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1.2
O que é empreendedorismo?
O que você sabe sobre empreendedorismo? Pense um pouco sobre isto antes de iniciar esta
leitura, não precisa entregar a sua resposta.
Fique tranquilo que no decorrer do curso vamos detalhar o que é empreendedorismo. Para isto,
vamos considerar que empreender significa transformar um sonho em realidade. Tome como
base suas atividades atuais. Você, por exemplo, está fazendo um curso, o que significa que
você está buscando conhecimentos e técnicas para se tornar um profissional, certo? Neste
caso, você está empreendendo em sua carreira, sabia disso?
Pois bem, já deu para perceber que para empreender é preciso ter um sonho, desejar melhorar
de vida, mudar de profissão ou querer, de alguma forma, ajudar outras pessoas. Mas, nós
sabemos que precisamos conhecer alguns conceitos que nos vão ajudar a reconhecer um
sonho possível de ser concretizado e as ações para transformá-lo em um negócio lucrativo.
Então, vamos lá! Empreender inicialmente era entendido, apenas, como criar seu próprio
negócio (abrir uma empresa seja formal ou informal). Aliás, ainda existem autores, como
Maximiano (2006), que defendem este ponto de vista. Mas, hoje sabemos que empreender
também significa investir em sua carreira profissional. Dornelas (2012, p. 29) diz que
“empreender é criar algo novo e que gere valor financeiro ou social.” Isto significa que pode ser
feito mesmo no cargo que você ocupa em uma organização, pública ou privada, você não
acha?
Você sabia que uma das melhores definições sobre empreendedorismo foi escrita em 1949 por
Joseph Schumpeter? Nela o autor faz uma boa reflexão sobre o espírito empreendedor: “O
empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos
produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos
recursos e materiais e tecnologias” (SCHUMPETER, 1949, p. 55).
Estamos abordando ideias sobre empreendedor, mas vamos agora trazer uma compreensão
mais semântica, ou seja, qual seu significado e outros conceitos utilizados.
Empreendedor vem do latim imprendere que significa “decidir tarefa difícil e laboriosa”. Tem o
mesmo significado da palavra entrepreneur, francesa, que deu origem a palavra
entrepreneurship, que foi traduzida para o português como: espírito empreendedor
(MAXIMIANO, 2006, p. 1).
Kirzner (1973) – O empreendedor é alguém que identifica oportunidades, ou seja, tem uma
visão clara e positiva da situação atual e estabelece um equilíbrio em meio ao caos e
turbulência (apud DORNELAS, 2012).
Harvard Business School – Empreendedorismo é a habilidade de perceber as novas
possibilidades de negócios que se apresentam no mercado. Essa habilidade independe dos
recursos e posses que a pessoa empreendedora pode ter (apud DORNELAS, 2012).
Dornelas (2012) – Este autor faz uma junção dos dois conceitos acima, pois diz que
empreendedor é aquele que muda a ordem das coisas, faz e refaz, mas garante que as coisas
aconteçam, pois consegue, de forma clara, ter uma noção de como será a empresa no futuro e
desta forma consegue antecipar suas ações para garantir sucesso da organização.
Você pode perceber que todas as definições falam de “identificar oportunidades” e assim
podemos dizer que o ato de empreender está relacionado com identificação, análise e
implementação dessas oportunidades, mas também com o ter disposição para correr riscos. O
risco é importante para o desenvolvimento, porém ele deve ter alternativas conhecidas para ter
o melhor resultado.
Logo, o empreendedor é uma pessoa que enxerga uma oportunidade aliada a um sonho ou
uma ideia, tem coragem para colocá-la em prática e cria um diferencial relacionado ao novo
negócio, de projeto social, ou mesmo, de inovação dentro do seu ambiente de trabalho.
No Brasil, os estudos sobre empreendedorismo ganharam intensidade nos anos 1990. O fator
que contribuiu para isso foi a chamada globalização. Enquanto outros países como os Estados
Unidos já possuíam vasta experiência neste assunto, no Brasil as grandes empresas tinham a
necessidade de aumentar a competitividade, diminuir os custos e se manter no mercado, que
foram os fatores geradores da alta taxa de desemprego. Os ex-empregados foram levados a
buscar alternativas de sobrevivência como a criação de micro negócios, muitas vezes sem
possuir experiência ou conhecimento (DORNELAS, 2012).
Ainda em 1986 a comunicação entre computadores, com a interligação da rede NSFNET com à
ARPANET, deu origem ao termo INTERNET, que mudou completamente os conceitos de
globalização, principalmente quando, em 1990, chegou ao domínio público, despertando
interesse de várias pessoas por esta nova forma de se comunicar. Este desperta fez surgir o
empreendedor virtual, que muda a forma de ver e pensar em um produto e serviço que agora
também pode ser comercializado pela internet, tal comercialização passou a ser chamado de
comércio eletrônico (e-commerce) (CAPRON, 2004).
As micro, pequenas e médias empresas são responsáveis por cerca de 50% de Produto
Interno Bruto em alguns países, com perspectivas de crescimento dessa tendência. Daí a
importância delas para a economia mundial e também do estudo sobre o empreendedorismo
para a sociedade.
Diante deste cenário, podemos elencar alguns benefícios sociais e pessoais ao ampliar os
conhecimentos e as ações de empreendedorismo:
Mitos
Você acredita que alguém já nasce empreendedor?
Nós vamos apresentar alguns argumentos para que perceba que empreender pode ser
aprendido. É tão real que é possível aprender a ser empreendedor que, após 1999, quando o
governo criou o programa Brasil Empreendedor com o objetivo de capacitar mais de um milhão
de pessoas, tivemos um crescimento expressivo na abertura de micro e pequenas empresas
no Brasil.
Também há pessoas, como já citado anteriormente, que, após serem demitidas, usaram suas
economias para abrir seu próprio negócio, ainda que, em sua maioria, no mercado informal. O
Governo, percebendo esta movimentação de empregados para patrão, criou o programa de
empreendedor individual (Lei complementar 128/2008), trazendo essas pessoas da
informalidade para a situação de empresários individuas e, desta forma, tornando-os
empreendedores e contribuintes, o que melhora a sociedade como um todo.
Estas considerações reforçam e servem de base para dizer que nascer empreendedor é um
mito e que estas características são aprendidas e durante nossas aulas vamos entender e
aprender a ser empreendedor. Principalmente com o advento da internet, que torna as
informações disponíveis em qualquer hora e lugar, sem nenhuma distinção ou fronteiras.
EMPRE2024A
1.3 Ser empreendedor
1.4
O administrador e o empreendedor
Em algum momento você pode ter-se perguntado: posso ser empreendedor se eu não
administro uma empresa? Pois acredite que sim. Queremos que você perceba que há uma
diferença significativa entre o administrador e o empreendedor.
Direção é a função na qual o administrador repassa para os funcionários os planos e ações que
devem ser desenvolvidas na empresa. Ele estimula a participação e a motivação de todos para
a realização das atividades.
Você sabia que o ato de planejar, organizar, dirigir e controlar são funções inerentes ao
trabalho do administrador? Estes atos acontecem, na maioria das vezes, de forma interligada
nas atividades diárias de uma empresa. Por exemplo, quando o administrador precisa comprar
algo para a empresa, ele planeja a quantidade e organiza o processo entre a compra e o
recebimento dos produtos, além de dirigir ou orientar outras pessoas para recepcionar e
armazenar o produto e depois controlar o uso.
Você lembra que dissemos que qualquer pessoa pode ser um empreendedor? Assim ocorre
com o administrador. Além de ter todas essas atribuições que acabamos de citar, ele também
pode ser um empreendedor. Mas, para diferenciar as duas coisas, tratemos agora do
empreendedor.
Para começar, o empreendedor não é impessoal no negócio, pois este faz parte de seu sonho;
não se limita às regras da empresa, pois tem a forte tendência para promover mudanças
importantes nos processos da empresa; e, às vezes, ele também não possui conhecimentos
técnicos de administração, mas possui o hábito de “ver além”. Por ser visionário, o
empreendedor se preocupa mais com as questões estratégicas da empresa, com o objetivo de
reunir todos os recursos necessários para concretizar o negócio.
Tipos de empreendedor
Quando pensamos em empreender lembramos logo da criação de uma empresa, porém saiba
que existem outras possibilidades de empreender e diferentes tipos de empreendedor, seja
virtual ou tradicional.
Ele pode desenvolver esse perfil durante o trabalho de forma autônoma ou pode ser estimulado
pela empresa, através de programas de incentivo, capacitações, benefícios ou prêmios.
Contudo, existem alguns princípios básicos para se tornar um Intraempreendedor: saber
aprender, conhecer e ter paixão pelo ramo em que a empresa atua, enxergar oportunidades
que ninguém vê, ser dedicado e persistente.
