Infecções Micóticas Oportunistas

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Infecções micóticas oportunistas

➔ Candida albicans
➔ Cryptococcus neoformans
➔ Aspergillus spp.
Fungos oportunistas são aqueles que podem causar
infecção em indivíduos imunocompetentes.
Fungos patógenos verdadeiros são capazes

Candida albicans
● Fungo comensal (presente em nossas mucosas)
e cosmopolita
● Dimórfico capaz de se desenvolver na forma de Várias espécies de Candida estão presentes como
levedura (A), pseudo-hifas (B) e hifas (C) comensais das mucosas do trato gastrointestinal e
urogenital e podem estar envolvidas no
desenvolvimento de candidíase:
➔ C. albicans; (70% dos casos)
➔ C. tropicalis;
➔ C. parapsilosis;
➔ C. glabrata;
➔ C. krusei;
➔ C. kefyr;
Em meio contendo milho e tween-20 há produção de ➔ C. guillerrmondii;
clamidosporos (=clamidoconídios): elementos de ➔ C. lusitania.
propagação assexuada.
Manifestação da candidíase:
Cultura de Candida albicans 35-37° ● Por ocasião de alguma deficiência imunitária
Candida albicans em cultura na presença de soro a (diabetes, linfomas, AIDS);
35-37ºC produz tubos germinativos em até 3 horas ● Após tratamento com antibiótico de amplo
de cultivo. espectro;
● Radioterapia ou quimioterapia;
● Tratamento com drogas imunossupressoras
por ocasião de transplantes.
A Candida pode estabelecer lesões em uma variedade
de condições.
Quando elas se tornam invasivas podem ocasionar
lesões agudas crônicas, localizadas ou disseminadas:
Tem a formação de pseudo-hifas (A), sempre tem a Candidíase oral: formação de placas brancas contendo
formação de uma constrição entre a célula mãe e a leveduras, pseudo-hifas e hifas na mucosa bucal.
célula filha. E quando há a formação do tubo Candidíase uro-genital
germinativo não tem a formação dessa constrição entre Candidíase intertriginosa
as células (B) sendo característico da Candida albicans. Candidíase cutânea e muco-cutânea: candidíase
muco-cutânea são indivíduos que já tenham uma
O aparecimento do tubo germinativo é diagnóstico imunossupressão genética, então eles têm algum fator
de Candida albicans
que vão levar o desenvolvimento dessa candidíase A candidíase cutânea pode ocorrer também em bebês.
muco-cutânea. Mãe com candidíase uro-genital, ou bebê sem trocar a
Candidíase pulmonar fralda por muito tempo.
Candidíase invasiva (profunda): que pode culminar
com a Candidemia, ou seja, a presença da Candida na 6. Onicomicose
circulação sanguínea, sendo casos bem mais graves que Micoses das unhas causadas pela Candida. Há uma
podem levar o indivíduo ao óbito. distrofia da unha.

1. Candidíase oral 6. Candidíase muco-cutânea


● É muito comum em indivíduos de A candidíase muco-cutânea vai ocorrer em indivíduos
recém-nascidos há a formação de placas que já tem uma imunodepressão genética,
esbranquiçadas na mucosa.
● Elas podem ser pontiagudas ou extensas 7. Candidíase profunda
● Em indivíduos que usam próteses dentárias ou Na candidíase profunda irá ocorrer a disseminação
aparelhos ortodônticos em que há o acúmulo sistêmica da Candida e vai haver quadros patológicos
de saliva nos lábios. diferentes.
1.1 Queilite angular: Em indivíduos HIV positivos,
principalmente, que não fazem o acompanhamento e o Diagnóstico:
tratamento, levam ao desenvolvimento de lesões Para o diagnóstico existem os testes sorológicos e teste
eritematosas no canto da boca, que são chamadas de de aglutinação, mas eles são de pouca valia porque a
queilite angular. Nesses indivíduos, as placas podem maioria das pessoas (20-40%) possui anticorpos contra
aumentar de extensão ao longo do tempo (esôfago, Candida.
laringe e faringe. ) O diagnóstico muitas vezes não é fácil, mas ele precisa
➔ Diagnóstico: Raspagem da lesão, clareamento ser feito então se faz:
com KOH (10%). ● A observação microscópica de hifas,
pseudo-hifas e leveduras das lesões;
2. Candidíase uro-genital ● Isolamento do fungo da lesão e cultivo em
Feminina: Há a formação, principalmente, de um laboratório;
corrimento esbranquiçado e a presença do prurido. ● Provas bioquímicas para fazer a diferenciação
Podem ocorrer também em homens. das espécies de Candida;
➔ Diagnóstico: Swab na região. ● Testes moleculares e resposta ao tratamento;

