Módulo 03 - Defesa Da Fé
Módulo 03 - Defesa Da Fé
Módulo 03 - Defesa Da Fé
SUMÁRIO
01. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 51
02. A APOLOGÉTICA NAS ESCRITURAS ................................................................. 53
03. DEFINIÇÃO E NATUREZA DO FENÔMENO RELIGIOSO............................................ 57
04. ENTENDENDO AS VÁRIAS COSMOVISÕES RELIGIOSAS ......................................... 59
05. COMPARTILHANDO A FÉ COM ADEPTOS DE GRUPOS NÃO CRISTÃOS ........................ 62
06. COMO IDENTIFICAR UMA SEITA ..................................................................... 66
07. ESTRUTURA BÁSICA DAS PRINCIPAIS RELIGIÕES E SEITAS ................................... 69
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01.
INTRODUÇÃO
Quero começar dando as boas-vindas ao módulo de apologética.
Tenho o privilégio de ter sido aluno do principal apologista do Brasil chamado Natanael
Rinaldi, comecei a estudar apologética ainda nos anos 90 quando ainda não havia um
curso realmente formal dedicado apenas à Defesa da Fé.
Através dessa vivência, pude acompanhar de perto todo caminho da Apologética no Brasil
nos últimos 25 anos, e posso traçar os desdobramentos e os caminhos que a apologética
tem tomado nesses anos todos.
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Graças a Deus, se você está assistindo essa aula ou lendo essa disciplina, significa que
essa letargia não te alcançou, e que seu desejo é militar pela fé.
Vamos lá?
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02.
A APOLOGÉTICA NAS ESCRITURAS
O termo Apologia é Bíblico, e é mencionado diversas vezes como sendo uma necessidade
Básica que auxilia na pregação do Evangelho.
Fp 1:15-116
Essa necessidade não é percebida quando vivemos em uma sociedade de maioria Cristã,
mas essa obviamente não era a realidade dos primeiros discípulos de Cristo, assim como
não é a realidade de muitos cristãos ao redor do mundo.
Imagina ter que pregar o Evangelho em uma cidade de maioria muçulmana, ou de maioria
judaica, budista, hindu, atéia, ou de qualquer outro matiz que não seja Cristã… Você
consegue perceber que a Apologética é uma necessidade?
Imagina que você diga a um amigo budista que ele é um pecador… O conceito de pecado
dele obviamente não é o mesmo do que o seu, logo o conceito de salvação dele também
não é o mesmo que o seu, e a escatologia dessa salvação tampouco se assemelha ao
seu, nesse caso é preciso uma boa lição de apologética se você quiser pregar o Evangelho
para esse seu amigo budista.
(1Pe 3:13-16)
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sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis
alarmados; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração,
estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir
razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e
temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra
vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom
procedimento em Cristo,”
Nesse Texto, o apóstolo Pedro apresenta a Defesa da Fé como uma necessidade básica
de todo crente, afinal, saber defender sua Fé em Cristo, te trás mais firmeza e clareza.
Quando a Bíblia textualmente conclama o crente a ser um apologista, ela está oferecendo
basicamente duas oportunidades de crescimento:
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2. Você vai precisar conhecer mais sobre a fé da pessoa que você está
evangelizando.
Essa necessidade de conhecer mais sobre a fé alheia transforma seu nível de
conhecimento e automaticamente te promove a outro patamar ministerial.
Como falamos acima, a Apologética é uma palavra recorrente nas páginas do Novo
Testamento, mas para seguirmos em frente eu deixarei mais um texto onde as Escrituras
nos conclama à Defesa da Fé:
(Jd 1:3)
Aqui fica claro que a Defesa da Fé é uma questão obrigatória para todo crente.
Infelizmente muitos irmãos (digo com tristeza que é a maioria) relega esse trabalho
apenas aos estudiosos, mas esse texto é claro que a batalha pela Fé é uma necessidade
de todo crente.
