
Relatório e Contas • 2016

1. Decisões do Comité de Política Monetária ao longo de 2016

Obs.: FAO - Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez Overnight; FCO - Facilidades Permanentes de Cedência de Liquidez Overnight

2. Documentos normativos emitidos pelo BNA no decurso do ano de 2016

AVISOS

Política Cambial - Limites de saída e entrada de moeda.


Estabelece os termos e condições a que deve obedecer a entrada e saída de moeda
Aviso n.º 01/2016, de 12. Abril de 16,
nacional e estrangeira, na posse de pessoas singulares residentes e não-residentes
DR- I Série, n.º 57
cambiais – Revoga - Aviso n.º 1/2012, de 16 de Janeiro, Aviso n.º 28/2012, de 01 de
Novembro e o artigo 4.º do Aviso n.º 12/15, de 28 de Dezembro.

Fundos Próprios Regulamentares - visa regular a metodologia de calculo, estabelecer


Aviso n.º 02/2016, de 15 de Junho. 16, o valor mínimo do rácio de Solvabilidade Regulamentar (RSR) e definir o âmbito e as
DR- I Série, n.º 102 características dos elementos integrantes dos Fundos Próprios Regulamentares (FPR).
– Revoga - Aviso n.º 05/2007, de 26 de Setembro

Requisito de Fundos Próprios - Regulamentares para Risco de Crédito - e Risco de


Crédito de Contraparte. Estabelece o requisito de fundos próprios regulamentares que
Aviso n.º 03/2016, de 16 de Junho de
as Instituições financeiras devem considerar no âmbito do risco de crédito e risco de
16, DR- I Série, n.º 98
crédito de contraparte, de cordo com o disposto na alínea a) do número 4 do artigo 4º
do Aviso nº.02/2016, sobre FPR.

Requisito de Fundos Próprios-Regulamentares para Risco de Mercado e Risco de


Crédito de Contraparte na Carteira de Negociação. Estabelece o requisito de fundos
Aviso n.º 04/2016, de 22 de Junho de próprios regulamentares que as Instituições financeiras devem considerar no âmbito
16, DR- I Série, n.º 102 do risco de mercado e de crédito de contraparte na carteira de negociação, de acordo
com o disposto na alínea b) do número 4 artigo 4.º do Aviso n. º02/2016, sobre fundos
próprios regulamentares. - Revoga – Instrutivo n.º 06/2007, de 26 de Setembro.

187
AVISOS

Requisito de Fundos Próprios-Regulamentares para Risco Operacional. Estabelece o


requisito de fundos próprios regulamentares que as Instituições financeiras devem
Aviso n.º 05/2016, de 22 Junho de 16, considerar no âmbito do risco operacional, de acordo com o disposto na alínea c) do
DR- I Série, n.º 102 número 4 do artigo 4.º do Aviso n.º 02/2016, sobre FPR. Revoga - Aviso n.º 05/2007,
de 26 de Setembro, com efeitos a partir de 18 (dezoito) meses a contar da data de
publicação.

Adopção Plena das Normas Internacionais de Contabilidade/Normas Internacionais


de Relato Financeiro. Estabelece os princípios gerais a serem observados, no exercício
Aviso n.º 06/2016, de 22 de Junho 16,
de 2016, pelas Instituições Financeiras Bancárias, no âmbito da adopção plena das
DR- I Série, n.º 102
Normas Internacionais de Contabilidade/Normas Internacionais de Relato Financeiro,
adiante abreviadamente designadas por IAS/IFRS.

Aviso n.º 07/2016, de 22 de Junho 16, Governação do Risco. Estabelece os requisitos e princípios pelos quais se devem
DR- I Série, n.º 102 reger os sistemas internos de governação do risco das Instituições financeiras.

Risco de Taxa de Juro na Carteira Bancária. Estabelece os requisitos de análise a


Aviso n.º 08/2016, de 22 de Junho 16,
observar pelas Instituições financeiras sob supervisão do Banco Nacional de Angola,
DR- I Série, n.º 102
no âmbito do risco de taxa de juro na carteira bancária.

