Thais Gomes Vieira: A Abordagem Da Enfermagem Na Prática de Educação em Saúde Da Criança E Do Adolescente

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THAIS GOMES VIEIRA

A ABORDAGEM DA ENFERMAGEM NA PRÁTICA DE


EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

Limeira
2020
2

THAIS GOMES VIEIRA

A ABORDAGEM DA ENFERMAGEM NA PRÁTICA DE


EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Instituição Anhanguera Educacional Centro
Universitário Anhanguera de Limeira, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Enfermagem.

Orientador: Camila Vieira

Limeira
2020
3

THAIS GOMES VIEIRA

A ABORDAGEM DA ENFERMAGEM NA PRÁTICA DE


EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Instituição Anhanguera Educacional Centro
Universitário Anhanguera de Limeira, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Enfermagem.

BANCA EXAMINADORA

Profa. Camila Vieira

Profa. Maria José dos Reis

Profa. Renata Alves Cavalheiro

Profa. Lilia Fernanda Moreira Campiche

Limeira, 15 de junho de 2020


4

Dedico este trabalho a alguém que desde


o início me deu segurança e condições
para me entregar de coração a
graduação, hoje essa pessoa já se foi e
deixou em mim muita saudade e uma
gratidão eterna, essa dedicatória é para
você mãe, te amarei eternamente.
5

VIEIRA, Thais Gomes. A ABORDAGEM DA ENFERMAGEM NA PRÁTICA DE


EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. 2020. Número total
de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) –
Anhanguera Educacional, Centro Universitário Anhanguera de Limeira, Limeira,
2020.

RESUMO
O processo de desenvolvimento infantil mostra-se como o primeiro contato que a
criança e o adolescente têm frente à sociedade, nesse momento o indivíduo começa
a entender e se estruturar como participante na comunidade no
âmbito biológico, social e psicológico. À medida que a criança cresce fica evidente a
necessidade que ela tem de ser acompanhada e orientada durante seu
desenvolvimento e na transição da infância para a adolescência, esta orientação vai
permitir o crescimento saudável e dar condições para que esse indivíduo tome suas
próprias decisões de maneira correta a fim de minimizar as chances de agravos em
sua saúde, de acordo com isso há a necessidade de transmitir os cuidados com
essa população através da intervenção e da assistência prestada pela enfermagem.
Objetivo: descrever quais as principais ações e cuidados são necessárias à vida da
criança e do adolescente, ressaltando a importância da educação em saúde com
ações estabelecidas pelo enfermeiro. Metodologia: trata-se de uma revisão
bibliográfica de caráter qualitativo e descritivo. Considerações finais: apresentou-se
a abordagem do enfermeiro nas orientações e práticas de educação em saúde de
crianças e adolescentes, ficando evidente a importância do acompanhamento e
monitoramente dessas práticas visto que nesse trabalho o enfermeiro acaba
entrando na intimidade familiar, enfrentando questões culturais, psicológicas, sociais
e econômicas das famílias. Priorizando a independência das crianças e
adolescentes que quando bem orientadas poderão tomar decisões das melhores
maneiras possíveis na iniciação da vida sexual de maneira responsável e protegida
por exemplo. Entretanto, nessa busca pela qualidade da educação em saúde
prestada pelo enfermeiro este enfrenta dificuldades, há certa resistência por parte
das famílias sobre as orientações, e há por vezes escassez de materiais didáticos ou
não para o trabalho de orientação, daí a necessidade de uma equipe qualificada e
apta a trabalhar em situações de pressão sendo capaz de sanar problemas
cotidianos que podem aparecer em comunidades mais carentes.

Palavras-chave: Educação em saúde; saúde da criança e do adolescente;


sexualidade na adolescência; promoção à saúde da criança.
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VIEIRA, Thais Gomes. THE NURSING APPROACH IN THE PRACTICE OF


HEALTH EDUCATION FOR CHILDREN AND ADOLESCENTS. 2020. Número total
de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) –
Anhanguera Educacional, Centro Universitário Anhanguera de Limeira, Limeira,
2020.