Agora você deve estar-se perguntando qual é o resultado da atuação deste empreendedor na
sociedade? O trabalho desse empreendedor tem por objetivo causar mudanças positivas na
sociedade através do oferecimento de produtos ou serviços que auxiliam no combate à
pobreza, na diminuição da desigualdade social, na inclusão social da população excluída, na
geração de renda e na promoção da qualidade de vida.
Características do empreendedor
Você acabou de conhecer alguns tipos de empreendedor e como eles diferem. Mas pense por
um instante sobre o que eles possuem em comum.
Se você pensou que eles têm em comum as características de empreendedor, você acertou. O
empreendedor pode-se empenhar em qualquer área, mas possui características próprias que
são, de acordo com Malheiros et al. (2005) e Dolabela (2002):
Existem vários conceitos formulados sobre o que é empresa e todos apontam para algumas
características similares e assim formulamos um conceito: a empresa é um espaço em que se
articulam vários recursos – humanos (pessoas), financeiros (dinheiro), materiais
(equipamentos) e conhecimentos técnicos (sistemas e procedimentos) – para oferecer
atendimento à população através da promoção das vendas de produtos ou prestação de
serviços, a fim de gerar lucro para empresa e renda para quem nela trabalha (CHIAVENATO,
2007).
Como vimos, as empresas podem oferecer produtos ou serviços. A diferença entre duas
atividades que caracterizam a razão de existência da empresa no mercado, conforme
Chiavenato(2007):
Produto: possui atributos tangíveis, quer dizer, que pode ser tocado, experimentado, testado
antes de ser comprado. Por exemplo, o testdrive de um carro, a prova de uma roupa na loja.
Entretanto, vale ressaltar que nas lojas virtuais os produtos continuam sendo tangíveis, como
se tivessem em uma vitrine, onde você pode ver e ler todas as informações do produto, mas
não pode tocá-lo, porém consegue vê-lo em 3D, com riquezas de detalhes.
Serviço: possui características intangíveis, ou seja, não pode ser sentido, tocado, cheirado e a
avaliação da sua qualidade só poderá ser feita após sua compra. Por exemplo, o serviço de
transporte, serviço de saúde ou a manutenção de um carro.
Tipos de empresas
As empresas fazem parte de nossa vida: um restaurante, um supermercado, um shopping, uma
lanchonete, uma escola, ou o nosso trabalho. O tempo todo você está fazendo uso do espaço,
do produto ou do serviço de uma empresa. E dessa forma conheceremos alguns tipos de
empresas.
Empresas industriais: são as que produzem grandes quantidades de produtos para consumo
que podem ser vendidos diretamente para o consumidor final (como indústria de artesanatos
regionais) e as que fazem produtos gerados pela transformação de matéria-prima, os quais são
repassados para outras empresas para que elas os revendam para o consumidor final (como
por exemplo, os carros que são montados pelas indústrias e depois repassados para as
concessionárias, onde o consumidor final pode comprá-los) (CHIAVENATO, 2007).
Empresas comerciais: são empresas que vendem mercadorias ou produtos acabados
diretamente ao consumidor (comércio varejista) ou aquelas que compram do produtor pra
vender ao varejista (comércio atacadista).
Empresas prestadoras de serviço: são empresas que fornecem atividades e trabalhos
especializados em áreas como a saúde, educação, transporte, lazer, consultoria financeira
entre outros. São empresas prestadoras de serviço, por exemplo, a academia, o transporte, a
escola, as universidades, as clínicas de estéticas, os órgãos públicos, entre outros
(CHIAVENATO, 2007).
Empresas sociais: essas empresas podem oferecer, tanto produtos como serviços,
semelhantes às que vimos anteriormente. Mas o seu diferencial é que elas não visam somente
ao lucro, visam principalmente ao benefício social. A empresa social procura promover
atividades ou projetos sociais que auxiliam na solução de alguns problemas da sociedade
(BOVO, 2009).
Empresa Virtual: podem ser sociais, comerciais ou de serviços, porém difere das demais por
disponibilizarem seus produtos e serviços pela internet, sendo considerada “eficaz quando
consegue transformar seus visitantes em compradores” (FELIPINI, 2012. P. 17).
EMPRE2024A
Não temos dúvida de que você precisa usar toda sua criatividade para montar uma empresa,
mas, para crescer, você terá que criar uma rotina de inovação, que deve ser feita no
atendimento, no produto, no design e até nos processos de logística. Para enfrentar a
concorrência, você terá de ser flexível nas negociações, mas sem perder de vista seu objetivo.
Inovação
Hoje, quando se fala em inovação, a maioria das pessoas logo associa a tecnologia aplicada à
telefonia móvel (celular), não é verdade? Neste setor, a inovação é constante, pois as
empresas de telefonia móvel têm apostatado numa estratégia de lançamento de novos
produtos de grandes impactos, tanto no design quanto nos aplicativos, e isto de fato é uma
inovação. Mas, por que isto acontece? Por um lado, pela pressão da concorrência e, por outro,
pelo desejo dos usuários que aguardam ansiosamente pelo novo produto, de modo que a
empresa que lançar primeiro domina esse mercado até o próximo lançamento.
Para Trias de Bes e Kotler (2011), apostar em lançamentos de produtos e serviços de inovação
radical significa arriscar muito além da capacidade criativa, o que pode gerar uma pressão
muito grande nos funcionários e levá-los a erros no planejamento, a não conseguir laçar novos
produtos e a acabar arruinando sua carreira, gerando prejuízos para a empresa.
Imaginem o avião 14 bis inventado por Santos Dumont e o avião atual. Quantas diferenças!
Quantas modificações foram feitas no mesmo invento? Milhares. Notem que cada modificação
é uma inovação, pois traz modificações criativas e cada uma destas mudanças torna o avião
mais moderno, eficiente e econômico. Observem que estamos falando do mesmo invento, mas
através de observação, testes e erros, o empreendedor, atento para ver as oportunidades de
melhorias, persiste até conseguir uma forma de aproveitar estas oportunidades de forma
criativa e inovadora. Aqui tratamos de invenção e inovação, que para os autores Scaramuzza e
Brunetta (2009) são dois termos diferentes, pois consideram que o invento é a criação de um
novo produto enquanto a inovação é a inserção deste produto no mercado.
O mesmo ocorreu com o carro, a bicicleta, os tênis, as roupas e tantas outras coisas que fazem
parte do nosso dia a dia. Ferramentas simples podem trazer benefícios e aumentar os lucros,
como por exemplo, o instrumento usado para furar água de coco, que começou com um
processo demorado com uma faca, passou para um instrumento pontiagudo até chegar aos
carrinhos de água de coco. Neste contexto, vimos que “sem criatividade não há inovação” e
que “o processo de inovação é a ferramenta fundamental para transformar uma ideia em
inovação” (DRUCKER, 2005, p. 20).
“Inovar é explorar novas ideias ou readequar as ideias de outros de maneira única e/ou original,
de modo que o resultado deste processo seja o desejado pelo seu idealizador”
(SCARAMUZZA; BRUNETTA, 2009, p. 2). Podemos perceber que todos nós temos capacidade
de inovar e o fazemos quando modificamos algum produto para adequá-lo ao nosso carro ou
casa, não é mesmo? Sakar apud Sacaramuzza e Brunetta (2009) relacionam inovação a
empreendedorismo, pois a inovação abre novas oportunidades e possibilita crescimento
econômico para as empresas.
Pois bem, agora vamos tratar do facilitador da inovação que são os recursos necessários para
transformar uma oportunidade em um produto ou serviço lucrativo. É preciso planejar desde a
avaliação da oportunidade, verificar se é viável ou não investir neste produto ou serviço, até o
levantamento de custos com pesquisa, treinamento da equipe envolvida no projeto e
levantamento das tecnologias que serão necessárias para colocar a ideia em prática. Inovação
é um processo que se inicia na oportunidade e vai até o lançamento do produto.
Criatividade
Consideramos que a inovação está ligada diretamente à execução, “o fazer”, e a criatividade
está ligada à busca por alternativas para fazer melhor e com um baixo custo e assim ter mais
possibilidade de vencer a concorrência ou se manter no mercado em períodos de crise
econômica.
Tomar decisões é algo que exige muita criatividade do empreendedor, que precisa a todo
instante solucionar problemas. Apesar de existir diferença entre tomar decisão e solucionar
problemas, existem pontos em comuns que são: criatividade e liderança. Ervilha (2008) traz
algumas técnicas para solucionar problemas e ao mesmo tempo desenvolver um pensamento
criativo, como se segue:
Tenha atitude positiva ou “eu posso solucionar”. Ser otimista diante de um problema o torna
mais simples de resolver e entender suas causas e efeitos.
Desafie-se. Estimule sua criatividade. Quando estamos diante de dificuldades, a nossa
criatividade tende a aparecer. Portanto desenvolva sua capacidade de imaginação e sua
flexibilidade mental enfrentado os problemas sem medo e com seriedade.