Limites Prudenciais aos Grandes Riscos. Estabelece limites aos grandes riscos nos
Aviso n.º 09/2016, de 22 de Junho 16,
termos do artigo 6.º, e à detenção de participações em empresas não financeiras nos
DR- I Série, n.º 102
termos do artigo 7.º, ambos do presente Aviso.

Abertura Movimentação e Encerramento de Contas de Depósito Bancário. Estabelece


Aviso n.º 10/2016, de 05.09.16, DR- I
os termos e as condições gerais de abertura, movimentação e encerramento de
Série, n.º 150
contas de depósito bancário, doravante designadas por contas de depósito.

Abertura e Encerramento de Agências e Dependências. Tem como objecto definir


Aviso n.º 11/2016, de 05.09.16, DR- I
os procedimentos e requisitos de informação acerca da abertura e encerramento de
Série, n.º 150
Agências e Dependências a serem reportados ao Banco Nacional de Angola.

Protecção dos Consumidores de Produtos e Serviços Financeiros. Estabelece as regras


Aviso n.º 12/2016, de 05.09.16, DR- I
e procedimentos a serem observados na comercialização de produtos e serviços
Série, n.º 150
financeiros.

Deveres de Informação no Âmbito dos Depósitos Bancários. Estabelece deveres de


informação a observar no âmbito da actividade de recepção de depósitos por parte
Aviso n.º 13/2016, de 05.09.16, DR- I
das Instituições Financeiras Bancárias e não Bancárias nos termos da alínea a) do n.
Série, n.º 150
º1 do artigo 6.º e do n. º4 do artigo 7.º, respectivamente, ambos da lei de bases das
Instituições Financeiras

Deveres de Informação no Âmbito dos Contratos de Crédito. Estabelece os deveres de


Aviso n.º 14/2016, de 07.09.16, DR- I informação a observar no âmbito da actividade de concessão de crédito por parte das
Série, n.º 152 Instituições Financeiras, os deveres do cliente e a possibilidade para a reestruturação
do crédito no caso de dificuldades financeiras.

188
Relatório e Contas • 2016

INSTRUTIVOS

Sistemas de Pagamento de Angola - Regulamentação dos Subsistemas de


Compensação e Liquidação. Visa dispor normas sobre a regulamentação dos
Instrutivo n.º 01/2016, 22 de Janeiro
subsistemas de compensação e de liquidação do Sistema de Pagamentos de Angola.
Revoga - Instrutivo n.º 02/09, de 24 de Março.

Política Monetária-Reservas Obrigatórias. Visa ajustar as regras de apuramento


Instrutivo n.º 02/2016, de 11 de Abril e cumprimento das Reservas Obrigatórias ao actual quadro de estabilidade
macroeconómica. Revoga-Instrutivo n.º 19/2015 de 02 de Dezembro.

Sistema de Pagamentos de Angola – Câmara de Compensação Automatizada


de Angola-Garantias para liquidação de saldos. Visa dispor normas sobre a
Instrutivo n.º 03/2016, de 25 de Abril
regulamentação dos Subsistemas de Compensação e de Liquidação de saldo do
Sistema de Pagamento de Angola. Revoga - Instrutivo n.º 02/09, de 24 de Março.

Política Monetária - Reservas Obrigatórias. Visa alterar a redacção do ponto nº 8.1,


Instrutivo n.º 04/2016, de 13 de Maio e do número 15 do Instrutivo nº 02/2016 de 11 de Abril, sobre a Politica Monetária -
Reservas Obrigatórias. Revoga - Instrutivo n.º 08/2009, de 21 de Maio.

Perdas por Imparidade para Carteira de Crédito - estabelece os procedimentos que


Instrutivo n.º 05/2016, de 08 de as Instituições Financeiras Bancárias devem observar para o apuramento de perdas
Agosto por Imparidade para Carteira de Crédito concedido a clientes de acordo com Normas
Internacionais de Contabilidade.