ABSTRACT

The child development process shows how the first contact that the child and
adolescent face in society, at that moment the individual begins to understand and is
structured as a participant in society in the biological, social and psychological. As
the child grows, the need to be monitored and guided during the development and
transition from childhood to adolescence becomes evident, this guidance will allow
healthy growth and conditions for the individual who makes his decisions in a way
correct the purpose of minimizing the chances of health problems, according to this
there is a need to transmit care to this population through the intervention and
assistance provided by nursing. Objective: to describe the main actions and care that
are applicable to the life of children and adolescents, emphasizing the importance of
health education with actions related to nurses. Methodology: this is a qualitative and
descriptive literature review. Final considerations: a nurse approach is shown in the
guidelines and practices of health education for children and adolescents, showing
the importance of monitoring and monitoring the practices observed in relation to
work or nurses who end up entering family intimacy, facing cultural issues,
psychological, social and economic aspects of families. Prioritizing the independence
of children and adolescents who, when well oriented, make decisions in the best
possible ways at the beginning of sexual life in a responsible and protected way, for
example. However, in this search for the quality of health education provided by
nurses, they are facing difficulties, there is some resistance on the part of families
about the guidelines, and there is sometimes a shortage of teaching materials or not
for guidance work, in the activities of a qualified team and ready to work in pressure
situations, being able to solve everyday problems that may appear in more important
communities.

Key-words: Health education; Children and adolescent health; Adolescent sexuality;


Child health promotion.
7

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SciELO Scientific Electronic Library Online


8

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9
2. A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NAS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM
SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ........................................................ 11
3. O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE ÀS ORIENTAÇÕES NECESSÁRIAS
SOBRE A SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA .................................................... 14
4. DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO ENFERMEIRO NAS PRÁTICAS DE
EDUCAÇÃO EM SAÚDE DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES ............................ 16
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 18
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 20
9

1. INTRODUÇÃO

A enfermagem pode ser caracterizada como umas das profissões


pertencentes à área da saúde que mais participam da recuperação dos pacientes
durante todo o processo, ou seja, os enfermeiros não participam apenas da ligação
saúde e doença, mas também têm respaldo para participarem e intervirem sobre
aspectos psicológicos e sociais, sendo assim a enfermagem busca cuidar dos
pacientes sob um uma visão holística visando seu bem-estar geral.
Analisando a participação dos enfermeiros na vida em sociedade, percebe-se
que a área da saúde da criança e do adolescente tem grande importância para o
bem-estar familiar e social, compreende-se que sendo eles ainda tão jovens
precisam de orientações diretas e dinâmicas de profissionais que possam orientá-los
tanto no desenvolvimento e manutenção da saúde, quanto em projetos educativos
de prevenção a situações de risco.
Sabendo que na sociedade atual os riscos que circundam a vida das crianças
estão cada vez maiores, faz- se necessário analisar com o auxílio de materiais já
publicados como a enfermagem tem feito sua abordagem para atingir esse público
de maneira eficaz. Sendo assim o presente trabalho buscará descrever como os
enfermeiros lidam, interagem e como introduzem ações preventivas na vida dessas
crianças e adolescentes, salientando a importância da educação em saúde.
Assim, justificou-se a importância desse estudo de pesquisa que visa
fundamentar a compreensão da realidade atual das crianças e adolescentes,
aprimorando os conhecimentos quanto ao tema e sua importância para o profissional
da enfermagem.
Deste modo, exemplificar como funciona uma abordagem correta e
qualificada a essas crianças, a fim de aprofundar e disseminar o conhecimento que
respalda o enfermeiro a cuidar, e promover ações de educação em saúde
estabelecidas de maneira segura e eficiente.
O objetivo geral do presente trabalho será descrever quais as principais
ações e cuidados são necessárias à vida da criança e do adolescente, ressaltando a
importância da educação em saúde com ações estabelecidas pelo enfermeiro, tendo
como objetivos específicos: compreender a importância das práticas educativas de
prevenção a doenças e promoção da saúde das crianças e adolescentes, descrever
o papel do enfermeiro na garantia da efetividade das atividades educativas
10

