Integrais duplos Regiões especiais Integrais duplos em coordenadas polares Teorema de Green

Cálculo III
2016-2017

Integrais duplos
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Outline

1 Integrais duplos
Região rectangular fechada
Regiões mais gerais
Interpretação geométrica do integral duplo

2 Regiões especiais

3 Integrais duplos em coordenadas polares

Exercícios

4 Teorema de Green
Teorema de Green
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Região rectangular fechada

Definição

f : D ⊆ R2 → R
R = [a, b] × [c, d] = {(x, y ) ∈ R2 :
a ≤ x ≤ b, c ≤ y ≤ d}.
partição de cada um dos intervalos
[a, b] e [c, d] definidas pelos pontos
x0 = a < x1 < . . . < xm = b e
y0 = c < y1 < . . . < yn = d,
respetivamente.
P de R = [a, b] × [c, d] em mn
retângulos é
Definição
P = {Rij : i = 1, . . . , m, j = 1, . . . , n}, Se existir o limite lim S(f , P), a função f
δP →0
em que Rij = [xi−1 , xi ] × [yj−1 , yj ]. diz-se integrável em R, e o integral de
f (x, y ) em R é definido por
pij = (xij , yij ) (arbitrário) em cada
retângulo Rij , de área ∆ij , ZZ
soma dupla de Riemann de f f (x, y )dxdy = lim S(f , P).
R δP →0
relativamente
P à partição P:
S(f , P) = m
Pn
i=1 j=1 f (xij , yij )∆ij
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Região rectangular fechada

Teorema de Fubini

Teorema
Se f é integrável em R = [a, b] × [c, d] então
Z b Z d ! Z d Z !
ZZ b
f (x, y )dxdy= f (x, y )dy dx= f (x, y )dx dy .
R a c c a

Demonstração: [Apostol].
Exemplo (ver livro, pág. 74)
Verifique o Teorema de Fubini calculando o integral duplo, com
ordens diferentes:
ZZ
y sin(xy ) dx dy ,
R

com R = [1, 2] × [0, π]

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Regiões mais gerais

f : D ⊆ R2 → R, contínua,
definida num compacto D.


∗ f (x, y ) se (x, y ) ∈ D
f (x, y ) = .
0 se (x, y ) ∈ R\D

f ∗ é seccionalmente contínua pois coincide com a função

contínua f em D e é constante em R\D, logo é integrável e,
ZZ ZZ ZZ
∗ ∗
f (x, y ) dx dy = f (x, y ) dx dy + f ∗ (x, y ) dx dy
R D R\D
ZZ
= f (x, y ) dx dy
D
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Interpretação geométrica do integral duplo

Se f (x, y ) ≥ 0 em D, o volume de um sólido V , definido

por V = {(x, y , z) ∈ R3 : (x, y ) ∈ D, 0 ≤ z ≤ f (x, y )} é
ZZ
f (x, y )dxdy .
D

Exercício: Calcular o volume da "caixa" de base

D = [0, 3] × [0, 4] cuja tampa está sobre a superfície
z = ex+y .
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Interpretação geométrica do integral duplo

O volume do sólido que se projecta sobre uma região D

plana e tal que g(x, y ) ≤ z ≤ f (x, y )} é dado por
ZZ


f (x, y ) − g(x, y ) dxdy .
D

Exercício: Calcular o volume do sólido limitado pelo plano

z = x e pelo paraboloide z = 3 − x 2 − y 2 sobre o
retangulo D = [0, 1] × [0, 1].
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Interpretação geométrica do integral duplo

É claro que, se f (x, y ) = 1 (i.e., todos os pontos estão à

altura 1) o integral
ZZ ZZ ZZ
f (x, y ) dx dy = dx dy = dA
D D D

(onde dA = dx dy é o elemento de área) dá a área do

conjunto D no plano xOy .
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Verticalmente simples

D = {(x, y ) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b, g1 (x) ≤ y ≤ g2 (x)}

onde g1 e g2 são funções contínuas de uma variável definidas
em [a, b].

!
ZZ Z b Z g2 (x)
f (x, y )dxdy = f (x, y )dy dx.
D a g1 (x)
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Horizontalmente simples

D = {(x, y ) ∈ R2 : a ≤ y ≤ b, g1 (y ) ≤ x ≤ g2 (y )},
onde g1 e g2 são funções contínuas de uma variável definidas
em [a, b].

!
ZZ Z b Z g2 (y )
f (x, y )dxdy = f (x, y )dx dy
D a g1 (y )
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Proposição
Sejam D ⊆ R2 uma região compacta que pode ser decomposta num número finito de
regiões horizontalmente ou verticalmente simples, e f e g duas funções reais
integráveis em D. Então
1. f + g , f − g são integráveis e
ZZ ZZ ZZ
f (x, y ) ± g(x, y )dxdy = f (x, y )dxdy ± g(x, y )dxdy .
D D D

2. Para todo o λ ∈ R a função λf é integrável em D e

ZZ ZZ
λf (x, y )dxdy = λ f (x, y )dxdy .
D D

3. Se f for não negativa, i.e., f (x, y ) ≥ 0 para todo o (x, y ) ∈ D,

ZZ
f (x, y )dxdy ≥ 0.
D
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Proposição
Sejam D ⊆ R2 uma região compacta que pode ser decomposta num número finito de
regiões horizontalmente ou verticalmente simples, e f e g duas funções reais
integráveis em D. Então
4. Se f (x, y ) ≤ g(x, y ) para todo o (x, y ) ∈ D,
ZZ ZZ
f (x, y )dxdy ≤ g(x, y )dxdy .
D D

5. Se D = D1 ∪ D2 , sendo D1 e D2 regiões que se intersetam, quando muito, nas

suas fronteiras e cada uma dela pode ser decomposta num número finito de
regiões horizontalmente ou verticalmente simples, então
ZZ ZZ ZZ
f (x, y )dxdy = f (x, y )dxdy + f (x, y )dxdy
D D1 D2

6. A função |f | é integrável e
ZZ ZZ
f (x, y )dxdy ≤ |f (x, y )|dxdy
D D
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ZZ
1 Esboçar a região de integração e calcular x dx dy sendo
D

D = {(x, y ) : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ x 2 }.
2 Calcule o seguinte integral (comece por inverter a ordem de integração):
Z 3Z 3
sin(2x)
dx dy . [ER, 2014]
0 y x
3

Definir analiticamente a região e calcular a sua

área.

