Inter - PLT 15.03
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TRABALHO INTERDISCIPLINAR
O uso de técnicas lúdicas na educação em saude como estratégia de prevenção e controle a dengue
BELO HORIZONTE
2024
ALICI LOURA DE SOUZA
BARBARA EVELYN ANDRADE SENRA
CRISTHIANE DE MORAIS BUSTAMANTE COUTO
DANIELLE PRISCILA DE OLIVEIRA
JOYCE CAMPOS ARCHANJO
JULIA BICALHO MARTINS
MATHEUS NUNES SILVA ALMEIDA
TRABALHO INTERDISCIPLINAR
O uso de técnicas lúdicas na educação em saude como estratégia de prevenção e controle a
dengue
BELO HORIZONTE
2024
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1 Tema
1.2 Embasamento Téorico
1.3 Objetivo Geral e Objetivos Específicos
2. REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
Um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil tem sido a prevenção e controle da
dengue. Atualmente, a dengue se apresenta como uma das arboviroses de maior relevância
na saúde pública de forma global, atingindo regiões tropicais e subtropicais, provocando
grande implicação social e econômica. Sabe-se que a dengue é uma doença altamente
complexa e a real magnitude do seu impacto no mundo é de difícil mensuração, por
inúmeros motivos, dentre eles, (VALLE; PIMENTA; CUNHA, 2015) destacam o
diagnóstico incorreto, baixos níveis de notificação e vigilância inadequada.
O caráter multifatorial da doença requer a comunicação entre inúmeros atores, tais como
representantes das áreas de habitação, saúde, educação, trabalho, além da readequação dos
serviços profissionais e instituições de saúde (D'ANDRÉA et al., 2010).
Ainda hoje, existem grandes desafios para implementar uma política de prevenção e
controle da dengue. Uma das iniciativas foi a incorporação da vacina contra a dengue, que
está sendo aplicada na população de regiões endêmicas, em 521 municípios, a partir de
fevereiro. Com isso, 16 estados e o Distrito Federal têm municípios que preenchem os
requisitos para o início da vacinação a partir de 2024. Serão vacinadas as crianças e
adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalização
por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023. ( Ministério da Sáude).
Conforme (FERREIRA, 2023), o psicólogo que atue na educação em saúde orienta práticas
ampliadas e integradas, desenvolvendo estratégias onde os usuários do serviço e seus
familiares contribuam em campanhas e programas de promoção e prevenção. Assim
tornando-se um facilitador junto aos outros profissionais, propondo modelos de intervenção
que viabilizem a participação ativa dos sujeitos, capazes de participar na promoção da
qualidade de vida.
Destaca-se que o contexto atual de aumento recorrente dos casos de dengue representa um
desafio para os sistemas de saúde, como também impõe um ônus significativo aos indivíduos
afetados, no qual a abordagem integrada entre Psicologia e Saúde Coletiva tem se revelado
crucial na busca por soluções inovadoras para desafios de saúde pública. Bem como, a
Psicologia Hospitalar emerge como uma ferramenta valiosa para promover o bem-estar
psicológico e emocional dos pacientes, contribuindo de maneira integral no enfrentamento
dessa epidemia.
Tendo em vista tal cenário, é possível verificar que o uso de técnicas lúdicas para a
prevenção e controle da dengue no serviço de convivência e fortalecimento de vínculos,
tendo como foco famílias e crianças entre 10 e 14 anos têm o poder de transformar a
aprendizagem em uma experiência envolvente e memorável. Essa abordagem visa não
apenas informar sobre a dengue, mas também de fortalecer e promover o entendimento
coletivo e, ao mesmo tempo, proporcionar uma experiência educativa. Ao utilizar jogos,
simulações e atividades interativas, a Psicologia contribui para a criação de um ambiente
educacional estimulante, facilitando a absorção de informações essenciais sobre a prevenção
da dengue de maneira mais eficaz. Além disso, as abordagens lúdicas têm a capacidade única
de atingir públicos diversos, independentemente de idade ou nível de escolaridade. Isso é
especialmente relevante em contextos de saúde coletiva, onde a diversidade demográfica
exige estratégias inclusivas. A Psicologia, ao considerar as diferenças individuais e sociais,
molda intervenções que são adaptadas e culturalmente sensíveis.
A interatividade oferecida pelas técnicas lúdicas educa, promove uma compreensão mais
profundo e significativo, cria um senso de comunidade e incentiva a cooperação entre os
membros da sociedade na luta contra a propagação da dengue. E assim, os participantes
envolvidos em atividades lúdicas relacionadas à prevenção da dengue têm mais
probabilidade de internalizar as informações, lembrando-se delas e aplicando-as em suas
vidas diárias. Esse aspecto é essencial para a eficácia a longo prazo das medidas preventivas.
A dengue é uma doença que pode passar despercebida, mas é uma questão grave de saúde
pública que requer a implementação de medidas para o combate e prevenção. Isso resulta na
necessidade de estabelecer canais de comunicação que promovam mudanças de
comportamento capazes de ajudar na prevenção desse adoecimento. (FIRMINO, 2023;
SOUZA, 2023). A intervenção psicossocial refere-se a uma grande variedade de abordagens
terapêuticas que objetivam promover o bem-estar e a autonomia dos envolvidos, visando
englobar os fatores sociais e ambientais que afetam a saúde mental e física das pessoas.