Subdivida os problemas. Divida-os em parte. Se o problema é de grandes proporções, use sua
criatividade para dividi-lo adequadamente em pequenas partes e resolva cada parte
isoladamente até que todo o problema tenha sido solucionado.
Urgente ou longo prazo. Planeje a solução. Um comportamento fundamental para o
empreendedor é o senso de urgência, pois através dele é possível definir o que deve ser
resolvido imediatamente e o que pode ser resolvido a longo prazo. Portando use seu feeling
para identificar o que é urgente e use sua criatividade para encontrar a melhor solução.
Ervilha (2008, p. 165) “A solução de problemas com criatividade foge do pensamento padrão.
Enquanto a criatividade traz novas formas de solução, no pensamento padrão repetem-se as
mesmas soluções”.
Estimulem sua criatividade, tanto para solucionar problemas quanto para criar ou aprimorar
produtos e serviços de forma sustentável para atender a nossa geração e as vindouras. Mas,
lembre-se de que para ter sucesso todos os passos precisam de uma liderança forte e
competente.
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Nesta aula, vamos conhecer o que é um negócio, qual a relação entre os riscos e as
oportunidades e a importância de planejamento para abrir e manter um negócio.
O que é o negócio?
Quando falamos em negócio, o que lhe vem à cabeça? Possivelmente você pode imaginar que
é o ato de negociar alguma coisa, vender e/ou compra um produto ou serviço. Esse é um
entendimento básico do processo de negociar ou de fazer um negócio.
Imagine-se vendendo o seu celular usado para trocar por um novo e neste ato verá a
realização de um negócio. Vamos expandir esse negócio de venda? Imagine que você se
descobriu um excelente vendedor ou negociador e agora pensa em criar um negócio em que
possa vender produtos como o celular usado que você conseguiu passar adiante. Perceba aí o
caminho no qual o negócio se constitui: ele pode ser um ato isolado em que você negocia um
serviço ou um produto específico ou pode ser uma ação conjunta com outras pessoas, em que
você negocia um serviço especializado ou produtos para atender a necessidade da sociedade.
Para Chiavenato (2007), o “negócio é um esforço organizado por determinadas pessoas para
produzir bens e serviços, a fim de vendê-los em um determinado mercado e alcançar
recompensa financeira pelo seu esforço.” Podemos acrescentar que o negócio é o meio pelo
qual você pode realizar seus sonhos e os sonhos de outras pessoas que convivem com você
ou que fazem parte de sua clientela. O negócio no mundo virtual não é diferente do tradicional.
Para criar um negócio, é necessário conhecer o ramo ou área que você escolheu. Como fazer
isso? Pesquisando no mercado a aceitação do seu negócio pelas pessoas do local em que
você pretende atuar. Imagine que você se interessa em criar um negócio de venda de
alimentos, uma banca de cachorro quente ou um pequeno restaurante. Será que no local em
que você pretende instalar a empresa existem clientes para seu negócio? Uma pesquisa de
mercado iria elucidar essas e outras dúvidas sobre o negócio que você pretende criar.
Esperamos que esta última situação o tenha levado a refletir que, para criar um negócio, o
empreendedor não pode pensar de forma solitária e isolada. Pense que as empresas estão
inseridas em um ambiente social e por isso elas não são entidades isoladas, elas dependem de
outras empresas que dependem de outras. Por exemplo: um restaurante depende dos serviços
de um banco, dos fornecedores atacadistas de alimentos, fornecedores de móveis, empresas
de manutenção de equipamentos, dependem de autorização de órgãos fiscalizadores, como a
Vigilância Sanitária. Depende ainda dos clientes, dos funcionários para manter-se ativo no
mercado e gerando lucro.
Nesse contexto, chamamos de “ambiente” tudo o que é externo à empresa. Este ambiente
pode ser dividido em dois elementos, o macroambiente e o microambiente, cada um com suas
respectivas variáveis que irão dinamizar o mundo dos negócios. Chiavenato (2007) aponta
alguns desses elementos:
Variáveis Características
Econômicas Referem-se aos acontecimentos econômicos de crise ou de desenvolvimento
econômico no país ou no mundo. Esta variável apresenta alguns elementos econômicos que
devem ter a atenção do empreendedor: a inflação, os juros, os preços, o PIB (produto interno
bruto) o câmbio, o nível de confiança no mercado do país, entre outros.
Sócias Referem-se aos acontecimentos sociais que determinam as características das
necessidades dos clientes e de suas opções de compra. Por exemplo, o nível de dificuldade ou
melhoria da saúde, educação, segurança pública, o nível de desemprego ou emprego, entre
outros.
Tecnológicas Referem-se aos mecanismos que facilitam o desempenho dos trabalhos das
empresas. Cada empresa tem o potencial para desenvolver a própria tecnologia e definir seus
métodos e procedimentos de trabalho. Segundo Chiavenato (2007), isso provoca as mudanças
e as inovações nas empresas.
Culturais Referem-se aos acontecimentos culturais como a arte, os eventos
comemorativos, a arquitetura, o modo de viver e de se relacionar de um povo restrito em um
determinado local. Por exemplo, os costumes da região Norte diferem dos da região Sudeste
do Brasil.
Legais Referem-se às leis e normas, regulamentos, diretrizes e códigos que regulam as
atividades dos negócios. Cada empresa deve procurar seguir as normas diretamente
relacionadas com o seu ramo de negócio. Por exemplo: as madeireiras, fazendas e postos de
gasolina devem seguir normas relacionadas à preservação do meio ambiente junto ao Ibama
(Instituto Brasileiro de Meio Ambiente).
Demográficos Referem-se às condições de composição da população local em termos de faixa
etária, migração, distribuição na área urbana ou rural, entre outros. Como exemplo, pense em
uma cidade que tenha uma população predominante de idosos. Seria óbvio considerar que a
maioria dos negócios existentes teria que atender as necessidades desse público.
Ecológicos Referem-se aos recursos naturais deste ambiente como, por exemplo, a água, o
solo, o clima, entre outros. Todos esses fatores ambientais influenciam o como a empresa
pretende prestar seus serviços ou ofertar seus produtos. Para ilustrar, pensemos uma empresa
que funciona em um lugar extremamente frio e imagine uma empresa similar em um lugar
extremamente quente. Ambas procurarão proporcionar o conforto para seus clientes e
funcionários de acordo com a necessidade gerada por este fator ambiental.
Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2007.
Microambiente: É o ambiente específico em que a empresa atua. Pode ser caracterizado pelos
tipos de clientes ou nicho de mercado que a empresa pretende atender num determinado
espaço ou local, comunidade, cidade ou país. Para Chiavenato (2007), esta parte do ambiente
apresenta quatro variáveis principais, que afetam e/ou influenciam as atividades de um
negócio.
Variáveis Características
Fornecedores São empresas ou pessoas físicas que fornecem materiais, insumos, serviços ou
informações para a empresa.
Clientes e consumidores São as pessoas que utilizam seus produtos ou necessitam dos
serviços prestados pela sua empresa.
Concorrentes São empresas que oferecem o mesmo tipo de produtos ou serviço que a sua
empresa oferece. Assim elas concorrem e disputam os mesmos clientes e fornecedores.
Agencias reguladoras do governo São órgãos governamentais que normatizam, regulam o
serviço ou a qualidade do produto lançado pela empresa na sociedade. Essas entidades
fiscalizam e monitoram as ações das empresas. Podemos apontar como exemplo os
sindicatos, as organizações não governamentais (ONGs), agências reguladoras, entre outros.
Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2007.
Nesta dinâmica, o ambiente é que fornece materiais, insumos, serviço e informações para as
empresas. Dentro das empresas, acontece o processamento ou transformação destes em
produtos ou serviços, que retornam para o ambiente para serem consumidos pelos clientes. No
caso de informações, elas podem ser transformadas em ações estratégicas para melhorar a
posição da empresa no mercado. Logo mais abordaremos este assunto.
Depois de compreendida essa dinâmica do mercado de negócios, podemos afirmar que todas
essas variáveis do macroambiente e do microambiente proporcionam o surgimento de
oportunidades e também de riscos para o seu negócio.
Flexibilidade
Se fosse possível escolher uma palavra para substituir o termo empreendedor, não teríamos
dúvidas de que seria flexibilidade, pois, para aceitar novas ideias com criatividade e ser
inovador, tem que ter disposição para abandonar seus conceitos, crenças e até valores para
abraçar novas ideias, novos desafios e formar seu próprio conceito sobre produtos e serviços e
ser, de fato, uma pessoa flexível.
Porém, para ser flexível no mundo corporativo, é preciso ter conhecimentos e competências
específicas. Afinal, como pretende mudar de rumo se não conhece nenhum caminho? “A
primeira coisa que devemos fazer para alcançar o amanhã é descartar-se do ontem”
(DRUCKER, 2002, p. 136).
