Pacto de Lausanne
Pacto de Lausanne
Pacto de Lausanne
1974, foi um marco da colaboração e estruturação de um alinhamento em comum acordo cristão que visa
traçar os objetivos para a evangelização, condensado de forma clara e objetiva em 15 tópicos que captam o
caráter evangelístico que propunham como meta. Cada tópico aborda temas essenciais e basilares para a
explanação do evangelho, fazendo-o de forma didática e prática, tornando acessível e inteligível a todo
público, além de apresentar sumariamente os pontos do pacto de forma sucinta, destacando sobretudo temas
primordiais.
Os três primeiros tópicos se fundamentam no que entende-se como o tripé basilar da fé: o propósito
de Deus, a autoridade e o poder da bíblia e a unicidade e universalidade de Cristo. Primeiramente,
cremos num Deus soberano, que tem um plano de salvação para a humanidade, entregando aos seus servos a
incumbência de anunciar o evangelho e ser cooperadores do Corpo de Cristo. Crendo em Seu propósito,
compreendemos que a bíblia é a Sua palavra revelada, inerrante e imutável, ela é a fonte para o
conhecimento a respeito de Deus e do seu propósito. Para concluir, cremos em Jesus Cristo como único
salvador e mediador entre Deus e os homens, Ele é o único meio pelo qual somos salvos e temos
reconciliação com Deus através de Seu sacrifício. Contrariando a máxima de que “todos os caminhos levam
à Deus”, acreditamos que Cristo é o único que pode nos conectar a Ele, uma vez que o convite de salvação é
ofertado a todos, mas somente os que creem serão salvos.
Sendo assim, compreendendo que existe um Deus soberano que tem um propósito revelado através
da bíblia, a verdade inerrante que é nosso manual de fé e prática, e que Jesus Cristo é a única ponte que liga
o homem a Deus, os próximos tópicos se debruçam na compreensão do que é a evangelização, seus desafios
em vários âmbitos e da urgência de nossa missão.
Deus, em sua infinita soberania e criatividade, criou seres humanos complexos e diferenciados, e os
inseriu em culturas das mais variadas tradições. Para um trabalho bem-sucedido, evangelização e cultura
devem caminhar lado a lado. Se o objetivo é alcançar os mais diversificados povos, o compromisso da igreja
é sempre inovar e buscar novas estratégias e metodologias para aplicar o evangelho adaptado a cada cultura.
Todavia, não se pode esquecer de dois fatores muito importantes embutidos nessa tarefa: educação e
liderança. O pacto compreende que existe a necessidade de desenvolver a educação teológica, sobretudo
dos líderes, para tanto, independente da nação ou cultura é reconhecido um programa que equipe e
qualifique líderes e leigos.
A partir deste ponto, tendo sido explanada a fé em que se fundamenta e a missão a qual se propõe, o
pacto revela o âmbito mais abissal da evangelização: os desafios espirituais, as consequências de pregar o
evangelho e o poder de Deus sobre toda obra maligna. Aqui, tomamos ciência do conflito espiritual que nos
cerca e na batalha invisível aos olhos humanos que travamos ao lutar pelo Reino. Para combater as
investidas de Satanás, nosso compromisso é nos revestirmos de armas espirituais da verdade e oração. Por
outro lado, temos conflitos de liberdade e perseguição que sabemos que muitos de nossos irmãos
espalhados pelo mundo enfrentam. Como igreja, devemos orar pelos líderes, para que haja liberdade de culto
e proclamação do evangelho, da mesma forma que nossas orações se voltam para nossos irmãos que vivem
no desafio diário de perseguição, discriminação e até encarceramento, que seu testemunho seja nítido e que
experimentem a liberdade de falar de Jesus onde estiverem. A despeito de todas as batalhas enfrentadas,
encontramos ânimo pois sabemos que estamos amparados pela soberania Deus e o poder do Espírito
Santo. Uma igreja que está cheia do Espírito Santo tem sua visão bem delimitada quanto ao trabalho
missionário, pois entende que sua missão na terra não é outra a não ser espalhar o evangelho. É o Espírito
Santo quem guia e inflama os corações à obra missionária e ao resgate dos perdidos. Uma igreja que não tem
a visão do Espírito Santo, é uma igreja míope e está completamente desorientada no que diz respeito à sua
missão na terra.
O último ponto desta resolução faz menção à consumação de todo trabalho, o cumprimento da
promessa do retorno de Cristo que voltará em poder e glória. Cremos que Ele virá outra vez e todo olho
contemplará o filho de Deus, para tanto, nossa missão de evangelização revela sua urgência, pois este evento
se dará assim que o evangelho for pregado a toda criatura. Mas este é nosso consolo e esperança, que nosso
redentor vive e Reina, e nós, enquanto igreja, nos comprometemos com a evangelização de todos os povos,
até que Ele venha.
Um dos pontos que me chamaram a atenção e posso destacar é o fato de que o pacto, apesar de
enfatizar as verdades que defende e os compromissos que assume, não ignora as deficiências vivenciadas na
igreja atual que se revelam como oposto ao objetivo almejado. Sem maquiar a realidade, pontua os desafios
enfrentados pela igreja e, em contraponto, a proposição de um ideal bíblico a ser buscado. Cada tópico
revela uma meta que, como igreja, devemos buscar, mas que por vezes temos atuado no caminho contrário.
Esse ponto é importe pois, mais do que vislumbrar um cenário ideal com uma igreja utópica, ele denuncia os
atuais problemas e revela nosso propósito e os métodos que devemos seguir para alcançá-lo.
Para concluir, destaco dois trechos que me impactaram muito e valem a reflexão:
“Ao fazermos o convite do evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado.”
“De mais a mais, o Espírito Santo é um Espírito missionário, de maneira que a evangelização deve surgir
espontaneamente numa igreja cheia do Espírito. A igreja que não é missionária contradiz a si mesma e
debela o Espírito.”