Quando eu trabalhava no ICP tínhamos uma pesquisa atualizada onde dizia que 40% das
pessoas que frequentavam o Salão do Reino das Testemunhas de Jeová, era composta
de ex-evangélicos.
Tenho razões para acreditar que esse número não deve ter sofrido grandes mudanças
nos últimos anos.
Esse mesmo fenômeno não é encontrado apenas nas fileiras das Testemunhas de Jeová,
você pode encontrar ex-evangélicos no Adventismo, no Mormonismo, e até mesmo no
Catolicismo idólatra do Brasil…
É óbvio que ao perguntar para cada ex-evangélico sobre as razões que o fizeram
abandonar a Fé Cristã Bíblica, a apologética não aparecerá entre as razões do
distanciamento, mas ao se inteirar de verdade das razões, você perceberá que se
houvesse uma base sólida com respostas robustas à cada questionamento, então não
haveria a apostasia.
Quando eu disse que nesse quesito nós perdemos para as seitas, eu falava sobre a
necessidade do preparo, toda seita aparentemente tem resposta para todas as questões,
e mesmo que as respostas não sejam corretas, elas (as respostas) passam a impressão
de que o entendimento da seita tem razão para crer como crê e quem entende que tem
razão não abre espaço para dúvida.
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03.
DEFINIÇÃO E NATUREZA DO FENÔMENO
RELIGIOSO
A existência do fenômeno religioso em todas as culturas em que a raça humana fez parte
integrante de seu desenvolvimento demonstra ser este fenômeno não apenas a tentativa
de uma mente primitiva de encontrar respostas diante dos fenômenos naturais
inexplicáveis para uma mente que desconhecia a ciência, mas também a necessidade
natural de expressar a transcendência comum ao ser humano por meio do fenômeno
religioso.
Portanto, a busca humana pela experiência sobrenatural de qualquer natureza demonstra
a singularidade desse fenômeno na experiência exclusivamente racional da espécie
humana.
Então por que não poderíamos afirmar, ao contrário do que declaram os evolucionistas
naturalistas, que a religião é a maior manifestação da razão humana, visto que até mesmo
eles reconhecem que só existe religião e crença na capacidade transcendente da matéria
entre os seres que são racionais?
Se admitíssemos que o homem surgisse a partir de fenômenos evolutivos aleatórios (o
que não é verdade), por que não admitir que o fenômeno religioso é algo que faz parte
inerente da racionalidade humana, portanto um fenômeno natural que demonstra a
evolução da mente humana? Não seria a crença em Deus a grande prova de nossa
racionalidade?
A religião é constituída por um conjunto de crenças, ações, experiências, tanto pessoais
e coletivas, organizado em torno do conceito de uma realidade última que inspira duração
total devoção. Essa realidade última pode ser compreendida como uma unidade ou
pluralidade, pessoal impessoal, divina ou não, diferindo de religião para religião.
Assim, devemos compreender a religião dentro de um amplo conjunto de ações
diferenciadas em um sistema que possui perspectivas também transcendentais.
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04.
ENTENDENDO AS VÁRIAS COSMOVISÕES
RELIGIOSAS
O QUE É COSMOVISÃO:
Mesmo que não saiba qual cosmovisão possui, você, como todo ser humano, a
possui.
TIPOS DE COSMOVISÃO:
Existem pelo menos sete tipos de cosmovisão que definem a interpretação da realidade
última e as formas de crenças que os seres humanos
possuem.
As sete são:
1- TEÍSMO:
Existe um ser pessoal, único e transcendente que também é imanente em sua
natureza intrínseca. Os principais proponentes do teísmo são o judaísmo, o
cristianismo e o islamismo;
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2- ATEÍSMO:
Não existe nenhum ser que transcenda a matéria. O universo físico é a única
realidade existente, sendo autossuficiente e autônomo.
Não existe, portanto, nenhum tipo de divindade fora ou dentro do universo.