É preciso usar a vivência e as experiências profissionais para para guiá-lo na busca de novos
conhecimentos. Ser flexível é entender que pessoas pensam de forma diferente de você, sem
necessariamente nenhum dos dois estarem errados, mas simplesmente cada uma vendo a
mesma oportunidade de forma diferente.
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2.3 Riscos e oportunidades
Sua experiência em determinado ramo - Caso você tenha trabalhado ou trabalhe num ramo no
qual demonstrou talento e conhecimento, aí pode identificar uma grande oportunidade de
negócio.
Capacitar-se - Um novo curso pode agregar novos conhecimentos e novas tecnologias,
apresentando possibilidades de pesquisas que o levarão a perceber outras oportunidades de
negócio.
Olhar a sua volta - Ser um observador criativo e persistente o fará perceber algumas
necessidades do mercado e assim ter ideias de negócios;
Pesquisar ideias que deram certo em outros locais - É importante estar bem informado, buscar
contatos e ampliar seu conhecimento. Negócios de sucesso também surgem da inspiração em
negócios implementados por outras pessoas em outros locais.
Prestar atenção às tendências sociais e de mercado - As mudanças sociais podem apresentar
grandes oportunidades de negócio. Por exemplo: o crescente acesso da população à internet;
o envelhecimento da população brasileira e mundial, entre outros fatores podem significar a
geração de novas necessidades de mercado.
O ambiente da internet - A internet apresenta um espaço propício para criar negócios virtuais,
tais como: intermediação de negócio, comercialização de propaganda, mercado virtual,
empresarial e comunidades (Dornelas, 2012:73). A internet apresenta como principal vantagem
o fato de não precisar de grande espaço físico para montar um empreendimento, mas requer
planejamento e organização como qualquer outra oportunidade de negócio.
Percebeu que as oportunidades existem a todo o momento ao nosso redor? Para uma
oportunidade ser percebida por você, basta ter um olhar criativo, inovador, perspicaz e ter
vontade de empreender. Mas, encontrar a oportunidade e ter vontade de empreender não é o
suficiente. Você precisa conhecer o ramo de negócio que escolheu para diminuir os riscos de
esse negócio não dar certo.
Primeiramente, você deve saber que toda oportunidade de negócio tem riscos. Podemos
entender “riscos” como sendo situações aleatórias e inesperadas que reduzem as chances de
seu negócio dar certo. Contudo, estes riscos podem ser reduzidos se algumas situações forem
evitadas ou analisadas com calma. Dolabela (2002) e Fillion & Dolabela (1999) listam algumas
dessas situações:
Coisas da moda tendem a não ter durabilidade. A princípio, podem dar lucro, mas será difícil
permanecerem no mercado.
Visar apenas ao lucro, sem gostar do ramo de trabalho e conhecê-lo realmente, poderá
provocar a falta de realização pessoal e por consequência o fracasso do negócio.
Empreender não é sinônimo de comodidade e nem de sorte. Para uma ideia de negócio dar
certo, deve ter trabalho duro e conhecimento de muitos aspectos do negócio.
Os empreendimentos tendem a iniciar com pouco recurso financeiro. É importante não
desaminar e nem se iludir quando começarem a entrar mais recursos no negócio. Manter o
controle dos recursos financeiros é essencial para o negócio ser duradouro.
Todas essas dicas são primordiais para amenizar os riscos que podem com prometer o
sucesso do negócio, mas antes de iniciar um negócio é imprescindível que seja feito um
planejamento. O ato de planejar o seu negócio lhe fornecerá a maioria das informações que
você precisa ter para diminuir o risco de fracasso. O planejamento garante o amplo
conhecimento do seu empreendimento no mercado e a segurança para iniciá-lo. Vejamos
agora o que é planejamento.
Perceba que o ato de se preparar para o futuro é atividade fundamental para que o negócio
não termine precocemente.
Por que planejar? Segundo Dornelas (2012), as pesquisas de mercado afirmam que cerca de
70% das micro e pequenas empresas brasileiras fecham nos primeiros anos de funcionamento
e o principal motivo é a falta de planejamento. A ausência de planejamento gera a tomada de
atitudes erradas, a má escolha de localização, a expansão e o descontrole de gastos e a falta
de gerenciamento nos investimentos dos recursos. Em outras palavras, por falta de
planejamento o empresário deixa de realizar ações que são essenciais e que por isso
necessitam ser conhecidas e preparadas para manter a empresa ativa no mercado.
O planejamento pode ser realizado com base em três decisões (MAXIMIANO, 2006):
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3.1 Plano de negócios: primeiros passos
Claro que não é tão simples, pois, para chegar ao ponto de enxergar oportunidades mesmo
nos obstáculos, tiveram que percorrer vários caminhos, não é mesmo?
Compreendemos que as empresas fazem parte de nossas vidas, seja uma empresa industrial,
comercial, de serviço ou social. Vimos que o empreendedor precisa ser criativo, flexível e
buscar inovação; observamos que os riscos são inerentes às oportunidades, mas, com um
planejamento estratégico, você pode prever os riscos existentes no caminho.
Vamos agora dar os primeiros passos rumo ao plano de negócios, que é um documento no
qual o empreendedor descreve todos os passos que precisam ser percorridos do sonho até à
realidade e que potencializa as chances de sucesso do empreendimento.
Plano de negócio
Um empreendimento tem início com um sonho, mas para transformá-lo em realidade é preciso
que você o imagine em ação, vendo cada detalhe sendo construído, escrever todos os passos
e considerar todos os aspectos positivos e negativos. Este processo de planejar os passos
para transformar seu sonho em um negócio lucrativo nós o chamamos de planejamento de
negócio, que, segundo Dornelas (2012, p. 95), “é um documento usado para descrever um
empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa”.
Muitas vezes, os empreendedores fazem um plano de negócio exclusivamente para conseguir
o financiamento para iniciar o empreendimento. É claro que, para se conseguir um
financiamento, é preciso um plano de negócio, o qual, contudo, não deve ser elaborado apenas
para este fim, tendo que ir além, tendo que ser um guia para seu futuro empreendimento capas
de lhe dar o direcionamento necessário para você compreender e visualizar todos os recursos,
sejam pessoais ou financeiros e sua inter-relação desde a criação da empresa ou do novo
produto ou a modernização do empreendimento já construído.
Dornelas (2012, p. 93) não descarta que muitas empresas são criadas sem planejamento, mas
diz: “Um negócio bem planejado terá mais chances de sucesso do que aquele sem
planejamento, na mesma igualdade de condições”. Mas, para construir um plano de negócio ou
business plan, é fundamental saber com precisão qual tipo de negócio você está
desenvolvendo, o que você pretende vender e qual seu público-alvo (BANGS apud
DORNELAS, 2012).
O plano de negócio é elaborado de forma racional e lógica, mas só estes elementos não
garantem sucesso do negócio, pois é fundamental que o empreendedor use sua percepção e
experiência de vida, pessoal e profissional para fazer a leitura do relatório para extrair o
máximo de informação e assim potencializar as chances de sucesso no negócio.
Dornellas (2012) traz algumas justificativas que os candidatos a empreendedor usam para não
escrever um plano de negócio:
Na elaboração do plano de negócio (PN), o empreendedor pode perceber que seu sonho não é
realizável, que existem impedimentos jurídicos ou legais impossíveis de serem contornados,
que os riscos não são compatíveis com o investimento, que não é possível prever se os lucros
serão suficientes para cobrir as despesas. Diante destas informações, o empreendedor busca
outras oportunidades e não tem prejuízos com um negócio inviável ou irrealizável (DOLABELA,
1999).
Imaginem quantas pessoas perdem suas economias investindo em um sonho inviável devido à
falta de um PN.
O empreendedor precisa estar atento, quando já tiver um negócio funcionando, para não
dedicar todo seu tempo a cuidar de compras, estoques, pessoal, fluxo de caixa, marketing,
entre outros controles do dia a dia de uma organização, esquecendo-se de buscar e analisar
novas oportunidades no mercado e dentro da própria organização.
O papel das ferramentas é facilitar suas atividades, indicando, inclusive, em que momento você
deve fazer cada ação.
A ferramenta deve ser escolhida de acordo com o tamanho do empreendimento, que pode ser
desde um documento simples escrito em um editor de texto, um software especializado ou até
a contratação de uma consultoria para auxiliá-lo em todos os processos. Lembre-se, porém, de
que fazer um plano de negócio é uma atividade não delegável.
Os dois grandes estudiosos sobre empreendedorismo no Brasil, José Dornelas e Fernando
Dolabela, têm vários modelos, mas há alguns elementos comuns e que devem constar em
todos os planos de negócios feitos no editor de texto ou usando software e independentemente
do tamanho da organização, tais como: Capa, Sumário, Sumário Executivo, Conceito de
Negócio, Equipe de Gestão, Mercado e Competidores, Estrutura e Operação, Análises
Estratégicas, Previsões do Resultado Econômico e Financeiro, Anexos. Mostraremos apenas
os elementos que compõem o PN, pois, na aula seguinte, trataremos de sua estrutura
conceitual, com detalhes e dicas de preenchimento.