Divulgação de Instrumentos Financeiros -Estabelece os procedimentos que as


Instrutivo n.º 06/2016, de 08 de Instituições Financeiras Bancárias devem observar na elaboração das divulgações
Agosto sobre instrumentos financeiros, nos termos previstos pela Norma Internacional de
Relato Financeiro 7.

Método da Taxa de Juro Efectiva no Reconhecimento de Rendimentos e Gastos de


Instrutivo n.º 07/2016, de 08 de Instrumentos Financeiros - Estabelece os procedimentos a serem observados pelas
Agosto Instituições Financeiras Bancárias na aplicação do método da taxa de juro efectiva no
reconhecimento de rendimentos e gastos associados aos instrumentos financeiros.

Locações - Estabelece os procedimentos que as Instituições Financeira Bancárias


Instrutivo n.º 08/2016, de 08 de
devem observar na aplicação das políticas contabilísticas e divulgações apropriadas
Agosto
às locações de acordo com a Norma Internacional de Contabilidade 17.

Títulos de Valores Mobiliários - Estabelece um conjunto de procedimentos que as


Instrutivo n.º 09/2016, de 08 de
Instituições Financeiras Bancárias devem observar no reconhecimento e mensuração de
Agosto
títulos e valores mobiliários, nos termos da Normas Internacional de Contabilidade 19.

Benefícios dos Empregados - Estabelece um conjunto de procedimentos que as


Instrutivo n.º 10/2016, de 08 de Instituições Financeiras Bancárias devem observar no âmbito do reconhecimento,
Agosto mensuração e divulgação de benefícios dos empregados, nos termos previstos pela
Normas Internacional de Contabilidade 19.

Tratamentos das Perdas na Carteira de Crédito- Estabelece os procedimentos que


Instrutivo n.º 11/2016, de 08 de
as Instituições Financeiras Bancárias devem observar no tratamento contabilístico e
Agosto
prudencial das perdas na carteira de crédito concedido aos clientes.

189
INSTRUTIVOS

Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco de Crédito e Risco


de Crédito de Contraparte - Visa regulamentar as especificidades técnicas sobre o
Instrutivo n.º 12/2016, de 08 de
requisito de fundos próprios regulamentares previstas no Aviso n.º 03/2016, de 16 de
Agosto
Junho, sobre requisito de fundos próprios regulamentares para risco de crédito e risco
de crédito de contraparte.

Prestação de Informação Sobre Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para


Instrutivo n.º 13/2016, de 08 de
Risco de Crédito e Risco de Crédito de Contraparte - Visa regulamentar o envio da
Agosto
informação ao BNA por parte das Instituições Financeiras.

Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco de Crédito


Instrutivo n.º 14/2016, de 08 de de Contraparte na Carteira de Negociação - Visa regulamentar as especificidades
Agosto técnicas sobre o requisito de fundos próprios regulamentares previstas no Aviso n.º
04/2016, de 22 de Junho.

Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco de Crédito


Instrutivo n.º 15/2016, de 08 de de Contraparte na Carteira de Negociação - Visa regulamentar as especificidades
Agosto técnicas sobre o requisito de fundos próprios regulamentares previstas no Aviso n.º
04/2016, de 22 de Junho.

Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco Operacional-


Instrutivo n.º 16/2016, de 08 de
Regulamenta as especificidades técnicas sobre o requisito de fundos próprios
Agosto
regulamentares previstas no Aviso n.º 05/2016, de 22 de Junho.