Os principais proponentes do ateísmo são: Karl Marx, Nietzsche e Jean-Paul Sartre:
3- DEÍSMO:
Existe um Deus transcendente, porém esse ser, diferentemente da visão teísta, não
possui qualquer tipo de imanência. O deismo, portanto, nega qualquer possibilidade
de sobrenaturalismo e consequentemente qualquer tipo de inspiração escriturística
de qualquer nível. Entre 05 defensores do deísmo estão nomes como Voltaire,
Thomas Jefferson e Thomas Paine;
4- AGNOSTICISMO:
Não podemos compreender a realidade titima de nada, apenas sua aparência.
Portanto, não podemos saber, de fato, se há ou não Deus. Entre os seus principais
proponentes estão: Imannuel Kant (pro-ponente da ideia de um Deus incognoscível)
e Thomas Huxley;
5- PANTEÍSMO:
A totalidade do universo físico é Deus. Não existe nenhum ser além da matéria, pois
a totalidade da existência física em qualquer nível que é o próprio universo com sua
complexidade é igual a Deus. Entre os proponentes de tal visão estão algumas
formas de hinduísmo, zen-budismo e a ciência cristã;
6- PANENTEÍSMO:
A totalidade do universo e sua manifestação não fi-sica constituem o ser chamado
Deus. O universo, portanto, seria o "corpo de Deus"; e sua parte não física, a sua
mente. Essa cosmovisão é conhecida também por "bipolarismo", por expressar um
Deus constituído de dois princípios complementares, mas não dualista. Os mais
conhecidos proponentes de tal cosmovisão são Alfred North, Charles Hartshorne e
Shubert Ogden;
7- POLITEÍSMO:
A crença em muitos deuses finitos, ou infinitos que influenciam o mundo. Seus
defensores, em geral, negam que qualquer Deus infinito transcenda a matéria.
Esses deuses geralmente estão relacionados com algum princípio da natureza ou
mesmo algum elemento (água, vento, terra, fogo, metais etc.). Os grupos mais
popularizadores dessa cosmovisão em nossa sociedade na atualidade são a wicca
(bruxaria) e os cultos afros.
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05.
COMPARTILHANDO A FÉ COM ADEPTOS DE
GRUPOS NÃO CRISTÃOS
Entre as várias características do cristianismo bíblico está a de que é, e sempre será uma
religião proselitista (que busca fazer seguidores em qualquer segmento, inclusive entre
os demais grupos religiosos).
Nesse ponto nós somos bem diferentes dos judeus, pois Jesus claramente deu a seus
discípulos essa ordem conhecida espécie em Mt 28:19-20
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as
coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias
até à consumação do século.”
O estudo cauteloso dessas informações será de grande auxílio para que você consiga
cumprir de forma eficaz a ordem de Pedro em sua primeira epístola, dando, assim, a
qualquer que lhe pedir a razão de sua esperança.
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1.1. Aprenda máximo que puder acerca do grupo que almeja evangelizar.
Seus pontos fundamentais: Terminologias, crenças básicas e conceitos
fundamentais em relação a Deus, suas Escrituras, Jesus (sempre é um bom tema
para um diálogo dessa natureza) etc.
Outro ponto que não pode ser esquecido são as doutrinas bíblicas que você
pretende abordar. Isso tudo contribuirá para que você não se ache despreparado
em um diálogo e que suas respostas não sejam evasivas, ou seu silêncio, ao ser
questionado, não possua um efeito inverso, concedendo maior convicção ao
adepto de que a fé dele é mais bem fundamentada do que a sua.
1.3. Lembre-se de que você foi enviado para pregar o evangelho a todas as
pessoas; inclusive aos adeptos dos grupos não ortodoxos
(Mt 28.19-20).
1.5. Lembre-se de que satanás também é quem está por trás de todo engano e
cegueira espiritual.
(2Co 4:4).
1.6. Interceda pelas pessoas que você deseja evangelizar para que todo
impedimento seja superado.