O SW, comercial ou grátis, é uma ferramenta ideal para testar uma ideia, avaliar a viabilidade
de uma inovação, planejar um novo empreendimento, ajudar uma organização existente a
inovar, aumentar sua competitividade e acessar novos mercados. Com o uso de um SW,
elaborar um Plano de Negócio, um EVTEC (estudo de viabilidade técnica) ou um Plano de
Inovação se torna uma tarefa simples e rápida (DORNELLAS, 2012).
O ramo de negócio em que você atua vai definir a ênfase que você vai dar para cada área em
seu PN. Uma empresa de serviços, por exemplo, vai focar nas pesquisas de mercado para
definir com precisão o quanto de serviço ainda não foi explorado e também em conhecer seus
concorrentes. Agora você pode estar se perguntando: quantas páginas deve ter um PN?
Dornelas (2012) enfatiza que as estratégias e seu público-alvo são quem define quantas
páginas terá seu plano de negócio, conforme pode ser visto no quadro abaixo:
Gestão Estratégica - Você pode escolher entre uma estratégia de custo produzindo mais e
vendendo a preços menores que o concorrente, mas terá que produzir muito para reduzir
custos com fornecedores e serviços operacionais ou pode optar por uma estratégia de
diferenciação na qual busque fazer diferente dos concorrentes, seja nos formatos, qualidade,
garantia ou distribuição, e ter originalidade (FILLION; DOLABELA, 2000). Mas, para tomar esta
decisão, o plano de negócio tem que ter dados sobre o concorrente e as análises de SWOT.
Gestão de Pessoas - No plano de negócio já deve haver definições das competências que o
ocupante de cada cargo deve ter para definir quais treinamentos deverão ser realizados e para
facilitar o processo de recrutamento e seleção dos novos colaboradores.
Marketing de Vendas - A partir do PN, o empreendedor pode elaborar uma apresentação
convincente de seus produtos e com objetividade pode facilmente persuadir seu cliente e
vender sua ideia, produto ou serviço.
Gestão financeira - Com dados financeiros definidos você saberá quanto e se precisará de
capital de terceiros, terá controle sobre seu fluxo de caixa e capital de giro e, com isso, será
possível um comparativo entre o estimado e o realizado, o que vai facilitar a tomada de decisão
para os ajustes financeiros e para o controle.
O empreendedor que conhece bem seu negócio visualiza com clareza suas limitações e seu
potencial, o que é fundamental para auxiliar o gestor nas negociações e tomadas de decisão,
sejam ela financeiras, de pessoal ou estratégicas.
Questões legais
Caros estudantes, não fiquem assustados com os caminhos que terão de percorrer para abrir
uma empresa, os quais, embora sejam demorados, são essenciais para vocês iniciarem seus
negócios dentro da legalidade. Além disso, você pode obter ajuda para este processo junto ao
Sebrae do seu estado, órgão de onde estamos extraindo todas as informações básicas para
abertura e registro de uma empresa.
Sociedade Simples – É constituída por pessoas que se obrigam a contribuir com bens ou
serviços para exercer suas atividades econômicas e a partilhar os resultados, não sendo
considerada uma atividade empresarial.
Sociedade Empresarial – É considerado pessoa jurídica, exerce atividade empresarial sujeita a
registro e suas atividades econômicas são organizadas para produção ou circulação de bens
ou de serviços.
Sociedade Limitada – A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de sua cota, mas
respondem pela integralização do capital social.
Sociedade por Ações – É utilizada por grandes organizações que dividem seu capital social e
cada sócio só responde pela quantidade de ações adquiridas.
Sociedade Cooperativa – Tem um número mínimo de sócios, mas sem limitação máxima para
compor a administração, porém existem limitações no valor total das cotas que cada sócio
pode ter.
Associação – Entidade privada, mas sem finalidade econômica.
Fundação – Sua criação deve ser de utilidade pública, porém seus fundadores fazem a doação
de bens para que a mesma possa ser constituída.
Para incentivar o empreendedorismo, o Governo criou em 2007 a Lei complementar de nº 127
que definiu regras diferenciadas para abertura das microempresas e empresas de pequeno
porte, tornando o processo mais simples e menos oneroso para o empreendedor que optou
pelo simples nacional. Mas, para fazer esta opção, o empreendedor precisa se informar sobre
todos os detalhes para garantir que esta opção trará benefícios ao seu negócio e, nesse
sentido, nós recomendamos o SEBRAE como um ponto de partida na busca destas
informações.
Além disso, o Governo criou a Lei Complementar nº 128 para trazer o empreendedor informal
para formalidade, sendo este chamado de empreendedor individual, e a sua renda máxima
anual não pode ultrapassar R$ 60.000,00. A grande vantagem de sair da informalidade é ter
acesso ao crédito e a incentivos do Governo, bem como o de poder prestar serviços a grandes
empresas, pois pode emitir nota fiscal dos seus serviços (DORNELAS, 2012).
É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da
Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.
EMPRE2024A
O plano de negócio é uma ferramenta a ser utilizada pelo empreendedor em qualquer fase do
negócio, pois ele aponta o objetivo que a empresa quer atingir, lista as metas e relaciona as
ações estratégicas e os recursos necessários que vão ser fundamentais para o alcance dos
resultados esperados. Portanto, o plano de negócio pode ser utilizado para lançar um novo
produto ou serviço, para abrir uma filial ou ampliar o empreendimento e até mesmo para os
negócios em funcionamento (DOLABELA, 2002).
Possivelmente, você deve estar com algumas dúvidas quanto ao plano de negócio. Esperamos
agora responder a algumas delas:
Para que serve um plano de negócio? Para responder a essa pergunta queremos que se
lembre-se de que empreender não pode ser uma ação solitária. É necessário contar com
apoios, parcerias, sócios, financiamentos. E é nessa busca que o plano de negócio entra. O
plano de negócio é um espelho da proposta ou da ideia que você teve. É com esse documento
que você pode comprovar para outras empresas e órgãos de apoio que seu negócio é viável e
pode dar certo (FILLION; DOLABELA, 1999).
Com um plano de negócio bem elaborado e escrito de forma clara e objetiva, você poderá
transmitir confiança e credibilidade para conseguir apoio de órgãos do governo, do SEBRAE,
de incubadoras de empresas, ou ainda recursos financeiros de bancos, governo, investidores e
sócios. Pode, também, conseguir a organização da equipe e orientação quanto aos
procedimentos das principais operações administrativas do seu negócio. A elaboração de um
plano de negócio também promove o envolvimento do empreendedor num processo de
conhecimento e autoaprendizagem sobre o mundo dos negócios, por meio das pesquisas e
leituras que serão realizadas (DORNELAS, 2012).
Quem pode fazer um plano de negócio? Respondemos com convicção que você ou qualquer
pessoa que deseja empreender e iniciar um negócio pode e deve fazer um plano de negócio.
Lembre-se de que não precisa ser um administrador de empresas para empreender. O
empreendedor dever ser um constante questionador, tendo como sua principal ação a procura
das respostas para esses questionamentos, buscando apoio e parcerias (FILLION;
DOLABELA, 1999).
Você percebeu o quanto é útil a elaboração de um plano de negócio para iniciar um negócio?
Se ainda lhe parece difícil este entendimento, não se preocupe, pois estamos apenas no
começo. Vamos adiante com os elementos que constituem um plano de negócio.
Estrutura do plano de negócio
Existem muitos modelos e formas de estruturar um plano de negócio, pois cada negócio possui
especificidades e detalhes próprios do ramo. O plano de negócios de uma empresa de serviços
de informática, por exemplo, é diferente do de um restaurante, que é diferente do de uma loja
de roupas. Na construção deste documento, cada empreendedor terá que se apropriar das
principais informações inerentes a sua ideia de negócio para tornar o plano de negócio mais
próximo da atual situação do ramo de negócio que você escolheu.
Apresentamos agora uma estrutura genérica que serve para muitos negócios baseada nos
modelos de Fillion e Dolabela (1999) e Dornelas (2012). Quando estiver elaborando o seu
plano de negócio, lembre-se de apresentar as informações de forma clara e objetiva.
Capa – Deve conter informações pontuais como título do documento, o nome do responsável e
contatos, local e data. Deve apresentar um aspecto limpo e objetivo, sem informações
delongadas sobre o negócio, pois estas constarão na parte interna do documento.
Sumário – Deve apresentar os principais tópicos do documento, indicando as respectivas
páginas, para facilitar a leitura do interessado.
