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Índice

1. Introdução.............................................................................................................................5

1.1. Objectivos..........................................................................................................................6

1.1.1 Geral:.........................................................................................................................6

1.1.2. Específicos:....................................................................................................................6

1.1.3. Metodologia....................................................................................................................6

2. Literatura de Moçambique no período Colonial..................................................................7

2.1. Literatura Moçambicana no período Pós-independência................................................10

3. Conclusão...........................................................................................................................12

3.1. Referências Bibliográficas..............................................................................................13


1. Introdução

A cultura moçambicana pode ser entendida num quadro que remonta a partir da origem da
própria sociedade por volta dos anos 200 ou 300 a.C. Em seguida, depois da fixação dos povos
bantu não só houve contactos comerciais com os povos do Oriente para a troca do ouro e marfim
por tecidos, missangas, porcelanas e outras quinquilharias como também nas influências
culturais e artísticas.

A literatura moçambicana teve as suas manifestações e simultaneamente a sua configuração nos


finais do século XVIII até ao século XX graças aos seguintes acontecimentos: a fundação das
primeiras escolas; introdução da tipografia em 1854 data em que se inicia a publicação de
Boletim Oficial; o surgimento do primeiro periódico, O Progresso em 1868; a formação das
zonas urbanas e suburbanas; as mudanças socioeconómicas na colónia e a formação das elites
letradas inconformadas com a sua condição assim como o surgimento do jornalismo.

De acordo com Mendes (1980, p. 179).Depois da independência e no processo de construção da


nação, os dois tipos de escritores moçambicanos uniram-se para a mesma finalidade.

Em agosto de 1982 é fundada a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) cujos


estatutos revelavam uma grande “dosagem” marxista-leninista, e alguns associados eram quadros
e/ou fundadores da FRELIMO, como por exemplo: Marcelino dos Santos, Armando Emílio
Guebuza, Júlio Carrilho, Sérgio Vieira e Fernando Ganhão. Destacam-se também nesse período,
escritores como Ungulani Ba Ka Khosa, Eduardo White, Armando Artur, Marcelo Panguana,
Suleimane Cassamo e Helder Muteia.

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1.1. Objectivos

1.1.1 Geral:

 Descrever as práticas dos percursos artísticos em moçambicana antes e pós-período


colonial;

1.1.2. Específicos:

 Identificar as práticas revolucionárias que tiveram lugar em Moçambique antes e pós


colonial;
 Reconhecer as etapas do desenvolvimento dessas obras literárias Africanas.

1.1.3. Metodologia

Para a aquisição da informação neste trabalho, adoptaram-se fundamentos teórico-metodológicos


a pesquisa bibliográfica, que busca referências teóricas publicadas, a fim de obter conhecimentos
sobre o tema.

Assim, os aspectos teóricos que desenvolveram este trabalho advêm de pesquisas que trazem
reflexões acerca da Literatura Moçambicana antes e pós Colonial.

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2. Os percursores do jornal Msaho e as circunstâncias que estiveram por detrás da criação
deste jornal

Segundo Zamparoni, (1988:79) a imprensa em Moçambique inicia-se a quando da


instalação do Boletim Oficial em 1854.

É somente em 1908, que os irmãos José e João Albasini vão fundar o seu próprio jornal,
intitulado O Africano. A finalidade era atender aos interesses do grupo e da população negra
contra as formas de opressão e discriminação.

Sobre este Jornal, Mário Pinto de Andrade explica que o mesmo coloca-se numa posição
de combate, enquanto unificador dos interesses dos diversos segmentos sociais opostos ao poder
(1997:108). O jornal irá exercer uma “acção constante de luta, denúncia e crítica da acção
colonial.

O periódico foi vendido ao padre José Vicente do Sacramento, e teve sua linha editorial
alterada. Posteriormente os irmãos Albasini vão fundar em 1919 o Jornal o brado Africano.

O Brado Africano foi considerado o jornal onde os principais escritores de Moçambique


começaram a publicar seus textos. De acordo com Ilídio Rocha (2000:120), este periódico
dirigia-se, claramente, à população mestiça alfabetizada e aos poucos negros que soubessem ler
ou brancos que se interessassem por suas informações e polémicas.

Maria Aparecida Satilli argumenta que o jornal o brado Africano é um dos que se destaca por seu
importante papel em difundir uma poesia de cunho contestatório.

Caberia então ao periódico, principalmente a partir de seu suplemento O Brado Literário


receber a produção de importantes escritores, “onde começam as manifestações nacionalistas,
suporte da resistência cultural e dos ideais de independência política que se expandiram
progressivamente até a luta de libertação nacional”. (Santilli, 1985: 28).

Gilberto Matusse (1997), afirma que a literatura moçambicana faz uso da imprensa como
instrumento de divulgação de sua produção, escrita em língua portuguesa nasce dos círculos da
cultura assimilada, dentro de um processo de divulgação letrada, que, de forma sistemática, tem
seu auge em meados do século XX.

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Alinhando-se a esse pensamento temos Macêdo e Maquêa (2007:12)., que reforçam a
ideia de vinculação da imprensa com as produções literárias, afirmam que ‘os periódicos foram
os primeiros veículos em que os textos produzidos pelos africanos seriam estampados.