(Ef 6:19-20)
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2.3. Não demonstre ser o "dono da verdade", mas antes a deixe perceber que
você está apenas buscando a verdade dos fatos.
2.4. Demonstre respeito pelo que ela crê, mesmo que não concorde com a sua
crença.
Por exemplo: se um muçulmano expõe para você a crença na
poligamia celestial, nunca trate a sua fé com desdém, apesar de
julgar tal crença um grande absurdo.
2.8. Empregue mais perguntas do que afirmações a fim de não ignorar questões
importantes e relevantes.
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06.
COMO IDENTIFICAR UMA SEITA
De forma muito didática é possível identificar uma seita através das quatro operações
matemáticas: Adição - Subtração - Multiplicação e Divisão:
1. ADIÇÃO:
TODA SEITA ADICIONA ALGO À BÍBLIA SAGRADA.
A suficiência da Bíblia é reduzida, em partes ou no todo, e ela sempre precisa ser reforçada
com textos, ou afirmações adicionais.
2. SUBTRAÇÃO:
TODA SEITA SUBTRAI ALGO DA DIVINDADE.
Subtrair algo da natureza de Cristo, ou ainda subtrair do Espírito Santo sua personalidade
ou divindade.
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3. MULTIPLICAÇÃO:
TODA SEITA MULTIPLICA MEIOS DE SALVAÇÃO
Exigem muito mais do que crer em Cristo para serem salvos. A fé suficiente como
apresentada nas Escrituras deve ser acrescida a alguma doutrina particular do grupo.
Ex.: A graça salvadora (favor imerecido de Deus em prol dos pecadores perdidos) é
negada. A salvação passa a ser atrelada a um conjunto de práticas litúrgicas e doutrinárias
determinadas somente pelo grupo.
4. DIVISÃO:
TODA SEITA DIVIDE COM DEUS A FIDELIDADE DOS
ADEPTOS
Não se pode ser fiel a Deus participando de outro sistema religioso, pois somente fazendo
parte do grupo pode-se agradar a Deus plenamente.
Além das quatro operações matemáticas, podemos reconhecer seitas através de outras
características:
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07.
ESTRUTURA BÁSICA DAS PRINCIPAIS
RELIGIÕES E SEITAS
ISLAMISMO
1. Origem e fundação:
Mohamed (Maomé), o profeta (579-632 d.C.). Surgiu por volta de 610 d.C., em Meca e
Medina. A sede se encontra na Arábia Saudita. As divisões principais são: sunitas (aqueles
que creem tanto nos ensinos do Corão como nas Sunas - tradições da vida do profeta) e
xiitas (aqueles que creem apenas nos ensinamentos do Corão).
2. Textos normativos:
Alcorão, Hadith ou Sunas (as palavras e obras de Maomé (tradições da vida do profeta]).
A Lei de Moisés (Pentateuco), os Salmos e o "Evangelho" (não os quatro evangelhos
bíblicos, mas, sim, o evangelho apócrifo de Barnabé e trechos dos evangelhos canônicos
que pareçam defender suas crenças). Acreditam que os Evangelhos foram adulterados
pelos cristãos, tornando-os, portanto, incapazes de apresentar uma figura autêntica do
profeta Jesus.
3. Divindade:
Alá é o único Deus e não se manifesta por meio de nenhum tipo de Trindade. Ele revelou
o Corão a Maomé por intermédio do anjo Gabriel. Alá trata com severidade seus
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4. Jesus:
Jesus é apenas mais um entre os aproximadamente 124.000 profetas enviados por Alá a
todos os povos.
Adão, Abraão Moisés são alguns dos principais profetas.
Jesus nasceu de uma virgem, mas não é filho de Deus como pensam os cristãos.
Não possui nenhum nível de divindade, e considerá-Lo divino é um grande agravo a Alá.
A crucificação foi um simulacro, portanto quem foi crucificado no lugar de Jesus foi Judas.