Sumário executivo – Apresenta uma síntese dos principais tópicos do plano de negócio e por
isso deve ser o ultimo elemento a ser escrito. Esta parte tem a finalidade de proporcionar ao
leitor uma visão geral do negócio de forma resumida. Alertamos que essa será a primeira visão
do leitor sobre o seu negócio e por isso é importante elaborá-la com objetividade e clareza. O
sumário executivo pode apresentar os seguintes elementos:
Enunciado do plano - Contém o conceito do negócio e pode ser elaborado contemplando as
seguintes perguntas: Como será o desenvolvimento do seu negócio? Quais produtos ou
serviços serão oferecidos? Quais as características do negócio e as estratégicas que serão
adotadas?
Competências dos responsáveis - Referem-se às descrições sobre as funções, formação e
experiências dos responsáveis pelo negócio.
Produto, serviço e tecnologias - Apontam as características do produto ou serviço de forma
objetiva, além de indicar as tecnologias (máquinas, equipamentos, softwares) necessárias para
confeccionar ou realizá-los.
Mercado potencial - Indica a fatia da população que fará parte de sua clientela, apontando as
necessidades a serem satisfeitas e as características que essa população apresenta.
Diferencial da empresa - O que diferencia seu negócio, seu produto ou serviços dos outros
existentes no mesmo setor, ou seja, quais são as vantagens do seu negócio.
Previsão de vendas - É a previsão de aceitação de seu produto ou serviços pela fatia de
população que seu negócio pretende atender (é importante estimar a saída de produto e
serviço e a demanda que será gerada).
Rentabilidade e projeções financeiras - São os parâmetros de gastos, ganhos e aplicações
financeiras no próprio negócio. Estes indicadores servem para controle e demonstração da
viabilidade do negócio.
Necessidade de financiamento - Em grande maioria, os novos negócios não dispõem de
recursos próprios para iniciar e, dessa forma, o empreendedor precisa indicar a necessidade de
financiamento e os possíveis órgãos financiadores que irá buscar.
A empresa e a equipe de gestão – Este tópico trata de apresentar da empresa, indicando
detalhadamente sua estrutura organizacional, seu histórico, último faturamento se houver.
Pode conter as seguintes informações (FILLION; DOLABELA, 1999):
Estrutura organizacional e legal - São as estruturas que fazem a empresa funcionar. A estrutura
organizacional se refere aos principais setores que compõem a empresa e seus principais
procedimentos e operações diárias (por exemplo, setor de vendas, de atendimento, setor de
recursos humanos, setor de compras). A estrutura legal se refere aos documentos e
informações de constituição legal da empresa (por exemplo, razão social, CNPJ – Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica, endereço de localização da empresa, Inscrição Estadual, entre
outros).
Equipe dirigente - Refere-se à apresentação das pessoas responsáveis pela direção da
empresa e a função de cada uma delas na empresa. Torna-se importante a descrição do
currículo do responsável ou, quando houver, dos sócios, pois esta informação é preciosa caso
o leitor do seu plano seja um investidor.
Plano de operação - Este plano deve indicar como a empresa age internamente nas operações
diárias para atender os clientes. Seria a resposta para a seguinte pergunta: Quais as principais
rotinas da empresa?
Parcerias - As parcerias ou outras organizações que cooperam com a sua empresa tendem a
agregar valor ao seu negócio. Assim, é interessante relatar sobre elas e sobre o nível de
parceria que existe entre as duas empresas.
SITE e Recursos tecnológicos – Como será o site, será desenvolvido pela própria empresa ou
será feito através de parcerias? E as atualizações dos sistemas e equipamentos
acompanharão os avanços tecnológicos? O negócio iniciará somente quando tudo estiver
100% pronto ou iniciará com parte prevista para ser ampliado?
Análise Estratégica – Neste tópico, apresentamos quais são as bases ou concepções
estratégicas em que a empresa está firmada. As concepções estratégicas auxiliam na
implementação dos outros itens do plano de negócio. Assim, deverão ser desenvolvidos os
seguintes elementos (FILLION; DOLABELA, 1999):
Visão - Refere-se aos objetivos de longo prazo. Estabeleça claramente um objetivo e um prazo
para que isso ocorra. As seguintes perguntas podem ajudar: Onde você quer que sua empresa
esteja ou o que quer que ela alcance daqui a três, quatro ou cinco anos?
Missão - É a expressão do motivo de existir da empresa. Em poucas linhas, para obter a
missão da empresa, responda às questões: Como a empresa terá que agir para atingir os
objetivos propostos? Qual é a razão de existir da empresa? A missão deve ser percebida por
todos os funcionários de modo a reconhecê-la nas próprias ações diárias em suas funções na
empresa (DOLABELA, 2002; FILLION; DOLABELA, 1999).
É importante, ainda, apontar uma análise estratégica interna e externa do negócio, que pode
ser a análise S.W.O.T. - Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats - em português,
análise F.O.F.A. - Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (MAXIMIANO, 2006).
Oportunidades - São as variáveis existentes na sociedade que fortalecem ou favorecem de
alguma forma seu negócio.
Ameaça - São as variáveis existentes na sociedade que prejudicam ou desfavorecem de
alguma forma seu negócio.
Pontos fortes - São forças e diferenciais internas que favorecem o negócio.
Pontos fracos - São fraquezas internas que desfavorecem o negócio.
Exemplo de Análise SWOT - empresa de locação de vídeos on-line:
Análise de mercado e concorrente – É uma análise que busca demonstrar conhecimento sobre
o consumidor, os concorrentes e seus possíveis fornecedores. Esta análise deve deixar claro
quais são as características do mercado consumidor, cujos dados podem ser conseguidos
através de uma pesquisa de mercado. Além do conhecimento adquirido sobre os clientes, é
importante explanar sobre os concorrentes para conhecer quem são, qual sua participação no
mercado e quais seus diferenciais.
Plano Financeiro – O plano financeiro é um tópico que reúne todas as informações que
fornecem conhecimento sobre a situação financeira da empresa. Neles podem constar os
fluxos de caixa, balanço patrimonial, projeções de investimentos e outros documentos
contábeis que demonstrem os resultados da empresa. Essas informações são importantes para
conseguir apoio de agentes financiadores, financiamentos em banco, investidores e parcerias.
De forma resumida, apresentamos o seguinte quadro com o Modelo do Plano de Negócio:
Capa
Sumário
Sumário executivo
Enunciado do plano
Competências dos responsáveis
Produto, serviço e tecnologias
Mercado potencial
Diferencial da empresa
Previsão de vendas
Rentabilidade e projeções financeiras
Necessidade de financiamento
Plano financeiro
Existem muitos modelos de planos de negócio. O que muda de um para o outro são alguns
elementos de sua estrutura e a finalidade de utilização. A finalidade de realização de um plano
de negócio está vinculada ao leitor que você quer atingir. Vamos explicar melhor: o que você
quer conquistar com o seu plano de negócio? Mais capital para sua empresa? Um
financiamento? Um sócio? Uma parceria? Você deseja que uma empresa desenvolva o seu
produto? Então, todas essas questões podem ser o objetivo de seu plano de negócio, mas o
principal benefício para você é conquistado no processo de elaboração deste documento, que
é o conhecimento e aprimoramento a respeito do ramo de negócio que você escolheu.
EMPRE2024A
Melhoria no conhecimento sobre o negócio, uma vez que a análise SWOT pode revelar
características que muitas vezes não são óbvias;
Melhoria da visão sobre o mercado em que o negócio atua, visão essa que pode ser vital para
a sustentabilidade da empresa.
Na análise SWOT dividimos um ambiente externo e interno do negócio. Forças e fraquezas são
internos, são fatores que podemos controlar diretamente através da gestão. Já as
oportunidades e ameaças estão no mercado, são fatores que não podemos controlar, mas o
seu entendimento é essencial para planejar as estratégias do negócio.
O primeiro passo para realizar a análise SWOT é levantar informações. As informações sobre o
ambiente interno podem ser obtidas ouvindo a opinião de clientes e colaboradores, para isso
deve-se considerar o que eles têm a dizer sobre os produtos e serviços, a imagem da empresa
e os processos de negócio. A partir das opiniões coletadas uma lista de forças e fraquezas
percebidas deve ser criada. Essa determinação é muitas vezes orientada a partir da
comparação com concorrentes diretos.
A partir das informações coletadas, uma lista de oportunidades e ameaças deve ser criada,
duas maneiras sutis de categorizar os itens através da análise P.E.S.T. e das 5 forças de
Porter.
Agora vamos montar a matriz SWOT a partir das listas de forças, fraquezas, oportunidades e
ameaças. Priorizamos os itens que julgamos mais relevantes para o negócio. A priorização de
muitos itens pode tornar a análise complexa demais, assim como utilizar poucos itens a torna
pouco efetiva. Sugerimos uma média de cinco itens por categoria.
Depois da priorização, precisamos criar relações entre todos os itens que foram colocados na
matriz, devemos cruzá-los classificando a intensidade das relações. Os cruzamentos podem
ser classificados como:
Forcas x Oportunidades: a matriz de fortalecimento mostra a força que tem relação de alta
intensidade com oportunidades, são as forças que contribuem para o acesso das
oportunidades.