Prestação de Informação Sobre Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para


Instrutivo n.º 17/2016, de 08 de Risco Operacional - Regulamenta o envio de informação ao Banco Nacional de Angola
Agosto por parte das Instituições Financeiras, no âmbito das disposições constantes do Aviso
n.º 05/2016, de 22 de Junho

Prestação de Informação Sobre a Composição dos Fundos Próprios e Rácios de


Solvabilidade - Regulamenta o envio de informação a ser prestada pelas Instituições
Instrutivo n.º 18/2016, de 08 de
Financeiras ao Banco Nacional de Angola, no âmbito das disposições sobre a
Agosto
composição dos fundos próprios previstas no Aviso n.º 02/2016, de 15 de Junho, sobre
fundos próprios regulamentares

Risco de Liquidez - Estabelece os requisitos de análise quantitativa a efectuar pelas


Instrutivo n.º 19/2016, de 08 de
Instituições financeiras sob supervisão do Banco Nacional de Angola, no âmbito da
Agosto
gestão do risco de liquidez.

Adopção Pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro -


Instrutivo n.º 20/2016, de 06 de Estabelece os procedimentos que as Instituições Financeiras Bancárias devem
Setembro observar na adopção pela primeira vez das Normas Internacionais de Relato
Financeiro, nos termos previstos pela Norma Internacional de Relato Financeiro 1.

Casas de Câmbio Regras Operacionais - Visa a adequação das regras operacionais


Instrutivo n.º 21/2016, de 06 de
das casas de câmbio, ao efectivo monitoramento do fluxo das operações de compra e
Setembro
venda de moeda estrangeira ou cheques de viagem.

Serviço de Remessas de Valores Regras Operacionais - Visa adequação das regras


Instrutivo n.º 22/2016, de 06 de
operacionais das sociedades de remessas de valores, ao efectivo monitoramento do
Setembro
fluxo das operações de remessas de valores.

190
Relatório e Contas • 2016

INSTRUTIVOS

Suspensão de Operações no BPC no período da Vacatura - Visa salvaguardar os


Instrutivo n.º 23/2016, de 05 de
interesses e confiança dos depositantes e do Estado, bem como a estabilidade do
Outubro
Sistema Financeiro.

Instrutivo n.º 24/2016, de 20 de Deveres de Diligência Reforçada - Estabelece os deveres de identificação e de


Dezembro diligência reforçada aplicáveis às pessoas de perfil de risco elevado.

Governação Risco Crédito - Instituições Financeiras devem adoptar funções, políticas


Instrutivo n.º 25/2016, de 20 de
e processos de gestão de risco para a identificação, avaliação, monitorização, controlo
Dezembro
e prestação de informação sobre o risco de crédito.

Governação Risco de Liquidez - Estabelece que as Instituições Financeiras devem


Instrutivo n.º 26/2016, de 20 de
adoptar funções, políticas e processos de gestão de risco para a identificação,
Dezembro
avaliação, monitorização, controlo e prestação de informação sobre o risco de liquidez.

Governação Risco de Mercado - Estabelece que as Instituições Financeiras devem


Instrutivo n.º 27/2016, de 20 de adoptar funções, políticas e processos de gestão de risco para a identificação,
Dezembro avaliação, monitorização, controlo e prestação de informação sobre o risco de
mercado.

Governação Risco Operacional - Estabelece que as Instituições financeiras devem


Instrutivo n.º 28/2016, de 20 de adoptar funções, políticas e processos de gestão de risco para a identificação,
Dezembro avaliação, monitorização, controlo e prestação de informação sobre o risco
operacional.

Fonte: BNA

191
3. Relação das Actividades de Âmbito Internacional realizadas pelo BNA no decurso do
ano 2016

Instituição Evento Local Data


Dar-es-Salam,
Reunião do Subcomité de Mercados Financeiros 3 a 5 de Fevereiro
Tanzânia
XXI Conferência Anual do Subcomité de
Tecnologias de Informação e Comunicação dos Harare, Zimbabwe 22 a 26 de Fevereiro
Bancos Centrais da SADC

Encontro Anual de Alto Nível de Supervisão 29 de Fevereiro a 2


Ilhas Seychelles
Bancária de Março

Workshop do Projecto de integração e aspectos Victoria Falls,


9 a 10 de Março
jurídicos do Subcomité de Sistema de Pagamentos Zimbabwe

Reunião do Subcomité de Recursos Humanos do Joanesburgo, África


16 a 17 de Março
CCBG do Sul

Reunião do Subcomité Macroeconómico do CCBG Gaberone, Botswana 21 e 22 de Março

29 de Março a 2 de
42ª Reunião do CCBG Gaberone, Botswana
Abril

Comunidade para o 9º Encontro do Comité de Oversight do Sistema de Pretória, África do