realizadas com crianças e adolescentes, conhecer as dificuldades enfrentadas pelos


profissionais de enfermagem, quanto à realidade vivida por crianças e adolescentes
sem orientação e assistência adequadas às práticas educativas.
As buscas serão realizadas sob revisão bibliográfica em livros e nas seguintes
bases de dados: Google Scholar e Scientific Electronic Library Online (SciELO), com
associação dos descritores/palavras chave: educação em saúde, saúde da criança e
do adolescente, sexualidade na adolescência, promoção à saúde da criança.
11

2. A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NAS PRÁTICAS DE


EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

As crianças e adolescentes representam grande parte da população, esses


indivíduos estão ainda começando a compreender a vida enquanto sociedade sendo
assim fica evidente a importância que um acolhimento e acompanhamento desse
processo têm na vida de cada um deles, nasce então à relevância do profissional da
saúde na interação que se desenvolve entre enfermeiro e criança e/ou adolescente
para lhes instruir em cada uma das etapas da infância que virão adiante. (IWATA;
CARVALHO, 2000)
Quando se trata da abordagem correta à saúde da criança é necessário
averiguar como as práticas educativas são elaboradas, e quais mudanças são
necessárias para melhoria do sistema, ou seja, evidencia-se a necessidade de
mudança política nos aspectos sociais e educacionais da população em que está
inserida a criança, mas enquanto essa mudança não acontece os serviços de saúde
devem se responsabilizar atendendo da melhor maneira possível essa população.
(IWATA; CARVALHO, 2000)
A ideia principal do atendimento a criança é entender que esta faz parte de
um todo, ou seja, a família dessa criança é a primeira responsável pela sua saúde e
bem- estar, fortalecendo assim a premissa que o cuidado de enfermagem ficará
mais seguro salientando que a família é a unidade central de cuidados. (AMORIM;
Llonch, 2008)
O enfermeiro é capaz de acompanhar este indivíduo não apenas na busca
por curar uma patologia, mas também atendendo as necessidades físicas, sociais e
fisiológicas da criança, do adolescente e da família, necessidades essas que podem
ter sido provocadas por doenças ou condição de vida. O atendimento voltado a
promoção à saúde e educação será capaz fortalecer a autonomia de toda a família.
(AMORIM; Llonch, 2008)
A prática de educação em saúde das crianças não deve estar pautada
apenas no processo saúde- doença, mas também tornar possível a inter-relação dos
fatores sociais, econômicos, e culturais, uma vez que é necessário agregar valores
durante a abordagem das crianças e suas famílias. (GARCIA; LA CAVA, 2009)
12

Os enfermeiros encontram dificuldades no momento do atendimento


educativo, pois, muitas dessas crianças vêm de famílias com nível econômico baixo,
em condições precárias de moradia, por exemplo, assim o enfermeiro deve
ultrapassar essas dificuldades e delinear ações e cuidados preventivos que se
adequem a realidade vivida pela família. (GARCIA; LA CAVA, 2009)
A abordagem feita pelos enfermeiros é complexa e eficiente no atendimento
cujo intuito é prevenir e educar, priorizando o cuidado com as crianças, a
enfermagem deve sempre redirecionar essa atenção de maneira holística garantindo
total eficácia no processo de atendimento já que a criança é membro fundamental
dentro do convívio familiar e na população em geral. (MONTEIRO;
CARVALHO,2000)
Também é dever do enfermeiro estar atento as fases da adolescência, pois
esta fase é marcada por diversas mudanças significativas no desenvolvimento,
sendo assim o período da adolescência deve receber atenção em todos os âmbitos
sejam eles biológicos, psicológicos, sociais e culturais. (OLIVEIRA; PINTO; ALVES,
2008).
A sexualidade é algo presente na vida de todos os seres humanos como
forma de comunicação, não apenas buscando prazer, mas também levando em
consideração fatores de construção de identidade, valores religiosos, culturais e
sociais, e esta sexualidade se desenvolve durante a adolescência. (OLIVEIRA;
PINTO; ALVES, 2008).
Sabe-se que há uma relação que torna íntima o vínculo entre escola e
profissionais da saúde no quesito orientação das crianças, existem temas que
ficaram marcados e serão importantes de acompanhar, temas estes que ficarão não
apenas sob responsabilidade do enfermeiro como profissional, mas também de
professores e educadores que trabalharão juntos para delinear todos os aspectos a
serem abordados para as futuras orientações de promoção a saúde dadas as
crianças, tudo isso sempre buscando parceria com a família. (DENARDIN;
FONTENELE; CUNHA, 2008)
Até os seis anos de idade o indivíduo não é um ser concreto, não tendo noção
para abstrair todos os fatos do cotidiano, sendo assim a prática pedagógica nas
escolas sob a perspectiva da Educação infantil levará como pauta a vivência
experimental das crianças, ou seja aquilo que é vivido por eles e de acordo com as
13