A imprensa se configurou um meio privilegiado de divulgação do pensamento de


contestação. A imprensa, a literatura e a reivindicação da independência frente a Portugal
caminham juntos.

Para Spinuzza, esta organização local da literatura acontece em Moçambique com a


actividade de jornais e de revistas literárias: é o caso, por exemplo, de Itinerário (1941-55),
Msaho (1952) e d´o brado Africano”. (Spinuzza, 2013:89).

Segundo Orlandi, (1993:25), importância dessa literatura reside no fato dela ser uma das
primeiras expressões sistematizadas, a nível nacional, contrária ao colonialismo e que gera um
discurso fundador alinhado com o anticolonialismo e com o ideal de independência. Conforme
apresenta Leite, a nacionalidade literária precede normalmente a nacionalidade política essa
produção literária funda um discurso que promove uma ressignificação da ideia de Moçambique,
o que se faz numa relação de conflito com o processo de produção dominante de sentidos, ai
produzindo uma ruptura, um deslocamento.

Os escritores incorporaram o papel de matrizes de um novo pensamento e de um novo


tempo que se deseja, assumiram o desafio de serem agentes mobilizadores e modificadores da
sociedade. Os escritores “estão profundamente ligados à história de suas sociedades, moldando e
moldados por essa história e suas experiências sociais em diferentes graus (Said, 2011:24).

A literatura se mostra como uma importante arma ideológica de contestação do


colonialismo, ao ser uma das transmissoras dos ideais de libertação, na formação da literatura
moçambicana o tema nacional foi uma das estruturas basilares. Nesse discurso literário, o
nacionalismo foi a antecipação da nacionalidade, modo específico de a escrita se naturalizar
como própria de uma nação-estado em germinação (Laranjeira, 2001:185).

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Junto à poesia de contestação, amadurecia esse ideal nacionalista, que se transformaria
em força revolucionária. Não causa espanto, portanto, que nas vozes de seus poetas se façam
ouvir cantos armados de combate e afirmação de nacionalidade (Macêdo e Maquêa, 2007:148).

Os acontecimentos, pensamento, desejos e expectativas do campo de batalha invadem as


páginas da literatura “Essa luta é complexa e interessante porque não se restringe a soldados e
canhões, abrangendo também ideias, formas, imagens e representações.” (Said, 2011:40).

2.1 Movimentos de Negritude e Pan-africanismo

De acordo com Chabal (1994), a literatura moçambicana está directamente relacionada à


existência de uma elite letrada. É a presença de um grupo de assimilados em Moçambique que
propiciou a formação de “homens de letras. Benedict Anderson ressalta o papel primordial das
primeiras gerações da intelligentsia na construção de uma identidade nacional, que serão os
primeiros a sistematizar uma ideia de independência e nação.

Segundo Leite (2006:140), a primeira geração moçambicana de Intelligentsia criou,


dessa maneira, as condições propícias para o surgimento de uma importante geração de
escritores, dentre os quais destacam-se Noémia de Sousa, José Craveirinha, Duarte Galvão,
Kalungano, Orlando Mendes, Ruy Guerra, Rui Knopfli dentre outros. Trata-se de uma geração
politizada, inserida no processo global da emancipação dos povos e países colonizados e
responsáveis pela difusão de ideias de contestação ao colonialismo, fundam “uma poesia da
africanidade, com intuitos vincadamente sociais.

Suas produções são de uma poética acusatória, de forte impacto social, o ato de se
escrever está intrinsecamente ligada com o comprometimento com a população moçambicana e
com a luta por um renascimento. Esse compromisso do poeta com as lutas de seu tempo está
projectado em sua arte, trata-se da idealização de um desejo, de uma utopia. Reflecte o seu
tempo e o seu lugar de fala está carregada de dor e esperança, desafia o colonialismo ao
denunciá-lo.

Uma poética alimentada de raízes Africanas onde corre o sangue negro a pulsar a
liberdade “que se nutre de posturas e valores Africanos iluminados pelo substrato filosófico do
pan-africanismo, do Renascimento Negro e da negritude.

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2.2 Literatura Moçambicana no período Pós-independência

O acesso à independência conferiu a Moçambique, tanto na vida cultural como


económica e política, novas e grandes possibilidades de desenvolvimento e progresso.

Multiplicaram-se as instituições culturais, escolas, a livre expressão da criatividade


individual e colectiva, não reprimida pelas autoridades coloniais, uma ampla expressão da vida
cultural e literária de matriz local e não só, a importância do factor político no desenvolvimento,
na afirmação das artes e letras e uma vigorosa dignidade literária e artística.

As tendências variadas só viriam a ser concretizadas a partir dos meados da década de


1980, uma vez que o projecto da utopia de construção da nação, visando à mudança das
mentalidades, teria como base as novas ideias difundidas principalmente através da cultura.

Durante a guerra de libertação nacional surgem dois tipos de escritores: uns na frente do
combate e nas zonas libertadas, usando, ao mesmo tempo, a arma e a palavra como instrumentos
de libertação. Esses autores produziram grande parte da poesia de combate; e outros que se
encontravam nas zonas ocupadas pelo colonialismo, actuando na clandestinidade e usando
apenas a palavra como meio de libertação colonial.