3. Candidíase anal Candidíase Invasiva


Há a formação de lesões esbranquiçadas, com a A candidíase invasiva tem aumentado em frequência e
presença de alguns pontos ulcerados, isso vai ser mais o prognóstico não é bom.
comum em indivíduos HIV-positivos. Fatores de risco:
→ Hospitalizações prolongadas
4. Candidíase intertriginosa → Alimentação parenteral ou cateteres: a Candida é
Pode ocorrer em diversos indivíduos, mas essas lesões capaz de produzir biofilmes nesses locais, muitas vezes
eritematosas extensas com a presença dessas lesões na alimentação parenteral a superfície dos tubos pode
satélites são muito comuns em indivíduos estar contaminada.
HIV-positivos. Contato pele e pele. → Uso prolongado de antibióticos de amplo espectro
→ Uso prolongado de esteroides
5. Candidíase Cutânea → Neutropenia
Tratamento ● O C. gattii tem sido isolado da resina de
→ Candidíase superficial: violeta de genciana, Eucalyptus (distribuído em regiões tropicais e
bicarbonato de sódio, compostos iodados, derivados sub-tropicais) e está associado à infecção de
imidazólicos. indivíduos imunocompetentes.
→ Itraconazol (limitações por não existir formulação
EV)
→ Fluconazol (atinge excelente concentração no
SNC)
→ Nos casos de candidíase invasiva vai ser utilizado
anfotericina B, imidazólicos e equinocandinas
(caspofungina, anidulafungina e micafungina) –
candidíase sistêmica.

Antifúngicos mecanismo de ação: agem inibindo


mecanismos da parede celular -
1,3-beta-glucana-sintase.
A cápsula é composta de glucoronoxilomanana
Cryptococcus neoformans (GXM), galactoxilomanana e manoproteínas.
● Das 19 espécies C. neoformans e C. gattii são
patogênicos. Vários fatores de virulência têm sido implicados na
● Ocorre mais comumente em forma de patogenia do Cryptococcus:
levedura e é o único que possui cápsula; ● Termotolerância à 37°C;
● A cápsula não pode ser vista ao microscópio ● Síntese de melanina (fenoloxidase=lacase);
sem que se faça uma coloração negativa com ● Presença de cápsula.
nanquim. Polissacarídeos capsulares:
● O corante não penetra na cápsula, composta ● Inibem a fagocitose;
de polissacarídeos. ● Consomem complemento;
● Na infecção, o material capsular é liberado ● Absorvem e neutralizam opsoninas e
pelo fungo e tem atividade imunossupressora. anticorpos;
A cápsula é considerada um fator de virulência. Cepas ● Bloqueiam a quimiotaxia de neutrófilos e
sem cápsulas são menos patogênicas. monócitos;
● Inibem a síntese de anticorpos.
➔ Contaminação: Via inalatória.
➔ Habitat: Fezes secas de pombos e troncos ocos Criptococose oportunista
de árvores.
➔ Agentes: C. neoformans e C. gattii ➔ Cosmopolita, associada à imunodepressão,
Cryptococcus neoformans.
Epidemiologia:
● O C. neoformans tem sido isolado das fezes de
pombos e está associado à infecção de
imunossuprimidos.
● O fungo não infecta aves pois não sobrevive na
temperatura 40- 42ºC.
● As fezes dos pombos são ricas em creatina,
ácido úrico e purinas e viram um meio de
cultura.
Forma pulmonar assintomática: ⅓ dos casos
Forma pulmonar progressiva: lesão pulmonar com
tosse, febre e expectoração. Pode ocorrer hemoptise.
Formas disseminadas:
1. Meningite e meningoencefalite: 80% dos casos
Redução da capacidade mental (30%) e acuidade visual
(8%), paralisia (5%) e hidrocefalia.

Diagnóstico:
1. Detecção de leveduras no escarro ou liquor
(auxílio de nanquim) e cultura.
2. Testes bioquímicos e fisiológicos: Teste de
fenol-oxidase e meio de cultura
canavanina/azul de bromotimol.
3. Reação de aglutinação com anticorpos contra
componentes capsulares. Prova de aglutinação
do látex.

Tratamento:
➔ Fluconazol (Atinge excelente concentração no
SNC) (Muitas vezes não é utilizado sozinho
principalmente nos quadros de disseminação);
➔ Anfotericina B;
➔ Criptococcemia – anfotericina B + fluconazol
– seguida de fase de manutenção com
fluconazol para que não haja recaídas.

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