experiências sociais de cada um será possível prevenir, promover e orientar de


maneira correta sobre os objetivos almejados, conteúdos como: saúde, bem estar
social, condições básicas de vida e sexualidade. (DENARDIN; FONTENELE;
CUNHA, 2008)
O enfermeiro atua em diversas áreas da saúde, preventiva, curativa e de
educação em saúde, logo a orientação e acompanhamento de adolescentes é umas
das interfaces do trabalho da enfermagem. Os serviços de saúde por vezes não
oferecem projetos de acolhimento direto a esses adolescentes que por
consequência ficam sem orientação quanto a saúde sexual e reprodutiva,
aumentando os índices de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez
indesejadas (OLIVEIRA; PINTO; ALVES, 2008).
Torna-se evidente a importância do enfermeiro como educador dentro de sua
responsabilidade profissional, enquanto educador o enfermeiro deve sempre nortear
sua atuação em diferentes níveis de atendimento como: educação em saúde,
prevenção de doenças, promoção à saúde, e recuperação. (GARCIA; LA CAVA,
2009)
No processo de educação em saúde é imprescindível fundamentar o
atendimento no diálogo sem impor sua própria verdade, mas respeitando a realidade
e condições vividas pelos outros, através do conhecimento técnico que se tem o
enfermeiro é capaz de trocar ideias e construir um diálogo sólido e eficaz, com o
intuito de educar e compartilhar informações de maneira dinâmica para o
entendimento do processo de saúde e doença. (GARCIA; LA CAVA, 2009)
14

3. O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE ÀS ORIENTAÇÕES


NECESSÁRIAS SOBRE A SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA

O período da adolescência compreende-se entre a infância e a vida adulta,


esse período é marcado pelo desenvolvimento físico do indivíduo com a chegada da
puberdade e também pelo amadurecimento biopsicossocial quando o adolescente
se integra a sociedade tendo seu primeiro contato com fatores econômicos, éticos, e
sociais do cotidiano. (LIRA; CUNHA;LEITE, 2006)
A realidade de muitos adolescentes no Brasil evidencia que por diversas
vezes eles são expostos a situações perigosas no decorrer desse processo, essa
exposição pode estar ligada ao nível de pobreza em que estão inseridas, a
educação precária a eles ofertada e a baixa perspectiva de futuro. Sendo assim
muitos adolescentes acabam tendo que enfrentar sozinhos o uso de drogas ilícitas,
uma gravidez indesejada ou situações de violência que poderiam ser evitadas se
tivessem condições de vida favoráveis e orientações corretas sobre essa etapa da
vida. (LIRA; CUNHA; LEITE; 2006)
Nesse contexto o trabalho do enfermeiro deve oferecer a esses adolescentes
segurança os fazendo entender que eles podem se sentir confortáveis conversando
com um profissional da saúde, conseguirão assim entender que podem confiar em
um adulto que lhes orientem como fazer o correto, já que muitas vezes eles acabam
confiando mais nos amigos do que nos pais para conversar ou desabafar sobre sua
sexualidade que nesse período da vida é tão aflorada. (LIRA; CUNHA; LEITE; 2006).
O enfermeiro deve se atentar também ao fato dos adolescentes não fazerem
parte de um conjunto hegemônico, ou seja, deve-se respeitar a individualidade de
cada indivíduo, sendo assim as orientações deverão ser trabalhadas em cima da
necessidade de cada um. Esse trabalho de interação entre enfermeiro e adolescente
deve ser ofertado com certa criatividade isso aumentará as chances de sucesso na
efetividade das práticas educativas sejam elas dentro das escolas, em casa ou em
projetos de educação em família. (LIRA; CUNHA; LEITE; 2006)

