Libras - Aula 01
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Créditos
Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância
Diretor Regional Lilian Brito Santos
Luiz Francisco de Assis Salgado Luciana Marcheze Miguel
Luciana Saito
Superintendente Universitário Mariana Valeria Gulin Melcon
e de Desenvolvimento Mayra Bezerra de Sousa Volpato
Luiz Carlos Dourado Mônica Maria Penalber de Menezes
Reitor Mônica Rodrigues dos Santos
Sidney Zaganin Latorre Nathália Barros de Souza Santos
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Diretor de Graduação Renata Jessica Galdino
Eduardo Mazzaferro Ehlers Sueli Brianezi Carvalho
Thiago Martins Navarro
Diretor de Pós-Graduação e Extensão Wallace Roberto Bernardo
Daniel Garcia Correa
Equipe de Qualidade
Gerentes de Desenvolvimento Ana Paula Pigossi Papalia
Claudio Luiz de Souza Silva Aparecida Daniele Carvalho do Nascimento
Luciana Bon Duarte Gabriela Souza da Silva
Roland Anton Zottele
Sandra Regina Mattos Abreu de Freitas Vivian Martins Gonçalves
Objetivos Específicos
• Entender basicamente o que é a Libras e o que a torna uma língua.
Temas
Introdução
1 O que é língua?
2 O que é Libras?
3 Como é composta a Libras?
Considerações finais
Referências
Professora
Naiane Caroline Silva Olah
Libras
Introdução
A Língua Brasileira de Sinais – Libras vem sendo estudada e difundida com mais frequência
nos últimos anos. Há leis, pesquisas, atividades culturais, discussões pedagógicas, políticas
públicas cada vez mais voltadas para a área da surdez e, consequentemente, para a Libras.
Mas, afinal, o que é a Libras?
Nesta disciplina, veremos seus fundamentos básicos de forma teórica e prática. Para
isso, será necessário compreender agora, neste primeiro texto, o que é língua, o que é a
Libras, quem a usa e quais são suas principais características.
1 O que é língua?
Segundo o dicionário Aurélio, é o “conjunto das palavras e expressões usadas por um
povo, uma nação, e o conjunto de regras de sua gramática; idioma”. É também um “sistema
de signos que permite a comunicação entre os membros de uma comunidade”. Agora que
vimos o que é língua, vamos entender o que é Libras.
2 O que é Libras?
A Libras é a Língua Brasileira de Sinais, natural dos surdos brasileiros. É usada pela maioria
dos surdos dos centros urbanos de nosso país e reconhecida pela Lei 10.346 de abril/2002.
Surgiu da Língua de Sinais Francesa em consequência do trabalho de Abade Charles-Michel
de l’Epeé, o qual contribuiu para a criação do Instituto Nacional da Educação de Surdos em
1857. Por isso, é semelhante a outras línguas de sinais da Europa e da América. É importante
deixar claro que a Libras não é a simples gestualização da língua portuguesa, e sim uma língua
à parte, como o comprova o fato de que em Portugal usa-se uma língua de sinais diferente, a
língua gestual portuguesa (LGP).
Assim como as diversas línguas naturais e humanas existentes, ela é composta por níveis
linguísticos como: fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Por ser a língua natural dos
surdos, é pertencente à modalidade visual-espacial. Isso quer dizer que uma mensagem na
Libras é recebida através da visão e quando a mensagem é transmitida utiliza-se o espaço
físico por meio de sinais e expressões corporais. A língua portuguesa e as demais línguas
orais pertencem à modalidade oral-auditiva, ou seja, utiliza-se o canal auditivo e da fala para
estabelecer comunicação.
Da mesma forma que nas línguas orais-auditivas existem palavras, nas línguas de sinais
também existem itens lexicais, que recebem o nome de sinais. Para se comunicar em Libras,
não basta apenas conhecer os sinais. É necessário conhecer a sua gramática para combinar
as frases, estabelecendo, assim, a comunicação.
Figura 1
Figura 2
Muitas vezes, uma mesma sentença falada em português e em Libras pode levar menos
tempo quando dita em sinais, devido a esse fator estrutural. Durante as aulas práticas, será
possível notar essa característica com mais clareza.
Assim como nas línguas orais, as línguas de sinais, como a Libras, apresentam dialetos
regionais, o que reforça seu caráter de língua natural. Nos dialetos sociais, as variações nas
configurações e/ou no movimento das mãos não modificam o sentido do sinal. A palavra
“verde”, por exemplo, é falada de maneira diferente no Rio de Janeiro, em São Paulo e em
Curitiba. Essas mudanças são históricas, ocorrem no sinal com o passar do tempo, conforme
se modificam os costumes de cada geração que a utiliza. O sinal de “branco” já sofreu algumas
alterações com o decorrer dos anos.
As comunidades surdas de diferentes regiões criam alguns poucos sinais diferentes para
suas necessidades de comunicação. Os sinais são criados de acordo com a necessidade de
cada grupo, porém há alguns mais gerais que, quando criados, acabam sendo incorporados
à língua.
A modalidade gestual, visual e espacial pela qual a Libras é produzida e percebida pelos
surdos leva, muitas vezes, as pessoas a pensarem que todos os sinais são o desenho no ar
do referente que representam. É claro que, por decorrência de sua natureza linguística, a
realização de um sinal pode ser motivada pelas características do dado da realidade a que
se refere, mas isso não é uma regra. A grande maioria dos sinais da Libras é arbitrária, não
mantendo nenhuma relação de semelhança alguma com seu referente.
Os sinais que apresentam semelhança com a pessoa ou o objeto a que referem são
chamados de sinais icônicos, por exemplo: telefone, casa, xícara, comer, carro, moto, calor
etc. Você poderá ver muitos desses sinais em nossas aulas práticas.
Os sinais icônicos não são iguais em todas as línguas. Geralmente, cada comunidade
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Libras
observa diferentes aspectos do mesmo referente (pessoa, objeto, lugar...) e os representa por
meio de seus próprios sinais, de forma convencional.
Considerações finais
Como vimos, a Libras se apresenta como um sistema linguístico de transmissão de ideias
e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Como em qualquer língua,
também apresentam diferenças regionais. Portanto, deve-se ter atenção às suas variações
em cada unidade federativa do Brasil. Trata-se de uma língua de modalidade visual-espacial,
que possui níveis linguísticos, gramática e estutura próprias.
Referências
BRITO, L. F. Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.
______. Manual ilustrado de sinais e sistema de comunicação em rede para surdos. São
Paulo: ed. instituto de Psicologia, USP, 1998.
______. Dicionário trilíngue. Língua de sinais brasileira, português e inglês. São Paulo: Edusp,
2000.
QUADROS, R.; PIZZIO, A.; REZENDE, P. Língua brasileira de sinais – UFSC, Florianópolis – SC.
2009.