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CBI of Miami

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Transtorno do Pânico
Gabriel Mangabeira

O Transtorno do Pânico (TP) é caracterizado pela presença de ataques


de pânico recorrentes e inesperados, onde a pessoa se sente muito preocupada.
Não era um diagnóstico atribuído para crianças e adolescentes. De acordo com
o DSM 5, não há diferença em relação aos critérios diagnósticos para nenhuma
faixa etária.
Em relação a epidemiologia, acomete cerca de 1% dos jovens, sendo
mais recorrente em adolescentes do sexo feminino. Na população geral, a
ocorrência é entre 2 e 3% nos EUA. A prevalência é muito baixa antes dos 14
anos (menor que 0,4%). Há uma crescente dos casos de acordo com o
desenvolvimento da adolescência. Os ataques de pânico geralmente ocorrem
igualmente em ambos os gêneros, mas o TP acontece mais no sexo feminino.
Comumente os jovens descrevem os ataques de pânicos e o medo de
que novos ataques aconteçam, o que acaba gerando muita angústia,
comportamento de esquiva e/ou prejuízo. Há relatos de evitar diversas situações
devido ao medo de novos episódios de ataques de pânico acontecerem.
Relatam a sensação de estar ficando louco e medo de morrer.
Experimentam sintomas somáticos em intensidade elevada por algum período.
Os ataques de pânicos são caracterizados como um surto repentino de medo ou
desconforto intenso que alcança um pico em minutos e, neste momento,
apresenta quatro ou mais dos seguintes sintomas:
1. Palpitação, taquicardia, coração acelerado;
2. Sudorese;
3. Tremores;
4. Sensação de falta de ar;
5. Sensação de asfixia;
6. Dor ou desconforto torácico;
7. Náusea ou desconforto abdominal;
8. Sensação de tontura, vertigem ou desmaio;
9. Calafrios ou ondas de calor;
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10. Parestesias (anestesia ou sensação de formigamento);
11. Desrealização (sensação de irrealidade) ou despersonalização (sensação
de estar distanciado de si mesmo);
12. Medo de perder o controle ou de enlouquecer;
13. Medo de morrer.

De acordo com os critérios do DSM 5, pelo menos um dos ataques de


pânico deve ser seguido por um mês (ou mais) de uma ou ambas das
características de: apreensão ou preocupação persistente com ataques de
pânicos recorrentes ou suas consequências como medo de perder ou controle,
ter um ataque cardíaco ou de enlouquecer; e uma mudança significativa no
comportamento relacionado aos ataques (comportamentos evitativos, com
receio que novos ataques aconteçam).
Deve-se descartar uma condição clínica que justifique a presença de um
ataque de pânico (como hipertireoidismo, alterações cardiovasculares e
pulmonares) e não deve ser atribuído a uma consequência por uso de
substâncias exógenas (drogas ou remédios).
As crianças e adolescentes podem se queixar de sintomas físicos
semelhantes aos que os adultos apresentam. Alguns estudos mostram que os
sintomas físicos (sudorese, tremores, palpitação, etc.) são mais comuns em
crianças e adolescentes quando comparado aos sintomas cognitivos (sensação
e/ou medo de morrer ou enlouquecer).
Os ataques de pânico podem acontecer em qualquer outro transtorno de
ansiedade ou até mesmo outros distúrbios psiquiátricos. Geralmente o TP surge
no final da adolescência e início da fase adulta. O curso é crônico, mas pode
oscilar ao longo da vida. Alguns tem surtos episódicos com anos de remissão;
outros, podem apresentar sintomatologia persistente.

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Agorafobia
De acordo com o DSM 5, é definido como medo ou ansiedade sobre e/ou
comportamento evitativo de situações em que a ajuda pode não estar disponível
ou em que pode ser difícil de deixa a situação no caso de desenvolver sintomas
tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes.
A agorafobia pode ocorrer isoladamente ou associado ao transtorno de
pânico, estando aumentada quando há a presença dos sintomas de pânico. É
um transtorno isolado, independente do transtorno de pânico. A característica
principal é o medo ou ansiedade intensa desencadeada por exposição real ou
prevista a várias situações.
É necessário a presença de medo ou ansiedade significativa em dois ou
mais situações seguintes:
1. Uso de transporte público;
2. Permanecer em espaços abertos;
3. Permanecer em locais fechados;
4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão;
5. Sair de casa sozinho.

Geralmente a pessoa evita essas situações devido ao medo/pensamento


que pode ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível caso
desenvolva sintomas de pânico. Este medo, ansiedade ou esquiva é recorrente
e persistente, com duração maior que seis meses.
A agorafobia está associado a prejuízos importante no funcionamento
global da pessoa. O início pode ser repentino, geralmente após o adolescente
apresentar um ataque de pânico inesperado ou pode ser desenvolvido ao longo
do tempo. O aparecimento precoce da agorafobia não está associado a
gravidade do transtorno. A idade média para o início é 20 anos.
Tanto o transtorno do pânico quanto a agorafobia iniciam-se mais em
adolescentes e fase adulta, sendo menos comum em crianças.
Em relação ao cuidado terapêutico, deve-se sempre associar a
psicoterapia, principalmente com a psicologia cognitivo-comportamental,
associado com o suporte farmacológico. Apesar de poucos estudos, os

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inibidores seletivos de recaptação de serotonina são os fármacos mais utilizados
na infância e adolescência. Em alguns casos, principalmente no início do
tratamento quando há sintomas intensos, os benzodiazepínicos são utilizados.
O não tratamento adequado pode levar a cronificação do caso, com maior
possibilidade de comorbidades associadas, principalmente a depressão, até
mesmo com pensamentos suicidas.

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