5 e 6 de Maio
Desenvolvimento da Pagamentos da SADC Sul
África Austral (SADC)
Reunião do Subcomité Legal do CCBG Ilhas Maurícias 5 a 6 de Maio

Fórum sobre Pagamentos Móveis, organizado


Joanesburgo, Africa 17 a 19 de Maio de
pela Associação Bancária da SADC (SADCBA) em
Sul 2016
Parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates

Seminário sobre Questões Relevantes de Joanesburgo, Africa


25 a 27 de Maio
Estabilidade Financeira para África do Sul
Conferência Anual dos Sistemas de Pagamento da
Luanda, Angola 20 a 21 de Junho
SADC
43ª Reunião do Comité dos Governadores dos Dar-Es-Salaam,
20 a 22 de Junho
Bancos Centrais da SADC (CCBG) Tanzânia
3º Encontro da Subcomissão de IT Governance e
BCM do Subcomité Tecnologias de Informação e Maseru, Lesoto 21 a 24 de Junho
Comunicação
Reunião do Painel de Avaliação Pelos Pares da
Gaberone, Botswana 3 a 8 de Julho
Convergência Macroeconómica (PRP)
Workshop sobre Pagamentos Móveis Luanda, Angola 14 de Setembro
Seminário de Recursos Humanos Luanda, Angola 11 de Abril
Retiro para os Directores de Sistemas de
Luanda, Angola 12 a 14 de Abril
Pagamento dos Estados Membros
Instituto de Gestão
Macroeconómica e Dar-Es-Salaam,
Fórum de Governadores do MEFMI 20 de Junho
Financeira da África Tanzânia
Austral e do Leste Dar-Es-Salaam,
(MEFMI) Fórum dos Governadores 21 de Junho
Tanzânia
20ª Reunião do Conselho de Governadores Washington, EUA 3 de Outubro
Fórum Executivo Conjunto Washington, EUA 4 de Outubro

192
Relatório e Contas • 2016

Reunião Anual Lusaka, Zâmbia 24 a 25 de Maio


Grupo Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD) Seminário do Departamento de Finanças do FMI e Pretória, Africa do
11 a 15 de Julho
do Instituto de Desenvolvimento Africano do BAD Sul

Grupo de Combate Seminário sobre o Branqueamento de capitais e Dar-es Salam,


14 a 16 de Março
ao Branqueamento Financiamento ao Terrorismo Tanzânia
de Capitais da África
Austral e Oriental Reunião do Grupo de Trabalho para Avaliação da Dar-es-Salaam,
(ESAAMLG) 6 a 10 de Junho
Eficiência do ESAAMLG Tanzânia

Reunião sobre o Acordo de Conversão Monetária


Banco da Namíbia Windhoek, Namíbia 8 a 11 de Junho
entre o BNA e o Banco da Namíbia

Reserve Bank da África Pretória, África do


Visita de Delegação do BNA ao SARB 23 de Setembro
do Sul (SARB) Sul
Estados Unidos da Visita de Delegação do BNA e Bancos Comerciais
Washington, DC 7 a 15 de Outubro
América aos EUA

República da Itália e Visita de Delegação do BNA e Bancos Comerciais 28 de Novembro a 2


Roma e Vaticano
Vaticano à Itália e à Santa Sé de Dezembro
Reino Unido da Grã-
Visita de Delegação do BNA e Bancos Comerciais
Bretanha e Irlanda do Londres, Inglaterra 5 a 9 de Dezembro
ao Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Norte