Jesus, o Messias, foi levado aos céus sem provar a morte.
5. Espírito Santo:
A tendência tanto entre leigos como entre eruditos é relacionar a ideia do "Espírito Santo"
com o anjo Gabriel, que, além de trazer a mensagem da parte de Alá para Maria, também
revelou o Corão ao profeta.
6. Salvação:
A condição humana não é de total estado de pecaminosidade, pois os homens conseguem
realizar ações morais de grande valor.
Como não existe o "pecado original", depende do homem aproximar-se de Alá para, por
sua submissão à doutrina do islã, obter a salvação de sua alma e o paraíso.
7. Morte:
No período entre a morte e a ressurreição, os fiéis (mu-çulmanos) e os infiéis
(descrentes) no túmulo (local intermediário segundo o islã) deverão responder às três
perguntas feitas pelos anjos (Munkar e Nakir): Quem é o teu Senhor? Qual a tua religião?
O que tens a dizer sobre esse homem (Mohamed)? Se as respostas forem satisfatórias,
o fiel desfrutará de uma janela para sentir o "ar" e gozar das beatitudes do paraíso até a
ressurreição final. Se as respostas não forem satisfatórias, o infiel sofrerá até o dia de sua
ressurreição para depois ser julgado diante de Alá.
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8. Outras crenças:
Possui cinco pilares de fé (arkan), que devem ser mantidos por todos os adeptos do islã.
Os pilares são: Shahada (profes-sar o credo de que existe um único Deus e que Mohamed
é o seu mensa-geiro); Salat (orar cinco vezes ao dia); Zakat (contribuir anualmente com
2,5 de seus rendimentos para auxiliar os necessitados); Saum (jejum anual no mês de
Ramada (mês mais importante do calendário islâmico por ter sido nesse mês que,
segundo o islã, Mohamed recebeu o Corão]); e Hajj (peregrinação pelo menos uma vez
na vida, se houver condições físicas e financeiras, à cidade sagrada de Meca). Outra
doutrina é a do Jihad, que implica qualquer ato de esforço para a expansão do islã, mesmo
que dentro desse ato de "esforço" esteja o conceito de "guerra santa"
JUDAÍSMO
1. Origem e fundação:
Moisés, cerca de 1500-1450 a.C., no Sinai.
Apesar da maioria das pessoas pensar no judaísmo como uma religião ínica. a maior parte
da fé judaica atualmente está dividida em vários ramos discordantes entre si: Ortodoxo,
Conservador, Reformado, Reconstrucionista, Chassídico e Secular, cada um com várias
práticas e crenças distintas.
2. Textos normativos:
O Tanach (Primeiro Testamento), o Talmude (explicação do Tanach) e as interpretações
baseadas na hermenêutica dos pensadores do judaísmo medieval (Maimônides, Rashi,
Ibn Ezra etc.).
3. Deus:
Encontra-se no judaísmo desde o conceito ortodoxo de
Deus que o apresenta como um ser pessoal, espiritual, eterno, virtuoso etc., até um
conceito humanista e liberal de um deus impessoal, incognoscível, universal nos moldes
panteístas. Não existe Trindade de nenhuma maneira.
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4. Jesus:
Jesus é visto como um falso mestre pelos judeus ortodoxos, um embuste gerador de
ódio e perseguição ao longo dos anos que decorreram a sua morte. Alguns judeus mais
liberais o consideram um grande mestre, mas não o Messias no sentido bíblico. Os únicos
judeus inclinados à aceitação de Jesus como o Messias são os "messiânicos" (que, na
verdade, na sua grande maioria, não são judeus [pois aceitam a sua messianidade] e nem
são cristãos (pois negam sua divindade)).
Os judeus ortodoxos ainda aguardam a implantação da era messiânica, quando YHVI
enviará o seu representante, o Messias.