A conscientização por meio de abordagens lúdicas surge como uma estratégia eficaz por ser
ativa, dinâmica e criativa. Utilizar elementos lúdicos ao trabalhar com crianças torna a
abordagem de assuntos complexos, como prevenção e controle da dengue, mais cativante,
sem perder a seriedade necessária. Brinquedos como marionetes ou fantoches constituem
uma forma de esclarecer comportamentos, avaliar cognições, modelar novas habilidades e
praticar maneiras mais funcionais de lidar com problemas (Friedberg & McClure, 2004).
Segundo NETO (2008), "a ênfase na função do interventor como especialista, que promove
a conscientização' do grupo que lhe faz demandas, traz uma hierarquização de saberes e
poderes". Partindo desta citação, o interventor pode apropriar-se do uso de técnicas lúdicas a
fim de promover a psicoeducação acerca da prevenção e combate à dengue, podendo ser essa
uma estratégia muito eficaz, especialmente quando se trata de um público mais jovem. Estas
intervenções desempenham um papel importante no combate a doenças, podendo abordar
fatores de risco psicossociais, ajudando a lidar com os desafios próprios desse enfrentamento.
Esta abordagem pode ser uma ferramenta eficaz para conscientizar as pessoas sobre a dengue
e promover mudanças comportamentais que ajudem no controle da doença.
A educação em saúde entende que a promoção da saúde vai além do tratamento de doenças e
busca capacitar indivíduos e comunidades a assumirem um papel ativo na melhoria de sua
qualidade de vida. Características da educação em saúde incluem Informação; participação
ativa do sujeito; considera fatores sociais, econômicos e culturais, reconhecendo que a saúde
é influenciada por uma variedade de fatores; respeita e leva em consideração as diferenças
culturais; desenvolvimento de habilidades; enfatiza a prevenção de doenças e a promoção da
saúde; inclusividade; comunicação eficaz. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é
uma abordagem adequada para adultos e crianças, sendo este trabalho voltado para crianças
de 10 a 14 anos e famílias compostas por adultos. A TCC oferece a opção de adaptação
considerando o nível de desenvolvimento do indivíduo, permitindo a utilização de uma única
abordagem terapêutica para trabalhar com sujeitos de diferentes níveis cognitivos.
A aplicação da TCC por meio de abordagens lúdicas nos possibilita alterar a forma de
pensar, sentir e agir tanto em adultos quanto em crianças. No caso das crianças, podemos
"utilizar métodos (brincadeiras) que façam parte do cotidiano delas, como jogos, marionetes,
histórias, brinquedos e outros elementos que estejam presentes na realidade infantil"
(Stallard, 2007).
Esse envolvimento ativo é um componente essencial dos direitos humanos, pois enfatiza a
importância da participação das pessoas em questões que afetam suas vidas.
Além disso, o direito à informação é essencial para que as pessoas possam tomar decisões
informadas sobre sua saúde. As técnicas lúdicas tornam essas informações mais acessíveis e
compreensíveis, especialmente para crianças e suas famílias, contribuindo para o
fortalecimento desse direito fundamental. A educação em saúde também é reconhecida como
um direito humano fundamental, e o uso de técnicas lúdicas na abordagem da dengue
promove não apenas a saúde física, mas também o direito à educação das pessoas,
capacitando-as a tomarem decisões informadas sobre sua saúde e bem-estar.
Apresentar técnicas lúdicas que podem ser usadas como ferramenta de conscientização na
educação em saúde objetivando a prevenção e controle da dengue
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
ALVES, Edivânia. FRANCISCO, Ana. Ação Psicológica em saúde mental: uma abordagem
psicossocial. 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-98932009000400009
Buss, P. M., & Pellegrini Filho, A. (2007). A saúde e seus determinantes sociais. Physis:
Revista de Saúde Coletiva, 17(1), 77-93.
DÍAZ, C.; TORRES, Y.; DE LA CRUZ, A. M.; ÁLVAREZ A. M.; PIQUERO, M. E.;
FIRMINO, Luan Cesar Correia; SOUSA, Milena Nunes Alves de. Educação em Saúde
como Estratégia de Enfrentamento da Dengue: Um Relato de Experiência. Id on Line Rev.
Psic., Fevereiro/2023, vol.17, n.65, p. 313-322. ISSN: 1981-1179.
Friedberg, R. D., & McClure, J. M. (2004). A Prática Clínica de Terapia Cognitiva com
Crianças e Adolescentes. 1° edição. Editora Artmed, 19 março 2004.
Grangeiro, A. (2013). Dengue: aprendendo com o jogo. Revista Ciência & Saúde Coletiva,
18(7), 2057-2064.
https://www.scielo.br/j/csc/a/kCNFQy5zkw4k6ZT9C3VntDm/#
TORRES, Eric Martinez. Dengue. Estudos avançados [online]. São Paulo, vol. 22, n. 64, p.
33- 52, 2008. ISSN 0103-4014. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0103-
VALLE, D.; PIMENTA, D. N.; CUNHA, R. V. Dengue: teorias e práticas. Rio de Janeiro:
Editora Fiocruz, 2015, 460 p.