Forças x Ameaças: a matriz de proteção mostra a força que tem relação de alta intensidade
com ameaças. São as forças que previnem a concretização de ameaças.
Com base nas matrizes de crescimento e sustentabilidade devemos estabelecer um plano de
ação estratégico para atacar os pontos mais importantes revelados pela análise.
Por exemplo, na análise SWOT de um negócio, a matriz de proteção revelou que a estrutura de
custos enxuta protege a empresa de sofrer os efeitos de uma queda nas vendas no mercado
em que atua. Para sustentar essa condição, estabelecemos a ação estratégica de manter e
aprimorar a gestão de custos, definindo a prioridade, um responsável e o prazo para efetivação
dessa ação. Desta forma garantimos que os principais pontos levantados pela análise SWOT
serão traduzidas em ações efetivas.
EMPRE2024A
Sumário executivo
Este passo, apesar de aparecer em primeiro lugar para quem ler, é o último a ser feito.
Atribuições cargo
Fonte: Adaptado de Sebrae
Análise de mercado
Antes de escrever este item, o negócio em que você vai atuar tem que está totalmente
amadurecido. Crie uma planilha para comparar cada item de sua empresa com os itens
oferecidos pela concorrente. Evite fechar contrato de exclusividade com fornecedores, pois o
ideal é ter pelo menos três empresas credenciadas;.
Observações:
Fonte: Adaptado de Sebrae
Plano de marketing
Neste item, você deve descrever com clareza qual o produto e/ou serviço que será oferecido.
Cria sua marca e defina o produto que a representará.
Lembre-se de que suas escolhas têm que estar em sintonia com a missão de sua empresa e
sincronizadas com o perfil de seus clientes.
Produto e/ou serviço: Qual o principal produto ou serviço divulgador de sua marca? Descrever
as linhas de produtos ou serviços que serão oferecido, como serão divulgados? Qual o design
das embalagens? Como a marca da empresa vai aparecer? Se forem serviços: quais suas
características?
Preço: Defina o preço levando em conta os preços de seus concorrentes, seu público e as
condições oferecidas por seus fornecedores e fatores econômicos do país.
Promoções: Como serão divulgadas e com que frequência? A sua capacidade financeira
permite promoções agressivas? Serão para fidelizar clientes ou apenas para divulgarem novos
produtos? Ou serão apenas com distribuições de brindes e sorteios?
Comercialização: Como serão vendidos seus produtos? Internet ou loja física? Ambos? Como
será a entrega dos produtos? Transporte próprio ou terceirizado? Sua empresa tem estrutura
para entregar quantos produtos por dia? Tem estrutura par realizar grandes serviços? Vai
trabalhar com parceiros para atender pedidos maiores que sua capacidade produtiva? Fará
venda por telefone?
Localização: Onde ficará? Como é o movimento no local? Seus clientes potenciais frequentam
este local? Será prédio próprio ou alugado? Tem segurança? É próximo dos fornecedores e
concorrentes?
Tabela 5 - Plano de Marketing
Localização da empresa
Endereço: Cidade: Telefone: Endereço:
Aspectos relevantes da localização:
Fonte: Adaptado de Sebrae
Plano operacional
Layout: O ideal é contratar um especialista (arquiteto ou engenheiro) para realizar esta etapa,
pois o desenho da empresa define sua capacidade produtiva. A disposição dos móveis e a
organização do ambiente deve proporcionar maior eficiência e eficácia operacional.
Capacidade produtiva: Comércio ou serviço? Defina sua capacidade máxima de produção e o
volume inicial de produtos ou serviços. Lembre-se de que esta capacidade deve respeitar sua
capacidade financeira e o tamanho da estrutura definida pelo layout anterior.
Operação: Como sua empresa vai operar? Como serão feitos os produtos e sua
comercialização? Como será a prestação de serviços? Você pode fazer um gráfico em rede
para definir em que sequência cada et apa será realizada.
Figura 1 - Organograma do plano operacional
Pessoal para operação: Defina como será a hierarquia da organização (cargo e salário). Quem
vai gerenciar? Família? Quem é responsável pela empresa, por uma área ou por um produto
ou serviço? Quantas pessoas serão contratadas? Possuem treinamento ou você terá que
fornecer o treinamento? A qual sindicato eles estão ligados e quais as decisões sindicais em
relação à jornada de trabalho, horas extras, salário-base?
Faça agora um layout para sua empresa!
Capacidade Produtiva:
Passo a passo (produção ou serviços): Passo 1 Passo 2 Passo 3
Plano financeiro
Este item precisa ser feito com bastante cuidado. Neste item, você vai descrever quanto e
como vai investir os recursos, seja dos sócios ou financiados e que atendam a sua capacidade
produtiva.
Investimento fixos: Quantos e quais equipamentos e ferramentas vai adquirir para iniciar o
negócio? Vai adquirir tudo novo ou usado? Vai alugar para iniciar ou terceirizar algumas
atividades e reduzir o imobilizado?
Capital de giro: Uma empresa não sobrevive sem um capital de giro. Quanto você vai adquirir
de matéria-prima? Qual a previsão de despesas mensais? Quanto prevê gastar em material de
expediente mensal? E quanto pretende manter no caixa para pequenas despesas? Quanto tem
a pagar e quanto a receber? Precisa prever o tempo de giro das mercadorias e o prazo médio
de vendas para equilibrar receitas e despesas. Qual o tempo médio para receber novas
mercadorias?
Muita atenção neste item, pois empresa sem capital de giro pode ir à falência mesmo com boa
capacidade produtiva. Agora é sua vez!
Condições de recebimento % de vendas (A) Quantidade de dias para receber (B) Média
em dias (A+B)
À vista
1 parcela
2 parcelas
3 parcelas
Prazo Médio Pagamento (C)
(G) Tempo estimado para permanência da Mercadoria em Estoque em Dias (quanto menor
melhor)
(CG) Necessidade de capital de giro (em dias) = (V + G) - (C)
(CM) Caixa mínimo (em reais) = 1+2 / 30 dias * CG
Total do capital de giro = CM + (2)
Fonte: Adaptado de Sebrae
EMPRE2024A
Conforme Capron (2004, p. 264), dos dois Steves que formaram a Apple Computer, Steve Jobs
era o verdadeiro empreendedor. Embora ambos se interessassem por eletrônica, Steve
Wozniak era o gênio técnico, e estaria feliz se o deixassem sozinho na oficina. Mas Steve Jobs
não desgrudava dele nem por um minuto; estava sempre levando-o em alguma cruzada
promovendo alguma coisa. Wozniak havia se ligado a um doutrinador, e ambos faziam uma
dupla e tanto.
Quando a Apple começou a decolar, Jobs queria que Wozniak saísse de seu emprego para
trabalhar em tempo integral na nova aventura. Wozniak recusou. Seu sócio implorou e chorou.
Wozniak cedeu. Enquanto Wozniak construía computadores Apple, Jobs saía à luta,
descobrindo a melhor pessoa de marketing, o melhor investidor em fundos de risco e o melhor
presidente de empresa. Esse espírito empreendedor recompensou todo o trabalho de maneira
espetacular quando a Apple chegou ao topo da lista de fabricantes de computador pessoal.
Já conhecia a história de Steve Jobs? Reconhecemos a marca de sua empresa por meio de
produtos de alta tecnologia como smartphones, tablets, entre outros. Quero que você perceba
como criar ou inovar uma tecnologia não é tudo. O empreendedor deve buscar estratégias de
como lançar sua invenção no mercado. Se o empreendedor não sabe como fazer deve buscar
a ajuda de profissionais ou de parcerias.
Como já tratamos anteriormente, o processo de empreender não deve ser solitário, deve ser
uma constante busca de parcerias e de conhecimentos sobre técnicas, mercado e tecnologias.
Michael Dell
O negócio não se iniciou em uma lendária garagem, mas em um lugar quase tão notável para
uma boa história: o quarto de Michael Dell na Universidade do Texas. Isso ocorreu em 1983, e
Dell tinha apenas 19 anos de idade. Ele iniciou com a premissa de entregar computadores de
elevado desempenho diretamente ao usuário final. Por não usar revendedores, Dell reduziu
tanto o custo do computador como o tempo de entrega. Ao longo do caminho, adotou a internet
como uma ferramenta de vendas chave. Hoje ele gera milhões de dólares em receitas a cada
dia com a venda dos produtos.
A história de Michael Dell é interessante. Perceba que durante a faculdade ele inovou
produzindo computadores de boa qualidade e entregando em um curto espaço de tempo. A
inovação não partiu apenas do produto diferenciado, mas também da forma de entrega. O
segundo passo para inovar o produto que já tinha domínio foi agregar um outro serviço ao
equipamento, a internet. Assim como Jobs, Dell realizou um excelente trabalho de marketing do
seu produto. Fazendo com que seus clientes reconhecessem seu produto pelo nome e a
qualidade agregada a ele.