5. Espírito Santo:
A vasta tendência é interpretar o Espírito Santo como sendo apenas um tipo de influência
impessoal de YHVH (Deus) na terra, ou algum tipo de virtude. Nunca é interpretado como
um ser pessoal que compõe algum tipo de Trindade.
6. Salvação:
Baseada completamente nos rituais e crenças judaicos, tornando, portanto, a ideia da
graça, como apresentada no cristianismo inexistente. As boas ações são importantes para
a salvação. Outros possuem
uma visão de salvação mais global, mais voltada para um tipo de universa-lismo, ou a
evolução social.
7. Morte:
O judaísmo, por rejeitar o NT, é muito pobre de conceitos acerca da vida após a morte ou
do período de transição entre a morte e a ressurreição, cabendo não às Escrituras a
resposta, mas às conjecturas dos rabinos. Alguns acreditam na inconsciência após a
morte, e muitos outros são reencarnacionistas. Mas uma crença comum é de que o estado
intermediário se dá em um período de aproximadamente 12 meses, nos moldes de algo
como o purgatório católico.
8. Outras crenças:
Seguem as festividades religiosas anuais: Rosh
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Roshaná, Páscoa, Sukot, Yom Kippur, Purim etc. Há uma enorme tendência à aceitação
de doutrinas místicas (cabalísticas) e esotéricas, sujeitando o Tanach a tais interpretações.
Muitos reconhecem o Messias não como uma pessoa, mas como um período de paz. e
progresso global. Usam aparatos como talit (xale de orações), tefilin (caixinhas pequenas
com textos bíblicos) na mão, e sobre a testa, o kipá (pequeno tipo de chapéu sem abas
que simboliza a posição elevada de YHVH sobre nós).
OBS: Como o judaísmo não é uma religião que expressa uma crença
periférica rígida, podemos encontrar grupos judaicos que não seguem
rituais específicos encontrados em alguns dos outros grupos participantes
do judaísmo. Por isso que muitos pesquisadores não se referem à religião
judaica como judaísmo, mas "judaísmos", por causa de suas múltiplas
expressões ritualísticas e doutrinárias.
HINDUISMO
1. Origem e Fundação:
Oriundo dos povos milenares indo-europeus (arianos) que se instalaram nas margens do
rio Indo, a religião Hindu não possui um fundador definido. Seus fundamentos doutrinários
abrangem um período que vai de 1500 a 1000 a.C.
2. Textos normativos:
Os textos mais importantes são: O mahabharata ("A grande dinastia de Bárata"), os Vedas
("conhecimento"), Upanishads ("Sentar-se próximo") e a obra mais popularizada no
ocidente, o Bhagatad-Gita ("cântico do senhor [Krishna]").
Todas as obras contam os mitos, histórias, rituais, cânticos e liturgia da vasta religião
hindu.
3. Deus:
Panteísmo absoluto (Deus é a soma do todo). Todas as formas de vida possuem uma
partícula da divindade (atman).
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4. Jesus:
O hinduísmo antigo não faz referência a Jesus Cristo, mas a tendência do moderno é vê-
lo como um mestre, ou mesmo um avatar (reencarnação de um deus).
A morte dele não possui nenhum significado soteriológico (salvífico).
Ele é considerado por muitos hindus como um mahatman (grande alma).
5. Espírito Santo:
Não existe nenhuma crença religiosa relacionada ao Espírito Santo dentro do sistema
hinduísta.
6. Salvação:
Libertação do ciclo de múltiplas reencarnações "Samsara" [roda cíclica das existências]
alcançando a "Moksa" (cessação do ciclo de reencarnação), recebida por meio da prática
contínua da Yoga e meditação.
A salvação final é a união com o "Absoluto" (Brahman), ocasionando a libertação de
qualquer tipo de existência pessoal.
7. Morte:
Um período transicional entre nossas múltiplas reencarnações.