Essas ações de educação em saúde visam estimular o debate sobre temas


que sempre despertam interesse nos adolescentes, levando em conta o contexto
cultural no qual esses estão inseridos. Os enfermeiros oferecem essa orientação
15

geralmente em consultórios e escolas em um aconselhamento interpessoal, ou se


for o caso desse aconselhamento partir da mídia o contexto abordado será
impessoal, alcançando mais pessoas da mesma faixa etária. (LIRA; CUNHA; LEITE;
2006)
Um dos principais e mais importantes debates sobre a sexualidade na
adolescência se diz respeito ao início da vida sexual e aos cuidados necessários
para a garantia da saúde desses que acabaram de ingressar a vida sexual ativa de
maneira precoce ou não. Pensando nisso fica claro ao enfermeiro educador que os
adolescentes necessitam de uma abordagem correta e de fácil entendimento para
não só entender a importância do uso de contraceptivos, mas também, para garantir
que eles realmente vão fazer o uso correto, que fique claro a eles que os métodos
de contracepção são importantes para evitar uma gravidez precoce e indesejada,
mas também é o único método de se prevenir contra as doenças sexualmente
tranmissíveis. (FÉLIX, 2012)
O trabalho do enfermeiro na orientação desses adolescentes então deve ser
pautado sobre os princípios de um vínculo de confiança que é fundamental para o
desenvolvimento eficaz de seu trabalho. Faz-se necessário que o enfermeiro
trabalhe sobre uma visão holística e com determinada sensibilidade estando sempre
disponível a ouvi-los e disposto a entendê-los sem julgamentos pessoais. No
momento dessas orientações o enfermeiro deve aproveitar para executar seu papel
de cuidador divulgando informações, esclarecendo todas as dúvidas e sensibilizando
a comunidade sobre a importância desse conhecimento na vida dos adolescentes
para a prevenção de qualquer agravo na saúde deles que parta desse
questionamento amplo que é a sexualidade. (FÉLIX, 2012)
16

4. DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO ENFERMEIRO NAS


PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

A educação em saúde pode ser considerada um canal de saberes científicos


com a integração na vida cotidiana das pessoas possibilitando a melhoria da saúde
e da qualidade de vida de quem está sendo orientado. Essa prática permite que os
indivíduos possam ter subsídios para mudar o jeito de agir e permitir a construção de
novos saberes. Tais saberes oferecidos por parte dos enfermeiros devem ser
incorporadas não somente nos determinantes biológicos mas sim os preparando
para a formação da cidadania. (BOTELHO; ROCHA; TAVARES, 2014)
O enfermeiro pode ser considerado o papel essencial para que ocorra o
processo de educação em saúde já que não é possível educar sem cuidar, sem
ensinar ou dialogar. Na área educativa o enfermeiro precisa se especializar em uma
análise crítica em seu papel de educador, para assim fundamentar seu trabalho
educativo a proximidade com a população. (BOTELHO; ROCHA; TAVARES, 2014)
Porém o fato da educação em saúde muitas vezes precisar entrar na
intimidade das famílias essa população acaba criando uma barreira entre os
profissionais e suas práticas educativas, é comum que o enfermeiro se depare com
situações nas quais os pais ou cuidadores não conseguem aceitar esse modelo
assistencial que por vezes confronta com a cultura de cada família. (ROECKER;
DENARDIN; MARCON, 2014)
Outra dificuldade comum é o fato da limitação de compreensão quanto à
linguagem utilizada, por mais que o profissional deva dar preferência a um
vocabulário simples e acessível há sempre uma parcela de pessoas que não
conseguem entender a que o enfermeiro está se referindo. (ROECKER; DENARDIN;
MARCON, 2014)
Sabe-se que o enfermeiro é a peça- chave para a concretização das práticas
de educação em saúde das crianças e dos adolescentes, as orientações dessa
prática podem ser desenvolvidas em diferentes lugares como, por exemplo, em
escolas, porém muitas vezes os enfermeiros acabam se deparando com dificuldades
em encontrar as ferramentas necessárias para a exposição de seu conteúdo. Muitas
famílias infelizmente vivem em situações precárias onde faltam recursos dos mais
básicos aos mais elaborados, sendo assim o enfermeiro acaba tendo que driblar
17