Bill Gates
Segundo Capron (2004, p. 264), quando Bill Gates era adolescente, prometeu afastar-se dos
computadores por um ano e, de acordo com suas palavras, “tentava agir normalmente”. Seus
pais, que queriam que ele fosse advogado, devem ter-se sentido aliviados quando Bill Gates
desistiu da tolice dos computadores e foi para Harvard, em 1974. Mas Bill começou a passar os
fins de semana com seu amigo Paul Allen, sonhando com computadores pessoais, que ainda
não existiam. Quando o MITS Altair, o primeiro computador pessoal surgiu no mercado em
janeiro de 1975, tanto Bill quando Paul mudaram-se para Albuquerque para tomar parte da
ação na MITS. Mas demonstravam um desejo ainda maior de traçar seu próprio destino.
Embora escrevessem software para a MITS, mantinham os direitos por seu trabalho e
formaram sua própria empresa. Ela foi chamada de Microsoft.
Em decorrência da falência da MITS, Gates e Allen transferiram sua empresa de software para
a nativa Bellevue, em Washington. Havia 32 pessoas empregadas em 1980 quando a IBM os
convocou. Gates reconhecia uma grande aliança quando via uma, e vestiu um terno para a
ocasião. O que lhe ofereceram era tudo que ele queria: a chance de desenvolver o sistema
operacional (um conjunto crítico de software) para um computador pessoal da IBM prestes a
ser lançando. Embora soubesse que estava pondo em jogo a empresa inteira, Gates nunca
hesitou em assumir o risco. Comprou um sistema operacional existente e com sua equipe,
retrabalhou nele para produzir o MS-DOS (Microsoft Disk Operating System, sistema
operacional de disco Microsoft). Foi esse produto o responsável pelo meteórico crescimento da
Microsoft.
Mais uma experiência interessante. Bill Gates transformou o talento em desenvolver softwares
em negócio, mesmo contra o desejo de seus pais. Ele apresentou uma forma ousada de
empreender assumindo riscos, mas acreditando no sucesso do negócio. Muitas vezes,
poderemos escutar de outras pessoas uma fala de desencorajamento, que desmotive e que
atrase um pouco o nosso sonho. Mas no fundo do seu ser você pode perceber o seu
verdadeiro talento e apostar nele. Como diria o escritor americano Dalle Carnegie (2003),
“quando a vida lhe der limões faça uma limonada”. Exercite sua visão e seu poder de observar
o que realmente te satisfaz na vida. O ato de empreender deve estar relacionado com o que
realmente gostamos de fazer.
E você, será que tem algum talento que possa ser transformado em negócio? Você cozinha
bem, atende bem, vende bem, confecciona algum produto, costura bem? Não esqueça que o
talento e/ou ato de fazer bem alguma coisa está diretamente ligado à satisfação de fazer, ou
seja, você tem que gostar do que faz! Esse é um ponto importante para se chegar ao sucesso.
EMPRE2024A
Por que será que tantos empreendimentos fracassam nos primeiros anos?
Para responder a esta pergunta vamos elencar dez fatores que são marcantes na falência dos
negócios. São causas já conhecidas e algumas já foram até tratadas no decorrer das aulas.
Mas, nunca é demais revermos e conhecermos outras causas de fracasso, pois assim é que
será possível se preparar para algumas situações difíceis e evitar o insucesso do novo
empreendimento. São elas (adaptado de DORNELAS, 2012; SEBRAE, 2007; DOLABELA,
2002):
falta de planejamento;
inexperiência do ramo de negócio;
escolha de local inadequado;
foco apenas no lucro e não no trabalho que promova satisfação e prazer;
projetar gastos ou investimentos maiores do que a sua capacidade financeira;
falta de recursos financeiros;
falta de conhecimento do mercado;
ser uma pessoa sem características empreendedora ou ficar sócio de uma pessoa assim, ou
ainda haver conflitos entre sócios;
falta de conhecimento e de preparo para gerenciar; e
acomodar-se na rotina do negócio, não buscando inovações, qualificação, conhecimento,
tecnologias, parcerias ou novos conceitos para seu negócio.
Muitos empreendedores cometem estes e outros erros. Contudo, se você sente que nasceu
para empreender, não pode se deixar abater pelos primeiros fracassos. Sempre se coloque
numa postura de aprendizado, pois com os erros podemos aprender valiosas lições, que nos
vão auxiliar num futuro sucesso. É assim também que se constrói uma experiência consistente.
Leia a matéria abaixo que trata sobre um empreendimento que não deu certo, mas que deixou
importantes aprendizados.
Falta de experiência do jovem empreendedor pode ser empecilho ao sucesso com negócio
próprio
A decisão de abrir o próprio negócio pressupõe alguns riscos. E o maior deles, a falência, não
pode ser desconsiderado. Ainda mais quando o empresário é assumidamente inexperiente no
universo corporativo, seja como empreendedor ou funcionário de uma empresa.
Erick Coser, 21 anos, sabia disso quando inaugurou, com o colega José Augusto Aragão, a
startup Cidade Viva, em 2011. Contra os dois pesava o desafio de encontrar um meio de
transformar uma empresa inovadora em lucrativa e, ainda por cima, ter o jogo de cintura para
driblar os contratempos causados por eventuais erros. Passado um ano do início da
empreitada, eles decidiram encerrar as atividades. O investimento inicial de R$ 40 mil acabou
e os contratos comerciais até então assinados não garantiriam a sobrevivência do negócio.
“Apesar de a nossa decisão ter sido pautada mais por fatores de mercado, eu, pessoalmente,
encarei a falta de experiência profissional como um desafio a mais que tive que enfrentar”,
analisa Coser, abalado pelo insucesso da empresa que pretendia recompensar as pessoas por
atitudes sustentáveis e cidadãs, como reciclar o lixo doméstico, usar transporte público, fazer
exercícios físicos ou se engajar em atividades de voluntariado. “Eu tinha muitos planos e fiquei
acabado. Estou até passando por consulta com psicólogo para me reerguer”, confessa.
Mergulhado em reflexões, Coser avalia atualmente se vale a pena procurar um emprego para
assimilar experiências de gestão de processos e de recursos humanos – ele considera que
esses são seus pontos fracos – ou se deve tentar empreender novamente. “Imagino que uma
passagem pelo mercado financeiro pode me ajudar com subsídios que não tenho. Mas a
verdade é que gosto de empreender.”
“O negócio não foi para frente. Mas dali tirei grandes aprendizados que até hoje uso para
lecionar empreendedorismo. Falhar é duro, mas é bom. Falhar representa, de vez em quando,
um aprendizado muito maior”, afirma o professor.
“No Vale do Silício, tem a velha história que vale a pena lembrar. Quando um empreendedor
vai se sentar com um investidor, ele precisa responder quantas vezes já falhou no passado. Lá,
a pergunta é importante para saber se o empresário já teve aprendizado suficiente para
receber uma rodada de investimento”, complementa o professor Rodrigues.
Qualidade: pode ser verificada nos processos produtivos, nos processos de prestação de
serviços. Esse aspecto pode ser também verificado junto aos clientes.
Produtividade: é verificada numa relação entre os recursos que são utilizados e a quantidade
de produtos ou serviços que resulta desses recursos.
Eficiência: é quando se avaliam os custos no início do processo.
Eficácia: é quando se avaliam os resultados obtidos no término dos processos.
Lucratividade: é uma avaliação realizada na relação entre o valor que é gasto na preparação do
produto ou serviço e o valor gerado na venda.
Qualidade de vida: é a avaliação do clima organizacional ou da cultura da empresa. Essa
avaliação leva em consideração a satisfação dos funcionários, os conflitos e outras situações
geradas no relacionamento entre as pessoas.
Responsabilidade social: refere-se ao resultado da atuação da empresa na comunidade. Esse
resultado pode ser realizado através de avaliação da empresa pela comunidade.
O monitoramento dos indicadores de desempenho fornece parâmetros para o empreendedor
tomar decisões nos seguintes âmbitos: verificar se o planejamento está sendo realizado e
identificar e definir novos objetivos e indicadores de desempenho (MAXIMIANO, 2006). Serve
ainda para sua empresa manter-se ativa, a ponto de não fazer parte das estatísticas de
mortalidade de empresas.
Segundo pesquisa do Sebrae, para que a empresa sobreviva, os empreendedores devem ter
atenção nas seguintes ações (SEBRAE, 2007): bom conhecimento no mercado em que atua;
boas estratégias de marketing e venda; criatividade dos empreendedores; perseverança e
persistência do empreendedor; aproveitamento de boas oportunidades; escolha de um bom
administrador; utilização de capital próprio; reinvestimento do lucro em melhorias na empresa.
Aproveite essas preciosas dicas para pensar e organizar sua ideia de negócio!