Depois da independência e no processo de construção da nação, os dois “tipos” de


escritores moçambicanos uniram-se para a mesma finalidade. Mendes (1980, p. 179).

Em agosto de 1982 é fundada a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) cujos


estatutos revelavam uma grande dosagem marxista-leninista, e alguns associados eram quadros
e/ou fundadores da FRELIMO, como por exemplo: Marcelino dos Santos, Armando Emílio
Guebuza, Júlio Carrilho, Sérgio Vieira e Fernando Ganhão.

A institucionalização literária a partir da AEMO e o nascimento da revista Charrua


destacam-se pela qualidade de sua escrita e profunda liberdade estética, os seguintes escritores:
Ungulani Ba Ka Khosa, Eduardo White, Armando Artur, Marcelo Panguana, Suleimane
Cassamo e Helder Muteia.

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Sobre esta geração de escritores da revista, na visão de Basto (2008, p. 78) considera a
revista Charrua e os seus poetas, iniciam a releitura da apresentação do intimismo como
estratégia literária de subversão do modelo oficial modelo revolucionário que definia a literatura
através da ideia de uma adequação a um conteúdo político-ideológico, o conflito de gerações, a
progressiva institucionalização literária e a reflexão sobre a questão identitária do escritor
moçambicano, se destacam nesta década.

Segundo Mendonça (2011, p. 19), outro acontecimento mais significativo que marcou a
área da literatura foi a publicação da obra vozes anoitecidas (1986), em que grande parte dos
contos dessa obra são atravessados por temas ligados ao impacto da guerra civil no tecido social
moçambicano, o seu efeito desagregador da vida tradicional das comunidades rurais por ter sido
o epicentro dos confrontos entre as duas forças em conflito, no que diz respeito à convivência
caótica com os mortos, feridos e nomadismo pela procura constante de abrigos quer nas zonas
urbanas quer em países vizinhos.

3. Conclusão

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Resumidamente, importa salientar que, após o período colonial, a publicação da obra vozes
anoitecidas de Mia Couto, despertam-se nessa obra, temas ligados ao impacto da guerra civil no
tecido social moçambicano, o seu efeito desagregador da vida tradicional das comunidades rurais
por ter sido o epicentro dos confrontos entre as duas forças em conflito, no que diz respeito à
convivência caótica com os mortos, feridos e nomadismo pela procura constante de abrigos quer
nas zonas urbanas quer em países vizinhos.

A língua que Mia Couto utiliza nos contos de vozes anoitecidas procura ser uma forma de
mediatizar, harmonizar, a constante crise que a sociedade moçambicana vive através das
histórias trágicas do seu quotidiano.

A partir da publicação da obra até aos nossos dias, tem-se notabilizado vários escritores
produzindo textos em vários géneros literários com temas diversificados e a literatura cumprindo
a sua função humanizadora. Desse modo, a literatura moçambicana vai atingindo um número
considerável de escritores com liberdade criadora e obras produzidas pela nova geração de
origem urbana e suburbana, de modo que a fronteira entre o centro e a periferia, talentos que vão
emergindo através dos concursos literários em diversas instituições académicas.

3.1. Referências Bibliográficas

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ANDERSON, B. (1989). Nação e Consciência Nacional, São Paulo: Ática

ARENDT, H. (2006). Origens do totalitarismo: anti-semitismo, imperialismo, totalitarismo, São


Paulo: Companhia das Letras

CABAÇO, J. L. (2007).Moçambique: identidades, colonialismo e libertação. Tese (Doutorado -


São Paulo. São Paulo.

CANDIDO, A. (1999). Iniciação à Literatura Brasileira: Resumo para principiantes. (3ª. ed.)
São Paulo: Humanitas Publicações.

CASTELO, C. (2010). A Casa dos Estudantes do Império: lugar de memória anticolonial

CHABAL, P. (1994). Vozes Moçambicanas. Literatura e Nacionalidade. Porto:

CHIZEANE, P. (1996). Ventos do Apocalipse. Lisboa: Caminho.

HERNANDEZ, L. L. (2002). Movimentos de resistência na África. Revista de História, Brasil,


São Paulo: Selo Negro,

LARANJEIRA, P. (2001). Mia Couto e as literaturas africanas de língua portuguesa. Revista de


Filologia Românica. Anejos, 185-205.

MENDE, O. (1980). Sobre Literatura Moçambicana. Maputo: Instituto Nacional do Livro e do


Disco.

MENDONÇA, F. (2011).Literatura Moçambicana: as dobras da escrita. Maputo: Ndjira, Coleção


Horizonte da Palavra.

OLIVEIRA, J. J. (2007). As Literaturas Africanas e o Jornalismo no Período Colonial.


SANTILLI, M. A. (1985). Estórias Africanas: história e Antologia. São Paulo: Ática,

MACÊDO, T; MAQUÊA, V. (2007). Literaturas de Língua Portuguesa: São Paulo: Arte &
Ciência.

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