essas necessidades alternando seus métodos para soluções criativas fazendo uso
de diferentes tipos de materiais, mas nem sempre conseguem resolver os problemas
pré- existentes. (ROECKER; DENARDIN; MARCON, 2014)
Tais dificuldades fazem com que os enfermeiros acabem se adaptando a
diferentes realidades e assim conseguem criar soluções para que esses problemas
não atrapalhem completamente seu desempenho nas práticas educativas. Quando
se trata da dificuldade de conseguir explicar em uma linguagem simples as
orientações os enfermeiros podem optar pelo contato com as crianças dentro das
escolas, pois no ambiente escolar as crianças estão mais abertas a aprender.
(ROECKER; DENARDIN; MARCON, 2014)
As crianças e os adolescentes estão em processo de amadurecimento dentro
da sociedade, portanto, o quesito cultural não está completamente formado sendo
mais fácil de conseguir com que eles despertem o interesse por mudanças
comportamentais e possam mudar a maneira como enxergam os problemas
cotidianos. (ROECKER; DENARDIN; MARCON, 2014)
Frente a essas dificuldades o profissional enfermeiro consegue fomentar seu
cuidado desenvolvendo práticas eficientes na abordagem dessas crianças e
adolescentes, é possível que o enfermeiro consiga mostrar e exemplificar os riscos
que permeiam o dia a dia desses indivíduos, orientar sobre a importância de se
cuidar, de estudar, de se prevenir de diferentes formas a variados perigos, sempre
priorizando um contato com atenção aos princípios éticos e de respeito às famílias
que estão inseridas cada uma dessas crianças. Fixando ser essencial entender a
questão cultural das famílias que muitas vezes são rígidas, mas que mesmo assim
precisam e devem ser orientadas de acordo com suas próprias convicções e
limitações. (FERRARI; CARVALHO, 2009)
18

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de desenvolvimento da criança é um importante avanço para sua


inserção na sociedade e posteriormente na vida adulta. Sendo assim eles devem
receber acompanhamento direto que lhes ofereçam orientações sobre como passar
por essa transição de maneira saudável, essa necessidade por educação em saúde
mostra que é preciso ter ferramentas para a concretização dessas práticas
educativas, daí vem à importância do enfermeiro como peça-chave na busca pela
promoção a saúde de crianças e adolescentes.
As orientações a essas crianças devem considerar determinados aspectos
que por vezes são negligenciados pela família e/ou comunidade a qual estão
inseridas, mas que são importantes nessa fase de desenvolvimento e na busca pela
autonomia na tomada de decisões e cuidados básicos desses indivíduos. Deste
modo, o enfermeiro deve se aprimorar e intensificar suas estratégias para conseguir
orientar corretamente esse público.
O atendimento do enfermeiro nas práticas de educação em saúde tem
prioritariamente como objetivo a promoção e manutenção a saúde dessas crianças,
sendo assim fica claro que essa abordagem leva em consideração questões
biológicas evitando e tratando patologias, e questões sociais preparando essa
criança para que ela entenda seu papel na sociedade e na comunidade como ser
humano ativo e apto a tomar suas próprias decisões.
Os enfermeiros acabam tendo de enfrentar diversas dificuldades em sua
jornada de trabalho podendo se apresentar resistência familiar frente as orientações
oferecidas e a escassez de materiais necessários para o atendimento. Evidenciando
assim as adversidades enfrentadas para prestar uma atenção qualificada e
estruturada, exigindo muito do profissional enfermeiro que se adéqua a cada
dificuldade encontrada.
Portanto, evidencia-se a necessidade de mais estudos que possam delinear a
relação do enfermeiro com as práticas de educação em saúde que visam a saúde da
criança e do adolescente, eles necessitam de orientações em diferentes ambitos e
em suas relações sociais. É necessário que o enfermeiro possa programar seus
cuidados e ações que orientem corretamente essas crianças sanando a maioria de
19