5º Encontro de Emissão e Tesouraria Lisboa, Portugal 4 a 6 de Maio

XVIII Fórum de Sistemas e Tecnologias de Maputo,


23 a 28 de Maio
Informação Moçambique

Reunião de Pontos Focais do Projecto “Apoio à


Consolidação do Estado de Direito nos PALOP e Lisboa, Portugal 22 de Junho
Timor Leste”

Sessão do Comité Permanente dos Embaixadores


Lisboa, Portugal 28 de Junho
dos Estados Membros da CPLP

6º Encontro de Contabilidade dos Bancos Centrais São Tomé, São Tomé


6 a 10 de Setembro
da CPLP (BCPLP) e Príncipe

Comunidade dos Países 9º Encontro de Estatística dos BCPLP Dili, Timor-Leste 8 a 14 de Setembro
de Língua Portuguesa
(CPLP) São Tomé, São Tomé 14 a 18 de
XVI Encontro de Juristas dos BCPLP
e Príncipe Setembro
20 a 23 de
4º Encontro de Supervisão Bancária Cabo Verde
Setembro

XV Conferência do Banco de Portugal sobre


Lisboa, Portugal 23 de Setembro
Auditoria, Risco e Governance

2º Encontro sobre Plano de Continuidade de 29 e 30 de


Lisboa, Portugal
Negócios dos BCPLP Setembro

XXVI Encontro de Lisboa Lisboa, Portugal 3 de Outubro

7º Encontro de Sistemas de Pagamento dos BCPLP Brasil 16 a 19 Novembro

193
4.ª Mesa Redonda anual dos líderes da iniciativa
política para os serviços financeiros móveis em Dakar, Senegal 02 a 05 de Fevereiro
África

SWIFT – Society Sessão do Programa Estratégia de Inclusão


Kuala Lumpur,
for Worldwide Financeira e o Fórum sobre o Reforço dos 23 a 27 de Maio
Malásia
International Financial Compromissos assumidos da Declaração de Maya
Telecommunications
Busan, Coreia do
Reunião Plenária, 18 a 24 de Junho
Sul.

Balaclava, Ilhas
Conferência Africana Regional 17 a 19 de Maio
Maurícias
Washington, Estados
Reunião da Primavera 15 a 17 de Abril
Unidos da América

Fundo Monetário Reunião do Caucus Africano Cotonou, Benin 4 a 5 de Agosto


Internacional (FMI) e
Grupo Banco Mundial Workshop sobre indexação do portfólio (RAMP)
(GBM) Windhoek, Namíbia 08 a 12 de Fevereiro
sob a égide do Banco Mundial

Washington, Estados
Reuniões Anuais 3 a 7 de Outubro
Unidos da América

Banco Internacional de Cape Town, África


Encontro Anual de Alto nível 04 a 05 de Fevereiro
Pagamentos (BIS) do Sul

AFRITAC SOUTH – Africa


Seminário sobre o Combate ao Branqueamento de
Regional Technical Ilhas Maurícias. 16 a 20 de Maio
Capitais e Financiamento ao Terrorismo
Assistance Centre

Fonte: BNA

194
Relatório e Contas • 2016

4. Mapa estratégico – Organização dos Objectivos por Perspectivas

Fortalecer a imagem do Contribuir para


Adequação do Sistema

BNA, o relacionamento aprofundamento da


Contribuir para a Estabilidade Macroeconómica inclusão financeira e da
Sociedade institucional e a sua
relação com sociedade responsabilidade social
e ambiental
Financeiro

Assegurar a estabilidade,
Sistema Contribuir para reforço e Adoptar Novas Ofertas de Instrumentos de Pagamento
a estabilidade Macro desenvolvimento do
Financeiro prudencial Sistema Financeiro
e consolidar a Administração do Meio Circulante
Reestruturação do BNA

Processos Implementar a Reestruturação Orgânica e Funcional do


BNA, para Fortalecer a Governação Corporativa
Assegurar a modernização e manutenção
da infra-estrutura
Internos e o Sistema de Controlo Interno