4 Inverter a ordem de integração, em

ZZ Z 3 Z √25−y 2
f (x, y ) dx dy = f (x, y ) dx dy .
R 0 4y
3

5 Esboçar a região de integração e escrever um integral com o mesmo valor de

Z 2 Z x2 Z 4 Z 4
f (x, y ) dy dx + f (x, y ) dy dx.
1 x 2 x
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Recordar:

Um retângulo polar é uma região do plano que, em

coordenadas polares,

R = {(r , θ) ∈ R2 : a ≤ r ≤ b , α ≤ θ ≤ β},

com 0 ≤ a ≤ b e 0 ≤ α ≤ β ≤ 2π.

O valor Jacobiano da mudança de coordenadas para

∂(x,y )
coordenadas polares é ∂(r ,θ)
= r.

Integrais em coordenadas polares

ZZ Z βZ b
f (x, y )dxdy = f (r cos θ, r sin θ) r dr dθ. (1)
R α a
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Exercícios

1 Sendo
ZZ D = {(x, y ) ∈ R2 : 1 ≤ x 2 + y 2 ≤ 4, y ≥ 0}, calcular
(3x + 4y 2 ) dx dy .
D
p
2 Sendo D a região limitada
Z Z pela semicircunferência definida por x = 4 − y2 e o
2 2
eixo dos yy , calcular e−x −y
dxdy .
D
x2 y2
3 Calcular a área de uma elipse: a2
+ b2
= 1.
4 Calcular a massa da lâmina de densidade
p ρ(x, y ) = 2xy que ocupa a região do
primeiro quadrante limitada por y = 1 − x 2 .
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Exercícios

Outros exercícios para praticar fora da aula

Seja f uma função integravel em D, a região plana limitada pelas retas y = 0 e

−x + y = 1 e pela circunferência de equação x 2 + y 2 = 1. Esboce a região D e
escreva
ZZ na forma de integrais iterados, de quatro maneiras diferentes,
f (x, y ) dx dy .
D
Calcular a área da região plana limitada pelas circunferências x 2 + y 2 = 1 e
(x − 1)2 + y 2 = 1.
Encontre os limites de integração para integrar a função f (r , θ) sobre a região R
que se encontra limitadada exteriormente pela cardióide de equação
r = 1 + cos θ do lado de fora da circunferência r = 1.
Calcular a área da região limitada pela rosácea, r = 4 cos(2θ)
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Teorema de Green

Relaciona integrais curvilíneos de campos vetoriais no plano

ao longo de curvas planas com integrais duplos sobre regiões
planas (em R2 ).
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Teorema de Green

Recordemos que

Sendo D uma região plana limitada por uma

curva C simples e fechada, C tem
orientação positiva (ou está orientada
positivamente) se, para um observador que
se desloque ao longo de C a região D está
situada sempre à sua esquerda.

um conjunto D é conexo se entre quaisquer dois dos seus

pontos existe um caminho, totalmente contido no conjunto,
que os une
um conjunto D é simplesmente conexo se, além de ser
conexo, qualquer caminho fechado em D só circunda
pontos de D.
É claro que, se a região D é simplesmente conexa a orientação positiva de C coincide
com o sentido anti-horário (ou directo).
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Teorema de Green

(Demonstração: Livro, pag.88 )

Exercício
I
Calcule F · d~r , com F (x, y ) = (x − y )ı̂ + x ̂ sendo C fronteira
C
da região D = {(x, y ) : x 2 + y 2 ≤ 4, x ≥ 0}.
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Teorema de Green

O teorema de Green pode também ser aplicado em regiões do

plano que não são simplesmente conexas mas que se podem
decompor num número finito de regiões simplesmente
conexas.
Teorema
Seja D uma região do plano, limitada por n + 1 curvas
C0 , C1 , . . . , Cn , todas orientadas positivamente e tal que
C1 , . . . , Cn estão contidas numa região limitada pela curva C0 .
Então
ZZ   I n I
∂Q ∂P X
− dxdy = F · d~r − F · d~r .
D ∂x ∂y C0 Ci i=1
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Teorema de Green

Exercícios

Seja D = {(x, y ) ∈ R2 : 1 ≤ x 2 + y 2 ≤ 4}. Use o teorema

de Green para calcular
I
1
x dy − y dx
2 C

e interprete este resultado.

Calcule a circulação do campo vetorial
F (x, y ) = xyı̂ + y 2 ̂, sobre a curva ∂D, fechada, orientada
no sentido anti-horário que é fronteira da região limitada
pela curvas y = x 2 e y = x, no primeiro quadrante.
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Teorema de Green

Considere o campo vectorial

F (x, y ) = (x 2 + y ) ı̂ + (y 3 + 3xy ) ̂

e C = fr (D), a curva com orientação negativa, que limita a

região plana D, como se mostra na figura.

Z
Calcule F · d~r .
C
Justifique convenientemente a sua
resposta.