A reencarnação a formas de vida superior ou inferior (metempsicose) está completamente
interligada ao tipo de existência que tivemos na vida anterior. O equilíbrio dos carmas
(débitos) definirá o tipo de forma que deveremos assumir no próximo estágio de nossa
evolução espiritual até o fim do ciclo de existência, onde seremos definitivamente uma
parte impessoal no todo.
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8. Outras crenças:
Períodos diferentes de vida devocional, incluindo obediência aos mestres e o uso de
roupas com cores distintas para demonstrar o estágio em que se encontra o hindu. A cor
da túnica definirá a sua função religiosa. A cada 12 anos ocorre o famoso festival Kumbh
Mela, por meio do qual os participantes acreditam que podem se purificar de seus
pecados com um banho no rio Ganges. Acreditam que todas as milhares de divindades
hindus são expressões de uma única divindade absoluta (Brahman). Defendem uma visão
cíclica da existência universal dividida em quatro eras (yugas).
BUDISMO
1. Origem e fundação:
Sidharta Gautama ("Buda" (o iluminado]).
Fundado por volta do 6° séc. a.C., na Índia. Sidarta era filho de um príncipe indiano que
decidiu romper com a opulência e o luxo palaciano, e viver de acordo com estritas regras
de autodomínio.
2. Textos normativos:
O Tripitaka (Os três cestos), Sutra de Lótus.
O mais antigo escrito estruturado é o chamado Canon Pali, organizado por seguidores do
Buda original.
3. Deus:
O budismo, diferentemente das religiões monoteístas, não acredita em um Deus pessoal;
quando indagados sobre onde está deus, os budistas apontam para si mesmo dizendo
que Deus está em todos os lugares, inclusive no próprio homem. Mas Buda não negou a
existência dos deuses, e sim a sua imanência (contato interativo direto com a realidade
física). Outros budistas acreditam em uma realidade transcendente, que é compreendida
como a "natureza de Buda" que tudo permeia.
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MÓDULO 03
FÉRIAS COM TEOLOGIA | 2º EDIÇÃO | 2024
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4. Jesus:
Jesus Cristo é indiferente para o budismo como líder religioso, a posição ocupada por ele
poderia ser ocupada por qualquer um de nós.
Os budistas do Ocidente (budismo mahayana) geralmente veem Jesus como um homem
que alcançou um estado de elevação espiritual (um "bodisatva", alguém que possuía um
amor sacrificial tão elevado que abriu mão de sua próprio auto iluminação para auxiliar
outros, em sua existência terrena, a o alcançarem).
5. Espírito Santo:
Assim como no hinduísmo, não existe nenhuma concepção teológica do budismo que
pareça com a doutrina do Espírito Santo no Cristianismo.
Por não existir nenhum tipo de imanência na criação, faz-se desnecessária a existência
de um ser como o Espírito Santo.
6. Salvação:
O objetivo da vida é alcançar o estado de progresso e auto iluminação (estado de Buda),
para eliminar todos os desejos perniciosos, evitando assim qualquer tipo de sofrimento.
Temos que compreender as quatro grandes verdades e seguir, a partir dessa
compreensão, o "óctuplo caminho em busca de nossa autorrealização.
7. Morte:
As pessoas não possuem uma alma ou espírito pessoal, ou individual (atman, segundo o
hinduísmo). Portanto, o que continua em uma próxima existência não é a própría pessoa
que partiu, mas sua "consciência" que renasce (se houver uma necessidade cármica) em
um ser híbrido, que não é completamente o ser que morreu, nem completamente um
novo ser.
Nossas tendências e processos mentais continuam (anatman), nosso "eu" individual não.
Assim podemos habitar em qualquer um dos seis reinos de acordo com o nosso estado
mental e desejos que fluem através de nossas existências.
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8. Outras crenças:
Rezas repetidas (mantras) cuja finalidade é a união harmônica com o universo. Oferendas
e rituais. É dividido assim como o islamismo em duas principais correntes de pensamento:
Mahayana (grande veículo), ou o caminho de muitos, e Hinayana (pequeno veículo), ou o
caminho de poucos.
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