Aprendizangem
Consolidar o Desenvolvimento do Capital Humano
e Crescimento

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Relatório e Contas • 2016

Glossário

ATM: Automatic Teller Machine


BAD: Banco Africano de Desenvolvimento
BAI: Banco Angolano de Investimentos, S.A.
BANC: Banco Angolano de Negócios e Comércio, S.A.
BCA: Banco Comercial Angolano, S.A.R.L.
BCE: Banco Central Europeu
BCGTA: Banco Caixa Geral Totta de Angola, S.A.R.L.
BCH: Banco Comercial do Huambo, S.A.
BCI: Banco de Comércio e Indústria, S.A.R.L.
BDA: Banco de Desenvolvimento de Angola
BESA: Banco Espírito Santo Angola, S.A.R.L.
BFA: Banco de Fomento Angola, S.A.R.L.
BI: Bilhete de Identidade
BIC: Banco BIC, S.A.
BIS: Banco Internacional de Pagamentos
BKI: Banco Kwanza Investimento, S.A.
BM: Base Monetária
BMA: Banco Millennium Angola, S.A.
BMF: Banco BAI Micro Finanças, S.A.
BMMN: Base Monetária em Moeda Nacional
BNA: Banco Nacional de Angola
BNI: Banco de Negócios Internacional, S.A.
BPA: Banco Privado do Atlântico, S.A.
BPC: Banco de Poupança e Crédito, S.A.R.L.
BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
BT: Bilhetes do Tesouro
BVB: Banco Valor, S.A.
CCAA: Câmara de Compensação Automatizada de Angola
CCBG: Comité dos Governadores dos Bancos Centrais da SADC
CI: Comité de Investimentos
CMA: Zona Monetária Comum
COMEF: Comité de Estabilidade Financeira
CPM: Comité de Política Monetária
CTSPA: Conselho Técnico do Sistema de Pagamento Angolano
CUA: Comissão da União Africana
DEE: Departamento de Estudos Económicos
DES: Departamento de Estatística
DJU: Departamento Jurídico
DMA: Departamento de Mercados de Activos
DPS: Departamento de Património e Serviços
DRI: Departamento de Gestão de Risco
DSC: Departamento de Supervisão Comportamental
DSI: Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras
DSP: Departamento de Sistemas de Pagamento
EMIS: Empresa Interbancária de Serviços
EUA: Estados Unidos da América
FAO: Facilidade de Absorção de Liquidez

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FAO: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
FCO: Facilidade de Cedência de Liquidez
FMI: Fundo Monetário Internacional
FNB: Finibanco Angola
GCI: Gabinete de Comunicação Institucional
ICE: Indicador de Clima Económico
INE: Instituto Nacional de Estatística
Inf: Inflação
INF_IR: Componente Irregular Presente na Inflação
INF_SA: Inflação Ajustada da Componente Sazonal
INF_SF: Componente Sazonal Presente na Inflação
INF_TC: Componente Tendencial e Cíclica
IPC: Índice de Preços ao Consumidor
IPI: Índice de Produção Industrial
KEVE: Banco Keve, S.A.R.L.
LUIBOR: Luanda Interbank Offered Rate
MCX: Multicaixa
MEFMI: Instituto de Gestão Macroeconómica e Financeira da África Austral e do Leste
MT102 e MT103: São mensagens que transferem os pagamentos realizados pelos bancos em nome de clientes e os
pagamentos a clientes de bancos realizados pelo BNA em seu nome próprio ou do Tesouro Nacional.
MT202: São mensagens que transferem os pagamentos feitos pelos bancos em nome próprio a outro banco.
OGE: Orçamento Geral do Estado
OMA: Operações de Mercado Aberto
OT: Obrigações do Tesouro
PERT: Projecto Executivo para a Reforma Tributária
PIB: Produto Interno Bruto
PRP: Painel de Revisão de Estudos
ROA: Rendibilidade do Activo
ROE: Rendibilidade dos Capitais
SADC: Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral

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Relatório e Contas • 2016

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Caixa Postal 1243
Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125
www.bna.ao

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