suas dúvidas e criando uma relação de troca saudável e segura no contexto de


ações que impactam a vida das crianças e dos adolescentes.
20

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Fabiane de amorim; SABATÉS, Ana Llonch. Enfermagem pediátrica: a


criança, o adolescente e sua família no hospital. Barueri: Manole, 2008.

BEZERRA, Fernanda Garcia Góes; LA CAVA, Angela Maria. A concepção de


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https://www.revistas.ufg.br/fen/article/view/33245> (Acessado em 12 de abril de 2020
as 11:30min).

BOTELHO, Cinara moutinho; ROCHA, Edmar Almeida; TAVARES, Maisa de Souza.


Dificuldades, desafios e superações sobre educação em saúde na visão de
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maio de 2020 as 13:33min).

DENARDIN, Fernanda Gonçalves; FONTENELE, Ana Maria Catrib; CUNHA, Neiva


Francenely Vieira. A promoção da saúde na educação infantil. Interface-
comunicação, saúde e educação, Botucatu, v.12, n. 24, p. 181-92, 2008.
Disponível em: http: < //www.scielo.br/pdf/icse/v12n24/13.pdf > (Acessado em 12 de
abril de 2020 as 12h07min).

FÉLIX, Vânia Vieira. O papel do enfermeiro na educação em saúde para a


prevenção da gravidez na adolescência, Araçuari- MG, 2012. Disponível em:
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/9383/1/Papel_enfermeiro_educa%c3%
a7ao_saude.pdf (Acessado em 21 de maio de 2020 as 14h38min).

FERRARI, Lilian Carla; CARVALHO, Ione Pinto. A visita domiciliária do enfermeiro:


fragilidades x potencialidades. Ciência, cuidado e saúde, Urapuru, v.9, p. 569-576,
2009. Disponível em: <
http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/6856/6633>
(Acessado em 21 de maio de 2020 as 16h01min).

IWATA, Ana Monteiro; CARVALHO, Maria das Graças Ferriani. Atenção à saúde da
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http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
11692000000100014&script=sci_abstract&tlng=pt > ((Acessado em 12 de abril de
2020 as 12h09min).

LIRA, Valdicleibe de Amorim; CUNHA, Neiva Francenely; LEITE, Estela Maria.


Práticas educativas desenvolvidas por enfermeiros na promoção a saúde do
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240-246, 2006. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/408/40819409.pdf.
Acessado em 21 de maio de 2020 as 13h58 min.
21

ROECKER, Simone; DENARDIN, Maria de Lourdes; MARCON, Sonia Silva.


Trabalho educativo do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família: dificuldades e
perspectivas de mudanças. Revista da escola de Enfermagem da USP, São
Paulo, v.46, n. 3, p. 638-646, 2014. Disponível em:
<https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n3/en_16.pdf> (Acessado em 20 de maio de
2020 as 16h07min).

OLIVEIRA, Thaýs Cristina de; PINTO, Liliane Carvalho; ALVES, Marysia da Silva. O
enfermeiro na atenção à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes. Revista
brasileira de Enfermagem, Brasília, p. 306-310, 2008. Disponível em: <
https://www.redalyc.org/html/2670/267019606004/> ((Acessado em 12 de abril de
2020 as 11h10min).
22

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